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Geologia Básica e Pedologia - EAD

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GEOLOGIA BÁSICA
E PEDOLOGIA
PROF.A DRA. FLÁVIA CARVALHO SILVA
Reitor: 
Prof. Me. Ricardo Benedito de 
Oliveira
Pró-reitor: 
Prof. Me. Ney Stival
Diretor de Ensino a Distância: 
Prof. Me. Fábio Oliveira Vaz
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Diagramação:
Alan Michel Bariani
Thiago Bruno Peraro
Revisão Textual:
Gabriela de Castro Pereira
Letícia Toniete Izeppe Bisconcim 
Mariana Tait Romancini 
Produção Audiovisual:
Heber Acuña Berger 
Leonardo Mateus Gusmão Lopes
Márcio Alexandre Júnior Lara
Gestão da Produção: 
Kamila Ayumi Costa Yoshimura
Fotos: 
Shutterstock
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo 
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
 Primeiramente, deixo uma frase de Só-
crates para reflexão: “a vida sem desafios não 
vale a pena ser vivida.”
 Cada um de nós tem uma grande res-
ponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, 
e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica 
e profissional, refletindo diretamente em nossa 
vida pessoal e em nossas relações com a socie-
dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente 
e busca por tecnologia, informação e conheci-
mento advindos de profissionais que possuam 
novas habilidades para liderança e sobrevivên-
cia no mercado de trabalho.
 De fato, a tecnologia e a comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, 
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e 
nos proporcionando momentos inesquecíveis. 
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino 
a Distância, a proporcionar um ensino de quali-
dade, capaz de formar cidadãos integrantes de 
uma sociedade justa, preparados para o mer-
cado de trabalho, como planejadores e líderes 
atuantes.
 Que esta nova caminhada lhes traga 
muita experiência, conhecimento e sucesso. 
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR
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01
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................. 4
1 - HISTÓRICO DA GEOLOGIA ................................................................................................................................... 5
1.1 - ORIGEM E ESTRUTURA DA TERRA .................................................................................................................. 6
1.2 - TEMPO GEOLÓGICO .......................................................................................................................................... 7
2 - ESTRUTURA DA TERRA ..................................................................................................................................... 10
2.1 - FORMAÇÃO DO RELEVO .................................................................................................................................. 12
2.2 - PROCESSOS GEOLÓGICOS OU DINÂMICA DA TERRA ............................................................................... 12
GEOLOGIA BÁSICA
PROF.A DRA. FLÁVIA CARVALHO SILVA
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
GEOLOGIA BÁSICA E PEDOLOGIA
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INTRODUÇÃO
Geologia vem do grego Geo = Terra; logos = ciência, ou seja, é a ciência da Terra. De 
acordo com o Popp (2017) a Geociência, ou Ciência da Terra, inclui todos os estudos científicos 
dedicados a entender e explicar os processos geológicos inter-relacionados de nosso planeta. A 
Geologia é uma dessas ciências da Terra que se ocupa do estudo da composição, das propriedades 
físicas, forças, estrutura geral e história. O estudo não inclui apenas as estruturas rochosas e os 
minerais, mas sim todas as esferas de influências que envolvem o planeta Terra, denominadas 
atmosfera, biosfera, hidrosfera e própria geosfera. Essas esferas constituem, na verdade, um 
sistema único e inseparável, pois resultam da ação combinada da energia do Sol e do calor, da 
radiação e das forças que emanam do interior da Terra. 
A Geociências, por sua vez, requer o conhecimento de inúmeras disciplinas de caráter 
científico que auxiliam na formulação e na explicação dos complexos processos geológicos que 
atuaram e continuam atuando na natureza. É também uma ciência histórica que reconstitui, 
através de evidências, a origem e a evolução da Terra, desde que se individualizou como um 
planeta do Sistema Solar, há 4,5 bilhões de anos. 
A compreensão desse sistema como um todo é fundamental na formulação e na 
aplicação de conceitos utilizados nas mais diferentes áreas de atuação profissional, uma vez que 
a Geologia se caracteriza por sua natureza investigativa. Nesse sentido, a Geologia Geral destina-
se a estudantes das áreas de Geologia, Geografia, Biologia, Química e algumas modalidades de 
Engenharia (Civil, Agronômica, de Minas e Energia, entre outras), bem como de cursos técnicos 
na área de Geociências. Entender a origem, a história e os processos que mantêm o equilíbrio 
natural da Terra é saber utilizar com sustentabilidade os recursos naturais de que dispomos e os 
que poderemos acrescentar para o bem-estar de todos.
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1 - HISTÓRICO DA GEOLOGIA
Antigamente, não havia interesse nos estudos geológicos, provavelmente, devido à crença 
em testamentos bíblicos de que a terra não ultrapassava de poucos milhares de anos. Segundo 
essas ideias, as rochas sedimentares tiveram origem na ação do dilúvio bíblico, e os fósseis eram 
interpretados como uma evidência de seres de invenções diabólicas afogados pelo dilúvio. 
Até meados do século XVIII persistiu um “obscurantismo” com relação ao 
interesse pelos fenômenos geológicos naturais. É provável que esse desinteresse 
tenha sido influenciado pelas ideias dominantes na época, provenientes de uma 
observância do livro do Gênesis, que considerava que todo o tempo geológico 
não ultrapassava alguns poucos milhares de anos. Segundo tais ideias, as rochas 
sedimentares tiveram origem na ação do dilúvio bíblico, e os fósseis eram 
interpretados como uma evidência de seres de invenções diabólicas afogados 
pelo dilúvio. (POPP, 2017, p. 02).
O interesse era somente pela exploração de minerais, os quais poderiam ser retirados 
da terra. Houve muitas controvérsias entre pesquisadores no decorrer do tempo. Até que 
William Smith (1769-1839), modesto engenheiro inglês, trabalhando com movimentação de 
terras, escavações de canais e construção de estradas, descobriu que, entre diversas formações já 
conhecidas, à primeira vista muitas eram semelhantes, porém tinham uma característica que as 
diferenciava: os fósseis que continham não eram os mesmos. Descobriu, então, que os sedimentos 
de cada época tinham seus fósseis específicos. Smith divulga, nessa ocasião, o primeiro mapa 
geológico, com divisões estratigráficas baseadas nos fósseis.
Posteriormente a isso, outras investigações científicas realizadas na Europa por Cuvier e 
Lamark deram origem a publicação da obra Princípios de Geologia, de Charles Lyell. Em sua obra, 
Lyell expôs com clareza os conhecimentos científicos da época com apoio na doutrina de que o 
presente é a chave do passado. As unidades geológicas foram dispostas em ordem cronológica 
por “grupos”, e estes foram subdivididos em “períodos”. 
No Brasil, Popp (2017) afirmou que o primeiro trabalho científico realizado (publicado 
em 1792) foi da autoria de José Bonifácio de Andrada e Silva e seu irmão, Martim Francisco 
Ribeiro de Andrada, sobre os diamantes, no Brasil.
José Bonifácio devotou-se à mineralogia brasileira e, na Alemanha, assistiu a 
aulas proferidas por Werner, chegando a lecionar na Universidade de Coimbra. 
Em 1833, o alemão Wilhelm L. von Eschwege, engenheiro de minas, publica 
Pluto Brasiliensis, reeditado posteriormente, sobre geologia e mineralogia 
brasileiras. Von Martius publica, em 1854, um mapa geológico da América do 
Sul. As primeiras pesquisas no campo daPaleontologia foram realizadas pelo 
dinamarquês Peter Wilhelm Lund, descrevendo as ossadas de vertebrados 
pleistocênicos encontradas nas cavernas de Minas Gerais. Em seguida, Agassiz 
estuda peixes fósseis do Ceará enviados por Gardner, botânico inglês que visitara 
o Brasil. (POPP, 2017, p. 02).
De acordo com esse autor em 1875, foi organizada a primeira Comissão Geológica do 
Império do Brasil, objetivando o estudo da estrutura geológica, da Paleontologia e das minas 
do Império, cuja direção coube ao geólogo canadense Charles Frederick Hartt, que já vinha 
trabalhando no Brasil desde 1865, sendo que em 1870 foi publicado a obra Geology and Physical 
Geography of Brazil. 
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Por fim, em 1876, na cidade de Ouro Preto, deu-se iniciada a formação de geólogos 
que viriam a trazer grande impulso à pesquisa e ao ensino de Geologia no País e hoje, com 
auxílio dessas pesquisas desenvolvidas e informações geradas, é possível relacionar a composição 
litológica do Brasil com as eras geológicas na sua formação (Figura 1).
Figura 1 - Mapa geológico do Brasil. Fonte: IBGE (1990).
1.1 - Origem e estrutura da Terra
No intuito de conhecer e desvendar os ‘mistérios’ da origem do universo, diversas teorias 
desenvolvidas por teólogos, filósofos, pesquisadores e cientistas têm sido feitas ao longo dos anos. 
Entretanto a teoria mais aceitável entre os cientistas é que a Terra se formou a partir do Big Bang, 
que foi uma grande explosão de energia. Essa teoria sugere que o início da formação do planeta 
Terra teria ocorrido logo após o início da formação do Sistema Solar. A data provável desse início 
é de cerca de 5 bilhões de anos atrás. Existem suposições de que o Sistema Solar tenha se formado 
a partir da agregação de poeira cósmica, aquecendo-se pela liberação de energia proveniente dos 
impactos causados pelo choque dos materiais em fusão. A Terra era uma bola incandescente que 
foi se resfriando com o passar do tempo (SILVA,2013). 
