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Narrativas Midiáticas 04

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Prévia do material em texto

Narrativas midiáticas
Aula 4: O texto jornalístico – narrativo e dissertativo
Apresentação
Conversamos bastante sobre �lmes em nosso último encontro. Haja �cção! Nesta aula, vamos voltar à realidade.
Conversaremos sobre os gêneros textuais jornalísticos, a notícia, a nota, a reportagem, o editorial, a coluna, a crônica...
Trataremos da relação entre a notícia e a representação da realidade, descrevendo as características organizacionais,
estilísticas e de conteúdo, distinguindo-a da reportagem e dos gêneros opinativos, com o editorial e a crônica.
Objetivos
Categorizar o texto jornalístico como representação simbólica da realidade;
Analisar o gênero notícia;
Distinguir o texto dissertativo do narrativo.
Primeiras palavras
Claro que imaginar mundos melhores é bem mais divertido, mas você tem lido as notícias nos últimos meses? Houve alguma
que lhe chamou a atenção?
Leitura
Vamos ler uma muito boa, publicada em janeiro de 2019: Bilionário está construindo navio para retirar plástico dos oceanos.
Nem acreditamos quando vimos o título! Estamos tão habituados a notícias sobre fatos desagradáveis que, ao lermos sobre
um fato feliz, pensamos logo que é fake news. Ainda bem que a realidade ainda é capaz de trazer esperanças. E mais: existem
jornalistas prontos para divulgar notícias assim.
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O texto jornalístico: narrativo e dissertativo
Texto jornalístico e representação simbólica da realidade
Claro que imaginar mundos melhores é bem mais divertido, mas você tem lido as notícias nos últimos meses? Houve alguma
que lhe chamou a atenção?
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
A narrativa jornalística tem como premissa a ideia de que esta trata da verdade em seus enredos, de o texto jornalístico
representar a realidade de modo imparcial e objetivo, caracterizando o jornalista como um narrador sem subjetividade,
quase como um ser à parte do mundo em que vivemos.
 Fonte: Shutterstock
Será? Você acredita que o texto jornalístico é isento de qualquer parcialidade? Vamos re�etir.
R7
Em 18 de agosto de 2018, no site R7, foi
publicada a notícia: Brasileiros expulsam
venezuelanos após assalto em cidade de
Roraima. 
Folha
Nessa mesma data, o site do jornal Folha
de São Paulo publicou a notícia:
Venezuelanos e brasileiros se confrontam
nas ruas de cidade de Roraima.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Você deve ter veri�cado que as notícias tratam do mesmo fato: moradores de uma cidade em Roraima agridem imigrantes
venezuelanos. Mas o modo de dizer é diferente. Vejamos:
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Leia o texto a seguir com a análise desses títulos:
 Analisando título e subtítulo
 Clique no botão acima.
Analisando título e subtítulo
No título, ao usar um verbo indicador de ação (expulsar) no tempo presente, a notícia sugere que o fato é recente e que
há continuidade nesta ação, como se o ato de expulsar ainda estivesse acontecendo.
Compare as orações: Brasileiros expulsaram/ Brasileiros expulsam. Quando �exionamos o verbo no pretérito perfeito,
sugerimos que a ação é �nda e que foi pontual, sem continuidade; diferente do presente do indicativo, que sugere certa
persistência da ação.
O título ainda destaca quando e onde aconteceu o fato: após assalto e em cidade de Roraima (sem especi�car a
cidade, apenas o estado).
Observe a ausência de artigo de�nido ou inde�nido para determinar os substantivos (brasileiros, venezuelanos, cidade e
Roraima), pois estes elementos estão sendo apresentados ao leitor pela primeira vez.
No subtítulo, ao iniciar o texto com o sujeito (moradores de Pacaraima), enfatiza-se quem fez a ação (se revoltar),
porém utilizando-se de um verbo (revoltar) mais o pronome se, sugerindo re�exividade desta ação (revoltar a si
mesmos).
Porque o adjunto adverbial (na fronteira com a Venezuela) foi deslocado de seu local sintático tradicional (o �m do
período), provoca-se o efeito de sentido de que o local onde aconteceu o fato é tão importante quanto o sujeito.
Mas veja que o verbo revoltar-se está �exionado no pretérito perfeito do indicativo, portanto trata-se de uma ação já
concluída e pontual (se revoltaram).
Agora, é importante observarmos a oração adverbial “após um comerciante ter sido roubado e agredido supostamente
por refugiados”.
