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Página 1 de 5 imunologia 18/06/2021 Imunoglobulinas (anticorpos) Introdução Glicoproteínas produzidas pelos plasmócitos (plasmócitos que são Linfócitos B ativados em resposta ao reconhecimento de um antígeno). Sinônimo imunoglobulina (Ig): anticorpo (Ac) Ac = Ig No sangue, quando não há os fatores de coagulação, quando há somente as proteínas circulantes (proteínas do complemento, anticorpos), temos o soro. Proteínas do soro: Albumina: proteína importante para a homeostase, como molécula carreadora, mantêm pressão osmótica, equilíbrio entre meios, sem função imune. Globulina: proteína importante para o fator imune α-globulinas: pesadas, ficam próximas da amostra ϒ-globulinas: mais leves, migram mais rápido. Possuem função imunológica (imunoglobulinas) • IgG, IgA, IgD, IgE, IgM Resposta imune humoral Teremos o reconhecimento do linfócito B através do seu receptor (BCR – receptor de célula B). Essa célula indiferenciada vai reconhecer o antígeno e vai começar a se tornar ativada, dessa forma ela vai ser uma célula matura e ativada apenas quando reconhecer um antígeno (podendo ter estímulo de outras células como a T, ou não). A célula B começara a produzir clone dela mesma que gerará células diferenciadas com grande citoplasma ativo, síntese proteica intensa. IgM: imunoglobulina eliminada de forma mais precoce no processo de resposta imune, terá menor avidez (intensidade de ligação) ao antígeno. É a primeira a der produzida. Dentro desse processo de resposta imune, citocinas serão liberadas e alguma dessas células vão passar a ter uma mudança na expressão dos seus genes, e ao invés de liberarem IgM, irão produzir IgG. IgG: são imunoglobulinas da fase tardia da infecção ou das reexposições (fase crônica) Dentro desse processo temos a maturação de afinidade e essas células vão refinar as gerações dos anticorpos/imunoglobulinas G de alta afinidade, o erro de ligação é menor. Isso tudo depende das citocinas liberadas no processo de resposta. Da mesma forma que há nesse processo geração das células efetoras, as células de memória serão específicas para aquele antígeno que desencadeou a ativação e acabarão retornando a medula óssea ou irão para os órgãos linfoides secundários. Numa próxima exposição essas células serão ativadas mais rapidamente e dessa forma se tornarão células secretoras de anticorpos. Células efetoras: plasmócitos Página 2 de 5 Estrutura básica da imunoglobulina Estrutura simétrica; Possui duas cadeias pesadas e duas cadeias leves (duas cadeias H, heavy, e duas cadeias L, light); Cadeia leve: internamente Cadeia pesada: externamente As cadeias são ligadas por pontes de dissulfeto, tanto intracadeias (domínios, região com função biologia bem definida) e intercadeias. • Região de dobradiça: pontes de dissulfeto ligando as duas cadeias pesadas justapostas. Confere flexibilidade a molécula. • Região constante carboxil (COOH) (da base da imunoglobulina): possui as atividades biológicas, principalmente ativação do complemento e reconhecimento por macrófagos e células NK de substancias opsonizadas. Essa região possui os domínios principais fixadores de comprimento que farão a lise da molécula marcada pelo anticorpo. • Região amino (NH2): região terminal da molécula, onde tem a região variável. Ela faz o sítio de ligação (especificações que faz o reconhecimento). C: região constante V: região variável Classes de imunoglobulinas Possuem diferenças nas sequências de aminoácidos na região da cadeia constante da cadeia pesada, isso determina as classes. IgG → cadeia pesada gama IgM → cadeia pesada mi IgA → cadeia pesada alfa IgD → cadeia pesada delta IgE → cadeia pesada épsilon IgG, IgD, IgE e IgA: possuem formato monomérico (uma única molécula) IgA: pode ser dímera ou tetramérica (duas ou quatro moléculas associadas). Quando circulante é monomérica, e na luz dos tecidos, principalmente mucosas, apresenta formato dimérico. IgM: maior de todas, pentâmero (cinco moléculas ligadas a uma cadeia J). Apresenta formato monomérico quando presente na superfície dos linfócitos B, constituindo o BCR (receptor de célula B). Página 3 de 5 IgG • Mais abundante na corrente sanguínea (70- 75% das Ig totais do soro); • Principal anticorpo nas respostas imune secundárias, reexposições e nas fases crônicas de uma infecção primaria (primeira vez que entramos em contato com o microrganismo/alérgeno); • Pode apresentar até 4 subclasses (depende das espécies): IgG1, IgG2, IgG3 e IgG4 (Muda principalmente a quantidade de pontes de dissulfeto); • Única Ig capaz de atravessar a barreira placentária (algumas espécies), com exceção a IgG2; • Melhores fixadores/ativadoras de complemento (sistema complemento): IgG3 > IgG1 > IgG2. Exceção IgG4; • IgG1e IgG3 ligam-se de melhor forma as características de células fagocíticas; • Podem atuar como boas fixadoras de complemento, são ótimas Ig neutralizantes (se encontra antígeno tem avidez a se ligar ao antígeno e desativa ele), são opsonizantes. Igm • 5-10% das Ig totais do soro; • Quando é secretada está em formato de pentâmero. Quase não estão nos espaços intersticiais, e nem atravessa a barreira placentária, pelo seu tamanho; • Anticorpo que o plasmócito produz, ocorre um estímulo através de citocinas e ocorre a troca de isótopos (por isso está mais na fase inicial das infecções); • Boa ativadora do complemento, faz aglutinação (na presença de um antígeno a molécula pentamérica faz uma rede/trama, o que facilita o diagnóstico sendo observada macroscopicamente/microscopicamente); • Quando presente na superfície dos linfócitos B imaturos/maduros mas não ativados, se apresentarão como monoméricas (atuarão como receptores de antígeno desse linfócito). Igd • 0,2% das Igs totais no soro; • Atua como receptores na superfície do linfócito B, importantes na ativação dessa célula B e ativação dela em plasmócito e não possui função biológica definida (ex: fixadora de complemento, aglutinante, neutralizante). Iga • 10-15% das Igs totais no soro; • É a mais produzida no organismo, alta quantidade dela presente nos fluidos e na luz dos órgãos (mucosas, tratos), nas secreções (leite materno, saliva): Ig dos fluidos e das mucosas; • Não tem grande capacidade de opsonização, não ativa complemento, não aglutinam, são importantes como neutralizadoras de antígenos presentes nesses fluidos/mucosas. • Soro: mais IgA1 • Secreções: mais IgA2 Página 4 de 5 Ige • Encontrada em menor quantidade; • Sua principal função é se ligar a receptores de parasitos, principalmente helmintos, e fazer a marcação dessa superfície. Dentro desse processo de resposta participa das hipersensibilidades/alergias (possuem alta afinidade com os receptores presentes nos mastócitos, que são presentes principalmente nos tecidos); função Função primária das imunoglobulinas: se ligar a um antígeno (especificamente, ao que originou sua produção), a célula B vai sofrer suas sinalizações através de citocinas, de mecanismos estimulatórios, vai fazer a expansão clonal, se diferenciará em plasmócitos e produzir anticorpo. O anticorpo que for secretado pelo plasmócito, ele terá uma especificidade aquele antígeno que desencadeou o processo de produção. A função primordial das imunoglobulinas é fazer a ligação específica ao antígeno que originou essa ativação. Funções secundárias/efetoras (vão desencadear uma ação efetora de resposta que vai ter um resultado importante): Quando ligado a esse antígeno posso ter a ligação desse complexo antígeno-anticorpo a outras células fagocitarias (macrófago, NK), agregação de plaquetas, ligação a superfície de mastócitos/basófilos (IgE), ligação a proteína do complemento que pode resultar em lise celular e liberação de moléculas biologicamente ativas(pro- inflamatórias, quimiotáticas). LB com as suas moléculas reconhece o antígeno. LB sofre sua ativação e se diferencia em plasmócito que produzirá os anticorpos. Os anticorpos terão como funções: • Se ligando especificamente com os antígenos pode acabar neutralizando microrganismos ou toxinas (Soro antitetânico). • Oposinização e fagocitose de micróbios. • Citotoxidade celular dependente de anticorpo. • Lise dos micróbios. • Fagocitose dos micróbios opsonizados com fragmentos do complemento (por exemplo, C3b). • Inflamação. Página 5 de 5 Isótipo: variação na sequência de aminoácidos que temos nas cadeias, que vão determinar diferentes classes de imunoglobulinas. Determinantes antigênicos que caracterizam classes e subclasses de cadeias pesadas e tipos e subtipos de cadeias leves. Animais de uma mesma espécie compartilham determinados isótipos, cada classes e subclasses de imunoglobulinas. Todos os bovinos possuem conjunto completo de classes e subclasses de Ig = IgG1, IgG2, Ig, IgE e IgM. Alótipo: características antigênicas adicionais muito sutis de cadeia leve e pesada que são diferentes dentro de uma população. Determinantes alotípicos são pequenas diferenças nas sequencias de aminoácidos de cadeias pesadas e leves de diferentes indivíduos. Variação individual que podem ser compartilhados por membros de uma mesma espécie (ex: população de bovinos possui diferentes alótipos, alguns são IgG2(a1) e outros IgG2(a2). Idiótipo: determinantes idiotípicos gerados pela conformação das sequencias dos aminoácidos das regiões variáveis especificas de cada antígeno. Determinante individual. Cada animal possui um grande número de diferentes idiótipos.
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