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1 PORTUGUÊS/Semântica SEMÂNTICA Falar sobre semântica significa, antes de tudo, falar sobre significante e significado. Mas, a propósito, tais elementos estabelecem relação com exatamente o quê? Sabemos que nós, assim como muitos outros, pertencemos a um grupo social falante da língua portuguesa – nosso idioma oficial. Assim sendo, podemos afirmar que essa mesma língua se manifesta como um sistema de signos convencionais regidos por certas regras de organização, representadas pelos preceitos gramaticais. Esse sistema de signos representa os elementos que utilizamos para nos comunicar, os quais se relacionam ao significante e ao significado, expressos anteriormente. Ao falarmos a palavra “pedra”, de imediato temos uma imagem psíquica associada a algo que a materialize de forma concreta, ou seja, algo representado de forma gráfica – que no caso diz respeito às letras, fonemas e, posteriormente, às sílabas. A palavra "pedra" está associada a um significante e a um significado: = sf. 1. Matéria mineral dura e sólida, da natureza das rochas. 2. Fragmento dela. 3. Rocha, rochedo. 4, Lápide sepulcral. [...]. Tais pressupostos nos remetem ao significado. = também a: p/e/d/r/a – imagem sensorial, representada por meio de letras. Pressuposto este demarcado pelo significante. O que estuda a semântica? Munidos agora dessa percepção, concluímos o porquê de o significante e do significado estarem intimamente ligados à semântica, pois ela se caracteriza como a ciência dos significados das palavras. E compreender bem acerca dos significados é fundamental para que possamos escolher de forma adequada e conveniente as palavras que melhor expressam nossas ideias, nossos pensamentos. São atribuições da semântica, portanto, o estudo da: Sinonímia: Bondoso = Caridoso Antonímia: Bondoso x Maldoso Paronímia: Emigrar x Imigrar Homonímia: Acento x Assento Polissemia: Hidrate bem suas mãos. (parte constitutiva do corpo humano) Não abra mão de seus direitos. (abdicar de algo, desistir) Fazendo referência a esse caso, há que se constatar que, dependendo do contexto, uma mesma palavra pode assumir distintos significados. DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO Admiro o voo dos pássaros. (sentido literal, retratado pelo dicionário) = denotação “Os poemas são pássaros que chegam não se sabe de onde e pousam no livro que lês.” (sentido figurado, subjetivo) = conotação Há palavras da nossa língua que apresentam a mesma pronúncia e, às vezes, a mesma grafia, mas sentido diferente – são homônimas. Outras há que se parecem tanto na escrita quanto na pronúncia – são parônimas. O emprego correto dos homônimos e dos parônimos depende exclusivamente do seu sentido. Veja as seguintes definições: • Sinonímia: é a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados iguais ou semelhantes. • Antonímia: é a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados diferentes, contrários. • Polissemia: é a propriedade que uma mesma palavra (uma única raiz etimológica) tem de apresentar vários significados. • Homonímia: quando palavras com raízes etimológicas distintas possuem a mesma pronúncia e, às vezes, a mesma grafia, mas significação diferente. Veja alguns casos: - Homônimas homófonas: mesmo som (pronúncia), mas com grafia diferente. - Homônimas homógrafas: mesma grafia, mas pronúncia diferente. - Homógrafas homófonas (perfeitas): são iguais na escrita e na pronúncia. • Paronímia: parecidas na escrita e na pronúncia, mas com significação diferente. • Ambiguidade ou anfibologia - nome dado à duplicidade de sentidos, termos que apresentam mais de um entendimento possível, isto é, duplicidade de sentido da frase. 2 PORTUGUÊS/Semântica Exercícios de Fixação 1 - “meu presente é ter você presente”, temos um jogo semântico que é proporcionado por: a) Uma polissemia ocasionada pela palavra presente que de acordo com o contexto, assume dois sentidos distintos. b) Uma homonímia ocasionada pela semelhança fônica e gráfica entre o substantivo presente e o adjetivo presente. c) Uma sinonímia perfeita entre as duas ocorrências da forma expressiva presente. d) Uma repetição de duas palavras com igual acepção. e) N.d.a 2 - Sobre a frase “ o primeiro clone a gente nunca esquece” assinale V ou F: ( ) estabelece relação com outro texto, parafraseando a estrutura do slogan de uma propaganda. ( ) é original, pois não estabelece relação com nenhum outro texto. ( ) reflete o conteúdo da frase, pois não faz referência a uma segunda experiência com a clonagem animal. A sequência correta é: a)FFV b)VFF c)FVV d)VVF e)VFV 3) No ditado popular: “quem casa quer casa”, os termos sublinhados são classificados como: a) Parônimos b) Sinônimos c) Antônimos d)Homônimos e)Polissêmico 4 - Assinale a alternativa em que o vocábulo não apresenta um homônimo perfeito: a)Verão b)Saia c)Que d)Mato e)Concerto 5 - “O preço do açúcar pode estar salgado”. (jornal hoje 05/01/2006) Com relação ao anúncio, analise as proposições que seguem: 1) Temos uma relação de antonímia que dá mais ênfase ao conteúdo veiculado. 2) A oposição entre as palavras “açúcar” e “salgado” não é admitida, pois a segunda palavra qualifica a primeira, não sendo, portanto antônimos perfeitos. 3) Apesar de termos a relação de antonímia explicita entre “doce” e “salgado”, essa acepção contraditória está implícita. A(s) alternativas correta(s) é(são): a)Apenas a I b) Apenas a II c) Apenas a III d)I e II e)II e III 6 - “Houve uma semana de acirrados debates na câmara. Agora os vereadores concluem sua análise com a anuência àquele dispositivo da lei municipal”.(Veja, 2006) A partir do trecho assinalado acima, entende-se que: 1) A maioria dos vereadores aprovou certo dispositivo da lei municipal. 2) Os vereadores, sem exceção, aprovaram o dispositivo da Lei municipal. 3) Todos os vereadores reprovaram o dispositivo da Lei Municipal. 4) A maioria absoluta dos vereadores boicotou certo dispositivo da Lei Municipal. 5) A maioria dos vereadores concluiu sua análise com indiferença à aprovação ou não de certo dispositivo de Lei Municipal. 