Buscar

Ética social e responsabilidade socio ambiental - Aula 7

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

19/07/2021 UNINTER - ÉTICA EMPRESARIAL E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/22
 
 
 
 
 
 
 
 
ÉTICA EMPRESARIAL E
RESPONSABILIDADE
SOCIOAMBIENTAL
AULA 5
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.ª Olívia Carolina de Resende
19/07/2021 UNINTER - ÉTICA EMPRESARIAL E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/22
CONVERSA INICIAL
Olá, caro aluno! Preparado para nossa quinta aula?
Nesta aula vamos tratar mais profundamente da Sustentabilidade Empresarial, indicando seus
impactos, forças e megaforças por meio de um estudo realizado pela consultoria KPMG, focando na
questão do conhecimento e da conscientização dos indivíduos para o sucesso de práticas de
Responsabilidade Social Empresarial que afetem positivamente a Sustentabilidade Empresarial.
Iremos detalhar, também, a diferença entre Responsabilidade Social Empresarial,
Sustentabilidade Empresarial e Desenvolvimento Sustentável.
Vamos aos estudos!
CONTEXTUALIZANDO
Os indivíduos estão diante de um novo desafio, seja dentro de uma organização ou na sua vida
cotidiana particular. A conscientização de que devemos ser parte integrante do processo do
Desenvolvimento Sustentável é fator determinante para o futuro das próximas gerações. No cunho
profissional, o indivíduo está diante de desafios que envolvem suas atividades. Esse profissional
estará, cada vez mais, diante de avaliações decorrentes das exigências e considerações relativas aos
resultados sustentáveis de todas as suas decisões e consequentes implicações em relação aos
diferentes públicos-alvo da empresa ou instituição em que ele trabalha.
A Sustentabilidade Empresarial como fenômeno social deve proporcionar uma compreensão
integral do que ocorre (investigação), do que fazer (intervenção) e dos resultados atingidos.
Nessa perspectiva, o profissional deve dotar-se de recursos que propiciem a efetividade da
Sustentabilidade Empresarial. Diferentes visões, formações e áreas fazem parte de uma organização,
cada um contribui com sua área específica, pensando, porém, de forma sistemática.
19/07/2021 UNINTER - ÉTICA EMPRESARIAL E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 3/22
Quando tratamos de sustentabilidade empresarial, a perspectiva não é setorial, mas integrada.
Ou seja, é preciso constatar que há um conjunto de ocorrências objetivas e transcendentes
(acontecendo na realidade) que independem do profissional de determinada área. Essas variáveis
acontecem de forma integrada e precisam ser identificadas, pois corremos o risco de não atingirmos
a sustentabilidade das ações desenvolvidas.
Assim, seu maior desafio como profissional será desenvolver uma compreensão das implicações
sustentáveis sobre as suas ações, não a partir da visão disciplinar sob a qual você foi treinado, mas a
partir da forma como os fenômenos ocorrem no dia a dia da sua empresa ou instituição.
Para que possamos verificar essa questão, veremos a distinção entre os conceitos de
Desenvolvimento Sustentável, Sustentabilidade Empresarial e Responsabilidade Social
Empresarial, colocando o conhecimento e a visão sistêmica como fatores relevantes para o sucesso
dessas práticas.
TEMA 1 - SUSTENTABILIDADE
O que é Sustentabilidade?
Como surgiu o conceito de Sustentabilidade?
Existe diferença entre Desenvolvimento Sustentável e Sustentabilidade?
Com a queda do comunismo na última década, o capitalismo emergiu como a ideologia econômica
dominante no mundo. Infelizmente, os resultados produzidos em dez anos de capitalismo global
não têm sido uniformemente positivos. A saturação dos mercados desenvolvidos, a ampliação do
fosso entre ricos e pobres, o crescimento dos níveis de degradação ambiental e a preocupação de
que o mundo desenvolvido possa estar perdendo o controle sobre sua própria densidade
populacional, vêm se combinando e criando entraves à economia global (HART; MILSTEIN, 2004, p.
65).
Os primeiros movimentos em torno do Desenvolvimento Sustentável surgem já nas décadas de
1970 e 1980, frutos da insatisfação com as desigualdades sociais e com a degradação ambiental
decorrentes de falhas dos mercados e das externalidades negativas que foram compreendidas depois
dos grandes desequilíbrios e crises no cenário mundial. Esses movimentos entendem que os padrões
de produção e consumo nas sociedades capitalistas não poderiam ser mantidos, tendo em vista que
os recursos do planeta são finitos.
19/07/2021 UNINTER - ÉTICA EMPRESARIAL E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 4/22
Assim, segundo Hart (2006), o termo sustentabilidade compreende muitas ideias, questões,
conceitos e práticas. Alguns pesquisadores atribuem o surgimento do conceito a partir do grave
acidente ocorrido em 1986 na usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, quando a explosão de um dos
reatores lançou uma quantidade de radiação equivalente a 500 bombas atômicas de Hiroshima na
atmosfera, levando à evacuação de uma área de mais de 140 mil quilômetros quadrados. Esse grave
acidente provocou danos em mais de 65 mil pessoas e causou aproximadamente 15 mil óbitos,
afetando direta ou indiretamente a 3,5 milhões de habitantes.
A Organização das Nações Unidas (ONU), já alertava desde 1972, na Conferência de Estocolmo (a
ECO-72), sobre o comportamento predatório em relação ao meio ambiente e ao planeta, lançando,
então, o Relatório de Brundtland, intitulado “Nosso Futuro Comum” em 1987. No relatório, a ONU
tece severas críticas à postura dos países desenvolvidos que, em prol do desenvolvimento econômico,
desconsideravam fatores essenciais à sobrevivência dos recursos do planeta e à segurança
populacional.
