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Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 – • Conceito o As vísceras pélvicas incluem: ▪ Partes distais dos sistemas urinários e digestório, além do sistema genital ▪ As partes do intestino delgado e grosso que se localizam na pelve não deixam de ser vísceras abdominais • Órgãos urinários pélvicos: o Os órgãos urinários pélvicos são: ▪ Partes pélvicas dos ureteres, que levam a urina dos rins ▪ Bexiga urinária, que armazena temporariamente a urina ▪ Uretra, que conduz a urina da bexiga urinária para o exterior. o Ureteres ▪ São tubos musculares que possuem de 25 a 30 cm de comprimento, responsáveis por conectar os rins à bexiga ▪ São retroperitoneais ▪ Possui parte abdominal – descritas na parte de abdome – e parte pélvica ▪ Entram na pelve ao cruzarem a bifurcação da artéria ilíaca comum ▪ As partes pélvicas dos ureteres seguem nas paredes laterais da pelve, paralelas à margem anterior da incisura isquiática maior, entre o peritônio parietal da pelve e as artérias ilíacas internas. Próximo à espinha isquiática, eles se curvam anteromedialmente, acima do músculo levantador do ânus, e entram na bexiga urinária. ▪ Essa passagem oblíqua através da parede da bexiga urinária forma uma “válvula” unidirecional, e a pressão interna ocasionada pelo enchimento da bexiga urinária provoca o colapso da passagem intramural. ▪ As contrações da musculatura vesical atuam como esfíncter, impedindo o refluxo de urina para os ureteres quando a bexiga urinária se contrai, o que aumenta a pressão interna durante a micção. A urina percorre os ureteres por meio de contrações peristálticas, sendo levadas algumas gotas a intervalos de 12 a 20 segundos ▪ No homem, a única estrutura que passa entre o ureter e o peritônio é o ducto deferente, que cruza o ureter na prega interuretérica do peritônio ▪ Na mulher, o ureter passa medialmente à origem da artéria uterina e continua até o nível da espinha isquiática, onde é cruzado superiormente pela artéria uterina. Em seguida, passa próximo da Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 parte lateral do fórnice da vagina e entra no ângulo posterossuperior da bexiga urinária. ▪ DICA: Para identificar o ureter na peça é importante olhar o seu trajeto, sempre que for possível, olhe desde a sua origem no rim até sua entrada cruzando os vasos ilíacos comuns. ▪ Irrigação arterial: • Ramos uretéricos (das Aa. Ilíacas comuns, ilíacas internas e ováricas). • Se anastomosam ao longo do trajeto do ureter. • : Ramos das Aa. Uterinas. • : Ramos das Aa. Vesicais inferiores. ▪ Drenagem venosa: • Paralela à irrigação arterial e drena para veias de nomes correspondentes. ▪ Drenagem linfática: • Linfonodos ilíacos comuns e internos. ▪ Inervação: • Seus nervos provêm de plexos autônomos adjacentes (renais, aórticos, hipogástricos superiores e inferiores). • Sua maior parte está acima da Linha de Dor Pélvica (LPD). • Dor ureteral: Região inguinal. → Fibras aferentes de dor: Seguem as fibras simpáticas em sentido retrógrado até os segmentos T10 a L2. ▪ Em relação aos vasos que irrigam a parte final/pélvica do ureter, é importante saber que na mulher serão ramos das artérias uterinas, e no homem vão ser ramos das artérias vesicais inferiores (como se fossem as uterinas só que nos homens, meio que homólogas). A drenagem venosa é feita pelos ramos homólogos as artérias. ▪ Nesta parte pélvica a drenagem linfática é feita para linfonodos ilíacos internos e comuns. ▪ OBS: Dor dos ureteres é sentida no quadrante inferior E e D/nas regiões inguinais. o Bexiga Urinaria ▪ É uma víscera oca, que possui fortes paredes musculares e é caracterizada por sua distensibilidade ▪ Reservatório temporário de urina e varia em tamanho, formato, posição e relações de acordo com seu conteúdo e com o estado das vísceras adjacentes. ▪ Quando vazia, a bexiga urinária do adulto está localizada na pelve menor, situada parcialmente superior e parcialmente posterior ao púbis ▪ Situa-se principalmente inferior ao peritônio, apoiada sobre a púbis e a sínfise púbica anteriormente e sobre a próstata, no caso dos homens ou na parede anterior da vagina, no caso das mulheres, posteriormente ▪ Seu colo é mantido no lugar pelos ligamentos laterais vesicais e o arco tendíneo da fáscia da pelve, sobretudo seu componente anterior, o ligamento puboprostático em homens e o ligamento pubovesical em mulheres ▪ Quando vazia ela tem um formato quase tetraédrico, possuindo externamente ápice, corpo, fundo e colo. ▪ Ápice: aponta em direção à margem superior da sínfise púbica quando a bexiga está vazia ▪ Fundo da bexiga: é oposto ao ápice, formado pela parede posterior, sendo um pouco convexa ▪ Corpo da bexiga: é a parte principal da bexiga urinária entre o ápice e o fundo ▪ Colo da bexiga: local em que o fundo e as faces inferolaterais se encontro inferiormente ▪ Leito da bexiga: formado pelas estruturas que têm contato direto com ela. • Púbis. Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 • Fáscia do músculo levantador do ânus. • Parte superior do músculo obturador interno. ▪ A bexiga urinária é revestida por uma fáscia visceral de tecido conjuntivo frouxo ▪ As paredes da bexiga urinária são formadas principalmente pelo músculo detrusor. Em direção ao colo da bexiga masculina, as fibras musculares formam o músculo esfíncter interno da uretra involuntário. Esse esfíncter se contrai durante a ejaculação para evitar a ejaculação retrógrada (refluxo ejaculatório) do sêmen para a bexiga urinária. Algumas fibras seguem radialmente e ajudam na abertura do óstio interno da uretra. Nos homens, as fibras musculares no colo da bexiga são contínuas com o tecido fibromuscular da próstata, ao passo que nas mulheres essas fibras são contínuas com fibras musculares da parede da uretra. ▪ Os óstios do ureter e o óstio interno da uretra estão nos ângulos do trígono da bexiga. Os óstios do ureter são circundados por alças do músculo detrusor, que se contraem quando a bexiga urinária se contrai para ajudar a evitar o refluxo de urina para o ureter. ▪ Úvula da bexiga é uma pequena elevação do trígono. Geralmente é mais proeminente em homens idosos por causa do aumento do lobo posterior da próstata ▪ VASOS E NERVOS: • As artérias são as vesicais superiores, nos homens as vesicais inferiores e nas mulheres as vaginais. As aa. obturatória e glútea inferior enviam pequenos ramos para a bexiga também • Ramos das Aa. Ilíacas internas: o Ápice/corpo: Aa. Vesicais superiores ( e ). o Fundo/colo: Aa. Vesicais inferiores ( ) // Aa. Vaginais ( ). • Drenagem venosa: o As veias correspondem às artérias e são tributárias das Vv. Ilíacas internas. o Plexo venoso vesical: ▪ Drena através das Vv. Vesicais inferiores para as Vv. Ilíacas internas. ▪ Nos é contínuo com o plexo venoso prostático. ▪ Nas comunica-se com o plexo venoso vaginal. • Inervação: • Fibras simpática: Plexos vesicais (pélvicos). o Nn. Esplâncnicos sacrais. o Ação: Ejaculação e contração do esfíncter interno da uretra. • Fibras parassimpáticas: Plexo hipogástrico inferior. o Nn. Esplâncnicos pélvicos. o Ação: Eliminação de urina, inibição do esfíncter interno da uretra e estimulação do m. detrusor. • Aferência: o Reflexa: Seguem as fibras parassimpáticas. o Dor: Linha de dor pélvica ▪ Face superior: segue f. simpática. → Coberta por peritônio (acima da LDP) ▪ Face inferior: segue f. parassimpática → Abaixo da LDP ▪ OBSERVAÇÃO: No homem a bexiga tem uma relação com o reto que é o septo retovesical. Na mulher a bexiga guarda uma relação com a vagina, portanto, septo vesicovaginal. Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 o Parte pélvica (proximal) da uretra masculina ▪ É um tubo muscular que conduz a urina do óstio interno da uretra na bexiga urinária até o óstio externo da uretra – localiza-se na extremidadeda glande do pênis em homens ▪ Também é a via de saída do sêmen ▪ É dividida em quatro partes: parte intramural (pré-prostatica); Prostática; membranácea (intermédia); e esponjosa • Parte intramural: o Seu comprimento e diâmetro variam quando a bexiga urinaria está se enchendo. o Circundada pelo M. esfíncter interno da uretra o Durante o enchimento, há contração tônica do colo da bexiga de modo que o óstio interno da uretra apresenta-se pequeno e alto. o Durante o esvaziamento, o colo da bexiga é relaxado de modo que o óstio apresenta-se largo e baixo • Parte prostática: o Possui a crista uretral, uma elevação mediana entre sulcos bilaterais, os seios prostáticos o Os dúctulos prostáticos secretores abrem-se nos seios prostáticos. o O colículo seminal é uma elevação arredondada no meio da crista uretral com um orifício semelhante à fenda que se abre em um fundo de saco pequeno, o utrículo prostático. o Logo abaixo do orifício do utrículo prostático se abrem os ductos ejaculatórios, ou seja, na parte prostática da uretra ocorre a fusão dos sistemas urinário e genital. • Parte membranácea o Parte que passa dentro do M. esfíncter externo da uretra. • Parte esponjosa ou peniana: o Parte que passa dentro do corpo esponjoso do pênis. ▪ ▪ Irrigação arterial e drenagem venosa da parte proximal da uretra masculina. • As partes intramural e prostática da uretra são irrigadas por ramos prostáticos das artérias vesicais inferiores e retais médias. • As veias das duas partes proximais da uretra drenam para o plexo venoso prostático. ▪ Inervação da parte proximal da uretra masculina. • Os nervos são derivados do plexo prostático (fibras simpáticas, parassimpáticas e aferentes viscerais mistas). O plexo prostático é um dos plexos pélvicos (extensão Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 inferior do plexo vesical) que se originam como extensões órgão-específicas do plexo hipogástrico inferior. o Uretra feminina: ▪ Possui cerca de 4 cm de comprimento ▪ Segue anteroinferiormente do óstio interno da uretra na bexiga urinária, posterior e depois inferior à sínfise púbica ▪ O óstio externo da uretra feminina está localizado no vestíbulo da vagina, a fenda entre os lábios menores do pudendo, diretamente anterior ao óstio da vagina. ▪ A uretra situa-se anteriormente à vagina ▪ Possui eixo paralelo à vagina ▪ Possui glândulas, principalmente na sua parte superior, chamadas de glândulas uretrais e é homólogo à próstata ▪ Essas glândulas têm um ducto parauretral comum, que se abre (um de cada lado) perto do óstio externo da uretra. ▪ Irrigação arterial e drenagem venosa da uretra feminina. • A uretra feminina é irrigada pelas artérias pudenda interna e vaginal. • As veias seguem as artérias e têm nomes semelhantes ▪ Inervação da uretra feminina. ▪ Os nervos que suprem a uretra têm origem no plexo (nervo) vesical e no nervo pudendo. O padrão é semelhante em homens, tendo em conta a ausência de um plexo prostático e de um músculo esfíncter interno da uretra. ▪ As fibras aferentes viscerais da maior parte da uretra seguem nos nervos esplâncnicos pélvicos, mas a terminação recebe fibras aferentes somáticas do nervo pudendo. As fibras aferentes viscerais e somáticas partem dos corpos celulares nos gânglios sensitivos de nervos espinais S2–S4. o DRENAGEM LINFÁTICA DO SISTEMA URINÁRIO ▪ A porção superior da parte pélvica dos ureteres drena principalmente para os linfonodos ilíacos externos, enquanto a porção inferior drena para os linfonodos ilíacos internos. Os vasos linfáticos das faces superolaterais da bexiga urinária seguem até os linfonodos ilíacos externos, enquanto