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GESTÃO DE CARREIRAS Katsue Miriam Ávila Watanabe Anna Carolina Oliveira Moreira FACULDADE ÚNICA DE IPATINGA 2 Menu de Ícones Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos. Eles são para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um com uma função específica, mostradas a seguir: São sugestões de links para vídeos, documentos científico (artigos, monografias, dissertações e teses), sites ou links das Bibliotecas Virtuais (Minha Biblioteca e Biblioteca Pearson) relacionados com o conteúdo abordado. Trata-se dos conceitos, definições ou afirmações importantes nas quais você deve ter um maior grau de atenção! São exercícios de fixação do conteúdo abordado em cada unidade do livro. São para o esclarecimento do significado de determinados termos/palavras mostradas ao longo do livro. Este espaço é destinado para a reflexão sobre questões citadas em cada unidade, associando-o a suas ações, seja no ambiente profissional ou em seu cotidiano. 3 SUMÁRIO GESTÃO DE CARREIRA ............................................................................. 6 1.1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 6 1.2 A EVOLUÇÃO DAS NOÇÕES DE CARREIRA ....................................................... 7 1.3 MACRO E MICRO CENÁRIO E COMPOSTO DE GESTÃO DE CARREIRA .......... 10 1.4 TENDÊNCIAS E TRAJETÓRIAS DE CARREIRAS. DIVERSIDADE E GERAÇÕES ..... 11 1.5 DIVERSAS ABORDAGENS DA GESTÃO DE CARREIRA ...................................... 14 FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................... 16 O PAPEL DAS PESSOAS E DA ORGANIZAÇÃO NA GESTÃO DE CARREIRA ............................................................................................... 20 2.1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 20 2.2 AS ATUAIS DEMANDAS DAS ORGANIZAÇÕES PARA CONTRATAÇÃO E MANUTENÇÃO DOS PROFISSIONAIS ................................................................ 22 2.3 COMPETÊNCIA, TRAJETÓRIA DE CARREIRA E COMPLEXIDADES .................... 23 2.4 AS DIMENSÕES CONTEMPORÂNEAS DO TRABALHO - COMPETITIVIDADE E ESPÍRITO EMPREENDEDOR ................................................................................. 24 2.5 VISÃO GLOBAL SOBRE PLANEJAMENTO E GESTÃO DE CARREIRAS ............... 26 FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................... 31 AS TÉCNICAS PARA O ESTABELECIMENTO DE UM PROFISSIONAL ........ 35 3.1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 35 3.2 FASES E CICLOS DE CARREIRA; DETERMINANTES DA ESCOLHA E OS PILARES DE UMA CARREIRA BEM SUCEDIDA; ...................................................................... 35 3.3 GESTÃO DE PESSOAS POR COMPETÊNCIAS. COMPETÊNCIAS INDIVIDUAIS. COMPETÊNCIAS COLETIVAS. COMPETÊNCIAS ORGANIZACIONAIS.............. 40 3.4 CARREIRA E REMUNERAÇÃO ............................................................................ 43 FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................... 45 PROCESSO DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL ......................................... 49 4.1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 49 4.2 ORGANIZAÇÕES E TIPOS DE CARREIRAS, CARREIRA SEM FRONTEIRAS; CARREIRA EM Y; PARALELAS ENTRE OUTRAS .................................................... 51 4.3 INSUMOS PARA O PLANEJAMENTO DA CARREIRA: O AUTOCONHECIMENTO, MERCADO DE TRABALHO E O PLANO DE AÇÃO ............................................. 57 4.4 A ESTRATÉGIA E AS FERRAMENTAS DE BUSCA DE TRABALHO: CURRÍCULO, ENTREVISTA DE SELEÇÃO, REDE DE CONTATOS ............................................... 59 4.5 IMPACTO DA LIDERANÇA SOBRE A CARREIRA ................................................ 62 FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................... 65 O DIFERENCIAL NA IMPLANTAÇÃO DA GESTÃO DE CARRREIRA ......... 69 5.1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 69 5.2 OBJETIVOS DA IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA ............................................. 69 5.3 VANTAGENS PARA IMPLANTAR A GESTÃO DE CARREIRA .............................. 72 5.4 DESVANTAGENS AO SE IMPLANTAR GESTÃO DE CARREIRA ........................... 73 FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................... 76 UNIDADE 01 UNIDADE 02 UNIDADE 03 UNIDADE 04 UNIDADE 05 4 VARIÁVEIS, FERRAMENTAS, INSTRUMENTOS DE GESTÃO E PREPARAÇÃO PARA APOSENTADORIA .......................................................................... 81 6.1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 81 6.2 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO E PROGRAMA DE SUCESSÃO ........................ 81 6.3 DOWNSINZINIG E FUSÕES ................................................................................. 86 6.4 APOSENTADORIA E CARREIRAS PARALELAS .................................................... 88 FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................... 91 RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO ................................................ 95 REFERÊNCIAS ............................................................................................ 96 UNIDADE 06 5 CONFIRA NO LIVRO Serão apresentados o histórico de evolução da Gestão de carreira, os conceitos-chave que possibilitam o acesso ao tema, bem como o Macro e Micro cenários que norteiam um bom Planejamento e Gestão de Carreira, as tendências e abordagens. Nesta unidade o papel das pessoas e das organizações ganham destaque, para uma melhor compreensão serão apresentadas as demandas de mercado tanto para contratação quanto para manutenção de talentos. A competitividade e o empreendedorismo serão trabalhados com temas da atualidade. Técnicas para o estabelecimento de um bom profissional, os determinantes de escolha, o composto de Gestão do conhecimento e educação corporativa merecem destaque nesta unidade. A remuneração merece destaque pois é um fator determinante de escolha profissional. Serão abordados os ciclos do processo de escolha de uma carreira, organizações e carreiras sem fronteiras; carreira em Y; Carreiras paralelas e os elementos para o planejamento da carreira: o autoconhecimento, mercado de trabalho e o plano de ação. A estratégia e as ferramentas de busca de trabalho: currículo, entrevista de seleção, rede de contatos são abordadas bem com o impacto da liderança sobre a carreira. O diferencial na implantação da Gestão de Carreira está em seus objetivos, planejamento e no envolvimento de todos. Mas ao estudarmos este tema devemos deixar claro as vantagens, desvantagens e de um programa e é isso que verá visto nesta unidade. Nesta unidade serão apresentados os princípios da aposentadoria, e os nortes para mudanças de plano. Serão abordados os aspectos das ferramentas de gestão, sucessão, percorrendo o caminho da admissão a uma aposentadoria assistida e as carreiras paralelas que o mercado pode oferecer. 6 GESTÃO DE CARREIRA 1.1 INTRODUÇÃOA evolução histórica nos faz entender que a tipologia do negócio, o porte da empresa, seu Planejamento estratégico, Missão, Visão, Valores, percepção sobre pessoas, formas de remunerar e até mesmo o mercado servem de base para fundamentar um ótimo programa de Gestão de Carreira. Entretanto entendemos que nem todas as organizações têm um RH bem estruturado, não tem um planejamento do negócio bem claro, assim sendo inúmeros problemas podem impactar na implantação dele. Globalização, mercados de livre concorrência, exigiram e exigem um novo posicionamento das pessoas e das organizações, principalmente quando conhecimento e competências precisam ser fortalecidos e desenvolvidos continuamente visando ser fidelizados os indivíduos para o desenvolvimento contínuo. Mudanças na visão de tradicional para atual, ideias chave de Pressão do lado dos colaboradores e Pressão do lado das empresas, quesitos legais, a ênfase em uma visão mais humana, a percepção filosófica de “gestão coletiva” e “quantitativa” para uma “gestão individualizada” e “qualitativa” embasam e norteiam nosso material. Este material não tem a pretensão de ser um único material de referência do aluno. Existem macro contextos e micro contextos que precisam ser investigados e trabalhados de forma criteriosa. Bom estudo e que o desafio de conhecer a Gestão de Carreira seja interessante, intrigante e desafiadora. A Gestão de Carreira sofre mudanças em sua estrutura constantemente, na atualidade este tema torna-se fundamental, uma vez que as organizações precisam de profissionais extremamente competente em seu quadro de colaboradores. Se liderança é fundamental, formar bons líderes e retê-lo se torna essencial. Um planejamento estratégico que contempla um olhar diferenciado sobre pessoas e sobre as necessidades da organização traz transparência a gestão, norteando ações UNIDADE 7 e traçando metas de sucessão, competência e resultados. Globalização, produção, legislação, tecnologia, mercado são alguns dos fatores que fazem com que a Gestão de Pessoas se torne mais sofisticada. Parâmetros antigos da ARH já não servem mais e hoje existe a necessidade de se ter um repertorio de condutas e ferramentas diferenciadas para assumir novos desafios 1.2 A EVOLUÇÃO DAS NOÇÕES DE CARREIRA O conceito de Carreira perpassa complexas estruturas individuais, organizacionais e sociais, carecendo de amparo nos fundamentos da Psicologia, da