O relatório frisa que o principal objetivo do desenvolvimento é satisfazer às necessidades e
aspirações humanas. Inclui-se nas necessidades a ideia básica de atendimento aos mais pobres, que
necessitam receber prioridade. Segundo o relatório Brundtland, para que haja um desenvolvimento
sustentável, é preciso que todos tenham as suas necessidades básicas atendidas e lhes sejam
proporcionadas oportunidades de concretizar suas aspirações a uma vida melhor. As necessidades
são determinadas social e culturalmente e o desenvolvimento sustentável requer a promoção de
valores que mantenham os padrões de consumo dentro do limite das possibilidades ecológicas a
que todos podem, de modo razoável, aspirar (CMMAD, 1991).
O efeito provocado pelo alerta da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
deu início a movimentos vinculados a causas sociais e ambientais no mundo todo, tornando-se uma
preocupação de toda a sociedade e uma responsabilidade para o mundo empresarial.
No Brasil, o movimento tornou-se mais intenso a partir da ECO-92, realizada no Rio de Janeiro, e
da Rio +10, realizada em Johanesburgo.
Recentemente, também no Rio de Janeiro, realizou-se a Rio +20, reunião a partir da qual foram
desenvolvidas metas específicas, saindo das rodas dos ambientalistas, abrangendo toda a sociedade
preocupada com o desenvolvimento de ações e estratégias, como o consumo sustentável, a redução
da poluição atmosférica e a proteção dos oceanos.
19/07/2021 UNINTER - ÉTICA EMPRESARIAL E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 5/22
Para tornar o Desenvolvimento Sustentável um conceito aplicável e palpável, a estratégia foi
desagregar seus elementos constitutivos em dimensões. Ignacy Sachs subdividiu o Desenvolvimento
Sustentável em cinco dimensões:
Sustentabilidade social: Trata da consolidação de processos que promovam a equidade na
distribuição dos bens e da renda para melhorar os direitos e as condições de subsistência da
população e reduzir as distâncias entre os padrões de vida dos indivíduos.
Sustentabilidade econômica: Possibilita a alocação e a gestão eficiente de recursos
produtivos, bem como o fluxo regular de investimentos públicos e privados.
Sustentabilidade ecológica: Refere-se às ações para aumentara capacidade de carga do
planeta e evitar danos ao meio ambiente.
Sustentabilidade espacial: Refere-se a uma configuração rural-urbana equilibrada e a uma
melhor solução para assentamentos humanos.
Sustentabilidade cultural: Refere-se ao respeito pela pluralidade de soluções particulares
apropriadas às especificidades de cada ecossistema de cada cultura.
Porém, como mola propulsora do capitalismo, as organizações deveriam ser inseridas no
processo de mudança para que pudéssemos absorver efetivamente os benefícios desse novo
processo e o conceito saísse do papel e fosse efetivamente aplicado.
Uma organização sustentável é aquela que procura incorporar os conceitos e objetivos
relacionados com o Desenvolvimento Sustentável nas suas políticas e práticas de modo
consistente. É a que, simultaneamente, procura ser eficiente em termos econômicos, respeitar a
capacidade de suporte do meio ambiente e ser instrumento de justiça social, promovendo a
inclusão social, a proteção às minorias e grupos vulneráveis, o equilíbrio entre os gêneros dentre
outros. Contribuir para o desenvolvimento Sustentável é o objetivo dessa empresa e a
responsabilidade social, o meio para tornar sua contribuição efetiva (Baribieri e Cajazeira, 2012, p.
68)
As organizações comprometidas com o Desenvolvimento Sustentável, apresentam relatórios
corporativos que, por enquanto, são voluntários. Atualmente, na Europa Ocidental, 68% das
multinacionais fazem esse tipo de relatório e, nos Estados Unidos, mesmo a percentagem sendo
menor (41%), há um crescimento vertiginoso. Em todos os casos, as empresas que apresentam esta
19/07/2021 UNINTER - ÉTICA EMPRESARIAL E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 6/22
conta tripla de resultados perceberam, antes de outras, que no futuro imediato o consumidor se
tornará cada vez mais responsável e exigirá saber qual é o impacto econômico, ambiental e social que
geram os produtos que compra.
A Sustentabilidade Empresarial, como não poderia ser diferente, adota medidas de desempenho
que levam conta alguns indicadores, objetivos e metas. Os indicadores empresariais de
sustentabilidade estão atualmente divididos em categorias (indicadores ambientais, econômicos,
sociais e institucionais), mas o assunto é bastante abrangente.
No Brasil, dentre as medidas e relatórios mais conhecidos constam os indicadores do Instituto
Ethos, os indicadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e os Indicadores de
Sustentabilidade (ORBIS).
Além desses indicadores, existe, ainda, o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), que foi
criado pela Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) em 2005 e busca oferecer aos investidores uma
19/07/2021 UNINTER - ÉTICA EMPRESARIAL E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 7/22
opção de carteira composta por ações de empresas reconhecidamente comprometidas com a
responsabilidade social e a sustentabilidade empresarial.
TEMA 2 - IMPACTOS, FORÇAS E MEGAFORÇAS
Conforme vimos, a Sustentabilidade Empresarial busca suprir falhas de mercado, sendo que em
seus objetivos visa à busca de soluções para atender às demandas sociais, ambientais e econômicas
do mercado, tendo como alvo final todos os stakeholders, ou seja, todos aqueles que se relacionam
com a empresa.
A questão social vem sendo uma preocupação mundial, e, nesse sentido, as empresas são
chamadas a resolver problemas globais que o Estado não conseguiu resolver sozinho.
Embora a Sustentabilidade Empresarial ainda não seja uma preocupação central na maioria das
organizações (principalmente por ser vista como algo que provoca um aumento nos custos de
operação e nos preços de venda), o próprio comportamento do consumidor, preocupado com as
questões socioambientais, tem sido o gatilho para que o assunto seja prioritário nas agendas de
muitas corporações pelo mundo.
