Buscar

AULA 05 CONTABILIDADE DE CUSTOS - SISTEMAS DE CUSTEIO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CONTABILIDADE DE CUSTOS 
AULA 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Ivanildo Viana Moura 
 
 
CONVERSA INICIAL 
Olá, aluno. Tudo bem? Essa é a nossa quinta aula de contabilidade de 
custos. Na aula de hoje, vamos conhecer os métodos de custeio, que são 
utilizados para a alocação dos custos de produtos. Para tanto, trabalharemos os 
seguintes tópicos: 
 Sistema de Custeio Direto 
 Sistema de Custeio por Absorção 
 Sistema de Custeio Baseado em Atividades (ABC) 
 Sistema de Custeio RKW 
 Custos em entidades comerciais e prestadoras de serviços 
Aproveite a leitura e pratique os conhecimentos adquiridos resolvendo os 
exercícios. Lembre-se, a melhor maneira de aprender é praticando. 
Bons estudos! 
CONTEXTUALIZANDO 
Conforme vimos nas aulas anteriores, a apropriação dos custos aos 
produtos é um fator de maior complexidade nas empresas, visto o problema da 
subjetividade que existe em decorrência da arbitrariedade. Por conta disso, 
existem os métodos de custeio que visam diminuir essa subjetividade, cada um 
com suas formas de alocação diferenciadas, mas que possuem como ponto em 
comum a tentativa de diminuição da subjetividade. 
Mas afinal, o que são métodos de custeio? Para entender o assunto, 
vamos primeiro entender o que é custear. Nas palavras de Crepaldi e Crepaldi 
(2018, p. 151): 
Custear significa “acumular, determinar custos”. Custeio ou 
custeamento são métodos de apuração de custos, maneiras segundo 
as quais procedimentos a acumulação e a apuração dos custos. A 
aplicação desses sistemas deverá ser coerente com o tipo de empresa, 
as características de suas atividades, suas necessidades gerenciais e, 
evidentemente, o custo benefício resultante do sistema adotado. 
Complementarmente, Padoveze (2010, p. 351), contextualiza: 
“custeamento do produto é o processo de identificar o custo unitário de um 
produto ou serviço ou de todos os produtos e serviços de uma empresa, partindo 
do total de custos diretos e indiretos”. 
 
 
Esses métodos surgiram com o intuito de ajudar nos processos, 
principalmente na mensuração dos fatores de produção e na avaliação dos 
estoques. Conforme Souza e Clemente (2011, p. 56) “os sistemas de custeio 
continuam orientados pelos mesmos objetivos que lhes deram origem: mensurar 
custos de produtos, avaliar estoques e avaliar resultados operacionais”. 
Agora que já sabemos o que são os métodos de custeio, é hora de 
começarmos a entender o funcionamento de cada um deles, e descobrir as suas 
especificidades e utilidades no contexto empresarial. 
TEMA 1 – SISTEMA DE CUSTEIO DIRETO 
O sistema de custeio direto é assim chamado pelo fato de tomar dos 
produtos somente os custos diretamente relacionados a eles, ou seja, somente 
os gastos classificados como custos diretos de produção. Nesse sentido, 
considerando as características dos custos diretos, que podem ser diretamente 
associados às unidades produzidas, entre os principais itens podemos citar 
matéria-prima, embalagens e mão de obra direta. Portanto, os custos diretos 
também variam de acordo com a produção. Por esse motivo, o custeio direto é 
também conhecido como custeio variável. Stark (2007, p. 167) afirma que “por 
esse critério, então, apenas entrarão na composição do custo aqueles 
componentes relacionados exclusivamente quando e enquanto a empresa 
estiver em atividade, isto é, os custos variáveis”. Assim, considerando que os 
custos são gastos que se dividem em fixos e variáveis quanto ao volume de 
produção, Crepaldi e Crepaldi (2018, p. 117) apresentam a distinção entre gastos 
variáveis e gastos fixos: 
O termo gastos variáveis designa os custos que, em valor absoluto, 
são proporcionais ao volume da produção, isto é, oscilam na razão 
direta dos aumentos ou reduções das quantidades produzidas. O termo 
gastos fixos designa os custos que, em valor absoluto, são estáveis, 
isto é, não sofrem oscilações proporcionais ao volume da produção, 
dentro de certos limites. 
Conforme a definição supracitada, embora ambos os gastos sejam 
classificados como custos, o comportamento deles em referência à produção faz 
com que sejam tratados de forma diferente quando da apropriação pelo critério 
do custeio variável. Mas se ambos são custos, qual é a lógica de apropriação 
desse critério? 
 
 
Stark (2007, p. 166) contextualiza que “os custos fixos são considerados 
como não tendo origem na atividade produtiva em si, mas sim como elementos 
alheios à produção cuja existência permanece até mesmo em períodos de 
ausência de atividades”. Corroborando o autor supracitado, Megliorini (2011) 
explica que um dos motivos que contribuem para que os custos fixos não sejam 
apropriados aos produtos é o fato de eles serem decorrentes de recursos 
necessários para manter a estrutura da produção, não sendo decorrentes de 
recursos consumidos por produtos em fabricação. Vejamos o que estabelecem 
Crepaldi e Crepaldi (2018, p. 117): 
A defesa do custeio variável repousa nos seguintes argumentos 
principais: Os custos fixos, por sua própria natureza, existem 
independentemente da fabricação ou não de determinado produto ou 
do aumento ou redução (dentro de certa faixa) da quantidade 
produzida. Os custos fixos podem ser encarados como encargos 
necessários pra que a empresa tenha condições de produzir e não 
como encargo de um produto específico; por não estarem vinculados 
a nenhum produto específico ou a uma unidade de produção eles 
sempre são distribuídos aos produtos por meio de critérios de rateio, 
que contêm em maior ou menor grau, a arbitrariedade. 
Segundo o exposto, a justificativa para que o critério de custeio direto trate 
como custo de período somente os custos diretos é o fato de os custos indiretos 
estarem relacionados à estrutura produtiva – a empresa nestes incorre em tais 
gastos mesmo que não haja produção. 
Mas se os custos fixos não são tratados como custos, como são 
classificados? De acordo com Martins (2010), os custos fixos são separados e 
considerados como despesas do período; dessa forma, eles não são ativados 
pela composição dos custos de formação de estoques. Pelo contrário: são 
lançados diretamente contra o resultado. Para um melhor entendimento do 
funcionamento do método de custeio variável, apresentamos um esquema na 
Figura 1. 
 
