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Segurança de Sistemas Operacionais Window e Linux - Livro-Texto Unidade I

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administração de servidores. Sua estrutura geral e seu funcionamento são diferentes dos sistemas 
operacionais da Microsoft. Isso ocorre porque o mundo Unix recebeu influências nas fases de projeto e 
de execução. De certa forma, podemos ver claramente a “filosofia Unix” no design do GNU/Linux.
Para algumas pessoas, essa diferença em relação ao mundo do Microsoft Windows pode ser bastante 
assustadora, mas não precisamos pensar assim. Uma vez compreendidos alguns conceitos básicos, é 
possível verificarmos que a administração de servidores GNU/Linux envolve o mesmo grau de dificuldade 
que o de máquinas que usam o Microsoft Windows. De certa forma, os desafios e os objetivos são 
também muito similares.
Tendo em mente esses aspectos, no final deste livro-texto exporemos diversos aspectos da 
administração de máquinas no mundo GNU/Linux. Veremos um pouco do seu histórico e aprenderemos 
a fazer a instalação de uma distribuição.
No mundo GNU/Linux, assim como no mundo Unix, muitos programas são configurados utilizando 
arquivos de texto. Isso significa que o administrador de sistemas passa uma quantidade considerável de 
tempo editando esses arquivos. É fundamental que o administrador conheça bem um editor de texto 
para que tal processo de edição seja feito da forma mais rápida possível. Nesse sentido, apresentaremos 
o editor de texto Vim, uma evolução do Vi, que é extremamente comum no mundo GNU/Linux.
A administração de máquinas GNU/Linux é feita, principalmente, utilizando-se a linha de comando, 
ou seja, usando-se o terminal. Isso é outra tradição vinda do mundo Unix. É importante que o 
administrador de sistemas esteja familiarizado com a utilização de ferramentas que executam apenas 
no terminal, dada sua ampla disponibilidade e seu largo emprego.
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Aliás, a utilização de ferramentas via linha de comando permite que seja realizado um item importante 
para a administração de servidores: a automação de tarefas via scripts. Assim, em vez de digitarmos 
longas e repetidas sequências de comandos, podemos criar scripts que as executam automaticamente, 
inclusive em horários determinados.
Abordaremos a questão dos malwares e as diversas maneiras como sistemas de segurança são 
implementados em servidores. Observe que alguns desses aspectos estão relacionados ao projeto do 
sistema operacional; outros, à sua implementação; e outros, à sua configuração e ao seu uso. Veremos 
que a questão da segurança envolve muitos fatores, nem todos eles de natureza técnica.
Dessa forma, contemplaremos variada gama de situações relacionadas à administração de 
servidores, com foco na segurança. Esperamos que o conteúdo aqui apresentado ajude o leitor com 
informações úteis para sua carreira, seja como administrador de servidores Microsoft Windows, seja 
como administrador de servidores GNU/Linux.
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SEGURANÇA DE SISTEMAS OPERACIONAIS (WINDOWS / LINUX)
Unidade I
1 INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO E À SEGURANÇA EM SISTEMAS OPERACIONAIS
Sistemas de arquivos geralmente contêm informações valiosas para seus usuários. Portanto, a 
proteção dessas informações contra o uso e/ou a divulgação não autorizados é um aspecto estrutural 
fundamental da maioria dos sistemas de arquivos existentes e dos sistemas operacionais (SOs) 
contemporâneos que os empregam.
Nesse sentido, neste tópico serão apresentados os conceitos de proteção e segurança de SOs e serão 
abordadas as ameaças às quais estão sujeitos sistemas de computação reais em operação contínua (ou 
quase contínua) em qualquer lugar do mundo atualmente.
1.1 Sistemas operacionais e suas formas de proteção
De modo simplificado, podemos dizer que um processo é um programa em execução.
É fundamental que determinado processo que execute no ambiente oferecido a ele por um sistema 
operacional esteja protegido das atividades de todos os outros processos também em execução no 
mesmo ambiente. Tal proteção requer o emprego de mecanismos que assegurem que somente processos 
adequadamente autorizados pelo SO possam realizar operações apenas sobre os arquivos, os trechos de 
memória e os demais recursos disponíveis.