Mas, o que é a Responsabilidade Social Empresarial?
De acordo com a Fundação Prêmio Nacional da Qualidade, Responsabilidade Social Empresarial
é o relacionamento ético e transparente da organização com os stakeholders, visando o
desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para
gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais.
Porém, o conceito de Responsabilidade Social Empresarial não diz respeito à filantropia que
muitas empresas praticavam antes do surgimento dos novos e estratégicos conceitos. A ênfase, hoje,
recai sobre a forma como as empresas conduzem seus negócios, tornando-se parceiras e
corresponsáveis no desenvolvimento social.
A Filantropia não prevê retorno, apenas doação. Já a Responsabilidade Social Empresarial, diz
respeito às atitudes tomadas tendo em vista todos os stakeholders (acionistas, colaboradores,
prestadores de serviço, fornecedores, consumidores, comunidade e governo), promovendo a
cidadania e o desenvolvimento social e transformando a forma pela qual os negócios são conduzidos,
19/07/2021 UNINTER - ÉTICA EMPRESARIAL E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 8/22
de forma a preservar os recursos ambientais e a buscar o equilíbrio das diferenças sociais. Desse
ponto de vista, podemos então dizer que a Filantropia está muito aquém da Responsabilidade Social
Empresarial.
Segundo estudo realizado em 2012 por uma consultoria norte-americana, a KPMG, existem dez
megaforças que podem causar impactos significativos nos negócios até aproximadamente 2032,
aumentando, assim, a complexidade do ambiente de negócios. Conheça, a seguir, cada uma das dez
megaforças:
1. A primeira megaforça pode impactar diretamente em todas as demais. As estimativas de
perdas anuais devido às mudanças climáticas variam de 1% a 5% ao ano, se os formuladores
de políticas não agirem rapidamente. Essas perdas afetam diretamente a empresa, bem como a
humanidade. As perdas não são apenas empresariais. Afetam o indivíduo como um todo.
2. No que diz respeito à segunda megaforça, entendida como energia e combustíveis, os
mercados de combustíveis fósseis tendem a se tornar mais voláteis e imprevisíveis, devido à
maior demanda global por energia; às mudanças no padrão geográfico de consumo; às
incertezas de fornecimento e consumo e ao aumento de intervenções regulatórias relacionadas
às mudanças climáticas. Esse mercado precisa inovar para que, num futuro próximo, possamos
sobreviver sem sua utilização em massa.
3. No que diz respeito à escassez, podemos ter escassez de recursos materiais e de água. A
escassez de recursos materiais pode ser entendida a partir do aumento do consumo e da
demanda pelos insumos na produção. Como os países em desenvolvimento se industrializam
rapidamente, a demanda global por recursos materiais deve aumentar drasticamente. Os
negócios devem enfrentar restrições comerciais crescentes e intensa competição global por
uma ampla gama de recursos que se tornam menos disponíveis. Porém, a escassez também
proporciona possibilidades de inovação, otimizando a utilização desses materiais e sua
substituição ou, ainda, sua recuperação a partir de resíduos.
4. Já no que diz respeito a escassez de água, a previsão é de que, em 2030, a demanda global por
água fresca excederá as provisões em 40%. As empresas estarão vulneráveis ao racionamento
de água, à queda da qualidade da água, à volatilidade dos preços da água e a riscos de
reputação.
5. O crescimento da população é a quinta megaforça e estima-se que a população mundial
deva alcançar 8,4 bilhões em 2032, afetando as megaforças da escassez. Dessa forma, deixará os
19/07/2021 UNINTER - ÉTICA EMPRESARIAL E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 9/22
ecossistemas e o fornecimento de recursos naturais (como comida, água, energia e materiais)
sob pressão intensa. Se, por um lado, isso é uma ameaça aos negócios, também há
oportunidades de crescimento do comércio, de geração de empregose de criação de inovações
para atender às necessidades de agricultura, saneamento, educação, tecnologia, finanças e
saúde da população.
6. A sexta megaforça é a riqueza. Estima-se que a classe média global (definida pela OCDE como
indivíduos com rendimento disponível entre US$ 10 e US$ 100 per capita ao dia) cresça 172%
entre 2010 e 2030. O desafio para as empresas é atender a esse novo mercado de classe média
em uma época em que os recursos tendem a ser mais escassos e voláteis.
7. A urbanização é a sétima megaforça. Até 2030 estima-se que todas as regiões em
desenvolvimento – incluindo a Ásia e a África – devem ter a maioria de seus habitantes vivendo
em áreas urbanas. Praticamente todo o crescimento populacional, nos próximos 30 anos, será
nas cidades. Essas cidades exigirão melhorias extensas na infraestrutura, incluindo construção,
fornecimento de água e saneamento, eletricidade, gestão de resíduos, transporte, saúde,
segurança pública e conectividade de Internet e telefonia.
8. A segurança alimentar é a oitava megaforça. Nas próximas duas décadas, o sistema global de
produção de alimentos estará sob crescente pressão das “megaforças”, incluindo o crescimento
populacional, escassez de água e desmatamento. Os preços globais de alimentos devem
aumentar de 70% a 90% até 2030. Em regiões com escassez de água, os produtores agrícolas
provavelmente terão que competir por provisões com outras indústrias que exigem muita água
(como utilidades elétricas e mineração) e com consumidores. Será necessária uma intervenção
para reverter o crescimento da escassez localizada de alimentos (o número de pessoas
cronicamente subnutridas subiu de 842 milhões, no final dos anos 1990, para mais de 1 bilhão,
em 2009).
