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Recuperação de Áreas Degradadas e Meio Ambiente

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RECUPERAÇÃO 
DE ÁREA 
DEGRADADAS
Ronei Tiago Stein 
Conceitos de meio ambiente
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Apontar os conceitos de meio ambiente e impactos ambientais.
 Identi� car as principais políticas ambientais que apresentam os instru-
mentos de gestão.
 Relacionar a recuperação de áreas degradadas com o desenvolvimento
sustentável.
Introdução
O meio ambiente é um sistema complexo e inteiramente interligado, 
sendo formado por elementos naturais e artificiais. Ou seja, o meio am-
biente apresenta as condições necessárias para as diferentes formas de 
vida (do homem, da fauna e da flora). Porém, estão inclusos ainda no 
conceito de meio ambiente as diferentes sociedades, com seus valores 
naturais, sociais e culturais que existem num determinado local e mo-
mento. Os seres vivos, o solo, a água, o ar, os objetos físicos fabricados 
pelo homem e os elementos simbólicos (como as tradições, por exemplo) 
também compõem o meio ambiente. Assim, é imprescindível preservá-lo 
para o desenvolvimento das gerações atuais e das futuras. A preservação 
do meio ambiente é a própria preservação da vida.
Neste texto, você verá os conceitos de meio ambiente, impactos 
ambientais, as principais políticas ambientais que apresentam os instru-
mentos de gestão e a relação da recuperação de áreas degradadas com 
o desenvolvimento sustentável.
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Meio ambiente – definições gerais
Em relação ao meio ambiente, é de suma importância comentar sobre a Política 
Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938/81). Esta legislação tem como 
objetivos a preservação, a melhoria e a recuperação da qualidade ambiental 
propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento 
socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da digni-
dade da vida humana. 
Mas o que é exatamente meio ambiente? Pode-se dizer que não existe uma 
resposta unânime, pois meio ambiente pode apresentar diferentes conceitos, de 
acordo com seus componentes. Porém, deve-se considerar que meio ambiente é 
o conjunto de todas as coisas vivas e não vivas. Por exemplo, segundo o art. 3º 
da Lei nº 6.938/81, meio ambiente é o conjunto de condições, leis, influências 
e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege 
a vida em todas as suas formas. 
Para a área da ecologia, o meio ambiente é o panorama animado ou inani-
mado onde se desenvolve a vida de um organismo. No meio ambiente, existem 
vários fatores externos que exercem influência no organismo. A ecologia tem 
como objeto de estudo as relações entre os organismos e o ambiente que os 
envolve.
Meio ambiente é um conjunto de unidades ecológicas que funcionam como 
um sistema natural, o qual inclui vegetação, animais, microrganismos, solo, 
rochas, atmosfera e fenômenos naturais que podem ocorrer em seus limites. 
Meio ambiente também compreende recursos e fenômenos físicos, como ar, 
água e clima, assim como energia, radiação, descarga elétrica e magnetismo, 
veja na Figura 1.
 Conceitos de meio ambiente 14
U1_C01_Recuperação de áreas degradadas.indd 14 14/09/2017 13:03:02
Figura 1. Esquematização da definição de meio ambiente.
Fonte: NPeter/Shutterstock.com.
Ao abordarmos o meio ambiente, é importante comentarmos também 
sobre ecologia. Barsano e Barbosa (2013) descrevem que a ecologia é uma 
das ciências de maior interesse na atualidade. A palavra ecologia foi criada há 
mais de cem anos pelo biólogo alemão Ernst Heinrich Haeckel (1834-1919), 
que uniu dois termos gregos: oikos, que significa “casa”, e logos, que significa 
“estudo”. Logo, a ecologia é a ciência que estuda as “casas naturais”, ou seja, 
os diversos ambientes da natureza, incluindo as relações dos seres vivos entre 
si e com o ambiente.