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Durante o processo de fusão dos materiais que formaram a Terra, os elementos 
mais densos e pesados (sobretudo o ferro e o níquel) deslocaram-se para 
as camadas mais profundas, enquanto os mais leves e menos densos ficaram 
próximos à superfície. (SILVA, 2013, p. 95).
Durante o processo de resfriamento da Terra houve a liberação de gases e vapores, os 
quais originaram uma camada de ar envolvendo o planeta, chamada de atmosfera. Os gases 
contidos na atmosfera foram se modificando com o tempo, por isso é importante lembrar que 
na origem do planeta, havia a presença de metano, amônia, nitritos, vapores de água e dióxido 
de carbono, enquanto atualmente o oxigênio e o nitrogênio são predominantes, representando 
quase a totalidade dos gases presentes na atmosfera. Os pesquisadores supõem que, por volta 
dos 4,6 bilhões de anos atrás, a Terra estava nesse processo de resfriamento, ocasionando um 
extenso período de chuvas, causadas pela condensação do vapor de água que havia na atmosfera 
(LUCCI, 2012). Esta chuva acumulou-se nas partes mais baixas da superfície terrestre, formando 
o que conhecemos por oceanos, assim formou-se a hidrosfera, que consiste em todas as águas 
existentes na superfície da Terra. Longo período depois do surgimento da Terra, estima-se que 
cerca de 3,5 bilhões de anos atrás, surgiram os primeiros sinais de vida no planeta Terra, as quais 
se constituíam enquanto vida vegetal e animal nos oceanos. O conjunto de toda vida existente na 
Terra é chamado de biosfera.
Em todo o processo de formação da Terra, houve um inter-relacionamento entre 
as ‘esferas’. Isso determina um equilíbrio no planeta: se ocorre alguma alteração 
em uma das ‘esferas’, as outras também podem ser afetadas. (LUCCI, 2012, p. 
85).
Contudo, podemos afirmar que o equilíbrio entre as esferas apresentadas (atmosfera, 
hidrosfera e biosfera) é imprescindível para que a vida na Terra seja possível.
1.2 - Tempo geológico
Para compreender a formação do planeta, temos que ter duas dimensões: de espaço 
e tempo, simultaneamente. O fator tempo ou tempo geológico, é central para a geologia e 
conhecê-lo é importante para entender os processos que acontecem na Terra, pois ele propicia 
a compreensão das transformações do planeta de modo lento, uma vez que permite visualizar 
processos da Terra que se desenvolvem numa multiplicidade de diferentes durações de tempo 
(NUNES; NÓBREGA JÚNIOR, 2012).
As rochas expostas à superfície são os registros visíveis dos processos geológicos passados. 
Das relações de tempo e espaço reveladas pelas rochas, os geólogos construíram a escala de tempo 
geológico (Figura 2), que é usada para ordenar os eventos geológicos da história da Terra, ou 
seja, é uma ‘linha do tempo’ que se baseia nos grandes eventos geológicos da história do planeta 
nosso planeta, desde o início até o presente. Ela é dividida, basicamente, em: éons, eras, períodos, 
épocas e idades.
As maiores divisões são os Éons, que são divididos em: Arcaico (Arqueano + Hadeano), 
Proterozoico, Fanerozoico (este apresenta-se em três eras- paleozoico, mesozoico e cenozoico), 
O Éon Arcaico, durou da origem da Terra (4.560 milhões de anos = Ma) até 2.500 Ma. É um 
período de resfriamento da Terra e consolidação dos núcleos continentais, praticamente sem 
registros de vida. O Éon Proterozoico durou de 2.500 à 545 milhões de anos, e é caracterizado 
pelo crescimento dos continentes, com a evolução de vastas plataformas continentais em torno 
dos núcleos arqueanos estáveis, com alguns registros localizados de vida. 
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O Éon Fanerozoico dura de 545 milhões de anos até os dias de hoje, e é caracterizado pela 
diversificação da vida. É justamente essa diversificação da vida que nos permite subdividir esse éon 
com base em marcadores bioestratigráficos. Já no caso caso dos éons Arqueano e Proterozoico, 
os registros de vida são escassos e pouco significativos, e as subdivisões são definidas por eventos 
geológicos representativos, tais como orogenias, eventos magmáticos, etc.
Figura 2 - Escala geológica da história da Terra. Fonte: Sobre Geologia (2018).
Conhecendo as eras geológicas, para exemplificar, mostramos, na Figura 3, o mapa das 
eras geológicas do Brasil, que foi feito segundo os tipos de rochas encontrados pelos pesquisadores 
em cada região brasileira.
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Figura 3 - Mapa das eras geológicas no Brasil. Fonte: Sigep (2018).
Tempo histórico x tempo geológico
O primeiro compreende a estrutura, conjuntura e os acontecimentos que contri-
buem para sua formação, o segundo é a escala de tempo que representa a linha 
do tempo desde o presente até o início da formação da Terra, com base nos gran-
des acontecimentos geológicos da história do planeta.
Curiosidade: se transformássemos os aproximados 4,6 mil milhões de anos da 
História da Terra em um ano apenas, verificaríamos que o período Fanerozóico só 
teria começado em meados de novembro, e o ser humano só teria aparecido nos 
últimos segundos do último dia de dezembro.
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 A temperatura também é um fator importante nos processos de formação que envolvem 
e acontecem na Terra. É relevante saber que a temperatura aumenta com a profundidade e que o 
Grau Geotérmico (a profundidade em metros, necessária para aumentar a temperatura em 1ºC) 
é variável de região para região, sendo que o valor de 30 m é tomado como valor médio mundial
2 - ESTRUTURA DA TERRA
A Terra tem forma quase esférica, sendo na verdade um elipsóide de revolução (mais 
achatada nos polos). O seu raio médio é de 6370 km. O relevo da superfície terrestre mostraum 
desnível máximo da ordem de 20 km (maior altitude: Monte Everest - 8850 m, e maior depressão: 
fossa das Filipinas - 11510 m). Considerando-se que os continentes têm uma altitude média de 
800 m e os mares uma profundidade média de 3800 m, o desnível médio na crosta terrestre é de 
apenas 4,6 km, o que é insignificante em termos do raio terrestre (TEIXEIRA et al., 2000).
A densidade média do nosso planeta é de 5.53, sendo que as rochas que ocorrem com 
maior frequência, próximo à sua superfície apresentam densidades em torno de 2.7, o que indica 
que a sua densidade varia em profundidade. Isso mostra que a composição química do globo 
terrestre não é homogênea, concentrando-se os elementos mais pesados no seu interior. Os 
elementos mais abundantes no globo terrestre são (% em peso): Fe - 36.9; 0 - 29.3; Si - 14.9; Mg 
- 6.7; Al - 3.0; Ca - 3.0; Ni - 2.9.
As camadas do globo terrestre são denominadas crosta, manto e núcleo (Figura 4). 
Núcleo é a porção mais interna do globo terrestre, sendo composto por uma parte interna sólida 
e uma parte externa líquida. A sua densidade inferida é de 10.7, sendo composto de Fe (90.5%), 
Ni (8.5%) e Co (0.6%), sendo denominada de NIFE. Manto é a mais espessa das zonas internas 
do planeta, sendo provavelmente constituído de silicatos magnesianos ou sulfetos e óxidos e 
apresenta densidade média de 4.5. Crosta é a zona mais externa do globo, apresentando uma 
espessura média de 35 km e apresenta três camadas denominadas de crosta superior, oceânica e 
inferior. A sua densidade média é 2.76 e sua composição química básica é (% em peso): O - 45.2; 
Si - 27.2; Al - 8.0; Fe - 5.8; Ca - 5.1; Mg - 2.8; Na - 2.3; K - 1.7. 
Figura 4 - Estrutura Geológica da Terra. Fonte: Sopas de Pedras (2017).
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Atualmente, essas camadas da estrutura geológica têm sido conhecidas pelos termos 
litosfera, astenosfera e mesosfera onde a primeira é rígida e consiste da crosta e uma porção do 
manto superior variando de 50 a 150 km, a segunda é plástica e compreende a parte superior 
abaixo da litosfera, se situando entre 50 e 250 km de profundidade, e a última é rígida (pela 
maior pressão a despeito da temperatura) e compreende o manto inferior. A crosta terrestre é 
diferenciada em crosta continental e crosta oceânica (Figura 5).
Figura 5 - Diferenciação e espessuras das camadas da Terra. Fonte: Geo-Conceição (2018).
A crosta continental é a capa superior do planeta, coincidindo com os continentes e é 
constituída principalmente por granodioritos, rochas ricas em Si e Al. A crosta oceânica é a parte 
da capa superior do planeta presente sob os oceanos, essa é composta essencialmente por gabros e 
basaltos, rochas ricas em Si, Mg e Fe. Devido a estas diferenças de composição as partes da crosta 
são também conhecidas como Sial (crosta continental superior) e Sima (crosta oceânica e crosta 
continental inferior). As características das camadas constituintes da terra são apresentadas na 
Tabela 1.
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Tabela 1 - Profundidade, denominação, constituição litológica, densidade e temperatura 
das camadas da terra.
2.1 - Formação do Relevo
O relevo consiste nas formas das superfícies do planeta, ou seja, é o conjunto das formas 
da crosta terrestre, e suas diferentes formas são influenciadas por agentes internos e externos que 
se manifestam na natureza e constituem os processos geológicos para sua formação. 
2.2 - Processos geológicos ou dinâmica da Terra 
Ao observarmos a Terra, no nosso cotidiano, somos induzidos a pensar que a Terra é 
um sistema estático, exceto quando ocorrem alguns eventos catastróficos, como terremotos e 
deslizamentos de encostas, por exemplo. Mas a Terra é bastante dinâmica e a observação desse 
dinamismo não está ao alcance da percepção humana, pois sua escala tanto espacial, quanto 
temporal, está além da nossa capacidade perceptiva. No entanto, ao longo dos anos, pesquisadores 
vêm aplicando e aperfeiçoando métodos científicos na descoberta dessa dinâmica, acumulando 
informações e teorias que permitem hoje criar modelos que explicam fatos observados, e auxiliam 
a predizer acontecimentos futuros. 