9. A nona megaforça é o declínio do ecossistema. Historicamente, o principal risco para os
negócios no declínio dos serviços de biodiversidade e ecossistema tem sido a reputação das
corporações. No entanto, como ecossistemas globais mostram crescentes sinais de colapso e
estresse, um número maior de companhias está percebendo o quanto suas operações
dependem dos serviços críticos que esses ecossistemas fornecem. O declínio dos ecossistemas
está tornando os recursos naturais mais escassos, mais caros e menos diversificados,
aumentando os custos da água e intensificando o dano causado por espécies invasivas em
setores como agricultura, pesca, alimentação, bebidas, medicamentos e turismo.
19/07/2021 UNINTER - ÉTICA EMPRESARIAL E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 10/22
10. Por fim, a décima megaforça é o desmatamento. Florestas são grandes negócios: produtos de
madeira movimentaram US$ 100 bilhões por ano entre 2003 e 2007 e o valor de outros
produtos derivados das florestas (em sua maioria alimentos) foi estimado em US$ 18,5 bilhões
em 2005. No entanto, a OCDE prevê que as áreas florestais irão diminuir 13%, entre 2005 e
2030, principalmente no sul da Ásia e da África. Pressão por parte dos órgãos regulamentadores
e da sociedade pode impor mudanças comportamentais nessas empresas. Oportunidades de
negócios devem surgir a partir do desenvolvimento de mecanismos de mercado e incentivos
econômicos para reduzir o desmatamento.
Conforme apontado pelo estudo, no período entre os anos de 2002 e 2010, os custos ambientais
externos de empresas de onze setores subiram cerca de 50% (de US$ 566 bilhões para US$ 846
bilhões). Além disso, se fossem pagar todo o custo ambiental de sua produção, as empresas
perderiam, a cada dólar ganho, cerca de US$ 0,41. Transformada em números – e diante da noção da
não perenidade dos recursos naturais – a Responsabilidade Social, diferentemente de um modismo
qualquer, assume o aspecto de uma forma de investimento que, no final, poderá assegurar o futuro
das organizações!
“Sem ação e planejamento estratégicos, os riscos se multiplicarão e serão perdidas oportunidades.
As corporações estão reconhecendo que há valor e oportunidade na responsabilidade que vai além
dos resultados do próximo trimestre, e que o que é bom para as pessoas e para o planeta também
pode ser bom para os resultados no longo prazo e para a geração de valor aos acionistas”, avalia
Yvo de Boer no relatório da KPMG.
Assim, soluções para as megaforças devem ser aprimoradas e identificadas pelas organizações.
TEMA 3 - SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL E A GESTÃO DO
CONHECIMENTO
Pudemos entender que a Sustentabilidade Empresarial é fator importante para o sucesso da
organização, bem como os desafios que se apresentam nos dias atuais. Para tanto, colaboradores,
comunidade, dentre outros, devem conhecer seu potencial transformador, entrando em cena a
Gestão do Conhecimento. Assim, entendemos que a Gestão do Conhecimento afeta positivamente a
Sustentabilidade Empresarial podendo obter resultados positivos, tanto no curto quanto no longo
prazo.
19/07/2021 UNINTER - ÉTICA EMPRESARIAL E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 11/22
O fato é que, se, por um lado, o grande desafio desse século é promover o desenvolvimento
sustentável, tema ainda recente em nosso contexto globalizado, por outro, a própria falta de
conhecimento e de dados históricos é um desafio. A gestão do conhecimento é um termo
amplamente utilizado pelas empresas para referir-se à tomada de decisões estratégicas, e, em se
tratando das práticas sustentáveis, será necessário aplicá-lo cada vez mais.
O conhecimento é um elemento importante no processo de transformação das empresas, sob
qualquer ótica, principalmente a partir do momento que a competitividade ficou bastante acirrada
diante do papel presente e efetivo da globalização no processo produtivo, em que praticamente
inexistem diferenças em relação ao preço e à qualidade (RODRIGUEZ, 2002).
Para Sabbag (2007) podemos definir Gestão do Conhecimento como um sistema integrado
que desenvolve saberes e competências coletivas, utilizáveis pelas organizações e pessoas,
visando ampliar o capital intelectual.
Um dos maiores desafios nos dias atuais é formar gestores sustentáveis, que tenham em suas
práticas de Responsabilidade Social Empresarial a visão sustentável como uma estratégia que esteja
alinhada com o lucro, ou seja, que colabore com o lucro.
Por meio de um processo orientado à gestão do conhecimento, as empresas poderão capturar,
organizar, utilizar e disseminar informações voltadas à transformação social. Dessa forma, terão como
analisar e decidir questões que envolvam a necessidade de capacitação de funcionários e de
implementação de indicadores, tecnologias e inovações.
Neste ponto, podemos destacar que o ponto fundamental pode ser caracterizado como aquele
relacionado a mudanças culturais nas empresas – e, neste ponto, os investimentos em capacitação e
treinamento são fatores importantes. Podemos destacar a importância das palestras de
conscientização social, ambiental e econômico e até mesmo treinamentos específicos acerca da
inovação e sustentabilidade – fatores fundamentais, inclusive, para a disseminação do conhecimento
e do engajamento corporativo.
Existem ferramentas que auxiliam na Gestão do Conhecimento e na sua maioria, as empresas
têm utilizado as chamadas “melhores práticas” como uma das primeiras fases para a implementação
de um processo de Gestão do Conhecimento.
19/07/2021 UNINTER - ÉTICA EMPRESARIAL E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 12/22
Podemos destacar que as “Melhores Práticas” são algumas ferramentas que auxiliam na Gestão
do Conhecimento. Assim, incialmente, tem-se a definição destas melhores práticas visando contribuir
para a organização nos seguintes requisitos: otimização de recursos que poderão ser direcionados
para novas práticas, aumentando assim a produtividade; identificação e substituição de práticas
organizacionais pouco ou nada eficientes e improdutivas, reduzindo assim o índice de retrabalho;
equiparação do conhecimento, propiciando que funcionários de menornível ou rendimento
aprendam com aqueles que já adotaram práticas mais eficientes.
