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A história dos Direitos Humanos no Brasil está vinculada a história das constituições brasileiras

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A história dos Direitos Humanos no Brasil está vinculada a história das constituições brasileiras.
De acordo com a Constituição Imperial Brasileira de 1824, a inviolabilidade dos direitos civis e políticos baseavam-se na liberdade, na segurança individual e, como não poderia deixar de ser, na propriedade. 
A constituição de 24 de fevereiro de 1091 instituiu o sufrágio direto para a eleição dos deputados, senadores, presidente e vice-presidente da República, no entanto, determinava, também, que os mendigos, os analfabetos, os religiosos, não poderiam exercer tais direitos políticos. 
A Revolução de 1930 provocou um total desrespeito aos Direitos Humanos, que foram praticamente esquecidos. O Congresso Nacional e as Câmaras Municipais foram dissolvidos, a magistratura perdeu suas garantias. 
No "Estado Novo" foram criados os tão polêmicos Tribunais de exceção, que tinham a competência para julgar os crimes contra a segurança do Estado. 
Com a Constituição de 1946, o país foi "redemocratizado", já que essa constituição restaurou os direitos e garantias individuais, sendo estes, até mesmo ampliados, do mesmo modo que os direitos sociais. De acordo com estes, foi proibido o trabalho noturno a menores de 18 anos. 
A Constituição de 1967, porém, trouxe inúmeros retrocessos, suprimindo a liberdade de publicação, tornando restrito o direito de reunião, estabelecendo foro militar para os civis, mantendo todas as punições e arbitrariedades decretadas pelos Atos Institucionais. 
O AI-5 trouxe de volta todos os poderes discricionários do Presidente, estabelecidos pelo AI-2, além de ampliar tais arbitrariedades, dando ao governo a prerrogativa de confiscar bens.
O processo de aderência ao que se costuma chamar de Direitos Humanos ou Direito Internacional do Homem, no Brasil veio a ganhar força após o processo de democratização do país, sobretudo com o advento da Constituição de 1988, na qual se consagra como um de seus princípios o primado dos Direitos Humanos, pode-se efetivamente assegurar a existência de direitos de tal ordem, sendo sua implementação apenas questão de tempo. Nesse momento, o país passa a tomar assento na comunidade internacional, participando do movimento de abertura dos direitos humanos e redefinindo seu papel junto aos nacionais nesse âmbito. 
A Constituição de 1988 fixou os direitos humanos como um dos princípios que devem reger as relações internacionais do Brasil (artigo 4º, inciso II). O texto reconhece ainda, como tendo status constitucional, os direitos e garantias contidos nos tratados internacionais ratificados pelo Brasil, que não tenham sido incluídos no artigo 5º da Constituição. 
O que são Direitos Humanos e qual a sua importância no mundo atual? 
Direitos Humanos são o conjunto de normas subjetivas e adjetivas do Direito Internacional que tem por finalidade assegurar ao indivíduo, de qualquer nacionalidade, inclusive apátrida, e independente da jurisdição em que se encontre, os meios de defesa contra as abusos e desvios de poder praticados por qualquer Estado e a correspondente reparação quando não for possível prevenir a lesão. 
BILDER, por sua vez, considera que o Direito Internacional dos Direitos Humanos consiste em "um sistema de normas, procedimentos e instituições internacionais desenvolvidos para implementar esta concepção e promover o respeito dos direitos humanos em todos os países, no âmbito mundial". 
Trata-se de uma forma abreviada e genérica de se referir a um conjunto de exigências e enunciados jurídicos que são superiores aos demais direitos, quer por entendermos que estão garantidos por normas jurídicas superiores, ou por entendermos que são direitos inerentes ao ser humano. 