7-Assinale a alternativa na qual o antônimo está indicado corretamente. a)( ) único, especial – genérico. b)( ) desestimular, desanimar – ampliar. c)( ) diminuir, reduzir – incentivar. d)( ) calmo, tranquilo – merecimento. e)( ) incapacidade, incompetência – irritado. 8-Relacione as colunas de acordo com os sinônimos: a)significativo, relevante b)adversidade, dificuldade c)criar, realizar d)ideia, instrução e)método, maneira I.( ) problema II.( ) conhecimento III.( ) processo IV.( ) importante V. ( ) fazer 9-(Promun) Os sinônimos de exilado, sustentar e banimento são, respectivamente: a)( ) degradado - sustar - prescrição. b)( ) degredado - sustar - proscrição. c)( ) degredado - suster - proscrição. d)( ) degradado - suster - prescrição. e)( ) degradado - sustar - proscrição. 3 PORTUGUÊS/Semântica 10-Os hiperônimos de gato, rosa e amor são, respectivamente: a)esporte – órgão - sentimento. b)insetos – mamíferos - veículos. c)felino – flor - sentimento. d)felino – sentimento - esporte. e)felino – sentimento - órgão. 11-(UFRJ) Esparadrapo Há palavras que parecem exatamente o que querem dizer. “Esparadrapo”, por exemplo. Quem quebrou a cara fica mesmo com cara de esparadrapo. No entanto, há outras, aliás de nobre sentido, que parecem estar insinuando outra coisa. Por exemplo, “incunábulo*”. QUINTANA, Mário. Da preguiça como método de trabalho. Rio de Janeiro, Globo. 1987. p. 83. *Incunábulo: [dolat. Incunabulu; berço]. Adj. 1- Diz-se do livro impresso até o ano de 1500./ S.m. 2 – Começo, origem. A locução “No entanto” tem importante papel na estrutura do texto. Sua função resume-se em: a)ligar duas orações que querem dizer exatamente a mesma coisa. b)separar acontecimentos que se sucedem cronologicamente. c)ligar duas observações contrárias acerca do mesmo assunto. d)apresentar uma alternativa para a primeira ideia expressa. e)introduzir uma conclusão após os argumentos apresentados. 12.No _______ do violoncelista _____ havia muitas pessoas, pois era uma ______beneficente. a)conserto - eminente - sessão b)concerto - iminente - seção c)conserto - iminente - seção d)concerto - eminente - sessão VALOR SEMÂNTICO Valor semântico é o sentido atribuído às palavras mediante o seu contexto. 1.Tinha uma vizinha que era uma cobra! 2.O caseiro encontrou uma cobra no sítio. A palavra cobra usada nos dois exemplos diferem no seu significado. No primeiro deles, a pessoa não está contente com a vizinha, que segundo ela é uma pessoa má, cuja convivência é difícil. No segundo, a palavra tem o sentido literal, ou seja, de um réptil. Valor semântico das PREPOSIÇÕES Assunto: O livro trata de culinária. Causa: Com a barba feita, conseguiu emprego. Companhia: Se for para ir com você eu vou. Conformidade: Entreguei tudo como ele pediu. Distância: A poucos metros você encontra a padaria. Finalidade: Cheguem cedo para não perdermos o ônibus. Instrumento: Com o que você se machucou? Lugar: Mudou-se para a Alemanha. Matéria: Fiz bolo de chocolate. Meio: Falei com ela por telefone. Modo: Faz tudo com disposição. Oposição: Agiu contra a minha vontade. Origem: De onde você é? Posse: Este livro é da biblioteca? Tempo: Vou me aposentar por tempo de contribuição. Valor semântico das CONJUNÇÕES Adição: Passeei e descansei. Adversidade: Faço tudo e não vejo nada pronto. Alternativa: Ora estudava, ora fingia que estudava. Causa: Como estou doente, não vou à festa. Comparação: Anda como a mãe. Concessão: Vou à praia, e está chovendo. Conclusão: Não dormiu em casa porque a cama está arrumada. Condição: Se resolver ir, chame. Conformidade: Faço tudo como ele quer. Consequência: Você mexe-se, e eu atiro. Explicação: Fica, pois ela vai precisar de ajuda. Finalidade: Faço o bolo e levo na hora do Parabéns. Proporção: Tanto mais faz, tanto menos é reconhecido. Tempo: Quando o professor chegar, eu guardo o telefone. 4 PORTUGUÊS/Semântica EXERCÍCIOS 1. (PUC-SP) Assinale a alternativa que possa substituir, pela ordem, as partículas de transição dos períodos abaixo, sem alterar o significado delas. "Em (primeiro lugar), observemos o avô. (Igualmente), lancemos um olhar para a avó. (Também) o pai deve ser observado. Todos são altos e morenos. (Consequentemente), a filha também será morena e alta." a) primeiramente, ademais, além disso, em suma b) acima de tudo, também, analogamente, finalmente c) primordialmente, similarmente, segundo, portanto d) antes de mais nada, da mesma forma, por outro lado, por conseguinte... e) sem dúvida, intencionalmente, pelo contrário, com efeito. 2. (Enem-2014) Miss Universo: "As pessoas racistas devem procurar ajuda" SÃO PAULO - Leila Lopes, de 25 anos, não é a primeira negra a receber a faixa de Miss Universo. A primazia coube a Janelle "Penny" Commissiong, de Trinidad e Tobago, vencedora do concurso em 1977. Depois dela vieram Chelsi Smith, dos Estados Unidos, em 1995; Wendy Fitzwilliam, também de Trindad e Tobago, em 1998, e Mpule Kwelagobe, de Botswana, em 1999. Em 1986, a gaúcha Deise Nunes, que foi a primeira negra a se eleger Miss Brasil, ficou em sexto lugar na classificação geral. Ainda assim a estupidez humana faz com que, vez ou outra, surjam manifestações preconceituosas como a de um site brasileiro que, às vésperas da competição, e se valendo do anonimato de quem o criou, emitiu opiniões do tipo "Como alguém consegue achar uma preta bonita?" Após receber o título, a mulher mais linda do mundo - que tem o português como língua materna e também fala fluentemente o inglês - disse o que pensa de atitudes como essa e também sobre como sua conquista pode ajudar os necessitados de Angola e de outros países. COSTA, D. Disponível em: http://oglobo.globo.com. Acesso em: 10 set 2011 (adaptado) O uso da expressão “ainda assim” presente nesse texto tem como finalidade a) criticar o teor das informações fatuais até ali veiculadas. b) questionar a validade das ideias apresentadas anteriormente. c) comprovar a veracidade das informações expressas anteriormente. d) introduzir argumentos que reforçam o que foi dito anteriormente. e) enfatizar o contrassenso entre o que é dito antes e o que vem em seguida... 