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CAP I COMÉRCIO E MERCADOS _ NOÇÔES DO COMÉRCIO

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COMÉRCIO E MERCADOS
CAPITULO I
INTRODUÇÃO 
3/13/2019 1
RESUMO
i. Por que razão se estuda a disciplina de “Noções de Comércio”?
ii. Comércio e Economia. Quais as fronteiras? 
iii. Considerações gerais sobre o comércio
iv. Conceito de comércio. Actos de comércio
v. Função económica do comércio
vi. O comércio internacional. Razões e vantagens comparativas
vii. O comércio electrónico (e-commerce)
viii. Divisões do comércio
ix. Termos de troca. A tese de Prebisch-Singer
3/13/2019 2
COMÉRCIO E MERCADOS
ÂMBITO DO ESTUDO
Os objectivos gerais desta disciplina podem ser resumidos como se segue:
a. Compreender o conceito, as funções e os principais intervenientes do 
comércio;
b. Adquirir conhecimentos sobre o mercado e os respectivos mecanismos 
de funcionamento;
c. Obter uma sensibilidade sobre os mecanismos mais usuais de comércio e 
dos contratos;
d. Adquirir conhecimentos sobre as principais operações bancárias e de 
seguros;
e. Compreender a importância e as funções do juro;
f. Dominar a linguagem e os instrumentos da actividade comercial;
g. Identificar e descrever as várias formas de exercício da actividade 
comercial e seus principais intervenientes;
h. Ser capaz de negociar e realizar contratos e preencher os documentos 
comerciais mais usuais.
3/13/2019 3
COMÉRCIO E ECONOMIA
❑ COMÉRCIO
❑Troca e circulação de mercadorias;
❑Hoje em dia o comércio envolve um grande número de funções e 
pessoas em todas as actividades de produção de bens e serviços, de 
tal maneira que se chega a pensar que o seu âmbito é o mesmo que o 
da Economia.
❑Sabe-se que há mais pessoas a trabalharem no comércio do que em 
qualquer outro ramo da actividade económica;
❑Etimologicamente, a palavra “comércio” deriva do latim "commercium" 
que é um composto das raízes cum (“com” ou “juntamente”) e de 
mercis (mercadorias) e que significa troca de mercadorias.
❑Objecto do comércio: Troca de Bens e Serviços 
3/13/2019 4
COMÉRCIO
❑É caracterizado por relações entre as partes (vendedor e
comprador) em que uma oferece a mercadoria ou serviço e a
outra oferece um pagamento em qualquer forma
representativa de valor económico.
❑ Para que seja caracterizada uma relação de comércio, é
necessário que ambas a partes ofereçam e recebam algo.
❑Compra, venda, permuta e troca de produtos ou valores são
operações de comércio.
3/13/2019 5
COMÉRCIO E ECONOMIA
❑Não há praticamente nenhuma área da Economia onde não haja operações 
comerciais ou onde as teorias, as noções e os instrumentos do comércio 
não desempenhem um papel de relevo.
❑Ciência subsidiária da Economia
❑Economia é uma ciência muito mais vasta, cuja definição é difícil;
❑É muito difícil encontrar 2 autores com a mesma noção de Economia;
❑Definição clássica: Economia é a ciência que estuda os problemas da
produção, circulação, repartição e consumo, dando particular ênfase à
explicação dos instrumentos e mecanismos de funcionamento das
economias (procura, oferta, mercadorias, preços, salários, moeda, etc.).
Estuda a escassez e os problemas dela decorrentes, pois se não houvesse
escassez de recursos e a necessidade de repartição dos bens, esta ciência
não existiria e nós também não existiríamos.
❑ Comércio é um ramo da Economia.
3/13/2019 6
1.2. CONSIDERAÇÕES GERAIS
❑O comércio, realiza a distribuição dos bens e serviços
produzidos pela agricultura, pela indústria e por outros sectores
económicos e sociais.
❑A distribuição opera-se com base em regras e condicionalismos
próprios;
❑Opera-se por via de transferência ou cedência dos bens ou
serviços;
❑Essa transferência tem o nome de troca; a troca ea o elemento
dinamizador do comércio.
❑As formas de troca tem variado e evoluído conforme os 
períodos históricos.
❑Diz-se que o comércio existiu sempre ou pelo menos a origem 
da permuta está ligada à infância da Homem. 
3/13/2019 7
1.2. CONSIDERAÇÕES GERAIS
❑Diz-se que o comércio existiu sempre ou pelo menos a origem 
da permuta está ligada à infância da Homem. 
❑No estudo das civilizações primitivas (período do neolítico)
foram encontrados objectos e utensílios relacionados com
trocas comerciais.
❑A primeira forma de troca comercial foi a directa de produtos por
produtos.
❑Exemplos: uma galinha por uma barra de sabão, deve observar-
se o princípio da identidade de interesses (que o detentor da
galinha esteja interessado no sabão e este esteja interessado
na galinha); por outro lado, os bens devem ser equivalentes
(princípio da equivalência).
3/13/2019 8
1.2. CONSIDERAÇÕES GERAIS
❑ Com o desenvolvimento das sociedades e consequente multiplicidade 
dos interesses dos indivíduos:
❑ Aqueles dois princípios nem sempre se podiam observar;
❑ Tornou-se imperiosa a utilização nas trocas de um bem ao qual todos 
atribuíam a mesma importância social e o mesmo valor económico;
❑ Foram usados os cereais, as peles, as conchas, o gado, o sal;
❑ No feudalismo e nas sociedades sob dominação colonial estrangeira 
foram usados escravos como instrumentos de troca (uma 
aberração!!!);
❑ O comércio foi-se tornando mais dinâmico e complexo ultrapassando 
regiões e fronteiras, tornando impossível transportar os instrumentos de 
troca acima descritos;
❑ Passou-se para a fase do uso de pequenos utensílios metálicos de uso 
corrente (o início das civilizações marcado pelo uso da moeda-utensílio), 
nomeadamente:
❑ Facas, colheres, taças, brincos, colares.
3/13/2019 9
1.2. CONSIDERAÇÕES GERAIS
❑ Quando se abandona a troca directa, as mercadorias-tipo que passaram a
ser usadas como meio de troca eram já moeda, a chamada moeda-
mercadoria, notando-se que:
❑ Nas sociedades dominadas pela agricultura e pecuária a riqueza
passou a ser medida pelo número de cabeças de gado; a moeda de
troca passou a ser o próprio gado, que em latim se designa por pecus
derivando daí as palavras “pecunia” que significa dinheiro e
“pecuniário” que é relativo ao dinheiro;
❑ Em muitas regiões utilizou muito o sal como moeda de troca e
acredita-se que a palavra salário deriva daí;
❑ Quer a moeda-utensílio quer a moeda-mercadoria têm muitos
inconvenientes que dificultavam o desenvolvimento do comércio interno e
internacional:
❑ O gado, os cereais, os utensílios vulgares têm uma vida curta, são
facilmente deterioráveis com o uso, para alem das dificuldades no seu
transporte.
3/13/2019 10
1.2. CONSIDERAÇÕES GERAIS
❑ Assim surgiu a necessidade de substituir a moeda-utensílio e a moeda-
mercadoria pela moeda metálica, feita a partir de metais preciosos (ouro,
prata e ligas especiais), pois este tipo de metais:
❑ Conserva-se por muito tempo;
❑ Ocupa muito menor espaço;
❑ Facilmente transportável.
❑ Com a intensificação das actividades económicas nesta fase que coincide
com o surto da metalurgia, os metais preciosos para cunhagem da moeda
começaram a escassear;
❑ A escassez dos metais preciosos combinada com a necessidade de maior
comodidade no uso da moeda determinaram o surgimento de:
❑ Moeda de papel;
❑ Cheque bancário;
❑ A letra;
❑ A livrança;
❑ Outros instrumentos de crédito e de pagamento.
3/13/2019 11
1.2. CONSIDERAÇÕES GERAIS
❑ Nos tempos modernos a tendência é a utilização cada vez mais intensa de outros
meios de troca que vão substituindo gradualmente a moeda física, tais como:
❑ O encontro de contas em operações de clearing em que os respectivos saldos
são simplesmente escriturados a favor do credor;
❑ O mecanismo contabilístico de debitar e creditar constitui um novo mecanismo
de intermediação das trocas sem uso de moeda física;
❑ A chamada moeda bancária ou moeda escritural, a qual, com o advento dos
computadores tornou-se conhecida por moeda electrónica;
❑ Os cheques electrónicos;
❑ A banca electrónica dinamizada e facilitada pelo desenvolvimento das
tecnologias de informação e comunicação e a banca electrónica (internet
banking);
❑ Do processo acima descrito desenvolveu-se a chamada desmonetarização da
economia e do comércio, onde o cartão bancário (de crédito e de débito) tornou-
se no seu instrumento dinamizador.
❑ No slide seguinte, temos uma ilustraçãoesquemática da evolução do comércio
que acompanhou a evolução dos meios de pagamento.
3/13/2019 12
EVOLUÇÃO DO COMÉRCIO
3/13/2019 13
Troca Directa - Produto 
com Produto (1 galinha 
por 1 kg de açúcar)
Troca Indirecta -
Escravo como meio 
de troca
Moeda metálica –
Ouro, prata, cobre
Papel Moeda, Livranças, 
moeda, cheque
Moeda eletrónica -
cheques electrónicos, 
cartões de débito/crédito
Feudalismo
1.3. ACTOS DE COMÉRCIO
❑Nos termos do Artigo 4 do Código Comercial, “são considerados actos de
comércio, os actos especialmente regulados no Código Comercial e, além deles,
todos os contratos e obrigações dos comerciantes, que não forem de natureza
exclusivamente civil, se o contrário do próprio acto não resultar”. Ficámos mais ou
menos na mesma. Desta definição podemos extrair o essencial e dizer que “São
actos de comércio:
❑Os actos que estão expressamente indicados e regulamentados no Código
Comercial, tais como: a compra e venda, as operações de banco, a conta
corrente, a fiança, o mandato, o depósito, o aluguer, a conta em participação,
entre outros (actos de comércio objectivos);
❑As operações realizadas especificamente por entidades ou pessoas
autorizadas a fazer comércio ou actos praticados no exercício da actividade de
uma empresa comercial, desde que deles resultem obrigações, tais como um
negócio ou uma actividade qualquer não prevista no Código Comercial, mas
que produzem efeitos em termos de comércio (actos de comércio subjectivos).