Inerentes no sentido de que não são meras concessões da sociedade política, mas nascem com o homem, fazem parte da própria natureza humana e da dignidade que lhe é intrínseca; e são fundamentais, porque sem eles o homem não é capaz de existir, de se desenvolver e participar plenamente da vida; e são universais, porque exigíveis de qualquer autoridade política em qualquer lugar. Eles representam as condições mínimas necessárias para uma vida digna. 
Portanto só é possível construir uma relação respeitável entre os indivíduos, se houver uma conscientização dos atos que serão cometidos, prevendo seus reflexos e conseqüências e entendendo que as pessoas são iguais em direitos, e todos merecem o mesmo respeito. 
A política dos direitos humanos dentro do cenário das políticas públicas, em especial, das políticas educacionais, possui um importante papel na luta pela minimização da criminalidade, da violência, da miséria, das violações aos direitos humanos 
O Direito Internacional dos Direitos Humanos tem como principal finalidade a promoção e a proteção efetivas da dignidade de toda pessoa humana, numa perspectiva internacional/universal, conforme afirma MORAES: 
“A necessidade primordial de proteção e efetividade aos direitos humanos possibilitou, em nível internacional, o surgimento de uma disciplina autônoma ao direito internacional público, denominada Direito Internacional dos Direitos Humanos, cuja finalidade precípua consiste na concretização da plena eficácia dos direitos humanos fundamentais, por meio de normas gerais tuteladoras de bens da vida primordiais (dignidade, vida, segurança, liberdade, honra, moral, entre outros) e previsões de instrumentos políticos e jurídicos de implementação dos mesmos” 
Qual o objeto dos Direitos Humanos? 
Sabe-se que a matéria ou assunto do qual o direito trata recebe o nome de objeto de direito. 
Com efeito, a história dos direitos humanos pode ser vista como um 
processo de expansão dos sujeitos de direitos e dos objetos correspondentes. 
Os primeiros direitos humanos, que surgiram no século XVIII, são os 
chamados direitos civis e políticos. Os sujeitos destes direitos são os indivíduos; objetos sobre os quais eles versam, por sua vez, são as liberdades individuais (liberdade de ir e vir, liberdade de expressão, liberdade de crença 
etc.). Por isso mesmo os direitos civis e políticos são também conhecidos como 
“direitos-liberdade”. 
No século XIX, por sua vez, apareceram os direitos sociais, econômicos 
e culturais, cujos sujeitos são também os indivíduos, só que agora considerados do ponto de vista coletivo e no plano da distribuição dos recursos sociais. São os chamados “direitos-prestação”, posto que exigem uma intervenção por parte do Estado de maneira a suprir as necessidades mais básicasdos indivíduos e a propiciar o próprio exercício das liberdades individuais. 
O século XX foi o mais rico do ponto de vista da expansão dos direitos 
humanos. Nele surgiram os “direitos difusos”, assim denominados porque 
não têm um sujeito específico, mas interessam à humanidade como um todo 
(direito ao desenvolvimento, direito à paz, direito ao meio ambiente protegido 
etc.). Posteriormente, o mesmo século deu lugar a direitos mais “exóticos” 
que tratam dos animais, da natureza e dos embriões, por exemplo. 
Pode-se dizer que os sujeitos dos direitos humanos conheceram ao longo da história não apenas uma expansão, mas também um interessante processo de especificação. Os direitos humanos clássicos não valorizavam os elementos de diferenciação de um indivíduo com relação ao outro (gênero, raça, idade, opção sexual etc.), mas concebiam seus titulares de forma genérica e abstrata (o homem, o cidadão etc.). Na contemporaneidade, ao contrário, os direitoshumanos tendem a vislumbrar os sujeitos de forma concreta e particular, isto é, como indivíduos historicamente situados, inseridos numa estrutura social, e portadores de necessidades específicas. Daí falarmos de “direitos das mulheres”, “direitos das crianças”, “direitos dos portadores de deficiência” e “direitos dos homossexuais”, dentre outros. 
