Buscar

Resumo da Anatomia Geral de Aves/Peixes e Sistema Tegumentar

Prévia do material em texto

ÚLTIMO REO – 23 de março de 2021 
Docente: Roger Dinali Ferreira 
Discente: Ana Flávia Silva Stopatto – Turma 2-A Zootecnia 
 
Anatomia Geral de Aves 
As aves são caracterizadas pelo desenvolvimento de penas e asas 
(existindo poucas exceções, como os pinguins), possuindo hábito de 
voar e modificações morfológicas para exercerem essa e outras 
funções específicas. Possuem, na maioria, ossos pneumáticos, os 
quais diminuem seu peso corporal durante o voo. Sua respiração é 
diferenciada com relação aos mamíferos, sendo os pulmões parte de 
um circuito unidirecional o qual possui alvéolos não respiratórios (que 
não realizam trocas gasosas) e o fluxo de ar é decorrente dos 
movimentos do esterno (não possuem diafragma muscular). Logo, 
sistema respiratório envolve o esôfago, a traqueia, pulmões, sacos 
aéreos anteriores e posteriores. O sistema digestório desses animais 
e bem especifico e adaptado para cada hábito alimentar e espécie 
diferente, tendo-se a modificação das mandíbulas em bico. Os 
Galináceos possuem bico pontudo para pegar alimentos pequenos 
(como milho), os Anseriformes possuem bicos achatados, em formato 
de colher, mais flexíveis e adaptados para retirada de água dos 
alimentos, devido ao seu habitat ser aquático (patos). Os bicos não 
possuem penas, tendo uma cobertura espessa de epiderme 
queratinizada. Existe-se uma abertura longitudinal entre cavidades 
orais e nasais, chamada de fenda coanal. A língua é bem variável e 
de acordo com o bico, sendo em aves domesticas nada mais que um 
osso (não é muscular como nos mamíferos), sendo chamada osso 
entoglosso, coberto por uma membrana mucosa espessa e córnea. 
Existem também papilas gustativas, que variam em cada espécie. A 
faringe possui localização caudal ao osso entoglosso, tendo-se 
também o assoalho faríngeo, caracterizado pelo promontório 
laríngeo, uma elevação, que apresenta a fenda laríngea. A abertura 
para o esôfago também é caudal e um pouco dorsal a fenda laríngea. 
A região cervical apresenta uma dilatação do esôfago, o inglúvio, 
conhecido popularmente por papo, extremamente desenvolvida em 
Galináceos. Ele está localizado do lado esquerdo do pescoço, cranial 
a fúrcula, sendo cheio de comida, facilmente palpável e visível. Assim 
como o esôfago, é revestido por um epitélio escamoso estratificado 
queratinizado. O esôfago leva ao estômago que é bipartido em 
proventrículo e moela; sendo o proventrículo responsável pela 
produção de pepsina e ácido clorídrico (digestão química) e a moela 
sendo o estômago mecânico, com auxílio da cutícula. O inglúvio e a 
moelas são específicos aviários e contribuem para a ingestão de 
alimentos pequenos e secos (como grãos). Sendo assim, o inglúvio 
umedece o alimento e o armazena temporariamente após a digestão, 
enquanto a moela é responsável pela quebra do alimento, sendo eles 
incapazes de secretar qualquer substância que auxilie na digestão. 
O intestino delgado não difere muito ao dos mamíferos, o duodeno 
forma uma alça distinta e o pâncreas fica entre as partes descendente 
e ascendente, comunicando-se com o lúmen do duodeno 
ascendente, o qual nos Galináceos possui três ductos, e em 
Anseriformes, dois. O duodeno ascendente recebe dois ductos 
biliares, os quais secretam a bile diretamente do fígado e da vesícula 
biliar. O fígado tem dois lóbulos, o direito e o esquerdo, os quais 
repousam na cavidade corpórea ventral contra o esterno e a parede 
corpórea. Estes possuem funções semelhantes aos mamíferos. Em 
muitas aves adultas o jejuno retém uma remanescente da ligação 
com o saco vitelínico, o Divertículo de Meckel, o qual possui grande 
importância imune. O íleo termina no intestino grosso, sendo 
demarcado pelos cecos (com desenvolvimento proporcional aos 
hábitos alimentares da ave, sendo o de carnívoros menos 
desenvolvido). Os cecos são os locais de digestão de fibras por 
microrganismos, sendo esta digestão pouco relevante em aves 
domésticas que recebem alimentos altamente digestíveis. O cólon é 
curto e reto, terminando em um esfíncter entre o intestino grosso e a 
cloaca. A cloaca é dividida em três porções por pregas anelares de 
músculo e mucosa, sendo responsável pela excreção, reprodução e 
geração de ovos para novas aves. A postura de ovos consecutivos é 