Veja que os verbos roubar e agredir estão na voz passiva, indicando que o sujeito (um comerciante) é recebedor de
duas ações; assim, este sujeito é colocado na posição de vítima (foi roubado e agredido).
Nesta oração, o escritor fez questão de explicitar o agente da passiva (por refugiados) para reforçar a ideia de ele ser
responsável pela ação, embora o vocábulo supostamente tenha sido usado, amenizando a certeza dessa culpa e esse
agente da passiva seja nomeado pelo substantivo refugiados.
Agora vejamos o primeiro parágrafo desta notícia do R7:
Ao concluirmos a leitura do título, do subtítulo e do primeiro parágrafo, já somos capazes de comentar sobre o fato, ou pelo
menos dizer o que houve, quando ocorreu, onde aconteceu, quem são os envolvidos e como o fato se deu.
Neste primeiro parágrafo, a ênfase foi dada ao sujeito venezuelanos, pois o período começa com esse sujeito, atribuindo-lhe o
papel de sofrer a ação verbal (ser agredido).
Veja que, ao se referir aos venezuelanos, o autor utiliza o substantivo refugiados, não apenas porque precisava de um outro
vocábulo para substituir o sujeito, mas porque havia a necessidade de oferecer ao leitor uma nova informação: que os
venezuelanos eram refugiados, não eram apenas imigrantes.
Há, então, uma questão política a ser considerada, pois a palavra refugiado representa
a ideia de migrante que sofre ou sofreu perseguição política.
Se prestarmos um pouco mais de atenção, veremos que se pode criar um campo semântico referente ao fato, constituído
pelos verbos: foram agredidos, foram expulsas e atirar.
Atenção
Esses verbos revelam uma perspectiva sobre o fato: a violência o caracteriza, já que os verbos têm essa ideia associada à sua
signi�cação. Além disso, o vocábulo até (e até bombas caseiras) reforça essa imagem de violência, enfatizando e acrescentando
uma informação.
Leia o texto a seguir com a análise das ações do sujeito
 Analisando o sujeito
 Clique no botão acima.
Analisando o sujeito
Veja que o site Folha de São Paulo optou por classi�car a notícia como sendo da Venezuela, e não do Brasil. Isso se
comprova pelo vocábulo acima do título (Venezuela).
O título enfatiza o sujeito, neste caso composto (Venezuelanos e brasileiros), sugerindo dois agentes para a ação verbal
representada pelo verbo confrontar, que vem acompanhado do pronome se com o sentido de reciprocidade.
Sendo assim, o sujeito composto é colocado na posição de agente e recebedor da ação verbal, provocando o efeito de
sentido de responsável e, ao mesmo tempo, vítima do fato.
Além disso, o verbo indicador de ação (confrontar) foi �exionado na voz ativa, reforçando o papel de agente que o
sujeito exerce; e no presente do indicativo, ativando o aspecto permansivo que este verbo pode assumir, sugerindo
então a ideia de uma ação que continua e de um fato recente.
Comentário
Permansivo: Diz-se de aspecto verbal cujo estado ou processo permanece em seus efeitos, como, por exemplo, nos
verbos conservar, continuar, permanecer, em que a noção de permanência está implícita.
O título informa ao leitor onde o fato aconteceu: nas ruas de cidade de Roraima. Observe que o substantivo rua está no
plural, sugerindo uma espacialidade ampla para o fato; o substantivo cidade vem acompanhado apenas da preposição
de, sem um determinante (de cidade), assim como o substantivo Roraima.
Veri�camos, então, que o título responde às questões: quem (Venezuelanos e
brasileiros), o quê (se confrontam) e onde (nas ruas de cidade de Roraima).
O subtítulo acrescenta uma informação ao título: Secretaria de Segurança Nacional enviará contingente extra de 60
homens à região, levando o leitor a se perguntar sobre o porquê dessa ação, gerandoo efeito de sentido de suspeita de
que o confronto entre venezuelanos e brasileiros é grave.
Para dar essa informação, o subtítulo traz uma oração constituída de um sujeito agente da ação verbal, pois o verbo
está na voz ativa (enviará).
Desta vez, o tempo verbal escolhido foi o futuro do presente, provocando o sentido de ação que ainda não aconteceu,
mas que é certa. O futuro do presente do modo indicativo se caracteriza por referir-se a uma ação virtual, não
concretizada ainda, mas que sugere ao leitor a certeza de acontecer.
