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ESCOLA DE COMUNICAÇÃO Disciplina: Edição em áudio e vídeo Professor: Luciano de Souza Ementa Relação entre roteiro, gravação e montagem/edição em áudio e vídeo nos vários formatos de edição para áudio e vídeo. Objetivos Instrumentalizar sobre técnicas de edição de conteúdos de áudio e vídeo, em suas variadas aplicações nos diversos formatos e gêneros de comunicação audiovisual. Também se coloca como função da disciplina preparar o discente para iniciar suas atividades de natureza laboratorial, produzindo trabalhos e atividades solicitadas por esta ou outra disciplina. Conteúdo Programático Edição Conceito de edição Edição e áudio e sonoplastia; Edição de vídeo e montagem cinematográfica; Edição e roteiro; Edição nos contextos de PP, RTV e JO. Conteúdo Programático Áudio Elementos de linguagem radiofônica (BG, Locução, Mixagem, Sonora, Fades, Cortinas, Filtros, Efeitos); Edição de áudio não-linear: Conceitos Audacity: pista e multipista, interface, ferramentas, normalização, fades, mono e estéreo, pan; Audacity: operações de edição (BG, cortina, crossfades, ambientação panorâmica), filtros, exportação e projetos, tipos de arquivo de áudio (wav, mp3, aiff, wma, raw); Desenvolvimento de dinâmicas. Conteúdo Programático Vídeo Ficção e Documentário; Roteiro, Cena, Plano, Decupagem, Gravação e roteiro, Storyboard; Montagem e narratividade, Ponto de corte, Montagem clássica, Raccord, Ritmo, Continuidade; Edição linear, não-linear, pós-produção, Softwares de edição, tipos de arquivo de vídeo (.mov, .avi, .mpg); Time-line, TimeCode, pista de vídeo, GCs, áudio no vídeo, ferramentas, fluxo de trabalho; Captura e exportação; Desenvolvimento de dinâmicas. Estratégias de Ensino - Aulas expositivas com apresentação de conceitos e técnicas; - Análise de peças de áudio e audiovisuais; - Aulas laboratoriais com softwares de edição de áudio e vídeo; - Produção de conteúdo em áudio e vídeo em gêneros e formatos variados. Recursos - Multimídia (em sala) - Laboratório Multimídia com softwares específicos. Avaliação - P1: Provas individuais - Aproveitamento: trabalhos práticos individuais e em grupo Bibliografia BÁSICA DANCYGER, Ken. Técnicas de edição para cinema e vídeo: História, teoria e prática. São Paulo: Campus, 2003, 3 edição, 624 pg. EISENSTEIN, Sergei. O sentido do filme. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002. FILHO, Daniel. O circo eletrônico: fazendo TV no Brasil. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001. LEONE, Eduardo - MOURÃO, Maria Dora - Cinema e Montagem, Coleção Princípios, Editora Ática, SP, 1988. WATTS, Harris. On Camera: o curso de produção de filme e vídeo da BBC. Tradução de Jairo Tadeu Longs. São Paulo: Summus, 1990. WATTS, Harris. Direção de Câmera: Um manual de técnicas de vídeo e cinema. São Paulo: Summus, 1999. Bibliografia COMPLEMENTAR AUMONT, Jaques, - A Imagem, Papirus Editora, São Paulo, 1993 BONASIO, Valter. Televisão: Manual de produção e direção. Belo Horizonte: Ed. Leitura, 2002. Dicionário da TV Globo: Programas de Dramaturgia e Entretenimento. Rio de Janeiro: Ed. Jorge Zahar, 2003. EISENSTEIN, Sergei. A Forma do Filme. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1990. GAGE, Leighton David. O filme publicitário. São Paulo: Atlas, 1991 HEDGECOE, John. Grande manual de vídeo: guia completo para fazer bons vídeos. Lisboa: Dinalivro, 1992 LEAL FILHO, Laurindo. A melhor TV do mundo: o modelo britânico de televisão. São Paulo: Summus, 1997. Bibliografia COMPLEMENTAR LINS, Consuelo. O documentário de Eduardo Coutinho: televisão, cinema e vídeo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004. MACHADO, Arlindo - A arte do vídeo, Ed. Brasiliense, SP, 1988. MACHADO, Arlindo. A televisão levada a sério. Editora Senac.São Paulo, 2000 MARCONDES FILHO, Ciro. Televisão: a vida pelo vídeo. São Paulo: Ed. Moderna, 1988. MURCH, Walter. Num piscar de olhos: a edição de filmes sob a ótica de um mestre. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004. MELO, José Marques de. As telenovelas da Globo: produção e exportação. São Paulo: Summus, 1988. Bibliografia COMPLEMENTAR PEDROSO, Maria Goretti (org.); MARTINS, Rosana (org.). Admirável mundo MTV Brasil. São Paulo: Saraiva, 2006. SERRA, Floriano. A arte e a técnica do vídeo: do roteiro à edição. São Paulo: Summus, 1986. STASHEFF, Edward (et al). O programa de televisão: sua direção e produção. São Paulo: EPU, 1978. TAVOLA, Artur da. A telenovela brasileira: história, análise e conteúdo. São Paulo: GLOBO, 1996. TEODORO, Gontijo. Jornalismo na TV. Rio de Janeiro: Tecnoprint, 1980. Revistas e periódicos especializados (Tela Viva, Produção Profissional, sites especializados recomendados pelo professor). Conceito de edição O que é edição ? Editar, seja no rádio, na TV, na publicidade, no jornal ou no cinema, pode ter vários significados: selecionar, construir, juntar, organizar, reunir, emendar, analisar e ordenar. Todos estes verbos estão relacionados diretamente com edição. Editar é basicamente retirar pequenos trechos de um material bruto para que o público assista e ouça somente o necessário. Conceito de edição O mesmo conceito de edição se aplica em outras áreas da comunicação, sem ser exatamente áudio e vídeo. Editar, em jornalismo impresso, significa montar uma reportagem após selecionar, hierarquizar e emendar trechos de entrevistas, depoimentos, textos e informações. Conceito de edição Maria Elisa Porchat define o editor como um artesão que deve "limpar" o texto jornalístico, eliminando o que for desnecessário ao entendimento, e "dar brilho", redigindo um bom texto, nítido, coerente e interessante. A principal atividade de um editor é ler e saber reconhecer as necessidades específicas de cada tipo de texto jornalístico. Assim como, um bom editor de imagens ou de áudio também deve assistir e ouvir diversas obras audiovisuais. Edição e Comunicação A edição não deve ser usada para alterar o sentido do que foi dito ou para colocar o material num contexto involuntário. A edição de qualquer material audiovisual deve respeitar as dimensões técnicas e editoriais: ▫ Técnica: material com qualidade aceitável para a produção de material audiovisual; ▫ Editorial (conteúdo): respeitar intenções e propósitos (roteiros, declarações etc). Edição e Comunicação O editor também deve formatar o produto nas dimensões físicas impostas pelo meio de comunicação onde será exibido a obra audiovisual. No processo de edição também é permitido ajustar, corrigir e incrementar o material selecionado para a edição. Hoje em dia, a maioria dos softwares de edição tem em sua configuração básica efeitos e transições que podem “melhorar” artisticamente o produto final. Mas, lembre-se sempre que nada substitui um material bem captado. Edição de áudio O trabalho de um editor de som é analisar a trilha de áudio, verificar a qualidade e decidir a melhor forma de finalizá-lo. Cabe a ele selecionar e juntar tipos diferentes de sons (diálogos, músicas, efeitos sonoros, ambiente, etc.), de forma equilibrada e em concordância com cada tipo de mídia. A edição em áudio é a forma de se construir de maneira organizada um programa, um spot ou uma reportagem através de sequências sonoras. Edição de áudio Na edição de áudio é importante destacar os seguintes aspectos: seleção de trechos de locução bem gravados; combinação de diferentes vozes, cada qual em seu cue adequado e com as intensidades adequadas; construir o sentido desejado na concepção da peça (roteiro) misturar música, acrescentar efeitos sonoros, aplicar filtros, etc. ajustar o produto às diversas especificações (tempo, intensidade, extensão, etc.) Edição de áudio e sonoplastia Para "desenhar" o som e enxergar imagens a partir do ouvido, utiliza-se a sonoplastia. A sonoplastia é todo o conjunto de atividades ligadas à captação, edição, tratamentos, filtragens, mixagens e outras formas de sintaxe envolvendo o material sonoro. É um trabalho denatureza técnica, mas que exige sensibilidade estética. Os efeitos sonoros da sonoplastia também estimulam a imaginação: músicas e ruídos podem caracterizar personagens, desenhar lugares e criar ambientes imaginários. Edição e roteiro Em geral, a edição deve se ater ao planejado no roteiro. Ele é o guia do que precisa ser percorrido; desde o início das gravações. O editor, sabendo o que precisa ser feito, vai selecionar e combinar da melhor forma possível para a construção da peça roteirizada. Em alguns casos, há certa margem para criação do editor, em outros, não há nenhuma. De toda forma, a EDIÇÃO SEMPRE