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Bárbara Behrens 20.1 RESUMO DE EMBRIOLÓGIA APARELHO FARÍNGEO: • É formado por arcos, bolsas, sulcos e membranas faríngeas. ARCOS FARÍNGEOS: • Começam a se desenvolver no início da quarta semana, quando as células da crista neural migram para as futuras regiões da cabeça e pescoço. • O primeiro par de arcos, as mandíbulas primordiais, aparece como elevações superficiais laterais à faringe em desenvolvimento. • Outros arcos logo aparecem como cristas em cada lado das futuras regiões da cabeça e pescoço. • Ao final da quarta semana, quatro pares de arcos são visíveis externamente e o quinto e o sexto são rudimentares e não são vistos na superfície do embrião. • Os arcos faríngeos são separados pelos sulcos faríngeos (fendas), que são numerados em uma sequência craniocaudal. • O primeiro arco separa-se nas proeminências maxilar e mandibular. ✓ A maxilar forma a maxila, osso zigomático e vômer. ✓ A mandibular forma a mandíbula e o osso temporal escamoso. • Juntamente com o terceiro arco, o segundo forma o osso hioide. • Os arcos sustentam as paredes laterais da faringe primitiva, que se derivam da parte cranial do intestino anterior. • O estomodeu (boca primitiva) inicialmente aparece como uma ligeira depressão do ectoderma superficial, que está separada da cavidade da faringe pela membrana bucofaríngea. • O revestimento ectodérmico do primeiro arco forma o epitélio oral. • Cada arco consiste em um centro de mesênquima e é recoberto externamente por ectoderma e internamente por endoderma. ✓ Durante a terceira semana, o mesênquima é derivado do mesoderma. ✓ Durante a quarta semana, é derivado das células da crista neural. ✓ A migração das células da crista neural para os arcos e sua diferenciação em mesênquima produz as prominências maxilar e mandibular, além de todo o tecido conjuntivo, incluindo a derme (camada da pele) e o músculo liso. • Um arco faríngeo primitivo é formado por: ✓ Uma artéria que se origina do tronco arterioso do coração primitivo e passa ao redor da faringe primitiva. ✓ Uma haste cartilaginosa que forma o esqueleto do arco. ✓ Um componente muscular que se diferencia nos músculos da cabeça e pescoço. ✓ Nervos sensoriais e motores que suprem a mucosa e os músculos derivados de cada arco e são derivados do neuroectoderma e do encéfalo primitivo. Bárbara Behrens 20.1 RESUMO DE EMBRIOLÓGIA • Os arcos faríngeos contribuem para a formação da face, cavidades nasais, boca, laringe, faringe e pescoço. BOLSAS FARÍNGEAS: • A faringe primitiva, que é derivada do intestino anterior, alarga-se cranialmente cnforme se une ao estomodeu ( boca primitiva ) e estreita-se à medida que se une ao esôfago. • O endoderma da faringe reveste internamente os arcos e as bolsas faríngeas. • As bolsas se desenvolvem em uma sequência craniocaudal entre os arcos. • Quatro pares de bolsas são bem definidas e o quinto par ( quando presente ) é rudimentar. • O endoderma das bolsas entra em contato com o ectoderma dos sulcos faríngeos, e eles formam uma dupla camada de membranas faríngeas. ✓ Primeira bolsa faríngea: expande-se em um alongado recesso tubotimpânico, que irá formar o tímpano. O recesso se conecta a faringe, formando a tuba faringotimpânica, que dará origem à tuba auditiva. ✓ Segunda bolsa faríngea: Parte dela continua como o seio tonsilar ( fossa ), depressão entre os arcos palatoglosso e palatofaríngeo. O endoderma prolifera e forma as criptas tonsilares e o epitélio das criptas. Com aproximadamente 20 semanas, o mesênquima se diferencia em tecido linfoide, que se organiza em nódulos linfáticos da tonsila palatina. ✓ Terceira bolsa faríngea: É dividida em uma parte ventral e uma parte dorsal. Por volta da sexta semana, a parte dorsal