aqueles do fundo e do colo da bexiga seguem até os linfonodos ilíacos internos. Alguns vasos do colo da bexiga drenam para os linfonodos sacrais ou ilíacos comuns. A maioria dos vasos linfáticos da uretra feminina e da parte proximal da uretra masculina segue até os linfonodos ilíacos internos. No entanto, alguns vasos da uretra feminina também drenam para os linfonodos sacrais e, da parte distal da uretra feminina, para os linfonodos inguinais. • Reto: o Parte pélvica do sistema digestório, mantendo continuidade proximal com o colo sigmoide e distal com o canal anal o Junção retossigmóidea: ▪ Localizado anteriormente à vertebra S3 ▪ Nesse ponto, as tênias do colo sigmoide afastam-se para formar uma lâmina longitudinal externa contínua de músculo liso, e os apêndices omentais adiposos são interrompidos o Possui várias flexuras o Flexura sacral do reto: formada pois o reto segue a curva do sacro e do cóccix o Flexura anorretal do canal anal: ângulo posteroinferior agudo, formado no ponto em que o Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 intestino perfura o diafragma da pelve (músculo levantador do ânus) o Se olharmos o reto anteriormente poderemos perceber suas três flexuras laterais – superior, inferior e intermediária – que são formadas em relação a três invaginações internas (pregas transversas do reto): duas a esquerda e uma a direita o Ampola do reto: parte superior ao diafragma da pelve e corpo anococcígeo e é sustentada por eles; ela recebe e retem a massa fecal que se acumula até que seja expelida durante a defecação o O peritônio cobre as faces anterior e lateral do terço superior do reto, apenas a face anterior do terço médio e não cobre o terço inferior, que é subperitoneal o Relação com o peritônio: Retroperitoneal: parte superior. // Subperitoneal: parte inferior. ▪ A reflexão do peritônio a partir do reto em direção à bexiga urinária (nos homens) forma a escavação retovesical. ▪ A reflexão do peritônio a partir do reto em direção ao fórnice da vagina (nas mulheres) forma a escavação retouterina. ▪ A reflexão lateral do peritônio forma as fossas pararretais. o Relações anteriores: ▪ Homens: fundo da bexiga, ureteres, ductos deferentes, glândulas seminais e próstata. ▪ Mulher: vagina (separada do reto pelo septo retovaginal). o Irrigação arterial: ▪ A. retal superior. ▪ Aa. Retais médias D e E. ▪ Aa. Retais inferiores: junção anorretal e canal anal. o Drenagem venosa: ▪ V. retal superior: circulação porta. ▪ Vv. Retais média e inferior: circulação sistêmica. o Inervação: ▪ Simpática: Nn. esplâncnicos lombares → Plexos hipogástrico/pélvico. ▪ Parassimpática: (S2 a S4). Nn. Esplâncnicos pélvicos → Plexos hipogástricos inferiores. ▪ Aferência: Abaixo da LDP → Fibras seguem as fibras parassimpáticas retrogradamente. o DRENAGEM LINFÁTICA DO RETO ▪ Os vasos linfáticos da parte superior do reto seguem até os linfonodos mesentéricos inferiores e, no caminho, muitos deles passam pelos linfonodos pararretais (situados diretamente sobre a camada muscular do reto) e/ou linfonodos sacrais. Os linfonodos mesentéricos inferiores drenam para os linfonodos lombares (cavais/aórticos). Os vasos linfáticos da metade inferior do reto drenam diretamente para os linfonodos sacrais ou, sobretudo os da ampola distal, acompanham os vasos retais médios e drenam para os linfonodos ilíacos internos. • Órgãos genitais masculinos internos o Incluem testículos, epidídimos, ductos deferentes, glândulas seminais, ductos ejaculatórios, próstata e glândulas bulbouretrais o Descida dos testículos ▪ Os testículos se desenvolvem no tecido conjuntivo extraperitoneal na região lombar superior da parede posterior do abdome ▪ Na 12a semana de desenvolvimento intrauterino, o testículo está na pelve, e com 28 semanas (7o mês) situa-se próximo ao anel inguinal profundo em desenvolvimento ▪ O testículo começa a atravessar o canal inguinal durante a 28a semana e esse “trajeto” é percorrido em aproximadamente 3 dias. Cerca de 4 semanas depois, o testículo entra no escroto. ▪ No fim, vai ficar no escroto suspenso por uma estrutura e chamamos essa estrutura de funículo espermático. ▪ Enquanto o testículo, seu ducto(ducto deferente) e seus vasos e nervos mudam de lugar, são envoltos por extensões musculofasciais da parede anterolateral do abdome, que são responsáveis pela presença de seus derivados no escroto do adulto: as fáscias espermáticas interna e externa e o músculo cremaster Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 ▪ O pedículo do processo vaginal normalmente degenera; no entanto, sua parte sacular distal forma a túnica vaginal, a bainha serosa do testículo e epidídimo ▪ Correlação Clínica: • Criptoquidismo, quando o testículo está no caminho habitual porem não chegou ao escroto. • Testículo ectópico, quando ele não está no escroto e nem em seu caminho habitual. o Funículo espermático: ▪ Possui estruturas que entram e saem do testículo e suspende o testículo no escroto ▪ Começa no anel inguinal profundo, lateralmente aos vasos epigástricos inferiores, atravessa o canal inguinal, sai no anel inguinal superficial e termina no escroto, na margem posterior do testículo ▪ Seu revestimento inclui: • Fáscia espermática interna: derivada da fáscia transversal • Fáscia cremastérica: derivada da fáscia das faces superficial e profunda do músculo oblíquo interno do abdome. Contem alças do músculo cremaster. Ele traciona reflexamente o testículo para cima no escroto (em resposta ao frio); Quando relaxado, o testículo desce no escroto (ambiente aquecido); Atua em conjunto com o M. dartos; Inervado somaticamente pelo Ramo genital do nervo genitofemoral (L1/L2). • Fáscia espermática externa: derivada da aponeurose do músculo oblíquo externo do