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19/07/2021 UNINTER - ÉTICA EMPRESARIAL E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/22 ÉTICA EMPRESARIAL E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL AULA 5 Prof.ª Olívia Carolina de Resende 19/07/2021 UNINTER - ÉTICA EMPRESARIAL E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/22 CONVERSA INICIAL Olá, caro aluno! Preparado para nossa quinta aula? Nesta aula vamos tratar mais profundamente da Sustentabilidade Empresarial, indicando seus impactos, forças e megaforças por meio de um estudo realizado pela consultoria KPMG, focando na questão do conhecimento e da conscientização dos indivíduos para o sucesso de práticas de Responsabilidade Social Empresarial que afetem positivamente a Sustentabilidade Empresarial. Iremos detalhar, também, a diferença entre Responsabilidade Social Empresarial, Sustentabilidade Empresarial e Desenvolvimento Sustentável. Vamos aos estudos! CONTEXTUALIZANDO Os indivíduos estão diante de um novo desafio, seja dentro de uma organização ou na sua vida cotidiana particular. A conscientização de que devemos ser parte integrante do processo do Desenvolvimento Sustentável é fator determinante para o futuro das próximas gerações. No cunho profissional, o indivíduo está diante de desafios que envolvem suas atividades. Esse profissional estará, cada vez mais, diante de avaliações decorrentes das exigências e considerações relativas aos resultados sustentáveis de todas as suas decisões e consequentes implicações em relação aos diferentes públicos-alvo da empresa ou instituição em que ele trabalha. A Sustentabilidade Empresarial como fenômeno social deve proporcionar uma compreensão integral do que ocorre (investigação), do que fazer (intervenção) e dos resultados atingidos. Nessa perspectiva, o profissional deve dotar-se de recursos que propiciem a efetividade da Sustentabilidade Empresarial. Diferentes visões, formações e áreas fazem parte de uma organização, cada um contribui com sua área específica, pensando, porém, de forma sistemática. 19/07/2021 UNINTER - ÉTICA EMPRESARIAL E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 3/22 Quando tratamos de sustentabilidade empresarial, a perspectiva não é setorial, mas integrada. Ou seja, é preciso constatar que há um conjunto de ocorrências objetivas e transcendentes (acontecendo na realidade) que independem do profissional de determinada área. Essas variáveis acontecem de forma integrada e precisam ser identificadas, pois corremos o risco de não atingirmos a sustentabilidade das ações desenvolvidas. Assim, seu maior desafio como profissional será desenvolver uma compreensão das implicações sustentáveis sobre as suas ações, não a partir da visão disciplinar sob a qual você foi treinado, mas a partir da forma como os fenômenos ocorrem no dia a dia da sua empresa ou instituição. Para que possamos verificar essa questão, veremos a distinção entre os conceitos de Desenvolvimento Sustentável, Sustentabilidade Empresarial e Responsabilidade Social Empresarial, colocando o conhecimento e a visão sistêmica como fatores relevantes para o sucesso dessas práticas. TEMA 1 - SUSTENTABILIDADE O que é Sustentabilidade? Como surgiu o conceito de Sustentabilidade? Existe diferença entre Desenvolvimento Sustentável e Sustentabilidade? Com a queda do comunismo na última década, o capitalismo emergiu como a ideologia econômica dominante no mundo. Infelizmente, os resultados produzidos em dez anos de capitalismo global não têm sido uniformemente positivos. A saturação dos mercados desenvolvidos, a ampliação do fosso entre ricos e pobres, o crescimento dos níveis de degradação ambiental e a preocupação de que o mundo desenvolvido possa estar perdendo o controle sobre sua própria densidade populacional, vêm se combinando e criando entraves à economia global (HART; MILSTEIN, 2004, p. 65). Os primeiros movimentos em torno do Desenvolvimento Sustentável surgem já nas décadas de 1970 e 1980, frutos da insatisfação com as desigualdades sociais e com a degradação ambiental decorrentes de falhas dos mercados e das externalidades negativas que foram compreendidas depois dos grandes desequilíbrios e crises no cenário mundial. Esses movimentos entendem que os padrões de produção e consumo nas sociedades capitalistas não poderiam ser mantidos, tendo em vista que os recursos do planeta são finitos. 19/07/2021 UNINTER - ÉTICA EMPRESARIAL E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 4/22 Assim, segundo Hart (2006), o termo sustentabilidade compreende muitas ideias, questões, conceitos e práticas. Alguns pesquisadores atribuem o surgimento do conceito a partir do grave acidente ocorrido em 1986 na usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, quando a explosão de um dos reatores lançou uma quantidade de radiação equivalente a 500 bombas atômicas de Hiroshima na atmosfera, levando à evacuação de uma área de mais de 140 mil quilômetros quadrados. Esse grave acidente provocou danos em mais de 65 mil pessoas e causou aproximadamente 15 mil óbitos, afetando direta ou indiretamente a 3,5 milhões de habitantes. A Organização das Nações Unidas (ONU), já alertava desde 1972, na Conferência de Estocolmo (a ECO-72), sobre o comportamento predatório em relação ao meio ambiente e ao planeta, lançando, então, o Relatório de Brundtland, intitulado “Nosso Futuro Comum” em 1987. No relatório, a ONU tece severas críticas à postura dos países desenvolvidos que, em prol do desenvolvimento econômico, desconsideravam fatores essenciais à sobrevivência dos recursos do planeta e à segurança