Há distinção entre Direitos Humanos, Direitos do Homem, Direitos Fundamentais, Direitos Subjetivos, Liberdades Públicas, Direitos da Pessoa Humana e Direitos de Personalidade? 
Alguns estudiosos consideram que esses termos são significados, outros; por sua vez,os diferenciam. Tentarei mostrar as diferenças abaixo: 
Os direitos humanos são os direitos e liberdades básicos de todos os seres humanos. Normalmente o conceito de direitos humanos tem a idéia também de liberdade de pensamento e de expressão, e a igualdade perante a lei. 
O termo direitos fundamentais é aplicado àqueles direitos do ser humano reconhecidos e positivados na esfera do direito constitucional positivo de um determinado Estado (caráter nacional). Ele difere-se do termo direitos humanos, com o qual é frequentemente confundido e utilizado como sinônimo, na medida em que este se aplica aos direitos reconhecidos ao ser humano como tal pelo Direito Internacional por meio de tratados, e que aspiram à validade universal, para todos os povos e tempos, tendo, portanto, validade independentemente de sua positivação em uma determinada ordem constitucional (caráter supranacional). 
Direito subjetivo (direito do sujeito, lato sensu) é a vantagem conferida ao sujeito de relação jurídica, em decorrência da incidência da norma jurídica ao fato jurídico gerador por ela considerado (suporte fático). O dever jurídico, contraposto ao direito subjetivo, será, por conseguinte, a desvantagem a ser suportada pelo outro sujeito afetado pela incidência da norma no suporte fático. Logo, direito subjetivo é uma posição jurídica vantajosa assente no direito objetivo. 
As expressões "direitos do homem", "direitos fundamentais" e "liberdades públicas" têm sido, equivocadamente, usadas indistintamente como sinônimos. Em verdade, guardam, entre si, de rigor, apenas um núcleo comum: a liberdade. 
Não é definível nem passível de conceituação a liberdade humana. Na bela percepção desse notável sociólogo francês: 
Não se pode deduzir nem explicar a liberdade humana, nem tampouco tirá-la de uma construção qualquer. Pode-se tão-somente prová-la, vivê-la, experimentá-la e, após, descrevê-la. Ela é uma propriedade, uma qualidade primordial, irredutível da existência humana, tanto coletiva quanto individual, flama subjacente a toda obra, ação, reação, conduta, realização. Ela pressupõe obstáculos a superar, resistências a vencer, barreiras a derrubar, realizações a ultrapassar, situações a transformar. Ela é uma liberdade situada, liberdade incrustada no real. Ela é uma liberdade sob condição, liberdade relativa66. 
Embora, como visto, não tenham o mesmo significado, já que assentam em conteúdos diversos, representam elas, a nosso ver, a experiência de culturas e realidades próprias de determinados povos, na incessante marcha de libertação do homem. No sentido técnico-jurídico são as liberdades públicas direitos subjetivos oponíveis ao Estado, dos quais o interesse individual, coletivo ou difuso são objeto. Não que as liberdades públicas sejam inoponíveis à particulares, porém a sua destinação imediata é uma atuação do Estado. 
Que reflexão pode ser extraída da frase que Fabio Konder Comparato pronunciou no artigo "Direitos Humanos no Brasil: o passado e o futuro" (anexo): "Não se esqueça que o direito do trabalho e a previdência social foram um simples complemento social à política de industrialização, encetada no País a partir de 1930. 
Destaca-se uma parte importante do texto para o entendimento da frase acima destacada: 
“o contrário do sucedido na América do Norte, a colonização no Brasil sempre foi uma empresa mercantil sustentada pelo Estado. Em momento algum a sociedade organizou-se comunitariamente. Ao contrário, desde cedo foi ela dividida entre senhores e escravos, ou entre assalariados e patrões, aqueles ligados a estes como os antigos servos medievais vinculavam-se à gleba de terra cultivada. Sob esses aspecto, constituimos um país singular, em que a sociedade foi por assim dizer formada pelo Estado, não o Estado pela sociedade. 
