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CONSTITUINTES DA MADEIRA

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CONSTITUINTES DA MADEIRA (HARDWOOD) E SUA SEPARAÇÃO 
As folhosas são constituídas basicamente por quatro tipos de células, os vasos, as fibras, o parênquima longitudinal e o parênquima radial. Os vasos, células alongadas com seção transversal vazada, atuam na condução de seiva bruta de modo vertical.
Por sua vez, são estruturalmente mais intrínsecas e exibem maior variedade de padrões de organização celular. Suas fibras são alongadas e afinadas nas extremidades, o que possui por função de sustentar a arvore. De maneira geral, sua composição é composta principalmente por heteroxilanas altamente acetiladas. 
No contexto de sua anatomia, exibem os tecidos com algumas diferenças quando comparada às coníferas. Pode-se afirmar que sua especialização das funções dos tecidos é maior. Vasos ou poros, são elementos vasculares, com células tubulares alongadas, ligadas transversalmente, cuja função é elevar a seiva bruta. No corte transversal se apresentam como orifícios, chamados poros. No cerne, algumas espécies apresentam a formação de tilos, no qual obstruem vasos, tornando a madeira mais compacta, mais resistente à ação dos fungos que a apodrecem. (BURGER, 1991)
Sobre as fibras, suas células apresentam parede grossa, com um vazio interior denominado por lumem, medindo de 0,5 a 2,5 mm, que por sua vez constituem a maior parte do lenho, sendo responsáveis pelo suporte e estrutura do tronco.
A Parênquima axial, constitui o tecido de células de paredes finas não lignificadas, com pontuações (perfurações) simples, tem como principal função o armazenamento de seiva. Mais abundante nas folhosas, assume basicamente duas formas de distribuição, observadas na seção transversa. O parênquima axial, com suas múltiplas formas de apresentar-se, é um elemento chave na identificação das espécies.
Os raios ou parênquima radial, formados por tecido idêntico ao do parênquima axial, com células curtas e paredes finas, têm como funções primordiais armazenar, transformar e conduzir transversalmente a seiva elaborada. A composição celular da madeira de folhosas é muito mutável e heterogênea e se constitui de vasos de 7 a 55%; fibras (libriformes, fibrotraqueóides) de 26 a 56%; parênquima radial de 5 a 25% e parênquima axial 0 a 23%.
Em relação a composição química incipiente da madeira, pode-se afirmar que não existe consideráveis diferenças, levando-se em conta as madeiras de diversas espécies. Os principais elementos existentes são o Carbono (C) 49 - 50, o Hidrogênio (H) 6, o Oxigênio (O) 44-45 e o Nitrogênio (N) 0,1-1. Entretanto, além destes, outros elementos podem ser encontrados, Cálcio (Ca), Potássio (K), Magnésio (Mg) e outros, porém constituindo as substâncias minerais existentes na madeira.
Sob o pálio da constituinte das folhosas, Celulose (45 ± 2%); Polioses (30 ± 5%); Lignina (20 ± 4%); Extrativos (3 ± 2%). 
A celulose ó o componente predominante, totalizando aproximadamente a metade das madeiras. São constituídos sobretudo de fibras que são os subsídios dentre elas fibras libriformes e fibrotraqueóides de folhosas. Estes elementos se entrelaçam formando uma rede na folha de papel conferindo a mesma a maioria de suas propriedades. Pode ser ligeiramente qualificada como um polímero linear de alto peso molecular, composto exclusivamente de β-D-glucose. Dado a suas propriedades químicas e físicas, bem como à sua estrutura supra molecular, completa sua função como o principal componente da parede celular dos vegetais. Para folhosas a avaliação de uma madeira na produção de celulose deve levar em conta o número e o arranjo dos tecidos lenhosos constituintes além de se considerar o comprimento da fibra e a espessura da parede celular. Claro é portanto que não se deve esquecer que, muitas outras características da madeira influenciam a qualidade da celulose, densidade da madeira, comprimento de fibra e espessura da parede celular, são parâmetros fáceis de se medir e por isso são intensivamente usados em avaliação das qualidades das madeiras.
Os polioses se encontram em estreita associação com a celulose na parede celular, cinco açúcares neutros são as fundamentais constituintes das polioses. Algumas polioses possuem adição de ácidos urônicos. Sua cadeia molecular é muito mais curta comparada a celulose, podendo existir grupos laterais e ramificações em alguns casos. De maneira geral as folhosas possuem maior teor de polioses que as coníferas, e a composição é diferenciada.
A Lignina é conceituada como a terceira substância macromolecular que compõem a madeira. Suas moléculas são formadas completamente diferente dos polissacarídeos, por não ser constituída por um sistema aromático composto de unidades de fenilpropano. Do ponto de vista morfológico, a lignina é um composto amorfo localizado na lamela média composta, assim como na parede secundária. No decorrer do desenvolvimento das células é incorporada como o último elemento na parede, interpenetrando as fibrilas e assim fortalecendo, enrijecendo as paredes celulares.