populacional. O relatório frisa que o principal objetivo do desenvolvimento é satisfazer às necessidades e aspirações humanas. Inclui-se nas necessidades a ideia básica de atendimento aos mais pobres, que necessitam receber prioridade. Segundo o relatório Brundtland, para que haja um desenvolvimento sustentável, é preciso que todos tenham as suas necessidades básicas atendidas e lhes sejam proporcionadas oportunidades de concretizar suas aspirações a uma vida melhor. As necessidades são determinadas social e culturalmente e o desenvolvimento sustentável requer a promoção de valores que mantenham os padrões de consumo dentro do limite das possibilidades ecológicas a que todos podem, de modo razoável, aspirar (CMMAD, 1991). O efeito provocado pelo alerta da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento deu início a movimentos vinculados a causas sociais e ambientais no mundo todo, tornando-se uma preocupação de toda a sociedade e uma responsabilidade para o mundo empresarial. No Brasil, o movimento tornou-se mais intenso a partir da ECO-92, realizada no Rio de Janeiro, e da Rio +10, realizada em Johanesburgo. Recentemente, também no Rio de Janeiro, realizou-se a Rio +20, reunião a partir da qual foram desenvolvidas metas específicas, saindo das rodas dos ambientalistas, abrangendo toda a sociedade preocupada com o desenvolvimento de ações e estratégias, como o consumo sustentável, a redução da poluição atmosférica e a proteção dos oceanos. 19/07/2021 UNINTER - ÉTICA EMPRESARIAL E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 5/22 Para tornar o Desenvolvimento Sustentável um conceito aplicável e palpável, a estratégia foi desagregar seus elementos constitutivos em dimensões. Ignacy Sachs subdividiu o Desenvolvimento Sustentável em cinco dimensões: Sustentabilidade social: Trata da consolidação de processos que promovam a equidade na distribuição dos bens e da renda para melhorar os direitos e as condições de subsistência da população e reduzir as distâncias entre os padrões de vida dos indivíduos. Sustentabilidade econômica: Possibilita a alocação e a gestão eficiente de recursos produtivos, bem como o fluxo regular de investimentos públicos e privados. Sustentabilidade ecológica: Refere-se às ações para aumentara capacidade de carga do planeta e evitar danos ao meio ambiente. Sustentabilidade espacial: Refere-se a uma configuração rural-urbana equilibrada e a uma melhor solução para assentamentos humanos. Sustentabilidade cultural: Refere-se ao respeito pela pluralidade de soluções particulares apropriadas às especificidades de cada ecossistema de cada cultura. Porém, como mola propulsora do capitalismo, as organizações deveriam ser inseridas no processo de mudança para que pudéssemos absorver efetivamente os benefícios desse novo processo e o conceito saísse do papel e fosse efetivamente aplicado. Uma organização sustentável é aquela que procura incorporar os conceitos e objetivos relacionados com o Desenvolvimento Sustentável nas suas políticas e práticas de modo consistente. É a que, simultaneamente, procura ser eficiente em termos econômicos, respeitar a capacidade de suporte do meio ambiente e ser instrumento de justiça social, promovendo a inclusão social, a proteção às minorias e grupos vulneráveis, o equilíbrio entre os gêneros dentre outros. Contribuir para o desenvolvimento Sustentável é o objetivo dessa empresa e a responsabilidade social, o meio para tornar sua contribuição efetiva (Baribieri e Cajazeira, 2012, p. 68) As organizações comprometidas com o Desenvolvimento Sustentável, apresentam relatórios corporativos que, por enquanto, são voluntários. Atualmente, na Europa Ocidental, 68% das multinacionais fazem esse tipo de relatório e, nos Estados Unidos, mesmo a percentagem sendo menor (41%), há um crescimento vertiginoso. Em todos os casos, as empresas que apresentam esta 19/07/2021 UNINTER - ÉTICA EMPRESARIAL E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 6/22 conta tripla de resultados perceberam, antes de outras, que no futuro imediato o consumidor se tornará cada vez mais responsável e exigirá saber qual é o impacto econômico, ambiental e social que geram os produtos que compra. A Sustentabilidade Empresarial, como não poderia ser diferente, adota medidas de desempenho que levam conta alguns indicadores, objetivos e metas. Os indicadores empresariais de sustentabilidade estão atualmente divididos em categorias (indicadores ambientais, econômicos, sociais e institucionais), mas o assunto é bastante abrangente. No Brasil, dentre as medidas e relatórios mais conhecidos constam os indicadores do Instituto Ethos, os indicadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e os Indicadores de Sustentabilidade (ORBIS). Além desses indicadores, existe, ainda, o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), que foi criado pela Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) em 2005 e busca oferecer aos investidores uma 19/07/2021 UNINTER - ÉTICA EMPRESARIAL E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 7/22 opção de carteira composta por ações de empresas reconhecidamente comprometidas com a responsabilidade social e a sustentabilidade empresarial. TEMA 2 - IMPACTOS, FORÇAS E MEGAFORÇAS Conforme vimos, a Sustentabilidade Empresarial busca suprir falhas de mercado, sendo que em seus objetivos visa à busca de soluções para atender às demandas sociais, ambientais e econômicas do mercado, tendo como alvo final todos os stakeholders, ou seja, todos aqueles que se relacionam com a empresa. A questão social vem sendo uma preocupação mundial, e, nesse