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MIASTENIA GRAVIS MARLINTON WALDORF MIASTENIA GRAVIS AUTO-IMUNE ADQUIRIDA (MGAA) É DOENÇA NEUROMUSCULAR AUTO-IMUNE, CARACTERIZADA PELA PRODUÇÃO DE AUTO-ANTICORPOS ANTI-RECEPTORES DE ACETILCOLINA QUE, POR SUA VEZ, BLOQUEIAM OS RECEPTORES DE ACETILCOLINA NA PLACA MOTORA, COMPROMETENDO SUA FUNÇÃO. AS PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES SÃO DECORRENTES DO AUMENTO DE FRAQUEZA E DE FADIGA DOS MÚSCULOS VOLUNTÁRIOS A SITUAÇÕES DE ESFORÇO. A MGAA PODE ENVOLVER TODOS OS GRUPOS DA MUSCULATURA ESTRIADA, DE MANEIRA ESPECIAL, AQUELES INERVADOS PELOS NERVOS CRANIANOS OCULARES E PONTINO-BULBARES. INDUZEM A UMA FRAQUEZA FLUTANTE DOS MUSCULOS ESQUELÉTICOS FRAQUEZA GENERALIZADA, LOCALIZADA E PROXIMAL ENVOLVEM MUSCULOS OCULARES EXTERNOS 50% DIPLOPLIA E PTOSE. MAIS COMUM EM MULHERES DO QUE HOMENS 8-10 CASOS/ 1000000 MGAA NÃO É MAIS USADA ICE PACK TEST TESTE DO SAQUINHO DE GELO - CLINICO MIASTENIA GRAVIS GENERALIZADA MIASTENIA GRAVIS OCULAR 15% dos pacientes 50% anticorpos + Ptose palpebral Diploplia binocular Além dos sintomas oculares Fraqueza muscular proximal Sintomas bulbares Comprometimento respiratório (dispneia) Dentro de um ano a MG se mantém puramente ocular em 40% dos pacientes bulbar ou oculobulbar em 15% Se generaliza em 35% dos pacientes ou É confinada a extremidades em 10% dos casos FATORES DE RISCO PARA CONVERSÃO: Sexo feminino Idade avançada + AchR Ab em altos níveis Doenças auto-imunes associadas Hiperplasia de timo Timoma Sintoma único ocular - ptose ou diploplia Fumante FATORES DE PROTEÇÃO Doença >2 anos : 90% persistem como doença focal Tratamento com immunosupressores e pirodostigmina CLASSIFICAÇÃO CASOS COM ANTICORPOS-POSITIVOS Diagnóstico é confirmado pela combinação de sinais e sintomas relevantes e um teste de anticorpo positivo Anticorpos definem o subgrupo da doença Alta especificidade e sensibilidade de detecção Contra: Receptores da Acetilcolina (AchR) Muscle-specific kinase (MuSK) Lipoprotein receptor-related protein 4 (LRP4) CASOS COM ANTICORPOS-NEGATIVOS Diagnósticos é confirmado por eletroneuromiografia e tem resposta característica à terapia. Teste do saquinho de gelo que reverte ptose sustenta o diagnóstico. Teste terapeutico com inibidores da acetilcolinesterase podem sugerir diagnóstico mas possuem casos falso-positivos SUBGRUPOS + facial e bulbar - ocular e membros - flutuações + atrofia e fraqueza _ respostas ao tratamento SUBGRUPOS Doença leve a moderada 10-15% se testes comuns Ensaio de base celular Fonte: The Lancet & NEJM INVESTIGAÇÃO EM PACIENTES SORONEGATIVOS COM TESTE DE ANTICORPO DEVE SER REPETIDO DEPOIS DE 6-12 MESES ELETRONEUROMIOGRAFIA : EMG COM ESTIMULAÇÃO NERVOSA REPETITIVA: SEM PIRODOSTIGMINA > NA MIASTENIA GRAVIS OCULAR A CONTRAÇÃO DO MUSCULO DA FACE É ANORMAL EM QUASE 100% DOS PACIENTES ENM DE FIBRA UNICA: JITTER - ATRASO DA TRANSMIÇÃO DO NERVO- MUSCULO - MENOS ESPECÍFICO POIS QUALQUER DOENÇA AFETANDO A JUNÇÃO NEUROMUSCULAR VAI ALTERAR O JITTER. AVALIAÇÃO DO TIMO: OS CIRURGIÕES TORÁCICOS PREFEREM TC DE TÓRAX HIPERPLASIA TIMICA EM 70% DOS PACIENTES JOVENS INVESTIGAÇÃO Fadigabilidade da miastenia gravis Estimulação nervosa repetitiva em baixa frequencia (3Hz) realizada no nervo femoral esquerdo com captação do musculo reto femoral. Presença de uma resposta decremental significativa, maior que 10% após o primeiro estímulo TRATAMENTO DE MANUTENÇÃO PIRIDOSTIGMINA (MESTINOM) 60 MG/COMPRIMIDO Doses variáveis, cobrindo o período da vigília. 