A Gestão do Conhecimento visando a contribuição para uma cultura sustentável dentro das
organizações vem se tornando uma prática de Governança Corporativa, por meio da qual as
empresas extrapolam suas preocupações com a viabilidade econômica e passam a se preocupar com
todos os stakeholders a ela ligados ou por ela afetados.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC):
Governança Corporativa é o sistema pelo qual as organizações são dirigidas, monitoradas e
incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre proprietários, Conselhos de Administração,
diretorias e órgãos de controle. As boas práticas de governança corporativa convertem princípios
em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor
da organização, facilitando seu acesso ao capital e contribuindo para a sua longevidade (IBGC,
2010).
A governança está relacionada com a autogestão de uma empresa e representa três elementos
principais: a preocupação com a prestação de contas, a transparência nos resultados e a proteção de
acionistas minoritários. Assim sendo, uma empresa sustentável é aquela que gera lucros para seus
acionistas e melhora a qualidade de vida de todos os stakeholders.
Segundo relatório da Bovespa (2009), do ponto de vista da governança, as empresas podem ser
enquadradas em dois níveis:
As de nível 1 devem adotar práticas que favoreçam a transparência e o acesso às informações
pelos investidores;
As de nível 2, além das características contidas no nível 1, devem adotar um conjunto amplo de
práticas de governança e de direitos adicionais para os acionistas minoritários.
Assim, podemos dizer que a Gestão do Conhecimento contribui para a Sustentabilidade na
medida em que, como medida de mudança cultural, as organizações dotam-se da Governança
19/07/2021 UNINTER - ÉTICA EMPRESARIAL E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 13/22
Corporativa e da melhoria contínua, contribuindo com a Responsabilidade Social Empresarial.
Podemos perceber, então, que a governança corporativa é forte aliada da Sustentabilidade.
TEMA 4 - SUSTENTABILIDADE NAS ESTRATÉGIAS EMPRESARIAIS
A organização Uniethos, em meados de 2012 lançou, na Conferência Internacional Ethos os
resultados da pesquisa “Estratégias empresariais para a sustentabilidade no Brasil”, realizada em 2011
com as 100 maiores empresas do país e com o conjunto de organizações associadas ao Instituto
Ethos, caracterizado como uma organização da sociedade civil de interesse público que tem como
objetivo mobilizar, sensibilizar e ajudar as empresas a gerir seus negócios.
Na pesquisa foram analisadas 250 empresas de todos os portes e segmentos na tentativa de
mapear o processo de incorporação da Sustentabilidade em suas estratégias de negócios, avaliando a
profundidade e abrangência das estratégias adotadas.
Dada a importância dessas estratégias na competitividade, nos custos etc. os principais
resultados foram:
15% das empresas avaliam os impactos que as ações sustentáveis têm sobre os custos;
20% medem os impactos na competitividade;
69% entendem que a inserção da sustentabilidade no planejamento estratégico é uma
necessidade;
68% desenvolvem algum tipo de relacionamento com os grupos de interesse de seu setor;
23% desenvolvem projetos sustentáveis de forma contínua, fazendo parcerias, discutindo novos
produtos ou detendo-se em processos efetivamente mais engajados.
Na tentativa de identificar qual o impacto dessas estratégias em ações que geraram inovação, os
resultados foram:
14% das empresas promoveram inovações em sustentabilidade;
36% do total de empresas pesquisadas criaram sistemas integrados de gestão para coordenar
as ações de sustentabilidade em todas as áreas;
60% das empresas criaram comitês para alinhar as áreas de negócios com as de
sustentabilidade.
19/07/2021 UNINTER - ÉTICA EMPRESARIAL E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 14/22
A pesquisa do Instituto Ethos possibilitou clarear a direção no Brasil da inserção da
sustentabilidade no planejamento estratégico das empresas, demonstrando que há um avanço
significativo e que o tema tem sido considerado nos negócios corporativos. Percebemos que o
Brasil tem avançado, seguindo algumas tendências internacionais.
Hoje, há a preocupação em ir ao encontro dos interesses da sociedade e dos consumidores,
atendendo-os em suas demandas com uma estratégia de inovação e redução de custos por meio de
processos mais eficientes, possibilitando que as empresas se tornem mais competitivas.
Assim, percebemos que a adoção de estratégias voltadas para a Sustentabilidade, se
implementadas adequadamente, em conjunto com a adoção de inovações que proporcionem
redução de custo, tornam as empresas mais competitivas.
Porém fica a pergunta:
Que tipos de estratégias as empresas estão utilizando?
No Guia EXAME 2015, foram apresentadas 68 empresas consideradas modelo de
Sustentabilidade e de Responsabilidade Social Empresarial, com destaque especial para as
companhias com as melhores práticas em cada um dos setores analisados. Além disso, a revista
EXAME destacou as companhias com as melhores práticas em 10 categorias:
1. Governança de Sustentabilidade;
2. Direitos Humanos;
3. Mudanças Climáticas;
4. Relação com a Comunidade;
5. Relação com Clientes;
6. Gestão de Fornecedores;
7. Gestão de Água;
8. Gestão de Biodiversidade;
9. Gestão de Resíduo;
10. Ética e Transparência.
Alguns destaques foram:
19/07/2021 UNINTER - ÉTICA EMPRESARIAL E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 15/22
Agronegócio: Bunge 
O agronegócio é uma atividade sedenta por água, um recurso cada vez mais escasso. Atenta à
questão, a Bunge resolveu investir em duas frentes para reduzir o consumo do insumo. Apostou
em programas de educação, como o “Colaborador Sustentável”, que busca conscientizar os
funcionários, e no uso de água de reuso em caldeiras e torres de resfriamento em Jaguaré. 