Sociologia e da Administração (BENDASSOLLI, 2009). É preciso compreender que tal conceito envolve o sistema social vigente, a evolução da sociedade, dos padrões culturais, econômicos e outros aspectos, uma vez que tais fatores sempre provocam impactos nas organizações e nas pessoas. (CHANLAT, 1995 ; CHANLAT, 1996; BENDASSOLLI, 2009). França (2007)ao analisar a evolução das práticas de gestão de pessoas considera os seguintes períodos: pré-jurídico (1930); burocrático (1930-1950); tecnicista (1950-1960); abordagem sistêmica (1960-1980); relações industriais integradas (1980-1990). A partir dos anos 1990, a autora destaca que, diante das mudanças estruturais profundas, com vetores que envolvem alta velocidade, qualidade e produtividade, qualificação contínua e emprego com vínculos de fidelidade transitória, surge um novo período. Segundo Bendassolli (2009) atendo-se apenas ao campo de estudo da Administração, é possível encontrar diversas abordagens de carreira que contemplam os focos de análise: 1. da organização: suas estruturas, rotinas, padrões de carreira; 2. e o nível individual: aspectos subjetivos e estratégicos da pessoa. Carreira sempre foi vista como a ascensão consecutiva de cargos, implicando em novos desafios, mais responsabilidade, melhores remunerações e o desafio da liderança. Já na perspectiva das pessoas, destaca-se a responsabilidade pela gestão do próprio desenvolvimento e competitividade profissional (DUTRA, 1996). O fato é que essas análises são um norte para nossas análises uma vez que iremos conduzir nosso trabalho seguindo essas referências. 8 Arthur, Hall e Lawrence (1989)afirmam que, no início dos anos 1970, ainda não existia um campo estabelecido para a análise das carreiras nos estudos das organizações e da gestão. Porém, na segunda metade dessa década, observações de estudantes sustentaram novas iniciativas e surgiram três livros chave que ajudaram a ampliar o foco em carreiras: Career in organizations (HALL, 1976)Career dynamics (SCHEIN, 1996) e Organizational careers (VAN MAANER, 1977). No início dos anos 80 pesquisas dessa década envolviam, segundo Hall (HALL, 1986), planos de sucessão, avaliação e desenvolvimento do potencial de gerência, além de treinamento de gerentes em forma de coaching e counseling. Surgia também a atenção aos movimentos não tradicionais de carreira, que favoreciam o desenvolvimento profissional das mulheres e das minorias. Hall (1996)explica que essa fase representa o auge das carreiras organizacionais. O Handbook of career theory (ARTHUR; HALL; LAWRENCE, 1989) foi editado no final dessa década e anunciava que os esforços de construção do campo de estudo de carreira, iniciados na década de 1970, estavam se consolidando. No início Carreira era associada ao espaço ocupacional e à profissão, com ascensão e promoções ao longo do tempo. Já na perspectiva tradicional capitalista essa trajetória remete ao sucesso e ascensão social. Essas perspectivas são ligadas ao desenvolvimento humano e são analisadas desde o processo de recrutamento e seleção até a aposentadoria. Chanlat (1996)levanta o paradoxo relacionado a complexidade no contexto atual, enquanto Ianni (1994) considera carreira uma possibilidade para poucos, por possuir muitos elementos e estilos de gestão conforme explicado na imagem abaixo. 9 Figura 1: elementos e estilos de gestão Hall (1996) tinha proposto a reflexão sobre a carreira proteana – onde a carreira é gerenciada pela pessoa e não pela organização nos anos 1970, mas somente nos anos 1990 essa tipologia de carreira se consolidou. Nesse período as 10 pessoas já não têm o foco em carreiras de longo prazo em uma mesma organização. No Brasil, até a metade dos anos 1990 não havia nenhuma literatura relevante até o lançamento do livro Administração de carreiras (DUTRA, 1996). Carreira é um tema na atualidade bastante subjetivo, uma vez que propõe escolhas em uma gama de possibilidades ofertadas pela Gestão de Pessoas das organizações. Essas possibilidades estão ligadas a estratégias, planejamento e competências diversas. Saímos de um ambiente estável para um ambiente instável, de um modelo de eficiência para um modelo de competência. E assim sendo algumas carreiras com o passar do tempo se tornam obsoletas. 1.3 MACRO E MICRO CENÁRIO E COMPOSTO DE GESTÃO DE CARREIRA Etimologicamente, a palavra carreira se origina do latim via carraria, estrada para carros, um caminho estruturado. Pode-se utilizar carreira para se referir à mobilidade ocupacional, como, por exemplo, o caminho a ser trilhado por um executivo em sua carreira de negócios ou para referir-se à estabilidade ocupacional, ou seja, a carreira como uma profissão, como, por exemplo, a carreira militar (HALL, 1976) Baseado nos conceitos acima conseguimos identificar alguns componentes da Gestão de Carreira, é logico que se analisarmos enfoques diferentes teremos também elementos diferentes. Nos ateremos aos conceitos mais atuais, e assim poderemos conciliar perspectivas e práticas. Em uma Gestão de Carreira devemos analisar internamente e externamente elementos básicos como tipologia de negócio, segmento de mercado, porte da empresa, região onde está localizada, missão, visão e valores, políticas, práticase processos, cultura organizacional, clima organizacional, percepção sobre os funcionários, percepção dos funcionários Sobre lideranças, produtos e serviços, relações com clientes, economia, politica, empreendedorismo, globalização, tecnologia, competitividade, entre outros. Analisamos a médio e longo prazo duas visões essenciais que compõe carreira. De um lado temos a visão da organização e suas necessidades, que é composto de algumas perguntas: 11 Como consequência desses questionamentos entenderemos como os funcionários estão se desenvolvendo de maneira a que junte sua eficácia e satisfação com o alcance dos objetivos estratégicos da organização. A cada fase do processo de Gestão de Pessoas encontramos novos ingredientes que fazem aumentar a complexidade do processo de Gestão de Carreira. “Se tratadas como recursos, as pessoas precisam ser administradas, para obter-se delas o máximo rendimento possível. Consequentemente, tendem a ser consideradas parte do patrimônio da organização. Propõem, então, os críticos que as pessoas sejam tratadas como parceiros da organização. Como tais passariam a ser reconhecidas como fornecedoras de conhecimentos, habilidades, capacidades e, sobretudo, o mais importante aporte para as organizações: a inteligência. Entendidas desse modo, as pessoas constituiriam o capital intelectual da organização, devendo, portanto, tratar seus empregados como parceiros do negócio e não mais como simples empregados contratados” (Chiavenato apud Gil, 2001, p.23) esse conceito incrementa a nova percepção de Pessoas e Carreira, fornecendo a estrutura que irá ditar as novas ferramentas e ações do RH. 1.4 TENDÊNCIAS E TRAJETÓRIAS DE CARREIRAS. DIVERSIDADE E GERAÇÕES A seguir vamos identificar as razões da crescente importância da gestão de carreiras, explicar a evolução da noção de carreira, suas causas e efeitos, comparando a “visão tradicional” com a “visão moderna”, enunciar as vantagens de se ter um sistema de gestão de carreiras, enunciar os pressupostos para o sucesso de um sistema de gestão de carreiras, identificar as principais dificuldades na gestão de carreiras. Hoje é essencial falar de Planejamento Estratégico de RH (Recursos Humanos) para falarmos de Carreira, porque no Planejamento assim como na Gestão de Carreiras estão em busca de captar, desenvolver e manter competências. Assegurar a constante qualidade de profissionais é um desafio, é básico contratar gente competente, devemos trabalhar o contínuo desenvolvimento e conhecimento do negócio, e temos que nos preocupar em manter esses profissionais na organização, indo contra uma turnover auto, mudanças no perfil das gerações, mudanças na concorrência, lideranças tudo adequado ao momento da empresa e 12 suas aspirações de futuro. Tal tema tem dois enfoques para abordarmos, de um lado os colaboradores e de outro a empresa. Por parte dos colaboradores existe um desejo de ser bem remunerado, ter um sentido e significado para o que fazem e estes desejam a evolução na carreira, com o desejo de reconhecimento e valorização, em um momento de constantes mudanças, flexibilidade, desregulamentação. Estamos vivenciando a passagem de uma filosofia de “gestão coletiva” e “quantitativa” para uma “gestão individualizada” e “qualitativa”; Vemos surgir também técnicas conducentes à redução de efetivos (downsizing, outsourcing etc.,) resultado de crises económicas sucessivas; Nesse cenário precisamos de ferramentas e mecanismos que valorizem pessoas, fidelize as organizações e em contrapartida as empresas precisam de novas atitudes frente aos colaboradores. As organizações por sua vez têm necessidade de dar continuidade a processos e programas, fazer gestão do conhecimento, pôr em prática o que foi planejado em suas estratégias. Manter profissionais é interessante uma vez que esse já se encontra aculturado, tem conhecimentos de toda a rotina e ambições da empresa, e esse colaborador se estimulado da forma correta, dá retorno por ser profissional com competências essenciais a organização. A tipologia da visão sobre Carreira nos conduz a um olhar crítico sobre mudanças e ações. Vamos detalhar um pouco sobre cada uma delas. Visão tradicional de carreira Mudança no papel das empresas na gestão de carreiras Poucas práticas empresariais mudaram tanto nos últimos 20 anos quanto o papel da organização na gestão da carreira do indivíduo. Nas carreiras tradicionais – Existia um paternalismo extremo, quando a empresa se responsabilizava totalmente pela gestão da carreira do colaborador. Cumpria ao empregador dar formação e criar oportunidades e os colaboradores respondiam com trabalho árduo e lealdade. 