 
 
Figura 1 - Esquema do Custeio Variável 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.1 Custeio Variável na Tomada de Decisão 
Conforme comentamos no Tema 5 da Aula 1, a contabilidade de custos é 
influenciada pela legislação, uma vez que suas práticas devem seguir as leis e 
as normas vigentes, pertinentes ao custeamento e à avaliação de estoques. 
Nesse sentido, um ponto importante a ser mencionado sobre o custeio variável 
é que ele não é aceito para fins fiscais. Conforme Leone (2006, p. 323) 
O critério do custeio variável não é aceito legalmente. As disposições 
legais que tratam da apuração dos custos de produtos e serviços são 
unânimes em impor o uso do critério do custeio por absorção [...] Dois 
de nossos mais importantes diplomas legais – a Lei das Sociedades 
por Ações e o Regulamento do Imposto de Renda – obrigam 
explicitamente as empresas a usar o custo por absorção, ainda que de 
forma parcial. 
Ainda conforme o assunto tratado no Tema 5 da Aula 1, a lei determina 
que sejam alocados aos produtos todos os custos incorridos no processo de 
fabricação (fixos, variáveis, diretos e indiretos), o que nos leva ao método de 
Custos 
Variáveis 
Produto A 
Produto B 
Produto C 
Estoque 
Custo dos Produtos 
Vendidos 
Resultado 
Fixos Despesas 
Vendas 
 
 
custeio por absorção, também conhecido como custeio integral. Trata-se do 
método aceito pela legislação fiscal do Brasil. Se há métodos não aceitos pela 
legislação, para que servem então? Conforme Bornia (2017, p. 35-36): 
podemos dizer que o custeio variável está relacionado principalmente 
com a utilização de custos para o apoio a decisões de curtoprazo, 
quando os custos variáveis tornam-se relevantes e os custos fixos, 
não. Podemos visualiza o modelo do custeio variável imaginando a 
empresa como se fosse uma máquina.Para essa máquina funcionar no 
período considerado, é necessário cobrir os custos fixos, 
independentemente do que for produzido [...]. As decisões da empresa 
estão relacionadas a quanto produzir de cada artigo de modo a tirar o 
máximo proveito da situação. Nesse caso, os únicos custos relevantes 
são os variáveis, pois os custos fixos independem da produção. 
Diante do exposto, o autor nos leva a um dos principais fundamentos do 
custeio variável, que é a questão de seu para a tomada de decisões. Perceba 
que um ponto primordial nas palavras do autor é a questão de que “é necessário 
cobrir os custos fixos, independentemente do que for produzido”. Assim, 
chegamos ao conceito de análise, Custo Volume Lucro (CVL), que tem origem 
no custeio variável. A CVL aborda alguns conceitos, sendo os principais: 
 Margem de contribuição (MC) 
 Ponto de equilíbrio (PE) 
O conceito de MC é utilizado como um dos principais instrumentos da 
tomada de decisão na análise CVL. A MC é caracterizada por Crepaldi e Crepaldi 
(2018, p. 127) da seguinte forma: 
Do ponto de vista da análise da margem de contribuição, as despesas 
são classificadas como fixas ou variáveis. Os custos variáveis são 
deduzidos das vendas para obter a margem de contribuição. Os custos 
fixos são subtraídos da margem de contribuição para obter a renda 
líquida. Essa informação ajuda o gerente a (1) decidir se deve diminuir 
ou expandir uma linha de produção, (2) avaliar alternativas 
provenientes da produção, de propagandas especiais, etc., (3) decidir 
sobre estratégias de preço, serviços ou produtos e (4) avaliar o 
desempenho. Por exemplo, a análise da margem de contribuição indica 
como melhorar a utilização da capacidade da empresa, como formular 
o preço para uma concorrência e se deve aceitar um pedido mesmo 
que o preço de venda seja menor do que o preço menor. 
Por outro lado, temos também outro conceito importante, que é o ponto 
de equilíbrio, o qual é caracterizado por Crepaldi e Crepaldi (2018, p. 129) da 
seguinte forma: 
Antes que seu negócio possa gerar lucro, devemos entender o conceito 
de equilíbrio. Para alcançar o equilíbrio nas linhas de produção e/ou 
serviço do departamento, deveremos calcular o volume de vendas 
 
 
necessário para cobrir os custos e como usar essa informação. 
Devemos também, entender como os custos reagem com as 
mudanças de volume. 
Não nos aprofundaremos nos conceitos de MC e PE; os trouxemos 
apenas para mostrar que o custeio variável é de suma importância no contexto 
gerencial, dado que fornece ferramentas adicionais que subsidiam a tomada de 
decisão dos gestores das empresas. 
Com base em tudo o que foi exposto, sabemos que o custeio direto 
somente apropria aos produtos os custos variáveis; você deve estar se 
perguntando: como é feita a apuração dos custos pelo método do custeio 
variável? De acordo com Crepaldi e Crepaldi (2018 p. 158), “nesse método, o 
custo unitário de produção do período será o custo total variável dividido pela 
quantidade produzida”. Assim, fica fácil calcular o custo do produto, pois não é 
necessário ratear os custos indiretos, uma vez que são tratados como despesas, 
bastando dividir o custo variável total pela quantidade de unidades produzidas 
para encontrar o custo unitário. Para entender melhor o cálculo, vamos trazer um 
exemplo. 
A Indústria OxLeather LTDA produz um único produto. Em determinado 
período, a contabilidade de custos forneceu as seguintes informações: 
 Custo da matéria-prima: R$100,00 
 Custo da mão de obra direta por unidade: R$ 120,00 
 Custos indiretos totais: R$500.000,00 
 Quantidade produzida: 10.000 unidades 
Vamos fazer a apuração do custo unitário do produto por meio do custeio 
direto. Para a apuração do custo unitário do produto, basta somarmos os custos 
variáveis (diretos): 
 Custo unitário = Custos diretos (variáveis) 
 Custo unitário = R$100,00 + R$120,00 
 Custo unitário = R$220,00 
Nesse caso, os custos indiretos seriam lançados contra o resultado 
(conforme esquema do custeio), não passando pelos estoques. Por conta disso, 
o custeio variável não é aceito pelo fisco brasileiro; está limitado unicamente para 
fins gerenciais. 
 