Toda a proteção trabalhista e previdenciária, até agora existente, emanou dos Poderes Públicos, não foi uma conquista das massas carentes e desorganizadas. Por isso mesmo, o emasculamento do Estado nacional, pela ação conjugada do endividamento sem controle, das privatizações abusivas e da leviana desregulação da atividade empresarial, ameaça liquidar na raíz os poucos direitos sociais até agora reconhecidos. Não se esqueça que o direito do trabalho e a previdência social foram um simples complemento social à política de industrialização, encetada no País a partir de 1930. Com o desmonte do Estado industrial brasileiro, no quadro do capitalismo especulativo globalizante, não é de admirar que se esteja assistindo à rápida liquidação dessas instituições de proteção ao trabalhador. 
É difícil negar que a idéia de defesa da esfera privada contra o Estado invasor tem sido radicalmente estranha às nossas tradições e à nossa mentalidade. As classes proprietárias sempre dependeram do Poder Público para manter suas rendas de situação, e o escasso alento recebido pelos que nada possuem, em sua resistência à opressão de senhores e patrões, só lhes adveio das poucas intervenções que o Estado fez para cortar os abusos mais acusados.” 
Conclui-se da frase destacada na pergunta que devido à aguda e constante divisão social entre proprietários e não proprietários, os direitos sociais conquistados pelos brasileiros não deveriam ser motivo de extremo orgulho da população. A história brasileira demonstra que a massa da população desfavorecida se conforma com “ migalhas” dadas pela parte da população dominante. Os direitos mencionados na questão foram complementos à industrialização no sentido de terem vindo para acalmar os ânimos de uma sociedade explorada e sofrida, mas não se pode dizer que tais direitos foram conquistados, na verdade foram dados para amenizar a desigualdade que surgia e se mantém ao longo do tempo. 
Direitos trabalhistas e previdenciários são direitos tão necessários para o convívio entre trabalhadores e empresas, que devem ser considerados direitos inerentes ao ser humano como trabalhador. 
Será que existe uma cultura dos direitos humanos nos Cursos ou Faculdades de Direito? Fundamente. 
Os cursos de Direito no Brasil, em sua maioria, despende um tempo curricular para falar de Direitos Humanos, mas não se pode dizer que há uma cultura dos direitos humanos enraizada. 
Citando-se como exemplo a Universidade Federal do Espírito Santo, não há uma disciplina que dure um semestre inteiro e que lecione apenas sobre direitos humanos, vê-se esse assunto ministrado em várias outras matérias, mas brevemente. Ouve-se, sim, muito falar em Direitos Humanos, mas, provavelmente, ao se abordar um estudante de Direito para dissertar sobre Direitos Humanos, p. ex. sobre sua historia, muitos terão dificuldade. 
Uma forma de se comprovar que os Direitos Humanos ainda não estão enraizados nas faculdades é o artigo retirado do site www.jusbrasil.com.br: 
“Respeito ao próximo deve ser tema de discussão nas universidades do Distrito Federal. Esse é o entendimento da OAB/DF. Para fortalecer o princípio da "vida com dignidade", a Comissão de Direitos Humanos da entidade resolveu oficiar todas as faculdades de Direito a adotarem em suas grades curriculares o ensino da disciplina de Direitos Humanos. 
A partir da próxima semana, integrantes da comissão visitarão as faculdades de Direito do DF para apresentar a proposta. Segundo o coordenador do grupo, conselheiro seccional Jomar Alves Moreno, a matéria é primordial para a formação social e moral de todos os bacharéis e futuros advogados. "Para que o princípio da vida com dignidade seja efetivamente aplicado, é necessário que a disciplina de Direitos Humanos seja ensinada nas faculdades e bancos escolares", afirma Moreno. "Assim teremos profissionais mais preparados para atender a população", completa.”

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