Resultado: entre 2012 e 2014, o projeto-piloto ajudou a reduzir em 40% o consumo de água no
processo produtivo. Uma mudança positiva que já está sendo adotada em outras fábricas da
empresa.
Farmacêutica: Eurofarma 
O laboratório Eurofarma pesquisa uma solução para descontaminar plásticos e vidros de
remédios classificados como perigosos a fim de viabilizar a reciclagem desses materiais. 
No ano passado, 91% dos resíduos do processo produtivo foram fornecidos a cimenteiras para
alimentar fornos e gerar energia. Na dimensão social, a empresa investe em projetos culturais,
esportivos e educacionais. Um dos mais relevantes é o centro técnico de enfermagem que
custeia até três anos de formação de jovens carentes.
Mas, para que essas estratégias possam possibilitar retorno para a organização e para a
sociedade, adotar o pensamento sistêmico em conjunto com a visão estratégica torna-se primordial.
O pensamento sistêmico busca inserir na visão estratégica o todo, ou seja, existe ligação entre a
ciência (a razão), a arte (a sensação), a filosofia (o sentimento) e a transcendência (a intuição), já que
tudo está ligado a tudo.
Nesse sentido, o Pensamento Sistêmico é a abordagem fundamental para pensar fora do padrão,
pois a formação de uma visão integrada de produção, economia, sociedade, cultura e ambiente
natural envolve inúmeras variáveis.
Pensar sistemicamente é olhar para todo o processo e não as para partes dele. É medir todos os
impactos que uma determinada ação ou decisão empresarial causa, considerando presente, passado
e futuro por meio das lições aprendidas e da adoção de melhorias. É levar em conta não somente os
interesses empresariais, mas de todos, inclusive da sociedade.
Vamos apresentar o caso da Natura, para analisarmos qual seria o desempenho e a
aplicabilidade do pensamento sistêmico aplicado na prática?
19/07/2021 UNINTER- ÉTICA EMPRESARIAL E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 16/22
De acordo com a Natura, o pensamento sistêmico permeia todas as suas decisões e ações
estratégicas. A empresa acredita que os resultados sustentáveis foram atingidos por meio das
relações de qualidade que estabeleceu em todos os níveis nos quais atua e com todos os públicos
com os quais mantém contato – consultores, fornecedores e sociedade, incluindo aí os seus
consumidores. Segundo a empresa, seus dirigentes e funcionários buscam criar valores para a
sociedade como um todo, gerando resultados integrados nas dimensões econômica, social e
ambiental.
Seus maiores desafios corporativos a serem sistematicamente pensados são: maximização do
lucro, recomposição dos recursos naturais finitos e distribuição da riqueza. O modelo de negócios da
Natura é baseado em uma promoção do crescimento econômico de forma compatível com o
desenvolvimento social e o uso responsável dos recursos ambientais.
Ainda no que diz respeito à responsabilidade social, a Natura estimula o desenvolvimento
pessoal, material e profissional de suas consultoras, encorajando-as a tornarem-se agentes de
transformação, contribuindo, portanto, para a disseminação do conceito de bem-estar e para a
construção de uma sociedade mais próspera, justa e solidária. Assim, podemos perceber que a
Natura, ao se preocupar com suas consultoras transformando-as em agentes de transformação,
contribui com o todo e não apenas com as partes.
O pensamento sistêmico, de uma forma geral, pode ser definido como uma nova forma de
percepção da realidade. Segundo Capra (1996) quanto mais são estudados os problemas de nossa
época, mais se percebe que eles não podem ser entendidos isoladamente. São problemas sistêmicos,
o que significa que estão interligados e são interdependentes.
Deve-se sempre partir do princípio de que o todo é mais do que a soma das partes, tendo o
sistema como um todo integrado cujas propriedades essenciais surgem das inter-relações entre as
partes.
Entender a realidade sinteticamente significa colocá-la dentro de um contexto e
estabelecer a natureza de suas relações.
Um passo importante a ser dado em nossa sociedade é a aceitação do pensamento sistêmico,
uma vez que o ser humano e a própria ciência criaram preconceitos com a visão holística e sistêmica
e, com isso, estabeleceram divergências difíceis de serem superadas.
19/07/2021 UNINTER - ÉTICA EMPRESARIAL E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 17/22
Porém é necessária uma ruptura nesse modo de pensar para que possamos de fato agir dentro
das exigências de um mundo sustentável!
TEMA 5 - RELAÇÕES ENTRE AS ÁREAS DE CONHECIMENTO E
RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL
O Pensamento Sistêmico deve ser o pensamento norteador das diferentes áreas de uma
organização. Dentro de um contexto de Sustentabilidade Empresarial, a Responsabilidade Social
Empresarial deve envolver as diferentes áreas para atender às demandas de seu público interno
(empresa) e externo (agentes de interesse e de pressão das empresas).
A relação entre as implicações das diferentes áreas do conhecimento com o pensamento
sistêmico, atendendo os diversos públicos-alvo, no âmbito da Responsabilidade Social Empresarial,
busca estabelecer e demonstrar a relação entre ética, Responsabilidade Social Empresarial e
Sustentabilidade Empresarial como princípios norteadores da profissão.
Cabe destacar que a ausência de compromisso na eficiência (utilização dos recursos), na eficácia
(tempo adequado) e na efetividade (mudanças esperadas) dos resultados das intervenções no campo
profissional compromete seriamente os resultados almejados pelas instituições e organizações no
que diz respeito à Responsabilidade Social Empresarial e à Sustentabilidade Empresarial.
