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Exame de Corpo de Delito

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Exame de Corpo de Delito
MEDICINA LEGAL
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EXAME DE CORPO DE DELITO
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA 
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PERÍCIA E PERITOS
(DISCIPLINA LEGAL)
• CÓDIGO DE PROCESSO PENAL (CPP) – Arts. 155-184;
• CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL(CPC) – Arts. 156-158 e 464-480.
CPP:
TÍTULO VII
CAPÍTULO II
DO EXAME DE CORPO DE DELITO E DAS PERÍCIAS EM GERAL
Imagem: divulgação filme Morgue Story (2010)
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo 
de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
Os delegados, seja da Polícia Federal ou da Polícia Civil, não podem prescin-
dir dos exames de corpo de delito quando a infração deixa vestígios. Igualmente 
o juiz não pode prescindir. 
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O perito chega às suas conclusões mediante a análise de elementos mate-
riais, de elementos concretos que podem ser observados e medidos. Esses ele-
mentos são denominados vestígios. 
O vestígio é tão importante que se ele existir e não for analisado, se não 
houver o exame de corpo de delito por falta de iniciativa da autoridade ou do 
Estado, é causa de nulidade do processo. 
CPP
Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos:
III – por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:
b) o exame do corpo de delito nos crimes que deixam vestígios, ressalvado o dis-
posto no Art. 167;
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desapareci-
do os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
 
Exame de corpo de delito
Muita gente pensa que o exame de corpo de delito é aquele realizado no Ins-
tituto Médico Legal (IML), o exame realizado no corpo. Não necessariamente.
O exame do corpo da pessoa que chega ao IML, viva ou morta, é também 
considerado exame de corpo de delito. No entanto, o exame de corpo de delito 
não é considerado o exame apenas do corpo, e sim o exame de vestígios. 
Quando se analisa um vestígio, está sendo feito o exame de corpo de delito. 
No Direito, é considerado corpo de delito o conjunto de vestígios associados 
a algum fato delituoso. 
Por exemplo, quando se analisa uma pessoa em busca de lesão corporal, é 
um exame de corpo de delito. Quando se examina um cadáver que foi morto por 
morte violenta, é um exame de corpo de delito. Quando se examina um projétil 
que é retirado do corpo e esse projetil é comparado a outro projétil da arma ques-
tionada, é um exame balístico, que também é chamado de exame de corpo de 
delito. Da mesma forma que o exame de uma cédula falsa é exame de corpo de 
delito. Análise de uma substância também é exame de corpo de delito.
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Atenção!
Na criminalística, vestígio é diferente de prova que é diferente de indício que é 
diferente de evidência.
Relembrando que, para o Direito, para a doutrina jurídica, o exame de corpo 
de delito é a análise do conjunto de elementos materiais, o conjunto de vestígios. 
Vestígio
Por vestígios entende-se os elementos materiais associados aos crimes 
(análise objetiva). O exame do vestígio é o chamado exame de corpo de delito 
executado pelo perito. Perito e vestígio andam juntos. O perito elabora um docu-
mento que, para o Direito, é considerado prova técnica, o laudo. Essa prova téc-
nica também é chamada de objetiva, porque foi obtida por meio de elementos 
materiais (vestígios). Essa prova seguiu um rigor técnico, um rigor científico. 
O perito refere sempre no laudo a metodologia utilizada para chegar àquele 
resultado, para que outro perito que realize o mesmo tipo de exame possa seguir 
a mesma metodologia e chegar ao mesmo resultado. A prova técnica é, portanto, 
reprodutível. 
Prova
A confissão é um meio de prova, como o testemunho e a acareação. São 
meios de prova de caráter subjetivo. A reconstituição do crime também é um 
meio de prova, mas não um meio de prova técnica mesmo que conduzida por 
um perito. Em criminalística, a reconstituição do crime é denominada reprodução 
simulada dos fatos, sendo considerada uma prova do tipo mista. 
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É uma prova mista porque normalmente é feita para verificar uma prova sub-
jetiva à luz de informações técnicas. Na confrontação das informações subjeti-
vas com as objetivas, surge a prova do tipo mista. 
A prova, diferentemente do vestígio, não necessita ser material. A prova é ele-
mento formador da convicção do juiz. 
A prova técnica por ser obtida por meios científicos, reprodutível, é conside-
rada a prova mais confiável do que um testemunho, do que uma confissão. Não 
é a mais relevante nem a mais importante num processo, porque quem dá à 
prova o seu valor não é a prova por si só, mas o juiz, quando avalia o conjunto 
de provas.
CPP
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em 
contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos 
elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautela-
res, não repetíveis e antecipadas.
A prova técnica pode ser produzida em qualquer momento.
A perícia é utilizada de forma a perpetuar a materialidade do crime.
CPP
Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo 
ou em parte. 
O perito considera o seu trabalho muito importante, mas esse trabalho se 
junta a outros elementos na formação da convicção do juiz. Não existe hierarquia 
entre as provas.
���Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a 
aula preparada e ministrada pelo professor Carlos Palhares.

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