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ESTRUTURA GEOLÓGICA Nas terras emersas, a crosta terrestre é formada por três tipos de estruturas geológicas, caracterizadas pelos tipos de rochas predominantes, seu processo de formação e sua idade geológica. Essas estruturas são os dobramentos modernos, os maciços antigos e as bacias sedimentares. Os dobramentos modernos são trechos da crosta de formação recente, considerando-se a escala de tempo geológico, situados relativamente próximos às zonas de contato entre placas, as zonas convergentes. Por conta da pressão de uma placa sobre a outra, essa parte da crosta dobrou-se num processo contínuo, denominado orogênese (do grego oros: montanha; e genesis: formação/origem), dando origem às cordilheiras, as grandes cadeias montanhosas da Terra. Esse processo ocorre justamente em áreas restritas, no trecho próximo ao contato das placas. A parte convexa do dobramento é chamada de anticlinal e a parte côncava, de sinclinal. As placas tectônicas, ao escorregarem sobre o manto superior, tendem a buscar um equilíbrio, que é chamado de isostasia (do grego isos: igual; e stasis, equilíbrio) ou equilíbrio isostático. leia o Entre aspas. Esse equilíbrio altera-se com as mudanças ocorridas na litosfera. No caso dos dobramentos que criam regiões de maior altitude, as placas também dobram-se proporcionalmente em direção ao manto. Os maciços antigos, também chamados de escudos cristalinos, são os terrenos mais antigos da crosta terrestre. Datam do Pré-Cambriano (eras Arqueozoica e Proterozoica) e são constituídos basicamente por rochas magmáticas e metamórficas. Nos maciços que se formaram na Era Proterozoica ocorrem diversas jazidas de minerais metálicos, como ferro, ouro, manganês, prata, cobre, alumínio e estanho. No Brasil, os terrenos dessa era somam aproximadamente 4% do território. A epirogênese (do grego epeiros: continente; e genesis: formação/origem) é como se denomina o movimento lento, vertical, em grandes áreas da crosta terrestre, em regiões afastadas das zonas de contato entre as placas e, consequentemente, em áreas de rochas mais sólidas e estáveis. A pressão das forças internas provoca a fratura (ou a formação de falhas) nos blocos rochosos e o soerguimento ou rebaixamento do terreno na superfície da Terra. As bacias sedimentares começaram a se formar a partir da Era Paleozoica. Resultam da acumulação de sedimentos provenientes do desgaste das rochas, de organismos vegetais, animais ou de camadas de lava vulcânica solidificada. Podem ser formadas por sedimentos de origem continental ou marinha e conter grande quantidade de material fossilizado em suas diversas camadas. Nessas estruturas se formam importantes recursos minerais energéticos, como o petróleo, o gás natural e o carvão mineral. A estrutura geológica do Brasil compõe-se de maciços (escudos) antigos e bacias sedimentares, não ocorrendo dobramentos modernos. Na porção meridional do país, a Bacia do Paraná é formada por sedimentos de arenito e rochas vulcânicas basálticas da Era Mesozoica. A decomposição das rochas basálticas deu origem ao solo terra roxa, de boa fertilidade e rico em ferro. O território brasileiro está distante de zonas de instabilidade tectônica – a mais próxima fica junto ao oceano Pacífico, nos países andinos – e localiza-se ao centro da Placa Sul-Americana. Por conta dessa posição geográfica e considerando o atual contexto da evolução geológica do planeta Terra, o Brasil não apresenta vulcanismo ativo. Contudo, a atividade vulcânica no que corresponde ao atual território do Brasil já foi frequente em eras geológicas passadas. Diversos tremores de terra já foram detectados nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Acre, Mato Grosso, entre outros, e particularmente no Rio Grande do Norte (no município de João Câmara, nos anos 1980, várias casas foram destruídas), mas sem a ocorrência de tragédias de grandes proporções, como as que fazem parte da história de, por exemplo, Colômbia, Equador, Chile e Peru, localizados nas regiões próximas à zona de contato entre a Placa Sul-Americana e a de Nazca.