Os processos geológicos ou dinâmica da terra é o conjunto de ações que promovem 
modificações da crosta terrestre, seja em sua forma, estrutura ou composição. A energia necessária 
a tais ações provém do sol ou do interior da Terra. Os processos geológicos (ou dinâmica da 
terra) são divididos em processos endógenos (dinâmica interna) e processos exógenos (dinâmica 
externa).
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Alfred Wegener, em seu livro “A origem dos Continentes e dos Oceanos” propôs 
pela primeira vez que os continentes se moviam, numa ideia que ficou conhecida como 
“Deriva Continental”. Sua teoria propunha a existência de uma única massa continental (um 
supercontinente) denominado por ele “Pangea” (do grego “toda terra”). Este autor retratou, em 
suas obras, mapas que mostram o rompimento deste supercontinente que começou a se dividir 
há 200 milhões de anos, até a configuração dos seis continentes, como vemos hoje. 
Nessa trajetória de pesquisas e descobertas, novos métodos de estudo de como as forças 
internas e externas moldam a Terra, têm gerado abundantes novas informações e excitantes 
questões. Nas três últimas décadas do século XX, geólogos desenvolveram uma nova teoria 
unificadora que relaciona os processos dinâmicos da Terra aos movimentos de grandes placas 
que constituem a capa externa do planeta, teoria esta chamada de Tectônica de Placas. 
Com o aperfeiçoamento dos métodos radiométricos, ao final dos anos 60, pôde-
se constatar que o fundo oceânico é tanto mais velho quanto mais afastado estiver da cadeia 
meso-oceânica, confirmando dessa forma a ideia da Expansão do Assoalho Oceânico. Estas 
observações e as teorias a elas associadas, da Deriva Continental (baseada em evidências 
estruturais e paleontológicas similares em locais distantes) e da Expansão do Assoalho Oceânico, 
forneceram a base para a elaboração da Teoria da Tectônica de Placas. Esta teoria oferece um 
modelo abrangente para explicar como a Terra funciona.
A Teoria de Placas Tectônicas considera a crosta terrestre fragmentada como um grande 
quebra-cabeça, sendo composta por vários pedaços ou fragmentos, que se encontram em 
movimento (Figura 6). Estes fragmentos são denominados de Placas Tectônicas. Atualmente, 
existem 7 grandes placas e outras tantas menores. Elas se comportam como blocos rígidos que 
se movem muito lentamente por correntes de convecção existentes na astenosfera. As placas 
se movimentam de 3 a 11 cm por ano em diferentes direções e apresentam tipos de contatos 
distintos. 
Figura 6 - Distribuição das placas tectônicas à superfície da Terra. Fonte: Ineg (2018).
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 Os contatos entre placas tectônicas são áreas extremamente instáveis da litosfera, onde 
se concentram episódios vulcânicos e terremotos. As placas tectônicas movem-se devido à ação 
das conhecidas correntes de convecção, que são os movimentos circulares exercidos pelo magma 
e que funcionam como uma espécie de “esteira” que, ao girar, provoca o deslocamento dessas 
placas (Figura 7).
Figura 7 - Modelo esquemático da representação dos limites das placas tectônicas. Fonte: Ebah (2018).
 As placas tectônicas movimentam-se e interagem-se a partir de dois movimentos 
principais: a orogênese e a epirogênese. A orogênese refere-se a movimentos horizontais 
realizados pelas placas tectônicas, os quais são responsáveis pela aproximação ou afastamento 
entre elas. Eles costumam ocorrer em regiões instáveis e geologicamente recentes, provocando 
a ocorrência de terremotos e vulcanismo, além da formação de cadeiasde montanhas. Já a 
epirogênese refere-se aos movimentos verticais realizados pelas placas tectônicas, geralmente 
associados à emigração ou imigração de magma do subsolo, provocando o soerguimento ou a 
declinação do relevo. Ocorre, geralmente, em zonas continentais, longe das placas tectônicas, 
regiões estáveis e de formação geológica recente. Esses diferentes tipos de contatos entre placas 
tectônicas são resultantes de esforços distintos da natureza e são descritos a seguir:
- Zonas de subducção: zonas onde uma placa mergulha sob outra, resultando em esforços 
compressivos, formando assim tanto fossas oceânicas, como a fossa das Filipinas, como cadeias 
de montanhas, tais como a Cordilheira dos Andes;
 - Zonas de expansão: zonas onde há formação e expansão da litosfera, caracterizadas 
por esforços de tensão, formando as cadeias meso-oceânicas, como a cadeia meso-Atlântica, e 
mesmo em áreas continentais como a área do Golfo da Califórnia; 
- Zonas de falhas transformantes: zonas onde forças atuando em planos distintos, e em 
sentidos contrários, causam deslocamento relativo entre os blocos adjacentes. Este é o caso da 
Falha de Santo André, na costa oeste da América do Norte.
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Você já imaginou como as placas tectônicas se movimentam?
Sugerimos que assista a esse vídeo e veja que, segundo o narrador “o movimento 
das placas é comparável ao de blocos de gelo sobre o mar. Porém, as placas, 
em vez de flutuarem na água, “nadam” sobre rochas derretidas abaixo da crosta 
terrestre”.
Vídeo: Entenda como as placas tectônicas se movimentam
Disponível em: http.//www.dw.com/pt-br/entenda-como-as-placas-tect%C3%B-
4nicas-se-movem/av-19527459
Os processos geológicos endógenos ou dinâmica interna da Terra consiste nos processos 
relacionados às forças e energia provenientes do interior do planeta. Esta energia está relacionada 
ao calor residual ainda existente no interior do planeta, advindo das altas temperaturas da 
nebulosa solar, quando o sistema solar estava se formando. Este calor residual é associado ao 
calor oriundo do decaimento radioativo de elementos no núcleo da Terra. 
Provavelmente, o fenômeno mais espetacular produzido por este calor seja a movimentação 
das placas tectônicas na crosta terrestre. Os processos geológicos endógenos são diversos, sendo os 
mais relevantes: magmatismo, metamorfismo, vulcanismo, plutanismo, terremotos e orogêneses 
(formação de montanhas). 
Os processos geológicos não ocorrem isoladamente, eles estão interligados: Os 
sedimentos (areias, cascalhos, etc.) quando depositados podem se consolidar formando as rochas 
sedimentares. O metamorfismo acontece quando há um aumento de pressão e temperatura 
sobre as rochas sedimentares e estas se transformam em rochas metamórficas. Aumentando-
se ainda mais a pressão e a temperatura estas rochas podem fundir-se originando um magma, 
iniciando o magmatismo. Quando esse magma entra em movimento no interior da crosta, ele 
pode atingir a superfície rapidamente, dando origem às rochas vulcânicas, processo denominado 
de vulcanismo. Mas, se o magma resfria em profundidade, dá-se origem às rochas plutônicas, 
esse processo consiste no plutonismo. As rochas existentes podem ainda sofrer perturbações 
devido a esforços que ocorrem no interior da crosta, podendo assim deformar-se, ocorrendo 
dobramentos ou “quebrar-se”, surgindo as falhas (falhamentos). Esforços do mesmo tipo, ao 
provocarem reacomodações de partes da crosta terrestre, produzem vibrações que se propagam 
em forma de ondas, o que conhecemos por terremotos. 
A orogênese é responsável pela formação de montanhas. Várias são as causas que levam 
à formação de montanhas, entre elas a erosão, falhas, etc., mas as grandes cadeias têm sua gênese 
associadas aos geossinclinais. Geossinclinais são locais de intensa sedimentação, que associada 
ao magmatismo, provocam sua subsidência com posterior arqueamento e soerguimento. O 
levantamento das cadeias de montanhas, após o entulhamento dos geossinclinais, parece estar 
ligado a movimentos tectônicos (esforços provenientes do interior da Terra).
Já os processos geológicos exógenos ou dinâmica externa, são processos impulsionados 
pela energia proveniente do exterior da Terra, consistindo basicamente da energia solar que 
atua direta ou indiretamente sobre a superfície da Terra. São processos geológicos exógenos: o 
intemperismo, a erosão/transporte, a deposição (sedimentação) e a diagênese (consolidação). Os 
processos de desagregação e decomposição de rochas por ação da água, vento, gelo e organismos 
constituem o intemperismo.
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A água é o elemento mais importante, pois atua tanto na superfície como na subsuperfície, 
tendo ação intempérica (é o principal agente de intemperismo químico) e transportadora. Ao 
percolar, a água transporta solutos (lixiviação) para o lençol freático; estes solutos ao atingir 
o mar ou outro ambiente de sedimentação, podem se precipitar e formar rochas sedimentares 
químicas. Ao escoar pela superfície, a água transporta sedimentos (erosão), depositando-os com 
a diminuição de sua energia (sedimentação), formando depósitos que originarão solos ou rochas 
sedimentares clásticas. Os mecanismos que levam à solidificação são conhecidos em conjunto 
como diagênese. O vento e o gelo são agentes intempéricos e transportadores. O intemperismo 
se dá pela ação abrasiva de partículas por eles transportadas. Os organismos atuam amplamente 
sobre a crosta terrestre desde o microorganismo que se fixa na rocha até o homem que a fragmenta 
para comercializá-la. 