sentido, as empresas são chamadas a resolver problemas globais que o Estado não conseguiu resolver sozinho. Embora a Sustentabilidade Empresarial ainda não seja uma preocupação central na maioria das organizações (principalmente por ser vista como algo que provoca um aumento nos custos de operação e nos preços de venda), o próprio comportamento do consumidor, preocupado com as questões socioambientais, tem sido o gatilho para que o assunto seja prioritário nas agendas de muitas corporações pelo mundo. Mas, o que é a Responsabilidade Social Empresarial? De acordo com a Fundação Prêmio Nacional da Qualidade, Responsabilidade Social Empresarial é o relacionamento ético e transparente da organização com os stakeholders, visando o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais. Porém, o conceito de Responsabilidade Social Empresarial não diz respeito à filantropia que muitas empresas praticavam antes do surgimento dos novos e estratégicos conceitos. A ênfase, hoje, recai sobre a forma como as empresas conduzem seus negócios, tornando-se parceiras e corresponsáveis no desenvolvimento social. A Filantropia não prevê retorno, apenas doação. Já a Responsabilidade Social Empresarial, diz respeito às atitudes tomadas tendo em vista todos os stakeholders (acionistas, colaboradores, prestadores de serviço, fornecedores, consumidores, comunidade e governo), promovendo a cidadania e o desenvolvimento social e transformando a forma pela qual os negócios são conduzidos, 19/07/2021 UNINTER - ÉTICA EMPRESARIAL E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 8/22 de forma a preservar os recursos ambientais e a buscar o equilíbrio das diferenças sociais. Desse ponto de vista, podemos então dizer que a Filantropia está muito aquém da Responsabilidade Social Empresarial. Segundo estudo realizado em 2012 por uma consultoria norte-americana, a KPMG, existem dez megaforças que podem causar impactos significativos nos negócios até aproximadamente 2032, aumentando, assim, a complexidade do ambiente de negócios. Conheça, a seguir, cada uma das dez megaforças: 1. A primeira megaforça pode impactar diretamente em todas as demais. As estimativas de perdas anuais devido às mudanças climáticas variam de 1% a 5% ao ano, se os formuladores de políticas não agirem rapidamente. Essas perdas afetam diretamente a empresa, bem como a humanidade. As perdas não são apenas empresariais. Afetam o indivíduo como um todo. 2. No que diz respeito à segunda megaforça, entendida como energia e combustíveis, os mercados de combustíveis fósseis tendem a se tornar mais voláteis e imprevisíveis, devido à maior demanda global por energia; às mudanças no padrão geográfico de consumo; às incertezas de fornecimento e consumo e ao aumento de intervenções regulatórias relacionadas às mudanças climáticas. Esse mercado precisa inovar para que, num futuro próximo, possamos sobreviver sem sua utilização em massa. 3. No que diz respeito à escassez, podemos ter escassez de recursos materiais e de água. A escassez de recursos materiais pode ser entendida a partir do aumento do consumo e da demanda pelos insumos na produção. Como os países em desenvolvimento se industrializam rapidamente, a demanda global por recursos materiais deve aumentar drasticamente. Os negócios devem enfrentar restrições comerciais crescentes e intensa competição global por uma ampla gama de recursos que se tornam menos disponíveis. Porém, a escassez também proporciona possibilidades de inovação, otimizando a utilização desses materiais e sua substituição ou, ainda, sua recuperação a partir de resíduos. 4. Já no que diz respeito a escassez de água, a previsão é de que, em 2030, a demanda global por água fresca excederá as provisões em 40%. As empresas estarão vulneráveis ao racionamento de água, à queda da qualidade da água, à volatilidade dos preços da água e a riscos de reputação. 5. O crescimento da população é a quinta megaforça e estima-se que a população mundial deva alcançar 8,4 bilhões em 2032, afetando as megaforças da escassez. Dessa forma, deixará os 19/07/2021 UNINTER - ÉTICA EMPRESARIAL E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 9/22 ecossistemas e o fornecimento de recursos naturais (como comida, água, energia e materiais) sob pressão intensa. Se, por um lado, isso é uma ameaça aos negócios, também há oportunidades de crescimento do comércio, de geração de empregose de criação de inovações para atender às necessidades de agricultura, saneamento, educação, tecnologia, finanças e saúde da população. 6. A sexta megaforça é a riqueza. Estima-se que a classe média global (definida pela OCDE como indivíduos com rendimento disponível entre US$ 10 e US$ 100 per capita ao dia) cresça 172% entre 2010 e 2030. O desafio para as empresas é atender a esse novo mercado de classe média em uma época em que os recursos tendem a ser mais escassos e voláteis. 7. A urbanização é a sétima megaforça. Até 2030 estima-se que todas as regiões em desenvolvimento – incluindo a Ásia e a África – devem ter a maioria de seus habitantes vivendo em áreas urbanas. Praticamente todo o crescimento populacional, nos próximos 30 anos, será nas cidades. Essas cidades exigirão melhorias extensas na infraestrutura, incluindo construção, fornecimento de água e saneamento, eletricidade, gestão de resíduos, transporte, saúde, segurança pública e conectividade de Internet e telefonia. 