PRECISA DO ROTEIRO. Edição de vídeo O editor de imagens é quem reúne, ordena e dá ritmo às imagens gravadas, sons captados e trilhas sonoras; dando um sentido narrativo e de continuidade à história ou a um programa de televisão, de modo a alcançar o objetivo planejado pela produção e pelo diretor. O trabalho de edição é demorado e exige muita paciência. A busca pela melhor cena entre diferentes takes, o timing exato de uma cena, o melhor ponto para um corte, enfim, a edição é um trabalho artístico e possibilita diversas maneiras de se contar uma mesma história. Edição de vídeo E por quê leva tanto tempo? A palavra editar está diretamente relacionada com o tempo. A maioria dos filmes tem de seis a dez cortes por minuto. Num curta-metragem de 15 minutos serão realizados quase 100 cortes. Isso sem contar as edições exclusivas para som, que implicarão em um outro número de cortes. Uma edição é bem-sucedida quando o telespectador gosta do programa e nem se lembra que houve alguma edição de imagens ou som. Edição de vídeo Na edição de imagens é importante destacar os seguintes aspectos: Seleção de imagens gravadas adequadamente; Seleção das durações mais adequadas de cada tomada (cue in e cue out); Combinar cada trecho de forma a contar a história (seja real ou fictícia) de forma adequada; Combinar as imagens com os sons adequados (locuções, música, efeitos etc); Acrescentar os elementos gráficos corretos (créditos, animações, artes, etc); Corrigir cores, texturas, iluminação etc; Ajustar o resultado às suas especificações. Edição de vídeo e montagem cinematográfica Existe uma distinção no mercado entre os termos edição e montagem: o primeiro se aplica às produções captadas em vídeo; o segundo, às captadas em película cinematográfica. Mas na prática, um montador e um editor de imagens, tecnicamente falando, são o mesmo profissional. Grande parte da riqueza de linguagem da edição de vídeo vem de experiências do cinema (Potter, Griffith, Vertov, Kulechov, Eisenstein, Gance, etc.). Edição de vídeo e montagem cinematográfica A linguagem da edição em vídeo e cinema é muito mais complexa. Por isso, o papel do editor / montador é muito mais autoral. O trabalho técnico de edição e montagem mudou muito nas últimas três décadas, mas isso não significa que a tecnologia teve uma influência ampla e estética, assim como tem na área dos efeitos especiais e da pós- produção (finalização). Edição de vídeo e montagem cinematográfica A teoria e a prática de edição não estão ligadas à tecnologia, estão centradas no ato de contar histórias, realizar matérias ou reportagens e construir um programa de TV. E o trabalho de edição não começa só quando chegamos à “ilha de edição”, ele começa já na gravação das imagens; onde deve estar claro a todos da equipe do que se trata o programa, a importância da gravação daquele dia, quais planos serão realizados, etc. Edição de áudio: Linguagem radiofônica A linguagem radiofônica se estrutura a partir de fontes de produção sonora, constituída de elementos mecânicos (microfone, software de captação e edição, estúdio) e de elementos naturais ou elementos da sonoplastia (a palavra, música, efeitos sonoros e o silêncio). O rádio é um veículo companheiro. Quem ouve rádio pode fazer outras atividades ao mesmo tempo, por isso, a atenção é dividida. Daí a necessidade de um texto claro que seja compreendido logo da primeira vez em que é veiculado. • Apenas um belo timbre de voz não prende a atenção do ouvinte. • A fala deve ser natural, simples e respeitar a pronúncia correta das palavras. Edição de áudio: Linguagem radiofônica • Melhor que ter "vozeirão", é preciso ter clareza e expressividade. • Cuidado com a pontuação no texto. Veja a diferença entre: “Culpado, não inocente”” e "Culpado não, inocente." • Leia os textos antes de ir para o ar e verifique a pronúncia. • Sentar-se a um palmo do microfone (no máximo 20cm e no mínimo 10 cm). • Não fale nem alto nem baixo, o operador vai equalizar sua voz. O ritmo é dado de acordo com a necessidade. • Faça pausas necessárias na leitura. As pausas servem para a expressividade do texto, não para sua interrupção. Edição de áudio: Linguagem radiofônica O áudio em geral possui duas dimensões: a linear e a simultânea: Sons ocorrem linearmente: os sons se sucedem no