13 Visão atual de carreira As crescentes incertezas tornam difícil às empresas preverem com precisão as suas necessidades futuras, a necessidade de estabilidade foi substituída pela necessidade de flexibilidade. O achatamento das estruturas hierárquicas também provocou uma redução nas oportunidades de promoção, como consequência surge um novo conceito de carreira. A organização tem um papel de apoiar indivíduos que assumem a responsabilidade pelo seu futuro. A Noção Tradicional de Carreira Modelo de crescimento vertical, com um aumento gradual da remuneração, autoridade, status e estabilidade. A carreira tradicional desenvolve-se dentro do contexto de uma ou duas organizações e progride em estágios lineares (Sullivan, 2000). O sucesso é medido pela organização e mensurado em termos de promoções e aumento de remuneração. Este modelo era adequado a um mundo estável e previsível, dominado por organizações grandes e burocráticas, em que as mesmas ofereciam uma rota de previsões sucessivas para os que tivesse, mas competências corretas e motivação para o efeito. Esta visão tradicional também pode ser definida como uma sequência de cargos, categorias e salários que um empregado obterá em condições normais, tendo em conta a área da empresa em que está colocado, sendo o ritmo marcado pela antiguidade. A Noção Moderna de Carreira A visão atual de carreira aponta, segundo De Fillipi e Arthur (1995), para uma sequência de oportunidades profissionais que extravasam os limites de um único lugar de trabalho. Atualmente a carreira tende a incluir o trabalho em funções diversas, movimentação lateral sem aumento de responsabilidade e/ou remuneração, além de períodos de trabalho autónomo. 14 Então, na visão moderna, a carreira não é um percurso pré-estabelecido, mas antes um conjunto de possibilidades, umas mais difíceis que outras, umas mais rápidas outras mais lentas, umas com maiores riscos outras com menores riscos. Cada um, consoante as suas capacidades, oportunidades e respostas que for dando, vai construir o seu trajeto. São consequências da Visão Tradicional de Carreira resistência à mudança, desmotivação e dificuldades na gestão. São consequências Visão Moderna de Carreira sentimento de Insegurança nos empregados, responsabilidade compartilhada, motivação e autogestão. As dificuldades que encontramos são: Não existência dos pressupostos referidos; Não existência de possibilidade de progressão ou de progressão relativamente rápida; Falta de um bom sistema de informação; Falta de flexibilidade nas linhas de carreira; Demasiada focalização em funções e tarefas em vez de áreas funcionais ou na organização global; Existência de sistemas compensatórios exclusivamente centrados na remuneração. 1.5 DIVERSAS ABORDAGENS DA GESTÃO DE CARREIRA As abordagens também evoluem e se modificam com o tempo. Chanlat (1995 ) salienta que os tipos de carreira estão diretamente relacionados ao tipo de sociedade. Na sociedadedo final do século XX e neste início de século identificam- se dois modelos de carreira: o tradicional e o moderno. O modelo tradicional, que tem sido predominante, é caracterizado pela estabilidade, pela ascensão linear vertical e reproduz a divisão sexual do trabalho. O modelo moderno ainda tem um caráter emergente, que surge no bojo das mudanças sociais e apresenta características aparentemente contrárias ao modelo anterior: diversificação de carreiras, instabilidade, menor linearidade, descontinuidade e horizontalidade. 15 16 FIXANDO O CONTEÚDO 1. Parâmetros antigos da ARH já não servem mais e hoje existe a necessidade de se ter um repertorio de condutas e ferramentas diferenciadas para assumir novos desafios. Sobre os impactos na gestão de carreira responda: I. A globalização é um dos fatores que interferem na gestão de carreira. II. Mudanças na visão de tradicional para atual, ideias chave de Pressão do lado dos colaboradores e Pressão do lado das empresas, quesitos legais, a ênfase em uma visão mais humana, a percepção filosófica de “gestão coletiva” e “quantitativa” para uma “gestão individualizada” e “qualitativa”. III. Um planejamento estratégico que contempla um olhar diferenciado sobre pessoas e sobre as necessidades da organização não traz transparência a gestão, norteando ações e traçando metas de sucessão, competência e resultados. Estão corretas apenas: a) Apenas I, b) Questão I e II, c) Questão II e III. d) Questão I e III. e) Todas estão corretas. 2. Em uma Gestão de Carreira devemos analisar internamente e externamente elementos básicos. Dessa forma, analise as assertivas abaixo e marque V para as verdadeiras e F para as falsas. ( ) Mercado de trabalho ( ) Marketing ( ) Logística ( ) Políticas e práticas da empresa a) F; F; V; V. b) F; V; F; F. c) V; F; F; V. 17 d) V; F; V; V. e) V; F; V; F 3. A visão atual de carreira aponta, segundo De Fillipi e Arthur (1995), para uma sequência de oportunidades profissionais que extravasam os limites de um único lugar de trabalho. Assinale a opção correta sobre carreira atual. a) Atualmente a carreira tende a incluir o trabalho em funções diversas, movimentação lateral sem aumento de responsabilidade e/ou remuneração, além de períodos de trabalho autónomo. b) Modelo de crescimento vertical, com um aumento gradual da remuneração, autoridade, status e estabilidade. c) A carreira tradicional desenvolve-se dentro do contexto de uma ou duas organizações e progride em estágios lineares (Sullivan, 2000). d) O sucesso é medido pela organização e mensurado em termos de promoções e aumento de remuneração. e) Este modelo era adequado a um mundo estável e previsível, dominado por organizações grandes e burocráticas, em que as mesmas ofereciam uma rota de previsões sucessivas para os que tivesse, mas competências corretas e motivação para o efeito. 4. O modelo moderno ainda tem um caráter emergente, que surge no bojo das mudanças sociais e apresenta características aparentemente contrárias ao modelo anterior. Analisando o modelo tradicional, que tem sido predominante, marque a característica que o representa: a) Caracterizado pela estabilidade b) Ascensão linear horizontal c) Diversificação de carreiras d) Menor linearidade e) Descontinuidade 5. Esta visão tradicional também pode ser definida como uma sequência de cargos, categorias e salários que um empregado obterá em condições normais, tendo 18 em conta a área da empresa em que está colocado, sendo o ritmo marcado pela antiguidade. São consequências da Visão Tradicional: a) Motivação b) Resistência à mudança c) Autogestão d) Insegurança nos empregados, e) Responsabilidade compartilhada 6. É papel da área de RH pensar no delineamento de um plano de carreiras, ou seja, em uma sequência de cargos que mostre o desenvolvimento gradativo da complexidade do cargo. A existência desse plano pode facilitar o planejamento de sucessão em determinados cargos. Sabendo disto, assinale a alternativa correta. a) Os programas de trainee servem para alocar estagiários nas organizações e se configuram como atividade desvinculada do plano de carreiras. b) O plano de carreiras aumenta a ansiedade dos funcionários porque eles ficam sabendo quais são os critérios para demissão. c) Seguir um plano de carreiras é responsabilidade do próprio empregado, que deve buscar empresas que garantam sua estabilidade no cargo. d) O plano de carreiras não existe em empresas com estruturas achatadas, porque não há possibilidades de movimentação horizontal. e) Um plano de carreiras auxilia o planejamento da sucessão porque define os critérios para progressão na carreira. 7. As dificuldades que encontramos na gestão atual de carreiras, são: a) Existência dos pressupostos referidos; b) Existência de possibilidade de progressão ou de progressão relativamente rápida; c) Flexibilidade nas linhas de carreira; d) Pouca focalização em funções e tarefas em vez de áreas funcionais ou na organização global; e) Existência de sistemas compensatórios exclusivamente centrados na remuneração. 