Vejamos agora o primeiro parágrafo da notícia publicada no site Folha de São Paulo:
Leiamos, a seguir, uma análise sobre esse parágrafo
 Análisando o parágrafo
 Clique no botão acima.
Análisando o parágrafo
O primeiro parágrafo é um período simples, cuja oração segue a ordem direta da sintaxe da língua portuguesa: começa
com a apresentação do sujeito (Pacaraima), que neste caso é um substantivo que designa um lugar, uma cidade,
enfatizando, portanto, o local onde o fato se deu (Pacaraima).
Depois acrescenta um verbo indicador de ação (transformar) mais o pronome re�exivo se, colocando o sujeito como
agente e paciente da ação verbal; o tempo verbal escolhido para narrar foi o pretérito perfeito (se transformou),
sugerindo que a ação foi �nalizada e pontual.
Como o verbo transformar-se exige um complemento, a construção sintática prossegue com o complemento verbal
sendo explicitado (em uma zona de con�ito), cujo efeito de sentido gerado é de que o fato corresponde a uma tensão
violenta que se instaurou em Pacaraima.
Esse efeito é provocado pelo sentido mesmo da expressão zona de con�ito, sugerindo um espaço (zona) de
discordância entre grupos (venezuelanos e brasileiros) que se estabeleceu, pois o verbo transformar-se leva o leitor a
fazer uma inferência sobre como estava Pacaraima antes, provavelmente tranquila, e que houve um fato que mudou
esse estado para o oposto.
O parágrafo informa ainda quando essa transformação aconteceu – neste sábado (18), situando o leitor
temporalmente; e complementa a informação dizendo como aconteceu: “com pedradas, ataques com bombas de gás
improvisada, incineração de pertences de refugiados e vandalização de carros dos moradores locais”.
Veja que, ao se referir aos venezuelanos, foi usado o substantivo refugiados, assim como no site R7, ou seja,
caracteriza os envolvidos no fato como pessoas perseguidas politicamente que fugiram de seu país.
Além disso, o texto fez uso do vocábulo incineração em vez do verbo queimar (site terra – “Grupos de brasileiros
atiraram pedras e queimaram acampamentos de imigrantes”), modalizando de forma enfática o evento, pois incinerar
sugere ideia de reduzir algo a cinzas, enquanto queimar sugere a ideia de atear fogo sem, necessariamente,
consumir-se por ele.
Atenção
Como pudemos observar, embora a notícia tenha como objetivo narrar de modo imparcial um fato do cotidiano, veri�camos que,
conforme as escolhas vocabulares, sintáticas, morfológicas, essa imparcialidade se distancia da narrativa objetiva, abrindo
espaço para uma parcialidade disfarçada justamente por essas escolhas.
Assim, é possível estabelecermos a relação entre a função comunicativa do texto
jornalístico — informar sobre um fato —, e a realidade.
O texto jornalístico deve ser compreendido como uma representação possível da realidade, que segue determinações
sociais, das empresas de comunicação e do próprio jornalista que produz o texto.
 Fonte: Shutterstock
Ou seja, dependendo da posição discursiva que se queira assumir, o texto jornalístico de�nirá como a realidade será
apresentada a nós.
Veja o esquema:
Texto narrativo versus texto dissertativo: informação X opinião
Observemos duas notas publicadas no jornal O Povo, em 21/04/2019:
Claudia Raia, uma das atrações
do 12º Encontro de Mulheres
Pague Menos, está impagável
como a abelhuda e convencida
Lidiane na novela Verão 90, das
quase 20 horas da Globo.
Esbanja sua veia humorística
como ninguém. O Encontro de
Mulheres será de 16 a 19 de maio
no Centro de Eventos.
O longa brasileiro Bacurau
venceu o Prêmio do Júri no
Festival de Cannes em empate
com o francês Os Miseráveis, de
Ladj Ly. O anúncio aconteceu
neste sábado (25), na França.
Escrito e dirigido por Kleber
Mendonça Filho e Juliano
Dorneles, o longa-metragem de
aventura e �cção cientí�ca tem
no elenco os cearenses Silvero
Pereira, Rodger Rogério e Uirá
dos Reis, carioca radicado no
Ceará.
Atividade
1. Qual desses textos podemos a�rmar que teve como objetivo informar sem tecer comentário?
No título da nota esse comentário já é feito, ao nomear a atriz de Musa do Verão. E continua a dar opinião sobre a atriz:
“esbanja sua veia humorística como ninguém”.