As duas fontes de energia principais envolvidas nos processos geológicos são 
independentes entre si, apresentando, entretanto, efeitos recíprocos. Por exemplo, a formação 
de montanhas em uma determinada área é independente dos processos exógenos que estejam 
porventura ocorrendo, no entanto, ela vai gerar uma nova condição de atuação da erosão sobre 
as montanhas surgidas, o que é um processo exógeno. As forças exógenas tendem a destruir a 
superfície dos continentes, transportando os materiais que vão se depositando. Por este processo, 
a tendência é o aplainamento total da superfície terrestre. No entanto, embora estes processos 
ocorram desde o início da existência da Terra, o aplainamento jamais se completou. Isto se deve às 
forças endógenas que agem, em parte, em sentido contrário ao da erosão. A matéria proveniente 
do interior da Terra é continuamente impulsionada rumo à superfície, formando novas rochas, 
acentuando as diferenças do relevo e evitando que seja atingido o aplainamento, o equilíbrio da 
superfície.
Contudo, em função de suas características e dos processos geológicos que estiveram 
envolvidos em sua formação podemos agora, compreender melhor o relevo e também a sua 
classificação, que consiste em quatro tipos (Figura 8):
Figura 8 - Formas diferentes de relevo. Fonte: Cristianemattar (2018).
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- Montanhas: é a parte da superfície que apresenta as maiores altitudes e as mais intensas 
declividades. Existem diferentes processos responsáveis pela formação das montanhas. Por isso, 
há quatro tipos diferentes, classificados conforme a sua gênese: as vulcânicas, formadas pela ação 
e composição dos vulcões; as dobradas (mais comuns), sendo formadas pela constituição dos 
dobramentos terrestres resultantes do tectonismo; as erodidas, formadas a partir da erosão de 
suas áreas de entorno durante um lento processo de desgaste da superfície; e as falhadas, aquelas 
que surgem a partir dos falhamentos dos blocos rochosos. 
- Planaltos: são áreas com uma relativa altitude e uma superfície mais ou menos plana, 
com limites bem nítidos, estes geralmente constituídos por escarpas ou serras. Os planaltos, por 
serem geralmentemais altos dos que as planícies, apresentam o predomínio de processos erosivos. 
Isso quer dizer que o desgaste do solo é maior do que o acúmulo de sedimentos, que costuma 
deslocar-se para áreas mais baixas. Quase sempre os planaltos estão cercados por depressões 
relativas, tal como costuma ocorrer no território brasileiro.
Existem três tipos de planaltos: aqueles formados por rochas de origem vulcânica, os 
basálticos; aqueles constituídos por rochas metamórficas e magmáticas intrusivas, os cristalinos; 
e aqueles formados por rochas do tipo sedimentar, os sedimentares.
- Planícies: são áreas com uma paisagem menos acidentada, que, por possuírem altitudes 
menores em relação aos planaltos e montanhas, recebem uma grande quantidade de sedimentos 
dos mesmos. As planícies são provenientes do desgaste de outras formas de relevo. Geralmente, 
esse tipo de relevo aparece nas regiões litorâneas, embora nem toda área de litoral constitua uma 
planície, e podem ser também fluviais, ou seja, próximas a leitos de rios. Uma planície fluvial 
muito conhecida no Brasil e no mundo é a do Rio Amazonas, que, por ser quase que totalmente 
plana, possui um baixo potencial hidroelétrico, uma vez que a declividade e a velocidade da água 
são baixas.
- Depressões: são regiões que apresentam, no geral, pequenas altitudes e que são mais 
baixas do que o nível do mar ou a região em seu entorno. Possuem uma superfície plana ou côncava 
geralmente, uma vez que passaram por um longo período de erosão e que agora se caracterizam 
pela predominância do acúmulo de sedimentos provenientes das regiões circundantes. Existem 
dois tipos de depressões: as absolutas, que são aquelas que se encontram abaixo do nível do mar, 
a exemplo da região do Mar Morto, a maior depressão absoluta do mundo; e as relativas, aquelas 
que são mais baixas do que o relevo ao seu redor.
Há também outros tipos de relevo, são eles (Figura 9):
a) Chapadas: forma de relevo mais elevadas em relação às áreas adjacentes. Ex: Chapada 
diamantina;
b) Cuestas: relevo assimétrico inclinado, apresentando um declive suave de um lado e 
um corte abrupto do outro;
c) Mares de morros: em formato de meia laranja, esse tipo é resultado do processo de 
erosão pluvial em terrenos cristalinos;
d) Relevo cárstico: são as grutas e cavernas.
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Figura 9 - Outros tipos de relevo. Fonte: Cristianemattar (2018).
Legenda da Figura 9: a) chapadas; b) cuestas; c) mares de morros; d) relevo cárstico. Um 
processo endógeno que pode influenciar diretamente na formação do relevo, como já sabemos, 
é a orogênese (movimento horizontal das placas tectônicas). Para exemplificar esse fenômeno, 
mostramos a Figura 10, na qual contém uma representação esquemática de três acontecimentos:
1- Colisão da placa oceânica x continente: Cinturão Magmático que forma montanhas 
no continente;
2- Colisão entre 2 placas oceânicas: cadeias de ilhas vulcânicas (Arcos de Ilhas Oceânicas;
3- Colisão entre 2 placas continentais: Grande espessamento da crosta, com grandes 
dobramentos e falhamentos.
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Figura 10 - Movimento horizontal das placas tectônicas. Fonte: Cristianemattar (2018).
Coleção Abril. Planeta Terra. São Paulo: Time Life/Abril Livros, 1996. esta é uma 
coleção que mostra todas as características físicas da Terra, como as rochas, rios, 
solos, vegetação, relevos e o clima.
Documentário: A origem do Planeta Terra.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=k3jXLTTMPrs
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SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................21
1 - MINERALOGIA .................................................................................................................................................... 22
1.1 - PROPRIEDADES FÍSICAS DOS MINERAIS .................................................................................................... 23
1.2 - CLASSIFICAÇÃO QUÍMICA DOS MINERAIS ................................................................................................ 24
1.3 - POLIMORFISMO E ISOMORFISMO DOS MINERAIS ................................................................................... 25
2 - ROCHAS ÍGNEAS, SEDIMENTARES E METAMÓRFICAS ................................................................................ 27
2.1 - ROCHAS ÍGNEAS OU MAGMÁTICAS .............................................................................................................. 27
2.1.1 - CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS ÍGNEAS ..................................................................................................... 29
2.2 - ROCHAS SEDIMENTARES .............................................................................................................................. 32
2.2.1 - CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES ..................................................................................... 33
2.3 - ROCHAS METAMÓRFICAS ............................................................................................................................ 34
2.3.1 - PERTURBAÇÕES NAS ROCHAS .................................................................................................................. 35
2.3.2 - CLASSIFICAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DAS ROCHAS METAMÓRFICAS .................................................... 35
PETROLOGIA
PROF.A DRA. FLÁVIA CARVALHO SILVA
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
GEOLOGIA BÁSICA E PEDOLOGIA
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INTRODUÇÃO
A petrologia é o ramo da geologia que estuda as rochas e os minerais, ou seja, a origem, 
ocorrência, estrutura e história dos mesmos. Com base nas descobertas e avaliações feitas nos 
materiais (rochas e minerais) encontrados pelos pesquisadores, geólogos, geógrafos, dentre 
outros, ao longo de anos de estudos (e até hoje), a petrologia foi dividida em três campos de 
estudo: ígnea, sedimentar e metamórfica (CARNEIRO, 2009).
A petrologia ígnea abrange estudos relacionados a composição e textura de minerais e 
rochas ígneas (como o granito e o basalto, que cristalizam a partir de rocha fundida ou magma), 
a sedimentar envolve a composição e textura de rochas sedimentares (como o calcário e o arenito, 
compostas por partículas sedimentares cimentadas por uma matriz de material mais fino) e a 
metamórfica é direcionada ao estudo da composição e textura de rochas metamórficas (como 
o gnaisse e o xisto, que começaram por ser rochas ígneas ou sedimentares mas que sofreram 
alterações químicas, mineralógicas ou texturais devido a temperaturas e/ou pressões extremas).
Para investigar, estudar e entender a formação das rochas é necessário envolver a 
mineralogia (principalmente), processos geológicos envolvidos na sua formação, o uso de 
recursos tecnológicos, como a petrografia microscópica e das análises químicas para descrever 
a composição e textura das mesmas. Modernamente, são aplicados os princípios de geoquímica 
e geofísica através do estudo de tendências e ciclos geoquímicos e da utilização de dados 
termodinâmicos em experiências com o objetivo de melhor compreender as origens das rochas. 
Portanto, nessa unidade vamos estudar os minerais que compõem as rochas e a formação 
das mesmas, suas características principais e as similaridades que permite à ciência, agrupá-las 
em ígneas, sedimentares e metamórficas.
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1 - MINERALOGIA
Por definição, um “mineral é uma substância de massa inorgânica natural, geralmente 
sólida e cristalina, de composição química definida, com um ou vários tipos de cristalização” 
(TEIXEIRA et al, 2000). 
Os mineraissão os elementos principais constituintes das rochas e consistem em sólidos 
homogêneos, que ocorrem naturalmente, geralmente inorgânicos, que apresentam arranjo 
atômico ordenado e composição química única. Cada espécie mineral se caracteriza por apresentar 
quantidades definidas e proporcionais de determinados elementos químicos, elementos que, por 
sua vez, se arranjam no espaço de uma maneira organizada e regular, formando o que chamamos 
de arranjo cristalino. O arranjo atômico ordenado e a composição química definida conferem a 
um mineral a sua homogeneidade, ou seja, física e quimicamente ele se constitui em uma única 
fase, possuindo um conjunto diagnóstico de propriedades físicas e químicas que permitem sua 
classificação. A forma, a clivagem e a absorção seletiva da luz, entre outras, são as propriedades 
físicas dos minerais e refletem a sua estrutura interna regular, enquanto a dissolução em ácidos 
reflete a composição química dos minerais. A maioria dos minerais podem ser identificadas 
macroscopicamente através de seus atributos como: brilho, dureza, clivagem, fratura, entre outros 
(CARNEIRO et al, 2009).