Essa situação vem se estabelecendo devido à adoção da perspectiva neoliberal, na qual o Estado
assume funções mínimas e repassa para várias instituições parte de suas funções sociais, com alguns
benefícios fiscais e tributários. Assim, essa perspectiva estabelece a relação entre ética e
responsabilidade social e estabelece a responsabilidade não apenas com o social, mas também com o
socioambiental.
A área de Engenharia tem relação direta com a Responsabilidade Social Empresarial no âmbito
dos programas que estão sob sua gestão. Segundo DA SILVA Filho et al (2011), Engenharia é a ciência
e a profissão que deve absorver conhecimentos matemáticos, técnicos e científicos para aplicá-los no
mundo em que vivemos, a fim de suprir nossas necessidades e favorecer o nosso desenvolvimento.
Um engenheiro deverá ser capaz de criar mecanismos, produtos, processos e estruturas para
poder transformar recursos naturais e não naturais para satisfazer as necessidades humanas.
19/07/2021 UNINTER - ÉTICA EMPRESARIAL E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 18/22
Já na área da Administração, que coordena programas em suas diferentes áreas, atuam sobre a
Responsabilidade Social Empresarial em cada área de sua responsabilidade. Essas áreas e programas,
por sua vez, têm relação direta com seu público interno em termos de orientações gerais dos
processos e produtos e serviços para que os clientes estejam satisfeitos; com os fornecedores de
produtos, diferenciando-se da concorrência e cumprindo todas as legislações relativas à natureza da
sua atividade em conformidade com o meio ambiente.
Além disso, parte dos investimentos realizados nessa área acabam retornando para a
comunidade, por exemplo: o Planejamento e Controle da Produção (PCP) como está organizado para
que todas as atividades da empresa ocorram em conformidade com as metas de responsabilidade
social em termos de impactos ambientais.
Segundo Tinoco e Robles (2006), em Ciências Contábeis a Responsabilidade Social Empresarial
deve estar relacionada à redução/eliminação de passivos ambientais, sociais e das dimensões da
sustentabilidade que tenham impactos na qualidade de vida do público interno, na comunidade, no
meio ambiente, num contexto de otimização econômico-financeira dos processos, produtos e
serviços, desenvolvidos nas diversas unidades das empresas, instituições e organizações, ou seja,
reduzir custos de insumos e matérias-primas em processos produtivos e operacionais a partir de sua
integração com o processo produtivo.
Na área da Gestão de Recursos Humanos, a Responsabilidade Social Empresarial deverá
desenvolver projetos que tenham como foco de atuação programas de desenvolvimento profissional,
visando integrar conhecimentos, competências e habilidades em estruturas em que atitudes
orientadas venham a promover a sustentabilidade das ações dos diferentes públicos-alvo.
Em que medida os programas de gestão de RH levam em consideração qualidade de vida,
valorização do ser humano, público interno (empregados) e externo (comunidade, fornecedores,
consumidores, acionistas), inter-relações entre a organização e estes públicos e as demandas do
mercado nos seus processos de capacitação que redundem num melhor produto e uma melhor
visibilidade da Responsabilidade Social Empresarial da empresa para os seus diferentes públicos-
alvo?
Na área da Gestão de Tecnologia da Informação, a responsabilidade social deverá desenvolver
projetos que tenham por objetivo de atuação programas de comunicação corporativa e de
19/07/2021 UNINTER - ÉTICA EMPRESARIAL E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 19/22
divulgação, para os diferentes públicos-alvo possam tomar decisões acerca dos seus diversos nichos
de mercado numa perspectiva estratégica.
Segundo Britto (2005), os sistemas empresariais dão suporte, em essência, para três camadas da
organização, ou seja, as camadas de suporte tático, gerencial e operacional. Sendo o primeiro aquele
que permite respostas ágeis e acertadas no campo das estratégias organizacionais, o segundo,
possibilita uma melhor integraçãoe colaboração de dados infra e interdepartamentais, melhorando
as respostas de gerenciamento e, por fim, a terceira que admite um melhor controle interno de todas
as atividades organizacionais.
Assim, os projetos de TI devem ser realizados de modo integrado com o conhecimento de
especialistas ou devem ser realizados administrativamente, para cobrir problemas operacionais que
não impactam na responsabilidade social e na sustentabilidade da empresa.
Ao analisarmos a relação entre as áreas de conhecimento e sua atuação na Responsabilidade
Social Empresarial, podemos compreender que a inter-relação é um fator determinante para o
sucesso das práticas adotadas e que a visão sistêmica do todo, colabora com os resultados.
TROCANDO IDEIAS
Você já comprou um produto ou serviço no qual a empresa é eticamente responsável e
adote práticas de Responsabilidade Social Empresarial?
Você pesquisa sobre as ações das empresas antes de comprar um produto?
Você já comprou produtos em sites especializados em produtos de procedência da China?
Provavelmente muitas respostas serão negativas, ou seja, os indivíduos não pesquisam muito
sobre a procedência dos produtos que compram. Porém, se em um noticiário uma empresa for pega
praticando atos ilícitos você continuaria comprando os produtos?
NA PRÁTICA
Samarco, Vale e BHP Billiton são denunciadas em evento internacional
19/07/2021 UNINTER - ÉTICA EMPRESARIAL E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 20/22
Leia a reportagem abaixo de fevereiro de 2016, onde a Samarco e duas controladas Vale e a
anglo-australiana BHP Billiton foram denunciadas pelo rompimento da barragem em Mariana – MG,
que segundo a jornalista Mariana Medeiros, seria o maior crime socioambiental do Brasil. Os danos
do rompimento da barragem, segundo a reportagem, já afetam mais de um milhão de pessoas da
bacia do Rio Doce.