8. A segurança alimentar é a oitava megaforça. Nas próximas duas décadas, o sistema global de produção de alimentos estará sob crescente pressão das “megaforças”, incluindo o crescimento populacional, escassez de água e desmatamento. Os preços globais de alimentos devem aumentar de 70% a 90% até 2030. Em regiões com escassez de água, os produtores agrícolas provavelmente terão que competir por provisões com outras indústrias que exigem muita água (como utilidades elétricas e mineração) e com consumidores. Será necessária uma intervenção para reverter o crescimento da escassez localizada de alimentos (o número de pessoas cronicamente subnutridas subiu de 842 milhões, no final dos anos 1990, para mais de 1 bilhão, em 2009). 9. A nona megaforça é o declínio do ecossistema. Historicamente, o principal risco para os negócios no declínio dos serviços de biodiversidade e ecossistema tem sido a reputação das corporações. No entanto, como ecossistemas globais mostram crescentes sinais de colapso e estresse, um número maior de companhias está percebendo o quanto suas operações dependem dos serviços críticos que esses ecossistemas fornecem. O declínio dos ecossistemas está tornando os recursos naturais mais escassos, mais caros e menos diversificados, aumentando os custos da água e intensificando o dano causado por espécies invasivas em setores como agricultura, pesca, alimentação, bebidas, medicamentos e turismo. 19/07/2021 UNINTER - ÉTICA EMPRESARIAL E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 10/22 10. Por fim, a décima megaforça é o desmatamento. Florestas são grandes negócios: produtos de madeira movimentaram US$ 100 bilhões por ano entre 2003 e 2007 e o valor de outros produtos derivados das florestas (em sua maioria alimentos) foi estimado em US$ 18,5 bilhões em 2005. No entanto, a OCDE prevê que as áreas florestais irão diminuir 13%, entre 2005 e 2030, principalmente no sul da Ásia e da África. Pressão por parte dos órgãos regulamentadores e da sociedade pode impor mudanças comportamentais nessas empresas. Oportunidades de negócios devem surgir a partir do desenvolvimento de mecanismos de mercado e incentivos econômicos para reduzir o desmatamento. Conforme apontado pelo estudo, no período entre os anos de 2002 e 2010, os custos ambientais externos de empresas de onze setores subiram cerca de 50% (de US$ 566 bilhões para US$ 846 bilhões). Além disso, se fossem pagar todo o custo ambiental de sua produção, as empresas perderiam, a cada dólar ganho, cerca de US$ 0,41. Transformada em números – e diante da noção da não perenidade dos recursos naturais – a Responsabilidade Social, diferentemente de um modismo qualquer, assume o aspecto de uma forma de investimento que, no final, poderá assegurar o futuro das organizações! “Sem ação e planejamento estratégicos, os riscos se multiplicarão e serão perdidas oportunidades. As corporações estão reconhecendo que há valor e oportunidade na responsabilidade que vai além dos resultados do próximo trimestre, e que o que é bom para as pessoas e para o planeta também pode ser bom para os resultados no longo prazo e para a geração de valor aos acionistas”, avalia Yvo de Boer no relatório da KPMG. Assim, soluções para as megaforças devem ser aprimoradas e identificadas pelas organizações. TEMA 3 - SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL E A GESTÃO DO CONHECIMENTO Pudemos entender que a Sustentabilidade Empresarial é fator importante para o sucesso da organização, bem como os desafios que se apresentam nos dias atuais. Para tanto, colaboradores, comunidade, dentre outros, devem conhecer seu potencial transformador, entrando em cena a Gestão do Conhecimento. Assim, entendemos que a Gestão do Conhecimento afeta positivamente a Sustentabilidade Empresarial podendo obter resultados positivos, tanto no curto quanto no longo prazo. 19/07/2021 UNINTER - ÉTICA EMPRESARIAL E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 11/22 O fato é que, se, por um lado, o grande desafio desse século é promover o desenvolvimento sustentável, tema ainda recente em nosso contexto globalizado, por outro, a própria falta de conhecimento e de dados históricos é um desafio. A gestão do conhecimento é um termo amplamente utilizado pelas empresas para referir-se à tomada de decisões estratégicas, e, em se tratando das práticas sustentáveis, será necessário aplicá-lo cada vez mais. O conhecimento é um elemento importante no processo de transformação das empresas, sob qualquer ótica, principalmente a partir do momento que a competitividade ficou bastante acirrada diante do papel presente e efetivo da globalização no processo produtivo, em que praticamente inexistem diferenças em relação ao preço e à qualidade (RODRIGUEZ, 2002). Para Sabbag (2007) podemos definir Gestão do Conhecimento como um sistema integrado que desenvolve saberes e competências coletivas, utilizáveis pelas organizações e pessoas, visando ampliar o capital intelectual. Um dos maiores desafios nos dias atuais é formar gestores sustentáveis, que tenham em suas práticas de Responsabilidade Social Empresarial a visão sustentável como uma estratégia que esteja alinhada com o lucro, ou seja, que colabore com o lucro. Por meio de um processo orientado à gestão do conhecimento, as empresas poderão capturar, organizar, utilizar e disseminar informações voltadas à transformação social. Dessa forma, terão como analisar e decidir questões que envolvam a necessidade de capacitação de funcionários e de implementação de indicadores, tecnologias e inovações. Neste ponto, podemos destacar que o ponto fundamental pode ser caracterizado como aquele relacionado a mudanças culturais nas empresas – e, neste ponto, os investimentos em capacitação e treinamento são fatores importantes. Podemos destacar a importância das palestras de conscientização social, ambiental e econômico e até mesmo treinamentos específicos acerca da inovação e sustentabilidade – fatores fundamentais, inclusive, para a disseminação do conhecimento e do engajamento corporativo. Existem ferramentas que auxiliam na Gestão do Conhecimento e na sua maioria, as empresas têm utilizado as chamadas “melhores práticas” como uma das primeiras fases para a implementação de um processo de Gestão do Conhecimento. 