 
TEMA 2 – SISTEMA DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO 
Conforme vimos na Aula 1, a contabilidade de custos encontra-se na 
interseção da financeira com a gerencial, devendo em certo momento se 
preocupar com as imposições legais da contabilidade financeira, e em outros 
momentos atender a demanda de informações requeridas pela contabilidade 
gerencial para subsidiar a tomada de decisão. 
Nesse sentido, chegamos no ponto em que a contabilidade de custos 
deve atender à contabilidade financeira no que tange ao fornecimento de 
informações sobre a apropriação dos custos aos produtos, tendo como principal 
objetivo o atendimento ao fisco, no que se refere às normas impostas à formação 
dos estoques. Diante desse aspecto, como vimos anteriormente, o custeio 
variável não é permitido para fins fiscais, apenas para fins gerenciais, pois é a 
legislação que determina qual método a contabilidade deve utilizar para a 
apuração dos custos no processo produtivo. 
2.1 O Método de Custeio Imposto pelo Fisco 
Conforme estudamos na Aula 1, a contabilidade de custos, como uma 
ramificação da contabilidade, também sofre influências da legislação. Um dos 
pontos abordados pelo fisco no que tange às práticas contábeis é a forma de 
custeio que as empresas devem utilizar para apuração dos custos. Ela é descrita 
pelo Decreto n. 3.000 (Brasil, 1999): 
Art. 290. O custo de produção dos bens ou serviços vendidos 
compreenderá, obrigatoriamente (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 
13, § 1º): 
I - o custo de aquisição de matérias-primas e quaisquer outros bens ou 
serviços aplicados ou consumidos na produção, observado o disposto 
no artigo anterior; 
II - o custo do pessoal aplicado na produção, inclusive de supervisão 
direta, manutenção e guarda das instalações de produção; 
III - os custos de locação, manutenção e reparo e os encargos de 
depreciação dos bens aplicados na produção; 
IV - os encargos de amortização diretamente relacionados com a 
produção; 
V - os encargos de exaustão dos recursos naturais utilizados na 
produção. 
Conforme o artigo supracitado, a lei determina que sejam alocados aos 
produtos todos os custos incorridos no processo de fabricação (fixos, variáveis, 
diretos e indiretos). Embora não encontremos na referida lei o nome 
propriamente dito do método de custeio a ser utilizado, se fizermos analogia, 
 
 
chegaremos à conclusão de que as exigências legais para a apuração dos 
custos nos remetem às características do sistema de custeio conhecido como 
absorção. 
Lembramos que a contabilidade de custos está na fronteira entre 
financeira e gerencial, sendo aquela a principal área que fornece informações 
para usuários externos. Nesse sentido, tem-se o fisco como um dos principais 
usuários dessa informação. Ressalta-se que a contabilidade de custos deve 
fornecer informações que sejam aceitas pela contabilidade financeira. Isso 
posto, o método de custeio por absorção atende aos requisitos da legislação e, 
por esse motivo, também é aceito pela contabilidade financeira. Nessa 
perspectiva, Dubois, Kupa e Souza (2009, pág. 128) contextualizam o custeio 
por absorção: 
Este é o único método de custeio aceito pela Contabilidade Financeira 
que atende aos princípios contábeis. De fato, o custeio por absorção, 
que alguns denominam de “custeio integral”, indica que cada unidade 
produzida “absorveu” todos os gastos necessários para obtê-la, sejam 
diretos, isto é, próprios do produto, ou indiretos, que são aqueles que 
auxiliam a produção. 
Complementarmente, Bruni (2010, p. 48) defende seu ponto de vista em 
relação aométodo que atende a legislação fiscal brasileira: 
A contabilidade de custos, analisada sob a ótica da contabilidade 
financeira, preocupa-se com o registro formal e legal das informações 
sobre os custos. Neste processo, caracteriza-se pelo uso do método 
de custeio por absorção, que estabelece que todos os gastos 
produtivos, inclusive os indiretos, devem ser incorporados ao valor dos 
estoques. 
No contexto dado pelos autores supracitados, percebe-se que apontam 
como característica o fato de esse método absorver todos os custos incorridos 
no processo produtivo, diferentemente do custeio integral. Por essa lógica, é 
essa a característica que nos leva, por analogia, ao custeio por absorção, ao 
verificarmos o contexto dado pela lei em suas exigências no que tange à 
apropriação dos custos aos produtos. Dessa forma, é importante conhecer um 
pouco mais sobre as características do custeio por absorção. 
2.2 O Custeio por Absorção (Integral) 
A lei determina que todos os gastos produtivos (custos) incorridos no 
processo sejam alocados aos produtos. Conforme contexto anterior, o método 
de custeio que possibilita essa alocação é o custeio por absorção, também 
 
 
conhecido como custeio integral. Esse método possibilita que todos os gastos 
produtivos sejam alocados aos produtos; “dessa forma, o custo de cada unidade 
produzida é composto pelos custos variáveis da produção, acrescidos de uma 
parcela referente aos custos fixos atribuídos ao setor ou ao período em que 
ocorra a produção” (Stark, 2007, p. 158). Desse modo, os produtos fabricados 
“absorvem” todos os custos incorridos de um período. (Megliorini, 2012, p. 26) 
Nota-se que, ao fazermos a classificação dos gastos em custos e 
despesas, estamos direcionando esses valores para o contexto que os geraram, 
visto que custos fazem parte do processo produtivo, independentemente da sua 
classificação, ao passo que as despesas fazem parte das atividades de apoio. 
Independentemente da classificação dos custos, sabemos que, se eles existem, 
é porque os insumos que os geraram foram necessários no processo produtivo, 
sem os quais não seria possível fabricar o produto. Nessa perspectiva, nada 
mais justo que os produtos receberem a carga dos custos. Diante desse aspecto, 
é natural que haja consenso de que o custeio por absorção, por fazer a 
apropriação de todos os custos aos produtos, seja o mais adotado, justamente 
por suas características de apropriação integral. Nesse sentido, para Dubois, 
Kulpa e Souza (2009, p. 129): 
O custeio por absorção é o método de custeio mais usado em quase 
todo o mundo, pois incorpora todos os tipos de custos aos produtos, 
possibilitando a extração do custo unitário de cada um deles. Além 
disso, com base no custo total, é possível a formação do preço de 
venda de cada produto a partir do seu custo, que servirá de referência 
para a atuação no mercado. 
Por ser um método voltado para atender o fisco, diferentemente do custeio 
por variável, a absorção é o mais indicado para a parte de contabilização dos 
estoques do que para o fornecimento de informações que subsidiem o processo 
de tomada de decisão. De acordo com Padoveze (2010), esse método é usado 
mais em razão dos critérios de avaliação dos inventários do que para gerar 
informações com vistas a atender as necessidades gerenciais da empresa. No 
mesmo sentido, Bornia (2010) afirma que esse método tem mais relação com a 
avaliação dos estoques no sentido de atender a contabilidade financeira, tendo 
como principal objetivo gerar informações para os usuários externos. 
De um modo geral, Padoveze (2006, p. 175) aponta as principais 
características do custeio por absorção. Segundo o autor, esse método se 
caracteriza por: 
 
 
 utilizar os custos diretos industriais; 
 utilizar os custos indiretos industriais, por meio de critérios de apropriação 
ou rateio; 
 não utilizar os gastos administrativos; 
 não utilizar os gastos comerciais, sejam diretos ou indiretos; 
 o somatório do custo dos produtos e serviços vendidos no período dá 
origem à rubrica custo dos produtos e serviços, na demonstração de 
resultados do período; 
 o somatório do custo dos produtos e serviços ainda não vendidos dá 
origem ao valor dos estoques industriais no balanço patrimonial do fim do 
período (estoques em processo e estoque de produtos acabados). 
Para um melhor entendimento do funcionamento do método de custeio 
por absorção, apresentamos o esquema na Figura 2. 
Figura 2 – Custeio por Absorção 
Fonte: Elaborado com base em Martins, 2010, p. 57. 
Custos 
Indiretos Diretos 
Rateio 
Despesas 
Vendas 
Produto A 
Produto B 
Produto C 
Estoque 
Custo dos Produtos 
Vendidos 
Resultado 
 