3/13/2019 14
3/13/2019 15
Actos do Comércio 
Objectivos
Actos do Comércio 
Subjectivos
❑ Os que estão 
expressamente 
indicados e 
regulamentados no 
Código Comercial (atos 
de comércio objetivos). 
❑ As operações realizadas 
especificamente por 
entidades ou pessoas 
autorizadas a fazer o 
comércio desde que delas 
resultem obrigações (actos 
de comércio subjectivos).
ACTOS DE COMÉRCIO
1.4. FUNÇÃO ECONÓMICA DO COMÉRCIO
❑Atendendo a que persistem no mundo dois sistemas económicos, nomeadamente: 
a economia centralmente planificada (Socialismo) e a economia do mercado 
(Capitalismo). Nos dois sistemas o comércio tem a função em comum: mediar 
entre a produção e o consumo. Nos aspectos diferenciados vamos abordar os 
referentes à economia de mercado que é o sistema que seguimos no nosso País. 
Assim o comércio tem as seguintes funções na economia:
i. Aproxima os povos e culturas, servindo como um factor importante da 
civilização humana;
ii. Estimula o desenvolvimento de vias de comunicação e dos meios de 
transporte;
iii. Nivela o valor dos bens e serviços da mesma espécie;
iv. Promove a produção e o consumo das diferentes riquezas existentes;
v. Abastece os mercados com os bens e serviços que os clientes e consumidores 
necessitam para a satisfação das suas necessidades; 
vi. Incorpora novos processos tecnológicos, a partir do momento em que um país
abre as suas fronteiras para a entrada de produtos fabricados em outros
países.
3/13/2019 16
1.5. O COMÉRCIO INTERNACIONAL
❑É o conjunto de fluxos de mercadorias e serviços que são objecto de
troca entre os diferentes espaços económicos nacionais, sendo medido
pelo total das exportações (X) e importações (M) mundiais de bens e
serviços;
❑São várias as formas de avaliação quantitativa do comércio 
internacional:
❑O saldo da balança comercial (diferença entre as exportações e as 
importações) isto é: NX = X-M, também designado por exportações 
líquidas (NX);
❑A taxa de cobertura (coeficiente entre as exportações e as 
importações), isto é: X/M;
❑O esforço de exportação (exportações medidas em percentagem do 
PIB), isto é: X/PIB (%).
3/13/2019 17
1.5. O COMÉRCIO INTERNACIONAL
Por que se faz comércio internacional?
i. Por que razão o comércio internacional acontece?
ii. O que determina se um país importa ou exporta um determinado
bem?
iii. O que determina que país deve exportar um determinado bem e que
país deve importa-lo?
iv. Quem ganha e quem perde com esse comércio?
O que é o Comércio Internacional? É a troca de bens e serviços entre
um país e outro, a qual ocorre porque há diferenças nos custos relativos
de produção entre países e porque aumenta o bem-estar económico de
cada país ao incrementar a gama de mercadorias e serviços disponíveis
para consumo.
O Comércio Internacional é um conceito muito antigo, datando dos 
séculos XIV-XV:
3/13/2019 18
1.5 O COMÉRCIO INTERNACIONAL
O Significado do Comércio internacional:
O Comércio Internacional significa:
a. A transferência da posse de bens duma pessoa ou entidade para outra 
pessoa ou entidade num país diferente, recebendo dessa pessoa ou 
entidade outro bem ou serviço em troca;
b. A componente básica da actividade económica e realiza-se na base de 
vantagens ou benefícios mútuos entre os intervenientes;
c. Uma actividade económica com origem no Sudoeste Asiático, 
atribuindo-se à rota de seda transportando especiarias e seda entre 
países asiáticos, sendo este o marco da origem do comércio 
internacional;
d. Uma actividade económica que amplia o nível de especialização da 
mão-de-obra para alcançar economias de escala através do 
alargamento dos mercados, sendo pressuposto que o mesmo deveria 
ser livre ou isento de restrições;
3/13/2019 19
1.5 O COMÉRCIO INTERNACIONAL
Por que razão os países embarcam em trocas comerciais?
i. Os países são diferentes entre si em resultado de:
a. Distribuicao desigual de recursos naturais;
b. Diferenças tecnológicas;
c. Diferenças na politicas económicas e sociais;
d. Vantagens em matéria de custos de produção;
e. Gostos e preferências diferentes;
f. Níveis de rendimento diferentes
ii. Os países precisam de alcançar economias de escala na produção, em
resultado da especialização e intercambio comercial;
3/13/2019 20
1.5 O COMÉRCIO INTERNACIONAL
O Papel do Comércio Internacional na Economia dos Países pode ser 
resumido nos seguintes pontos:
i. Ajuda a impulsionar o desenvolvimento e a reduzir a pobreza;
ii. Promove a competitividade através da especialização, ajudando os países em
desenvolvimento a reduzir o custo dos insumos produtivos;
iii. Facilita a diversificação e o aumento da exportação, uma actividade vital para
o crescimento e desenvolvimento económico sustentável de qualquer país,
propiciando o investimento onde existam vantagens comparativas,
melhorando a produtividade dos factores, alcançando economias de escala e
a captação de divisas;
iv. Encoraja a inovação através da facilitação da transferência de know-how e
tecnologia, do aumento dos níveis de investimento em pesquisa e
desenvolvimento e duma maior atracção do investimento nacional e
estrangeiro;
3/13/2019 21
1.5 O COMÉRCIO INTERNACIONAL
O Papel do Comércio Internacional na Economia dos Países pode ser resumido 
nos seguintes pontos:
iv. Alarga as oportunidades de negócio para as empresas nacionais, através da
abertura e acesso a novos mercados, remoção das barreiras desnecessárias e
facilitação das exportações para esses mercados;
ix. Reforça as relações entre os países, aproximando as pessoas num ambiente
pacífico em prossecução de ganhos mútuos através das trocas comerciais e
através do reforço das acções comuns de busca e manutenção da paz e
estabilidade no mundo;
x. Cria oportunidades de emprego e de auto-emprego através do reforço dos
sectores económicos que geralmente criam mais postos de trabalho e
rendimentos mais elevados, contribuindo para a melhoria do nível de vida geral
das pessoas;
xi. Reduz os preços aos consumidores, melhora a qualidade dos bens e serviços,
amplia a especialização do trabalho e melhora os padrões ambientais.
3/13/2019 22
A TEORIA DAS VANTAGENS ABSOLUTAS DE ADAM SMITH (1776)
3/13/2019 23
A Teoria das Vantagens Absolutas de Adam Smith (1776)
i. Origem: Teoria desenvolvida por Adam Smith na sua obra “A Riqueza
das Nações” (The Wealth of Nations, 1776). Foi a primeira teoria do
comércio a indicar a importância da especialização na produção, da
divisão internacional do trabalho e do intercâmbio entre os países;
ii. A formulação do argumento: AdamSmith argumenta que quando um
país pode produzir uma unidade de um determinado bem com menor
custo unitário do que outro país, este país tem uma vantagem absoluta
na produção desse bem e, como consequência, os países deviam
especializar-se na produção e exportação dos bens em que têm uma
vantagem absoluta e importar dos outros países os bens em que têm
uma desvantagem absoluta na sua produção.
3/13/2019 24
A TEORIA DAS VANTAGENS ABSOLUTAS DE ADAM SMITH
iii. Pressupostos da Teoria das Vantagens Absolutas:
a. Dois países (A e B), ambos produzem dois bens (X e Y) e as trocas se
realizam apenas entre estes dois países;
b. Apenas dois bens (X e Y) são comercializados;
c. O trabalho (L) é o único factor de produção e de custo, sendo a sua
produtividade constante;
d. Há uma mobilidade perfeita do trabalho (L) entre os sectores da economia
dentro de cada país;
e. Há uma perfeita imobilidade do trabalho entre os dois países;
f. O comércio entre os dois países é totalmente livre;
g. As taxas de câmbio são estáveis e fixas;
h. Há uma concorrência perfeita:
1. Não há custos de transporte;
2. Não há restrições no movimento dos bens entre os dois países
(comércio livre)
3/13/2019 25
A TEORIA DAS VANTAGENS ABSOLUTAS DE ADAM SMITH
iv. Interpretação dos Pressupostos da Teoria das Vantagens Absolutas:
a. A Teoria baseia-se no princípio de que a divisão do trabalho é
inseparável do progresso económico nacional e internacional;
b. O comércio livre entre os países aumenta a riqueza de cada país;
c. O comércio livre permite que um país providencie uma grande
variedade de bens e serviços à sua população em resultado da
especialização na produção de alguns bens e serviços e da importação
de outros;
d. Todos os países devem especializar-se naqueles bens que produzem a
um custo unitário menor do que o dos outros países e trocar estes
bens por outros produzidos a um custo unitário menor por outros
países;
e. Quando um país produz um bem a um custo unitário mais baixo e um
outro país produz um outro bem a um custo unitário mais baixo, ambos
os países podem embarcar nas trocas entre si e usufruir dos benefícios
das vantagens absolutas nos custos.
3/13/2019 26
A TEORIA DAS VANTAGENS ABSOLUTAS DE ADAM SMITH
v. Um Exemplo Numérico Sobre a Teoria das Vantagens Absolutas: Consideremos:
❑ Dois países: A = Inglaterra; B = Estados Unidos da América;
❑ Dois bens: X = Trigo (toneladas); Y = Tecido (103 metros quadrados);
❑ A Tabela abaixo reflecte as produtividades médias do trabalho (PMe) em unidades
de produto por cada hora de trabalho.
❑ O país que produz com o maior nível de produtividade um determinado bem tem
uma vantagem absoluta na produção desse bem. Assim, a Tabela acima significa
que:
a. Os Estados Unidos produzem 6 toneladas de trigo por hora e a Inglaterra produz 1
tonelada por hora;
b. Os Estados Unidos produzem 4 mil metros quadrados de tecido por hora e a
Inglaterra produz 5 mil metros quadrados.
3/13/2019 27
A TEORIA DAS VANTAGENS ABSOLUTAS DE ADAM SMITH
Bens Estados Unidos Inglaterra
Trigo 6.00 1.00
Tecido 4.00 5.00
Produtividade Média do Trabalho
❑ Os Estados Unidos têm uma vantagem absoluta em relação à Inglaterra
na produção de trigo, enquanto a Inglaterra tem uma vantagem
absoluta em relação aos Estados Unidos na produção de tecido.