19/07/2021 UNINTER - ÉTICA EMPRESARIAL E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 12/22 Podemos destacar que as “Melhores Práticas” são algumas ferramentas que auxiliam na Gestão do Conhecimento. Assim, incialmente, tem-se a definição destas melhores práticas visando contribuir para a organização nos seguintes requisitos: otimização de recursos que poderão ser direcionados para novas práticas, aumentando assim a produtividade; identificação e substituição de práticas organizacionais pouco ou nada eficientes e improdutivas, reduzindo assim o índice de retrabalho; equiparação do conhecimento, propiciando que funcionários de menornível ou rendimento aprendam com aqueles que já adotaram práticas mais eficientes. A Gestão do Conhecimento visando a contribuição para uma cultura sustentável dentro das organizações vem se tornando uma prática de Governança Corporativa, por meio da qual as empresas extrapolam suas preocupações com a viabilidade econômica e passam a se preocupar com todos os stakeholders a ela ligados ou por ela afetados. De acordo com o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC): Governança Corporativa é o sistema pelo qual as organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre proprietários, Conselhos de Administração, diretorias e órgãos de controle. As boas práticas de governança corporativa convertem princípios em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor da organização, facilitando seu acesso ao capital e contribuindo para a sua longevidade (IBGC, 2010). A governança está relacionada com a autogestão de uma empresa e representa três elementos principais: a preocupação com a prestação de contas, a transparência nos resultados e a proteção de acionistas minoritários. Assim sendo, uma empresa sustentável é aquela que gera lucros para seus acionistas e melhora a qualidade de vida de todos os stakeholders. Segundo relatório da Bovespa (2009), do ponto de vista da governança, as empresas podem ser enquadradas em dois níveis: As de nível 1 devem adotar práticas que favoreçam a transparência e o acesso às informações pelos investidores; As de nível 2, além das características contidas no nível 1, devem adotar um conjunto amplo de práticas de governança e de direitos adicionais para os acionistas minoritários. Assim, podemos dizer que a Gestão do Conhecimento contribui para a Sustentabilidade na medida em que, como medida de mudança cultural, as organizações dotam-se da Governança 19/07/2021 UNINTER - ÉTICA EMPRESARIAL E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 13/22 Corporativa e da melhoria contínua, contribuindo com a Responsabilidade Social Empresarial. Podemos perceber, então, que a governança corporativa é forte aliada da Sustentabilidade. TEMA 4 - SUSTENTABILIDADE NAS ESTRATÉGIAS EMPRESARIAIS A organização Uniethos, em meados de 2012 lançou, na Conferência Internacional Ethos os resultados da pesquisa “Estratégias empresariais para a sustentabilidade no Brasil”, realizada em 2011 com as 100 maiores empresas do país e com o conjunto de organizações associadas ao Instituto Ethos, caracterizado como uma organização da sociedade civil de interesse público que tem como objetivo mobilizar, sensibilizar e ajudar as empresas a gerir seus negócios. Na pesquisa foram analisadas 250 empresas de todos os portes e segmentos na tentativa de mapear o processo de incorporação da Sustentabilidade em suas estratégias de negócios, avaliando a profundidade e abrangência das estratégias adotadas. Dada a importância dessas estratégias na competitividade, nos custos etc. os principais resultados foram: 15% das empresas avaliam os impactos que as ações sustentáveis têm sobre os custos; 20% medem os impactos na competitividade; 69% entendem que a inserção da sustentabilidade no planejamento estratégico é uma necessidade; 68% desenvolvem algum tipo de relacionamento com os grupos de interesse de seu setor; 23% desenvolvem projetos sustentáveis de forma contínua, fazendo parcerias, discutindo novos produtos ou detendo-se em processos efetivamente mais engajados. Na tentativa de identificar qual o impacto dessas estratégias em ações que geraram inovação, os resultados foram: 14% das empresas promoveram inovações em sustentabilidade; 36% do total de empresas pesquisadas criaram sistemas integrados de gestão para coordenar as ações de sustentabilidade em todas as áreas; 60% das empresas criaram comitês para alinhar as áreas de negócios com as de sustentabilidade. 