 
Você deve estar pensando: “eu já vi esse esquema antes”. Sim, esse é o 
mesmo esquema mostrado no Tema 4 da Aula 1. Trata-se do Esquema Básico 
da Contabilidade de Custos. Conforme mencionamos na referida aula, esse 
esquema é baseado na apropriação pelo custeio por absorção. O esquema 
mostra como os custos são classificados e a forma como são distribuídos aos 
produtos. Perceba que, diferentemente do custeio direto, aqui os custos indiretos 
são alocados aos produtos, e não tratados como despesas para depois serem 
lançados diretamente contra o resultado. Contextualizando sobre o 
funcionamento do método, Crepaldi e Crepaldi (2018, p. 152) afirmam: 
A separação entre custo e despesa é essencial, porque nesse caso as 
despesas vão diretamente contra o resultado do período, enquanto os 
custos dos produtos não vendidos vão para o estoque. A finalidade 
desse critério é ter o custo total (direto e indireto) de cada objeto 
produzido. Não há preocupação em classificar os custos em fixos e 
variáveis; classificam-se os custos em diretos e indiretos. Os 
resultados apresentados não sofrem influência direta do volume de 
produção e esse é um critério legal e fiscal externo. 
O cálculo do custeio por absorção envolve todos os custos, fixos e 
variáveis (os fixos e variáveis são classificados em diretos e indiretos). Os diretos 
são alocados diretamente aos produtos enquanto os indiretos são apropriados 
por meio de uma base de rateio. 
Vejamos um exemplo. 
A Indústria OxLeather LTDA produz um único produto. Num determinado 
período, a contabilidade de custos apurou as seguintes informações: 
 Custo da matéria-prima: R$100,00 
 Custo da mão de obra direta por unidade: R$ 120,00 
 Custos indiretos totais: R$500.000,00 
 Quantidade produzida: 10.000 unidades 
Vamos fazer a apuração do custo unitário do produto por meio do custeio 
por absorção. Como a indústria fabrica um único produto, fica fácil fazer o 
cálculo. Primeiro, como estamos querendo apurar o custo unitário, vamos dividir 
o custo indireto total pela quantidade produzida: 
 Custo indireto unitário = Custo indireto total / Total de unidades produzidas 
 Custo indireto unitário = R$500.000,00 / 10.000 
 Custo indireto unitário = R$50,00 
 
 
Agora, vamos somar os custos, lembrando que o método considera todos 
os custos incorridos: 
 Custo total unitário = Custo direto unitário + custo indireto unitário 
 Custo total unitário = R$100,00 + R$120,00 + R$50,00 
 Custo total unitário = R$270,00 
Percebeu a diferença do custeio por absorção para o custeio direto? Pelo 
custeio direto, o produto é considerado como tendo um custo de R$220,00, pois 
os custos fixos (indiretos) são considerados como despesas do período, não 
sendo ativados, pois são lançados diretamente contra o resultado. Por sua vez, 
o custeio por absorção considera todos os custos; dessa forma, os indiretos 
também são apropriados aos produtos, fazendo com que haja uma diferença 
entre os valores apurados pelos dois métodos. 
Aqui apresentamos um exemplo simples do custeio por absorção, visto 
que já vimos a sua metodologia de forma mais detalhada quando trabalhamos 
com departamentalização. Caso você queira rever o cálculo,volte na Aula 4 e 
reveja o exercício. 
TEMA 3 – SISTEMA DE CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES (ABC) 
Como temos visto desde a Aula 1, um dos principais problemas 
encontrados em contabilidade de custos é a questão da alocação dos custos 
indiretos aos produtos, visto que essa alocação é feita de forma arbitrária, o que 
ocasiona em subjetividade na distribuição dos gastos. Com a evolução 
tecnológica, o problema só aumenta, visto que os sistemas de produção tornam-
se cada vez mais complexos, aumentando a proporção de arbitrariedade 
atribuída na alocação dos custos indiretos ao objeto de custeio, o que torna os 
métodos de custeio cada vez menos eficientes. Sobre esse aspecto, Souza e 
Clemente (2011, p. 225) afirmam: 
As novas tecnologias de produção e de gestão alteraram 
substancialmente a estrutura de custo dos produtos e se refletiram em 
aumento generalizado dos custos indiretos de fabricação – CIFs a 
ponto de, atualmente, esses custos serem os mais representativos 
para boa parte da indústria. Como consequência, os métodos 
tradicionais de alocação dos CIFs – horas-MOD e horas-máquina – se 
revelam inadequados para mensurar a quantidade de recursos 
efetivamente consumidos pelos produtos 
 