1/2 vida: poucas horas + usual: 30 a 120 mg 3-4x dia Dose de 120 mg ou +4x/ dia podem ser perigosas CRISE COLINÉRGICA: Fraqueza muscular progressiva Sintomas parassimpaticomiméticos proeminentes Hipersalivação Náuseas/vômito Diarreia NEOSTIGMINA (PROSTIGMINA) Somente para teste terapeutico Adulto: 3 ampolas de 0,5 mg IM Resposta tem de ser significativa Há falsos + TRATAMENTO DE MANUTENÇÃO TRATAMENTO IMUNOSSUPRESSOR DE MANUTENÇÃO (VO) Corticoterapia prolongada acompanhada de Azatioprina Corticosteroide provavelmente redistribui linfócitos, tirando-os da circulação. Corticoterapia pode piorar sintomas de miastenia generalizada nas primeiras 2 semanas : passar esses periodo em hospital. Alternativas: Micofenolato/ outros(como Azatioprina: teratogênicos), Rituximabe CRISE MIASTÊNICA Disfunção respiratória que exige ventilação mecânica Risco de morte 4% Ocorre em aproximadamente 15-25% dos pacientes 74% dos pacientes apresentou episódios nos primeiros 2 anos de doença. Infecção é a maior causa, identificável de precipitação (38%) Em 30% dos casos não foi encontrada nenhuma causa precipitante CRISE COLINÉRGICA é o principal diagnóstico diferencial Causada pelo excesso de Piridostigmina Provavelmente por down-regulation(internalização) dos receptores disponíveis (não os bloqueados por anticorpos) ante ao excesso de acetilcolina. Fraqueza generealizada indistinguível dos sintomas de miastenia Sintomas parassimpáticos presentes (mas também na crise miastênica) Visão borrada Sialorreia Náuseas e vômitos Diarreia A dúvida entre as duas crises é pertinente: suspensão da Piridostigmina Tratamento(de ambos): UTI - ventilação mecânica mas NÃO usar bloqueadores neuromusculares Diminuição / retirada da Piridostigmina Tratar descompensação (infecção: retirada do fármaco) Plasmaferese ou imunoglobulina humana hiperimune(imunossupressor) Plasmaferese $$ ou imunoglobulina $$ também são usadas para: Induzir melhora rápida ANTES de se chegar à crise miastênica Preparar paciente com MG generalizada para Cirurgia NUNCA FAZER PLASMAFERESE DEPOIS DE IMUNOGLOBULINA O contrário é possívvel TIMECTOMIA SEMPRE indicada em caso de timoma. Nunca indicada se: Miastenia com anticorpo anti-MUSK Miastenia puramente ocular No passado recente era indicada em casos tardios e refratários, com sucesso modesto: Cx aberta (+arriscada) Pacientes mais idosos Pacientes mais graves Indicação mais precoce e com técnicas endoscópicas melhoraram desfechos, mas a indicação ainda é incerta. Morte <1% Insuficiência ventilatória 6% Infecção 11% Lesão de nervo laringeo recorrente (paralisia corda vocal) Lesão do nervo frênico(parada diafragma) Possibilidade de menores riscos com cx robótica A eficácia se dá ao longo prazo(meses) da mesma forma que os imunossupressores. Pacientes miastênicos (generalizado) que irá para timectomia deve fazer plasmafereseou imunoglobulina antes Cx pode ser fator de descompensação. DETALHES DO DIAGNÓSTICO ANTICORPOS ANTI-RECEPTOR DE