tempo, um após o outro; Sons ocorrem simultaneamente: os sons acontecem ao mesmo tempo, um junto com o outro. Tipos de material sonoro Locuções; Sonoras; Híbridas; Trilhas e BGs; Cortinas; Fusões; Janelas. Locução Material predominante na composição de peças de rádio; É o material bruto das locuções off (off screen) de TV e vídeo; Condição favorável de captação (poucos problemas técnicos); Muito trabalho de direção (muitas tomadas). Sonoras e Híbridas Sonora é a fala captada em trabalho de campo, com gravador (depoimentos, entrevistas, fala povo etc); Híbrida é o conteúdo captado via telefone; A condição de captação está longe da ideal (filtros); É material não roteirizado e sem direção (pausas e correção); Música O uso de música deve pontuar a composição de áudio nos dois eixos de linguagem (como FIGURA e como FUNDO); É comum o uso de “trilhas brancas”; Para músicas com direitos autorais, é conveniente verificar a situação de seu uso (do ponto de vista legal); O ideal é selecionar trechos sem voz para o uso simultâneo; Nos trechos em que a música aparece como figura, não há problemas em usar trechos cantados. Sintaxe do material A locução pode ser dividida em blocos sonoros, assim como pontuamos a escrita; Tais blocos podem ser entrecortados pelas sonoras. Além das locuções e sonoras, pode-se acrescentar BG ao material. Estes podem ser musicas ou efeitos sonoros em geral. Sintaxe do material É possível entrecortar blocos de locução com música (cortina) Também é possível deixar espaços para atualização de tempo, espaço etc (janela) Sintaxe do material Os cortes podem ser secos ou em fusão (fade). Edição de vídeo: Introdução Antes de começar a falar em edição de imagens é importante fazer uma distinção: ficção e documento. Para cada um desses modos há objetivos diferentes na edição. Ficção → ação encenada para representar fatos (sejam reais ou não); Na ficção, a ênfase está em contar a história; Documento → registrar fatos acontecendo (sem a encenação); No documento, a ênfase está em apresentar uma fração do real. Edição de vídeo: Introdução O desenvolvimento da montagem/edição vem das experiências realizadas no cinema. Dentro do cinema é que se construiu toda linguagem de enquadramentos, sequências, composição visual, planos e cenas. Etapas da história do cinema: - CINEMA PRIMITIVO - CINEMA CLÁSSICO - CINEMA MODERNO - CINEMA CONTEMPORÂNEO Edição de vídeo: Introdução CINEMA PRIMITIVO - surgimento do cinema no fim do século 19 e o estabelecimento dos dois princípios básicos: o cinema como documento (Lumière) e como sonho (Méliès). - O surgimento da indústria (Pathé). - O surgimento da linguagem narrativa tal como a conhecemos ainda hoje (Edwin Porter – “A Vida do Bombeiro Americano”). - Procedimentos criados ou sistematizados por David W. Griffith: a idéia de plano, a decupagem clássica (divisão em planos), a montagem alternada, a importância da luz, a busca do realismo, a psicologiae a subjetividade. Edição de vídeo: Introdução CINEMA PRIMITIVO - Escola Russa: revolução na montagem (a montagem como base do cinema), a experiência Kulechov, Sergei Eisenstein e a busca de uma nova narratividade e Dziga Vertov e o documentário. - Escola Alemã: presença do romantismo, importância da luz e da cenografia, expressionismo (O Gabinete do Dr. Caligari), o fantástico (Nosferatu – de F.W. Murnau) e a aventura (Fritz Lang – Metropolis). Edição de vídeo: Introdução CINEMA CLÁSSICO - A idéia de linha de montagem, o controle do produtor e o sistema de estúdios. - O policial clássico (Ex.: Fúria Sanguinária) - A comédia burlesca (sátira / paródia) e sua passagem do teatro ao cinema. - Os comediantes mais destacados do mudo: Charlie Chaplin, Buster Keaton e Max Linder. - O burlesco no sonoro: Os Irmãos Marx (incorporação da palavra à mímica e à música) e Jerry Lewis. Edição de vídeo: Introdução CINEMA CLÁSSICO - Faroeste – o gênero histórico americano; - A guerra de conquista territorial - A crise de 1930 e o chamado “FILME B” (Roger Corman) - Surgimento de grandes diretores: Jean Renoir, Howard Hawks (o individualismo, a amizade masculina e a câmera à altura do homem), Alfred Hitchcock (desenvolvimento do suspense e a natureza dual do mundo: crime e inocência, aparência e realidade, corpo e alma), Akira Kurosawa (clássico