forma a glândula paratireoide inferior. A parte ventral forma o timo. Essas estruturas perdem o contato com a faringe ao longo do desenvolvimento. ✓ Quarta bolsa faríngea: Dividida em uma parte ventral e uma parte dorsal. Por volta da sexta semana, a parte dorsal forma a glândula paratireoide superior. A parte ventral forma células parafoliculares, que forma as células da crista neural. SULCOS FARÍNGEOS: • As regiões da cabeça e pescoço exibem quatro sulcos, em cada lado, durante a quarta e quinta semanas. • Separam os arcos externamente e apenas o primeiro sulco forma uma estrutura pós-natal: o primeiro par de sulcos forma o meato acústico externo. MEMBRANAS FARÍNGEAS: Bárbara Behrens 20.1 RESUMO DE EMBRIOLÓGIA • As membranas faríngeas aparecem nos assoalhos dos sulcos faríngeos. • Se formam onde os epitélios dos sulcos e das bolsas se aproximam. • O endoderma das bolsas e o ectoderma dos sulcos são separados pelo mesênquima. • Apenas o primeiro par de sulcos contribui para a formação de uma estrutura pós-natal: membrana timpânica. LÍNGUA: • Próximo ao final da quarta semana, uma elevação triangular mediana aparece no assoalho da faringe primitiva, imediatamente rostral ao forame cego. Esse broto da língua é a primeira indicação do desevolvimento da língua. • Logo depois, há o surgimento de duas tumefações linguais laterais ovais ( brotos linguais distais ). ✓ Essas três tumefações resultam da proliferação do mesênquima. ✓ As tumefações laterais fundidas formam os dois terços anteriores da língua. • O terço posterior da língua se formam a partir de duas elevações que se desenvolvem caudalmente ao forame cego, a partir da parte rostral da eminência hipofaríngea. GLÂNDULAS SALIVARES: • Durante a sexta e sétima semanas, as glândulas salivares desenvolvem-se a partir dos brotos epiteliais maciços, a partir da cavidade oral primitiva. • O tecido conjuntivo é derivado das células da crista neural. • As glândulas parótidas se originam no início da sexta semana, a partir de brotos do revestimento ectodérmico próximos ao ângulo do estemodeu. • As glândulas submandibulares se originam no final da sexta semana, em brotos endodérmicos no assoalho do estemodeu • As glândulas sublinguais aparecem durante a oitava semana e se desenvolvem a partir de múltiplos brotos epiteliais endodérmicos. PALATO: • Desenvolve-se a partir de dois primórdios, os palatos primário e secundário. • A palatogênese começa na sexta semana, mas não é completada até a décima segunda semana. PALATO PRIMÁRIO: • No início da sexta semana, o palato primário ( processo mediano ) começa a se desenvolver. • Formado pela fusão das proeminências nasais mediais, é inicialmente uma massa em forma de cunha de mesênquima entre as superfícies internas das proeminências maxilares das maxilas em desenvolvimento. • Forma a face anterior e a linha média da maxila, a parte pré-maxilar da maxila. • Representa uma pequena parte do palato duro no adulto. Bárbara Behrens 20.1 RESUMO DE EMBRIOLÓGIA PALATO SECUNDÁRIO: • O palato secundário ( palato definitivo ) é o primórdio das partes duras e moles do palato. • Começa a se desenvolver a partir da sexta semana, a partir de duas projeções mesenquimais que se estendem das faces internas das proeminências maxilares. Os processos palatinos laterais se projetam inferomedialmente em cada lado da língua. • Durante a sétima e oitava semanas, os processos palatinos laterais assumem uma posição horizontal sobre a língua. • Ao mesmo tempo que os ossos desenvolvem-se no palato primário, eles estendem-se a partir das maxilas e dos ossos palatinos dentro dos processos palatinos laterais para formar o palato duro. • As partes posteriores desses processos não se ossificam, mas se fundem para formar o palato