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Bloqueio do nervo palatino maior Bloqueio Do Nervo Palatino Maior O bloqueio do nervo palatino maior é muito útil durante procedimentos odontológicos envolvendo os tecidos moles palatinos distais ao canino. Volumes mínimos de solução (0,45 a 0,6 ml) produzem anestesia profunda dos tecidos moles e duros do palato. Embora potencialmente traumático, o bloqueio do nervo palatino maior é menos traumático que o bloqueio do nervo nasopalatino, pois os tecidos que circundam o forame palatino maior não estão tão firmemente aderidos ao osso e por isso acomodam melhor o volume de solução depositado. Outro Nome Comum Bloqueio do nervo palatino anterior. Nervos Anestesiados Palatino maior. Áreas Anestesiadas A parte posterior do palato duro e os tecidos moles sobrejacentes, anteriormente até o primeiro pré-molar e medialmente até a linha média (Fig. 13-25). FIGURA 13-25 Área anestesiada pelo bloqueio do nervo palatino maior. Indicações 1. Em casos em que a anestesia dos tecidos moles do palato é necessária para o tratamento restaurador em mais de dois dentes (p. ex., em restaurações subgengivais e inserção de matriz subgengival) 2. Para controle da dor durante procedimentos periodontais ou cirúrgicos orais envolvendo os tecidos palatinos moles e duros Contraindicações 1. Inflamação ou infecção no local da injeção 2. Pequenas áreas de tratamento (um ou dois dentes) Vantagens 1. Minimiza as penetrações da agulha e o volume de solução 2. Minimiza o desconforto para o paciente Desvantagens 1. Não há hemostasia, exceto na área próxima da injeção 2. Potencialmente traumático Aspiração Positiva Menos de 1%. Alternativas 1. Infiltração local em regiões específicas 2. Bloqueio do nervo maxilar Técnica 1. Uma agulha curta calibre 27 é recomendada. 2. Área de introdução: tecidos moles levemente anteriores ao forame palatino maior 3. Área-alvo: nervo palatino maior (anterior), quando passa anteriormente entre os tecidos moles e o osso do palato duro (Fig. 13-26) FIGURA 13-26 Área-alvo para um bloqueio do nervo palatino maior. 4. Pontos de referência: forame palatino maior e junção do processo alveolar maxilar e osso palatino 5. Trajeto da introdução: avançar a seringa a partir do lado oposto da boca formando um ângulo reto com a área-alvo 6. Orientação do bisel: voltado para os tecidos moles palatinos (Ver etapas g e h, p. 204) 7. Procedimento: a. Assumir a posição correta (Fig. 13-27). (1) Para bloqueio do nervo palatino maior direito, o administrador destro deve sentar-se de frente para o paciente na posição de 7 ou 8 horas. (2) Para um bloqueio do nervo palatino maior esquerdo, o administrador destro deve sentar-se de frente para o paciente na posição de 11 horas. FIGURA 13-27 Posição do profissional para o bloqueio do nervo palatino maior direito (A) e esquerdo (B). b. Solicitar ao paciente, que está em posição supina (Fig. 13-28, A), para: (1) Abrir bem a boca. (2) Estender o pescoço. (3) Girar a cabeça para a esquerda ou para a direita (para melhorar a visibilidade). FIGURA 13-28 A, Posição do paciente para um bloqueio do nervo palatino maior. B, Vista do profissional do palato duro quando o paciente está posicionado corretamente. c. Localizar o forame palatino maior (Fig. 13-28, B e Tabela 13-2). (1) Colocar uma haste de algodão na junção do processo alveolar maxilar com o palato duro. (2) Começar na região do primeiro molar superior e palpar posteriormente pressionando firmemente os tecidos com a haste de algodão. (3) A haste de algodão “cairá” na depressão formada pelo forame palatino maior (Fig. 13-29). FIGURA 13-29 Uma haste de algodão é pressionada contra o palato duro na junção do processo alveolar maxilar com o osso palatino. A haste de algodão é lentamente deslocada distalmente (setas) até que seja percebida uma depressão no tecido. Esta depressão é o forame palatino maior (anterior). (4) O forame se localiza mais frequentemente num ponto distal ao segundo molar superior, mas pode se localizar anterior ou posteriormente à sua posição habitual. (Ver “Bloqueio do Nervo Maxilar,” p 220) Tabela 13-2 Localização do Forame Palatino Maior* Localização N° Porcentagem Metade anterior do segundo molar 0 0 Metade posterior do segundo molar 63 39,87 Metade anterior do terceiro molar 80 50,63 Metade posterior do terceiro molar 15 9,49 *Mensurações de 158 crânios com o segundo e o terceiro molar superior presentes. De Malamed SF, Trieger N: Intraoral maxillary nerve block: an anatomical and clinical study, Anesth Prog 30:44-48, 1983. d. Preparar o tecido no local de injeção, apenas 