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Adaptação Morfológica das plantas nativas do Cerrado ao fogo

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Adaptação Morfológica das plantas nativas do Cerrado ao fogo 
 
O Cerrado é o segundo maior bioma do Brasil com 204 milhões de hectares. Esse 
bioma é encontrado nos estados de Goiás, Tocantins, Maranhão, Piauí, Bahia, Mato 
Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Distrito Federal. A área 
coberta por esse bioma abriga 50 territórios indígenas, comunidades quilombolas e 
13 povos tradicionais. Cerca 320 mil espécies de seres vivos compõem a fauna e a 
flora do Cerrado brasileiro. Esse número representa cerca de 5% de toda a 
biodiversidade do planeta Terra. 
 
É evidente que o fogo é um dos maiores problemas recorrentes no cerrado, que se 
dá, por causas naturais ou por influência humana. O que causa uma grande 
mudança em sua estrutura vegetativa, diminuindo a densidade de árvores e 
arbustos. 
 
Contudo, a vegetação do bioma cerrado apresenta algumas características que 
sugerem um modo de adaptação ao fogo, como forte suberização do tronco e dos 
galhos, que permite certo isolamento térmico dos vegetais diante de altas 
temperaturas. Ocorrência de frutos com capacidade de proteção das sementes, 
contribuindo assim para a proteção dos elementos de maior importância para a 
propagação da espécie. Proteção de gemas apicais de algumas espécies por meio 
de catafilos, que são folhas modificadas que protegem os meristemas, que serão 
responsáveis por se desenvolverem por mitose. E ainda, a elevada capacidade de 
rebrota da copa, de rizomas, caule, raiz e outras estruturas subterrâneas. 
 
De fato, o cerrado tem grande resistência e resiliência em suas plantas, revelando 
sua grande tolerância ao fogo. Sua vegetação possui raízes com grande capacidade 
de rebrota pelo maior investimento da planta em suas raízes, maior disponibilidade 
de carboidratos para rebrota, órgãos subterrâneos, como xilopódios, capazes de se 
desenvolverem logo após a passagem de fogo e baixa exigência nutricional. 
Algumas literaturas indicam vantagens da passagem do fogo no cerrado como 
aumento da disponibilidade de nutrientes no solo, intensificação da floração, 
frutificação, da dispersão e da germinação de sementes. Mas com grandes efeitos 
negativos, se o fogo ocorrer de maneira mais durável e intensa, prejudicando o 
desenvolvimento das plântulas na vegetação. 
 
Além disso, seus troncos retorcidos e ramos sugere o fato de que o fogo queima os 
seus meristemas principais, despertando meristemas secundários, fazendo com que 
a árvore se desenvolva em outra direção. Outra adaptação que o bioma pode ter, é 
a eliminação de palhada do solo que ajudam as sementes das espécies a se 
locomoverem com mais facilidade. 
 
Portanto, o bioma cerrado apresenta consideráveis adaptações ao fogo, 
principalmente em sua vegetação, contribuindo para a resistência e resiliência de 
suas espécies diante de um obstáculo que muitas vezes é natural no bioma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências 
 
Cerrado: O fogo como agente ecológico Itaboraí Velasco Nascimento 
 
Mortalidade pós-fogo em espécies lenhosas de campo sujo submetido a três 
queimadas prescritas anuais Marcelo Brilhante de Medeiros, e Heloísa Sinátora 
Miranda 
 
EFEITO DO FOGO SOBRE A DINÂMICA DA VEGETAÇÃO LENHOSA DE UM 
CERRADO RUPESTRE E CERRADO TÍPICO, MATO GROSSO, BRASIL 
LETÍCIA GOMES DA SILVA 
 
EFEITOS DO FOGO SOBRE A FAUNA E A FLORA NO CERRADO 
TATIANA GUSMÃO BARCELLOS

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