abdome e de sua fáscia de revestimento. ▪ Constituintes: • Ducto deferente: um tubo muscular com aproximadamente 45 cm de comprimento que dá passagem aos espermatozoides do epidídimo para o ducto ejaculatório • Artéria testicular: tem origem na aorta e irriga o testículo e o epidídimo • Artéria do ducto deferente: originada na artéria vesical inferior • Artéria cremastérica: originada na artéria epigástrica inferior • Plexo venoso pampiniforme: uma rede formada por até 12 veias que convergem superiormente e formam as veias testiculares direita e esquerda • Fibras nervosas simpáticas nas artérias e no ducto deferente o Ramo genital do nervo genitofemoral: supre o músculo cremaster • Vasos linfáticos: drenam o testículo e estruturas intimamente associadas, seguindo para os linfonodos lombares • Vestígio do processo vaginal: pode ser visto como um filamento fibroso na parte Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 anterior do funículo espermático estendendo-se entre o peritônio abdominal e a túnica vaginal; pode não ser detectável. o Escroto ▪ É o saco cutâneo formado por duas camadas: pele intensamente pigmentada e a túnica de dartos intimamente relacionada, uma lâmina fascial sem gordura que inclui fibras musculares lisas (músculo dartos) responsáveis pela aparência rugosa do escroto; ▪ É dividido internamente pelo septo do escroto, que é uma continuação da túnica dartos ▪ Rafe escrotal: demarcação externa do septo ▪ A túnica dartos superficial não tem gordura e é contínua anteriormente com o estrato membranáceo da tela subcutânea do abdome (fáscia de Scarpa) e posteriormente com a camada membranácea da tela subcutânea do períneo (fáscia de Colles) ▪ O escroto se desenvolve a partir das eminências labioescrotais, duas evaginações cutâneas da parede anterior do abdome que se fundem para formar uma bolsa cutânea pendular. Mais tarde no período fetal, os testículos e funículos espermáticos entram no escroto ▪ A irrigação arterial do escroto provém de: • Ramos escrotais posteriores da artéria perineal: um ramo da artéria pudenda interna • Ramos escrotais anteriores da artéria pudenda externa: um ramo da artéria femoral • Artéria cremastérica: um ramo da artéria epigástrica inferior. ▪ As veias escrotais acompanham as artérias. Os vasos linfáticos do escroto drenam para os linfonodos inguinais superficiais. ▪ Os nervos do escroto incluem ramos do plexo lombar para a face anterior e ramos do plexo sacral para as faces posterior e inferior: • Ramo genital do nervo genitofemoral (L1, L2): supre a face anterolateral • Nervos escrotais anteriores: ramos do nervo ilioinguinal (L1) que suprem a face anterior • Nervos escrotais posteriores: ramos do ramo perineal do nervo pudendo (S2–S4) que suprem a face posterior • Ramos perineais do nervo cutâneo femoral posterior (S2, S3): suprem a face posteroinferior. o Testículo ▪ Gônadas masculinas ▪ Produzem espermatozoides e hormônios masculinos – principalmente a testosterona ▪ Estão suspensos no escroto pelos funículos espermáticos ▪ Revestimento estratimérico (dentro → fora): • Túnica albugínea: Face externa do testículo. Invagina formando septos que separam o testículo em lobos, entre os quais se encontram túbulos seminíferos contorcidos. • Lâmina visceral da túnica vaginal: cobre diretamente a superfície do testículo (exceto onde estão fixos o funículo e o epidídimo). • Seio do epidídimo: Recesso da túnica vaginal entre o epidídimo e o funículo. • Lâmina parietal da túnica vaginal: Reveste internamente a fáscia espermática interna. ▪ A região posterior do testículo é chamada de mediastino onde se forma a rede testicular, no interior dos lobos temos os túbulos contorcidos enrolados e retos. Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 ▪ Internamente temos septos dos testículos (invaginações das túnicas albugínea), que fazem os lóbulos, tubos contorcidos enrolados, os retos, que formam a rede testicular e depois tem os vasos aferentes que levam para o epidídimo para a maturação e armazenamento do espermatozoide. ▪ Irrigação arterial: • Aa. Testiculares: entram no funículo espermático para irrigar os testículos e se anastomosam com a A. do ducto deferente. ▪ Drenagem venosa: • Plexo venoso pampiniforme: circunda a artéria testicular. Suas veias convergem superiormente e formam as Vv. Testiculares D e E. ▪ Drenagem linfática: • Linfonodos lombares e linfonodos pré-aórticos. ▪ Inervação: • Plexo nervoso testicular: formado por fibras aferentes viscerais, fibras simpáticas de T10/T11 e de fibras parassimpáticas do nervo vago. ▪ Correlação clínica • Varicocele o Varizes nas veias do plexo pampiniforme. o Geralmente ocorre do lado esquerdo, pois a veia testicular esquerda desemboca na veia renal esquerda em um ângulo de 90° o que dificulta a drenagem venosa. • Torção do funículo espermático o Quando o funículo e o testículo não estão bem fixados ao escroto, pode haver torção do funículo espermático, o que interrompe a drenagem venosa e a irrigação arterial, podendo levar a necrose do testículo. o Epidídimo ▪ Estrutura alongada na face posterior do testículo ▪ Formado por minúsculas alças do ducto do epidídimo ▪ Dúctulos eferentes: transportam espermatozoide do testículo para o epidídimo. ▪ Local em que os espermatozoides são armazenados e continuam a amadurecer ▪ É formado por: • Cabeça do epidídimo: a parte expandida superior que é composta de lóbulos formados pelas extremidades espiraladas de 12 a 14 dúctulos eferentes • Corpo do epidídimo: a maior parte é formada pelo enovelamento do ducto do epidídimo • Cauda do epidídimo: contínua com o ducto deferente, o ducto que transporta os espermatozoides do epidídimo para o ducto ejaculatório, de onde são expulsos pela uretra durante a ejaculação o Ducto deferente: ▪ É a continuação do ducto do epidídimo ▪ Ele: • Tem paredes musculares relativamente espessas e um lúmen muito pequeno, o que confere a ele firmeza semelhante à de um cordão • Começa na cauda do epidídimo, no polo inferior do testículo • Ascende posterior ao testículo e medial ao epidídimo • É o principal componente do funículo espermático • Penetra a parede abdominal anterior através do canal inguinal • Cruza sobre os vasos ilíacos externos eentra na pelve • Segue ao longo da parede lateral da pelve, onde se situa externamente ao peritônio parietal • Termina unindo-se ao ducto da glândula seminal para formar o ducto ejaculatório. Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 ▪ Caminho: • Depois de acender passa pelo funículo, anel inguinal superficial, canal inguinal, anel profundo, daí cruza os vasos epigástricos inferiores, cruza os vasos ilíacos externos, e a artéria umbilical oclusa, vai na face lateral e posterior do fundo da bexiga e cruza sobre o ureter, contorna medialmente a glândula seminal, no final ele se dilata e forma a ampola do ducto deferente se unindo ao ducto da glândula seminal para formar o ducto ejaculatório. ▪ O ureter passa sob o ducto deferente ▪ Irrigação arterial e drenagem venosa do ducto deferente. • A minúscula artéria do ducto deferente geralmente origina-se de uma artéria vesical superior (às vezes inferior) e termina anastomosando-se com a artéria testicular, posteriormente ao testículo. • As veias da maior parte do ducto drenam para a veia testicular, incluindo o plexo pampiniforme distal. Sua parte terminal drena para o plexo venoso vesical/prostático ▪ Inervação: A inervação ocorre pelas fibras simpáticas dos nervos esplâncnicos lombares, que vão para os plexos daquela área e direcionam as fibras. As fibras parassimpáticas provêm dos nervos esplâncnicos pélvicos que saem de (S2 – S3), dai vão para os plexos e depois chegam nas vísceras. o Glândulas seminais: ▪ Estrutura alongada situada entre o fundo da bexiga e o reto ▪ Elas secretam um líquido alcalino espesso com frutose (fonte de energia para os espermatozoides) e um agende coagulante que se mistura aos espermatozoides ▪ Suas extremidades superiores são recobertas por peritônio e situam-se posteriormente aos ureteres ▪ O ducto da glândula seminal se une ao ducto deferente para formar o ducto ejaculatório. ▪ O espermatozoide não entra na glândula seminal, o líquido dessa glândula que entra no ducto ejaculatório e se junta aos espermatozoides. ▪ Irrigação arterial e drenagem venosa das glândulas seminais. • As artérias para as glândulas seminais originam-se nas artérias vesical inferior e retal média. • As veias acompanham as artérias e têm nomes semelhantes o Ductos ejaculatórios ▪ Tubos delgados que se originam pela união dos ductos das glândulas seminais com os ductos deferentes ▪ Os ductos ejaculatórios (aproximadamente 2,5 cm de comprimento) originam-se perto do colo da bexiga e seguem juntos, anteroinferiormente, atravessando a parte posterior da próstata e ao longo das laterais do utrículo prostático. ▪ Os ductos ejaculatórios convergem e abrem no colículo seminal por meio de pequenas aberturas semelhantes a fendas sobre a abertura do utrículo prostático, ou logo dentro da abertura ▪ Embora os ductos ejaculatórios atravessem a parte glandular da próstata, as secreções prostáticas só se juntam ao líquido seminal quando os ductos ejaculatórios terminam na parte prostática da uretra. ▪ Irrigação arterial e drenagem venosa dos ductos ejaculatórios. Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 • As artérias do ducto deferente, em geral ramos das artérias vesicais superiores (mas muitas vezes das artérias vesicais inferiores), suprem os ductos ejaculatórios. • As veias unem os plexos venosos prostático e vesical o Próstata ▪ Maior glândula acessória do sistema genital masculino; Contém glândulas que produzem 20% do volume de sêmen ▪ Relações: • Anterior: Sínfise púbica. • Posterior: Reto. • Superior: Colo da bexiga. • Inferior: Diafragma da pelve. ▪ A próstata de consistência firme, do tamanho de uma noz, circunda a parte prostática da uretra. A parte glandular representa cerca de dois terços da próstata; o outro terço é fibromuscular. ▪ A cápsula fibrosa da próstata é densa e neurovascular, incorporando os plexos prostáticos de veias e nervos. Tudo isso é circundado pela fáscia visceral da pelve, que forma uma bainha prostática fibrosa que é fina anteriormente, contínua anterolateralmente com os ligamentos puboprostáticos, e densa posteriormente onde se funde ao septo retovesical ▪ A próstata tem: • Uma base intimamente relacionada ao colo da bexiga • Um ápice que está em contato com a fáscia na face superior dos músculos esfíncter da uretra e transverso profundo do períneo • Uma face anterior muscular, cuja maioria das fibras musculares é transversal e forma um hemiesfíncter vertical, semelhante a uma depressão (rabdoesfíncter), que é parte do músculo esfíncter da uretra. A face anterior é separada da sínfise púbica pela gordura retroperitoneal no espaço retropúbico • Uma face posterior relacionada com a ampola do reto • Faces inferolaterais relacionadas com o músculo levantador do ânus. ▪ Possui uma parte glandular e outra fibromuscular ▪ É separada em lobos • O istmo da próstata situa-se anteriormente à uretra. É fibromuscular, e as fibras musculares representam a continuação superior do músculo esfíncter externo da uretra para o colo da bexiga, e contém pouco ou nenhum tecido glandular • Os lobos direito e esquerdo da próstata, separados anteriormente pelo istmo e posteriormente por um sulco longitudinal central e pouco profundo, podem ser subdivididos, cada um, para