É importante saber que há substâncias inorgânicas que também constituem as rochas, 
mas não possuem um arranjo ordenado de seus átomos, estes materiais são denominados de 
mineralóides ou substâncias amorfas. 
Quando um mineral caracteriza um tipo de rocha, ele é denominado de “mineral 
essencial”; há ainda os “minerais acessórios” que revelam condições especiais de cristalização, 
como também os “minerais secundários” que aparecem nas rochas depois de sua formação. 
Existe ainda uma categoria de minerais indispensáveis para as operações industriais de alguns 
países, os quais são chamados de “minerais estratégicos” e, geralmente, são recursos explorados 
em outros países, causando vários tipos de dependências (NUNES e NÓBREGA JÚNIOR, 2012).
A Bingham Canyon Mine, em Utah, é a maior mina de ouro ao ar livre escavada 
pelo homem. O filme sugerido revela os avanços estruturais e nas áreas de explo-
são, escavação e transporte que permitiram que tamanha mineração a céu aberto 
fosse viável. Esta mega cratera tem quatro quilômetros de comprimento e quase 
1,6 km de profundidade. Além da Grande Muralha da China, ela é única estrutura 
feita pelo homem que pode ser vista do espaço.
Vídeo: Mina de Ouro Sul africana - Mega Construções Discovery Channel
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=5zJ486Yv1Ws&list=PLQAy-
7q8UwZ74hBrUuAAdtMP08p6ERvY1Q
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1.1 - Propriedades físicas dos minerais
- Densidade (d): é a relação entre o peso do mineral e o peso de um mesmo volume de 
água destilada à 4°C. A densidade depende principalmente da composição química do mineral 
em questão. 
- Dureza (D): é a resistência que a superfície lisa do mineral oferece ao risco feito com 
uma ponta aguda. A dureza é uma propriedade física muito útil na identificação de minerais e 
a sua determinação é feita qualitativamente através de instrumentos simples como um canivete 
ou usando-se a Escala de Mohs (Figura 11). A Escala de Mohs é uma coleção de dez minerais de 
referência, comuns, que constituem uma escala numérica arbitrária para a comparação da dureza 
relativa entre os minerais. 
Figura 11 - Escala de Mohs. Fonte: Geojiram (2018).
- Hábito e agregado: é a configuração externa do mineral (hábito) ou do conjunto de 
indivíduos da mesma espécie mineral (agregado). A forma (hábito) de um mineral é dada em 
função de sua estrutura cristalina. Dentre vários tipos de hábito, tem-se: hábito tabular, hábito 
prismático, lamelar ou placóide, cúbico e escamoso. Esses são os mais comuns, ou seja, de maior 
ocorrência entre os minerais.
Na prática é possível fazer a determinação qualitativa da dureza usando a unha e 
o prego (ou qualquer ponta de aço), caracterizando assim intervalos de dureza. A 
lâmina de aço de um canivete e o vidro riscam minerais com dureza até 5. A unha 
risca minerais de dureza ≤ 2. 
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- Clivagem: é a propriedade que alguns minerais apresentam de se partir segundo 
superfícies planas e paralelas, relacionadas à sua estrutura cristalina (normalmente planos de 
fraqueza na estrutura). Pode ocorrer segundo uma ou várias direções e gerar superfícies de 
qualidade variável (mais, ou menos lisas) como por exemplos, a clivagem excelente em uma 
direção da muscovita (mica branca), a clivagem perfeita em três direções não ortogonais da 
calcita, a clivagem boa em duas direções e má em uma direção dos feldspatos. 
- Fraturas: denominação dada à maneira irregular de um mineral se quebrar. Alguns 
minerais têm fraturas muito características, como é o caso da fratura conchoidal do quartzo. 
- Cor: Esta propriedade está relacionada à absorção e/ou reflexão da luz pelos minerais. 
A cor resulta da absorção seletiva de comprimentos de onda da luz branca pelos minerais. 
Normalmente a cor é variável para uma mesma espécie mineral, sendo, entretanto, uniforme 
e diagnóstica para alguns minerais. A cor variável, em alguns casos, dá origem a variedades do 
mineral, tais como as variedades azul (safira) e vermelha (rubi) do coríndon. 
- Brilho: é determinado de forma descritiva, caracterizando-se dois grupos principais: 
os minerais que apresentam brilho de metal (brilho metálico), e aqueles que não o apresentam 
(brilho não metálico). Neste segundo grupo, que engloba a maior parte dos minerais, o brilho 
é descrito por analogia a substâncias comuns: vítreo (do vidro), adamantino (do diamante), 
resinoso, sedoso, gorduroso ou graxo, nacarado (da pérola), ceroso, terroso, etc. 
- Traço: é a cor do mineral reduzido a pó. É muito característico em algumas espécies 
minerais, como é o caso dos óxidos hematita (avermelhado), goethita (amarelado) e magnetita 
(preto). O traço é determinado utilizando-se a parte fosca de uma placa de porcelana branca, 
sobre a qual fricciona-se o mineral e observa-se a cor do pó (o traço). Considerando-se que a 
porcelana tem dureza 6, não se determinam os traços de minerais com dureza ≥ 6.
1.2 - Classificação química dos minerais 
Os minerais de acordo com a composição química são subdivididos em classes químicas 
caracterizadas pela presença de um determinado elemento ou grupo iônico em particular Essas 
classes químicas de minerais estão descritas a seguir: 
- Elementos nativos: minerais onde os elementos ocorrem sob forma não combinada. 
São elementos nativos, dentre outros, ouro (Au), diamante (C), grafita (C) e enxofre (S). 
- Sulfetos: minerais que resultam da combinação de elementos metálicos com o enxofre. 
Ex.: galena (PbS), pirita (FeS2). 
- Óxidos: minerais que contém um ou mais elementos metálicos em combinação com o 
oxigênio. 
- Hidróxidos: são aqueles óxidos que contém água ou hidroxila (OH) em sua composição. 
Ex.: hematita, pirolusita, magnetita, cassiterita, goethita, gibbsita.
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- Carbonatos: minerais cujas fórmulas incluem o grupo iônico CO3 (carbonato). Ex.: 
calcita, dolomita, magnesita. 
- Fosfatos: minerais cujas fórmulas contém o grupo iônico PO4 (fosfato). Ex.: apatita 
(Ca5(PO4)4(OH,F,Cl)).
- Silicatos: São minerais cuja composição química inclui obrigatoriamente Si e O, em 
combinação com outros elementos químicos. Esta classe contém cerca de 95% dos minerais 
petrográficos (formadores de rochas). A estrutura de todos os silicatos consiste de uma unidade 
fundamental constituída de quatro (4) átomos de oxigênio coordenados por um átomo de silício, 
resultando em uma configuração tetraédrica (“tetraedro de sílica”). 
1.3 - Polimorfismo e isomorfismo dos minerais
Existem também os minerais amorfos, os quais se caracterizam pela ausência de formas 
geométricas regulares, uma vez que não há neles uma estrutura molecular quedê aparecimento 
de faces planas como nos minerais cristalizados. As substâncias amorfas, também chamadas de 
mineraloides, são representadas pelo vidro vulcânico, o carvão ou outros compostos de origem 
orgânica. Esse tipo de mineral pode ser polimorfo ou isomorfo.
Os minerais polimorfos são aqueles que têm essencialmente a mesma composição 
química, mas estruturas cristalinas diferentes, o que se reflete nas suas propriedades físicas 
distintas. Por exemplo, grafita e diamante são polimorfos de carbono (C). 
Os minerais isomorfos são aqueles que possuem estrutura cristalina semelhante, mas 
composição química diferente ou variável dentro de determinados limites. O isomorfismo 
tem como causa principal a substituição isomórfica, ou seja, a substituição de átomos ou 
íons na estrutura cristalina do mineral. Este é um fenômeno que ocorre em muitos minerais, 
principalmente naqueles que formam as séries isomórficas ou séries de soluções sólidas como a 
série das olivinas, dos plagioclásios cálcio-sódicos, etc. 
• Minerais petrográficos: Atualmente, são conhecidos pela ciência cerca de 2000 
espécies diferentes de minerais, entretanto, apenas algumas dezenas contribuem efetivamente 
na formação das rochas Esses minerais considerados ‘formadores das rochas’ são denominados 
minerais petrográfico, por exemplo, a hematita e a calcita.
Toda rocha apresenta uma associação de minerais diagnóstica. Ao notar a pre-
sença de quartzo em uma rocha, podemos inferir que os minerais escuros que o 
acompanham são provavelmente hornblenda e/ou biotita. Para distinguir entre 
hornblenda (anfibólio) e biotita, a observação é feita, principalmente, pela forma e 
dureza desse mineral. A biotita apresenta forma laminar, ou seja, contém lâminas 
que podem ser facilmente destacadas e/ou riscada com a ponta de um canivete 
e a hornblenda não pode, pois tem dureza maior, como apresentado na Escala de 
Mohr).
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Curiosidade: Por sua extensão e, principalmente, devido aos inúmeros ambientes 
geológicos favoráveis à formação de depósitos minerais, o Brasil dispõe de um vasto potencial de 
ocorrência desses recursos (Figura 12). Os recursos minerais podem ser classificados tecnicamente 
como minerais metálicos, não-metálicos e energéticos. Com base na sua presença, podem ser 
divididos em abundantes, como o ferro; suficientes, como o urânio; e insuficientes, como o cobre.