Os mesmos autores ressaltam que a ecologia ajuda a compreender a im-
portância de cada espécie na natureza e a necessidade de preservar os vários 
ambientes naturais que a Terra abriga. Porém, Barsano e Barbosa (2012) 
descrevem que não são apenas a fauna e a flora que merecem cuidados, há 
outros fatores que devem ser observados visando o equilíbrio da natureza, 
como o espaço físico, a temperatura, a localização, entre outros. O termo 
biodiversidade (ou diversidade biológica) refere-se à riqueza e à variedade 
de plantas e animais que são encontrados nos mais diferentes ambientes. As 
15Conceitos de meio ambiente
U1_C01_Recuperação de áreas degradadas.indd 15 14/09/2017 13:03:03
plantas, os animais e os microrganismos fornecem alimentos, remédios e boa 
parte da matéria-prima industrial consumida pelo ser humano.
Cada espécie pertence a um determinando ecossistema, fazendo parte 
de uma biocenose ou mesmo de uma comunidade, e pode sofrer distintos 
efeitos, como:
  Fatores bióticos: interação entre os seres vivos (predação, cadeia 
alimentar, entre outros);
  Fatores abióticos: interação com o solo, a água, o ar, entre outros.
O Brasil é conhecido mundialmente por suas belezas naturais, sendo o País mais rico 
em número de espécies de seres vivos do mundo. Além da beleza de suas praias, seus 
rios e mares, ele detém a parte mais extensa da maior planície inundável do mundo, 
o Pantanal, e da maior floresta úmida do mundo, a Floresta Amazônica (BARSANO; 
BARBOSA, 2013).
Quando há uma extensão de terra com condições bióticas e abióticas 
similares, ou seja, as grandes paisagens homogêneas da Terra, tem-se um 
bioma, isto é, o conjunto dos seres vivos de uma determinada área, além 
de ser entendido também como o conjunto de ecossistemas terrestres. É na 
biosfera que se encontram os biomas, associações relativamente homogêneas 
de plantas, animais e outros seres vivos, com equilíbrio entre si e com o meio 
físico. Como exemplo, pode-se citar a Floresta Amazônica, que é um bioma 
com vários ecossistemas diferentes de seres vivos e vegetação (Figura 2).
 Conceitos de meio ambiente 16
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Figura 2. Floresta Amazônica – exemplo de um ecossistema com diversos seres vivos e 
vegetação.
Fonte: Filipe Frazao/Shutterstock.com.
Impactos ambientais
Barsano, Barbosa e Viana (2014) descrevem que o desenvolvimento tecno-
lógico industrial, a busca desenfreada por riquezas naturais e a falta de um 
planejamento de recuperação do meio ambiente são as principais origens de 
um conjunto de consequências negativas ao meio ambiente, como é o caso das 
grandes catástrofes naturais, as terríveis enchentes e um aquecimento global 
como nunca visto antes. Assim, ocorrem grandes impactos ambientais, que 
colocam em risco e ameaçam a qualidade do ar, do solo, das águas, a vida 
dos animais, da fl ora e até mesmo do homem.
Segundo o art. 1º da Resolução CONAMA (Conselho Nacional do Meio 
Ambiente) nº 001 de 1986, considera-se impacto ambiental qualquer alteração 
das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada 
por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas 
que, direta ou indiretamente, afetam:
1. a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
2. as atividades sociais e econômicas;
3. a biota;
4. as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
5. a qualidade dos recursos ambientais.
17Conceitos de meio ambiente
U1_C01_Recuperação de áreas degradadas.indd 17 14/09/2017 13:03:05
Os impactos ambientais estão vinculados com a degradação do meio 
ambiente, que ocorre, segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e 
dos Recursos Naturais Renováveis (1990), quando se tem uma ou mais das 
seguintes situações:
  A vegetação nativa e a fauna nativa foram destruídas, removidas ou 
expulsas.
  Ocorre remoção da camada fértil do solo.
  Tem-se alterações na qualidade e no regime de vazão do sistema hídrico.
Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis 
(1990), a degradação ambiental ocorre quando há perdadas características físicas, 
químicas e biológicas, as quais ocorrem quando apenas o desenvolvimento socioe-
conômico é priorizado.
Segundo Tavares (2008), o termo degradação ambiental está relacionado 
aos efeitos negativos ou adversos causados ao ambiente em decorrência, 
principalmente, da intervenção do homem, sendo raramente empregado para 
alterações oriundas de processos naturais. Entre os exemplos de degradação 
ambiental, estão os desmatamentos, as queimadas e os incêndios, a degrada-
ção do solo e erosão, o descarte incorreto de resíduos sólidos, os modelos de 
agricultura não sustentável, a mineração, entre outros.