e romântico no pós-guerra) e Billy Wilder (ironia e sarcasmo). Edição de vídeo: Introdução CINEMA MODERNO - Orson Welles: o mundo moderno como mundo instável. - Diálogo com outras artes - O filme “Cidadão Kane” (1941) e a nova organização espacial: profundidade de campo, plano sequência, o som e o sentido da fotografia. - Neo-realismo italiano: Roberto Rossellini – drama moral e social - Cinema crítico francês no pós-guerra: Truffaut e Godard Edição de vídeo: Introdução CINEMA MODERNO - A crise do “sonho americano”: desilusão do pós- guerra; Guerra Fria e macarthismo. - A diluição das fronteiras morais e as transformações nos gêneros. - Nouvelle Vague: relato não-linear e espaço fragmentário, a inexistência do tempo e os diversos usos da fala, da música e dos ruídos. - Enquadramento e apreensão do real; plano sequência e decupagem clássica; ausência de roteiro e busca de reencontro do cinema mudo. - Cinema Novo no Brasil: anti-espetáculo (revelação e questionamento do real). Tem como representante principal o cineasta Glauber Rocha. Edição de vídeo: Introdução CINEMA CONTEMPORÂNEO - Clint Eastwood (Os Imperdoáveis), Abbas Kiarostami (cinema da Ásia), David Cronenberg (realismo e realidade virtual, monstros, ciência e mutação), David Lynch (o mistério e o quebra- cabeça narrativo), Stanley Kubrick (Laranja Mecânica), Ridley Scott (Blade Runner), William Friedkin (Operação França e O Exorcista) e Francis Ford Coppola (O Poderoso Chefão). -Quentin Tarantino, Spike Jonze, Steven Spielberg, George Lucas, James Cameron, Christopher Nolan, Martin Scorsese, Robert Altman, Brian de Palma, Lars von Trier e Robert Zemeckis. Roteiro e edição Roteiro → decupagem da narrativa em cenas. Segundo Syd Field, “o roteiro é uma história contada em imagens, diálogos e descrições, localizada no contexto da estrutura dramática”. Roteiro é a forma escrita de qualquer projeto audiovisual. Em televisão, pode-se acrescentar a esse conceito a descrição objetiva das cenas, seqüências, diálogos e indicações técnicas de vídeo e áudio (Doc Comparato). É uma forma literária única, pois só existe durante o tempo que leva para ser convertido em um produto audiovisual. Roteiro e edição Decupagem → do francês decoupê, separar, fragmentar, recortar. A decupagem é a identificação do material gravado, anotando a localização da cena (tempo/timecode /uso da claquete)e a sua descrição, ou seja, assistir as cenas e planejar a edição. Tenha por objetivo detalhar todos os cortes pretendidos, antes de começar a trabalhar, otimizando o tempo na ilha de edição. A edição final é totalmente baseada no roteiro, seja a edição de uma novela, ou seja a edição de uma chamada. Alguns conceitos importantes de vídeo Cena: fragmento de ação que ocorre em um mesmo espaço e tempo diegéticos; O tempo diegético e o espaço diegético são, assim, o tempo e o espaço que decorrem ou existem dentro da trama. Elipse: o tempo - e a ação - suprimidos; É uma forma de “fabricar” a condensação do tempo. Podemos resumir uma ação, suprimindo uma quantidade de elementos narrativos e/ou descritivos. Porém, é indispensável que, apesar dessa supressão se transmitam dados suficientes para fazer supor que aqueles elementos existem. Alguns conceitos importantes de vídeo Plano: o fragmento de imagem contínua; No processo de edição, partes do início e do final de cada plano rodado são eliminados, sendo determinada a sua duração definitiva, atendendo a critérios de ritmo e narrativa. Além disso, se foram rodadas várias tomadas de cada plano, o editor deverá escolher qual delas é a melhor, portanto, na edição, cada tomada é uma opção de plano. Sequência: conjunto de cenas ligadas a uma mesma ação dramática. É comparado à estrutura de capítulos em um livro (ação independente). Ex.: O Poderoso Chefão (cena batizado / assassinatos) Roteiro de Ficção: Exemplo 28. APARTAMENTO DE DORA – INT. –DIA De manhã, Dora acorda e se descobre ainda sentada na poltrona ao lado de Josué. Repara bem no menino dormindo antes de se levantar de supetão. 29. VAGÃO – INT. – DIA Dora e Josué estão sentados num banco de um vagão de trem. JOSUÉ Pro onde é que a gente tá indo? DORA Você vai pr’um lugar ótimo, tá. 30. LINHA FÉRREA – EXT. – DIA O trem faz uma curva. 