A nota parece ter como objetivo central opinar sobre a competência de Cláudia Raia, no lugar de informar sobre o evento da
Pague Menos.
O texto 2 (nota publicada sobre o �lme Bacurau) atém-se à informação, evitando o uso de vocábulos ou expressões que
sugiram julgamento, opinião, comentário.
Por ser um jornal publicado no Ceará, é óbvio que o jornalista informa, já no título, que o elenco conta com atores cearenses,
para atrair o leitor local: Com cearenses no elenco, ‘Bacurau’ é premiado em Cannes.
Atenção
Veja que os verbos foram �exionados na terceira pessoa do singular para garantir o afastamento do fato e sugerir veracidade à
informação: venceu e aconteceu.
O último parágrafo apenas acrescenta uma informação que comprova o que foi dito no título sobre o elenco, fazendo uso do
verbo �exionado no presente do indicativo (tem), sugerindo a ideia de algo permanente:
Escrito e dirigido por Kleber Mendonça Filho e Juliano
Dorneles, o longa-metragem de aventura e �cção cientí�ca
tem no elenco os cearenses Silvero Pereira, Rodger Rogério
e Uirá dos Reis, carioca radicado no Ceará.
Sendo assim, podemos a�rmar que o texto 1 é dissertativo, pois exprime uma opinião,
enquanto o texto 2 é uma narrativa, pois relata um fato apenas.
Deu para distinguir o texto narrativo do texto dissertativo, informação de opinião? Mas por que conversamos sobre esses
assuntos? Porque os textos jornalísticos se caracterizam pela narração e dissertação.
Vamos ver esses gêneros?
Gêneros textuais jornalísticos: a notícia, a nota, a reportagem, o
editorial, a coluna, o ombudsman e a crônica
Ao analisarmos as notícias, em nosso primeiro tópico, e as notas, no segundo, veri�camos que esses textos se caracterizam
pelo uso da narração, embora em uma das notas tenhamos veri�cado a opção do jornalista pela dissertação,
descaracterizando o gênero.
Vejamos as seguintes características:
Clique nos botões para ver as informações.
A dissertação tem como função comunicativa informar, relatar um fato de maneira breve, sem expor opinião, como vimos
no exemplo 2 (nota sobre o �lme Bacurau, fazendo uso da norma culta formal.
Para isso, �exionam-se os verbos no pretérito perfeito e em terceira pessoa, para garantir a ideia de objetividade e o
distanciamento entre o jornalista e o fato relatado, garantindo credibilidade à informação.
Dissertação 
A notícia é um gênero cujo objetivo é também relatar um fato do cotidiano, de modo objetivo, em terceira pessoa, evitando
o uso de vocábulos ou expressões que transpareçam o ponto de vista do jornalista.
É um texto informativo, que se quali�ca pelo ineditismo do fato, por ser verdadeiro (representar a realidade), objetivo e de
interesse do público.
Para se caracterizar como verdadeira, a notícia lança mão de informações que garantem a reconstrução do universo de
discurso em jogo: nomes de pessoas, ruas, cidades, referências temporais precisas, falas de outros (depoimentos
transcritos de pessoas ou instituições).
Notícia 
 Outras características da notícia
 Clique no botão acima.
Outras características da notícia: uso da norma culta formal e ordem cronológica
Linguagem
A linguagem deve ser culta e formal, podendo aproximar-se do registro coloquial da língua, dependendo do assunto e
da sua audiência. Sobre seu conteúdo, a notícia deveresponder às seguintes perguntas:
O que aconteceu?
Quem são os envolvidos no fato?
Quando aconteceu o fato?
Onde o fato aconteceu?
Como aconteceu?
Por que aconteceu?
Ordem cronológica
O texto pode ser narrado em ordem cronológica linear — iniciando pela ação mais remota e terminando com a ação
mais recente; ou não linear — iniciando pelo fato mais recente e terminando com o mais remoto.
Isso implica em três possíveis estruturações da notícia:
Pirâmide invertida - Começa-se pelo fato mais recente, de modo mais geral, e termina-se pelo fato mais distante,
de modo mais especí�co, mais detalhado) — no caso da pirâmide invertida, os fatos principais são expostos no
primeiro parágrafo, oferecendo um resumo;
Pirâmide normal - O texto apresenta detalhes da introdução, fatos de crescente importância (criando suspense),
fatos culminantes e o desenlace;
Sistema misto - Neste caso, os fatos culminantes são apresentados na entrada e, depois, a narração segue em
ordem cronológica linear.