19 8. Uma temática relativa aos recursos humanos e que vem sendo muito pautada nos últimos anos é o chamado Desenvolvimento de Carreira. Analise as assertivas abaixo com base no entendimento da temática, identificando-as com V ou F, conforme sejam verdadeiras ou falsas. ( ) Os funcionários devem ter a oportunidade de passar por experiências novas e interessantes, motivando seu trabalho. ( ) A organização não deve se envolver nos aspectos financeiros das despesas com educação dos funcionários, notadamente aquelas da pós-graduação. ( ) O recente “achatamento” das estruturas organizacionais levou, em algumas organizações, a uma redução de oportunidades de promoção. ( ) Os funcionários devem administrar suas carreiras com o carinho de quem cuida de um pequeno negócio. A sequência CORRETA, de cima para baixo, é: a) F; F; V; V. b) F; V; F; F. c) V; V; V; F. d) V; F; V; V. e) V; F; V; F 20 O PAPEL DAS PESSOAS E DA ORGANIZAÇÃO NA GESTÃO DE CARREIRA 2.1 INTRODUÇÃO As pessoas numa visão antiga do Departamento de RH eram vistas como recursos, hoje após um olhar mais humano e criterioso são tidas como ativos de Capital Intelectual e dotadas de sentimentos e percepções que contribuem com o planejamento estratégico de toda organização. Ao falarmos do papel das pessoas na Carreira devemos deixar claro que quando um profissional tem foco em Carreira ele tem uma Visão ampla das possibilidades, e quando não tem um bom projeto de desenvolvimento sua visão se torna restrita. Entre os elementos estáveis na gestão de pessoas estão: competências, trajetórias de carreira e degraus de complexidade. Fazer um planejamento de carreira depende de tantos fatores e o indivíduo deve se preparar para escolher onde quer trabalhar, para não ter suas expectativas frustradas, para não ser surpreendido por uma demissão, para ampliar competências essenciais, para alcançar cargos com mais responsabilidades e desafiadores. “Não perguntes o que a tua empresa pode fazer pela tua carreira. Pergunta o que podes tu fazer por ela. “Oliveira, M., Oliveira, S., Peixoto, M., (2011). Com essa frase veremos que a organização tem responsabilidades, mas cabe ao profissional desenvolver competências essenciais para alcançar a tão sonhada carreira. Entretanto seria incoerente não citar a contribuição de ambas as partes, o que faremos a seguir. O queé que a empresa pode e deve fazer pela carreira do colaborador é assumir a responsabilidade da organização no desenvolvimento de carreira, comunicação clara dos objetivos e estratégias futuras da organização, criação de oportunidades de crescimento, assistência financeira, oferecer o tempo necessário ao funcionário para a formação. UNIDADE 21 E o colaborador o que ele pode e deve fazer pela sua carreira, ele deve ter a responsabilidade individual no desenvolvimento de carreira, assumir a responsabilidade pela gestão da sua própria carreira, conhecer-se a si mesmo, ter compromisso com a aprendizagem continua, buscar um equilíbrio entre competências específicas e generalistas, desenvolvimento habilidade de comunicação, cuidar do Marketing pessoal, se ver como um produto, manter sempre as opções em aberto. A gestão de carreira pressupõe, segundo Costa e Campos (2010), o planejamento, a ação, o controle e a avaliação da carreira, partindo, se necessário, para as adequações. Conforme Dutra (2011), da perspectiva do indivíduo, engloba o entendimento e avaliação de sua experiência profissional, enquanto, da perspectiva da organização, engloba políticas, procedimentos e decisões ligadas a espaços ocupacionais, níveis organizacionais, compensação e movimento de pessoas. Dutra (1996) já havia apontado que a visão contemporânea de gestão de carreira evidencia que há uma crescente necessidade de comprometer as pessoas com seu desenvolvimento profissional, ao passo que à organização cabe o papel de gerenciamento de oportunidades. É necessário que as pessoas conheçam a si mesmas, suas aptidões e habilidades, para que possam realizar adequadamente a escolha e o planejamento de suas carreiras. Às organizações cabem a identificação das necessidades dos indivíduos e dela própria. A gestão compartilhada de carreira entre a empresa e a pessoa é, portanto, apontada como um aspecto fundamental para obtenção do sucesso do indivíduo e da empresa. Woode Picarelli (2004) ressaltam ainda que a carreira é a trajetória profissional percorrida por uma pessoa podendo ser realizada em uma empresa, em várias ou realizando projetos pessoais. A gestão de carreiras oferece, de um lado, “estímulo e instrumentaliza as pessoas para pensar suas carreiras e seu desenvolvimento profissional e pessoal” e também, por outro lado, “oferece à empresa os conceitos e o ferramental necessário para pensar a gestão de Recursos Humanos de forma estratégica e para integrar o conjunto das políticas e práticas de administrações de pessoas” (DUTRA, 2011, p. 7) 22 2.2 AS ATUAIS DEMANDAS DAS ORGANIZAÇÕES PARA CONTRATAÇÃO E MANUTENÇÃO DOS PROFISSIONAIS A partir de 1990 (Era da Informação), as empresas começam a ver seus profissionais de forma diferente, os olhares mudam e deixam de ser apenas mão de obra para serem colaboradores, protagonistas e fonte de vantagem competitiva. O RH também evolui distribuindo responsabilidades aos líderes de área que antes eram apenas responsabilidade do departamento. Muitas mudanças impactam nas estratégias das organizações, no planejamento do Departamento de Recursos Humanos e em técnicas e ferramentas de Recrutamento e Seleção. Um dos desafios desses novos líderes é saber escolher e desenvolver profissionais. Ao tomar as decisões corretas, escolhemos colaboradores mais capazes e bem integrados a cultura organizacional. Na era da Informação, a partir de 1990, as empresas perceberam que seus colaboradores poderiam ser o principal diferencial para que elas alcançassem seus objetivos. Assim, as pessoas passam a ser principal fonte de investimento das empresas, e a relação que antes era perde-ganha, passa a ser de ganha-ganha, pois tanto as empresas quanto as pessoas percebem que um precisa do outro, as pessoas para atingir seus objetivos pessoais e as empresas para atingir seus objetivos organizacionais, prevalecendo uma relação de parceria entre as partes (CHIAVENATO, 2004). Quando a gestão de pessoas visa à estratégia organizacional a inovação é promovida, assim, determinadas características comportamentais são necessárias, tais como: alto nível de criatividade, foco no longo prazo, alto nível de cooperação e interdependência, preocupação moderada com a quantidade e qualidade, foco equilibrado em processo e em resultado, alto grau de propensão ao risco e alto grau de tolerância quanto à ambiguidade e imprevisibilidade (SCHULER; JACKSON, 1987). O segredo das organizações bem sucedidas é saber consolidar e reciclar o conhecimento entre seus funcionários, treinar, preparar e desenvolver os funcionários 23 que tenham condições permanentes de lidar com a mudança e inovação de proporcionar valor à organização e a cliente e sobre tudo, de mantê-la sempre eficaz e competitiva em um mundo globalizado e de intensa concorrência (CHIAVENATO, 2009, p. 3). A abordagem estratégica envolve o entendimento das pessoas como recurso para a obtenção de vantagem competitiva como o uso práticas de emprego (alinhamento interno); integração de políticas e práticas de emprego com a estratégia de negócios (alinhamento externo), tais objetivos devem ser iniciados ainda nos processo de recrutamento e seleção, para garantir maior aderência as filosofias, políticas, diretrizes, e objetivos das organizações (SISSON; STOREY, 2000). Essa nova abordagem amplia a visão sobre o processo de recrutamento e seleção, faz com que ele seja mais critérios e valoroso, onde o colaborador já busca identificação com a organização desde a porta de entrada at-é os demais processos de desenvolvimento. 2.3 COMPETÊNCIA, TRAJETÓRIA DE CARREIRA E COMPLEXIDADES Na atualidade os principais desafios que encontramos é integrar pessoas e fazer com que tenham boas relações com as empresas, suas estratégias, seu negócio, com outras pessoas, e trabalho. De tal forma que haja criação de identidade, satisfação e motivação com o trabalho, aprendizagem e desenvolvimento contínuo, além de desenvolvimento de liderança. Competências organizacionais, estratégias e competências individuais devem estar integradas de tal forma que o conhecimento possa oferecer vantagens competitivas a organização e a capacidade e competências individuais agreguem valor ao patrimônio organizacional e a carreira. Temos dois eixos em carreira, um gerencial e outro profissional segundo Dutra. O eixo gerencial prima pela Orientação Estratégica, Gestão de recursos, Liderança e Gestão do conhecimento, já o técnico enfoca na Inovação, Atuação em equipe, Gestão de recursos e prazos e Orientação à qualidade Quando analisamos as competências amplas podemos citar, comunicação eficaz, trabalho em equipe, facilidade de adaptação e capacitação. Ao analisarmos a nível mais técnico, podemos encontrar gestão de prazo, entrega de resultados, orientação para qualidade, interação de sistemas. 24 As competências quando analisadas de perto, percebemos diferenças quando se trata de gerencias para operacionais, ou seja, as competências gerencias são mais complexas e de mais exigência, exige-se principalmente liderança, comunicação e relacionamento, já as operacionais exigem gestão da prática, processos e qualidade. Ao focarmos num contexto organizacional, enquadrando atividades e trajetórias vimos que os destaques estão nos elementos estáveis – trajetórias de carreira e degraus de complexidade conforme podemos ver na figura abaixo, movimentação entre trajetórias de carreira em organização privada: Eixos de Carreira e Níveis de Complexidade: Organização Pública de Administração Indireta, critérios para movimentação e progressão salarial são diferenciados e precisamos conhecer. Para que haja haver carreira devemos nos atentar para complexidade do programae das competências, fluxo de gestão, as rotas de promoção e a velocidade dos programas entre outros detalhes destacados por Dutra no gráfico. 