 Os extrativos da madeira são de uma grande gama de compostos químicos embora representem apenas uma pequena parte da madeira. Nas folhosas estes são as resinas, que estão localizadas nas células de parênquima do raio que estão conectados com os vasos. São constituídas geralmente por gorduras, ceras e esteróides. Sua acessibilidade Às substancias de impregnação depende das dimensões dos poros bem como da estabilidade mecânica das células do parênquima do raio, sua variação é de acordo com a espécie. 
No cerne da separação da celulose, existem três principais métodos para que isso aconteça, desta maneira ocorre a separação da principal fração de polioses e lignina residual da holocelulose. O isolamento direto da celulose da madeira, incluindo processos de purificação. E a determinação do conteúdo de celulose pela hidrólise total da madeira, holocelulose com subsequente determinação dos açucares resultantes.
Em quaisquer dos métodos de separação, a celulose não pode ser obtida em estado puro, mas somente como uma preparação mais ou menos bruta, a qual é geralmente chamada alfa-celulose. Separação da holocelulose, um método mais comum, é através da extração sob nitrogênio em 2 etapas com 5 e 24% de hidróxido de potássio.
Na separação das polioses, durante a análise geral da madeira, a maioria são
extraídas da holocelulose com soluções alcalinas aquosas de diferentes concentrações. Um método padrão para esta separação é a extração com 5% e 24% de KOH sucessivamente. As soluções alcalinas de polioses são neutralizadas com ácido acético e tratada com excesso de etanol. A fração que precipita é chamada Poliose A (do extrato de 5% de KOH, e Poliose B (do extrato de 24% KOH).
Para a separação da lignina, em todos os métodos de isolamento tem a desvantagem de alterar a estrutura nativa da lignina ou liberar somente partes relativamente não alteradas. De maneira geral, podem ser divididos em dois grandes grupos métodos que produzem lignina como resíduo, e métodos pelos quais a lignina é dissolvida sem reagir com o solvente utilizado para a extração ou formando derivados solúveis.
CARACTERÍSTICAS DA MADEIRA FOLHOSA (HARDWOOD)
As madeiras (hardwood) conhecidas como madeiras duras, são arvores da subclasse das dicotiledôneas, relacionadas à classe angiosperma. Suas sementes são resguardadas por carpelos, e suas folhas caem entremeados do outono e crescem novamente na primavera. 
Nos ensinamentos de Gonzaga (2006), Dicotiledôneas corresponde às sementes divididas em dois cotilédones. Conhecidas também como folhosas, tem por costume perder suas folhas no outono e inverno. 
A madeira de folhosas apresentam o tecido básico de sustentação mecânica constituído por fibras libriformes e fibro-traqueóides. Dentro deste tecido de sustentação estão distribuídos vasos (poros) de condução, frequentemente com grandes lumes, estes vasos são tubos variando de poucos centímetros até alguns metros em comprimento e consistem de elementos simples com extremidades abertas ou perfuradas. Madeiras de folhosas com porosidade difusa e porosidadeem anéis podem ser distinguidas pelo arranjo e diâmetro dos vasos.
Madeiras de folhosas caracterizam se por apresentar fibras mais curtas menor teor de lignina e maior teor em holoceluloses. Essas propriedades conduzem a modelos bem definidos na produção de celulose.
As madeiras de folhosas mostraram-se mais atrativas com respeito a custos e consumo. Apresenta o menor ciclo de rotação florestal para as folhosas permite a obtenção de madeira mais rapidamente e a necessidade de uma menor área reflorestada. No Brasil, são responsáveis por quase toda a produção de madeira, com milhares de espécies. 
Sua numerosa produção está intrinsecamente ligada à economia, uma vez que, trata-se de uma riqueza. Entretanto, ao passo que proporciona elevado ganho com sua produção, propicia a devastação de enormes áreas de floresta, motivada pela procura de poucas espécies requeridas pelo setor comercial. Na América do Norte, são conhecidas genericamente por hardwoods, ou madeiras duras.
Segundo COLODETTE (2005), a produtividade das florestas no Brasil alcançou os mais elevados níveis mundiais de incremento médio anual e, além do aumento na produtividade, outras características também foram modificadas, influenciando em melhores resultados no processo produtivo.
Em confirmação desta afirmativa, em 2010 o Brasil alcançou a 4ª posição na produção mundial de celulose, sendo o maior produtor de celulose de eucalipto. (ALMEIDA, 2010)
A celulose proveniente das folhosas, uma alta resistência à tração e ao estouro e um maior rendimento em celulose. Geralmente contem maior porcentagem de celulose e hemiceluloses. Como decorrência, fornecem elevado rendimento em celulose, enquanto que as
REFERENCIAS 
ALMEIDA, D. P. de. Influência do grau de deslignificação na produção de polpa Kraft branqueada de eucalipto. 2010. Dissertação (Mestrado Profissional em Tecnologia de Celulose e Papel) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa.
BURGER, Luiza Maria e RICHTER, Hans Georg. Anatomia da madeira. São Paulo: Nobel, 1991.
COLODETTE, J. L.; GOMIDE, J. L.; OLIVEIRA, R. C. de; SILVA, C. M. Caracterização tecnológica para produção de celulose da nova geração de clones de Eucalyptus do Brasil. Revista Árvore. Viçosa, 2005.

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