3. (PUC-SP) No período: "Da própria garganta saiu um grito de admiração, que Cirino acompanhou, embora com menos entusiasmo", a palavra destacada expressa uma ideia de: a) explicação b) concessão.. c) comparação d) modo e) consequência 4. (Enem-2010) Os filhos de Anna eram bons, uma coisa verdadeira e sumarenta. Cresciam, tomavam banho, exigiam para si, malcriados, instantes cada vez mais completos. A estouros. O calor era forte no apartamento que estavam aos poucos pagando. Mas o vento batendo nas cortinas que ela mesma cortara lembrava-lhe que se quisesse podia parar e enxugar a testa, olhando o calmo horizonte. Como um lavrador. Ela plantara as sementes que tinha na mão, não outras, mas essas apenas. LISPECTOR, C. Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. A autora emprega por duas vezes o conectivo mas no fragmento apresentado. Observando aspectos da organização, estruturação e funcionalidade dos elementos que articulam o texto, o conectivo mas a) expressa o mesmo conteúdo nas duas situações em que aparece no texto. b) quebra a fluidez do texto e prejudica a compreensão, se usado no início da frase. c) ocupa posição fixa, sendo inadequado seu uso na abertura da frase. d) contém uma ideia de sequência temporal que direciona a conclusão do leitor. e) assume funções discursivas distintas nos dois contextos de uso... 5. (UFPB-2010) No fragmento “A vida ganhou em qualidade, prorrogando a juventude, sem com isso perder os benefícios da longevidade bem-vinda [...]", a oração destacada expressa ideia de: a) Condição b) Consequência c) Concessão.. d) Comparação e) Causa 6. (PUC-SP) Em: “… ouviam-se amplos bocejos, fortes como o marulhar das ondas…” a partícula como expressa uma ideia de: a) comparação.. b) causa c) explicação d) conclusão e) proporção 5 PORTUGUÊS/Semântica 7. (UEL-PR) Não gostava muito de novelas policiais; admirava, porém, a técnica de seus autores. Comece com: Admirava a técnica... a) visto como b) enquanto c) conquanto d) porquanto e) à medida que 8. (Fuvest-SP) "Podem acusar-me: estou com a consciência tranqüila." Os dois pontos (:) do período acima poderiam ser substituídos por vírgula, explicitando-se o nexo entre as duas orações pela conjunção: a) portanto b) e c) como d) pois e) embora 9. (Mackenzie-SP) Assinale “como” assume a mesma função que exerce em "como fosse trazido à sua presença um pirata". a) Como você conseguiu chegar até aqui? b) Como todos podem ver, a situação não é das melhores. c) Não só leu os livros indicados, como também outros de interesse pessoal. d) Como não telefonou, resolvi procurá-lo pessoalmente. e) O arquiteto projetou o jardim exatamente como lhe pediram. 10. (Enem-2016) O senso comum é que só os seres humanos são capazes de rir. Isso não é verdade? Não.O riso básico — o da brincadeira, da diversão, da expressão física do riso, do movimento da face e da vocalização — nós compartilhamos com diversos animais. Em ratos, já foram observadas vocalizações ultrassônicas — que nós não somos capazes de perceber — e que eles emitem quando estão brincando de “rolar no chão”. Acontecendo de o cientista provocar um dano em um local específico no cérebro, o rato deixa de fazer essa vocalização e a brincadeira vira briga séria. Sem o riso, o outro pensa que está sendo atacado. O que nos diferencia dos animais é que não temos apenas esse mecanismo básico. Temos um outro mais evoluído. Os animais têm o senso de brincadeira, como nós, mas não têm senso de humor. O córtex, a parte superficial do cérebro deles, não é tão evoluído como o nosso. Temos mecanismos corticais que nos permitem, por exemplo, interpretar uma piada. Disponível em: http://globonews.globo.com. Acesso em: 31 maio 2012 (adaptado). A coesão textual é responsável por estabelecer relações entre as partes do texto. Analisando o trecho “Acontecendo de o cientista provocar um dano em um local específico no cérebro”, verifica-se que ele estabelece com a oração seguinte uma relação de a) finalidade, porque os danos causados ao cérebro têm por finalidade provocar a falta de vocalização dos ratos. b) oposição, visto que o dano causado em um local específico no cérebro é contrário à vocalização dos ratos. c) condição, pois é preciso que se tenha lesão específica no cérebro para que não haja vocalização dos ratos.. d) consequência, uma vez que o motivo de não haver mais vocalização dos ratos é o dano causado no cérebro. e) proporção, já que à medida que se lesiona o cérebro não é mais possível que haja vocalização dos ratos. 11. (Enem-2014) Tarefa Morder o fruto amargo e não cuspir Mas avisar aos outros quanto é amargo Cumprir o trato injusto e não falhar Mas avisar aos outros quanto é injusto Sofrer o esquema falso e não ceder Mas avisar aos outros quanto é falso Dizer também que são coisas mutáveis... E quando em muitos a não pulsar — do amargo e injusto e falso por mudar — então confiar à gente exausta o plano de um mundo novo e muito mais humano. Na organização do poema, os empregos da conjunção “mas” articulam, para além de sua função sintática, a) a ligação entre verbos semanticamente semelhantes. b) a oposição entre ações aparentemente inconciliáveis. c) a introdução do argumento mais forte de uma sequência. d) o reforço da causa apresentada no enunciado introdutório. e) a intensidade dos problemas sociais presentes no mundo. 12. (Fuvest-SP) Nas frases abaixo, cada espaço pontilhado corresponde a uma conjunção retirada. 1) "Porém já cinco sóis eram passados (....) dali nos partíramos." 2) (....) estivesse doente faltei à escola. 6 PORTUGUÊS/Semântica 3) (...) haja maus nem por isso devemos descrer dos bons. 4) Pedro será aprovado (...) estude. 