Políticas ambientais
Barsano e Barbosa (2013) descrevem que as leis, normas técnicas e outras 
regulamentações, as quais objetivam a preservação ambiental, bem como 
o melhor aproveitamento dos recursos naturais no decorrer dos anos, foram 
efeitos de acontecimentos históricos específi cos em diversos países, sendo 
moldados conforme as necessidades do momento e a análise dos interesses de 
todos os envolvidos: os poderes públicos, a iniciativa privada e a sociedade civil.
Especificamente sobre o território Nacional, os mesmos autores descrevem 
que desde a época das colonizações, passando pela Revolução Industrial até́ o 
 Conceitos de meio ambiente 18
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início do século XX, os recursos naturais existentes tinham como finalidade 
atender unicamente a demanda de matéria-prima para o desenvolvimento 
econômico a curto prazo. Sendo assim, a degradação ambiental não é algo 
novo na história do Brasil, como pode-se verificar nos seguintes exemplos 
(BARSANO; BARBOSA, 2013):
  A exploração do Pau-Brasil e outras madeiras nobres.
  A economia açucareira dos senhores de engenho.
  A economia mineradora em várias fases históricas. 
  O ciclo da borracha e o ciclo do café.
  O crescimento da indústria de base (plataformas de petróleo, usinas 
hidrelétricas e nucleares, metalurgia, etc.).
  A ocupação territorial em áreas não habitadas (Amazônia, cerrado, 
costas litorâneas, etc.).
  O crescimento urbano por meio das migrações e imigrações.
Inicialmente, as legislações ambientais não foram criadas para proteger o 
meio ambiente, e sim visar para atender aos interesses econômicos. Em um 
segundo momento, buscou-se a tutela e o controle das reservas naturais exis-
tentes no País, porém sem manifestar um conhecimento mais aprofundado ou, 
simplesmente, ignorando a preservação do meio ambiente como fundamento 
vital para a preservação da vida, priorizando as metas de desenvolvimento 
industrial (BARSANO; BARBOSA, 2013).
As leis que tratam do meio ambiente no Brasil estão entre as mais completas e avançadas 
do mundo (PORTAL BRASIL, 2017). De acordo com a Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 
9.605/98), existem seis diferentes tipos de crimes ambientais:
Crimes contra a fauna: agressões cometidas contra animais silvestres, nativos ou 
em rota migratória.
Crimes contra a flora: destruir ou danificar floresta de preservação permanente 
mesmo que em formação, ou utilizá-la em desacordo com as normas de proteção.
Poluição e outros crimes ambientais: a poluição que provoque ou possa provocar 
danos à saúde humana, mortandade de animais e destruição significativa da flora.
Crimes contra o ordenamento urbano e o patrimônio cultural: construção em 
áreas de preservação ou no seu entorno, sem autorização ou em desacordo com a 
autorização concedida.
19Conceitos de meio ambiente
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Primeiros instrumentos Legais
No Brasil, a discussão sobre preservação ambiental iniciou a partir da década 
de 1930, época em que a industrialização brasileira começou a se intensifi car, 
mas o setor econômico ainda era mais importante que as questões ambientais, 
permanecendo desta forma até o fi nal da década de 1970. Porém, visando 
garantir o abastecimento das matérias-primas para as indústrias, apareceram 
as primeiras intervenções do Estado, a fi m de racionalizar o uso dos recursos 
naturais e evitar que a degradação ambiental não prejudicasse os objetivos 
econômicos. Barsano e Barbosa (2013) citam alguns exemplos, como:
  O Código das Águas, regulamentando o uso dos recursos hídricos 
(Decreto nº 24.643/34 – Lei nº 4.904/65).
  O Código Florestal, delimitando áreas de preservação permanente e a 
exploração de florestas e desmatamentos (Decreto nº 23.793/34).
  O Código de Mineração, que define os princípios para a exploração de 
jazidas (Decreto nº 1.985/40).
  O Código da Pesca, que regulamenta a pesca e a exploração dos recursos 
hídricos (Decreto nº 794/38).