Atenção
Além da notícia e da nota, temos outro tipo de texto que se caracteriza pela narração com o objetivo de informar: a reportagem.
Reportagem x Notícia
O gênero Reportagem não se confunde com a notícia, pois trata de fenômenos sociais e políticos, acontecimentos produzidos
no espaço público e que são de interesse geral, ou seja, a reportagem extrapola a notícia, a narração de um fato
especi�camente.
Além disso, este gênero é assinado pelo jornalista, enquanto a notícia não; podendo ser um texto mais subjetivo, a partir de um
ponto de vista pessoal.
Normalmente, a reportagem é veiculada em revistas, pois os fatos presentes no texto compõem uma narrativa mais
abrangente, mais analítica em alguns casos.
Para desenvolver a reportagem, o jornalista precisa investigar mais, fazer um levantamento de dados ainda maior que a notícia
exige, pois a estrutura da reportagem é mais complexa, podendo conter separatas com entrevistas, grá�cos, tabelas, enquetes
etc.
Exemplo
Leia a reportagem sobre lúpus, publicada na revista Superinteressante: Cientistas descobrem a mutação genética que causa o
lúpus.
Gêneros marcados pela opinião
Editorial
Dentre os textos marcados pela opinião, está o editorial, que se caracteriza pela subjetividade. Sua função comunicativa é
opinar sobre os assuntos, apresentando aos interlocutores a posição de determinado veículo de comunicação.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Exemplo
Leia o editorial do jornal O Povo: Não ao decreto de armamento: Brasil quer paz.
Coluna
Ao lado do editorial está um outro gênero opinativo: a coluna, que tem por objetivo discorrer sobre uma interpretação da
realidade para orientar o leitor.
Comentário
Geralmente é produzido por alguém que tenha espaço garantido no jornal, podendo ser um literato, não sendo obrigatoriamente
um jornalista.
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 Estrutura do texto dissertativo da coluna
 Clique no botão acima.
Estrutura do texto dissertativo da coluna
A estrutura é de um texto dissertativo, com o objetivo de convencer e persuadir o leitor, cuja redação pode ser em
primeira pessoa; assinado pelo autor, que de�ne o tom do texto e o ponto de vista a ser defendido.
Leia a coluna do Gregório Duvivier, da Folha de São Paulo, e assista a um vídeo de seu programa na HBO, e observe os
temas, a linguagem e os pontos de vista desse colunista:
Alguns exemplos:
A polarização embaralhada.
Coach.
Cabe, então, ao jornalista “manifestar uma crítica à empresa
jornalística, com o objetivo de ser um autorregulador dessa
mídia”.
(Sarmento; Silva, 2009)
 Estrutura do gênero ombudsman
 Clique no botão acima.
Estrutura do gênero ombudsman
Esse gênero se caracteriza pela seguinte estrutura organizacional:
1. Introdução do tema, juntamente com a opinião da audiência;
2. Apresentação da crítica ao jornal (criticar e defender o jornal, inserir exemplos, apresentar ideias e sínteses, rea�rmar
posicionamentos);
3. Concluir a crítica (apresentar sugestões à mídia);
4. Apresentar credenciais (indicar a próxima coluna, informar a credencial do autor, disponibilizar informações para o
contato com o jornalista (também nomeado ombudsman).
Veja um exemplo de texto característico deste gênero: A imprensa e a sensação de pânico na cidade.
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Gênero �utuante entre informação e opinião: crônica jornalística
Agora, há um gênero que parece �utuar entre a informação e a opinião: a crônica jornalística.
Talvez seja este o gênero jornalístico mais �exível, menos institucionalizado, ou seja, o texto que mais deixa o jornalista
livre de amarras estruturais, de conteúdo e de estilo.
Vejamos algumas características da crônica jornalística:
 Aspectos da crônica jornalística
 Clique no botão acima.
Aspectos da crônica jornalística
Esse tipo de gênero em muito se assemelha ao texto literário, já que se caracteriza pelo uso de �guras de linguagem,
jogo de palavras, personagens �ctícios, uso da primeira pessoa — caracterizando uma subjetividade atrelada à crítica
— e o tom de conversa com o interlocutor — dirigindo-se a ele diretamente ao fazer uso de pronomes de segunda
pessoa do discurso (você).
Podemos pensar a crônica como um gênero híbrido, que se constrói a partir de características da narrativa não
�ccional, do gênero opinativo e do literário.