31. PRÉDIO NO SUBURBIO – EXT. – DIA Vemos a fachada de um gigantesco e comprido prédio no subúrbio. A câmera panoramiza e descobre Dora e Josué caminhando entre os pilotis. Dora repara na figura de Pedrão, recostado numa coluna. Pedrão a nota e logo escancara um sorriso. DORA Oi, Seu Pedrão. PEDRÂO Salve, Dona Dora. Oi, filhinho! Já estamos atrasados. Dora e Josué se juntam a Pedrão. Josué observa a cena surpreso. Dora procura não encará-lo. Os três entram na portaria. Roteiro, direção e edição O roteirista escreve o que acontece (define as ações e a sequência em que elas acontecem); O diretor deve produzir imagens que mostrem o que foi escrito pelo roteirista; O editor deve escolher e combinar imagens produzidas, de forma a contar a narrativa. Roteiro, direção e edição Uma ferramenta bastante útil no processo de edição é o storyboard, principalmente em animação, publicidade e filmes de longa-metragem. Os storyboards são utilizados para o planejamento visual das cenas a serem gravadas e editadas, além de transmitir a toda a equipe o que se espera em cada cena. O storyboard consiste em uma seqüência de quadros, no formato em que são gravadas ou editadas as imagens do programa, onde são desenhadas as cenas da forma como imaginadas pelo diretor, incluindo o ângulo da câmera, a iluminação desejada, etc. Roteiro, direção e edição Alguns diretores fazem storyboards para apenas algumas cenas, enquanto outros gostam de fazer storyboards do roteiro todo. Normalmente em filmes com muitos efeitos especiais, o storyboard é a solução perfeita para ajudar a decidir o que será enquadrado e o melhor ângulo de filmagem. Em Piratas do Caribe por exemplo, o uso de storyboards foi essencial devido a quantidade de cenas de ação e efeitos especiais utilizados. Roteiro, direção e edição Storyboard Piratas do Caribe Roteiro, direção e edição Storyboard Star Wars Roteiro, direção e edição Storyboard Superman IV Montagem e narratividade A chave da edição é descobrir o ponto preciso onde a gravação( tomada-de-cena, take) começa a ficar interessante e o ponto preciso onde ela deixa de ser interessante, ou seja, o ponto de corte. Todas as imagens têm um tempo de vida natural. Aprender a identificar “qual parteda cena gravada funciona melhor ?” é o exercício diário da edição. Em cenas estáticas, o ponto de corte aparece muito rapidamente, enquanto que nas imagens em movimento, o tempo de vida é bem maior. Montagem e narratividade Durante a edição/montagem é que se vai criando a narrativa da história, baseado no ritmo que a história deve ter. Criar uma narrativa consiste em gerir o ESPAÇO e o TEMPO nunca esquecendo que tão importante é O QUE ESTÁ DENTRO COMO O QUE ESTÁ FORA, bem como O QUE VEM ANTES COMO O QUE VEM DEPOIS. A interpretação de um plano depende do que já foi visto e da expectativa relativamente ao que estará para vir. Montagem e narratividade A relação entre o tempo real (físico) e o tempo fílmico (psicológico) pode ser de 3 formas: • TEMPO REAL = TEMPO FÍLMICO (Ex.: gravação integral de debate na TV, série 24 horas) • TEMPO REAL > TEMPO FÍLMICO – condensação (Ex.: O dia de um adolescente de manhã até à noite, tudo registrado em 3 minutos). • TEMPO REAL < TEMPO FÍLMICO – distensão (Ex.: Uma criança imagina, dentro da sala de aula, a brincadeira dos outros lá fora, ao mesmo tempo que assiste a aula). Funções da montagem Funções narrativas Definem-se segundo relações de causalidade ou temporalidade. A ordem de sucessão é o elemento primordial. montagem linear - os planos são dispostos uns a seguir aos outros por uma ordem lógica e cronológica; montagem invertida - a ordem cronológica não é respeitada e existem um ou vários regressos ao passado (flashback); pode também introduzir-se um futuro no presente (flashforward); Funções da montagem Funções narrativas montagem alternada / em paralelo - apresentação de duas ou mais ações separadas, mostradas em alternância, que serão percebidas como uma só ação em simultâneo, a qual reúne os vários elementos das duas ações. Pode haver ou não um objetivo de comparação entre as duas ações. Funções da montagem Funções rítmicas Pode ser estabelecida, de algum modo, uma relação proporcional entre o ritmo e a sucessão de planos. Um plano provoca uma atenção diferente no início e no fim: 1- primeiro é reconhecido e situado; 2- em seguida existe um nível