❑ Havendo abertura ao comércio, os Estados Unidos especializar-se-iam
na produção de trigo para seu próprio consumo e exportação de uma
parte para a Inglaterra e esta, por seu turno, especializar-se-ia na
produção de tecido para seu próprio consumo e exportação de uma
parte para os Estados Unidos.
❑ Ambos os países ganhariam com a especialização e as trocas
comerciais entre si.
3/13/2019 28
A TEORIA DAS VANTAGENS ABSOLUTAS DE ADAM SMITH
Bens Estados Unidos Inglaterra
Trigo 6.00 1.00
Tecido 4.00 5.00
Produtividade Média do Trabalho
v. As Limitações da Teoria das Vantagens Absolutas:
i. Explica as causas do comércio apenas quando ambos os países
gozam de vantagens absolutas na produção de pelo menos um dos
dois bens;
ii. Num modelo de muitos bens e muitos países, ela deixa de ser
suficiente para explicar o comércio;
iii. Assume que o tamanho dos países é igual, mas no mundo real não
é assim, pois o tamanho dos países varia;
iv. Baseia-se no pressuposto de que os preços são comparáveis entre
os países, implicando que as taxas de câmbio estáveis e fixas, o
que não acontece no mundo real;
3/13/2019 29
A TEORIA DAS VANTAGENS ABSOLUTAS DE ADAM SMITH
v. As Limitações da Teoria das Vantagens Absolutas:
v. Assume um padrão uniforme de especialização entre os países,
mas no mundo real há diferenças nos padrões de especialização;
vi. Assume o trabalho (L) como o único factor de produção, o que
não acontece no mundo real;
vii. Assume que os custos de transporte ou são inexistentes ou são
negligenciáveis, o que não é o caso no mundo real;
viii. Assume que o trabalho pode movimentar-se dentro do mesmo
país, da produção dum bem para a produção do outro bem
facilmente, continuando a funcionar como o mesmo nível de
eficiência, o que não pode acontecer na realidade.
3/13/2019 30
A TEORIA DAS VANTAGENS ABSOLUTAS DE ADAM SMITH
A TEORIA DAS VANTAGENS COMPARATIVAS DE DAVID RICARDO (1817)
3/13/2019 31
A TEORIA DAS VANTAGENS COMPARATIVAS DE DAVID RICARDO (1817)
A Teoria das Vantagens Comparativas de David Ricardo – Presumivelmente originário de
Lisboa, filho de um judeu holandês, David Ricardo começou a trabalhar muito cedo e foi
fundamentalmente um autodidacta. Pouco mais de 40 anos depois da obra The Wealth of
Nations de Adam Smith, David Ricardo (1817) publicou a obra On the Principles of Political
Economy and Taxation, na qual apresentou a Lei das Vantagens Comparativas, uma das
mais importantes e até agora não desafiadas leis da economia, com muitas aplicações
práticas ainda hoje.
A Origem da Teoria: No exemplo que usámos para explicar o funcionamento da Teoria das
Vantagens Absolutas de Adam Smith concluímos que:
Num mundo hipotético de 2 países e dois bens (2x2), os Estados Unidos tinham uma
vantagem absoluta na produção de trigo e uma desvantagem absoluta na produção de
tecido; por seu turno, a Inglaterra tinha uma vantagem absoluta na produção de tecido e
uma desvantagem absoluta na produção de trigo;
Era tão bom que fosse sempre assim! Mas, infelizmente, nem sempre é assim!
3/13/2019 32
Bens Estados Unidos Inglaterra
Trigo 6.00 1.00
Tecido 4.00 5.00
Produtividade Média do Trabalho
A TEORIA DAS VANTAGENS COMPARATIVAS DE DAVID RICARDO (1817)
A Origem da Teoria (cont.):
Na Tabela acima, observamos que:
a. Os Estados Unidos têm uma vantagem absoluta na produção de ambos
os bens (6>1) e (4>2);
b. A Inglaterra tem uma desvantagem absoluta na produção de ambos os
bens (1<6) e (2<4);
Qual deles vai produzir o quê? Termina aqui a força da Teoria das
Vantagens Absolutas de Adam Smith. Aliás veio a demonstrar-se que a Teoria
das Vantagens Absolutas não era mais do que apenas um caso particular da
regra geral que é a Teoria das Vantagens Comparativas.
Coube, então, a David Ricardo a missão de explicar as bases para um
comércio mutuamente vantajoso e os respectivos ganhos.
3/13/2019 33
Bens Estados Unidos Inglaterra
Trigo 6.00 1.00
Tecido 4.00 2.00
Produtividade Média do Trabalho
A TEORIA DAS VANTAGENS COMPARATIVAS DE DAVID RICARDO (1817)
O que diz a Lei das Vantagens Comparativas de David Ricardo:
Mesmo que o país A seja ineficiente ou não tenha nenhuma vantagem
absoluta em relação ao país B na produção de ambos os bens (X e Y),
existe, ainda assim, uma base para um comércio mutuamente benéfico;
o país A deveria especializar-se na produção e exportação do bem em
que a sua desvantagem absoluta é menor (o bem da sua vantagem
comparativa) e importar o bem em que a sua desvantagem absoluta é
maior (o bem da sua desvantagem comparativa).
Dito doutro modo: é melhor para um país que é ineficiente na produção
de ambos os bens ou serviços que se especialize na produção daquele
bem ou serviço em que é o menos ineficiente, em comparaçãocom a
produção de quaisquer outros bens ou serviços.
3/13/2019 34
A TEORIA DAS VANTAGENS COMPARATIVAS DE DAVID RICARDO (1817)
As Proposições do Modelo:
i. A base para que o comércio internacional exista é a diferença dos preços
relativos dos bens entre os países antes do comércio;
ii. Um país vai exportar aquele bem em que tiver uma vantagem comparativa na
produtividade do trabalho;
iii. Há ganhos de comércio para os parceiros comerciais.
Os Pressupostos do Modelo: Do lado da oferta o modelo pressupõe:
i. Um só factor de produção, o trabalho (L), cuja oferta total é fixa e W é o salário
de cada unidade de trabalho;
ii. As funções de produção obedecem estritamente a rendimentos constantes de
escala;
iii. O comércio realiza-se sem custos de transporte, nem barreiras tarifárias e não
tarifárias ou qualquer outra forma de intervenção do governo (comércio
internacional livre);
iv. Existem apenas dois países (A = doméstico e B = estrangeiro) dois bens (X e
Y), ou seja um modelo 2x2);
v. Há uma imobilidade total do factor de produção (L) entre países;
3/13/2019 35
A TEORIA DAS VANTAGENS COMPARATIVAS DE DAVID RICARDO (1817)
vi. Mas há uma mobilidade total do factor de produção (L) dentro de cada país, isto
é, do sector de produção do bem X para o de produção do bem Y e vice-versa.
Significa que a concorrência permite que o trabalho seja remunerado com o um
W “competitivo”, em função da sua produtividade e do preço do bem que pode
vender e trabalhar no sector que paga o salário mais elevado;
vii. As trocas são directas, não havendo dinheiro como intermediário das trocas;
viii. Há concorrência perfeita nos mercados dos bens e dos factores de produção;
ix. O factor de produção (L) é homogéneo, isto é, idêntico em eficiência, em ambos
os países;
x. Há pleno emprego, isto é, não há recursos subutilizados em ambos os países;
xi. Não há mudança tecnológica;
xii. Os custos de produção são expressos em termos de trabalho, isto é, o valor de
um determinado bem é medido em termos de horas ou dias de trabalho
necessários para produzi-lo, sendo também trocados na base do conteúdo do
trabalho de cada um (Teoria do Valor Trabalho).
3/13/2019 36
A TEORIA DAS VANTAGENS COMPARATIVAS DE DAVID RICARDO (1817)
Um Exemplo Numérico da Teoria das Vantagens Comparativas:
Assumamos:
i. Dois países: Inglaterra e Estados Unidos;
ii. Dois bens: Trigo e Máquinas
iii. Um único factor (L). As produtividades médias do trabalho são as
reflectidas na Tabela abaixo:
Sendo óbvio que os Estados Unidos têm uma vantagem absoluta na
produção de ambos os bens, pretende-se saber se pode haver comércio
entre estes dois países e, havendo-o, que bem cada país vai exportar ou
importar.