fins descritivos, em quatro lóbulos indistintos, definidos por sua relação com a uretra e os ductos ejaculatórios, e – embora menos visível – pelo arranjo dos ductos e tecido conjuntivo: o Um lóbulo inferoposterior situado posterior à uretra e inferior aos ductos ejaculatórios. Esse lóbulo constitui a face da próstata palpável ao exame retal digital o Um lóbulo inferolateral diretamente lateral à uretra, que forma a maior parte do lobo direito ou esquerdo o Um lóbulo superomedial, situado profundamente ao lóbulo inferoposterior, circundando o ducto ejaculatório ipsilateral o Um lóbulo anteromedial, situado profundamente ao lóbulo inferolateral, diretamente lateral à parte prostática proximal da uretra. ▪ Os ductos prostáticos se abrem nos seios prostáticos (ao lado do colículo seminal), que por sua vez se abre na parte prostática da uretra. ▪ Irrigação arterial e drenagem venosa da próstata. Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 • As artérias prostáticas são principalmente ramos da artéria ilíaca interna, sobretudo as artérias vesicais inferiores, mas também as artérias pudenda interna e retal média. • As veias se unem para formar um plexo ao redor das laterais e da base da próstata. Esse plexo venoso prostático, situado entre a cápsula fibrosa da próstata e a bainha prostática, drena para as veias ilíacas internas. O plexo venoso prostático é contínuo superiormente com o plexo venoso vesical e comunica-se posteriormente com o plexo venoso vertebral interno. o Glândulas bulbouretrais ▪ Também podem ser chamadas de glândulas de Cowper ▪ Possuem o tamanho de uma ervilha ▪ Os ductos das glândulas bulbouretrais atravessam a membrana do períneo com a parte membranácea da uretra e se abrem através de pequenas aberturas na região proximal da parte esponjosa da uretra no bulbo do pênis. ▪ Sua secreção mucosa entra na uretra durante a excitação sexual. o DRENAGEM LINFÁTICA DAS VÍSCERAS PÉLVICAS MASCULINAS ▪ Os vasos linfáticos dos ductos deferentes, ductos ejaculatórios e partes inferiores das glândulas seminais drenam para os linfonodos ilíacos externos. Os vasos linfáticos das partes superiores das glândulas seminais e da próstata terminam principalmente nos linfonodos ilíacos internos, mas parte da drenagem destes últimos segue para os linfonodos sacrais. • Órgãos genitais femininos internos: o Incluem os ovários, as tubas uterinas, o útero e a vagina o Ovários ▪ Gônadas femininas com formato e tamanho semelhantes aos de uma amêndoa ▪ Local de desenvolvimento dos oócitos (gametas ou células germinativas femininas) ▪ Também sãoglândulas endócrinas, pois produzem hormônios sexuais ▪ São suspensos por uma curta prega peritoneal, o mesovário – subdivisão de um meso maior do útero, o ligamento largo. ▪ Não são revestidos por peritônio, pois o peritônio não passa sobre ele, o ovário penetrou o peritônio e jaz na cavidade peritoneal, ou seja, ele é o único órgão intraperitoneal. ▪ São revestidos por mesotélio ovariano/epitélio germinativo, o que lhes dá uma característica fosca ▪ Como o ovário está suspenso na cavidade peritoneal e sua superfície não é coberta por peritônio, o oócito expelido na ovulação passa para a cavidade peritoneal. Entretanto, sua vida intraperitoneal é curta porque geralmente é aprisionado pelas fímbrias do infundíbulo da tuba uterina e conduzido para a ampola, onde pode ser fertilizado. ▪ Possuem duas extremidades: • Extremidade uterina: comunicação direta com o útero. • Extremidade tubaria: comunicação com a tuba uterina. ▪ OBS Ligamento largo do útero (T) • Mosossalpinge: parte que vai para a tuba uterina. • Mesovário: prega peritoneal ou mesentério que suspende o ovário. → Forma de fixação do ovário. • Mesométrio: parte que vai para o útero. ▪ Formas de fixação do ovário: • Mesovário. • Ligamento suspensor do ovário: prega peritoneal por onde passam os vasos ováricos. • Ligamento útero-ovárico: resquício do gubernáculo, que fixa o ovário ao útero. Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 o Tubas uterinas ▪ Antigamente eram conhecidas como trompas de falópio ▪ Responsáveis por conduzir o oócito, que é liberado mensalmente pelos ovários, da cavidade peritoneal periovariava para a cavidade uterina ▪ Local habitual da fertilização ▪ Sua principal fixação é a mesossalpinge. ▪ Possuem 2 orifícios (óstios) por meio dos quais se relacionam com o útero e com o ovário ▪ Geralmente são divididas em quatro partes: • Infundíbulo: a extremidade distal afunilada da tuba que se abre na cavidade peritoneal através do óstio abdominal. Os processos digitiformes da extremidade fimbriada do infundíbulo (fímbrias) abrem-se sobre a face medial do ovário; uma grande fímbria ovárica está fixada ao polo superior do ovário • Ampola: a parte mais larga e mais longa da tuba, que começa na extremidade medial do infundíbulo; a fertilização do ovócito geralmente ocorre na ampola • Istmo: a parte da tuba que tem parede espessa e entra no corno uterino • Parte uterina: o segmento intramural curto da tuba que atravessa a parede do útero e se abre, através do óstio uterino, para a cavidade do útero no corno do útero. ▪ Irrigação arterial e drenagem venosa dos ovários e das tubas uterinas. • As artérias ováricas originam-se da parte abdominal da aorta e descem ao longo da parede abdominal posterior. • Na margem da pelve, cruzam sobre os vasos ilíacos externos e entram nos ligamentos suspensores, aproximando-se das faces laterais dos ovários e das tubas uterinas. • Os ramos ascendentes das artérias uterinas (ramos das artérias ilíacas internas) seguem ao longo das faces laterais do útero e se aproximam das faces mediais dos ovários e tubas uterinas. • Tanto a artéria ovárica quanto a artéria uterina ascendente