de atenção máximo, em que é captado o seu significado; 3- por fim a atenção diminui. Funções da montagem Funções rítmicas/ Aspectos chave • Sucessões de planos muito curtos podem traduzir uma subida de intensidade em direção a um clímax. • Se em contrapartida eles forem cada vez mais longos podem contribuir para a calma, o relaxe, a tranquilidade. Além disso, com a edição podemos sugerir sentimentos ou emoções diferentes numa mesma personagem, o que configura as chamadas funções expressivas na edição. Raccord Raccord serve para designar os efeitos visuais, sonoros ou de linguagem cinematográfica utilizados para garantir a coerência entre dois planos ou duas cenas subsequentes em um filme ou vídeo. Existem 3 tipos de raccord: • Raccord de movimento • Raccord de direção • Raccord por analogia Raccord • Raccord de Movimento Ocorre quando um movimento parece manter continuidade entre um plano e outro. Por exemplo, um jogador de futebol chuta uma bola em um plano e no plano seguinte vemos a imagem do gol e da bola entrando na rede. http://d1tempo.com/wiki/index.php?title=Imagem:Raccord_movimento.jpg Raccord • Raccord de Direção Na montagem de dois planos seguidos no qual um personagem ou veículo se movimenta pela tela, é necessário que este objeto ou veículo siga a mesma direção nos dois planos. Assim se o personagem se desloca da direita para a esquerda em um plano, no plano seguinte ele deve surgir na tela deslocando-se da direita para a esquerda, até que um movimento deste personagem indique o contrário (como uma curva ou uma parada no seu deslocamento). Raccord • Raccord por Analogia Quando um plano possui uma imagem, objeto, cor, figura ou qualquer outro conteúdo da cena que remete a um conteúdo da cena anterior, a isto chamamos de Raccord por Analogia. Um dos mais famosos Raccords por Analogia do cinema também é conhecido como a mais longa elipse: a sequência do filme 2001-Uma Odisséia no Espaço, de Stanley Kubrick, na qual um homem-macaco atira um pedaço de osso para o céu e a cena corta para a imagem de uma nave espacial no mesmo formato do osso. Neste momento ocorre um Raccord por analogia entre o osso e a espaçonave. Raccord • Raccord por Analogia Outro exemplo de Raccord por Analogia está presente no filme Lawrence da Arábia, quando o personagem Lawrence apaga um lampião no centro da tela e na cena seguinte, na mesma posição na qual se encontrava o lampião, aparece o nascer do sol no horizonte. Chama-se de plano e contra-plano uma sequência de cenas na qual dois ou mais personagens travam um diálogo e a imagem deles se alterna na tela. Através desta montagem, cria-se a sensação de que os personagens estão diante um do outro, porque a câmera se coloca ora numa posição próxima ao ponto-de-vista de um dos personagens, ora na posição do ponto-de-vista do outro. Plano e contra-plano http://d1tempo.com/wiki/index.php?title=Imagem:Plano_d.png http://d1tempo.com/wiki/index.php?title=Imagem:01_contra-campo.png Plano e contra-plano A captação de cenas obedece a uma regra de posicionamento de câmera, chamada eixo de ação. É um eixo imaginário de 180 graus que divide a cena. É uma espécie de regra básica que determina a margem de deslocamentos da câmera no espaço, capaz de preservar a continuidade dos movimentos. Esta regra é amplamente utilizada no cinema para manter a coerência na disposição dos personagens na tela, de modo que um personagem se coloque em um canto olhando para o lado esquerdo e o outro olhando para o lado direito, como se estivessem um de frente para o outro. Regra dos 180° Regra dos 180° Regra dos 180° http://d1tempo.com/wiki/index.php?title=Imagem:Eixo.jpg Quando uma das câmeras ultrapassa o eixo dos 180º, dizemos que ela "quebrou o eixo", veja no esquema abaixo: Regra dos 180° Se um personagem aparece em dois planos sucessivos e muito semelhantes, a diferença entre o primeiro plano e o segundo deve ser um ângulo acima de 30º. Regra dos 30° http://d1tempo.com/wiki/images/30_graus.jpg A elipse é uma forma de “fabricar” a condensação do tempo. É possível resumir uma ação, suprimindo uma quantidade de elementos narrativos e/ou descritivos. Mas, também é indispensável que, apesar dessa supressão se transmitam dados suficientes para fazer supor que aqueles elementos existem. Ex.: O nosso