3/13/2019 37
Bens Estados Unidos Inglaterra Bens Estados Unidos Inglaterra
Trigo 6.00 1.00 Trigo 6.00 0.17
Máquinas 4.00 2.00 Máquinas 2.00 0.50
Produtividade Média do Trabalho Produtividade Marginal ou Preços Relativos
A TEORIA DAS VANTAGENS COMPARATIVAS DE DAVID RICARDO (1817)
Como regra, divide-se as PMe em cada país. Comecemos pelos Estados Unidos:
a) PMe(T)(EUA)/(PMe(T)(UK), isto é, a produtividade média na produção do trigo nos
Estados Unidos a dividir pela produtividade média na produção do trigo na
Inglaterra: (6/1) = 6 ou 600%, significa que a produtividade dos Estados Unidos na
produção de trigo é 6 vezes maior do que a da Inglaterra;
b) PMe(M)(EUA)/(PMe(M)(UK), isto é, a produtividade média na produção de máquinas
nos Estados Unidos a dividir pela produtividade média na produção de máquinas na
Inglaterra: (4/2) = 2 ou 200%, significa que a produtividade dos Estados Unidos na
produção de máquinas é apenas 2 vezes maior do que a da Inglaterra;
c) As alíneas a) e b) precedentes indicam que, embora os Estados Unidos tenham uma
vantagem absoluta na produção de ambos os bens, a sua maior vantagem absoluta
está na produção do trigo do que nas máquinas, uma vez que (6/1)>(4/2), ou seja,
6>2. Assim, sendo o trigo o bem da maior vantagem absoluta dos Estados Unidos,
ele torna-se o bem da sua vantagem comparativa, devendo nele especializar-se;
3/13/2019 38
Bens Estados Unidos Inglaterra Bens Estados Unidos Inglaterra
Trigo 6.00 1.00 Trigo 6.00 0.17
Máquinas 4.00 2.00 Máquinas 2.00 0.50
Produtividade Média do Trabalho Produtividade Marginal ou Preços Relativos
A TEORIA DAS VANTAGENS COMPARATIVAS DE DAVID RICARDO (1817)
Agora vamos dividir a PMe da Inglaterra pela PMe dos Estados Unidos, ou seja:
a) PMe(T)(UK)/(PMe(T)(EUA), isto é, a produtividade média na produção de trigo na
Inglaterra a dividir pela produtividade média na produção de trigo nos Estados
Unidos: (1/6) = 0.17, significa que a PMe na produção de trigo na Inglaterra é
apenas 0.17 vezes ou 17% da PMe na produção de trigo nos Estados Unidos, o
que confirma a sua desvantagem ou inferioridade em relação aos Estados
Unidos;
b) PMe(M)(UK)/(PMe(M)(EUA), isto é, a PMe na produção de máquinas na Inglaterra a
dividir pela PMe na produção de máquinas nos Estados Unidos: (2/4) = 0.5,
significa que a PMe na produção de máquinas na Inglaterra é apenas 0.5 vezes
ou 50% da PMe na produção de máquinas nos Estados Unidos, o que confirma
a sua desvantagem ou inferioridade em relação aos Estados Unidos;
3/13/2019 39
Bens Estados Unidos Inglaterra Bens Estados Unidos Inglaterra
Trigo 6.00 1.00 Trigo 6.00 0.17
Máquinas 4.00 2.00 Máquinas 2.00 0.50
Produtividade Média do Trabalho Produtividade Marginal ou Preços Relativos
A TEORIA DAS VANTAGENS COMPARATIVAS DE DAVID RICARDO (1817)
d) As alíneas a) e b) contidas no slide anterior indicam que, embora a
Inglaterra tenha uma desvantagem absoluta na produção de ambos os
bens, a sua menor desvantagem absoluta está na produção de máquinas
do que na produção de trigo, uma vez que nas máquinas atinge, pelo
menos, 50% enquanto no trigo não passa dos 17%, isto é (2/4)>(1/6), ou
seja, 0.50>0.17. Assim, sendo as máquinas o bem da menor
desvantagem absoluta da Inglaterra, ele torna-se o bem da sua
vantagem comparativa, devendo nele especializar-se;
e) Podemos então concluir que, de acordo com a Lei das Vantagens
Comparativas, os Estados Unidos vão especializar-se na produção de
trigo para o seu próprio consumo e para exportar para a Inglaterra, em
troca de máquinas;
3/13/2019 40
Bens Estados Unidos Inglaterra Bens Estados Unidos Inglaterra
Trigo 6.00 1.00 Trigo 6.00 0.17
Máquinas 4.00 2.00 Máquinas 2.00 0.50
Produtividade Média do Trabalho Produtividade Marginal ou Preços Relativos
A TEORIA DAS VANTAGENS COMPARATIVAS DE DAVID RICARDO (1817)
f) Por seu turno, a Inglaterra vai especializar-se na produção de máquinas para o seu
próprio consumo e para exportar para os Estados Unidos; a especialização vai
permitir o aumento da produção dos dois bens e as trocas vão permitir maior
disponibilidade de bens de melhor qualidade e a preços mais acessíveis para os
consumidores, em ambos os países, melhorando o seu bem-estar global.
g) Devido às diferenças nos preços relativos dos bens dentro de cada país antes das
trocas, ambos os países têm incentivos à troca e a especialização deve ocorrer;
h) A especialização não se deve fazer em termos das vantagens absolutas, mas de
acordo com a Lei das Vantagens Comparativas, devendo cada país especializar-se
no bem da sua vantagem comparativa, conforme ja o definimos.
3/13/2019 41
Bens Estados Unidos Inglaterra Bens Estados Unidos Inglaterra
Trigo 6.00 1.00 Trigo 6.00 0.17
Máquinas 4.00 2.00 Máquinas 2.00 0.50
Produtividade Média do Trabalho Produtividade Marginal ou Preços Relativos
O MODELO DE HECKSCHER-OHLIN
(HO)
3/13/2019 42
O MODELO DE HECKSCHER-OHLIN (HO)
ELI HECKSCHER E BERTIL OHLINO Modelo de Heckscher-Ohlin (HO)
Trata-se de um modelo inventado por Eli
Heckscher, um economista sueco que
publicou, em 1919, um artigo com o titulo
“Os Efeitos do Comércio Exterior sobre a
Renda”, que reflectia aquilo que viria a ser a
teoria moderna do comércio internacional.
Bertil Ohlin, estudante de Eli Heckscher,
publicou em 1933 o seu livro intitulado
“Comércio Inter-Regional e Internacional”,melhorando o trabalho do seu mestre, daí
chamar-se Teoria de Heckscher-Ohlin.
Paul Samuelson refinou a obra depois da II
Guerra Mundial, tendo prestado atenção
particular às dotações iniciais dos factores de
produção.
3/13/2019 43
O MODELO DE HECKSCHER-OHLIN (HO)
ELI HECKSCHER E BERTIL OHLIN
O Modelo de Heckscher-Ohlin (HO)
Até aqui vimos que de acordo com a
Teoria das Vantagens Comparativas:
a) O comércio baseia-se nas diferenças
nos preços relativos dos bens entre
os dois países parceiros antes do
comércio;
b) Estas diferenças nos preços relativos
dos bens constituem a base para um
comércio internacional mutuamente
vantajoso;
c) Apesar da importância dos gostos e
preferências de procura entre os dois
países, a Teoria das Vantagens
Comparativas não se debruça
profundamente na sua análise;
3/13/2019 44
O MODELO DE HECKSCHER-OHLIN (HO)
ELI HECKSCHER E BERTIL OHLINO Modelo de Heckscher-Ohlin (HO) estende a
análise da Teoria das Vantagens Comparativas
para:
a) Uma melhor explicação das causas das
diferenças nos preços relativos dos bens
dentro de cada país antes das trocas;
b) Avaliação dos efeitos do comércio sobre os
rendimentos dos factores de produção nos
dois países que se engajam no comércio
internacional um com o outro.
O Modelo de Heckscher-Ohlin mantém os
argumentos de que:
a) A tecnologia e os gostos e preferências são
similares entre os países;
b) As diferenças nos preços relativos dos
factores são a causa do comércio
internacional mutuamente vantajoso;
3/13/2019 45
O MODELO DE HECKSCHER-OHLIN (HO)
ELI HECKSCHER E BERTIL OHLINO Modelo de Heckscher-Ohlin (HO):
No entanto:
a) Argumenta que essas diferenças resultam
das diferenças nas dotações relativas
iniciais dos factores de produção;
a. Introduz os conceitos de intensidade e
abundância de factores;
b. Explica como a abundância se relaciona
com os preços dos factores e com a forma
da FPP em cada país;
c. Conclui que cada país exporta o bem em
cuja produção emprega mais
intensivamente o seu factor mais
abundante (menos caro) e importa o bem
em cuja produção emprega mais
intensivamente o seu factor mais escasso
(mais caro).
3/13/2019 46
O MODELO DE HECKSCHER-OHLIN (HO)
ELI HECKSCHER E BERTIL OHLIN
Os Pressupostos do Modelo
i. Há dois países (1 e 2), dois bens (X e Y)
e dois factores de produção (L=trabalho e
K=Capital);
ii. Ambos os países usam a mesma
tecnologia;
iii. O bem X é de trabalho intensivo (L-
intensivo) e o bem Y é de capital intensivo
(K-intensivo) em ambos os países;
iv. Ambos os bens são produzidos com
rendimentos constantes de escala em
ambos os países;
v. Há uma especialização incompleta na
produção em ambos os países;
vi. Os gostos são iguais em ambos os países;
vii. Há uma concorrência perfeita nos
mercados dos bens e dos factores de
produção;
3/13/2019 47
O MODELO DE HECKSCHER-OHLIN (HO)
ELI HECKSCHER E BERTIL OHLIN
Os Pressupostos do Modelo:
viii. Há uma mobilidade perfeita dos factores de
produção dentro de cada país, mas uma
imobilidade internacional total;
ix. Não há custos de transporte, nem direitos
aduaneiros ou quaisquer outras formas de
obstrução ao fluxo livre do comércio
internacional;
x. Todos os recursos são plenamente empregues
em ambos os países;
xi. O comércio internacional entre os dois países
é equilibrado, isto é, o valor total das
exportações de cada país é igual ao valor total
das suas importações.
Na base destes pressupostos, o modelo de
Heckscher-Ohlin preconizava que o país rico em
capital se especializaria na produção do bem de
capital intensivo e o país rico em trabalho se
especializaria na produção do bem de trabalho
intensivo.
3/13/2019 48
RISCOS DO COMÉRCIO INTERNACIONAL
HÁ DOIS TIPOS DE RISCOS:
Riscos Políticos e Riscos Económicos
Riscos Políticos: Os riscos políticos ocorrem devido a circunstâncias 
decorrentes de acções do governo do país de acolhimento do negócio; 
a) Pressões para Pagamento de Suborno: É qualquer forma forçada de
pagamento de valores monetários para obter a aprovação de contratos
ou a adjudicação de concursos por qualquer terceira entidade;
b) Risco de Transferências: São os riscos que ocorrem quando os
governos impõem controlos cambiais ou de movimentos de capitais que
impeçam as empresas de converter moeda local em divisas e/ou as
transferências de fundos para o pagamento a credores residentes fora do
país; limitação nos montantes de lucros a serem convertidos na moeda
local, demoras nas transferências dos pagamentos a efectuar ao país do
investidor e restrições nos montantes a transferir para o país do
investidor;
3/13/2019 49
RISCOS DO COMÉRCIO INTERNACIONAL
Riscos Políticos (cont.):
d) Incumprimento de Contratos: Violação dos contratos ou qualquer
incumprimento nos pagamentos da dívida;
e) Nacionalização: Venda forçada da propriedade (estabelecimento ou
fábrica) ou outros activos ao governo a um preço mais baixo do que
o do mercado;
f) Cancelamento da Licença: Término ou modificação da licença da
empresa como resultado da falta de apoio popular em momentos
eleitorais;
g) Banimento da comercialização de bens após o seu embarque do
país de origem;
3/13/2019 50
RISCOS DO COMÉRCIO INTERNACIONAL
Riscos Políticos (cont.): 
h) Protestos e Greves: Incapacidade de operar devido a 
levantamentos políticos, greves e outras manifestações que afectam 
negativamente o negócio;
i) Alterações Regulamentares: Leis laborais complexas e
regulamentos governamentais muito rigorosos que afectam
gravemente o funcionamento da empresa;
j) Tributação: Cobrança de impostos muito elevados sobre os lucros,
duplicação dos impostos e outras cobranças que reduzem os lucros;
k) Guerra e Terrorismo: Encerramento de fronteiras e ameaças
abertas de ataques terroristas, bem como a rivalidade entre países
que pode afectar o fornecimento de matérias-primas.