 
Diante disso, novas técnicas vêm sendo desenvolvidas e implementadas 
na esperança de diminuir a questão da subjetividade. Nesse contexto, um 
conceito que vem ganhando destaque devido a suas características e técnicas 
avançadas de alocação de custos é o de Custeio Baseado em Atividades. De 
acordo com Martins (2010, p. 87) “o Custeio Baseado em Atividades, conhecido 
como ABC (ActivityBasedCosting), é uma metodologia de custeio que procura 
reduzir sensivelmente as distorções provocadas pelo rateio arbitrário dos custos 
indiretos”. 
A metodologia desse método de custeio trata os custos de forma diferente 
dos outros métodos vistos até o momento. Nela, não são os produtos que 
efetivamente consomem os recursos, e sim as atividades. Nesse sentido, Souza 
e Clemente (2011) afirmam que o ABC entende o negócio como um conjunto de 
processos, cada um dos quais envolvendo uma série de atividades. Segundo os 
autores, o objeto de custeio, na visão do ABC, deixa de ser o produto e passa a 
ser a atividade, pois são elas que consomem os recursos. Diante desse aspecto, 
os autores afirmam que a informação de custos é desagregada por atividade. 
Mas o que seria desagregar informações por atividade? Bornia (2017, p. 112) 
explica que 
os procedimentos do ABC consistem em seccionar a empresa em 
atividades, supondo-se que as mesmas gerarão os custos, calcular os 
custos de cada atividade, compreender o comportamento dessas 
atividades, identificando as causas dos custos relacionados com elas 
e, em seguida, alocar os custos aos produtos de acordo com as 
intensidades de uso. 
Conforme exposto pelo autor, desagregar as informações seria fazer o 
apontamento dos custos gerados por cada atividade do processo produtivo, uma 
vez que o método ABC considera que essas atividades são consumidoras de 
recursos e, consequentemente, geradoras de custos. De uma forma geral, o 
conceito de departamentalização nos trouxe uma visão de atividade, mas não 
mostrou de forma exata como seria uma atividade no contexto de um processo 
produtivo. Isto posto, Maher (2001, p. 280) conceitua atividade como “uma tarefa 
discreta que uma organização realiza para fabricar ou entregar um produto ou 
serviço”. Por essa lógica, os produtos precisam passar por diversas atividades 
antes de serem fabricados, e o objeto de custeio passa a ser, num primeiro 
momento, a atividade, que recebe as cargas de custos por consumir os recursos 
utilizados no processo. Posteriormente, esses gastos devem ser alocados aos 
produtos. A Figura 3 demonstra graficamente o funcionamento do ABC. 
 
 
Figura 3 – O ABC 
 
Fonte: Bornia, 2017, p. 112. 
De acordo com Bornia (2017), podemos fixar quatro fases para o cálculo 
dos custos de produtos pelo ABC: 
1. Mapeamento das atividades 
2. Distribuição dos custos às atividades 
3. Distribuição dos custos das atividades indiretas até as diretas 
4. Distribuição dos custos dos produtos 
Vamos entender o que é cada uma dessas fases para entender o 
funcionamento do ABC. Primeiramente, temos o mapeamento das atividades. 
Nessa primeira fase, são identificadas as atividades que compõem cada um dos 
processos. O detalhamento do mapeamento das atividades é de importância 
crucial ao processo, além de ser uma das etapas mais complexas na 
implementação do ABC. Afinal, é com base no detalhamento e conhecimento 
que se dará o controle dos fatores que geram custos, pois aqui conhecemos o 
caminho que esses gastos traçam até que sejam alocados aos produtos. 
Segue-se para a distribuição dos custos às atividades. Nessa segunda 
etapa, tem-se uma semelhança do ABC com a departamentalização, visto que a 
distribuição dos custos indiretos às atividades deve ser realizada por meio do 
critério que se acredita representar a forma mais justa de alocação, com base na 
forma como os recursos foram consumidos em cada atividade. Dessa forma, a 
empresa estabelece um critério de rateio que deverá ser utilizado como base na 
alocação. 
Depois, há a distribuição dos custos das atividades indiretas até as 
diretas. Quando se fala em atividades indiretas, refere-se àquelas atividades 
que não estão diretamente ligadas à fabricação dos produtos, mas que servem 
Produtos Atividades Recursos 
Consomem Usam 
(a)Lógica de funcionamento. 
Custos Atividades Produtos 
Custeio do 
processo 
Custeio dos 
produtos 
(b)Modelo 
 
 
de apoio às atividades diretas – que são de fato aquelas que têm ligação com o 
processo de fabricação. Nesse sentido, o ABC considera que as atividades 
indiretas, por servirem de apoio às diretas, devem ter seus custos distribuídos 
primeiramente a elas, para depois serem alocados aos produtos. 
Por fim, temos a distribuição dos custos dos produtos. Quando 
chegamos à última fase do ABC, estamos falando da distribuição dos custos das 
atividades diretas aos produtos. Nessa fase, temos um conceito muito utilizado, 
o qual possibilita a distribuição dos custos aos produtos; são os chamados 
direcionadores de custos. Os direcionadores de custos são formas de controle 
utilizadas pela empresa para determinar os custos das atividades. Nesse 
sentido, cada atividade deve possuir algum direcionador que possibilite saber 
exatamente quanto cada produto consumiu do total dos custos incorridos na sua 
execução. Como exemplos de direcionadores, podemos citar as ordens de 
serviços, requisições e faturas. 
Agora que já sabemos como funciona o método, vamos à um exemplo 
prático que mostra cada uma das etapas apresentadas. 
Exemplo 
Uma empresa compra matéria-prima a R$ 0,10 por kg e a processa, gerando 
quatro produtos finais: produto A e produto B, em embalagem de 1 kg e 5 kg 
cada. A estrutura organizacional da empresa é composta por: Administração 
de pessoal, administração da produção, Manutenção, Processamento, 
Embalagem, Preparação de equipamentos e Vendas. 
As atividades de Administração de pessoal são voltadas principalmente para 
o gerenciamento de pessoal. O trabalho da Administração da produção 
consiste prioritariamente no planejamento da produção, sendo que, a cada lote 
produzido, é tirada uma ordem de produção (o esforço para a emissão das 
ordens independe do tamanho do lote e do tipo de produto). A Atividade de 
Manutenção está relacionada com o funcionamento dos equipamentos de 
processamento e embalagem. O processamento é efetuado através de 
equipamento automatizado, que processa até 1.000 kg de matéria-prima por dia, 
gerando os produtos A e B com o mesmo esforço. A Embalagem é feita por 
meio de equipamento automatizado, sendo que o esforço despendido para 
embalar uma unidade independe do preço da mesma. A Preparação de 
equipamentos é efetuada uma vez a cada lote produzido. Vendas preocupa-se 
em faturar ospedidos e o esforço para a emissão de cada fatura é praticamente 
constante. 
Os custos de matéria-prima nos últimos seis meses totalizaram R$ 16.000,00. 
Fonte: Bornia, 2010, p. 128, grifos do original. 
Dado o enunciado, temos algumas informações adicionais nas tabelas 
abaixo. 
 