19/07/2021 UNINTER - ÉTICA EMPRESARIAL E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 14/22 A pesquisa do Instituto Ethos possibilitou clarear a direção no Brasil da inserção da sustentabilidade no planejamento estratégico das empresas, demonstrando que há um avanço significativo e que o tema tem sido considerado nos negócios corporativos. Percebemos que o Brasil tem avançado, seguindo algumas tendências internacionais. Hoje, há a preocupação em ir ao encontro dos interesses da sociedade e dos consumidores, atendendo-os em suas demandas com uma estratégia de inovação e redução de custos por meio de processos mais eficientes, possibilitando que as empresas se tornem mais competitivas. Assim, percebemos que a adoção de estratégias voltadas para a Sustentabilidade, se implementadas adequadamente, em conjunto com a adoção de inovações que proporcionem redução de custo, tornam as empresas mais competitivas. Porém fica a pergunta: Que tipos de estratégias as empresas estão utilizando? No Guia EXAME 2015, foram apresentadas 68 empresas consideradas modelo de Sustentabilidade e de Responsabilidade Social Empresarial, com destaque especial para as companhias com as melhores práticas em cada um dos setores analisados. Além disso, a revista EXAME destacou as companhias com as melhores práticas em 10 categorias: 1. Governança de Sustentabilidade; 2. Direitos Humanos; 3. Mudanças Climáticas; 4. Relação com a Comunidade; 5. Relação com Clientes; 6. Gestão de Fornecedores; 7. Gestão de Água; 8. Gestão de Biodiversidade; 9. Gestão de Resíduo; 10. Ética e Transparência. Alguns destaques foram: 19/07/2021 UNINTER - ÉTICA EMPRESARIAL E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 15/22 Agronegócio: Bunge O agronegócio é uma atividade sedenta por água, um recurso cada vez mais escasso. Atenta à questão, a Bunge resolveu investir em duas frentes para reduzir o consumo do insumo. Apostou em programas de educação, como o “Colaborador Sustentável”, que busca conscientizar os funcionários, e no uso de água de reuso em caldeiras e torres de resfriamento em Jaguaré. Resultado: entre 2012 e 2014, o projeto-piloto ajudou a reduzir em 40% o consumo de água no processo produtivo. Uma mudança positiva que já está sendo adotada em outras fábricas da empresa. Farmacêutica: Eurofarma O laboratório Eurofarma pesquisa uma solução para descontaminar plásticos e vidros de remédios classificados como perigosos a fim de viabilizar a reciclagem desses materiais. No ano passado, 91% dos resíduos do processo produtivo foram fornecidos a cimenteiras para alimentar fornos e gerar energia. Na dimensão social, a empresa investe em projetos culturais, esportivos e educacionais. Um dos mais relevantes é o centro técnico de enfermagem que custeia até três anos de formação de jovens carentes. Mas, para que essas estratégias possam possibilitar retorno para a organização e para a sociedade, adotar o pensamento sistêmico em conjunto com a visão estratégica torna-se primordial. O pensamento sistêmico busca inserir na visão estratégica o todo, ou seja, existe ligação entre a ciência (a razão), a arte (a sensação), a filosofia (o sentimento) e a transcendência (a intuição), já que tudo está ligado a tudo. Nesse sentido, o Pensamento Sistêmico é a abordagem fundamental para pensar fora do padrão, pois a formação de uma visão integrada de produção, economia, sociedade, cultura e ambiente natural envolve inúmeras variáveis. Pensar sistemicamente é olhar para todo o processo e não as para partes dele. É medir todos os impactos que uma determinada ação ou decisão empresarial causa, considerando presente, passado e futuro por meio das lições aprendidas e da adoção de melhorias. É levar em conta não somente os interesses empresariais, mas de todos, inclusive da sociedade. Vamos apresentar o caso da Natura, para analisarmos qual seria o desempenho e a aplicabilidade do pensamento sistêmico aplicado na prática? 19/07/2021 UNINTER- ÉTICA EMPRESARIAL E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 16/22 De acordo com a Natura, o pensamento sistêmico permeia todas as suas decisões e ações estratégicas. A empresa acredita que os resultados sustentáveis foram atingidos por meio das relações de qualidade que estabeleceu em todos os níveis nos quais atua e com todos os públicos com os quais mantém contato – consultores, fornecedores e sociedade, incluindo aí os seus consumidores. Segundo a empresa, seus dirigentes e funcionários buscam criar valores para a sociedade como um todo, gerando resultados integrados nas dimensões econômica, social e ambiental. Seus maiores desafios corporativos a serem sistematicamente pensados são: maximização do lucro, recomposição dos recursos naturais finitos e distribuição da riqueza. O modelo de negócios da Natura é baseado em uma promoção do crescimento econômico de forma compatível com o desenvolvimento social e o uso responsável dos recursos ambientais. Ainda no que diz respeito à responsabilidade social, a Natura estimula o desenvolvimento pessoal, material e profissional de suas consultoras, encorajando-as a tornarem-se agentes de transformação, contribuindo, portanto, para a disseminação do conceito de bem-estar e para a construção de uma sociedade mais próspera, justa e solidária. Assim, podemos perceber que a Natura, ao se preocupar com suas consultoras transformando-as em agentes de transformação, contribui com o todo e não apenas com as partes. O pensamento sistêmico, de uma forma geral, pode ser definido como uma nova forma de percepção da realidade. Segundo Capra (1996) quanto mais são estudados os problemas de nossa época, mais se percebe que eles não podem ser entendidos isoladamente. São problemas sistêmicos, o que significa que estão interligados e são interdependentes. Deve-se sempre partir do princípio de que o todo é mais do que a soma das partes, tendo o sistema como um todo integrado cujas propriedades essenciais surgem das inter-relações entre as partes. Entender a realidade sinteticamente significa colocá-la dentro de um contexto e estabelecer a natureza de suas relações. Um passo importante a ser dado em nossa sociedade é a aceitação do pensamento sistêmico, uma vez que o ser humano e a própria ciência criaram preconceitos com a visão holística e sistêmica e, com isso, estabeleceram divergências difíceis de serem superadas. 