protagonista entra na cama e apaga a luz (plano 1). O nosso protagonista está tomando café (plano 2). Resultado: espectador admite que tivessem passeado algumas horas. A ELIPSE SERVE PARA TORNAR A NARRATIVA MENOS PESADA. Elipse EDIÇÃO LINEAR = MÁQUINA DE ESCREVER Edição sequencial, modo 1-2-3, baseada em “hardwares próprios” Portanto será o mesmo que redigir um texto numa máquina de escrever, se errarmos no início do texto, teremos de voltar a escrever tudo de novo. EDIÇÃO NÃO-LINEAR = MICROSOFT OFFICE WORD Edição aleatória, baseada em softwares, imagens e arquivos digitais Editar vídeo utilizando um sistema de edição não- linear é como escrever, utilizando um programa de edição de texto. Edição Linear e Edição Não-Linear Adobe Premiere É o software mais utilizado no mercado, atendendo tanto o mercado Broadcast como pequenas produtoras independentes. É produzido pela Adobe e busca cada vez mais uma integração com os outros softwares da empresa: After Effects, Photoshop, Flash, Ilustrator, etc. Softwares de Edição de Vídeo Adobe Premiere Softwares de Edição de Vídeo Final Cut O Final Cut Pro é um software profissional de edição não-linear desenvolvido pela Apple Computer para seu sistema operacional Mac OS X. Através de uma política de popularização junto ao mercado publicitário e universitário, o Final Cut construiu uma grande base de usuários e se tornou o primeiro produto de massa a desafiar o monopólio dos produtos de ediçãoda Avid - até então os mais populares em Broadcast. O programa pode ser utilizado para editar material obtido de câmeras de vídeo domésticas MiniDV conectados via porta FireWire até material em alta definição (HD) e superiores ( 2K e 4 K) de um estúdio profissional. O Final Cut Pro foi usado para editar diversos longas-metragens, incluindo Cold Mountain, Noiva Cadáver e Sky Captain and the World of Tomorrow. Softwares de Edição de Vídeo Final Cut Softwares de Edição de Vídeo Final Cut Softwares de Edição de Vídeo AVID Quase 20 anos depois do seu nascimento, a Avid permanece como líder da indústria de sistemas de edição não-linear baseados em computadores. Desde filmes vencedores do Oscar até reality shows da TV, quase tudo é editado no sistema da Avid. A própria Avid ganhou um Oscar em 1998 pela conquista Científica e Tecnológica devido ao impacto que o software Media Composer (então chamado de Film Composer) teve sobre a indústria cinematográfica. Além do Media Composer, existem os softwares Avid DS e Avid Liquid (básico). Softwares de Edição de Vídeo AVID Nos tempos atuais, os preços do software da Avid baixaram (a mais nova versão do Media Composer é vendida por cerca de US$ 2.500,00), o que significa que os usuários amadores têm acesso às mesmas ferramentas de Hollywood. Os editores profissionais são leais à Avid porque a empresa trabalhou muito para incorporar suas sugestões em cada nova versão do software e do hardware da Avid. O resultado é um sistema em constante evolução. Por exemplo, a última versão do software Media Composer e dos hardwares da Avid inclui toneladas de funções aprimoradas para o trabalho com vídeo de alta-definição (HD), algo que agora os editores necessitam mais do que nunca. Softwares de Edição de Vídeo AVID Softwares de Edição de Vídeo AVID Softwares de Edição de Vídeo SONY VEGAS Sony Vegas é um software de edição não linear da Sony que combina edição de vídeo e áudio, juntamente com o software Sound Forge e o DVD Architect (softwares de áudio e de autoração de DVD). Ele apresenta diversos plugins e é considerado dentre os programas de edição um dos mais populares junto com o Adobe Premiere. Renderiza em quase todos os formatos e sempre em qualidade de DVD. A versão mais recente é a 9.0. É muito utilizado por emissoras de TV e produtoras independentes. Softwares de Edição de Vídeo SONY VEGAS Softwares de Edição de Vídeo SONY VEGAS Softwares de Edição de Vídeo Além destes softwares, existem outros de edição não-linear muito utilizados: Media 100 Ulead Media Studio Autodesk Fire Cinelerra (Linux) e KDEnlive (Linux) EDIUS Alguns desses softwares também contém elementos de pós-produção, como efeitos de vídeo, animações, efeitos de composição gráfica, além de gerador de caracteres. Softwares de Edição de Vídeo
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