 
Tabela 1 – Produção 
 
Tabela 2 – Número de funcionários por atividade 
 Adm. Prod. Manutenção Processam. Embalagem Vendas Total 
Nº func. 1 2 3 3 2 11 
Tempo man (h) 600 400 1.000 
Tabela 3 – Distribuição 
Adm. Pess. Adm. Prod. Manutenção Processam. Embalagem Prep. Equi. Vendas 
 R$1.500,00 R$960,00 
 
R$1.640,00 
 
R$2.500,00 
 
R$1.800,00 
 
R$1.800,00 
 
R$3.300,00 
Além disso, sabe-se que, nesse período, foram emitidas 200 faturas para 
o produto A1, 200 para A5, 200 para B1 e 200 para B5. A produção deu-se em 
lotes de 500 kg para o produto A1, 800 kg para A5, 100 kg para B1 e 200 kg para 
B5. 
Tabela 4 – Dados finais 
 Adm. Prod. Man. Proc. Emb. Vendas Total 
Nº func. 1 2 3 3 2 11 
Tempo man (h) 600 400 1.000 
Com base nas informações, pede-se: 
a) Efetue a distribuição dos custos de Administração de Pessoal para as 
outras atividades. Considere que 10% do tempo dos funcionários lotados 
no processamento e na embalagem seja dedicado à preparação de 
equipamento. 
Tabela 5 – Resolução a 
 
b) Efetue a distribuição dos custos de Manutenção para as outras atividades. 
Considere que 10% do tempo dos funcionários lotados no processamento 
e na embalagem seja comprometido com a preparação de equipamento. 
TOTAL MP (KG) 50.000 80.000 10.000 20.000 160.000
CUSTO MP/PROD. R$ 5.000,00 R$ 8.000,00 R$ 1.000,00 R$ 2.000,00 R$16.000,00 
PRODUÇÃO DO PERÍODO
A1 A5 B1 B5 TOTAL
PRODUÇÃO (UN) 50.000 16.000 10.000 4.000 80.000
1.096,36R$ 1.912,73R$ 2.868,18R$ 2.168,18R$ 1.881,82R$ 3.572,73R$ 
136,36R$ 272,73R$ 368,18R$ 368,18R$ 81,82R$ 272,73R$ 1.500,00R$ 
13.500,00R$ 
1.500,00R$ 960,00R$ 1.640,00R$ 2.500,00R$ 1.800,00R$ 1.800,00R$ 
Adm. Pess. Adm. Prod. Manutenção Processam. Embalagem Prep. Equi. Vendas Total
3.300,00R$ 13.500,00R$ 
 
 
Tabela 6 – Resolução b 
 
c) Efetue a distribuição dos custos de Administração da Produção, 
Processamento, Embalagem, Preparação de Equipamentos e Vendas 
para os produtos. 
Tabela 7 – Resolução c 
 
d) Calcule os custos unitários dos produtos. 
Tabela 8 – Resolução d 
 
Findo o exercício, você deve ter percebido a riqueza de detalhes que a 
implantação do ABC exige, haja vista que as fases para a sua realização 
demandam muito trabalho. Além disso, as informações devem ser segregadas 
ao máximo, para que esse método de custeio alcance o seu principal objetivo, 
que é minimizar a subjetividade da alocação dos custos indiretos em um nível 
que os outros métodos não conseguem alcançar. 
TEMA 4 – SISTEMA DE CUSTEIO RKW 
Os métodos tradicionais de sistemas de custeio têm como principal 
objetivo a alocação dos custos indiretos aos produtos, visando diminuir a 
subjetividade. Por esses métodos, um dos principais pontos a serem 
considerados é a separação entre custos e despesas, visando principalmente a 
alocação aos produtos somente dos fatores que estão relacionados com a 
produção (custos), e lançando contra o resultado aqueles que não têm relação 
TOTAL 3.901,05R$ 2.856,76R$ 2.073,09R$ 8.830,91R$ 
1.912,73R$ 2.868,18R$ 2.168,18R$ 1.881,82R$ 8.830,91R$ 
1.032,87R$ 688,58R$ 191,27R$ 1.912,73R$ 
MANUTENÇÃO PROCESSAMENTO EMBALAGEM PREP. EQUIPAM. TOTAL
 R$ 0,10 C. UN. R$ 2,74 R$ 0,02 R$ 0,04 R$ 5,18 R$ 4,47 
TOTAL MP
400 160000 80000 400 800 160000
DIRECIO.
LOTES PROD. MP UTILIZ. UN PROD. LOTES PROD. FATURAS
MP
CUSTO R$ 1.096,36 R$ 3.901,05 R$ 2.856,76 R$ 2.073,09 R$ 3.572,73 R$ 16.000,00 
ADM PROD PROCES. EMBAL. PREP EQU VENDAS
0,1000R$ 0,33R$ 
B5 0,0685R$ 0,1219R$ 0,0357R$ 0,1296R$ 0,2233R$ 0,5000R$ 1,08R$ 
B1 0,0274R$ 0,0244R$ 0,0357R$ 0,0518R$ 0,0893R$ 
0,1000R$ 0,19R$ 
A5 0,0171R$ 0,1219R$ 0,0357R$ 0,0324R$ 0,0558R$ 0,5000R$ 0,76R$ 
A1 0,0055R$ 0,0244R$ 0,0357R$ 0,0104R$ 0,0179R$ 
PROD. ADM PROD PROCES. EMBAL. PREP EQU VENDAS MP Custo unitário
 
 
direta com a produção, mas que a empresa incorre com o objetivo de gerar 
receitas (despesas). 
No entanto, existe um método de custeio cujo objetivo principal não é a 
alocação dos custos indiretos, mas sim a formação do preço de venda. Esse 
método é chamado de RKW, abreviação de Reichskuratoriun fur 
Wirtschaftlichtkeit. De acordo com Martins (2010, p. 220) “trata-se de uma 
técnica disseminada originalmente na Alemanha [...], que consiste no rateio não 
só dos custos de produção como também de todas as despesas da empresa, 
inclusive financeiras, a todos os produtos”. 
Por essa característica de alocar todos os gastos aos produtos, o RKW 
também é conhecido como “Custeio Pleno”, pois o seu produto passa a ser o 
custo pleno, o qual se forma a partir de custos e despesas alocados às unidades 
produzidas. Nesse sentido, Crepaldi e Crepaldi (2018, p. 237) afirmam que 
O método de custeio RKW apropria ao objeto de custeio todos os 
custos e despesas de uma entidade. O método de custeio integral é 
sinônimo do método de custeio pleno e é aquele em que todas as 
despesas e custos de uma organização são levados em conta. 
A lógica por trás do RKW é que o preço de venda deve cobrir tanto os 
custos quanto as despesas, mesmo que elas não estejam diretamente 
relacionadas com os processos de fabricação. Por esse motivo, devem ser 
tratadas como um custo e alocadas a todos os produtos. Conforme exposto por 
Martins (2010), esse método nasceu no início do século XX na Alemanha, e tinha 
como fundamento o uso de custos para fixar preços. Com a sua forma de rateio, 
chega-se ao custo de produzir e vender, incluindo administrar e financiar. 
No contexto do autor, chamamos a atenção para o uso dos termos 
produzir e vender, administrar e financiar. O primeiro termo, produzir, nos remete 
aos fatores utilizados na produção, conforme vimos em todos os métodos de 
custeio estudados anteriormente, os quais apresentam os sistemas de custeio 
com o principal objetivo de distribuição dos custos aos produtos – especialmente 
os indiretos, os quais devem ser alocados por meio de uma base de rateio. O 
segundo termo, vender, nos remete às despesas relacionadas à área de vendas 
da empresa, as chamadas despesas comerciais. Por exemplo: salários dos 
vendedores, comissão dos vendedores e fretes na venda do produto. O termo 
administrar também está relacionado a despesas, mais precisamente às 
administrativas, que são aquelas despesas relacionadas com as áreas 
administrativas da empresa e que envolvem todo o setor administrativo. Como 
 