3/13/2019 51
RISCOS DO COMÉRCIO INTERNACIONAL
Riscos Económicos: Consistem na probabilidade de que desenvolvimentos económicos num dado país
possam afectar negativamente as transacções internacionais. São eles:
i. Insolvência do comprador - incapacidade de pagamento do importador devida a constrangimentos
financeiros;
ii. Atraso no pagamento - a falha do comprador em pagar a sua factura na data estipulada no
contrato;
iii. Flutuações cambiais – Impacto das alterações das taxas de câmbio sobre o valor das transacções;
iv. Incapacidade do banco central de honrar os seus compromissos, em resultado de limitações nas
Reservas Internacionais Liquidas definidas como os valores em contas do Banco Central, medidas
em número de meses de importações de bens e serviços não factores, sendo o mínimo estabelecido
em 3 meses; Serviços de Factores são os pagamentos ou recebimentos do exterior derivados dos
factores de produção (juros, salários, lucros e dividendos); Serviços Não Factores são os
pagamentos e recebimentos de fretes e seguros de bens importados ou exportados, gastos com
viagens internacionais, royalties, direitos de autor, gastos de participação em organizações
internacionais e outros serviços governamentais internacionais.
v. Relacionados com a soberania económica, tais como:
a) Um governo proteccionista pode alterar as condições dos negócios;
b) Taxas de inflação;
c) Incapacidade de pagar as suas dívidas;
3/13/2019 52
1.6. COMÉRCIO ELECTRÓNICO
❑Desde o início dos anos 90 a economia mundial experimenta uma nova
e bem destacada fase do seu ciclo que podemos designar por boom
económico (grande prosperidade económica), alimentada pelo
despontar de novas tecnologias de comunicação e informação, as
quais culminaram com o aparecimento da Internet;
❑Esse boom económico ja deu origem, na ciência económica, a uma
nova área ou actividade especializada que alguns apelidam de
“NetEconomia”, uma economia fundada sobre as qualidades intrínsecas
da rede e focada sobre uma nova raça de empreendimentos;
❑Em 1995 nasceu em Silicon Valley, uma nova empresa com
características diferentes das habituais, a Netscape Communications,
que rapidamente se tornou conhecida por comercializar oNetscape
Navigator (browser), um dos primeiros sofwares usados para navegar
na Internet;
3/13/2019 53
1.6. COMÉRCIO ELECTRÓNICO
❑Com a Netscape surgiram os primeiros passos de uma economia de rede
que liga virtualmente todos os intervenientes e organismos dinamizadores da
actividade económica.
❑Podemos dizer que o comércio electrónico (e-commerce) é a integração de
telecomunicações, gestão de dados e mecanismos de segurança, permitindo
às organizações a troca de informação sensível relacionada com vendas de
produtos e serviços, constituindo-se uma rede sólida, segura e fiável e
garantindo nesta comunhão de interesses a viabilização de um novo
mercado.
❑O “e-com” (Electronic Commerce) é a abreviatura comum para
designar comércio electrónico;
❑O comércio electrónico, com suas aplicações inovadoras e revolucionárias,
é tido como uma das tendências emergentes com maior potencial de
inovação nas estratégias e nos processos de negócio nos vários sectores
económicos.
❑Estamos a caminhar para a era da inteligência em rede - economia digital
3/13/2019 54
COMÉRCIO ELECTRÓNICO
Silicon Valley
❑Silicon Valley é uma região
localizada a sul de São
Francisco na Califórnia
(EUA) que serve como um
centro global para a alta
tecnologia, inovação e redes
sociais, sendo a região onde
se regista o terceiro PIB per
capita mais alto no mundo,
depois de Zurich (Suíça) e
Oslo (Noruega);
3/13/2019 AB, NC10, FE UEM 55
COMÉRCIO ELECTRÓNICO
Silicon Valley
❑A palavra “silicon” no 
nome da região 
deriva do grande 
número de 
inovadores e 
fabricantes de 
artigos tecnológicos 
que no passado 
usavam o silicone. 
3/13/2019 56
COMÉRCIO ELECTRÓNICO
Silicon Valley
❑A região alberga hoje 
muitas das maiores 
empresas de alta 
tecnologia (Google, 
Adobe, Samsung, 
etc);
3/13/2019 57
COMÉRCIO ELECTRÓNICO
Silicon Valley
• A região alberga 39 das 
maiores empresas do grupo 
Fortune 1000, tendo sido 
onde nasceu a tecnologia 
dos circuitos integrados 
fabricados à base de 
silicone, os chamados 
microprocessadores e 
microcomputadores;
• Em 2013 a região 
empregava 250.000 
especialistas de tecnologias 
de informação. 
3/13/2019 58
1.6. COMÉRCIO ELECTRÓNICO
❑Economia tradicional - o 
fluxo de informações era 
físico: dinheiro, cheques, 
facturas, notas de expedição, 
relatórios, reuniões face a 
face, mapas, fotografias, etc. 
❑Nova economia - o fluxo de 
informação é digital -
reduzida em bits 
armazenados em 
computadores e correndo à 
velocidade da luz, através 
das redes.
3/13/2019 59
1.6. COMÉRCIO ELECTRÓNICO
Definição de Comércio Electrónico
Os países da OCDE consideram três dimensões na definição do e-
commerce: redes, processos e actores.
i. As redes através das quais as actividades de e-commerce se
realizam, tendo adoptado duas definições (ampla e estreita):
a) Definição Ampla, de acordo com a qual uma transacção
electrónica é a venda ou a compra de bens e serviços entre
agentes económicos, famílias, indivíduos, governos e outras
organizações públicas ou privadas, conduzida através de redes
operacionalizadas por computadores. Os bens e serviços são
encomendados através destas redes, mas os pagamentos e a
entrega final dos bens e serviços pode ser efectuada online ou
off-line.
3/13/2019 60
1.6. COMÉRCIO ELECTRÓNICO
Definição de Comércio Electrónico
b) Definição Estreita, segundo a qual uma transacção de Internet é a
venda ou a compra de bens e serviços entre agentes económicos,
famílias, indivíduos, governos e outras organizações públicas ou
privadas, conduzida através da Internet. Os bens e serviços são
encomendados através da Internet, mas os pagamentos e a entrega
final dos bens e serviços pode ser efectuada online ou off-line.
Ambas as definições referem-se a transacções entre duas ou mais partes e
envolvem a aceitação das partes em comprar ou vender os bens ou serviços,
o que está de conformidade com o conceito geral de transacção comercial.
Em ambas as definições se usa a palavra “conduzida” e não apenas
“completada”, o que significa que as encomendas electrónicas estão incluídas
na definição independentemente do pagamento se efectuar ou não
electronicamente.
3/13/2019 61
1.6. COMÉRCIO ELECTRÓNICO
Definição de Comércio Electrónico
ii. Os processos a incluir no domínio geral do e-commerce,
respeitantes às actividades ou negócios a incluir ou excluir do
domínio do e-commerce. Dada a contínua importância destes
processos à medida que se atinge a sua maior integração nos
negócios, com grandes benefícios para a produtividade, torna-se
imperioso que as definições os abarquem;
iii. Os actores envolvidos nas transacções de e-commerce, consistindo
em três categorias:
a) Business-to-Business (B2B) – As transacções se realizam entre
agentes económicos, representando cerca de 80% do valor das
transacções electrónicas hoje, sendo aqui onde o e-commerce
proporciona grandes oportunidades de realização de ganhos de
produtividade;
3/13/2019 62
1.6. COMÉRCIO ELECTRÓNICO
Definição de Comércio Electrónico
b) Business-to-Consumer (B2C) – As transacções se realizam
entre os agentes económicos e os consumidores, com um
grande potencial de afectar substancialmente a forma como as
pessoas vivem e interagem umas com as outras, tornando-se,
por isso, num aspecto importante a tomar em conta na medição
estatística do e-commerce;
c) Business-to-Government (B2G) – As transacções se realizam
entre os agentes económicos e o governo. Aqui apenas um
número muito limitado de países realizou até agora um trabalho
relativo à medição do e-commerce B2G.
3/13/2019 63
1.6. COMÉRCIO ELECTRÓNICO
O Comércio Electrónico e os Países em Desenvolvimento
O e-commerce tem um impacto positivo nos negócios:
a) Reduz os custos de transacção;
b) Melhora a afectação de recursos;
c) Aumenta as economias de escala;
d) Melhora a competitividade dos negócios em geral.
Mas há dúvidas quanto ao impacto do e-commerce no crescimento
macroeconómico e no aumento da produtividade, pelo facto de alguns países
que lideram o uso do e-commerce e das TICs em geral terem experimentado
um crescimento significativo do PIB desde 1995, pela via de:
a) Aceleração no crescimento da produtividade;
b) Baixas taxas de desemprego;
c) Baixas taxas de inflação;
d) Uma redução dos défices fiscais.
3/13/2019 64
1.6. COMÉRCIO ELECTRÓNICO
O Comércio Electrónico e os Países em Desenvolvimento
Contudo, as estatísticas de produtividade não proporcionam nenhuma
evidência do impacto directo da Internet e das ICTs nesta aceleração,
fenómeno também conhecido como o paradoxo da produtividade.
Uma avaliação quantitativa realizada em 1997 pela Conferência das Nações
Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) sobre o impacto do e-
commerce na economia global produziu dois cenários:
i) Os países em desenvolvimento ficam tecnologicamente atrás;
ii) Os países em desenvolvimento conseguem cortar etapas e atingir
rapidamente o nível do seus parceiros desenvolvidos.
É uma análise centrada na poupança de custos e assume que o e-commerce
pode reduzir os custos dos serviços no comércio a retalho e a grosso, nos
transportes e nos serviços financeiros.
3/13/2019 65
1.6. COMÉRCIO ELECTRÓNICO
O Comércio Electrónico e os Países em Desenvolvimento
Primeiro cenário:
a) Enquanto os países desenvolvidos vão obter ganhos de bem-estar na
ordem dos US$117 biliões, os países em desenvolvimento, à excepção
da Ásia, vão sofrer uma perda de bem-estar na ordem dos US$726
biliões;
b) A região asiática vai aumentar o seu bem-estar em cerca de US$802
biliões, em especial a partir dos ganhos do sector dos serviços de
transporte;
c) Para além das perdas de PIB e bem-estar, os países em
desenvolvimento vão experimentar uma redução de salários e
deterioração dos termos de troca, tornando-se o e-commerce num factor
adicional de alargamento do fosso entre os países desenvolvidos e em
desenvolvimento.