“A denúncia ao exterior foi feita pelo Frei Rodrigo Peret, da Ação Franciscana de Ecologia e
Solidariedade (Afres), durante o evento Alternative Mining Indaba, realizado, na cidade do Cabo,
África do Sul. [...] Desde o dia do rompimento da barragem, em cinco de novembro de 2015,
representantes da sociedade civil organizada fazem alertas e denúncias sobre as violações de
direitos humanos decorrentes do maior desastre da história da mineração no País. [...] Em relatório
divulgado pela Justiça Global, com o título “Vale de Lama”, entidades apontam que as empresas
têm falhado em fornecer respostas rápidas e efetivas nas questões que envolvem o direito à vida, à
água, à moradia, ao trabalho, à saúde e ao meio ambiente. São também relatadas situações de
hostilidade e criminalização de defensores e defensoras de direitos humanos e movimentos sociais”.
Fonte: http://seculodiario.com.br/27223/10/samarco-vale-e-bhp-billiton-sao-denunciadas-em-
evento-internacional. Acesso em: 31/05/2016
A sociedade brasileira ficou indignada com esse crime ambiental, que poderia ter sido evitado –
e isso seria de responsabilidade do poder público, da empresa e dos funcionários envolvidos. O
poder público tem o dever de fiscalizar; a empresa, de manter políticas com padrões de segurança e
os funcionários envolvidos devem ter consciência de suas ações, de modo que a denúncia sempre
pode ser realizada.
Reflita:
Os dirigentes e funcionários da Samarco e o poder público poderiam ter evitado esta
tragédia?
Quais serão as possíveis consequências deste rompimento para os lucros e imagem da
empresa?
SÍNTESE
Nesta aula que está chegando ao fim estudamos alguns aspectos da Sustentabilidade – seus
impactos, forças e megaforças; a Sustentabilidade Empresarial e a Gestão do conhecimento; a
19/07/2021 UNINTER - ÉTICA EMPRESARIAL E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 21/22
sustentabilidade nas estratégias empresariais e as relações entre as áreas de conhecimento e a
responsabilidade social.
Conforme vimos, há distinção entre os conceitos de Desenvolvimento Sustentável,
Sustentabilidade, Sustentabilidade Empresarial e Responsabilidade Social Empresarial, mas todas
abrangem a ética, a consciência da garantia de sobrevivência das próximas gerações, dentre outras
questões.  Por fim, ainda apresentamos a importância do conhecimento e da conscientização para a
efetividade das ações, além de analisarmos o impacto de uma visão sistêmica.
REFERÊNCIAS
BARBIERI, J. C.; CAJAZEIRA, J. E. R. Responsabilidade social empresarial e a empresa
sustentável: da teoria à prática. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
BOER, Y. Expect the Unexpected: building business value in a changing world. Disponível em: htt
p://www.kpmg.com/Global/en/IssuesAndInsights/ArticlesPublications/Documents/building-business-
value.pdf. Acesso em 31/05/2016.
BOVESPA. Nível 1 de Governança Corporativa. 2011. Disponível em: http://www.bmfbovespa.co
m.br/Pdf/Folder_Nivel1.pdf. Acesso em 31/05/2016.
BOVESPA. Nível 2 de Governança Corporativa. 2011. Disponível em: http://www.bmfbovespa.co
m.br/pt-br/servicos/download/Regulamento-de-Listagem-do-Nivel-2.pdf. Acesso em 31/05/2016.
BRITTO, B. N. Ética e Responsabilidade Social Empresarial na utilização da Tecnologia da
Informação. SEGeT – Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia. 2007. Disponível em: http://w
ww.aedb.br/seget/arquivos/artigos07/1413_Etica%20e%20RSE%20no%20uso%20da%20TI.pdf. Acesso
em 31/05/2016.
Capra, F. A teia da vida: uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. São Paulo, 1996.
COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO. Relatório Brundtland:
nosso futuro comum. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1991.
DA SILVA FILHO, N. G. et al. A responsabilidade social na vida de um engenheiro. 2011.
http://www.kpmg.com/Global/en/IssuesAndInsights/ArticlesPublications/Documents/building-business-value.pdf
http://www.bmfbovespa.com.br/Pdf/Folder_Nivel1.pdf
http://www.bmfbovespa.com.br/pt-br/servicos/download/Regulamento-de-Listagem-do-Nivel-2.pdf
http://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos07/1413_Etica%20e%20RSE%20no%20uso%20da%20TI.pdf
19/07/2021 UNINTER - ÉTICA EMPRESARIAL E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 22/22
HART, S. L.; MILSTEIN, M. B. Criando valor sustentável. RAE Executive, v. 3, n. 2, p. 65-79,
maio/jul. 2004.
HART, S. L. O capitalismo na encruzilhada: as inúmeras oportunidades de negócios na solução
dos problemas mais difíceis do mundo. Porto Alegre: Bookman, 2006.
IBCG. Código das melhores práticas de Governança Corporativa – 2010. Disponível em: htt
p://www.ibgc.org.br/userfiles/Codigo_julho_2010_a4.pdf. Acesso em 31/05/2016.
KPMG. Relatório de sustentabilidade – 2012. Disponível em: http://www.kpmg.com/br/pt/estud
os_analises/artigosepublicacoes/documents/cidadania-corporativa/relatorio_sustentabilidade_final_po
rt_completo.pdf. Acesso em 31/05/2016.
RODRIGUEZ, M. V. R. Gestão Empresarial – Organizações que aprendem. Rio de Janeiro:
Qualitymark: 2002.
SABBAG, P. Y. Espirais do conhecimento: ativando indivíduos, grupos e organizações. São Paulo:
Saraiva, 2007.
http://www.ibgc.org.br/userfiles/Codigo_julho_2010_a4.pdf
http://www.kpmg.com/br/pt/estudos_analises/artigosepublicacoes/documents/cidadania-corporativa/relatorio_sustentabilidade_final_port_completo.pdf

Outros materiais