 
exemplos, temos salários da administração, depreciação dos equipamentos da 
área administrativa e salários da diretoria. Por fim, temos o termo financiar, que 
nos leva às despesas financeiras, que são aquelas incorridas sobre a captação 
de recursos de terceiros, ou mesmo sobre negociações da empresa com seus 
fornecedores. Como exemplo, temos juros sobre empréstimos, juros sobre 
financiamentos, encargos financeiros sobre compras a prazo e juros por atraso 
no pagamento de fornecedores. 
Perceba que, pelo RKW, todos os gastos, independentemente de sua 
classificação, sãoalocados aos produtos. As despesas, que pelos sistemas de 
custeamento normais são lançadas contra o resultado, por esse método são 
rateadas aos produtos, assim como os custos. 
Pelas características de alocação de despesas, o RKW não é aceito pelo 
fisco brasileiro. Embora ele englobe todos os custos incorridos no processo 
conforme determina a legislação, ele deixa de atender o fisco ao incorporar 
também as despesas aos produtos. Nesse sentido, Crepaldi e Crepaldi (2018, p. 
238) contextualizam: 
O RKW também não é aceito para avaliação dos estoques por incluir 
gastos que não são vinculados ao processo de fabricação. É uma 
variação do custeio por absorção, que aloca tanto os custos quanto as 
despesas aos produtos. Este método pode ser usado quando a 
empresa quer a informação de custo pleno dos produtos. É 
recomendado para decisões de preços e pode ser empregado sem 
departamentalização ou com departamentalização, da mesma forma 
que o custeio por absorção. 
Por conta disso, esse método serve unicamente a fins gerenciais, sendo 
especialmente utilizado no monitoramento da eficiência dos processos fabris e 
na avaliação da rentabilidade desses processos, bem como na formação do 
preço de venda. 
TEMA 5 – CUSTOS EM ENTIDADES COMERCIAIS E PRESTADORAS DE 
SERVIÇOS 
Sabemos que, em contabilidade de custos, as empresas podem ser 
classificadas em Indústria, Comércio e Serviços. Até o momento, demos uma 
atenção especial aos custos industriais, devido ao fato de que eles são os custos 
mais difíceis de serem tratados. É notável que as indústrias são as atividades 
que mais incorrem em custos indiretos, pois os processos de fabricação são 
complexos e os fatores utilizados fazem com que a incidência dos gastos seja 
muito maior que nas outras atividades. Neste tema, vamos estudar um pouco os 
 
 
custos nas atividades comerciais e de serviços, e entender os principais pontos 
para a apuração de gastos nesses ramos. 
5.1 Custos nas Empresas Comerciais 
Conforme conceituação desenvolvida na Aula 1, “o Custo também é um 
gasto, só que reconhecido como tal, isto é, como custo, no momento da 
utilização de fatores de produção (bens e serviços), para a fabricação de um 
produto ou execução de um serviço” (Martins, 2010, p. 25). Nesse sentido, tem-
se o conceito de custos no contexto da indústria e dos serviços; mas fica a 
dúvida: como reconhecer um custo na área comercial? 
Bom, para responder essa pergunta, primeiro é preciso entender as 
diferenças existentes entre as áreas, para saber como elas incorrem nesses 
gastos em seus diferentes processos. Isto posto, vejamos o que define Megliorini 
(2011, p. 219): 
As empresas comerciais diferenciam-se das industriais pelo fato de 
comprarem as mercadorias já prontas de seus fornecedores e revende-
las também prontas, caracterizando-se como intermediárias, sem 
ampliar nem modificar sua utilidade, ao passo que as empresas 
industriais adquirem matérias primas e modificam sua utilidade após 
realizar nelas determinadas operações caracterizando-se como 
transformadoras. 
O tratamento dado aos fatores de produção já foi estudado anteriormente; 
agora, vejamos como as empresas comerciais devem reconhecer os seus 
custos, visto que, conforme mencionado pelo autor supracitado, elas 
caracterizam-se como intermediárias entre as indústrias e os consumidores 
finais. Nesse sentido, a empresa não tem custos de transformação, que 
representam a maior fatia nas empresas industriais. Uma vez que elas somente 
revendem mercadorias, os custos imputados estão relacionados a outros 
fatores, tais como destaca Megliorini (2011, p. 220): 
Na empresa comercial, o custo está relacionado às mercadorias 
revendidas. Sua determinação obedece os mesmos cálculos utilizados 
para o custo da matéria prima na empresa industrial [...] com uma 
diferença relativa ao IPI, que, destacado na nota fiscal de venda das 
empresas industriais, é considerado agregado ao valor da mercadoria 
na empresa comercial, consistindo, portanto, seu custo. De um modo 
geral, os custos das mercadorias compreende todos os gastos com a 
aquisição, deduzidos os tributos passíveis de recuperação [...]. 
 
 
Uma vez que os estoques das empresas comerciais dizem respeito 
basicamente a mercadorias prontas, seu custo é basicamente o de aquisição. 
Nesse sentido, o CPC 16 (2009) dá o direcionamento da apuração dos custos: 
O custo de aquisição dos estoques compreende o preço de compra, os 
impostos de importação e outros tributos (exceto os recuperáveis junto 
ao fisco), bem como os custos de transporte, seguro, manuseio e 
outros diretamente atribuíveis à aquisição de produtos acabados, 
materiais e serviços. Descontos comerciais, abatimentos e outros itens 
semelhantes devem ser deduzidos na determinação do custo de 
aquisição. 
Observa-se, portanto, que, os gastos a serem considerados como custos 
nas empresas comerciais são, em alguns aspectos, os mesmos das industriais, 
mas tendem a ser divergentes em alguns pontos, tais como impostos que não 
são passíveis de recuperação, dentre outros pontos omissos no CPC, mas que 
são encontrados na literatura pertinente. 
5.2 Custos nas Empresas prestadoras de serviços 
Para as empresas prestadoras de serviços, temos também alguns pontos 
em comum com as indústrias, visto que esse tipo de atividade se aproxima muito 
da industrial, uma vez que os serviços são o “produto” dessas empresas, o qual 
é realizado com base em alguns fatores que compõem os custos industriais. 
Nesse sentido, Megliorini (2011, p. 222) contextualiza: 
No mercado encontramos diferentes tipos de serviços oferecidos [...]. 
Embora cada tipo apresente suas particularidades, a apuração dos 
custos nas empresas prestadoras de serviços se assemelha à 
apuração realizada nas empresas industriais. 
De acordo com o autor supracitado, temos três tipos de custos que 
incorrem na indústria e que também são comuns em algumas empresas de 
serviços: 
 Custo do material aplicado nos serviços 
 Custo da mão de obra aplicada nos serviços 
 Custos indiretos apropriados aos serviços 
Esses fatores mostram claramente como os custos de serviços se 
aproximam dos industriais, inclusive na classificação, visto que somente são 
considerados como custos aqueles insumos que realmente são relacionados na 
 