Figura 12 - Mapa de localização dos minerais encontrados no Brasil. Fonte: Coladaweb (2018).
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2 - ROCHAS ÍGNEAS, SEDIMENTARES E 
METAMÓRFICAS
2.1 - Rochas ígneas ou magmáticas
Para a formação das rochas ígneas ou magmáticas há três processos geológicos muito 
importantes: magmatismo, plutonismo e vulcanismo.
O magmatismo consiste no início da formação das rochas ígneas, as quais se formam pela 
consolidação do magma. O magma consiste de uma fusão predominantemente silicatada, móvel, 
de alta temperatura, proveniente do interior do globo terrestre. Sua composição é dominada 
pelos silicatos, por óxidos e por substâncias voláteis (Figura 13).
Figura 13 - Composição química do magma. Fonte: Netxplica (2018).
A partir da determinação da composição do conjunto das rochas ígneas existentes na 
porção superficial da crosta terrestre ficou evidenciada a existência de dois grupos composicionais 
principais indicando a existência de dois tipos fundamentais de magmas: ácidos (graníticos) e 
básicos (basálticos). Os magmas graníticos são produzidos por fusão de rochas pré-existentes 
em profundidades que variam de 7 a 15 km. Os magmas básicos se originam na parte superior 
do manto, em profundidades de 40 a 100 km, por fusão de rochas básicas e ultrabásicas. A 
temperatura dos magmas varia de 600 a 1200º C, podendo chegar a 1700º C. Os magmas ácidos 
têm temperaturas médias de 700º C, enquanto os básicos variam de 900 a 1200º C. A viscosidade 
(resistência ao escoamento) determina a maior ou menor fluidez do magma, sendo função de sua 
composição, temperatura e pressão a que está submetido. O magma ao se resfriar, possibilita a 
cristalização de diferentes minerais, cujo conjunto constitui a rocha ígnea.
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O conjunto de fenômenos magmáticos que ocorrem em regiões profundas da crosta 
terrestre é denominado de plutonismo. Os corpos rochosos assim formados são chamados 
plútons ou plutonitos, ou ainda rochas ígneas intrusivas ou plutônicas. As rochas pré-existentes 
que envolvem o corpo plutônico são conhecidas por rochas encaixantes. Geralmente as rochas 
ígneas intrusivas são ácidas (granitos e granodioritos), porque os magmas ácidos apresentam 
características físicas e químicas que fazem com que estes tenham maiores possibilidades de se 
cristalizar em profundidade do que à superfície. Devido ao fato de serem resultantes de massas 
magmáticas que se consolidam no interior da Terra, as rochas ígneas intrusivas apresentam 
uma grande variabilidade de formas e dimensões, assim como distintas relações com as rochas 
encaixantes. 
Em conformidade com as relações com as rochas encaixantes, as intrusivas são divididas 
em concordantes e discordantes. Corpos intrusivos concordantes são aqueles que concordam, 
que acompanham a estrutura das rochas encaixantes, adquirindo então uma forma determinada 
pela disposição destas rochas. As formas concordantes mais comuns são as Soleiras ou sills, 
os quais são corpos extensos, pouco espessos de forma tabular quando vistos em corte. Estes 
corpos foram formados a partir de um magma de baixa viscosidade, o qual pode se intrometer 
entre planos da rocha encaixante. São muito comuns as soleiras de diabásio (rocha básica) 
nas bacias sedimentares paleozóicas do Brasil (Paraná, Maranhão e Amazonas). Já os corpos 
intrusivos discordantes são aqueles que cortam, que truncam a estrutura das rochas encaixantes. 
Estes corpos geralmente obedecem a outros elementos estruturais desenvolvidos nas rochas, 
tais como diáclases, falhas, fendas ou aberturas produzidas por explosões vulcânicas. As formas 
discordantes mais comuns são os diques. 
Diques são corpos magmáticos de forma tabular que preenchem fendas nas rochas pré-
existentes. Têm largura e comprimento muito variável, o que significa que pode haver desde 
“microdiques” até diques com vários metros de largura e quilômetros de extensão. Os diques 
podem formar conjuntos (sistemas) nos quais se dispõem em direções paralelas ou cruzadas, ou 
podem ser radiais, orientando-se radialmente a partir de uma região central. Os diques podem 
também se formar em consequência de esforços de tensão provocados pela ascensão de um corpo 
magmático, chamados de anelares, ou ainda de fendas produzidas ao redor de um foco vulcânico, 
quando do abatimento (colapso) do edifício vulcânico. Batólitos são corpos magmáticos de 
grandes dimensões (área de afloramento superior a 100 km2) que não têm, aparentemente, 
delimitação em profundidade (Figura 14).
O vulcanismo envolve todos os processos que permitem e provocam a ascensão de material 
magmático do interior para a superfície terrestre. O magma pode extravasar à superfície através 
de dois tipos de aberturas: fissuras, que são extensas fendas que colocam a câmara magmática 
(cavidade onde se aloja o magma) em contato com a superfície, ou orifícios. O vulcanismo de 
fissura atualmente é observado ao longo das cadeias meso-oceânicas. O vulcanismo de orifícios 
é o tipo mais comum de vulcões atuais, sendo o magma ejetado por uma abertura circular em 
torno da qual se acumulam os materiais produzidos pela atividade vulcânica, constituindo assim 
o edifício ou cone vulcânico. O orifício é chamado de cratera, e o canal por onde ascende o 
magma se denomina conduto ou chaminé vulcânica. Devido a remoção intensa de material 
subjacente ao cone vulcânicoé comum que ocorra o abatimento (destruição) total ou parcial do 
foco vulcânico. O conjunto de montanhas com disposição circular que comumente envolvem um 
foco vulcânico abatido é conhecido como caldeira. 
Geralmente, os vulcões são encontrados agrupados em zonas, principalmente ao longo 
de costas oceânicas, destacando-se a costa do oceano Pacífico, formando o chamado círculo do 
fogo. Tal distribuição de vulcões está estreitamente relacionada com os contatos entre placas 
tectônicas. No interior dos continentes as atividades vulcânicas são mais raras. Na Figura 14, 
constam as formas de ocorrência das rochas magmáticas.
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Figura 14 - Formas de ocorrência das rochas magmáticas. Fonte: Sobre Geologia (2018).
2.1.1 - Classificação das rochas ígneas
Com base nas características do seu processo de formação, existe uma grande variedade 
de tipos de rochas ígneas. A classificação destas rochas é, então, feita de acordo com diferentes 
critérios: 
Profundidade de formação da rocha: O magma, no seu movimento no interior do globo 
terrestre, pode atingir ou não a superfície e tem-se, desse modo, os seguintes tipos de rochas 
ígneas:
 - Magmáticas, oriundas da solidificação do magma à pequenas profundidades. 
Sendo intermediárias entre as anteriores, apresentam características medianas entre um e outro 
tipo. Ex.: diabásio, microgranito.
 - Extrusivas ou vulcânicas: onde a consolidação do magma se deu à superfície. 
Neste caso o resfriamento do magma é rápido, uma vez que está em contato direto com a 
atmosfera. Ex.: basalto, riolito.
 - Intrusivas ou plutônicas: são formadas em grandes profundidades, sendo o 
resfriamento do magma lento, já que as perdas de calor são menores e mais lentas. Ex.: gabro, 
granito.
Granulometria: Em função do tamanho dos grãos minerais nelas presentes, as rochas 
ígneas podem ser divididas em: 
 - Faneríticas ou grosseiras, cujos minerais são facilmente perceptíveis a olho nu. 
Ex.: granito, gabro. 
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 - Médias, cujos minerais são moderadamente visíveis a olho nu. Ex.: microgranito, 
diabásio.
 - Afaníticas, ou finas nas quais é impossível a distinção dos minerais, a olho nu. 
Ex: basalto, riolito.
Teor de SiO2: É um critério químico relacionado com a quantidade de sílica total na 
rocha. Por este critério as rochas ígneas são classificadas em: 
 - Ácidas: SiO2 > 65%. Tais rochas sempre contêm uma proporção expressiva do 
mineral quartzo, de forma que ele pode ser facilmente identificado na rocha. Ex: granito. 
 - Intermediárias: 54% < SiO2 < 65%. São rochas ricas em silicatos, há, porém, 
pouco ou nenhum quartzo. Ex: sienito. 
 - Básicas: 45% < SiO2 < 54%; 
 - Ultrabásicas: SiO2 < 45%. São rochas que não contém quartzo. Ex: basalto 
(básica); peridotito (ultrabásica). 
A Tabela 2 contém análises químicas de rochas ígneas ácidas, intermediárias, básicas 
e ultrabásicas. Entre as diferenças de composição ressaltam-se o comportamento da sílica, 
alumínio, ferro ferroso, magnésio, cálcio, sódio e potássio.
Tabela 2 - Composição química das rochas ígneas
Fonte: a autora.
Cor ou percentagem de silicatos ferromagnesianos: A presença de Fe e Mg na 
composição dos silicatos faz com que eles tenham colorações escuras. A maior ou menor presença 
destes silicatos faz com que a rocha seja mais escura ou mais clara. Assim, temos: 
- Rochas leucocráticas: rochas de cores claras. Ex.: granito, riolito;
- Rochas melanocráticas: rochas de cores escuras. Ex.: basalto, gabro;
- Rochas mesocráticas: rochas de cores intermediárias. Ex.: sodalita-sienito. 