terminam bifurcando-se em ramos ováricos e tubários, que irrigam ovários e tubas uterinas das extremidades opostas e anastomosam-se entre si, criando uma circulação colateral de origem abdominal e pélvica para ambas as estruturas. • As veias que drenam o ovário formam um plexo venoso pampiniforme, semelhante a uma trepadeira, no ligamento largo perto do ovário e da tuba uterina. • As veias do plexo geralmente se fundem para formar uma única veia ovárica, que deixa a pelve menor com a artéria ovárica. • A veia ovárica direita ascende e entra na veia cava inferior; a veia ovárica esquerda drena para a veia renal esquerda. As veias tubárias drenam para as veias ováricas e para o plexo venoso uterino (uterovaginal) ▪ Inervação dos ovários e das tubas uterinas. • A inervação é derivada em parte do plexo ovárico, descendo com os vasos ováricos, e em parte do plexo uterino (pélvico). • Os ovários e as tubas uterinas são intraperitoneais e, portanto, estão localizados acima da linha de dor pélvica. • Assim, fibras de dor aferentes viscerais ascendem retrogradamente com as fibras simpáticas descendentes do plexo ovárico e dos nervos esplâncnicos lombares até os corpos celulares nos gânglios sensitivos dos nervos espinais T11–L1. As fibras reflexas aferentes viscerais seguem as fibras parassimpáticas retrogradamente através dos plexos uterino (pélvico) e hipogástrico inferior e dos nervos esplâncnicos pélvicos até os corpos celulares nos gânglios sensitivos dos nervos espinais S2–S4. o Útero: ▪ Órgão muscular oco, piriforme, com paredes espessas ▪ Local de desenvolvimento do embrião e do feto Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 ▪ Órgão extremamente dinâmico que pode crescer cerca de 200 vezes o seu tamanho para exercer sua função de aninhar e expelir um feto. ▪ Localização: Na pelve menor, no nível da abertura superior. Está fletido (debruçado) sobre o teto da bexiga urinária, mas não é totalmente fixo, visto que os movimentos da bexiga influenciarão a posição do útero. ▪ Na mulher adulta o útero geralmente encontra-se antevertido (inclinado anterossuperiormente em relação ao eixo da vagina) e antefletido (fletido ou curvado anteriormente em relação ao colo, criando o ângulo de flexão), de modo que sua massa fica sobre a bexiga urinária. ▪ Pode ser dividido em duas partes principais: corpo e colo ▪ Corpo do útero • Forma os dois terços superiores do órgão • Região da cavidade uterina • Sua parede é formada por 3 camadas o Perimétrio: Revestimento seroso externo – voltada para fora do útero. o Miométrio: Camada de músculo liso. o Endométrio: Camada mucosa interna – participa ativamente do ciclo menstrual; é nessa camada que o embrião se fixa se houver a concepção • Inclui o fundo do útero – parte arredondada situada superiormente aos óstios uterinos • É separado do colo pelo istmo do útero ▪ Colo do útero • Terço inferior cilíndrico e relativamente estreito • Região mais fibrosa • Dividido em porção supravaginal – entre o istmo e a vagina – e porção vaginal – projetada para a parte superior da parede anterior da vagina. • A porção vaginal arredondada circunda o óstio do útero e, por sua vez, é circundada por um recesso estreito, o fórnice da vagina. • A porção supravaginal é separada da bexiga urinária anteriormente por tecido conjuntivo frouxo e do reto posteriormente pela escavação retouterina ▪ Cavidade do útero • É continua inferiormente como o canal do colo do útero • A cavidade do útero (em particular, o canal do colo do útero) e o lúmen da vagina juntos constituem o canal de parto que o feto atravessa ao fim da gestação. ▪ Ligamentos do útero • Ligamento útero-ovárico: o Fixa o útero ao ovário. o Vestígio do gubernáculo. • Ligamento redondo do útero: o Fixa-se à junção uterotubária. o Vestígio do gubernáculo. o Constitui o canal inguinal nas mulheres. • Ligamento largo do útero: o Dupla lâmina de peritônio que se estende das laterais do útero até as paredes laterais e o assoalho da pelve. o Mantém o útero em posição. Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 o Recebe nomes diferentes de acordo com as partes que liga, formando um mesentério: ▪ Mesossalpinge: Tuba uterina. // Mesovário: Ovário. // Mesométrio: Próprio útero. • Ligamento transverso do colo do útero: o Ligamento cardinal. o Lâmina média da bainha hipogástrica. o Principal fixação do útero. • Ligamentos retouterinos: o Ligam o colo do útero à região sacroilíaca • ▪ As principais sustentações do útero que o mantêm nessa posição são passivas e ativas ou dinâmicas. ▪ A sustentação dinâmica do útero é propiciada pelo diafragma da pelve. Seu tônus nas posições sentada e de pé e a contraçãoativa durante períodos de aumento da pressão intra- abdominal (espirro, tosse etc.) são transmitidos através dos órgãos pélvicos adjacentes e da fáscia endopélvica que o cercam. ▪ A sustentação passiva do útero é proporcionada por sua posição – o modo como o útero normalmente antevertido e antefletido fica apoiado sobre o topo da bexiga urinária. Quando a pressão intra-abdominal aumenta, o útero é pressionado contra a bexiga urinária ▪ Relações do útero: • O peritônio cobre o corpo, mas não o colo uterino. • Sua reflexão anteriormente forma a escavação vesicouterina. • Sua reflexão posteriormente forma a escavação retouterina. • Anteriormente (anteroinferiormente em sua posição antevertida normal): a fossa supravesical e a escavação vesicouterina da cavidade peritoneal e a face superior da bexiga urinária. A porção supravaginal do colo tem relação com a bexiga urinária e é separada dela apenas por tecido conjuntivo fibroso • Posteriormente: a escavação retouterina contendo alças de intestino delgado e a face anterior do reto. Apenas a fáscia visceral da pelve que une o reto e o útero nesse local resiste ao aumento da pressão intra-abdominal • Lateralmente: o ligamento largo peritoneal ladeando o corpo do útero e os ligamentos transversos do colo, fasciais, de cada lado do colo do útero e da vagina. Na transição entre os dois ligamentos, os ureteres seguem anteriormente, um pouco superiores à parte lateral do fórnice da vagina e inferiores às artérias uterinas, em geral cerca de 2 cm laterais à porção supravaginal do colo ▪ Irrigação arterial e drenagem venosa do útero. • A vascularização do útero provém principalmente das artérias uterinas, com possível irrigação colateral das artérias ováricas. Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 • As veias uterinas penetram nos ligamentos largos com as artérias e formam um plexo venoso uterino de cada lado do colo. As veias do plexo uterino drenam para as veias ilíacas internas. o Vagina ▪ É um tubo musculomembranáceo distensível (7 a 9 cm de comprimento), estende-se do meio do colo do útero até o óstio da vagina, a abertura na sua extremidade inferior ▪ O óstio da vagina, o óstio externo da uretra e os ductos da glândula vestibular maior e as glândulas vestibulares menores abrem-se no vestíbulo da vagina, a fenda entre os lábios menores do pudendo. ▪ A parte vaginal do colo do útero está localizada anteriormente na parte superior da vagina. ▪ A vagina: • Serve como canal para o líquido menstrual • Forma a parte inferior do canal de parto • Recebe o pênis e o sêmen ejaculado durante a relação sexual • Comunica-se superiormente com o canal do colo do útero e inferiormente com o vestíbulo da vagina. ▪ A vagina geralmente encontra-se colapsada. O óstio da vagina costuma estar colapsado em direção à linha mediana, de modo que suas paredes laterais ficam em contato de cada lado de uma fenda anteroposterior. ▪ A vagina está relacionada: • Anteriormente com o fundo da bexiga e a uretra • Lateralmente com o músculo levantador do ânus, a fáscia visceral da pelve e os ureteres • Posteriormente (da parte inferior para a superior) com o canal anal, o reto e a escavação retouterina. ▪ Quatro músculos comprimem a vagina e atuam como esfíncteres: pubovaginal, esfíncter externo da uretra, esfíncter uretrovaginal e bulboesponjoso ▪ O fórnice da vagina, o recesso ao redor do colo, tem partes anterior, posterior e lateral. ▪ A parte posterior do fórnice da vagina é a mais profunda e tem íntima relação com a escavação retouterina. ▪ Irrigação arterial e drenagem venosa da vagina • As artérias que irrigam a parte superior da vagina originam-se das artérias uterinas. As artérias que suprem as partes média e inferior da vagina são ramos das artérias vaginal e pudenda interna. • As veias vaginais formam plexos venosos vaginais ao longo das laterais da vagina e na túnica mucosa vaginal. Essas veias são contínuas com o plexo venoso uterino, formando o plexo venoso uterovaginal, e drenam para as veias ilíacas internas através da veia uterina. Esse plexo também se comunica com os plexos venosos vesical e retal. ▪ Inervação da vagina e do útero • Simpática: Nn. esplâncnicos lombares. Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 • Parassimpática: Nn. esplâncnicos pélvicos. • Aferência nociceptiva: o Fundo e corpo do útero: tocados por peritônio → Acima da LDP → Segue com as fibras simpáticas. o Colo do útero e vagina: não tocados por peritônio → Abaixo da LDP → Segue com as fibras parassimpáticas. • Aferência reflexa: o Todas as fibras seguem as fibras parassimpáticas. • A inervação dos dois é feita pelo plexo uterovaginal que provêm do plexo hipogástrico inferior, a inervação simpática é por nervos esplâncnicos lombares e a parassimpática é por nervos esplâncnicos pélvicos. • A condução das fibras aferentes viscerais de dor do fundo e corpo do útero é por via retrograda simpática. Do colo do útero e vagina é por via parassimpática retrógrada. • O quarto inferior da vagina será inervação somática pois vai ser a zona erógena da mulher • Apenas ¼ inferior da vagina possui inervação somática: N. perineal profundo (R. do N. pudendo) • ¾ superior da vagina possui inervação visceral: Nn. derivados do plexo venoso uterovaginal. • DRENAGEM LINFÁTICA DAS VÍSCERAS PÉLVICAS FEMININAS o Os vasos linfáticos dos ovários, unidos aos vasos das tubas uterinas e à maioria dos vasos do fundo do útero, seguem as veias ováricas enquanto ascendem para os linfonodos lombares (cavais/aórticos) direitos e esquerdos. o Os vasos linfáticos do útero drenam em muitas direções, seguindo junto com os vasos sanguíneos que irrigam o órgão e também com os ligamentos fixados a ele: o A maioria dos vasos linfáticos do fundo e da parte superior do corpo do útero segue ao longo dos vasos ováricos até os linfonodos lombares (cavais/aórticos); mas alguns vasos do fundo do útero, sobretudo aqueles próximos da entrada das tubas uterinas e fixações dos ligamentos redondos, seguem ao longo do ligamento redondo do útero até os linfonodos inguinais superficiais o Os vasos da maior parte do corpo do útero e alguns do colo seguem dentro do ligamento largo até os linfonodos ilíacos externos o Os vasos do colo do útero também seguem ao longo dos vasos uterinos, dentro dos ligamentos transversos do colo, até os linfonodos ilíacos internos, e ao longo dos ligamentos retouterinos (uterossacrais) até os linfonodos sacrais. o Os vasos linfáticos da vagina drenam as partes da vagina da seguinte forma: ▪ Parte superior: para os linfonodos ilíacos internos e externos ▪ Parte média: para os linfonodos ilíacos internos ▪ Parte inferior: para os linfonodos ilíacos sacrais e comuns ▪ Óstio externo: para os linfonodos inguinais superficiais.
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