19/07/2021 UNINTER - ÉTICA EMPRESARIAL E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 17/22 Porém é necessária uma ruptura nesse modo de pensar para que possamos de fato agir dentro das exigências de um mundo sustentável! TEMA 5 - RELAÇÕES ENTRE AS ÁREAS DE CONHECIMENTO E RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL O Pensamento Sistêmico deve ser o pensamento norteador das diferentes áreas de uma organização. Dentro de um contexto de Sustentabilidade Empresarial, a Responsabilidade Social Empresarial deve envolver as diferentes áreas para atender às demandas de seu público interno (empresa) e externo (agentes de interesse e de pressão das empresas). A relação entre as implicações das diferentes áreas do conhecimento com o pensamento sistêmico, atendendo os diversos públicos-alvo, no âmbito da Responsabilidade Social Empresarial, busca estabelecer e demonstrar a relação entre ética, Responsabilidade Social Empresarial e Sustentabilidade Empresarial como princípios norteadores da profissão. Cabe destacar que a ausência de compromisso na eficiência (utilização dos recursos), na eficácia (tempo adequado) e na efetividade (mudanças esperadas) dos resultados das intervenções no campo profissional compromete seriamente os resultados almejados pelas instituições e organizações no que diz respeito à Responsabilidade Social Empresarial e à Sustentabilidade Empresarial. Essa situação vem se estabelecendo devido à adoção da perspectiva neoliberal, na qual o Estado assume funções mínimas e repassa para várias instituições parte de suas funções sociais, com alguns benefícios fiscais e tributários. Assim, essa perspectiva estabelece a relação entre ética e responsabilidade social e estabelece a responsabilidade não apenas com o social, mas também com o socioambiental. A área de Engenharia tem relação direta com a Responsabilidade Social Empresarial no âmbito dos programas que estão sob sua gestão. Segundo DA SILVA Filho et al (2011), Engenharia é a ciência e a profissão que deve absorver conhecimentos matemáticos, técnicos e científicos para aplicá-los no mundo em que vivemos, a fim de suprir nossas necessidades e favorecer o nosso desenvolvimento. Um engenheiro deverá ser capaz de criar mecanismos, produtos, processos e estruturas para poder transformar recursos naturais e não naturais para satisfazer as necessidades humanas. 19/07/2021 UNINTER - ÉTICA EMPRESARIAL E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 18/22 Já na área da Administração, que coordena programas em suas diferentes áreas, atuam sobre a Responsabilidade Social Empresarial em cada área de sua responsabilidade. Essas áreas e programas, por sua vez, têm relação direta com seu público interno em termos de orientações gerais dos processos e produtos e serviços para que os clientes estejam satisfeitos; com os fornecedores de produtos, diferenciando-se da concorrência e cumprindo todas as legislações relativas à natureza da sua atividade em conformidade com o meio ambiente. Além disso, parte dos investimentos realizados nessa área acabam retornando para a comunidade, por exemplo: o Planejamento e Controle da Produção (PCP) como está organizado para que todas as atividades da empresa ocorram em conformidade com as metas de responsabilidade social em termos de impactos ambientais. Segundo Tinoco e Robles (2006), em Ciências Contábeis a Responsabilidade Social Empresarial deve estar relacionada à redução/eliminação de passivos ambientais, sociais e das dimensões da sustentabilidade que tenham impactos na qualidade de vida do público interno, na comunidade, no meio ambiente, num contexto de otimização econômico-financeira dos processos, produtos e serviços, desenvolvidos nas diversas unidades das empresas, instituições e organizações, ou seja, reduzir custos de insumos e matérias-primas em processos produtivos e operacionais a partir de sua integração com o processo produtivo. Na área da Gestão de Recursos Humanos, a Responsabilidade Social Empresarial deverá desenvolver projetos que tenham como foco de atuação programas de desenvolvimento profissional, visando integrar conhecimentos, competências e habilidades em estruturas em que atitudes orientadas venham a promover a sustentabilidade das ações dos diferentes públicos-alvo. Em que medida os programas de gestão de RH levam em consideração qualidade de vida, valorização do ser humano, público interno (empregados) e externo (comunidade, fornecedores, consumidores, acionistas), inter-relações entre a organização e estes públicos e as demandas do mercado nos seus processos de capacitação que redundem num melhor produto e uma melhor visibilidade da Responsabilidade Social Empresarial da empresa para os seus diferentes públicos- alvo? Na área da Gestão de Tecnologia da Informação, a responsabilidade social deverá desenvolver projetos que tenham por objetivo de atuação programas de comunicação corporativa e de 19/07/2021 UNINTER - ÉTICA EMPRESARIAL E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 19/22 divulgação, para os diferentes públicos-alvo possam tomar decisões acerca dos seus diversos nichos de mercado numa perspectiva estratégica. Segundo Britto (2005), os sistemas empresariais dão suporte, em essência, para três camadas da organização, ou seja, as camadas de suporte tático, gerencial e operacional. Sendo o primeiro aquele que permite respostas ágeis e acertadas no campo das estratégias organizacionais, o segundo, possibilita uma melhor integraçãoe colaboração de dados infra e interdepartamentais, melhorando as