1 a 2 mm anterior ao forame palatino maior. (1) Limpar e secar com gaze estéril. (2) Aplicar antisséptico tópico (opcional). (3) Aplicar anestésico tópico por 2 minutos. e. Após 2 minutos de aplicação do anestésico tópico, mova a haste de algodão posteriormente, de forma que fique diretamente sobre o forame palatino maior. (1) Aplicar pressão considerável na área do forame com o cotonete na mão esquerda (caso seja destro). (2) Observar a isquemia (palidez dos tecidos moles) no local da injeção. (3) Aplicar pressão por, no mínimo, 30 segundos, e, enquanto isso, fazer o seguinte: f. Direcionar a seringa para a boca a partir do lado oposto, com a agulha aproximando-se do local de injeção em ângulo reto (Fig. 13-30). FIGURA 13-30 Observe o ângulo de entrada da agulha na boca. A introdução é feita nos tecidos isquêmicos ligeiramente anterior à haste. O corpo da seringa é estabilizado pela comissura labial e dentes. g. Colocar o bisel (não a ponta) da agulha delicadamente contra os tecidos moles previamente pálidos (isquêmicos) no local de injeção. Este deve estar bem estabilizado para evitar penetração acidental dos tecidos. h. Com o bisel situado contra o tecido: (1) Aplicar pressão suficiente para curvar lentamente a agulha. (2) Depositar um pequeno volume do anestésico. A solução será forçada contra a membrana mucosa e se formará uma gotícula (Fig. 13-31). FIGURA 13-31 Técnica de pré-perfuração: o bisel da agulha é colocado no tecido mole; pressão exercida pela haste de algodão. A solução de anestésico local é depositada antes de a agulha entrar nos tecidos. i. Retificar a agulha e permitir que o bisel perfure a mucosa. (1) Continuar a injetar pequenos volumes de anestésico durante todo o procedimento. (2) A isquemia se propagará para os tecidos adjacentes enquanto o anestésico (usualmente associado a um vasoconstritor) é depositado (Figs. 13-32 e 13-33). FIGURA 13-32 Observe a propagação da isquemia (setas) enquanto o anestésico é injetado. FIGURA 13-33 A haste de algodão é removida quando termina a injeção de solução. j. Continuar a aplicar anestesia compressiva durante toda a deposição de solução anestésica (Fig. 13-32). A isquemia se propagará à medida que o vasoconstritor diminuir a perfusão tecidual. k. Avançar lentamente a agulha até que toque suavemente o osso palatino. (1) A profundidade de penetração é em geral de aproximadamente de 5 mm. (2) Continuar a injetar pequenos volumes de anestésico. À medida que o tecido é perfurado, haverá aumento da resistência à deposição da solução, o que é absolutamente normal no bloqueio do nervo palatino maior. l. Aspirar em dois planos. m. Caso a aspiração seja negativa, injetar lentamente (no mínimo durante 30 segundos) não mais do que um quarto a um terço de um tubete (0,45 a 0,6 ml). n. Retirar a seringa. o. Proteger a agulha. p. Aguardar 2 a 3 minutos antes de iniciar o procedimento odontológico. Sinais e Sintomas 1. Subjetivos: dormência na parte posterior do palato 2. Objetivos: ausência de dor durante o tratamento odontológico Aspectos de Segurança 1. Contato com o osso 2. Aspiração Precauções Não entrar no canal palatino maior. Embora isso não seja perigoso, não há nenhuma razão para se entrar no canal para que esta técnica seja bem-sucedida. Falhas da Anestesia 1. O bloqueio do nervo palatino maior não é uma injeção tecnicamente difícil. Sua taxa de sucesso é bem maior que 95%. 2. Se o anestésico local for depositado muito anterior ao forame, a anestesia adequadados tecidos moles pode não ser produzida nos tecidos palatinos posteriores ao local de injeção (sucesso parcial). 3. A anestesia do palato na área do primeiro pré-molar superior pode ser inadequada devido às fibras superpostas do nervo nasopalatino (sucesso parcial). a. Para corrigir: a infiltração local pode ser necessária como um suplemento na área anestesiada inadequadamente. Complicações 1. Poucas são importantes 2. Isquemia e necrose dos tecidos moles, quando uma solução vasoconstritora muito concentrada é utilizada para a hemostasia por um período prolongado a. Nunca se deve usar a noradrenalina para hemostasia dos tecidos moles palatinos (a noradrenalina não está disponível em anestésicos locais odontológicos nos Estados Unidos ou no Canadá). 3. Hematoma é possível, mas é raro devido à densidade e à firme aderência dos tecidos palatinos ao osso subjacente. 4. Alguns pacientes podem apresentar desconforto quando o palato mole for anestesiado; isto é possível nos casos em que o nervo palatino médio está próximo ao local da injeção.
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