Composição Mineralógica: Este é o critério fundamental para a denominação da 
rocha. Os minerais mais importantes para a classificação são: feldspatos potássicos, plagioclásios 
(feldspatos cálcico-sódicos), quartzo, biotita, anfibólios (hornblenda, por exemplo), piroxênios, 
olivinas e os feldspatóides. 
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A identificação e denominação da rocha são feitas através da avaliação das proporções 
médias dos minerais petrográficos contidos na rocha. Isto é normalmente feito com o auxílio 
de esquemas (quadros, tabelas) de composição mineralógica das principais rochas ígneas. Tais 
esquemas têm a vantagem adicional de conter e sintetizar os demais critérios de classificação das 
rochas ígneas.
Estrutura: A estrutura refere-se ao arranjo dos minerais na massa da rocha. Estas podem 
ser divididas em:
 - Vítrea: rochas apresentam a superfície lisa, homogênea e sem evidências de conter 
material cristalizado.São oriundas geralmente de matérias de resfriamento rápido, provenientes 
da atividade vulcânica.
 - Maciça: é a estrutura produzida quando os minerais contidos na rocha são muito 
pequenos, não possibilitando sua identificação a olho nú. Essa ocorre tipicamente nas rochas 
afaníticas.
 - Granular: as rochas podem apresentar estrutura granular fina, quando os 
minerais são de tamanho muito pequeno para serem diferenciados individualmente, mas 
percebidos até mesmo pelo tato. É comum nas rochas que têm cor escura, como o diabásio. 
E podem apresentar estrutura granular grossa, quando os minerais possuem tamanho maior e 
podem ser percebidos a olho nú, mas não têm orientação preferencial.
 - Porfirítica: esse tipo de estrutura apresenta característica diferenciada, onde é 
determinada pela presença de cristais grandes, bem desenvolvidos e imersos na massa da rocha.
 - Pegmatítica: nessa estrutura ocorre a predominância de cristais grande (podem 
ter de um a vários centímetros de comprimento), mas sem orientação.
 - Vesicular: as rochas apresentam pequenas cavidades vazias (conhecidas por 
vesículas).
 - Amigdaloide: estrutura próxima a vesicular, mas cujos ‘vazios’ estão preenchidos 
por minerais, como quartzo, calcedônias, entre outros.
Mirny, a cidade-diamante de “Alrosa”
A 850 quilómetros a leste de Moscovo, cerca 50% dos 35 mil habitantes desta 
“monocidade” trabalham para Alrosa, uma empresa privada que se dedica à ex-
tracção de diamantes – não só na Rússia, mas em várias partes do globo. Antes 
de 1956, neste local remoto da Sibéria nada existia. A descoberta de kimberlito na 
região – um tipo de rocha vulcânica que pode conter diamante – justificou o início 
da escavação da que viria a tornar-se a segunda maior cratera do mundo fruto da 
ação humana, com 1.2 quilómetros de diâmetro e 525 metros de profundidade. 
A reportagem completa está disponível em: 
http://p3.publico.pt/cultura/exposicoes/23989/mirny-cidade-quotdiamantequot-
-que-brotou-de-uma-cratera-no-solo
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2.2 - Rochas Sedimentares
As rochas sedimentares são formadas através da deposição e consolidação de sedimentos 
(Figura 15). Sedimentos são materiais originados da destruição e alteração de rochas pré-
existentes. 
Figura 15 - Formação das rochas sedimentares. Fonte: Todoestudo.com (2018).
Assim, a formação de uma rocha sedimentar decorre de uma sucessão de eventos, que 
constituem o chamado ciclo sedimentar. As etapas básicas do ciclo sedimentar são:
Decomposição de rochas (intemperismo): consiste da transformação das rochas 
em materiais mais estáveis em condições físico-químicas diferentes daquelas em que elas se 
originaram. 
Remoção e transporte dos produtos do intemperismo: é a ação de processos naturais 
que promovem o transporte dos produtos do intemperismo. O transporte pode se dar por solução, 
suspensão e tração. Os solutos são transportados em solução, enquanto fragmentos finos são 
transportados em suspensão, e fragmentos grosseiros são transportados por tração. Denomina-
se erosão quando a remoção desses produtos se dá pela superfície do solo e lixiviação quando 
a remoção se dá em solução, no interior do solo. Osprincipais agentes transportadores são a 
gravidade, gelo, água e vento. Estes agentes têm importante papel na separação de sedimentos, 
avaliado pelos parâmetros de competência e poder de seleção. 
Deposição dos sedimentos: ocorre tanto pela diminuição da energia do agente 
transportador como pela reação química e consequente precipitação de substâncias dissolvidas. 
A deposição dos sedimentos ocorre em locais favoráveis, geralmente depressões, como oceanos 
e lagos, ou planícies de inundação, desertos e pântanos. 
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Consolidação (endurecimento) dos sedimentos: também conhecido por litificação 
ou diagênese, consiste dos processos físicos (compactação) e/ou químicos (cimentação) que 
promovem o endurecimento dos sedimentos depositados, dando origem às rochas sedimentares.
2.2.1 - Classificação das rochas sedimentares
As rochas sedimentares, geralmente, apresentam uma estrutura muito característica: a 
estratificação, isso ocorre por serem formadas por deposição de sedimentos. A estratificação 
pode ser vista macroscopicamente pela variação de cor e/ou, pela sua granulometria em camadas 
(estratos) paralelas na rocha, as quais se devem a variações mineralógicas e/ou texturais nos 
sedimentos durante o ciclo sedimentar. Para identificação das rochas sedimentares, são avaliadas 
principalmente a textura, a mineralogia e a estrutura.
A textura infere quanto ao tamanho dos grãos que compõem a rocha. Nas rochas 
sedimentares, há, geralmente, uma variação ampla de texturas, portanto, as partículas são 
classificadas de acordo com a Tabela 3 abaixo:
Tabela 3 - Limites das classes granulométricas utilizadas para rochas sedimentares
Fonte: a autora.
Em função das características do ciclo sedimentar são reconhecidos dois grandes grupos 
de sedimentos: os detríticos (fragmentos) e os químicos (solutos), que dão origem a dois grupos 
principais de rochas sedimentares:
- Rochas sedimentares clásticas (fragmentárias ou detríticas): são rochas formadas por 
minerais detríticos (minerais primários resistentes, que suportam transporte sem se decomporem), 
e/ou minerais secundários. A partir da avaliação da textura, as rochas sedimentares podem ser: 
 • rudáceas: predomina a fração areia com a presença de cascalhos;
 • arenosas: predomina a fração areia sem cascalhos;
 • siltosas: predomina a fração silte;
 • argilosa: predomina a fração argila.
Entretanto, há também as rochas sedimentares orgânicas que são formadas pela 
precipitação e/ou acúmulo de materiais orgânicos animais ou vegetais, tais como carapaças silicosas 
de algas diatomáceas (diatomitos), fragmentos de conchas (coquinas), carapaças (exoesqueletos) 
carbonáticos de algas e celenterados (recifes de coral), e restos vegetais continentais e subaquáticos 
(carvão).
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- Rochas sedimentares químicas: as rochas sedimentares químicas são formadas por 
minerais quimicamente precipitados, tais como a calcita e dolomita (calcários), a sílica (cherts), 
a halita e silvita (evaporitos). Este grupo de rochas apresentam geralmente textura fina, sem 
granulação aparente.
 Quanto a mineralogia dessas rochas sedimentares podemos observar macroscopicamente 
no campo ou no laboratório, se necessário. O mineral mais comum nas rochas sedimentares 
clásticas é o quartzo e nas rochas sedimentares químicas, os mais comuns são os carbonatos.
A estrutura também é importante e as principais encontradas nas rochas sedimentares são: 
maciça, terrosa, granular, estratificada em camadas paralelas, estratifica em camadas cruzadas, 
estratificada em folhas ou placas e brechóides.
2.3 - Rochas metamórficas
De modo geral, as rochas metamórficas são formadas pela desintegração e/ou 
decomposição de rochas pré-existentes, com posterior transporte dos detritos ou fragmentos, 
culminando o processo com a deposição ou sedimentação dos produtos da erosão, próximo ou 
distante da área fonte que forneceu o material. Com isso, as condições de pressão e temperatura em 
que se formam as rochas sedimentares aproximam-se ou são idênticas às da superfície terrestre. 
As rochas sedimentares, bem como as magmáticas, quando soterradas em profundidades 
de 3 a 20 km, em ambientes geológicos onde atuam altas pressões e temperaturas (que oscilam 
entre 100°C e 600°C), tornam-se instáveis. Os minerais originais tendem a se transformar, 
formando novos minerais através de reações mútuas ou mudanças no sistema de cristalização, 
ou modificam a sua forma e/ou tamanho por recristalização. Assim, a rocha passa a ter uma 
nova composição mineral e novas texturas e estruturas se desenvolvem. A rocha metamórfica 
é então, resultante da transformação de rochas pré-existentes, sob a influência de agentes de 
origem interna, tais como pressão, temperatura e fluidos gasosos (CO2 e H2O, principalmente). 
Esse conjunto de transformações constitui o metamorfismo. O metamorfismo se dá, 
dessa forma, em um intervalo relativamente amplo de pressões e temperaturas de tal forma que 
as rochas podem ser mais, ou menos metamorfizadas, ou seja, ele pode acontecer em diversos 
locais da crosta terrestre, variando na extensão, profundidade e grau de modificação das rochas. 
Contudo, os fatores determinantes para a ocorrência do metamorfismo são: os tipos de rochas 
metamórficas a serem formadas; a localização e extensão na crosta terrestre; os parâmetros físicos 
envolvidos e o mecanismo determinante para a conjunção destes parâmetros.