respostas de gerenciamento e, por fim, a terceira que admite um melhor controle interno de todas as atividades organizacionais. Assim, os projetos de TI devem ser realizados de modo integrado com o conhecimento de especialistas ou devem ser realizados administrativamente, para cobrir problemas operacionais que não impactam na responsabilidade social e na sustentabilidade da empresa. Ao analisarmos a relação entre as áreas de conhecimento e sua atuação na Responsabilidade Social Empresarial, podemos compreender que a inter-relação é um fator determinante para o sucesso das práticas adotadas e que a visão sistêmica do todo, colabora com os resultados. TROCANDO IDEIAS Você já comprou um produto ou serviço no qual a empresa é eticamente responsável e adote práticas de Responsabilidade Social Empresarial? Você pesquisa sobre as ações das empresas antes de comprar um produto? Você já comprou produtos em sites especializados em produtos de procedência da China? Provavelmente muitas respostas serão negativas, ou seja, os indivíduos não pesquisam muito sobre a procedência dos produtos que compram. Porém, se em um noticiário uma empresa for pega praticando atos ilícitos você continuaria comprando os produtos? NA PRÁTICA Samarco, Vale e BHP Billiton são denunciadas em evento internacional 19/07/2021 UNINTER - ÉTICA EMPRESARIAL E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 20/22 Leia a reportagem abaixo de fevereiro de 2016, onde a Samarco e duas controladas Vale e a anglo-australiana BHP Billiton foram denunciadas pelo rompimento da barragem em Mariana – MG, que segundo a jornalista Mariana Medeiros, seria o maior crime socioambiental do Brasil. Os danos do rompimento da barragem, segundo a reportagem, já afetam mais de um milhão de pessoas da bacia do Rio Doce. “A denúncia ao exterior foi feita pelo Frei Rodrigo Peret, da Ação Franciscana de Ecologia e Solidariedade (Afres), durante o evento Alternative Mining Indaba, realizado, na cidade do Cabo, África do Sul. [...] Desde o dia do rompimento da barragem, em cinco de novembro de 2015, representantes da sociedade civil organizada fazem alertas e denúncias sobre as violações de direitos humanos decorrentes do maior desastre da história da mineração no País. [...] Em relatório divulgado pela Justiça Global, com o título “Vale de Lama”, entidades apontam que as empresas têm falhado em fornecer respostas rápidas e efetivas nas questões que envolvem o direito à vida, à água, à moradia, ao trabalho, à saúde e ao meio ambiente. São também relatadas situações de hostilidade e criminalização de defensores e defensoras de direitos humanos e movimentos sociais”. Fonte: http://seculodiario.com.br/27223/10/samarco-vale-e-bhp-billiton-sao-denunciadas-em- evento-internacional. Acesso em: 31/05/2016 A sociedade brasileira ficou indignada com esse crime ambiental, que poderia ter sido evitado – e isso seria de responsabilidade do poder público, da empresa e dos funcionários envolvidos. O poder público tem o dever de fiscalizar; a empresa, de manter políticas com padrões de segurança e os funcionários envolvidos devem ter consciência de suas ações, de modo que a denúncia sempre pode ser realizada. Reflita: Os dirigentes e funcionários da Samarco e o poder público poderiam ter evitado esta tragédia? Quais serão as possíveis consequências deste rompimento para os lucros e imagem da empresa? SÍNTESE Nesta aula que está chegando ao fim estudamos alguns aspectos da Sustentabilidade – seus impactos, forças e megaforças; a Sustentabilidade Empresarial e a Gestão do conhecimento; a 19/07/2021 UNINTER - ÉTICA EMPRESARIAL E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 21/22 sustentabilidade nas estratégias empresariais e as relações entre as áreas de conhecimento e a responsabilidade social. Conforme vimos, há distinção entre os conceitos de Desenvolvimento Sustentável, Sustentabilidade, Sustentabilidade Empresarial e Responsabilidade Social Empresarial, mas todas abrangem a ética, a consciência da garantia de sobrevivência das próximas gerações, dentre outras questões. Por fim, ainda apresentamos a importância do conhecimento e da conscientização para a efetividade das ações, além de analisarmos o impacto de uma visão sistêmica. REFERÊNCIAS BARBIERI, J. C.; CAJAZEIRA, J. E. R. Responsabilidade social empresarial e a empresa sustentável: da teoria à prática. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. BOER, Y. Expect the Unexpected: building business value in a changing world. Disponível em: htt p://www.kpmg.com/Global/en/IssuesAndInsights/ArticlesPublications/Documents/building-business- value.pdf. Acesso em 31/05/2016. BOVESPA. Nível 1 de Governança Corporativa. 2011. Disponível em: http://www.bmfbovespa.co m.br/Pdf/Folder_Nivel1.pdf. Acesso em 31/05/2016. BOVESPA. Nível 2 de Governança Corporativa. 2011. Disponível em: http://www.bmfbovespa.co m.br/pt-br/servicos/download/Regulamento-de-Listagem-do-Nivel-2.pdf. Acesso em 31/05/2016. BRITTO, B. N. Ética e Responsabilidade Social Empresarial na utilização da Tecnologia da Informação. SEGeT – Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia. 2007. Disponível em: http://w ww.aedb.br/seget/arquivos/artigos07/1413_Etica%20e%20RSE%20no%20uso%20da%20TI.pdf. Acesso em 31/05/2016. Capra, F. A teia da vida: uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. São Paulo, 1996. COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO. Relatório Brundtland: nosso futuro comum. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1991. DA SILVA FILHO, N. G. et al. 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