3/13/2019 66
1.6. COMÉRCIO ELECTRÓNICO
O Comércio Electrónico e os Países em Desenvolvimento
Segundo cenário:
a) A convergência na produtividade nos sectores de serviços permiteque os países
em desenvolvimento aumentem a sua competitividade externa e o volume do
produto, dos salários e do bem-estar;
b) No caso asiático, um aumento de 1% na produtividade nos sectores de serviços,
geraria:
i. Um ganho de US$12 biliões em bem-estar;
ii. Um crescimento do PIB na ordem dos 0.4%;
iii. Um aumento de salários de 0.4%;
iv. Um crescimento das exportações de serviços da ordem dos 2% a 3%;
c) A redução de custos, aumento da eficiência, redução do tempo e das distâncias,
o e-commerce poderia tornar-se num instrumento importante do
desenvolvimento.
Estes seriam, em termos globais, os impactos económicos do e-commerce, segundo
o vaticínio da UNCTAD há 22 anos. E hoje, o que observamos na realidade?
3/13/2019 67
1.6. COMÉRCIO ELECTRÓNICO
O Comércio Electrónico e os Países Menos Avançados (PMAs)
A Terceira Conferência das Nações Unidas sobre os Países Menos
Avançados (PMAs)1, realizada em Bruxelas, Bélgica, em 2001, acordou
na necessidade de identificar:
i. Empresas que aplicaram com sucesso o comércio electrónico (e-
commerce) nas suas operações de negócios;
ii. Potenciais oportunidades de negócios resultando da world wide web
(www) e de tecnologias capacitadas pelo web (web-enabled
technologies);
iii. Parceiros (instituições governamentais e não-governamentais) que
actualmente estão a promover e/ou a apoiar iniciativas de comércio
electrónico ao nível empresarial.
3/13/2019 681: Bangladeche, Camboja, Etiópia, Madagáscar, Moçambique, Myanmar, Nepal, Togo, Uganda e Tanzânia.
1.6. COMÉRCIO ELECTRÓNICO
O Comércio Electrónico e os Países Menos Avançados (PMAs)
❑Um número considerável de empresas foram identificadas, tendo sido
seleccionadas as 16 melhores. Nove foram classificadas como
exemplos de B2B e sete foram classificadas como exemplos de B2C,
tendo-se usado como critérios para identificar as histórias de sucesso:
a extensão do mercado potencial, vantagens de competição
sustentável, gestores qualificados e a capacidade de réplica do modelo
de negócio.
❑Chegou-se também à conclusão de que o grande desafio que as
empresas enfrentam nos PMA não é o aspecto tecnológico do e-
commerce, mas a capacidade de lidar com as mudanças nos
procedimentos que se impõem para se adoptar com sucesso a
estratégia do comércio electrónico.
3/13/2019 69
1.6. COMÉRCIO ELECTRÓNICO
O Comércio Electrónico e os Países Menos Avançados (PMAs)
Os resultados globais daquele trabalho ao nível de cada país, referentes
apenas aos países estudados podem ser assim agrupados: i) A infra-
estrutura física do comércio electrónico; ii) A política e o ambiente
regulador; iii) Recursos institucionais e humanos;
i) A Infra-Estrutura Física do E-Commerce – A qual aborda o
ambiente físico necessário para se levar a cabo uma estratégia de e-
commerce, incluindo os serviços relacionados com a Internet,
telecomunicações e sistemas de pagamentos electrónicos, tendo-se
concluído que ainda há insuficiências em termos de:
a. Disponibilidade da Internet;
b. A qualidade do acesso à Internet (número, fiabilidade,
capacidade, custos e alcance dos serviços dos Provedores dos
Serviços de Internet (PSIs);
3/13/2019 70
1.6. COMÉRCIO ELECTRÓNICO
O Comércio Electrónico e os Países Menos Avançados (PMAs)
c. Disponibilidade e qualidade das telecomunicações, em particular nas
zonas rurais;
d. Custos relativamente altos das telecomunicações locais (cerca de $10c
por minuto);
e. Uma correlação entre disponibilidade e qualidade do acesso à
Internet;
f. Penetração de cafés Internet;
ii. Política e Ambiente Regulador – O qual aborda as políticas ou
regulamentos que mais facilitam ou impedem as empresas de se
engajarem no comércio electrónico. Registam-se vários estágios de
liberalização dos seus ambientes de telecomunicações. Nenhum dos
países visitados tem uma política de e-commerce em vigor, à excepção
de Moçambique e do Bangladeche;
3/13/2019 71
1.6. COMÉRCIO ELECTRÓNICO
O Comércio Electrónico e os Países Menos Avançados (PMAs)
iii) Recursos Institucionais e Humanos – O qual aborda a base de
habilidades nacionais e os recursos para o desenvolvimento de
capacidades necessárias para as empresas se engajarem nas
estratégias de e-commerce. Muitas das universidades nacionais dos
países visitados têm prestado alguma atenção à Internet, às tecnologias
de informação e a assuntos relacionados com e-commerce. À excepção
do Bangladeche e possivelmente Nepal, quase todos os PMAs visitados
não têm capacidade de desenvolver softwares.
3/13/2019 72
FUNÇÕES DO E-COMMERCE
❑Interacção com os clientes
❑Escolha de produtos
❑Contrato e negociação
❑Entrega
❑Pagamento
❑Facturação
❑Suporte ao cliente
❑Publicidade
3/13/2019 73
CONSEQUÊNCIAS DO E-COMMERCE
❑Profundas alterações ao nível das estruturas e do funcionamento de
todo o sector do comércio e distribuição;
❑Aumento global da concorrência, cujos principais beneficiários são os
consumidores;
❑Redução de custos de transacção - redução de custos para obtenção
de informação sobre preços e produtos;
❑A nova economia está a criar tendências desafiantes, exigindo que as
organizações repensem as suas missões;
❑Ambientes virtuais e vários outros factores estão a pressionar a
estrutura de custos das grandes empresas;
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CONSEQUÊNCIAS DO E-COMMERCE
❑O tempo para alcançar o mercado é crítico, quando os produtos têm
uma vida competitiva de um ano, um mês, uma semana ou algumas
horas, como no caso de produtos financeiros;
❑A inovação, mais que o acesso a recursos ou capital, tem se tornado
crítica.
❑Os clientes têm mudado, criando a expectativa de que as empresas
precisam prover melhor qualidade, produtos adequados, rapidez, menor
preço, com melhor serviço e garantia de responsabilidade social.
3/13/2019 75
DIVISÕES DO COMÉRCIO
1. Comércio Interno: Aquele que se realiza entre pessoas singulares ou colectivas
de um país:
a) Com as mercadorias e serviços existentes nesse país;
b) A mercadoria é tramitada do vendedor pelo comprador de forma directa;
c) Realiza-se dentro dum país;
d) O Estado regula a transferência de propriedade, mas não interfere no
concernente à posse ou propriedade do produto comercializado, salvo em
casos excepcionais.
2. Comércio Externo: É o que se realiza entre pessoas singulares ou colectivas de
um país e as de outros países:
a) Utilizando as respectivas mercadorias ou serviços;
b) É relativo à importação e exportação;
c) O conjunto normativo que define uma operação de importação ou
exportação divide-se em normas de comércio externo do próprio país e
normas de comércio internacional.
3/13/2019 76
COMÉRCIO EXTERNO E COMÉRCIO INTERNACIONAL
❑As normas de comércio externo são aquelas emanadas dos órgãos do
executivo do país em causa, que disciplinam a entrada de mercadorias
provenientes do exterior e a saída de mercadorias do território nacional, com
suas repercussões nas áreas tributária, administrativa, comercial, aduaneira
e financeira;
❑As normas de comércio internacional são aquelas que se aplicam,
uniformemente, a mais de um país, visando a facilitação dos negócios
internacionais;
❑As regras são disciplinadas através de acordos e tratados entre dois ou
mais países ou criadas a partir de organismos internacionais como a
Organização das Nações Unidas (ONU), Câmara de Comércio Internacional
(CCI) e ou a Organização Mundial do Comércio (OMC);
❑A realização de qualquer negócio de importação ou exportação resultará 
sempre no estudo de três conjuntos normativos: 
❑Comércio internacional,
❑Comércio externo do país e,
❑Comércio externo do país com o qual se está negociando.
3/13/2019 77
DIVISÕES DO COMÉRCIO
EXPORTAÇÃO NORMAL – Também designada por exportação
definitiva, é a saída de produtos nacionais ou nacionalizados de um país
para o outro com o intuito de os vender;
EXPORTAÇÃO TEMPORÁRIA – É a operação de saída de bens
nacionais ou nacionalizados do país, condicionada à reimportação no
prazo de um ano, podendo ser prorrogado por igual período e, em casos
especiais, até 5 anos. Normalmente, estes bens pagam um depósito em
dinheiroàs autoridades alfandegarias ou apresenta uma garantia
bancária, o qual é restituído aos interessados logo que os bens
regressem ao país. Esta modalidade abrange:
a) Produtos para exposição em feiras internacionais;
b) Quadros, esculturas e outras obras de arte para exposição no
estrangeiro;
3/13/2019 78
DIVISÕES DO COMÉRCIO
c) Bens para reparação, conserto ou restauração no estrangeiro;
d) Amostras comerciais, na condição de retornarem integralmente.
REEXPORTAÇÃO – Saída para o estrangeiro bens provenientes de um
terceiro país e não destinados ao consumo no país reexportador. Os
bens neste regime não pagam direitos; o país que faz a reexportação
beneficia dos lucros resultantes da diferença de preços
(exportação/importação) e de receitas de tráfego, armazenagem e
manuseamento da carga. Exemplos: Moçambique importa mercadorias
da África do Sul para reexporta-las para a Zâmbia. Para a Zâmbia pode
ser mais vantajoso no sentido da importação que ela faz de Moçambique
sair mais barata em relação a uma importação directamente da África do
Sul. Moçambique ganha na armazenagem, manuseamento ferro-
portuário e no tráfego das mercadorias.
