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_Labirintos_ dos generais à Nova República do doutor em Sociologia Brasilio Sallum e Genealogia da constituinte_ do autoritarismo à democratização d

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Carolina Felix nºusp: 10722290
Resenha 9 - Sallum Jr
O livro Labirintos: dos generais à Nova República do doutor em Sociologia Brasilio
Sallum e o texto Genealogia da constituinte: do autoritarismo à democratização do
Professor Doutor em Ciência Política da Unifesp Antônio Rocha, tratam sobre o período de
redemocratização do Brasil pós Ditadura Militar e, consequentemente de suas políticas
econômicas abordadas a partir da construção do Estado desenvolvimentista, relacionando a
influência do cenário econômico internacional com as mudanças internas no Brasil, dando
destaque principalmente a crise das dívidas públicas, bem como a crise do petróleo e, as
dificuldades de estabilização da balança comercial.
Em 1980, o Ministro da Secretaria do Planejamento Delfim Neto institui políticas de
ajuste fiscal, em que o principal foco do programa era correção dos déficit público, de modo a
enfatizar a questão dos investimentos públicos excessivos no lugar de continuar com a grande
dependência do capital financeiro. Assim, com a crise da dívida e a incapacidade de
resolução por meio dos métodos aplicados anteriormente, a resolução das questão por meio
de financiamentos externos induzindo uma recessão intensa, para que tinha a produção de
saldos positivos e, por fim de para não romper com os credores internacionais, o Governo
brasileiro decidiu recorrer ao FMI.
Nesse sentido, o ônus dessa política recessiva caiu sobre diversos setores da economia
brasileira, entretanto a movimentação do funcionalismo público e a necessidade de corte em
empresas estatais, provocou paralisações importantes que por fim desencadearam
manifestações em assembléias e greve de empresas como a Petrobrás e o BNDS. Assim surge
um movimento de resistência às decisões do governo, articulação que o autor chamou de
uma crise final e rachadura ao regime. Toda essa movimentação do governo, e suas políticas
geraram uma dissociação entre os membros do Estado e o empresariado, assim o prestígio
que o governo tinha foi enfraquecendo, de modo que várias propostas para a saída da crise já
contavam com indicações da necessidade da redemocratização e inflaram as tensões
político-institucional.
Entre 1983 e 1984, o processo de liberalização já estava mais avançado, e o caráter
militar e autoritário do regime já quase não se fazia presente, mesmo antes do final do
mandato de Figueiredo. No campo da transição, a movimentação das diretas já reverteu o
estado provável de eleição de um candidato apoiado pelo regime militar, a tentativa de
aprovação da emenda Dante de Oliveira foi importantíssimo para esse gás final na
redemocratização. Com isso a vitória de Tancredo Neves - pelo Colégio eleitoral -
representou de forma pacífica essa transição e aceitação dos resultados, o autor destaca no
texto que a redemocratização cresceu em torno do eixo da oposição, diferentemente do que
orquestrou Geisel e seus auxiliares, a vitória de Tancredo surgiu então, em conjunto com essa
articulação da oposição e pressão popular.
O texto de Antônio Rocha aborda a institucionalização do regime, sua ambiguidade
com a utilização de fatores institucionais e autoritários, ao mesmo tempo. Além disso, as
alterações feitas na constituição, exploravam esse campo, na tentativa de legitimar o golpe,
inclusive a nomenclatura, democracia relativa, foi utilizada pelas Forças armadas. Segundo o
autor, as tentativas de liberalização do regime já se iniciaram com Castello, porém foi com
Geisel que uma iniciativa mais efetiva foi progredindo.
Nesse sentido, observa-se que a oposição institucional que era permitida, de certa
forma causou uma pequena brecha no regime, sempre buscando retorno ao Estado de direito,
anistia política, eleições diretas para presidente da República e uma nova Constituição, apesar
das cassações e do endurecimento do regime e aos opositores a cada tentativa de vitória. O
autor traça um caminho, enquadrando os diversos pontos da ditadura e como as instituições
foram utilizadas nesse período.
Em suma, o processo de democratização foi impulsionada pelas denúncias de
corrupção antes do regime militar chegar ao fim, bem como a crise que o país passada que foi
estopim para manifestações populares. .

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