chamada de postura de choco, sendo relacionada com a capacidade 
da espécie de incubação dos ovos e criação dos filhotes, dependendo 
da linhagem da espécie, da idade da fêmea e da fase do ciclo de 
postura, podendo se estender por meses ou anos. Nas práticas 
típicas de manejo, os ovos não permanecem com as aves após a 
postura. O período de ovulação e a oviposição (expulsão do ovo para 
o meio externo) nas aves domesticas é de cerca de 24 a 26 horas ( 1 
dia a 1 dia e meio). Existem receptores de progesterona em vários 
locais ao longo do oviduto, onde a progesterona é capaz de promover 
secreções e contrações musculares para o desenvolvimento e 
transporte dos ovos. Na fertilização, os espermatozoides precisam 
alcançar o oócito antes de entrar no segmento tubular do infundíbulo, 
na galinha domestica o ovo fica non infundíbulo por cerca de 15 
minutos. A secreção de albúmen (clara do ovo) ao redor da gema se 
inicia no infundíbulo, mas a maioria é secretada pelo magno. Ela e 
composta principalmente por água, proteína e minerais, se tornando 
fonte desses nutrientes, no desenvolvimento do embrião. Algumas 
das proteínas possuem propriedades imunes também, como 
antimicrobianas, protegendo o embrião contra microrganismos. As 
calazas são duas estruturas parecidas com um cordão que se 
estendem de lados opostos da gema a cada extremidade do ovo, 
sendo formadas por fibras nas camadas internas do albúmen quando 
a gema gira ao passar pelo oviduto. A casca do ovo possui quartro 
camadas aplicadas externamente ao albúmen, sendo do exterior para 
o interior: membranas da casca, núcleos mamilares, matriz e cutícula. 
Estas permitem trocas gasosas e de água, não sendo permeáveis ao 
albúmen. De acordo com o envelhecer dos ovos, as membranas 
tendem a se separar na extremidade maior do ovo, formando-se a 
chamada célula de ar, a qual é de extrema importância para saber a 
qualidade da casca do ovo (pela oviscopia).Os componentes da 
casca, principalmente o carbonato de cálcio, são depositados no 
núcleo mamilar e na matriz do ovo. Eles contem proteínas, 
carboidratos e mucopolissacarídeos, tendo importância na 
averiguação da qualidade da casca. A produção destas proteínas é 
influenciada pelo hormônio progesterona. A formação da casca na 
glândula da casca requer cerca de 17 a 20 horas em galinhas 
domésticas. Os níveis plasmáticos de cálcio diminuem no período de 
formação da casca, mas em seguida voltam ao normal, antes mesmo 
do início do próximo período de formação da casca. As aves possuem 
algumas modificações evolutivas, dentre elas tem-se a membrana 
interdigital (em animais de habitat aquático, a qual auxilia no nado), a 
glândula uropígea (a qual auxilia na limpeza, hidratação e 
impermeabilização das penas) e o inglúvio (papo, que auxilia no 
armazenamento de alimentos). 
Anatomia Geral dos Peixes 
Existem pouco mais de 50 mil espécies, dentre elas, 28 mil são 
peixes. Estes são caracterizados pelo desenvolvimento em 
ambientes aquáticos, ou seja, características hidrodinâmicas como 
movimentos e hábitos aquáticos. São classificados como Agnatha 
(peixes sem maxila e mandíbula, ou seja, boca redonda) e 
Gnasthostomata (peixes com maxila e mandíbula, sendo estes 
ósseos – Osteichtyes e cartilaginosos – Chondrichtyes). Possuem 
particularidades anatômicas de forma geral, tendo a bexiga natatória 
(a qual auxilia na flutuação e nado do peixe) e a linha lateral (auxilia 
na comunicação e identificação do peixe) como estruturas 
adaptativas, respiração branquial (com algumas exceções), 
circulação simples, órgãos e estruturas sensoriais e simetria lateral 
ou assimetria(devido a coloração, pouco comum). Aprofundando-se 
mais no sistema circulatório, as hemácias são nucleadas e maiores 
que nos mamíferos, o coração possui um átrio, um ventrículo, seio 
venoso e um cone arterioso, tendo os resíduos excretados pelos rins 
e brânquias. O sistema respiratório pode ser aquático 
(exclusivamente agua), aérea obrigatório (água e ar) e aéreo 
facultativo (água e ar, não obrigatórios); mais comum a respiração 
branquial (por bombas de ar), sendo os peixes cartilaginosos com 
fendas branquiais e os peixes ósseos com o opérculo. O sistema 
muscular é na sua maioria axial, não se inserindo direto nas 
vertebras, com ligamentos conjuntivos que unem os segmentos 
musculares (miômeros e miótomos). Seu esqueleto possui diversas 