3/13/2019 79
DIVISÕES DO COMÉRCIO
IMPORTAÇÃO NORMAL – Também designada por importação definitiva
ou importação propriamente dita, consiste na entrada num país de
mercadorias provenientes de outros países e que se destinam ao
consumo dos habitantes do país importador;
IMPORTAÇÃO EM TRÂNSITO OU TEMPORÁRIA – É a entrada de
mercadorias provenientes de outros países e que se destinam ao
consumo num terceiro país. A importação em trânsito é uma simples
passagem de mercadorias por um país que normalmente dispõe de
condições especiais, quer naturais quer em termos de infra-estruturas
(porto natural, armazéns, equipamento de movimentação de carga). Este
comércio chama-se também importação temporária (não há
transformação) por um período de tempo acordado. Findo esse período,
se as mercadorias não forem reexportadas, haverá lugar à cobrança de
direitos aduaneiros.
3/13/2019 80
DIVISÕES DO COMÉRCIO
REIMPORTAÇÃO – É o retorno ao país de mercadorias exportadas
temporariamente. Tem a grande desvantagem de as mercadorias
voltarem danificadas ou então trocadas por outras que não
correspondem às verdadeiras.
BALDEAÇÃO – É o transbordo de toda ou parte da carga de um navio
para o outro dentro das águas territoriais de um dado país. Geralmente
não há lugar à cobrança de direitos aduaneiros sobre a carga baldeada;
COMÉRCIO ESPECIAL – É toda a importação para consumo ou em
regime de draubaque ou ainda as mercadorias que, estando em regime
de armazém alfandegado tenha sofrido uma transformação e inclui toda
a exportação de mercadorias nacionais ou nacionalizadas, quer por
terem sido despachadas para consumo, quer por terem sofrido uma
transformação em regime de draubaque ou de armazém alfandegado.
3/13/2019 81
DIVISÕES DO COMÉRCIO
COMÉRCIO GERAL – É composto pelo comércio especial mais o
transito indirecto, ou seja todas as mercadorias que entram no país
apenas para serem exportadas sem serem submetidas a operações de
transformação física ou química;
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OS TERMOS DE TROCA
O Significado dos Termos de Troca
Os termos de troca são o rácio do preço
médio das exportações sobre o preço
médio das importações multiplicado por
100. Podem ser medidos também como
o rácio do índice de preços de
exportação sobre o índice de preços de
importação multiplicado por 100, como
se indica a seguir:
ITT=(IPX/IPM)*100, onde:
ITT = Índice dos Termos de Troca;
IPX = Índice dos Preços de Exportação;
IPM = Índice dos Preços de Importação.
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. OS TERMOS DE TROCA
OS TERMOS DE TROCA
O Significado dos Termos de Troca
Os termos de troca de um país
melhoram quando o seu rácio aumenta
e pioram quando o seu rácio diminui.
Isto significa que:
a) Quando os preços das
exportações sobem mais depressa
em relação aos preços das
importações diz-se que os termos
de troca melhoram;
b) Quando os preços das
importações sobem mais depressa
em relação aos das exportações,
diz-se que os termos de troca
pioram ou deterioram-se;
3/13/2019 84
. OS TERMOS DE TROCA
OS TERMOS DE TROCA
O Significado dos Termos de Troca
Os termos de troca de um país podem ser
favoráveis ou desfavoráveis.
Termos de Troca Favoráveis – Quando o seu
índice ou rácio cresce. Por exemplo: se os
preços das exportações crescem em 15% e os
preços das importações crescem em apenas
5%, o ITT = 115/105*100 = 109.5%. Então, os
Termos de Troca foram favoráveis, pois
cresceram de 100% para 109.5% no período
em análise;
Termos de Troca Desfavoráveis – Quando o
seu índice ou rácio decresce. Suponhamos
que os preços das exportações crescem
em14% e os das importações em 20%, o ITT
= 114/120*100 = 95%. Então, os TT foram
desfavoráveis ao descerem de 100% para
95%.
3/13/2019 85
. OS TERMOS DE TROCA
OS TERMOS DE TROCA
Identifique na Tabela abaixo os exemplos de Termos de Troca favoráveis e desfavoráveis e explique 
o seu significado
3/13/2019 86
País
Exemplos de Termos de Troca (2005-2015)
2000 = 100
2005 2010 2015
IPE IPI ITT IPE IPI ITT IPE IPI ITT
África do Sul 158 143 111 248 176 141 183 137 133
Austrália 189 135 140 294 166 177 252 162 156
Brasil 120 122 99 197 157 125 166 154 108
Canada 127 113 112 153 130 118 131 122 108
China 108 122 88 123 149 82 135 145 93
Coreia do Sul 98 125 78 96 159 60 80 137 59
Estados Unidos da América 107 110 97 123 127 97 124 128 97
Japão 109 115 95 138 158 87 125 143 87
Moçambique 131 126 104 182 174 105 150 163 92
Mundo 130 126 103 167 156 107 162 149 109
Reino Unido 141 136 104 174 100 173 165 105 157
Suíça 140 108 129 189 121 156 197 169 117
IPX = Índice de Preços de Exportação
IPM = Índice de Preços de Importação
ITT = Índice dos Termos de Troca
OS TERMOS DE TROCA
A TESE DE PREBISH-SINGER
Raul Prebish, economista argentino conhecido pela sua contribuição para a
formulação da Tese de Prebish-Singer, em 1950, a qual constituiu uma base
para alimentar a Teoria da Dependência Económica. Nasceu na Argentina em
17/04/1901 e morreu no Chile em 1986. Estudou na Universidade de Buenos
Aires, Argentina, tendo exercido, para além da docência, várias funções,
incluindo a de Secretário da Fazenda no governo argentino e de Director
Executivo da Comissão Económica das Nações Unidas para a América Latina.
Hans Wolfgang Singer, economista alemão, conhecido pela sua contribuição
para a formulação da Tese Prebish-Singer, em 1950. Nasceu na Alemanha
em 29/11/1910 e morreu em Brighton, Inglaterra, em 26/02/2006. Formado em
Economia do Desenvolvimento na Universidade de Bona, Alemanha, tendo-se
dedicado a várias actividades de pesquisa e docência na Alemanha e na
Inglaterra. Adquiriu a nacionalidade britânica em 1946 com o apoio de John
M. Keynes e, em 1947 ingressou no Departamento de Economia das Nações
Unidas, onde trabalhou durante mais de duas décadas.
3/13/2019 87
OS TERMOS DE TROCA
A TESE DE PREBISH-SINGER
Embora não tivessem realizado pesquisas em conjunto, os dois
economistas chegaram à mesma conclusão de que os termos de troca
dos países em desenvolvimento têm uma tendência secular de diminuir.
Os países em desenvolvimento do sul (economias periféricas) são
abundantes em mão-de-obra. Na produção de produtos primários
emprega-se intensivamente a mão-de-obra. Então, os países do sul
especializam-se na produção e exportação de produtos primários ou
produtos de base.
Em contrapartida, os países do norte (economias centrais poderosas)
são relativamente abundantes em capital. Na produção de produtos
manufacturados emprega-se intensivamente o capital. Então, os países
do norte especializam-se na produção e exportação de produtos
manufacturados.
3/13/2019 88
OS TERMOS DE TROCA
A TESE DE PREBISH-SINGER
A tendência de deterioração dos termos de troca nos países do sul é
explicada pelas características estruturais dos mercados mundiais de
produtos de base e dos produtos manufacturados:
a) A procura de produtos de base é inelástica em relação ao
rendimento (lei de Engel), pois àmedida que o rendimento cresce
nos países do norte, a procura de produtos de base cresce menos
proporcionalmente ou simplesmente não cresce (efeito substituição);
b) Esta situação produz uma baixa nos preços que é agravada pelo
facto de que os mercados mundiais destes produtos são altamente
competitivos;
c) A essência da Tese de Prebish-Singer é que os países da periferia,
especialmente os PMAs, têm que exportar quantidades cada vez
maiores dos seus produtos de base para conseguirem importar as
mesmas quantidades de produtos manufacturados dos países do
centro.
3/13/2019 89
OS TERMOS DE TROCA
A TESE DE PREBISH-SINGER
d) Em contraste, os mercados mundiais de produtos manufacturados
são dominados pelas multinacionais e mercados não competitivos,
onde os preços são controlados por grupos económicos cartelizados;
e) Por outro lado, a procura de produtos manufacturados é elástica em
relação ao rendimento, isto é, à medida que o rendimento aumenta,
a procura destes produtos aumenta mais do que proporcionalmente;
f) Com os países desenvolvidos a especializarem-se na produção de
produtos manufacturados os países em desenvolvimento
(especialmente os PMAs) a especializarem-se na produção de
produtos de base, toda a dinâmica (força de trabalho melhor
treinada, inovações, preços das exportações mais elevados e mais
estáveis, melhor PIB per capita, etc.) beneficia os países
desenvolvidos, deixando os países em desenvolvimento cada vez
mais pobres e mais dependentes.
3/13/2019 90
OS TERMOS DE TROCA
A TESE DE PREBISH-SINGER
Resumo dos Pressupostos da Tese:
a) À medida que o rendimento cresce nos países desenvolvidos, o padrão da
procura desloca-se dos produtos de base para os produtos manufacturados,
por efeito-substituição ou Lei de Engel;
b) A procura de produtos nos países desenvolvidos cresce muito lentamente;
c) O mercado de exportação dos produtos de base é competitivo;
d) O mercado de exportação dos produtos manufacturados é monopolístico;
e) Os salários e os preços nos países da periferia são baixos;
f) O aparecimento de substitutos dos produtos de base reduz a sua procura;
g) O beneficio do aumento da produtividade não é transmitido pelos produtores
dos produtos manufacturados nos países do centro para os países da
periferia através de preços mais baixos;
h) O elevado endividamento dos países da periferia, combinado com a falácia
da composição dos seus produtos de exportação agravam ainda mais a
deterioração dos seus termos de troca.
3/13/2019 91
MERCADO
❑Mercado é um local ou espaço geográfico e/ou virtual onde se realizam 
operações comerciais e financeiras sobre bens e serviços;
❑Ex: mercado da baixa, mercado da região austral de África, mercado
nacional, mercado regional, mercado internacional, mercado financeiro,
entre outros;
❑Os mercados formam-se de maneira diferente e têm características
específicas, consoante se trata de países capitalistas ou socialistas;
❑Os bens e serviços devem ser colocados a tempo e horas no mercado;
3/13/2019 92
OS MERCADOS EM GERAL E SEUS MECANISMOS
❑A Lei da Procura e Oferta
❑Numa economia de mercado, o sistema de preços e o mecanismo da lei da oferta e
da procura, que funcionam como categorias autónomas e auto-reguladoras,
determinam os níveis de produção e de preços que devem entrar e vigorar no
mercado;
❑O objectivo do comércio neste sistema é ganhar dinheiro. As empresas têm os seus
planos individuais, mas não há um plano geral nacional que coordene todos os planos
empresariais com carácter obrigatório; então cada uma procura meter-se no negócio
que rende mais, ainda que isso possa prejudicar ou levar à falência outras empresas
do ramo;
❑A atitude mais normal das empresas que funcionam numa economia de mercado é
procurarem aumentar os preços do produto que está sendo mais procurado na mira de
conseguirem aumentar ainda mais os seus lucros e também para deterem as
exigências da procura porque a certa altura poderão deixar de ter capacidade de
responder à pressão do mercado.
