Buscar

Prova de Entomologia agrícola

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1. Você é um engenheiro agrônomo de um produtor que tem 1500 hectares de lavouras de verão e de inverno. Como faria para monitorar a população de insetos e tomar decisões de uma área tão grande?
As estratégias de monitoramento de população de insetos são: vistoria em pontos diversos da lavoura, verificando o solo, as condições de sanidade do limbo e inferior das folhas, caules, flores e frutos, inserir sistemas de armadilhas luminosas, amostrar população de insetos, analisando o instar e a população, bem como avaliar a presença de inimigos naturais. Recomenda-se também efetuar o controle da produção, por meio de histórico de incidência de pragas, baseando-se nos diagnósticos locais próximos, bem como das observações de outros profissionais sobre o cenário regional. Durante o intervalo das safras, deve-se efetuar a supressão de plantas daninhas, restos culturais e plantas hospedeiras. Avaliar a possibilidade de mudanças no calendário de plantio adequando a janela de plantio para que a condição ambiente seja desfavorável para as pragas. No caso de diagnosticar possíveis casos de resistências de pragas a produtos químicos, pode-se fazer uso de produtos biológicos e inserir inimigos naturais, como o Trichogramma galloi, efetuar a alteração de princípios ativos registrados, sempre que for observada a presença de pragas que estejam passando do nível de controle. Também se deve monitorar o tráfego de máquinas nas propriedades vizinhas, o uso de sementes e mudas certificadas, protetores de sementes recomendados. Atentar para o controle de tecnologia de aplicação, como pontas adequadas para produtos de contato, que deve emitir gotas médias ou finas, ampliando a proteção foliar. Havendo áreas disponíveis, pode-se efetuar um regúgio.
2. Explique o que são conceitos de Nível de equilíbrio (NE), Nível de controle (NC) e Nível de dano econômico (ND) e como devem ser utilizados no Manejo Integrado de Pragas.
Nível de equilíbrio (NE) é a densidade média da população durante um período longo de tempo (mínimo 5 anos);
Nível de dano econômico (ND) é a menor densidade populacional que causa prejuízo econômico, compensando aplicação de defensivos;
Nível limiar econômico (NL) ou Nível de Controle é o nível populacional no qual medidas devem ser tomadas para não chegar ao ND, é sempre inferior ao nível de dano;
No manejo integrado de pragas, deve-se orientar a tomada de decisão a partir do monitoramento que as pragas passem do nível de controle, para não se aplicar agrotóxicos sem necessidade. Deve-se tomar alguma medida mediante o nível de ação, com base no ínstar, população e o estádio vegetativo da cultura.
3. O controle químico é um método de controle de insetos mais utilizado na nossa agricultura atualmente. Em função desse grande uso, a disponibilidade de produtos no mercado é enorme. Considerando que todos os produtos abaixo são recomendados para a lagarta-do-cartucho, Spodoptera frurgiperda, qual você recomendaria? Justifique a sua resposta.
a) Promitor 480EC (Ferbu participações SA) ou Pyrinex 480 EC (Adama Brasil S.A.).
Promitor e Pyrinex 480 EC são concentrados emulsionáveis, atuam por contato e ingestão, do grupo químico organofosforado, permite até duas aplicações a partir de uma semana de germinação.
b) Cipermetrina Nortox 250 EC (Nortox S.A.). ou Cypetrin (Prentiss Química Ltda.).
Cipermetrina e Cypetrin são concentrados emulsionáveis de contato e de ingestão do grupo químico dos piretróides, de aplicação única.
c) Diflumax (Helm do Brasil - Mercantil Ltda.) ou Dimilin (UPL do Brasil).
Diflumax é um inseticida fisiológico, age por contato e por ingestão, é uma suspensão concentrada e pertence ao grupo químico benzoilureia. Indicado aplicação no cartucho, seguido por uma sequencial, com intervalo de 14 dias. Dimili é um inseticida Inseticida fisiológico inibidor da síntese de quitina, do grupo químico benzoilureia. Também é indicado aplicar antes que a lagarta adentre o cartucho.
d) Regio (Albaugh Agro Brasil Ltda.) ou Lannate (Corteva Agriscience do Brasil Ltda.).
Regio e Lannate são inseticidas sistêmicos e de contato, concentrado solúvel do grupo químico: Metilcarbamato de oxima. A aplicação para controle de Spodoptera frurgiperda é em pré-plantio, na cultura do milho, no instar larval.
4. Sabendo-se que determinado inseticida “A” possui uma toxicidade aguda oral () de 10mg/kg e no inseticida “B” esse valor é de 100mg/kg, com qual você prefere trabalhar? Por quê?
 Representa a dose letal média, em miligramas, de uma substância, capaz de matar 50% de uma espécie. Portanto, não se recomenda o uso do inseticida “A” porque possui uma dose letal de 10mg para cada quilo, logo, sua toxicidade é maior, enquanto que o inseticida “B” precisaria de uma exposição a 100mg para cada quilo, ou seja, sua toxicidade é inferior a “A”, portanto, menos agressivo.
5. Sabendo-se que um produtor vai utilizar este método por muitos anos, como você faria para postergar ou minimizar o problema da resistência dos insetos aos inseticidas? Explique a sua estratégia de uso.