 É importante saber que o intervalo de pressões e temperaturas, no qual se dá o 
metamorfismo, é dividido em graus metamórficos denominados incipiente, fraco, médio e forte, 
conforme a atuação das pressões e temperaturas sejam mais ou menos intensas. Isso facilita e 
possibilita a diferenciação dessas rochas. 
Geralmente, com o aumento do grau metamórfico ocorrem mudanças na mineralogia e 
aumento na granulometria (tamanho dos grãos minerais) das rochas. Rochas de grau metamórfico 
incipiente mostram poucas diferenças em relação às rochas originais, enquanto as rochas de alto 
grau metamórfico guardam pouca ou nenhuma feição da rocha original. 
Em condições de pressão e temperatura mais intensas do que aquelas correspondentes ao 
grau metamórfico forte, começa a ocorrer a refusão parcial da rocha (uma vez que os minerais 
têm diferentes pontos de fusão) e formam-se rochas de natureza híbrida (metamórfica /ígnea), 
como é o caso dos migmatitos.
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Outra característica comum e importante na estrutura de algumas rochas metamórficas 
é a xistosidade, que ocorre devido à atuação comum de pressões cizalhantes (orientadas) nos 
ambientes metamórficos. A xistosidade consiste na orientação de minerais que têm formas 
passíveis de orientação (planares e/ou alongadas) em direções ou planos paralelos. À medida que 
cresce a proporção de minerais não orientáveis (quartzo e feldspato, por exemplo) a xistosidade 
dá lugar a uma segregação de minerais em bandas, conhecida como foliação gnáissica.
2.3.1 - Perturbações nas rochas
As perturbações das rochas são estruturas impressas nas rochas após a sua formação, ou no 
máximo durante a fase de diagênese dos sedimentos, no caso específico das rochas sedimentares. 
Desse modo constituem perturbações de rochas, rupturas, arqueamentos e ondulações produzidas 
por diversas causas, destacando-se os esforços tectônicos. Essas perturbações são predominantes 
em rochas metamórficas. 
Se considerarmos uma rocha qualquer submetida a esforços de grande intensidade, esta 
rocha, depois de um certo tempo de aplicação dos esforços, sofrerá mudança de forma ou de 
volume, ou de ambos. As características desta mudança vão depender da plasticidade da rocha. 
Uma rocha mais plástica tende a se dobrar, ao passo que aquela pouco ou nada plástica tendea se 
romper, ao longo da direção de reação ao esforço. 
A plasticidade, por sua vez, é função da temperatura, cujo aumento facilita a mobilidade 
entre as partículas que compõem a rocha, permitindo maior deformação plástica, assim como do 
tempo de aplicação do esforço.
As dobras são encurvamentos, ondulações produzidas nas rochas, quando estas apresentam 
uma certa plasticidade, que impede a sua ruptura. Uma rocha pouco plástica também pode se 
dobrar quando o esforço aplicado sobre ela é lento e gradual, isto é, atua de modo contínuo, aos 
poucos, durante muito tempo (tempo geológico).
Sistemas de falhas são conjuntos de falhas associadas que se dispõem paralela ou 
obliquamente entre si gerando conformações rebaixadas, denominadas fossas tectônicas ou 
grabens, e conformações elevadas denominadas muralhas ou horsts,
Diáclases ou fraturas são rupturas que separam ou tendem a separar duas partes de um 
bloco rochoso, inicialmente inteiro. As fraturas podem ocorrer isoladas ou em sistemas. 
2.3.2 - Classificação e identificação das rochas metamórficas
A classificação das rochas metamórficas não obedece a critérios específicos como no caso 
dos outros tipos de rochas, dada a sua grande variabilidade. Desde que os mais diversos tipos de 
rochas são passíveis de se sofrerem metamorfose, não existem então parâmetros distintivos que 
tenham aplicação ampla. A seguir são descritas as principais classes de rochas metamórficas:
- Ardósias: rochas de baixo grau metamórfico (incipiente), derivadas de rochas do tipo 
argilito/siltito. Possuem granulação muito fina e excelente xistosidade. 
- Filitos: rochas de granulação fina com boa xistosidade. Os planos de xistosidade 
mostram um brilho sedoso típico, conferido pelas micas. São rochas de baixo grau metamórfico 
(fraco), originadas de argilito/siltito.
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- Xistos: rochas xistosas, cujos minerais são visíveis na amostra de mão. Constituídas 
essencialmente por minerais micáceos, e menor proporção de quartzo e feldspatos. São rochas 
de grau metamórfico médio, originadas de argilito/siltito, basaltos, gabros e rochas ultrabásicas.
- Gnaisses: rochas constituídas por quartzo, feldspatos, micas, e anfibólios, onde os 
minerais claros se alternam em bandas com os minerais escuros, constituindo a foliação gnáissica. 
Têm grau metamórfico médio a forte, e derivam de rochas ígneas ou sedimentares. 
- Quartzitos: rochas metamórficas derivadas de arenitos, compostas por mais de 80% 
de quartzo. A xistosidade que apresentam é devida à presença de micas. Estas rochas têm uso 
ornamental e como revestimento e são comercialmente conhecidas como “Pedra de São Tomé” 
ou “Pedra de Minas”.
- Mármores: rochas originadas do metamorfismo de calcários, compostas basicamente 
de calcita e/ou dolomita. Raramente apresentam xistosidade. 
- Anfibolitos: rochas compostas de anfibólios e feldspatos (plagioclásios), originadas do 
metamorfismo de rochas ígneas básicas. Apresentam orientação de minerais.
- Itabiritos: são um tipo especial de quartzito, originadas do metamorfismo de um tipo 
especial de rocha sedimentar química. Os itabiritos se caracterizam por apresentarem bandas 
alternadas de quartzo e hematita. As jazidas de minério de ferro estão geralmente associadas a 
estas rochas. 
- Esteatitos (pedra-sabão): rochas compostas essencialmente por talco e clorita com 
xistosidade pouco pronunciada, originadas do metamorfismo de rochas ígneas ultrabásicas.
As rochas metamórficas podem ser agrupadas de acordo com seu grau metamórfico. Uma 
sequência metamórfica é o conjunto de rochas metamórficas de grau de metamorfismo variável, 
com origem numa mesma rocha caracterizada por uma determinada composição química média. 
Uma sequência típica de grau metamórfico crescente é: ardósia → filito → xisto → gnaisse na qual 
são facilmente perceptíveis as modificações mineralógicas e texturais relacionadas ao aumento 
do grau metamórfico. 
Diante dessas premissas, apresentamos, na Tabela 4, uma síntese das características 
presentes nas rochas magmáticas, sedimentares e metamórficas.
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Tabela 4 - Características dos principais tipos de rochas
Fonte: Carneiro et al (2005).
Contudo, podemos concluir essa Unidade 2 sabendo que os processos geológicos 
envolvidos na formação e destruição de rochas fazem parte de um ciclo, o Ciclo das Rochas 
(Figura 16). Este ciclo pode se iniciar por qualquer rocha, seja sedimentar, ígnea ou metamórfica. 
Cada uma destas rochas pode se transformar em qualquer outra dependendo exclusivamente do 
processo a que for submetida. 
Iniciando-se o ciclo, por exemplo, com o intemperismo, temos a destruição das rochas 
expostas na superfície pela influência de agentes químicos e físicos. O material resultante 
é transportado por diversos meios a um local de deposição (uma depressão marinha ou 
continental), onde se acumula. No empilhamento sucessivo destes materiais, ocorre que as 
porções mais profundas sofrem maior compactação, por ser maior o pacote de sedimentos 
sobrepostos, consolidando-se e formando as rochas sedimentares. As rochas sedimentares 
podem ser novamente expostas ao intemperismo por levantamentos parciais da crosta. 
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Figura 16 - Ciclo das rochas. Fonte: Ciências da Vida e da Terra (2018).
Outro ciclo possível pode ser iniciado nos processos de transformação de uma rocha 
submetida a aumentos de temperatura e pressão no local (metamorfismo), levando a formação 
de rochas metamórficas. Este material pode sofrer ascensão e ser novamente exposto ao 
intemperismo, ou pode sofrer refusão (magmatismo) podendo ascender e se derramar como 
produto vulcânico (vulcanismo) ou permanecer no interior e se consolidar como um produto 
plutônico (plutonismo). As rochas assim formadas podem ser novamente expostas à erosão, e 
assim sucessivamente. 
História registrada nas rochas. Nele você vai ver que “desde a água até as rochas, 
desde os vales às montanhas e dos profundos oceanos até o espaço, por onde 
quer que olhamos, encontramos geologia. Esta é ciência da Terra, que acima de 
tudo nos proporciona um ponto de referência para compreender o passado, pre-
sente e futuro deste maravilhoso planeta. 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=GaJNMvY1mLU
O ciclo das rochas na natureza. CARNEIRO, C. D. R; GONÇALVES, P. V.; LOPES, R. O. 
Revista: Terra e Didática. Campinas, V. 5; ed1; p.50-62, 2009. 
Disponível em: https://www.ige.unicamp.br/terraedidatica/v5/pdf-v5/TD_V-a5.
pdf
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03
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 40
1 - INTEMPERISMO ................................................................................................................................................. 41
1.1 - INTEMPERISMO FÍSICO ................................................................................................................................. 43
1.1.1 - INTEMPERISMO FÍSICO TERMAL ............................................................................................................... 43
1.1.2 - INTEMPERISMO FÍSICO MECÂNICO ......................................................................................................... 44
1.2 - INTEMPERISMO QUÍMICO ............................................................................................................................ 45
1.3 - INTEMPERISMO BIOLÓGICO ......................................................................................................................... 48
1.4 - INTEMPERISMO E PROPRIEDADES DAS ROCHAS .....................................................................................

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