2.4 AS DIMENSÕES CONTEMPORÂNEAS DO TRABALHO - COMPETITIVIDADE E ESPÍRITO EMPREENDEDOR Em meio a mudanças, globalização, crises políticas e econômicas surgem dois temas que merecem destaque o primeiro diz respeito a competitividade que remete a concorrência, a desempenho, competências e exigências, do outro temos o empreendedorismo que surge como aposta para enfrentarmos a competitividade e desafios existentes no mercado de trabalho, e até por escolha própria. “De forma incomparavelmente mais intensa do que em qualquer outra época da História, vivemos hoje um momento de aceleradas transformações tecnológicas decorrentes de uma acumulação de conhecimentos sem precedentes - cujos limites são impossíveis de se visualizar. Por sua vez, esse processo está conduzindo a rápidas, contínuas e profundas mudanças econômicas, políticas e sociais. Tudo isso reflete como sucessivos choques no gerenciamento das organizações, em especial nas empresas que lidam em um ambiente competitivo. Novas estruturas, novos procedimentos administrativos, novas formas de liderança já estão se fazendo necessários e o serão muito mais no futuro imediato.” (ALENCAR, 1996) 25 A competitividade pode ser guiada e medida por diversos fatores, como o desempenho, demanda, volume de exportações, eficiência na fabricação dos produtos etc. Assim, a competitividade tanto pode ser vista como um fenômeno “ex- post”, quando se analisa o desempenho, como um fenômeno “ex-ante”, quando analisada como eficiência. (SILVA E FONSECA, 1996) Falar em competitividade sem que se analise o que PORTER (1993) estudou sobre as vantagens competitivas das nações, não é aceitável nos nossos dias. No seu modelo, a qualidade permeia todos os elementos, é uma variável endógena do sistema e não tem predominância sobre as demais variáveis interdependentes: infra- estrutura, educação, trabalho e recursos, dentre outras. ALBUQUERQUE (1992) define a competitividade como “a capacidade da empresa de formular e implementar estratégias concorrenciais que lhe permitam obter e manter a longo prazo, posição sustentável no mercado”. Ainda pode-se considerar a competitividade de acordo com a adaptação organizacional, como um “fenômeno de natureza extrínseca, vinculado à situação concorrencial existente na indústria. Enquanto uma função da adequação das estratégias das empresas individuais ao padrão de concorrência vigente no mercado específico”, segundo KUPFER (1991). E em que a competitividade impacta na Gestão de Carreira? Simples, quando somos forçados a nos adequar constantemente precisamos ressignificar, ações, competências e estratégias de crescimento, a competitividade não exige mudança apenas das empresas, ela exige reposicionamento, velocidade, novos parâmetros e criatividade. É aí que entra um novo conceito, quero dizer o conceito em si não é novo, mas ele colabora com o ajuste as necessidades de mercado quanto pessoal. O chamado empreendedorismo. O empreendedorismo é uma opção para quem quer seguir uma carreira mais autônoma, logo a frente falaremos sobre escolhas e tipologia de carreira. O termo empreendedorismo não é exatamente novo. Ele foi criado em 1945 pelo economista Joseph Schumpeter. Segundo ele, o empreendedorismo é algo desenvolvido por pessoas versáteis, com habilidades técnicas para produzir e organizar recursos financeiros e operações internas, além de lidar muito bem com vendas. Já o estudioso Robert D. Hisrich, porém, define empreendedorismo como um “processo de criar algo diferente e com valor, dedicando tempo e o esforço 26 necessários, assumindo os riscos financeiros, psicológicos e sociais correspondentes e recebendo as consequentes recompensas da satisfação econômica e pessoal”. Por fim, o autor Ronald Jean Degen definiu que empreendedor é um termo derivado do inglês entrepreneur, que, por sua vez, vem do termo do francês antigo “entreprendre“, um vocábulo formado pelas palavras entre – do latim inter, que significa reciprocidade – e preneur – do latim prehendre, que significa comprador. Dessa forma, “a combinação das duas palavras, entre e comprador, significa simplesmente intermediário”, afirma Degen. Esses conceitos e formas de enxergar o empreendedorismo propõe algumas características uteis para quem quer ser bem-sucedido. Busca de oportunidades e iniciativa, apto a correr riscos calculados, exige qualidade e eficiência, Persistência e Saber lidar com metas entre outras. Essas características hoje nas organizações são desejadas por qualquer líder de sucesso, assim o empreendedorismo tem dois caminhos o de carreira um uma empresa ou até uma carreira solo como autônomo. 2.5 VISÃO GLOBAL SOBRE PLANEJAMENTO E GESTÃO DE CARREIRAS As organizações no início do século XX eram estruturadas através de um sistema hierárquico autoritário, com atividades padronizadas, as quais não permitiam o aperfeiçoamento e crescimento dos trabalhadores no ambiente de trabalho. Por esse motivo, a cultura estabelecida era de atividades repetitivas e rotineiras, com rigor no cumprimento de normas internas, o conformismo acontecia pelas imposições e pelo trabalho individualizado, que não despertava o interesse de crescimento. Nessa ocasião, segundo Dutra (2010), algumas pessoas percebiam o desenvolvimento de carreira como uma responsabilidade primária, exclusiva da empresa, ou ainda, alguns achavam que a ascensão na carreira era uma questão de sorte, bastando estar no lugar certo na hora certa. No entanto, pode-se perceber que não é sob esse ponto de vista que o sucesso na carreira é alcançado, pois à medida que as organizações se perpetuam no mercado passam a atrair e reter profissionais especializados e qualificados para compor o seu quadro de funcionários. Carreira hoje não é um caminho definido, está mais para possibilidades e escolhas. Logico que existe um conjunto de fatores que vão facilitar ou dificultar escolhas, sabemos que não é uma tarefa fácil, e que além de escolhas devemos observar oportunidades e estratégias das empresas. 27 Na atualidade carreira inclui desafios, responsabilidades, movimentações laterais com ou sem responsabilidades e remuneração, movimentação vertical com aumento de responsabilidade, mas as vezes também sem remuneração. Inclui também momentos de autonomia e busca de identidade. A visão atual de carreira aponta, segundo Arthur et al. (1995) para uma sequência de oportunidades profissionais que extravasam os limites de um único lugar de trabalho. O planejamento de carreira deve levar em conta interesses de seus colaboradores, permitindo uma evolução individual, partilhada e com o desafio de potencializar essa evolução. Esse plano é definido por um conjunto de ações programadas, cujo objetivo é permitir de um lado o desenvolvimento pessoal e profissional e de outro desenvolver capital intelectual com resultados mais eficazes para as organizações. Assim que um potencial fui detectado, cabe a organização oportunizar seu desenvolvimento para o surgimento de um cargo meta, ou cabe até mesmo uma reengenharia de cargos e a criação de um cargo que permita ao escolhido uma nova oportunidade mais desafiadora. O aspecto mais vantajoso de uma carreira é que ela se torna um fator motivante, formativo, gera desenvolvimento, previsível e gera clima positivo. O planejamento inclui uma análise criteriosa sobre o organograma da empresa, seu status atual, suas estratégias, sua condição financeira, sua performance por setor e individual, inclui análise estrutural para possível ampliação. Desta forma, podemos perceber que o ‘planejamento de carreira é um processo continuo de interaçãoentre o empregado e a organização visando atender aos objetivos e interesses de ambas as partes” (TACHIZAWA; FERREIRA; FORTUNA, 2001) de modo que a organização pode buscar seus talentos e aproveitá- los, os quais também podem planejar as suas carreiras e lutar pela consecução desse objetivo. Para Lucena (1992) “o limite da carreira será o potencial do mesmo e as oportunidades oferecidas pela empresa”. Lucena também discorre a respeito de desenvolvimento e aplicação. A autora nos mostra que a organização, apesar de não ter o dever de definir plano individual, tem a responsabilidade de elaborar um plano de sucessão, no qual seu potencial é escolhido para ocupar posições de maior poder decisório, após determinado período preestabelecido pelas linhas de 28 sucessão. Vamos conhecer planos de carreira e ancoras que servem de embasamento teórico para o planejamento de carreira. Criatividade, motivação e envolvimento (a partir de uma grande identidade entre indivíduo e empresa) são peças chaves para produzir de acordo com as necessidades organizacionais” (IRISVIDEO, 1995). “O plano de carreira está relacionado com os objetivos profissionais do indivíduo e suas aspirações pessoais de carreira” (LUCENA, 1992). “Uma âncora da carreira é um auto-conceito que orienta, estabiliza e integra as experiências profissionais de uma pessoa” (MILKOVICH; BOUDREAU, 2010). Âncoras de carreira: Competência técnica/funcional (SCHEIN, 1985): as pessoas se consideram conservadoras, evitando mudanças radicais, preferem prosseguir usufruindo e mantendo suas habilidades técnicas atuais; Competência de gestão (RYNES, TOLBERT e STRAUSSER, 1988): aqui as competências a serem desenvolvidas são as de gestão, vinculadas as relações inter- pessoais; Segurança: diz respeito ao receio que as pessoas têm de serem remanejadas, expatriadas ou de mudar de empresa; Criatividade: encontramos os empreendedores, pessoas que buscam sempre a inovação, desenvolvendo as mais