5) (...) chova sairei de casa. As conjunções retiradas são, respectivamente: a) quando, embora, mesmo que, desde que, ainda que. b) que, como, embora, desde que, ainda que.. c) como, que, porque, ainda que, desde que. d) que, ainda que, embora, como, logo que. e) que, quando, embora, desde que, já que COESÃO E COERÊNCIA A Coesão e a Coerência são mecanismos fundamentais na construção textual. Para que um texto seja eficaz na transmissão da sua mensagem é essencial que faça sentido para o leitor. Além disso, deve ser harmonioso, de forma a que a mensagem flua de forma segura, natural e agradável aos ouvidos. COESÃO TEXTUAL A coesão é resultado da disposição e da correta utilização das palavras que propiciam a ligação entre frases, períodos e parágrafos de um texto. Ela colabora com sua organização e ocorre por meio de palavras chamadas de conectivos. Mecanismos de Coesão A coesão pode ser obtida através de alguns mecanismos: anáfora e catáfora. A anáfora e a catáfora se referem à informação expressa no texto e, por esse motivo, são qualificadas como endofóricas. Enquanto a anáfora retoma um componente, a catáfora o antecipa, contribuindo com a ligação e a harmonia textual. Algumas Regras Confira abaixo algumas regras que garantem a coesão textual: Referência Pessoal: utilização de pronomes pessoais e possessivos. Exemplo: João e Maria casaram. Eles são pais de Ana e Beto. (Referência pessoal anafórica) Demonstrativa: utilização de pronomes demonstrativos e advérbios. Exemplo: Fiz todas as tarefas, com exceção desta: arquivar a correspondência. (Referência demonstrativa catafórica) Comparativa: utilização de comparações através de semelhanças. Exemplo: Mais um dia igual aos outros… (Referência comparativa endofórica) Substituição Substituir um elemento (nominal, verbal, frasal) por outro é uma forma de evitar as repetições. Exemplo: Vamos à prefeitura amanhã, eles irão na próxima semana. Observe que a diferença entre a referência e a substituição está expressa especialmente no fato de que a substituição acrescenta uma informação nova ao texto. No caso de “João e Maria casaram. Eles são pais de Ana e Beto”, o pronome pessoal referencia as pessoas João e Maria, não acrescentando informação adicional ao texto. Elipse Um componente textual, quer seja um nome, um verbo ou uma frase, pode ser omitido através da elipse. Exemplo: Temos ingressos a mais para o concerto. Você os quer? (A segunda oração é perceptível mediante o contexto. Assim, sabemos que o que está sendo oferecido são ingressos para o concerto.) Conjunção A conjunção liga orações estabelecendo relação entre elas. Exemplo: Nós não sabemos quem é o culpado, mas ele sabe. (adversativa) Coesão Lexical A coesão lexical consiste na utilização de palavras que possuem sentido aproximado ou que pertencem a um mesmo campo lexical. São elas: sinônimos, hiperônimos, nomes genéricos, entre outros. Exemplo: Aquela escola não oferece as condições mínimas de trabalho. A instituiçãoestá literalmente caindo aos pedaços. Coerência Textual A Coerência é a relação lógica das ideias de um texto que decorre da sua argumentação - resultado especialmente dos conhecimentos do transmissor da mensagem. Um texto contraditório e redundante ou cujas ideias iniciadas não são concluídas, é um texto incoerente. A incoerência compromete a clareza do discurso, a sua fluência e a eficácia da leitura. Assim a incoerência não é só uma questão de conhecimento, decorre também do uso de tempos verbais e da emissão de ideias contrárias. Exemplos: O relatório está pronto, porém o estou finalizando até agora. (processo verbal acabado e inacabado) https://www.todamateria.com.br/conectivos/ https://www.todamateria.com.br/anafora/ 7 PORTUGUÊS/Semântica Ele é vegetariano e gosta de um bife muito mal passado. (os vegetarianos são assim classificados pelo fato de se alimentar apenas de vegetais) Fatores de Coerência São inúmeros os fatores que contribuem para a coerência de um texto, tendo em vista a sua abrangência. Vejamos alguns: Conhecimento de Mundo É o conjunto de conhecimento que adquirimos ao longo da vida e que são arquivados na nossa memória. São o chamados frames (rótulos), esquemas (planos de funcionamento, como a rotina alimentar: café da amanhã, almoço e jantar), planos (planejar algo com um objetivo, tal como jogar um jogo), scripts (roteiros, tal como normas de etiqueta). Exemplo: Peru, Panetone, frutas e nozes. Tudo a postos para o Carnaval! Uma questão cultural nos leva a concluir que a oração acima é incoerente. Isso porque “peru, panetone, frutas e nozes” (frames) são elementos que pertencem à celebração do Natal e não à festa de carnaval. Inferências Através das inferências,as informações podem ser simplificadas se partimos do pressuposto que os interlocutores partilham do mesmo conhecimento. Exemplo: Quando os chamar para jantar não esqueça que eles são indianos. (ou seja, em princípio, esses convidados não comem carne de vaca) Fatores de contextualização Há fatores que inserem o interlocutor na mensagem providenciando a sua clareza, como os títulos de uma notícia ou a data de uma mensagem. Exemplo: — Está marcado para às 10h. — O que está marcado para às 10h? Não sei sobre o que está falando. Informatividade Quanto maior informação não previsível um texto tiver, mais rico e interessante ele será. Assim, dizer o que é óbvio ou insistir numa informação e não desenvolvê-la, com certeza desvaloriza o texto. Exemplo: O Brasil foi colonizado por Portugal. Princípios Básicos Após termos visto os fatores acima, é essencial ter em atenção os seguintes princípios para se obter um texto coerente: Princípio da Não Contradição - ideias contraditórias Princípio da Não Tautologia - ideias redundantes Princípio da Relevância - ideias que se relacionam Diferença entre Coesão e Coerência Coesão e coerência são coisas diferentes, de modo que um texto coeso pode ser incoerente. Ambas têm em comum o fato de estarem relacionadas com as regras essenciais para uma boa produção textual. A coesão textual tem como foco a articulação interna, ou seja, as questões gramaticais. Já a coerência textual trata da articulação externa e mais profunda da mensagem. Exercícios Questão 1 Sobre a coerência textual, é incorreto afirmar: a) A coerência é uma conformidade entre fatos ou ideias, própria daquilo que tem nexo, conexão, portanto, podemos associá-la ao processo de construção de sentidos do texto e à articulação das ideias. b) Por serem os sentidos elementos subjetivos, podemos dizer que a coerência não pode ser delimitada, pois o leitor é o responsável pela constituição dos significados do texto. c) A coerência é imaterial e não está na superfície textual. Compreender aquilo que está escrito dependerá dos níveis de interação entre o leitor, o autor e o texto. Por esse motivo, um mesmo texto pode apresentar múltiplas interpretações. d) A não contradição, a não tautologia e o princípio da relevância são elementos básicos que garantem a coerência textual. e) A coerência textual dispensa o uso adequado dos conectivos, elementos que apenas colaboram para a estruturação do texto sem apresentar relação direta com a semântica textual. Questão 2 Observe a tirinha Calvin e Haroldo, de Bill Watterson, e responda à questão: Para cada situação interativa existe uma variedade de língua adequada. O falante pode optar pela variedade padrão ou pela variedade não padrão. Sobre o nível de linguagem adotado por Calvin, podemos afirmar que se trata, em relação aos tipos de coerência, de uma a) incoerência pragmática. b) incoerência genérica. c) incoerência estilística. d) incoerência temática. e) incoerência semântica. 