  O Estatuto da Terra, que define os critérios para a desapropriação e 
distribuição de terras (Lei nº 4.504/64).
Apesar de tímidas, as primeiras leis de proteção ambiental apresentam 
algumas preocupações em relação à preservação dos recursos naturais, como 
a aplicação de penas fiscais e criminais em caso de destruição de florestas 
de preservação, permanente no Código Florestal, e o controle da poluição no 
Código da Pesca.
No entanto, não há como abordar a legislação ambiental sem citar a Política 
Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938/81). Além de estabelecer os direcio-
namentos necessários para o desenvolvimento econômico sustentável, essa 
lei criou alguns instrumentos visando tal medida:
Crimes contra a administração ambiental: afirmação falsa ou enganosa, sonegação 
ou omissão de informações e dados técnico-científicos em processos de licenciamento 
ou autorização ambiental.
Infrações administrativas: ação ou omissão que viole regras jurídicas de uso, gozo, 
promoção, proteção e recuperação do meio ambiente.
 Conceitos de meio ambiente 20
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  O estabelecimento de padrões de qualidade ambiental.
  O zoneamento ambiental.
  A avaliação de impactos ambientais.
  O licenciamento e a revisão de atividades efetivas ou potencialmente 
poluidoras.
  As penalidades disciplinares ou compensatórias pelo não cumprimento 
das medidas necessárias à preservação ou correção da degradação 
ambiental.
  O Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras 
e/ou utilizadoras dos recursos ambientais.
  Instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambien-
tal, seguro ambiental e outros.
Porém, Barsano e Barbosa (2013) citam que outra impostíssima contribui-
ção da Lei nº 6.938/81 foi a criação do Sistema Nacional de Meio Ambiente 
(SISNAMA), o qual organizou de forma hierárquica e uniforme a coordenação 
das ações governamentais, agregando todos os órgãos públicos das esferas 
federal, estadual e municipal, incluindo o Distrito Federal, da seguinte maneira:
  O Conselho de Governo é o órgão superior do SISNAMA e responsável 
por assessorar o Presidente da República na formulação de diretrizes 
para a Política Nacional de Meio Ambiente.
  O Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) é o órgão con-
sultivo e deliberativo do SISNAMA que estabelece parâmetros federais 
(normas, resoluções e padrões) a serem obedecidos pelos Estados.
  O Ministério do Meio Ambiente (MMA) é o órgão responsável pelo 
planejamento, coordenação, controle e supervisão da Política Nacional 
de Meio Ambiente.
  O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
Renováveis (IBAMA) é o órgão executor, responsável por formular, 
coordenar, fiscalizar, executar e fazer executar a Política Nacional de 
Meio Ambiente.
  Os órgãos seccionais são as entidades de cada Estado da federação, 
responsáveis por executar programas e projetos de controle e fiscalização 
das atividades potencialmente poluidoras.
  Os órgãos locais, ou municipais, são os responsáveis por atividades 
de controle e fiscalização das atividades potencialmente poluidoras.
21Conceitos de meio ambiente
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Originada nos Estados Unidos, na décadade 1970, após diversos acidentes ambientais, 
a auditoria ambiental é um processo sistemático e documentado de verificação, 
executado para obter e avaliar, de forma objetiva, evidências que determinem se as 
atividades, os eventos, os sistemas de gestão e as condições ambientais especificados 
ou as informações relacionadas a eles estão em conformidade com as legislações 
ambientais e com a política de segurança da empresa.
Existem diferentes tipos de auditorias. Para entender mais sobre o assunto, leia o texto 
“O que é auditoria ambiental e quais os diferentes tipos?” (PENSAMENTO VERDE, 2014).
Sabe-se que algumas atividades antrópicas ocasionam graves passivos am-
bientais, os quais alteram as características físicas, químicas e microbiológicas 
da área, havendo a necessidade de realizar um Projeto de Recuperação de Área 
Degradada (PRAD). Segundo o Ministério do Meio Ambiente (BRASIL, 
2017), pode-se dizer que o PRAD está intimamente ligado à ciência da res-
tauração ecológica, ou seja, ao processo de auxílio ao restabelecimento de 
um ecossistema que foi degradado, danificado ou destruído. Um ecossistema 
é considerado recuperado e restaurado quando contém recursos bióticos e 
abióticos suficientes para continuar seu desenvolvimento sem auxílio ou 
subsídios adicionais. 