É um texto com volume de informação em uma narrativa curta, pessoal e livre — tanto com relação ao processo de
produção quanto ao conteúdo e à edição.
Por ser um texto com características literárias, a linguagem �utua num contínuo entre o formal e o coloquial,
aproximando-se bastante do registro da fala, como estratégia de aproximação com o interlocutor.
(...) também se apropria da realidade do cotidiano, como o jornalismo factual, mas procura ir além e mostrar o que
está por trás das aparências, o que o senso comum não vê (ou não quer ver).
Exemplo
Leia a crônica Cigarreira, de luís Fernando Veríssimo, publicada no site GZH.
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Atividade
Um raro exemplar de urso panda completamente branco foi fotografado em uma reserva natural no sudoeste da China, informou
a agência de notícias estatal Xinhua neste sábado (25). O animal foi fotografado em uma mata no dia 20 de abril, na província de
Sichuan.
Disponível em: g1.globo. Acesso em: 18 jun. 2019.
2. Neste trecho da notícia: “Panda albino é visto em reserva natural na China”, observamos informações que ajudam a
reconstruir o universo de discurso em jogo e que garantem credibilidade ao texto. Quais são essas informações?
Em 18 de agosto de 2018, o site Terra publicou uma notícia com o seguinte título:
3. Sobre esse título, avalie as a�rmações a seguir e marque a verdadeira:
a) O título destaca o sujeito Venezuelanos, pois inicia o período por ele, seguindo a ordem direta da sintaxe da língua portuguesa.
b) No título, ao flexionar os verbos na voz passiva, o sujeito se torna agente das ações verbais.
c) O título destaca o local onde aconteceu o fato e quando se deu, situando o leitor espacial e temporalmente.
d) O sujeito Venezuelanos é apresentado como responsável pela ação verbal, podendo-se inferir que este é vítima do fato.
e) Porque o tempo verbal usado no título foi o pretérito perfeito, conclui-se que o fato já aconteceu e que foi uma ação pontual.
4. A notícia é um gênero narrativo que deve responder em seu conteúdo às seguintes perguntas:
a) O que e onde aconteceu?
b) O que aconteceu, quem são os envolvidos no fato e como aconteceu?
c) O que aconteceu, quem são os envolvidos no fato, onde aconteceu, quando aconteceu, como e por que aconteceu.
d) Onde, quando e como aconteceu.
e) O que aconteceu, quem são os envolvidos no fato e por que aconteceu.
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5. O texto jornalístico pode ser classi�cado como informativo ou opinativo. Qual par de gêneros pode ser considerado
informativo?
a) Editorial e crônica
b) Coluna e reportagem
c) Nota e ombudsman
d) Notícia e nota
e) Coluna e ombudsman
6. Dos gêneros jornalísticoslistados a seguir, qual podemos a�rmar ser o mais �exível, menos institucionalizado?
Notícia
Reportagem
Editorial
Crônica
Coluna
Notas
Dionísio 1
Deus do vinho e da alegria. O teatro grego tem origem nas festas dionisíacas, quando eram encenadas tragédias e sátiras.
Durante as encenações, usavam-se máscaras para representar os personagens.
Peripécias 1
Ações inesperadas, repentinas.
Referências
BENASSI, M. V. B. O gênero “notícia”: uma proposta de análise e intervenção. In: Celli – Colóquio de Estudos Linguísticos e
Literários. 3, 2007, Maringá́. Anais... Maringá́, 2009, p. 1791-1799.
ERBOLATO, Mário. Técnicas de codi�cação em jornalismo. São Paulo: Ática, 2003.
LAGE, N. Linguagem Jornalística. 8. ed. São Paulo: Ática, 2006.
MENEZES, Rogério. Relações entre a crônica, o romance e o jornalismo. In: Jornalismo e Literatura: a sedução da palavra. São
Paulo: Escrituras, 2002.
SILVA, Nívea R. da; SARMENTO, Andréa R. O gênero ombudsman: da organização retórica ao sistema de atividades. Working
Papers em Linguística, 2009.
SOSTER, Demétrio de A. Narrativas midiáticas contemporâneas: perspectivas epistemológicas. Santa Cruz do Sul: Catarse,
2017.
Próxima aula
Classi�cação dos gêneros radiofônicos;
Formatos radiofônicos;
O rádio depois da tecnologia da internet.
Explore mais
Leia o artigo:
Diferença entre notícia, reportagem e artigo. Acesso em: 18 jun. 2019.
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