8 PORTUGUÊS/Semântica Questão 3 Oito Anos “Por que você é Flamengo E meu pai Botafogo O que significa "Impávido colosso"? Por que os ossos doem enquanto a gente dorme Por que os dentes caem Por onde os filhos saem Por que os dedos murcham quando estou no banho Por que as ruas enchem quando está chovendo Quanto é mil trilhões vezes infinito Quem é Jesus Cristo Onde estão meus primos Well, well, well Gabriel (...)”. (Paula Toller/Dunga. CD Partimpim, de Adriana Calcanhoto, São Paulo, 2004) Julgue as seguintes proposições: I. Pode-se dizer que se trata de um conjunto de frases interrogativas sem ligação entre si, configurando então um texto desprovido de coerência. II. Embora o texto apresente uma série de interrogações aparentemente sem ligação entre si, existem nele elementos linguísticos que nos permitem construir a coerência textual. III. A letra da canção é constituída por uma “lista” das perguntas que um filho faz para a mãe, e a sequenciação de perguntas aparentemente desconexas, na verdade, explicita o grande número de questionamentos que povoam o imaginário infantil. IV. A ausência de elementos sintáticos, como conectivos, prejudica a construção de sentidos do texto. a) Todas estão corretas. b) Apenas II e III estão corretas. c) Apenas I e IV estão corretas. d) Apenas I e III estão corretas. e) I, III e IV estão corretas. Questão 4- (UDESC 2008) Identifique a ordem em que os períodos devem aparecer, para que constituam um texto coeso e coerente. (Texto de Marcelo Marthe: Tatuagem com bobagem. Veja, 05 mar. 2008, p. 86.) I - Elas não são mais feitas em locais precários, e sim em grandes estúdios onde há cuidado com a higiene. II - As técnicas se refinaram: há mais cores disponíveis, os pigmentos são de melhor qualidade e ferramentas como o laser tornaram bem mais simples apagar uma tatuagem que já não se quer mais. III - Vão longe, enfim, os tempos em que o conceito de tatuagem se resumia à velha âncora de marinheiro. IV - Nos últimos dez ou quinze anos, fazer uma tatuagem deixou de ser símbolo de rebeldia de um estilo de vida marginal. Assinale a alternativa que contém a sequência correta, em que os períodos devem aparecer. A)II, I, III, IV B) IV, II, III, I C) IV, I, II, III D) III, I, IV, II E) I, III, II, IV Questão 5- (FCC 2007) O emprego do elemento sublinhado compromete a coerência da frase: A) Cada época tem os adolescentes que merece, pois estes são influenciados pelos valores socialmente dominantes. B) Os jovens perderam a capacidade de sonhar alto, por conseguinte alguns ainda resistem ao pragmatismo moderno. C) Nos tempos modernos, sonhar faz muita falta ao adolescente, bem como alimentar a confiança em sua própria capacidade criativa. D) A menos que se mudem alguns paradigmas culturais, as gerações seguintes serão tão conformistas quanto a atual. 9 PORTUGUÊS/Semântica E) Há quem fique desanimado com os jovens de hoje, porquanto parece faltar-lhes a capacidade de sonhar mais alto. Questão 6- (ACAFE 2009) Assinale a frase correta quanto às normas gramaticais do português padrão, à coesão textual e à coerência. A) Em Florianópolis, os salários são, em média, 50% menores do que os de Brasília, mas, apesar do custo de vida ser menor. B) O Chico Oliveira foi o único namorado que tive; eu conheci ele através da internet e logo fiquei locamente apaixonada. C) “O Estatuto da Cidade avançou com relação à CF, ao prever a obrigatoriedade do Plano Diretor não-só para cidades com mais de vinte mil habitantes (art. 182, parágrafo 2º), como também em outras hipóteses [...]” D) O MPE encaminhou um oficio à Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano solicitando informações sobre estágio que está o projeto e a execução do projeto, se foram feitos EIA/RIMA, EIV e GDU da obra e se esta possui Licença Ambiental de Operação e se foi realizada audiência pública para esclarecer à população sobre a obra. E) A taxa de desemprego subiu para 9,4% em maio, a maior desde 1983, mas a perda de postos de trabalho ficou em 345 mil, bem inferior ao esperado, de 520 mil vagas. Questão7- (UFPR2010) Considere as seguintes sentenças. I- Ainda que os salários estejam cada vez mais defasados, o aumento de preços diminui consideravelmente seu poder de compras. II- O Governo resolveu não se comprometer com nenhuma das facções formadas no congresso. Desse modo, todos ficarão à vontade para negociar as possíveis saídas. III- Embora o Brasil possua muito solo fértil com vocação para o plantio, isso conseguiu atenuar rapidamente o problema da fome. IV- Choveu muito no inverno deste ano. Entretanto, novos projetos de irrigação foramnecessários. As expressões grifadas NÃO estabelecem as relações de significado adequadas, criando problemas de coerência, em: A) 2 apenas. B) 1 e 3 apenas. C) 1 e 4 apenas. D) 2, 3 e 4 apenas. E) 2 e 4 apenas. ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO A comunicação está associada à linguagem e interação, de forma que representa a transmissão de mensagens entre um emissor e um receptor. Derivada do latim, o termo comunicação (“communicare”) significa “partilhar, participar de algo, tornar comum”, sendo, portanto, um elemento essencial da interação social humana. Os elementos que compõem a comunicação são: Emissor: chamado também de locutor ou falante, o emissor é aquele que emite a mensagem para um ou mais receptores, por exemplo, uma pessoa, um grupo de indivíduos, uma empresa, dentre outros. Receptor: denominado de interlocutor ou ouvinte, o receptor é quem recebe a mensagem emitida pelo emissor. Mensagem: é o objeto utilizado na comunicação, de forma que representa o conteúdo, o conjunto de informações transmitidas pelo locutor, por isso. Código: representa o conjunto de signos que serão utilizados na mensagem Canal de Comunicação: corresponde ao local (meio) onde a mensagem será transmitida, por exemplo, jornal, livro, revista, televisão, telefone, dentre outros. Contexto: Também chamado de referente, trata- se da situação comunicativa em que estão inseridos o emissor e receptor. Ruído na Comunicação: ele ocorre quando a mensagem não é decodificada de forma correta pelo interlocutor, por exemplo, o código utilizado pelo locutor, desconhecido pelo interlocutor; barulho do local; voz baixa; dentre outros. Fique atento! A comunicação somente será efetivada se o receptor decodificar a mensagem transmitida pelo emissor. Em outras palavras, a comunicação ocorre a partir do momento que o interlocutor atinge o entendimento da mensagem transmitida. Nesse caso, podemos pensar em duas pessoas de países diferentes e que não conhecem a língua utilizada por elas (russo e mandarim). Sendo assim, o código utilizado por elas é desconhecido e, portanto, a mensagem não será inteligível para ambas, impossibilitando o processo comunicacional. 10 PORTUGUÊS/Semântica Importância da Comunicação O ato de comunicar-se é essencial tanto para os seres humanos e os animais, uma vez que através da comunicação partilhamos informações e adquirimos conhecimentos. Note que somos seres sociais e culturais. Ou seja, vivemos em sociedade e criamos culturas as quais são construídas através do conjunto de conhecimentos que adquirimos por meio da linguagem, explorada nos atos de comunicação. Quando pensamos nos seres humanos e nos animais, fica claro que algo essencial nos distingue deles: a linguagem verbal. A criação da linguagem verbal entre os seres humanos foi essencial para o desenvolvimento das sociedades, bem como para a criação de culturas. Os animais, por sua vez, agem por extinto e não pelas mensagens verbais que são transmitidas durante a vida. Isso porque eles não desenvolveram uma língua (código) e por isso, não criaram uma cultura. LINGUAGEM VERBAL E NÃO-VERBAL A linguagem verbal é aquela expressa por meio de palavras escritas ou falada, ou seja, a linguagem verbalizada, enquanto a linguagem não- verbal, utiliza dos signos visuais para ser efetivada, por exemplo, as imagens nas placas e as cores na sinalização de trânsito. Antes de mais nada, vale ressaltar que ambas são tipos de modalidades comunicativas, sendo a comunicação definida pela troca de informações entre o emissor e o receptor com a finalidade de transmitir uma mensagem (conteúdo). Nesse sentido, a linguagem representa o uso da língua em diversas situações comunicativas. As duas modalidades são muito importantes e utilizadas no dia a dia, no entanto, a linguagem verbal é a mais empregada, por exemplo, quando escrevemos um e-mail, utilizamos a linguagem verbal, expressa pela escrita; ou quando observamos as cores do semáforo, expressa pela linguagem visual (não- verbal). Em resumo, se a transmissão de informações na mensagem é realizada mediante o uso de palavras, trata-se de um discurso verbal, por outro lado, se a mensagem não é produzida pela escrita, estamos utilizando um discurso com linguagem não-verbal. Linguagem Mista Além da linguagem verbal e não verbal há a linguagem mista ou híbrida, a qual agrega essas duas modalidades, ou seja, utiliza a linguagem verbal e não- verbal para produzir a mensagem, por exemplo, nas histórias em quadrinhos, em que acompanhamos a história por meio dos desenhos e das falas das personagens. EXERCÍCIOS 1- Eis que segue uma das criações artísticas do poeta Fernando Pessoa. Após analisá-la, elucide os elementos em questão: Mar português Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar! Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quer passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu. a- emissor b- receptor c- mensagem d- código e- canal f- contexto. 2- O pai conversa com a filha ao telefone e diz que vai chegar atrasado para o jantar. Nesta situação, podemos dizer que o canal é: a) o pai b) a filha c) fios de telefone d) o código e) a fala 3. Assinale a alternativa incorreta: a) Só existe comunicação quando a pessoa que recebe a mensagem entende o seu significado. b) Para entender o significado de uma mensagem, não é preciso conhecer o código. 11 PORTUGUÊS/Semântica c) As mensagens podem ser elaboradas com vários códigos, formados de palavras, desenhos, números, etc. d) Para entender bem um código, é necessário conhecer suas regras. e) Conhecendo os elementos e regras de um código, podemos combiná-los de várias maneiras, criando novas mensagens. 4. Uma pessoa é convidada a dar uma palestra em Espanhol. A pessoa não aceita o convite, pois não sabia falar com fluência a língua Espanhola. Se esta pessoa tivesse aceitado fazer esta palestra seria um fracasso porque: a) não dominava os signos b) não dominava o código c) não conhecia o referente d) não conhecia o receptor e) não conhecia a mensagem 5. Um guarda de trânsito percebe que o motorista de um carro está em alta velocidade. Faz um gesto pedindo para ele parar. Neste trecho o gesto que o guarda faz para o motorista parar, podemos dizer que é: a) o código que ele utiliza b) o canal que ele utiliza c) quem recebe a mensagem d) quem envia a mensagem e) o assunto da mensagem 6. A mãe de Felipe sacode-o levemente e o chama: “Felipe está na hora de acordar”. O que está destacado é: a) o emissor b) o código c) o canal d) a mensagem e) o referente 7. Podemos afirmar que Referente é: a) quem recebe a mensagem b) o assunto da mensagem c) o que transmite a mensagem d) quem envia a mensagem e) o código usado para estabelecer comunicação _______________________________________ QUESTÃO 1 (UERJ) Mineiro de Araguari, o cartunista Caulos já publicou seus trabalhos em diversos jornais, entre eles o Jornal do Brasil e o The New York Times No cartum apresentado, o