diversas ações de maneiras jamais realizadas; e Autonomia/independência: trata da ideia de sair da formalização imposta pelo ambiente organizacional, evitando regras, normas e regulamentos na busca de uma certa liberdade. Segundo (TACHIZAWA; FERREIRA; FORTUNA, 2001)– a finalidade de um planejamento de carreira facilita a tomada de decisões: dos gestores e das pessoas, visualização das oportunidades de crescimento existentes na organização; auxilia o 29 desenvolvimento: pessoal e profissional das pessoas e da organização de forma global; funciona como alicerce: para as demais atividades pertinentes à gestão de pessoas, como R&S e T&D; e assegura o dinamismo e a transparência: para quem está seguindo as exigências de um dado plano de carreira, saber os requisitos de forma transparente funciona como um forte estimulante. Vantagens da utilização retenção de talentos fazendo com que as pessoas se sinta mais motivadas, tenham perspectivas e se tenha a diminuição do turnover, movimentação de pessoal eficaz e eficiente para que seja possível a promoção e o deslocamento de profissionais capacitados e identificação de perfil necessário, sendo possível assegurar necessidades presentes e futuras com dinamismo e transparência. Como em programa o planejamento também tem suas limitações, que inibem a aplicação e dificultam o processo, entre elas temos a limitações da utilização através de pré-requisitos rigorosos: podem vetar pessoas capacitadas que não se enquadrem em algumas das fortes exigências requeridas; e de limite de ocupação: as pessoas deverão procurar se enquadrar a esta nova realidade ou procurar outra organização que melhor se adapte à sua competência; e limitações da utilização em que é necessidade de permanente atualização do processo: para que os requisitos de cada posição estejam condizentes com a realidade mutante da organização. São pré-requisitos para a implementação: ter políticas e normas direcionadas para o planejamento de carreira, o plano de carreira pode ser reelaborado, o que sugere a revisão de políticas e normas; e ter um sistema de administração de carreiras, uma estrutura de carreira responsável pela solidez do sistema; e ter meios e modos de gerir orientados para o crescimento mútuo: “criar e utilizar instrumentos de avaliação de potencial e desempenho das pessoas, para se alcançar o objetivo de promover pessoas certas para os lugares certos” (RESENDE, 1991). 30 31 FIXANDO O CONTEÚDO 1. O que é que a empresa não pode e nem deve fazer pela carreira do colaborador é: a) Assumir a responsabilidade sozinha no desenvolvimento de carreira, b) Comunicação clara dos objetivos c) Ter estratégias futuras da organização d) Criação de oportunidades de crescimento e) Oferecer o tempo necessário ao funcionário para a formação 2. E o colaborador o que ele pode e deve fazer pela sua carreira, ele deve ter a responsabilidade individual no desenvolvimento de carreira, assumir a responsabilidade pela gestão da sua própria carreira e para isso deve: a) Não conhecer-se a si mesmo, b) Ter compromisso apenas com aprendizagem individual c) Buscar um equilíbrio entre competências específicas apenas d) Desenvolvimento habilidade de comunicação, e) Descuidar do Marketing pessoal 3. A partir de 1990 (Era da Informação), as empresas começam a ver seus profissionais de forma diferente, os olhares mudam e deixam de ser apenas mão de obra para serem colaboradores, protagonistas e fonte de vantagem competitiva. Sobre a era da informação e carreira responda: I. O RH também evolui distribuindo responsabilidades aos líderes de área que antes eram apenas responsabilidade do departamento. II. Na era da Informação, a partir de 1990, as empresas perceberam que seus colaboradores poderiam ser o principal diferencial para que elas alcançassem seus objetivos. III. Essa nova abordagem amplia a visão sobre o processo de recrutamento e seleção, faz com que ele seja mais critérios e valoroso, onde o colaborador já busca identificação com a organização desde a porta de entrada até os demais processos de desenvolvimento. 32 Estão corretas apenas: a) Apenas I, b) Questão I e II, c) Questão II e III. d) Questão I e III. e) Todas estão corretas. 4. “Competências representam combinações sinérgicas de conhecimentos, habilidades e atitudes, expressas pelo desempenho profissional, no âmbito de determinado contexto ou estratégia organizacional” (Carbone et al., 2005; Durand, 2000; Nisembaum, 2000) São competências amplas podemos citar: a) Comunicação eficaz b) Podemos encontrar gestão de prazo c) Entrega de resultados d) Orientação para qualidade e) Interação de sistemas. 5. Em meio a mudanças, globalização, crises políticas e econômicas surgem dois temas que merecem destaque o primeiro diz respeito a competitividade que remete a concorrência, a desempenho, competências e exigências, do outro temos o empreendedorismo que surge como aposta para enfrentarmos a competitividade e desafios existentes no mercado de trabalho, e até por escolha própria. A respeito de competitividade responda: “De forma incomparavelmente mais intensa do que em qualquer outra época da História, vivemos hoje um momento de aceleradas transformações tecnológicas decorrentes de uma acumulação de conhecimentos sem precedentes - cujos limites são impossíveis de se visualizar. “Porque” Esse processo está conduzindo a rápidas, contínuas e profundas mudanças econômicas, políticas e sociais. 33 A respeito dessas asserções, escolha a alternativacorreta: a) As duas estão certas, e a II justifica a I; b) As duas estão certas, mas a II não é justificativa da I; c) A I é verdadeira e a II é falsa; d) A I é falsa e a II é verdadeira. e) I e II são falsas. 6. O termo empreendedorismo não é exatamente novo. Ele foi criado em 1945 pelo economista Joseph Schumpeter. Segundo ele, o empreendedorismo é algo desenvolvido por pessoas versáteis, com habilidades técnicas para produzir e organizar recursos financeiros e operações internas, além de lidar muito bem com vendas. Sobre empreendedorismo coloque V (verdadeiro) ou F (falso) para as afirmações. ( ) Busca de oportunidades e iniciativa ( ) O empreendedor deve estar apto a correr riscos calculados, ( ) Exige qualidade mas não eficiência, ( ) É necessário ao empreendedor persistência e saber lidar com metas entre outras. A sequência CORRETA, de cima para baixo, é: a) F; F; V; V. b) F; V; F; F. c) V; V; F; V. d) V; F; V; V. e) V; F; V; F 7. Esse plano é definido por um conjunto de ações programadas, cujo objetivo é permitir de um lado o desenvolvimento pessoal e profissional e de outro desenvolver capital intelectual com resultados mais eficazes para as organizações. Assim que um potencial fui detectado, cabe a organização oportunizar seu desenvolvimento para o surgimento de um cargo meta, ou cabe até mesmo uma reengenharia de cargos e a criação de um cargo que permita ao escolhido uma nova oportunidade mais desafiadora. 34 O aspecto mais desvantajoso de uma carreira é: a) É um fator motivante, b) É formativo, c) Gera desenvolvimento, d) É previsível e) Gera clima negativo. 8. O ..............................é um processo continuo de interação entre o empregado e a organização visando atender aos objetivos e interesses de ambas as partes” (TACHIZAWA; FERREIRA; FORTUNA, 2001), de modo que a organização pode buscar seus talentos e aproveitá-los, os quais também podem planejar as suas carreiras e lutar pela consecução desse objetivo. Complete com a palavra correta: a) Empreendedor b) Competidor c) Planejamento d) Programa e) Esquema 35 AS TÉCNICAS PARA O ESTABELECIMENTO DE UM PROFISSIONAL 3.1 INTRODUÇÃO Como profissionais estamos sujeitos a diversas variaveis, internas e externas. As internas são autoconhecimento, sonhos, habilidades, aptidões, competencias, conhecimentos as externas são globalização, tecnologia, economia, e dentro das empresas somos impactados pela cultura organizacional, politicas e praticas de RH. O auto conhecimento é a busca pelo conhecimento de aspectos positivos e negativos, do conhecimento de si próprio, da analise de desejos e de competencias. Esse conhecimento interfere na formação academica, na vida profissional, e na busca de perspectivas. Hoje são varias as ferramentas de auto conhecimento, podemos citar terapias, coach, avaliação de desempenho, questionarios feitos com profissionais. Ao longo de sua vida profissional o profissional é analisado, a gestão de pessoas através de diversos processos estabelece as competências básicas e necessárias aos cargos, realizando o processo seletivo, através da analise de currículos, seja através da aplicação de teses e dinâmicas de grupo e claro que durante o trabalho em ser aplicadas avaliação de desempenho. Tudo isso acontece para que aja alinhamento entre função e o colaborador, porque alocar o colaborador certo, no lugar certo, com o conhecimento certo não garantirá que ele esteja motivado e focado para produzir seu máximo. 