ACETILCOLINA: Caros, sendo a maioria dos convênios não cobrem. Colher em jejum. Resultado demora. Ensaio de base celular é a tenica preferível São 3 tipos: Ligador Modulador Bloqueador Anti-MUSK Ligador - O mais sensível para diagnóstico (triagem) Maior chance de positividade quanto maior a gravidade e na doença generalizada que ocular Falsos positivos com a sinrome de Lambert-Eaton e etc... R$ 1100 R$ 6000 PRINCIPAIS CONTRAINDICAÇÕES SULFATO DE MAGNÉSIO BLOQUEADOES NEUROMUSCULARES (SÓ PODE VECURÔNIO OU ROCURÔNIO, COM RESGATE POR SUGAMMADEX) FENITOÍNA QUINIDINA, PROCAINAMIDA QUINOLONAS AMINOGLICOSÍDEOS POLIMIXINA Mesmo em pacientes não miastênicos, esses antibióticos poder ter efeito curarizante e causar síndrome mistenia-símile (dificuldade de desmame em CTI) DETALHES SOBRE O TRATAMENTO GESTAÇÃO: A gravidez não piora o desfecho à longo prazo da MG O curso da doença é altamente variável e imprevisível durante a gestação (piora= melhora) e pode mudar nas gestações subsequentes. Das que pioram, 30% é no puerpério. Imunossupressores não podem ser usados, pois são teratogenicos. Pode-se usar Piridostigmina. Corticosteroides, Imunoglobulina e Plasmafere podem ser usados, o mínimo possível. Não usar sulfato de magnésio em pré-eclapmsia de miastÊnica: bloqueio neuromuscular. Amamentação sem problemas. Risco de miastenia neonatal transitória - passagem de anticorpos:Começa nos primeiros 3 dias, resolvendo-se em 18-20 dias. Ptose, choro e sucção débeis, fraqueza, dificuldade respiratória, hipotonia, face hipomímica. Pode-se empregar inibidor da acetil-colinestersa. Miastenia congênita é outra doença não auto-imune e c/ apresentação distinta e tardia. Inibidor da Acetilcolinesterase - acessível pelo SUS Azatioprina - SUS Micofenolato - Justiça SINDROME DE LAMBERT-EATON É uma síndrome imunomediada, do tipo miastenia, com fraqueza que, em geral, afeta os membros e poupa os músculos ocular e bulbar. É pré-sináptica, resultando da liberação deficiente de acetilcolina das terminações nervosas. Um anticorpo IgG está envolvido. A síndrome pode preceder, ocorrer com, ou se desenvolver após o diagnóstico do câncer. Acontece com mais frequência em homens com tumores intratorácicos (70% apresentam carcinoma de pulmão de células pequenas ou oat cells). A síndrome de Lambert-Eaton causa fraqueza muscular que tende a começar no quadril e nos músculos da coxa, depois normalmente se espalha para os músculos do ombro, descendo para os braços e as pernas até chegar às mãos e aos pés. Os nervos cranianos são os últimos a serem afetados. SINTOMAS DIAGNÓSTICO O diagnóstico é confirmado pela descoberta de uma resposta incremental à estimulação repetitiva do nervo na eletroneuromiografia: a amplitude do potencial de ação muscular composto aumenta > 200% em taxas > 10 Hz. TRATAMENTO O tratamento é primeiramente direcionado à neoplasia de base e, algumas vezes, induz à remissão. A guanidina (inicialmente 125 mg VO qid gradualmente escalonada até o máximo de 35 mg/kg), que facilita a liberação da acetilcolina, diminui com frequência os sintomas, mas pode deprimir as funções da medula óssea e do fígado. Corticoides e troca plasmática beneficiam alguns pacientes.
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