3/13/2019 93
OS MERCADOS EM GERAL E SEUS MECANISMOS
Em economia diz-se que a
procura é uma função do
preço (depende do preço); a
maneira como ela se relaciona
com o preço ou, dito doutro
modo, o andamento da função
de procura é decrescente, no
sentido de que para preços
altos a procura diminui e para
preços baixos ela aumenta;
3/13/2019 94
OS MERCADOS EM GERAL E SEUS MECANISMOS
Olhando agora para o lado da
oferta, vemos que, por definição,
oferta é a quantidade de
produtos que os vendedores
colocam no mercado a um
determinado preço, o que
representa a posição contrária
(de vendedor);
Os vendedores reagem conforme
os preços: a um preço alto
colocam mais produtos; se os
preços baixam eles estão
dispostos a vender menores
quantidades.
3/13/2019 95
OS MERCADOS EM GERAL E SEUS MECANISMOS
Então diz-se em linguagem
económica que a curva da
oferta ou a função oferta tem
inclinação positiva (ou
crescente) no sentido de que
quanto mais altos forem os
preços maiores são as
quantidades oferecidas pelos
vendedores.
3/13/2019 96
OS MERCADOS EM GERAL E SEUS MECANISMOS
3/13/2019 97
O ponto E, de cruzamento entre as
funções da procura e da oferta,
traduz o equilíbrio de mercado, isto
é, ao preço Pm tanto os
compradores como os vendedores
estão dispostos a negociar a
quantidade Qm (significa que, em
princípio, não há contradições de
interesses);
Se os vendedores sobem o preço
para P1 há rotura do equilíbrio,
isto é, começa a haver
contradições entre os vendedores
e os compradores;
OS MERCADOS EM GERAL E SEUS MECANISMOS
3/13/2019 98
Ao preço P1 há excesso de oferta
em relação à procura, medido por
(Q1´-Q1) e alguns vendedores vão
baixar o preço para poderem vender
mais quantidades e os restantes
vendedores, para não ficarem atrás,
acabarão por fazer o mesmo. Alguns
compradores passam a aceitar o
novo preço ajustado. No decorrer do
processo todos os compradores que
constituem a procura global passarão
a comprar ao novo preço e assim
sucessivamente, até que surja um
novo equilíbrio.
OS MERCADOS EM GERAL E SEUS MECANISMOS
Os Mercados em Sentido Restrito
Em muitos países, a ideia de mercado está associada ao lugar onde se vendem bens
comestíveis e outros géneros, geralmente frescos. Resulta desta ideia a definição que
se ensina nas escolas comercias: “Os mercados ou praças são os locais certos onde
em dias e a horas fixas se vendem ao público géneros vindos de fora que se têm, em
regra, de consumir frescos ou em bom estado de conservação”.
Os mercados funcionam todos os dias, a horas regulamentares, nas cidades. Nas
localidades menos populosas funcionam três, duas ou uma vez por semana, consoante
a importância de cada uma.
A organização dos mercados, a fixação do aluguer do espaço de cada vendedor, bem
assim a fiscalização que neles se exerce cabem aos Conselhos Autárquicos, embora,
por vezes concedam às sociedades comerciais, mediante certas condições, o privilégio
da exploração.
É nestes mercados que a lei da oferta e da procura realizam melhor o papel de
autorregulador dos preços, sendo daí que em linguagem económica os países
capitalistas também sejam designados por países de economia de mercado.
3/13/2019 99
OS MERCADOS EM GERAL E SEUS MECANISMOS
Formas de Mercado:
Nas economias capitalistas podemos distinguir os seguintes tipos de mercado:
❑Concorrência perfeita (ou pura);
❑Monopólio bilateral;
❑Monopólio;
❑Monopsónio;
❑Oligopólio.
❑Para maior facilidade de estudo, apresenta-se:
❑Primeiro: Um mapa com as principais formas de mercado segundo o critério da
dimensão das empresas;
❑Segundo: Um mapa-resumo (com as diferentes situações de mercado segundo
critérios de identificação mais alargados);
❑Terceiro: Um esquema que mostra a amplitude das formas de competição;
❑Quarto: Uma descrição sumária das situações de mercado mais correntes.
3/13/2019 100
FORMAS DE MERCADO SEGUNDO O CRITÉRIO DE DIMENSÃO DAS EMPRESAS 
1. Formas de mercado (Ponto de vista do critério "DIMENSÃO") 
 
Oferta Muitas Unidades 
PEQUENAS 
Uma Unidade 
GRANDE 
AlgumasUnidades 
GRANDES Procura 
Muitas Unidades 
PEQUENAS 
CONCORRÊNCIA 
BILATERAL 
MONOPÓLIO OLIGOPÓLIO 
Uma Unidade 
GRANDE 
MONOPSÓNIO MONOPÓLIO 
BILATERAL 
MONOPSÓNIO 
LIMITADO 
Algumas Unidades 
GRANDES 
OLIGOPSÓNIO MONOPÓLIO 
LIMITADO 
OLIGOPÓLIO 
BILATERAL 
 
Nota: Na Inglaterra, segundo J. Beardshaw in Economics, "Legalmente falando uma organização 
pode ser tratada como um monopólio de acordo com a Lei Fair Trading de 1973 se ela tem mais 
do que 25% do mercado" 
3/13/2019 101
FORMAS DE MERCADO SEGUNDO 
O CRITÉRIO DA DIMENSÃO DAS EMPRESAS 
3/13/2019 102
2. Mapa resumo 
 
Situações Concorrência 
Pura 
Concorrência imperfeita Monopólio 
Critérios Concorrência 
monopolística 
Oligopólio 
Nº de empresas 
(1) 
MUITAS MUITAS ALGUMAS UMA 
Dimensão Pequenas Pequenas GRANDES GRANDE 
Produto Similar DIREFENCIA
DO 
- - 
Comportamento 
(2) 
Ajustamentos 
de quantidades 
(3) 
Polipolístico 
(4) 
Oligopolístico 
(5) 
Monopolístico 
(6) 
Domínio sobre 
o preço 
Nulo Reduzido Grande Quase total 
Possibilidade de 
entrada 
Fácil Relativa/ Fácil Difícil Dificílima 
 
(1) Trata-se de nº de empresas a VENDER 
(2) Ou métodos de marketing 
(3) A empresas tomam o preço como um dado 
(4) q1(p1,pi) em que i = 2, 3, 4, ……….n 
(5) q1p1, pi*(p1) 
(6) q1(p1) 
 
3. Amplitude das formas (ou tipos) de competição 
FORMAS DE MERCADO SEGUNDO 
O CRITÉRIO DA DIMENSÃO DAS EMPRESAS 
a) Concorrência perfeita (ou pura)
❑Em mercado de concorrência perfeita há muitas empresas, em geral de dimensão
reduzida, cada uma delas sem força ou capacidade suficiente para impor as suas
regras de jogo. Cada uma luta por conseguir o máximo de lucro e sobreviver no
mercado, ainda que isso implique inviabilizar ou mesmo sufocar a actividade do
parceiro;
❑A importância das unidades empresariais mede-se normalmente pelo volume de
vendas anual em relação ao mercado total ou do sector; o número de
trabalhadores também costuma ser um indicador bastante significativo da
importância e poderio das empresas;
❑Podemos afirmar que um mercado de concorrência perfeita só existe em teoria.
Com efeito, este tipo de mercado, por definição, exige que os concorrentes
possam fixar os preços à sua livre vontade, tenham a liberdade de negociar as
quantidades que quiserem e que os produtos sejam homogéneos (isto é, sejam
iguais ou sendo diferentes satisfaçam exactamente as mesmas necessidades).
3/13/2019 103
FORMAS DE MERCADO SEGUNDO 
O CRITÉRIO DA DIMENSÃO DAS EMPRESAS 
b) Concorrência imperfeita - A chamada concorrência imperfeita corresponde a
situações mais realistas. Há vários tipos dos quais destacamos os seguintes:
❑Monopólio bilateral - Um só comprador e um só vendedor. Acontece muito
poucas vezes e dá-se quando no mercado há um só vendedor a lançar um
determinado produto e por outro lado um só comprador a "disputar" o referido
produto. Suponhamos o caso mais simples de idealizar de um único construtor de
uma cidade a fazer pontes aéreas sobre estradas para o Estado. Há um
monopólio na procura (o Estado) e na oferta (o construtor).
❑Monopólio - É o termo mais conhecido e designa aquelas situações em que uma
única empresa vendedora domina o mercado que é constituído por um grande
número de empresas e pessoas compradoras; portanto do lado da oferta, uma só
unidade e do lado da procura, um sem número de unidades. Na prática os
monopólios puros são muito raros. Mais frequentes são os casos de fornecimentos
de bens e serviços públicos por parte do Estado. Como exemplos em muitos
países tem-se os caso de água, luz, telefones correios, transportes públicos,
prisões, parques e jardins públicos;
3/13/2019 104
FORMAS DE MERCADO SEGUNDO 
O CRITÉRIO DA DIMENSÃO DAS EMPRESAS 
b) Concorrência imperfeita (continuação) - A chamada concorrência
imperfeita corresponde a situações mais realistas. Há vários tipos dos
quais destacamos os seguintes:
❑Monopsónio - É uma situação inversa da do monopólio e que se
traduz por existir um único comprador que se defronta no mercado com
uma pluralidade de vendedores. É o exemplo adaptado do construtor
de pontes; no monopsónio há vários construtores (oferta) e um só
utilizador, o Estado (procura).
❑ Oligopólio - A característica essencial é existir um pequeno grupo de
vendedores a dominar o mercado onde há uma procura atomística, isto
é, um grande número de compradores sem poder ou capacidade de
exercer qualquer tipo de influência.
3/13/2019 105

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