Emprega-se a técnica de moderação, de forma que os produtos não gerem uma pressão de seleção, portanto, parte do pressuposto que a aplicação se dá em virtude da amostragem a campo. Também seguem um programa de monitoramento por meio do apoio do controle biológico e as alternativas de controle cultural, ajustando a janela de plantio e colheita (geralmente antecipadas). O cuidado com a tecnologia de aplicação como pontas, como o uso de adjuvantes; condições climáticas (umidade, radiação) de aplicação, horário e velocidade da passagem também devem ser cuidadas. É necessário avaliar a eficiência dos produtos a cada safra, sendo que, constatado algum caso de resistência, deve-se proceder à troca da molécula.
6. A resistência a inseticidas é decorrente da seleção de indivíduos pré-adaptados a algumas substancias letais à maioria da população. Entre as ferramentas de manejo da resistência citadas na literatura estão: a) manejo por moderação, que consiste na redução do uso de inseticidas e b) manejo por saturação, que consiste no aumento da dose do inseticida. Por que essas duas práticas tão diferentes são recomendadas para solucionar um mesmo problema.
Considerando um grupo de espécies sensíveis à intervenção humana, ainda busca-se reduzir os impactos nocivos ao ambiente, comumente empregados nas regiões próximas a apiários, ou quando observada uma fauna rica em inimigos naturais. O manejo por moderação baseia-se na observação de áreas com sinais visíveis de danos provocados pelas pragas, isto é, os primeiros sinais. Nesse caso, não há a necessidade de efetuar altas doses de aplicações, respeitando a recomendação da bula, logo, não há uma aplicação sequencial calendarizada. Essa prática requer maior conhecimento da área, a identificação de pragas e inimigos naturais e prevê as orientações do manejo integrado de pragas para ser executada.
Manejo por saturação deve ser usado em casos extremos, geralmente é uma proposta para quando se manifesta um caso de resistência, sempre que as medidas anteriores falharem. Consiste em efetuar o emprego de técnicas combinadas e produtos com efeitos sinérgicos, que potencializam o efeito de dano sobre o organismo indesejado, impedindo formas de sobrevivência. Uma característica dessa prática é quando se extrapola os limites de dose recomendados na bula e as aplicações são calendarizadas. O caso mais recente que levou muitas empresas rurais a adotarem essa técnica foi a Helicoverpa armigera nas lavouras de soja.
7. O controle biológico do tipo aplicado consiste na liberação de inimigos naturais em uma determinada área. Essa liberação pode ser do tipo massal ou inoculativa. Explique:
a) Qual a diferença entre liberação do tipo massal e liberação inoculativa?
Liberação massal: São espécies cultivadas em laboratório e depois liberadas na área de interesse para controle de uma praga em um curto espaço de tempo.
Liberação inoculativa: São espécies liberadas em pequenas quantidades no ambiente para se adaptar e formar colônias em uma áreapara o controle de pragas ao longo do tempo. Nesse caso, pode haver a necessidade de efetuar várias liberações, a fim de estudar o comportamento da espécie no novo ambiente, verificando a sua adaptação e proliferação.
b) Por que as espécies de insetos que são introduzidas para estes métodos de controle costumam ser de parasitoides e não de predadores.
Parasitoides parasitam uma espécie de praga, apenas quando no instar larval e esse parasitismo é necessário para se chegar à fase adulta, como consequência há a morte do hospedeiro, mas a prática não caracteriza um desequilíbrio ambiental. O emprego de predadores pode causar um desequilíbrio ambiental, se o número de predadores exceder o número de presas.
8. Por que, quando introduzimos inimigos naturais para o controle de pragas, não causamos desequilíbrio ainda maior nesse ambiente? Quais são as características dos insetos, fungos e bactérias que os fazem bons agentes de controle de pragas?
São inofensivos à saúde humana e animal, logo, não deixam substâncias residuais, efetuam a regulação ambiental natural, minimizando a ocorrência de focos de pragas resistentes. Os inimigos naturais são bastante seletores, não eliminando os demais organismos benéficos. Além disso, os organismos entomopatogênicos encontrados na natureza são hospedeiro-específicos.
REFERÊNCIAS:
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Consulta de produtos formulados. Brasília: Agrofit, 2021. 1p. Disponível em: <https://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons >. Acesso em 17 jul. 2021.
BASSO, Claudir José. Manual de identificação das principais pragas, doenças e algumas deficiências nutricionais na cultura do algodoeiro, da soja e do milho. Frederico Westphalen: Grafimax, 2009. 142 p. 
FARIAS, Paulo Roberto Silva. Manual de Entomologia Geral. Amazônia: Universidade Federal Rural da Amazônia. Instituto de Ciências Agrárias. Disciplina de Entomologia Geral, 2003, 142 p.
GALLO, Domingos; NAKANO, Octavio; SILVEIRA NETO, Sinval; CARVALHO, Ricardo Pereira Lima. Manual de entomologia agrícola. 2. ed. São Paulo: Livroceres, 1988. XIV, 649p.
MONSANTO. Manual de Pragas 2015. Mato Grosso do Sul: Monsanto, 2015, 168 pg.
ROSA, Ana Paula Schneid Afonso da. Monitoramento da lagarta-do-cartucho do milho. Pelotas: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa Clima Temperado, Mar. 2011 - Tiragem 50 exemplares. 2 p.

Continue navegando