mole. ESÔFAGO: • O esôfago desenvolve-sea partir do intestino anterior imediatamente caudal à faringe. • Inicialmente, o esôfago é curto, mas ele se alonga rapidamente, sobretudo devido ao crescimento e ao reposicionamento do coração e dos pulmões. • Alcança seu comprimento final relativo por volta da sétima semana. • O endoderma prolifera e oblitera parcial ou completamente e dá origem ao epitélio e às glândulas do esôfago. • A recanalização do esôfago ocorre ao final da oitava semana: ✓ O mesênquima do quarto e sexto arcos faríngeos dão origem ao músculo estriado que forma a musculatura externa do terço superior do esôfago. ✓ O mesênquima esplâncnico circundante forma o músculo liso do terço inferior do esôfago. • Fístula traqueoesofágica: ✓ A fístula (passagem anormal) entre a traqueia e o esôfago ( FTE ) está, na maioria dos casos, associada com a atrésia esofágica. ✓ A FTE resulta da divisão incompleta da parte cranial do intestino anterior nas partes respiratórias e esofágicas durante a quarta semana. ✓ A fusão incompleta das pregas traqueoesofágicas resulta em um septo traqueoesofágico defeituoso e uma FTE entre a traqueia e o esôfago. ✓ Os bebês que possuem esse tipo frequente de FTE e Bárbara Behrens 20.1 RESUMO DE EMBRIOLÓGIA atresia esofágica não conseguem deglutir, portanto, frequentemente, eles babam a saliva e quando alimentados regurgitam o leite imediatamente. ✓ O conteúdo gástrico e intestinal também pode refluir do estômago através da fístula para a traqueia e os pulmões. Esse refluxo ácido e em alguns casos a bile, pode levar à pneumonite (inflamação dos pulmões), levando a um comprometimento respiratório. • Atresia esofágica: ✓ Associado à fístula traqueoesofágica. ✓ Ocorre devido ao desvio do septo traqueoesofágico para a região posterior e da separação incompleta esôfago do tubo laringotraqueal. ✓ A atrésia isolada resulta numa falha na recanalização esofágica durante a oitava semana de desenvolvimento. ✓ O feto com a atrésia é incapaz de deglutir o líquido amniótico e consequentemente, ele não consegue ser reabsorvido nem eliminado, o que resulta em polidrâmnio ( acúmulo excessivo de líquido amniótico ). • Estenose esofágica: ✓ O estreitamento da luz do esôfago geralmente, ocorre em seu terço distal. ✓ A estenose resulta da recanalização incompleta do esôfago durante a oitava semana, geralmente. ESTÔMAGO: • Inicialmente, a parte distal do intestino anterior é uma estrutura tubular. • Durante a quarta semana, uma ligeira dilatação ventrodorsalmente indica o local do estômago primitivo. ✓ A dilatação aparece primeiramente como um alargamento fusiforme da parte caudal ( distal ) do intestino anterior. • Durante as duas semanas seguintes, a margem dorsal do estômago cresce mais rapidamente que sua margem ventral, o que demarca a curvatura maior do estômago. • O alargamento do mesentério e dos órgãos adjacentes e o crescimento das paredes do estômago, contribuem para a rotação do estômago: ✓ Á medida que ele aumenta e adquire sua forma final, gira lentamente 90 graus no sentido horário em torno do seu eixo longitudinal. • O mesogástrio dorsal primitivo ( mesentério ) forma a bolsa omental ou saco peritoneal. • Estenose hipertrófica do piloro: ✓ No bebê, há um espessamento muscular marcante do piloro, a região esfíncter distal do estômago. ✓ Os músculos circulares e longitudinais da região pilórica são hipertrofiados ( aumentados em volume ), o Bárbara Behrens 20.1 RESUMO DE EMBRIOLÓGIA que resulta em grave estenose do canal pilórico e obstrução da passagem dos alimentos. ✓ Como resultado, o estômago se torna muito distendido e o bebê expele o conteúdo do estômago com uma força considerável ( vômitos em jato ).
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