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ENEM – FILOSOFIA METAFÍSICA – Idade Média: Santo Anselmo Anselmo da Cantuária, que viveu entre 1033 a 1109, era de Aosta, na Itália. Sua Filosofia (ou Metafísica como Teologia) trata da relação entre a fé e a razão donde a segunda tem a tarefa de justificar a primeira. Mas ele ficou famoso por ter elaborado um argumento ontológico sobre a existência de Deus. Esta prova consiste em deduzir a sua existência a partir do seu conceito: se Deus pode ser pensado, ele deve ser muito maior que o próprio intelecto pensante e, portanto, deve existir. Vejamos que são dois pontos: o que existe na realidade deve necessariamente ser maior do que o que existe apenas no intelecto e, se nada de maior pode ser pensado do que Deus, então Ele existe. Assim, se nada mais é possível somar ao conceito de Deus, já que ele apresenta toda a perfeição divina, Ele deve existir. A existência de Deus então é apresentada como um argumento ontológico (o Ser enquanto Ser puro, eterno e imutável) que na Filosofia se chama de a priori, pois se baseia na lógica do discurso dos argumentos e na força da conclusão. Todavia, a maioria dos pensadores medievais não receberam bem o argumento de Santo Anselmo, a exemplo de São Tomás de Aquino, e optaram por argumentos a posteriori para provar que Deus existe. Na modernidade, o francês Descartes e o alemão Leibniz aceitaram e desenvolveram este argumento, com Descartes com o destaque à frente. Ambos tinham seus pensamentos calcados na lógica matemática, na dedução e na geometria. Também o alemão Hegel dedicou-se a este argumento tornando-o mais sofisticado. Para ele, a Deus deve necessariamente existir porque isso é propriedade do conceito de Deus, sendo para o filósofo a diferença entre conceito e experiência meramente questão de ponto de vista do tempo, o que é base para o seu argumento. Immanuel Kant, mais velho ainda que contemporâneo de Hegel, por entender conceito e experiência como completamente antagônicas, acusou o argumento de Anselmo de contraditório, dado que pensar em uma existência de Deus seria pensar erroneamente além do conceito formal de Deus, e que isto também está errado pois a existência de Deus acrescenta a Ele as experiências possíveis – ou seja, impõe limites Ele – sendo Deus um Ser além de toda experiência possível. É o mesmo que dizer que Deus está limitado às experiências do nosso mundo.
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