3.2 FASES E CICLOS DE CARREIRA; DETERMINANTES DA ESCOLHA E OS PILARES DE UMA CARREIRA BEM SUCEDIDA; A carreira profissional é composta por fases. Essas fases equivalem a toda a experiência de vida que uma pessoa tem, bem como da característica individual de cada um, como sua capacidade intelectual, vitalidade e personalidade. Vamos citar as fases segundo Schein (1996) e depois detalharemos os ciclos UNIDADE 36 de carreira. O profissional durante sua vida profissional passa por fases. A primeira segundo o autor é anterior a vida profissional, diz respeito ao crescimento, fantasias, exploração do mundo e da descoberta de característica individuais, personalidade. A segunda fase é a fase da educação, treinamento onde o individuo começa a aprender na escola conceitos e conteúdos mais formais. A terceira fase é a fase do ingresso no mundo profissional, o primeiro emprego, o ajuste as regras e normas organizacionais. A quarta fase é a do treinamento básico, socialização é a fase de ajuste aos colegas de trabalho, a missão organizacional e ao cargo propriamente dito. A quinta é a fase de admissão como membro onde ajustado ao cargo o colaborador pode aplicar competências e se ajustar as atividades mostrando seu potencial, a sexta fase é a de estabilização no emprego, da permanecia como membro, é o momento onde já com domínio da função se pode garantir um pouco de segurança. A sétima fase é a crise em meio da carreira, fase onde o indivíduo começa a questionar seu percurso profissional, essa crise representa um momento de reavaliação. A oitava fase, é a fase do avanço, recomeço ou estabilização, enquanto profissionais não podemos parar no tempo devemos sempre fazer escolhas e essa é essa fase, ou nos adequamos às mudanças e exigências e avançamos, ou recomeçamos um novo ciclo. Cabe aqui a opção de estabilizar no trabalho com muita maturidade. A nona fase é o desligamento pode acontecer quando a uma saturação, pode ocorrer por falta de ajuste, interesse, políticas, mudanças ou por escolha do colaborador. A décima fase é a aposentadoria, para muitos é a fase de descanso, de liberdade, de se fazer o que se gosta para outro é um sacrifício, uma inutilidade, vale se reencontrar para que seja mais satisfatória. Muitos indivíduos terão dificuldade em escolher uma carreira, seja por que não tem orientação de carreira, opção de escolha profissional ou por falta de condições de aptidões, escolaridade e oportunidade. No entanto, a pessoa somente terá a certeza de que fez a melhor escolha após ter entrado e fazer parte da carreira, encontrando nela uma perspectiva de constante crescimento, desde o seu ingresso até sua aposentadoria. (DE CENZO e ROBBINS, 2001). Assim como a vida tem ciclos a carreita também. Cenzo e Robbins (2001) descrevem o ciclo de carreira formado por 5 fases, também atrelados à idade, com início na infância e término na aposentadoria: fase 1 – exploração (donascimento aos 25 anos); fase 2 – consolidação (dos 25 aos 35 anos); fase 3 – meio da carreira (dos 35 aos 50 anos); fase 4 – fim de carreira (dos 50 aos 70 anos); fase 5 – declínio 37 (dos 70 anos em diante). Varios outros autores falam sobre o tema, vale a pena pesquisar e precisamos enteder que algumas pessoas precisam de aconcoras para alavancar suas carreiras. As âncoras de carreira refletem o autoconceito de uma pessoa, que é formado pelas suas habilidades e experiências, funcionando como uma força estabilizadora, que pode ser vista como as motivações e valores dos quais o indivíduo não desiste quando é forçado a fazer uma escolha. (TECHIMA, TSUJIMOTO e SILVA, 2005) Nosso intuito agora é conhecer carreiras e como estas se estruturam dentro de uma evolução. Segundo Dutra (1996) podemos ter três tipos basicos: Estrutura de linha: conhecidas por se apresentar de forma simples e facilmente identificada, é composta de cargos sobrepostos. É até hoje uma das mais utilizadas nas organizações por ser mais simples. Figura 2: Estrututra de linha Fonte: Dutra (1996) Estruturas em rede: São estruturas que consiste em dispor alternativas as pessoas da organização em relaçãoas posições que deverão ser ocupadas por elas. Diferenciam se da de linha por apresentar uma certa flexibilidade. 38 Figura 3: Estruturas em rede Fonte: Dutra (1996) Estruturas paralelas: Servem para auxiliar profissionais de áreas técnicas interessados em gestão. Os individuos se movimentam horizontalmente, migrando do cargo técnico de uma estrtura para o de gestão ou gerencial da outra. Figura 4: Estruturas paralelas Fonte: Dutra (1996) Estruturas paralelas em Y: São o posicionamento de duas estruturas em linha (uma técnica e outra gerencial) de forma paralela. Após subirem gradativamente de cargos, se encontram niveladas, daí ppartem para caminhos distintos, um braço gerecial e outro tecnico. 39 Figura 5: Estrutura paralela em Y Fonte: Dutra (1996) É importante endender que estes são os tipos mais basicos. E com a evolução de carreira muitos outros vão surguir. Sabendo mais sobre a estrutura uma pergunta deve ser feita, que fatores vão ser determinates na escolha profissional? Varios são os fatores que influenciam na decisão, como caracteristicas individuais, convicções politica, religiosas, crenças, valores, família, historia de vida e dinheiro. Lemos (2002) salienta que estamos vivendo numa época em que a tradição perdeu sua força enquanto modo de organização da vida e da experiência das pessoas. Antigamente, eram os pais que escolhiam a profissão de seus filhos, para não sair da tradição da família. Hoje, cada vez mais, temos que decidir quem somos e como agimos e até mesmo a forma que mostramos a aparência aos outros. Os adolescentes precisam ter uma referência para que possam ter um posicionamento de construção na vida profissional. Eles querem, hoje, uma profissão que traga boa remuneração, não importa qual seja. Para Lemos (2002), o excesso de informações disponíveis traz dúvidas aos jovens para a tomada de decisão sobre a escolha de sua profissão. Depois de escolhermos qual carreira seguir precisamos pensar em o que fazer para ter uma carreira bem sucedida. É natural que tenhamos sonhos ou objetivos na 40 vida de preferencia com sucesso profissional. Ter vontade de crescer, conquistar novas oportunidades, promoções nos impulsionam. A primeira dica é planejar a carreira, se questionando sobre, qual cargo desejo ocupar? Pretendo trabalhar em uma organização ou por conta própria? Como? Onde? Porque? A segunda é tenha produtividade sempre. Busque se atualizar com frequencia, de preferencia buscando um diferencial competitivo. Terceiro não tenha medo de assumir resposabilidades. Aceitar assumir desafios, gera aprendizado e novas competencias. Tenha humildade sempres, pessoas humildes são melhores em relacionamentos e esse hoje é um grande desafio. Seja muito organizado, com tarefas, prazos e recurso pois esses auxiliam numa carreira. 3.3 GESTÃO DE PESSOAS POR COMPETÊNCIAS. COMPETÊNCIAS INDIVIDUAIS. COMPETÊNCIAS COLETIVAS. COMPETÊNCIAS ORGANIZACIONAIS Quando pensamos em competência estamos falando de um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que são capazes de produzir resultados para pessoas e organizações. "Conhecimentos, habilidades e atitudes que são os diferenciais de cada pessoa e tem impacto em seu desempenho e consequentemente nos resultados atingidos" (RABAGLIO, 2006, p.23). O bom desempenho, conforme Rabaglio (2006) está intimamente relacionado ao fato de se possuir os conhecimentos adequados e necessários às situações, ter bem desenvolvidas as habilidades ideais para cada desafio e, por fim, um proceder marcado por atitudes que concretizem este conjunto de fatores. Assim, o conhecimento técnico deve ser praticado com a atitude correta. As atitudes devem demonstrar iniciativa ao se aplicar técnicas novas, devem ser flexíveis adaptando-se a cada cenário, devem demonstrar criatividade buscando soluções inovadoras e, acima de tudo, empreendedoras por tentar sempre formas mais eficientes de melhorar os resultados (RABAGLIO, 2006). As mudanças nos mundos do trabalho tornaram evidente que a empresa não podia se sustentar na cabeça de uns poucos (os planejadores) e no corpo do restante (a maioria), mas precisava da inteligência e da subjetividade do conjunto. Segundo Zarifian (1999) passava-se, assim, da solicitação do corpo à solicitação do 41 cérebro. As pessoas devem desenvolver competências essências, mas cabe a organização traçar uma estratégia onde se possa ajustar as estratégias de negocio aos profissionais, para que seja possível atingir objetivos macro. "O modelo de gestão de pessoas é a maneira pela qual a empresa se organiza para gerenciar e orientar o comportamento humano no trabalho" (FISCHER, 2001). "[...] princípios, orientações de valor e crenças básicas, políticas, diretrizes de ação, que traduzem compromissos da organização com objetivos de médio e longo prazos para gestão de pessoas e processos e cursos de ação previamente determinados e operacionalizados por ferramentas de gestão" (DUTRA, 2004, p.55). O Recursos Humanos precisam traçar mecanismos para promover e motivar a cultura voltada a gestão do conhecimento. "participação efetiva das pessoas no processo de a aquisição e disseminação de conhecimento" (BITENCOURT, 2004, p.23) é fator determinante que estimula a busca pela qualificação - tanto no aspecto formal (cursos, graduação, especializações) quanto no aprimoramento de competências, ou seja, de conhecimentos, de habilidades e de atitudes (saber, saber fazer e fazer acontecer). De acordo com Dutra (2012, p. 17) "a mudança no padrão de exigência gerou a necessidade de cultura organizacional que estimulasse e apoiasse a iniciativa das pessoas, a criatividade e a busca autônoma de resultados para a empresa ou o negócio". O desenvolvimento passa a ser mútuo entre empresa e