particularidades, sendo principalmente ósseo com estruturas de 
sustentação das nadadeiras (pterigióforos) e da cauda (placa 
hipural). Sistema digestório possui função de ingestão (estomago), 
armazenamento (esôfago), moagem de alimentos e absorção 
(fígado, vesícula biliar, entre outros); não possuem intestino delgado 
ou grosso; cavidade bucofaríngea, ausente glândulas anexas e 
presença de células mucoides; esôfago e estomago curtos, pouco 
diferenciados e com ampla capacidade de distensão, sendo o 
estomago a digestão química dos alimentos (e em algumas espécies 
respiração também); delimitação cardíaca e fúndica (glandulares) 
com absorção pilórica; canal alimentar médio e distal (com variações 
de acordo com o hábito alimentar); alta capacidade de absorção, com 
vilosidades e moderada quantidade de células mucoides; grande 
capacidade de absorção e regulação osmótica; segmento proximal 
recebe secreções biliares pancreáticas; possui camada muscular 
desenvolvida; retem excesso de água e desemboca no anus, como 
em mamíferos. Algumas de suas características evolutivas são a 
linha lateral (orientação e olfato), a bexiga natatória (auxilia no nado, 
flutuação) e audição bem desenvolvida (devido a muitas vezes a 
visão ser bem simples). 
Sistema Tegumentar 
Tegumento comum, responsável pela proteção e adaptação do 
organismo, sendo interrompido nos orifícios naturais (como boca, 
olhos, nariz, orelha, ânus, vulva, pênis), é caracterizado como o maior 
órgão, tendo função de percepção sensorial, armazenamento e 
termorregulação. Composto pela pele (parte mais superficial, com a 
epiderme e derme, subcutânea e tecido adiposo), tela subcutânea 
(mais profunda), anexos cutâneos (pelos, glândulas sudoríparas, 
sebáceas, odoríferas, vestibulares nasais, circum-anais e mamas), 
revestimento falange distal (unhas, garras, casco) e, por vezes, 
revestimento cornual (corno, chifre). 
Glândula Mamária 
A glândula mamária é componente do sistema reprodutor feminino, 
sendo de extrema importância no desenvolvimento materno. Ela 
possui variações de acordo com cada espécie e é responsável pela 
secreção do leite, a qual pode se iniciar horas ou mesmo dias antes 
do parto, sendo usada para indicar a urgência do parto. A produção e 
secreção de leite pós-natal prosseguem apenas nos complexos 
mamários estimulados pela sucção do recém-nascido da espécie. A 
sucção da papila e a massagem do corpo mamário com as patas ou 
a língua dão início ao arco reflexo neuro-hormonal que leva à descida 
e secreção do leite. Os complexos mamários não estimulados logo 
sofrem regressão. As glândulas mamárias atingem o desenvolvimento 
e funcionalidade máxima apenas durante o pico da lactação. Elas 
aumentam e exibem uma predominância de tecido glandular sobre o 
estroma do tecido conectivo. Quando se passa a fase de 
amamentação da cria ou param os estímulos das glândulas mamárias 
ocorre a regressão do tecido produtor de leite. Ele é substituído por 
tecido conectivo e adiposo, entretanto, a glândula nunca retorna ao 
tamanho inicial. As cadelas possuem 4 a 5 pares de mamas, 
localizadas na região torácica, as gatas possuem 4 pares de mamas 
que se localizam na região abdominal, e a porca possui 6 a 7 pares 
de mamas na região inguinal. Já as vacas possuem 4 mamas, as 
caracterizadas como pequenas ruminantes (cabra, ovelha) possuem 
2 mamas, e a égua também 2 mamas, todas localizam-se na região 
púbica. 
 
 
 
 
 
Bibliografia 
• HORST, K.; HANS-GEORG, L. Anatomia dos Animais 
Domésticos. Grupo A, 2016. 9788582713006. Acesso em: 23 Mar 
2021. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582713006/ 
• Dee, F. A. Frandson - Anatomia e Fisiologia dos Animais de 
Produção. Grupo GEN, 2019. 9788527735919. Acesso em: 23 Mar 
2021. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527735919/ 
• PEREZ, Á. C. A. de; Anatomia e Fisiologia de Peixes. Secretaria 
de Agricultura e Abastecimento. Acesso em: 23 Mar 2021. 
Disponível em: 
https://www.crmvsp.gov.br/arquivo_midia/ANATOMIAEFISIOLOGIA
DEPEIXES_AGARPEREZ_CRMVSP.pdf 
 
 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582713006/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527735919/
https://www.crmvsp.gov.br/arquivo_midia/ANATOMIAEFISIOLOGIADEPEIXES_AGARPEREZ_CRMVSP.pdf
https://www.crmvsp.gov.br/arquivo_midia/ANATOMIAEFISIOLOGIADEPEIXES_AGARPEREZ_CRMVSP.pdf

Continue navegando