De acordo com Silberschatz, Galvin e Gagne (2015), a proteção diz respeito a um mecanismo destinado 
ao controle do acesso de programas e ao controle de processos ou de usuários aos recursos definidos por 
um sistema de computação. Esse mecanismo, naturalmente, deve ser implementado de forma sólida e 
incontornável. Além disso, tal implementação precisa ser feita de modo que haja uma forma padronizada 
de solicitar e conceder (ou não) o acesso apenas quando necessário, ou de suspender (ou abortar) o processo 
solicitante, quando não for possível conceder tal acesso.
1.1.1 Finalidades da proteção em um sistema operacional
Existem vários motivos para investirmos na segurança de um sistema operacional. Um deles é proteger 
o sistema e garantir que ele permaneça operando de forma adequada. Outro aspecto importante nesse 
contexto é assegurar que o acesso e o uso da informação sejam realizados em conformidade com 
políticas previamente estabelecidas (SILBERSCHATZ; GALVIN; GAGNE, 2015).
Nem sempre a violação de segurança acontece de modo intencional: um usuário com pouco 
conhecimento a respeito de um sistema computacional pode causar distúrbios se tiver permissões de 
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Unidade I
manipular elevada quantidade de dados e fizer isso de maneira equivocada. É importante garantirmos 
que esse tipo de situação não ocorra.
Um sistema orientado à proteção fornece meios para diferenciar o uso autorizado do uso não 
autorizado. O papel da proteção em um sistema de computação é o de fornecer um mecanismo para a 
imposição das políticas e das regras que governam o uso de recursos. Essas políticas e regras podem ser 
estabelecidas de várias maneiras:
•	 pela introdução de itens no projeto do sistema;
•	 pelo gerenciamento do sistema;
•	 pelas atitudes de proteção dos usuários individuais quanto aos seus próprios arquivos e programas.
Um sistema de proteção deve ter a flexibilidade necessária para permitir a imposição de uma 
variedade de políticas, visto que as políticas de uso de recursos podem mudar de acordo com o tempo, 
as peculiaridades de utilização de determinado processo ou sistema e o tipo de aplicação, por exemplo.
Outro aspecto importante que devemos ter em mente, no âmbito da análise deste tópico, é a 
diferença conceitual existente entre mecanismo e política:
•	 quando pensamos em um mecanismo, estamos interessados em descrever a maneira como algo 
é feito;
•	 quando pensamos em uma política, estamos interessados em definir o que deve ser feito (e não 
em estabelecer o modo como algo é feito).
Essas duas ideias, política e mecanismo, são complementares, sendo que o objetivo geral de 
um administrador é a definição de políticas com foco na descrição dos mecanismos, que devem 
apresentar flexibilidade.
1.1.2 Princípios associados à proteção no projeto de sistemas operacionais
Frequentemente, um princípio geral pode ser usado em todo um projeto, e seguir esse princípio 
simplifica o processo de tomada de decisões e mantém o sistema como um todo consistente e de 
fácil entendimento.
Um princípio geral essencial para a proteção, que já foi testado ao longo do tempo, é conhecido 
como princípio do privilégio mínimo, o qual determina que programas, usuários e subsistemas recebam 
apenas os privilégios necessários e suficientes para a execução de suas tarefas (SILBERSCHATZ; 
GALVIN; GAGNE, 2015).
Podemos fazer uma analogia ilustrativa desse princípio com o caso de um faxineiro que limpa a seção 
de atendimento ao cliente de uma empresa e recebe um cartão de acesso para viabilizar seu trabalho. 
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SEGURANÇA DE SISTEMAS OPERACIONAIS (WINDOWS / LINUX)
É claro que, se tal cartão permite acesso apenas às dependências cuja limpeza é de responsabilidade 
desse funcionário, os problemas causados por sua perda, seu roubo ou sua clonagem serão bem menores 
do que se o acesso for dado à empresa inteira. Um sistema operacional que obedece ao princípio
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