colaborador. Dutra (2012, p.17) salienta que "de um lado, a empresa, ao desenvolver-se, desenvolve as pessoas; de outro, as pessoas, ao desenvolverem-se, desenvolvem a empresa". Assim o colaborador pode ser considerado como próprio gestor da relação que tem com a organização, bem como de seu autodesenvolvimento e carreira (DUTRA, 2012). As pessoas através de seu potencial são capazes de interpretar os diferentes cenários que surgem e agir estrategicamente sobre eles. Dutra (2012, p.17) diz que isto é uma vantagem competitiva uma vez que "as pessoas são as depositárias do patrimônio intelectual da empresa, da capacidade e agilidade de resposta da empresa aos estímulos do ambiente e, ainda, da capacidade de visualização e exploração de oportunidades de negócio". Sendo assim, percebe-se que a organização que direciona seu modelo à gestão por competências ao passo que investe em seus colaboradores beneficia-se proporcionalmente em troca e torna-se 42 mais competitiva e estratégica. Dutra (2003) conclui que a gestão por competências vem impactando as organizações e as pessoas, pois exige modernização e desenvolvimento. Contribuindo para que a empresa atinja suas expectativas, mantendo a uma relação entre a organização e as pessoas. Pereira (2014) enumera e explicar sete motivos para ter competência: Evitar a descontinuidade no processo de desenvolvimento do negócio da organização: baseado nas competências essenciais é possível identificar dentro do mercado quais empresas concorrentes não possui esse tipo de competências. Unidades de negócio estruturadas de uma maneira pouco flexível: indivíduos com determinadas competências, alocados em lugares distintos. Subdivisão das unidades de negócio em partes ainda menores: Diferenciando espaços ocupacionais que limitam o aprendizado dentro da organização, permitindo o aprendizado ligadoao aprimoramento. Concentração de esforços limitada a participação do mercado: uma arriscada dependência dos fornecedores externos e assim colocando em perigo a competitividade da organização. Foco exclusivamente em produtos finais compromete o crescimento futuro da empresa: O desenvolvimento das competências essenciais deve ser imediato e nunca deixado para uma ação futura. Falta de definição clara das competências essenciais: tais competências apoiam-se na competitividade do setor e caso isso não seja bem definido, pode comprometer a empresa diante o mercado. Perder habilidades importantes para seu negócio: Destruição de valor por falta de investimento da gestão por competência, ou seja, não conseguiram identificas suas próprias competências. 43 3.4 CARREIRA E REMUNERAÇÃO Competitividade, concorrencia, esse é o cenário encontrado pelas organizações. Hoje o diferencial não está somente no investimento em tecnologia e estrutura, mas também na gestão de pessoas, e para gerir deve ser levado em consideração que são as pessoas o diferencial competitivo das organizações. A organização e os gestores que compreendem que pessoas são profundamente diferentes entre si, com personalidade própria, com história pessoal, com objetivos reais e mensuráveis, não sendo mais consideradas como meros recursos da organização e as reconhecem como elementos que a impulsionam a busca de resultados, e não como agentes estáticos. (CHIAVENATO, 2008, p.288). Nesse contexto precisamos valorizar e reconhecer as entregas e resultados que as pessoas produzem. Cabe aqui falar sobre um bom plano de cargos e remuneração. Premissas básicas de um plano de cargos e remuneração, Segundo Wood Jr. E Picarelli Filho (1996), a questão central é transformar a visão usual da remuneração: Figura 6: Premissas básicas Fonte: Elaborado pelo Autor (2020) O momento de cada empresa, sua saúde financeira, o clima interno e sua competitividade junto ao mercado concorrente são pontos que fortalecem e justificam a implantação de um Plano de Cargos e Salários. 44 I. Um bom plano de Cargos e Salários é um conjunto de regras que estipulam como os colaboradores podem progredir na empresa com relação ao seu salário. Tem como objetivo deixar transparente para o colaborador as regras de ascensão e política salarial da empresa. Seu objetivo é, quando o colaborador entra na empresa, já saber qual sua perspectiva de carreira e possibilidades na empresa. II. Segundo Chiavenato (2004) recompensa é uma retribuição, prêmio ou reconhecimento pelos serviços de alguém. A recompensa mais comum é a remuneração. A remuneração total é o pacote de recompensas quantificáveis que uma pessoa recebe pelo seu trabalho e é constituída de remuneração básica, incentivos salariais e benefícios. III. Compreender que a organização tem uma politica justa de cargos e remuneração motiva os colaboradores a buscar mais capacitação. E para que isso aconteça os objetivos devem ser: Estabelecer uma política salarial justa capaz de atrair, manter e motivar os colaboradores; Definir critérios para promoções, reenquadramentos, progressões, incentivos, entre outros; Permitir um tratamento interno adequado aos empregados, tendo em vista os níveis diferenciais de responsabilidade e competitividade de suas atividades; Possibilitar condições de desenvolvimento dos colaboradores por intermédio da instituição de sistemas de carreira; e Compatibilizar os salários pagos na empresa com os valores pagos no mercado de trabalho. 45 FIXANDO O CONTEÚDO 1. São várias as ferramentas de autoconhecimento, podemos citar terapias, coach, avaliação de desempenho, questionários feitos com profissionais, analisando as possíveis ferramentas de autoconhecimento responda: I. Processo seletivo II. Avaliação de desempenho III. Pesquisa de clima Estão corretas apenas: a) Apenas I, b) Questão I e II, c) Questão II e III. d) Questão I e III. e) Todas estão corretas. 2. A carreira profissional é composta por fases. Essas fases equivalem a toda a experiência de vida que uma pessoa tem, bem como da característica individual de cada um, como sua capacidade intelectual, vitalidade e personalidade. Analisando as fases segundo Schein (1996) relacione a 2 coluna de acordo com a 1. 1) Ingresso na vida profissional 2) Admissão como membro 3) Estabilização profissional 4) Crise em meio a carreira 5) Aposentadoria ( ) é a fase onde o membro é ajustado ao cargo o colaborador pode aplicar competências e se ajustar as atividades mostrando seu potencial, ( ) é a fase de descanso, de liberdade, de se fazer o que se gosta para outro é um sacrifício, uma inutilidade, vale se reencontrar para que seja mais satisfatória. ( ) é o momento onde já com domínio da função se pode garantir um pouco de segurança. 46 ( ) é a fase do primeiro emprego, o ajuste as regras e normas organizacionais. ( ) é a crise em meio da carreira, fase onde o indivíduo começa a questionar seu percurso profissional, essa crise representa um momento de reavaliação. Está correto em: a) 1,2,3,4,5 b) 2,3,1,4,5 c) 5,4,3,2,1 d) 2,5,3,1,4 e) 3,2,4,1,5 3. Ancora de carreira é representam a combinação única de cada um em relação à percepção de competência de carreira, motivos e valores. Sabendo quais são as suas âncoras, fica mais fácil encontrar a melhor empresa para você trabalhar, em que seu perfil esteja alinhado com a cultura organizacional. São ancoras: a) Competência técnico apenas; b) Criatividade empreendedora; c) Economia d) Politica e) Globalização 4. Nas organizações, a gestão de carreiras pode basear-se no conceito de cargos ou de competências. A respeito desse assunto, assinale a opção correta. a) Quando baseado em cargos, o planejamento de carreiras deve preparar os trabalhadores para postos mais bem remunerados; se for baseado em competências, deve prepará-los para postos de igual remuneração. b) À revelia das qualificações, do desempenho ou da produtividade, as carreiras baseadas em cargos estabelecem como critério de ascensão o tempo de exercício do cargo. c) No planejamento de carreiras por competências não se estabelecem critérios de mobilidade: os empregados devem ser continuamente treinados para futuras posições. d) Objetivos de longo prazo são próprios das carreiras baseadas em cargos; não 47 havendo critérios de mobilidade nas estruturas de carreiras por competências, os objetivos são de curto prazo. e) As determinações organizacionais sobre as carreiras baseadas em cargos e em competências incentivam os indivíduos à identificação com seus trabalhos: elas clarificam as oportunidades de posicionamento e de desenvolvimento profissional 5. Assinale a alternativa que apresenta o departamento ou função da área de recursos humanos que tem o papel de definir oportunidades oferecidas pela empresa para as pessoas crescerem nessa empresa. a) Plano de carreira. b) Descrição de cargo. c) Estrutura hierárquica. d) Avaliação de desempenho. e) Competências e capacitação. 6. Conhecendo carreiras e como estas se estruturam dentro de uma evolução. Segundo Dutra(1996), podemos ter três tipos básicos. Sobre as estruturas responda V (verdadeiro) e F ( falso): ( ) Estrutura de linha: conhecidas por se apresentar de forma simples e facilmente identificada, é composta de cargos sobrepostos. É até hoje uma das mais utilizadas nas organizações por ser mais simples. ( ) Estruturas em rede: São estruturas que consiste em dispor alternativas as pessoas da organização em relação as posições que deverão ser ocupadas por elas.
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