De acordo com a Lei nº 9.985/2000, em seu art. 2º, há a distinção entre um 
ecossistema “recuperado” e um ecossistema “restaurado”: 
  Recuperação: restituição de um ecossistema ou de uma população 
silvestre degradada a uma condição não degradada, que pode ser dife-
rente de sua condição original.
  Restauração: restituição de um ecossistema ou de uma população 
silvestre degradada o mais próximo possível da sua condição original.
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A Instrução Normativa nº 4/2011 do IBAMA estabelece as exigências mínimas e orien-
tações que visam nortear a elaboração, a análise, a aprovação e o acompanhamento 
da execução de Projetos de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) ou Áreas 
Alteradas, além de apresentar os Termos de Referência para estruturar o PRAD e o 
PRAD Simplificado.
Desenvolvimento sustentável
Durante séculos, o homem vem retirando do meio ambiente matérias-primas e 
devolvendo poluição e contaminação, gerando a degradação ambiental. É uma 
conta simples. Até o presente momento, a população mundial está retirando 
mais do que a própria natureza pode repor, logo, precisamos urgentemente 
rever nossas atitudes. Sem dúvidas, o desenvolvimento da humanidade não 
pode terminar, porém este deve ser pensado de maneira mais sustentável. 
Cabe ressaltar que a Recuperação de Áreas Degradadas encontra respaldo 
legal na Constituição Federal de 1988, a qual define, em seu art. 225: “[...] todos 
têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum 
do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e 
à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras 
gerações [...]”. É inevitável a degradação ambiental em áreas que sofrem a 
influência da atuação humana. Todavia, os empreendedores precisam tomar 
medidas que visem às boas práticas ambientais durante o desenvolvimento 
de suas atividades, minimizando os impactos ambientais. 
Dessa forma, a sustentabilidade surge como uma ferramenta para auxiliar 
o desenvolvimento com o meio ambiente. Ou seja, esse é um termo usado para 
definir ações que visam suprir as necessidades atuais dos seres humanos, 
sem comprometer o futuro das próximas gerações. A sustentabilidade está 
diretamente relacionada ao desenvolvimento econômico e material sem agredir 
o meio ambiente, usando os recursos naturais de forma inteligente para que 
eles se mantenham no futuro. Seguindo esses parâmetros, a humanidade pode 
garantir o desenvolvimento sustentável (Figura 3).
23Conceitos de meio ambiente
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Figura 3. O uso de fontes de energia mais limpas pode ser considerado uma maneira de 
promover o desenvolvimento sustentável.
Fonte: petovarga/Shutterstock.com.
A estratégia de desenvolvimento sustentável visa promover a harmonia 
entre os seres humanos e entre a natureza. Mas, para isso, a busca do desen-
volvimento sustentável requer principalmente:
  Um sistema político que assegure a efetiva participação dos cidadãos 
no processo decisório.
  Um sistema econômico eficaz.
  Um sistema social que possa resolver as tensões causadas por um de-
senvolvimento não equilibrado (diferença entre ricos e pobres).
  Um sistema de produção que respeite a obrigação de preservar a base 
ecológica do desenvolvimento.
  Um sistema tecnológico que busque constantemente novas soluções 
(novas tecnologias).
  Um sistema internacional que estimule padrões sustentáveis de comércio 
e financiamento.
  Um sistema administrativo flexível e capaz de autocorrigir-se.
 Conceitos de meio ambiente 24
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Pilares do desenvolvimento sustentável
De maneira geral, o desenvolvimento sustentável visa atender três aspectos 
básicos: o econômico, o ambiental e o social. Estes devem estar totalmente 
relacionados para que a sustentabilidade se mantenha (Figura 4).
Figura 4. Pilares do desenvolvimento sustentável.
Fonte: Kjpargeter/Shutterstock.com.