significado da palavra escrita é reforçado pelos elementos visuais, próprios da linguagem não verbal. A separação das letras da palavra em balões distintos contribui para expressar principalmente a seguinte ideia: a) dificuldade de conexão entre as pessoas b) aceleração da vida na contemporaneidade c) desconhecimento das possibilidades de diálogo d) desencontro de pensamentos sobre um assunto QUESTÃO 2 Nosquadrinhos, o uso simultâneo das linguagens verbal e não verbal contribui para a construção de sentidos do texto. Na tira do cartunista argentino Quino, utilizam-se recursos gráficos que lembram o cinema. A associação com a linguagem artística do cinema, que lida com o movimento e com o instrumento da câmera, é garantida pelo procedimento do cartunista demonstrado a seguir: a) ressaltar o trabalho com a vassoura para sugerir ação. b) ampliar a imagem da mulher para indicar aproximação. c) destacar a figura da cadeira para indiciar sua importância. d) apresentar a sombra dos personagens para sugerir veracidade. 12 PORTUGUÊS/Semântica QUESTÃO 3 Sobre a tirinha de Garfield, é correto afirmar que: a) A linguagem verbal é o elemento principal para o entendimento da tirinha. b) O uso da linguagem verbal não faz diferença para a compreensão da tirinha. c) O uso simultâneo das linguagens verbal e não verbal colabora para o entendimento da tirinha. d) A sequência cronológica dos fatos relatados nas imagens não influencia na compreensão da tirinha. QUESTÃO 4- Sobre as linguagens verbal e não verbal, é INCORRETO afirmar que: a) A linguagem verbal utiliza qualquer código para se expressar, enquanto a linguagem não verbal faz uso apenas da língua escrita. b) São utilizadas para criar atos de comunicação que nos permitem dizer algo. c) A linguagem não verbal é aquela que utiliza qualquer código que não seja a palavra, enquanto a linguagem verbal utiliza a língua, seja oral ou escrita, para estabelecer comunicação. d) Linguagem verbal e não verbal, quando simultâneas, colaboram para o entendimento do texto. QUESTÃO 5 Gráficos são exemplos de utilização simultânea das linguagens verbal e não verbal. É preciso analisar as duas ocorrências para a compreensão do texto. Nos gráficos, os elementos visuais e os elementos textuais são fundamentais para o entendimento total da mensagem transmitida. No gráfico em questão, a linguagem verbal e a linguagem não verbal têm como intenção mostrar ao leitor que: a) O número de casamentos entre pessoas acima de 60 anos diminuiu em um período de cinco anos. b) O número de pessoas acima de 60 anos que estão inseridas no mercado de trabalho é proporcionalmente inverso à quantidade de pessoas que se casam nessa faixa etária. c) Apresenta dados para o leitor que comprovam o aumento no número de casamentos entre pessoas acima de 60 anos, assim como o aumento da inserção de pessoas acima de 60 anos no mercado de trabalho. d) Apresenta a preocupação com a diminuição no número de casamentos entre pessoas de várias faixas etárias da população brasileira, assim como a dificuldade dessas pessoas para conseguir emprego no mercado de trabalho. LINGUAGEM DENOTATIVA E CONOTATIVA As palavras e expressões podem ser usadas em sentido próprio ou figurado. Na comunicação cotidiana, geralmente, as palavras aparecem com apenas um sentido; isto é, um sentido comum, conhecido por todos, permitindo um único entendimento por parte do leitor ou do ouvinte. A esta linguagem, que só pode ser entendida de um modo, pressupondo uma única interpretação, dá-se o nome de linguagem denotativa. DENOTAÇÃO é, portanto, o significado dicionarizado de uma palavra, relacionada ou não com outra. Já a CONOTAÇÃO é a capacidade que uma palavra tem de, em virtude do seu relacionamento com outras, sofrer alteração de significado, isto é, as palavras aparecem com mais de um sentido, permitindo mais de um entendimento por parte do leitor ou ouvinte. A linguagem conotativa é característica da linguagem das artes, para a comunicação literária. Conotação é, então, o uso do sentido figurado, representativo, sugerindo ideias de forma indireta. 13 PORTUGUÊS/Semântica COMUNICAÇÃO A comunicação é o primeiro passo para toda e qualquer atividade. Principalmente no trabalho, comunicamo-nos a todo instante, seja falando, escrevendo, gesticulando ou sinalizando. Para o exercício da arte comunicativa, são necessários alguns pressupostos, a saber: O canal da comunicação meio que possibilita a transmissão de uma mensagem, a identificação de um emissor sujeito que possui intenções e que as explicita em forma de mensagens elaboradas por um conjunto organizado de sinais chamado código linguagem utilizada para expressar a mensagem e endereçadas a um receptor o leitor da mensagem produzida. A comunicação é, pois, uma tarefa que envolve a produção de mensagens, que se concretizam por um ou mais códigos disponíveis, que dão vida, materializam diversas intenções, tendo em vista também diversos leitores. O objetivo geral do ato comunicativo é este: produzir mensagens, tendo como base o código língua. FUNÇÕES DA LINGUAGEM Em todo processo de comunicação, há sempre um elemento que recebe mais ênfase, mais destaque, que os demais, depreendendo-se daí uma função da linguagem predominante. Função Referencial (ou Denotativa - Notícias, livros técnicos, redação comercial, relatórios) Linguagem puramente informativa e essencialmente objetiva, direta. Está centralizada no contexto. Visa apenas a informar generalizadamente. Exs.: Ele abriu a porta, entrou, sentou-se numa cadeira e sorriu. O tempo amanhã será nublado, com melhoria no fim do período. Notícias, livros técnicos redação comercial relatórios Função Emotiva (ou Expressiva - Textos autobiográficos, bilhetes, e-mails, “zap” Linguagem familiar) – Está centrada no emissor da mensagem. Subjetiva, revela o sentimento, a emoção, de quem fala em relação àquilo de que está falando. Quero estar sempre ao seu lado. Não gosto de que me façam de tolo. Função Conativa (ou Apelativa - Discurso materno, Propaganda marketing) – Está centrada na segunda pessoa. É direcionada para o receptor/destinatário da mensagem e tem o objetivo de influenciá-lo. Exprime-se, geralmente, através