 
realização dos serviços, ao passo que os outros são classificados como 
despesas. 
Complementarmente ao autor supracitado, Padoveze (2006, p. 367) 
contextualiza sobre a apuração dos custos dos serviços: 
A apuração do custo unitário dos serviços segue a linha geral de 
custeamento dos produtos. [...] As informações básicas de cada 
serviço também seguem a linha geral do custo dos produtos, que são 
a estrutura do produto (agora estrutura do serviço) e o processo de 
fabricação (agora processo de execução) [...]. Aplica-se o método de 
custeamento escolhido e apura-se o custo de cada serviço. 
Conforme exposto, percebe-se que o tipo de atividade gera diferentes 
tipos de objetos de custeio: 
 Indústria: produto 
 Comércio: mercadoria 
 Prestadoras de Serviços: serviços 
 Cada tipo de empresa possui uma atividade diferente, mas todas elas 
incorrem em custos na execução de suas atividades. O papel da contabilidade 
de custos é apurar corretamente as informações para o correto custeamento do 
objeto de custeio. 
TROCANDO IDEIAS 
Na aula de hoje, você conheceu os diferentes métodos de custeio que 
podem ser utilizados no custeamento dos produtos, e aprendeu que somente o 
custeio por absorção é aceito pelo fisco brasileiro. Com base no que você 
aprendeu, você concorda com essa ideia? Depois de ver a metodologia de cada 
um dos sistemas de custeio, você concorda que o custeio por absorção é o 
método ideal para a alocação dos custos, ou se utilizássemos outro método a 
alocação seria mais justa? Entre no fórum e dê a sua opinião. Debata o assunto 
com seus colegas. 
NA PRÁTICA 
Com base no que foi expostono decorrer desta aula, sabendo-se das 
particularidades de cada método de custeio, analise as assertivas a seguir: 
I. O custeio direto considera os custos variáveis como despesas do período. 
 
 
II. A lei determina que sejam alocados aos produtos todos os custos 
incorridos no processo de fabricação (fixos, variáveis, diretos e indiretos), 
indicando para tanto a adoção do custeio por absorção. 
III. O custeio ABC considera que não são os produtos que efetivamente 
consomem os recursos, e sim as atividades. 
IV. Com sua forma de rateio, pelo custeio RKW chega-se ao custo de produzir 
e vender, incluindo administrar e financiar. 
V. As empresas prestadoras de serviços diferenciam-se das indústrias pelo 
fato de comprarem as mercadorias já prontas de seus fornecedores e 
revendê-las também prontas. 
Assinale a alternativa correta: 
a) Estão corretas somente as assertivas I, II, e IV. 
b) Estão corretas somente as assertivas I, III e V. 
c) Estão corretas somente as assertivas II, III, IV. 
d) Estão corretas somente as assertivas II, IV, e V. 
e) Todas as assertivas estão corretas. 
FINALIZANDO 
Nessa aula de hoje, conhecemos os principais métodos de custeio e as 
formas como são utilizados pelas empresas. Conhecemos o custeio direto ou 
variável e a importância desse método para a tomada de decisões, uma vez que 
ele deu origem aos conceitos utilizados na análise CVL, em especial a margem 
de contribuição e o ponto de equilíbrio. Estudamos o custeio por absorção e 
ficamos sabendo que esse método aloca aos produtos todos os custos incorridos 
no processo de fabricação. Após conhecer o método de absorção, conhecemos 
os métodos utilizados pelo ABC, e também o RKW, e pudemos perceber as 
especificidades de cada um deles. Vimos que o único método aceito pela 
legislação brasileira é o Custeio por Absorção, mas os outros métodos também 
têm sua utilidade, dependendo da finalidade de utilização. Por fim, aprendemos 
que, nas diferentes atividades empresariais, os custos são tratados de formas 
diferentes. 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
BORNIA, A. C. Análise gerencial de custos: aplicação em empresas 
modernas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
BRASIL. Decreto n. 3.000, de 26 de março de 1999. Diário Oficial da União, 
Poder Legislativo, Brasília, DF, 26 mar. 1999. 
BRUNI, A. L. A administração de custos, preços e lucros: com aplicações na 
HP12C e Excel. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento Técnico 
CPC 16: estoques. Brasília, 8 de maio de 2009. 
COSTA, Reinaldo Pacheco da; FERREIRA, Helisson Akira Shimada; SARAIVA 
JÚNIOR, Abraão Freires. Preços, orçamentos e custos industriais: 
fundamentos da gestão de custos e de preços industriais. Rio de Janeiro: 
Elsevier, Campus, 2010. 
CREPALDI, S. A.; CREPALDI, G. S. Contabilidade de custos. 6. ed. São Paulo: 
Atlas, 2018. 
DUBOIS, A.; KULPA, L.; SOUZA, L. E. de. Gestão de custos e formação de 
preços. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2009. 
HORNGREN, C. T.; DATAR, S. M.; FOSTER, G. Contabilidade de custos. São 
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. 
IUDÍCIBUS, S. et. al. Manual de Contabilidade Societária. São Paulo. Atlas, 
2010. 
LEONE, G. S. G. Curso de contabilidade de custos. 2. ed. São Paulo: Atlas, 
2006. 
MAHER, M. Contabilidade de custos: criando valor para a administração. São 
Paulo: Atlas, 2001. 
MARTINS, E. Contabilidade de custos. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice 
Hall, 2011. 
PADOVEZE, C. L. Contabilidade geral. 1. ed. Curitiba: Intersaberes, 2016. 
 
 
_____. Contabilidade gerencial: um enfoque em sistema de informação 
contábil. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
_____. Curso básico gerencial de custos. 2. ed. São Paulo: Cengage 
Learning, 2006. 
SOUZA, A.; CLEMENTE, A. Gestão de custos: aplicações operacionais e 
estratégicas: exercícios resolvidos e propostos com utilização do EXCEL. 2. ed. 
São Paulo: Atlas, 2011.

Continue navegando