Cabe ressaltar que o desenvolvimento pode ser aplicado de um modo macro 
(p. ex., a um país ou até mesmo para o Planeta num todo) ou de um modo 
micro, como em uma cidade, um bairro, uma residência ou até mesmo em 
uma propriedade agrícola. O Departamento de Engenharia de Computação 
e Sistemas Digitais da USP descreve os pilares da sustentabilidade como 
(UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, 2016?):
Social: refere-se ao capital humano de um empreendimento, comunidade, 
sociedade como um todo. Além de salários justos e estar adequado à legislação 
trabalhista, é preciso pensar em outros aspectos, como o bem-estar dos seus 
funcionários, propiciando, por exemplo, um ambiente de trabalho agradável, 
pensando na saúde do trabalhador e da sua família. Além disso, é imprescin-
dível ver como a atividade econômica afeta as comunidades ao redor. Nesse 
item, estão contidas também situações gerais da sociedade, como educação, 
violência e até o lazer.
Ambiental: refere-se ao capital natural de um empreendimento ou so-
ciedade. A princípio, praticamente toda atividade econômica tem impacto 
25Conceitos de meio ambiente
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ambiental negativo. Nesse aspecto, a empresa ou a sociedade deve pensar nas 
formas de amenizar esses impactos e compensar o que não é possível ameni-
zar. Assim, uma empresa que usa determinada matéria-prima deve planejar 
formas de repor os recursos ou, se não é possível, diminuir o máximo possível 
o uso desse material. Além disso, deve ser levada em conta a adequação à
legislação ambiental.
Econômica: neste pilar, são analisados os temas ligados à produção, à 
distribuição e ao consumo de bens e serviços, e deve-se levar em conta os 
outros dois aspectos anteriores. 
Dentre as medidas que podem ser adotadas tanto pelos governos quanto 
pela sociedade civil em geral para a construção de um mundo mais sustentável, 
pode-se citar alguns exemplos:
 Redução ou eliminação do desmatamento.
 Reflorestamento de áreas naturais devastadas.
 Preservação das áreas de proteção ambiental, como reservas e unidades
de conservação de matas ciliares.
 Fiscalização, por parte do governo e da população, de atos de degradação
ao meio ambiente.
 Adoção da política dos 3Rs (reduzir, reutilizar e reciclar) ou dos 5Rs
(repensar, recusar, reduzir, reutilizar e reciclar).
 Contenção na produção de lixo, direcionando-o corretamente, a fim
de diminuir seus impactos.
 Diminuição da incidência de queimadas.
 Diminuição da emissão de poluentes na atmosfera, tanto pelas chaminés 
das indústrias quantopelos escapamentos de veículos e outros.
 Opção por fontes limpas de produção de energia que não gerem impactos
ambientais em larga e média escala.
 Adoção de formas de conscientização do meio político e social das
medidas acimas apresentadas.
Essas medidas são, portanto, formas viáveis e práticas de se construir uma 
sociedade sustentável que não comprometa o meio natural tanto na atualidade 
quanto no futuro, a médio e longo prazo.
 Conceitos de meio ambiente 26
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A Alemanha visa reduzir em 40% as emissões de dióxido de carbono (CO2) até 2020, 
por meio de incentivos em combustíveis veiculares mais limpos e pela limitação do 
uso de carvão. Esse é um bom exemplo do desenvolvimento sustentável, pois precisa 
haver o incentivo fiscal (econômico) e a participação da sociedade, visando melhorar 
a qualidade do meio ambiente.
27Conceitos de meio ambiente
U1_C01_Recuperação de áreas degradadas.indd 27 14/09/2017 13:03:09
BARSANO, P. R. BARBOSA, R. P. Segurança do trabalho: guia prático e didático. São 
Paulo: Erica, 2012.
BARSANO, P. R. BARBOSA, R. P. Meio ambiente: guia prático e didático. 2. ed. São Paulo: 
Erica, 2013.
BARSANO, P. R. BARBOSA, R. P. VIANA, V. J. Poluição ambiental e saúde pública. São 
Paulo: Érica, 2014.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília: Centro 
Gráfico, 1988.
INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS. 
Manual de recuperação de áreas degradadas pela mineração. Brasília: IBAMA, 1990.
INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS. 
Instrução Normativa IBAMA nº 04, de 13-04-2011. Brasília: IBAMA, 2011.
BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio 
Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. 
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28Conceitos de meio ambiente
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