do vocativo e do imperativo. Não faça isso, menino! Se você quer o melhor imóvel, vá no endereço certo! Função Poética – Letras de música, Obras literárias, Linguagem publicitária É centrada na mensagem e se caracteriza pela criatividade da linguagem. Afetiva, sugestiva, conotativa, metafórica. Há um cuidado especial na organização da mensagem, pois a seleção e a combinação das palavras adquirem fundamental importância. “Faz frio nos meus olhos/o relógio da Central Pulsa em meu peito/marcando a jornada de operários. No inferno das marmitas.” (Sidnei Cruz) Função Metalinguística – Bulas, dicionários, tratados linguísticos Linguagem centrada no código; é o uso da linguagem para falar dela própria. Caetano é homem com H maiúsculo. É difícil escrever a máquina sem escrever a mão. Função Fática – Radioamador, Linguagem coloquial - Objetiva testar a eficiência do canal da comunicação. Inicia, prolonga ou interrompe uma mensagem. Centralizada no contato. Alô, está me ouvindo? /Você está entendendo? 14 PORTUGUÊS/Semântica EXERCÍCIOS 01. Assinale a alternativa em que a função apelativa da linguagem é a que prevalece: A) Trago no meu peito um sentimento de solidão sem fim... sem fim... B) “Não discuto com o destino o que pintar eu assino.” C) Machado de Assis é um dos maiores escritores brasileiros. D) Conheça você também a obra desse grande mestre. E) Semântica é o estudo da significação das palavras. 02. Identifique a frase em que a função predominante da linguagem é a REFERENCIAL: A) Dona Casemira vivia sozinha com seu cachorrinho. B) Vem, Dudu! C) Pobre Dona Casemira... D) O que ... O que foi que você disse? E) Um cachorro falando? 03. A função metalinguística predomina em todos os fragmentos,exceto em: A) “Amo-te como um bicho simplesmente de um amor sem mistério e sem virtude com um desejo maciço e permanente.” (Vinicius de Morais) B) “Proponho-me a que não seja complexo o que escreverei, embora obrigada a usar as palavras que vos sustentam.” (Clarice Lispector) C) “Não narro mais pelo prazer de saber. Narro pelo gosto de narrar, sopro palavras e mais palavras, componho frases e mais frases.” (Silviano Santiago) D) “Agarro o azul do poema pelo fio mais delgado de lã de seu discurso e vou traçando as linhas do relâmpago no vidro opaco da janela.” (Gilberto Mendonça Teles) E) Que é Poesia? Uma ilha cercada de palavras por todos os lados.”(Cassiano Ricardo) 04. O texto seguinte também é de natureza poética. Nele, qual a função secundária da linguagem? “Lutar com as palavras é a luta mais vã. Entanto lutamos mal rompe a manhã.” (Carlos Drummond de Andrade) A) Função emotiva. B) Função conativa. C) Função referencial. D) Função metalinguística. E) Função fática. 05. “Se eu não vejo a mulher que eu mais desejo, Nada que eu veja vale o que eu não vejo.” Nesses versos do poeta provençal Bernart de Ventadorn (século XII), vertidos para o português pelo poeta Augusto de Campos, é evidente o predomínio da função poética da linguagem, notável nos ritmos, nos jogos sonoros e no fraseado. Ao lado dessa função, destaca-se a presença da: A) função emotiva. B) função conativa. C) função referencial. D) função metalinguística. E) função fática. 06. BILHETE Se tu me amas, Se me queres, ama-me baixinho enfim, Não o grites de cima dos telhados tem de ser bem devagarinho, Amada, Deixa em paz os passarinhos que a vida é breve, Deixa em paz a mim! e o amor mais breve ainda... (Mário Quintana) Além da função poética, outra função que se percebe no poema é: A) função emotiva. B) função conativa. C) função referencial. D) função metalinguística. E) função fática. 07. A biosfera, que reúne todos os ambientes onde se desenvolvem os seres vivos, se divide em unidades menores chamadas ecossistemas, que podem ser uma floresta, um deserto e até um lago. Um ecossistema tem múltiplos mecanismos que regulam o número de organismos dentro dele, controlando sua reprodução, crescimento e migrações. DUARTE, M. O guia dos curiosos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. Predomina no texto a função da linguagem: A) emotiva, porque o autor expressa seu sentimento em relação à ecologia. B) fática, porque o texto testa o funcionamento do canal de comunicação. C) poética, porque o texto chama a atenção para os recursos de linguagem. D) conativa, porque o texto procura orientar comportamentos do leitor. E) referencial, porque o texto trata de noções e informações conceituais. 08. Considerando a tirinha, pode-se concluir que, nela, está presente a função da linguagem denominada: Hérnia: - O que o amor? Hamlet: - Amor é um substantivo! Simples, Masculino, Abstrato! Hérnia: - Você é tão romântico! A. fática, pois vários termos, embora desprovidos de significado, permitem o início do processo comunicativo. B. metalinguística, pois se reflete sobre o valor das palavras, isto é, sobre o uso da língua e sua função social. C. apelativa, pois está ausente a intenção de atingir o receptor com o intuito de modificar o seu comportamento. D. emotiva, pois o eu lírico pode expressar livremente as emoções com as quais está em conflito. E. poética, pois o importante é passar as informações de forma clara e objetiva, desprezando-se a preocupação com a elaboração da linguagem. 15 PORTUGUÊS/Semântica INTERTEXTUALIDADE E POLIFONIA Intertextualidade é o nome dado à relação que se estabelece entre dois textos, quando um texto já criado exerce influência na criação de um novo texto. Diversos autores utilizam textos já existentes e reconhecidos, chamados de textos fontes, para servir de base às suas novas criações. Contribuem assim para o enriquecimento da exploração de um determinado tema, da exaltação de uma personalidade, da comemoração de um acontecimento, da valorização da cultura de um povo, etc. A intertextualidade pode ocorrer de várias formas, nos diversos gêneros: na prosa, na poesia, nas letras de música, na publicidade, nas imagens, na pintura. Embora possa ocorrer de forma acidental, sendo uma mera coincidência, a intertextualidade é maioritariamente planejada, apresentando vestígios mais ou menos diretos do texto original, que permitem aos leitores reconhecer a influência exercida pelo texto fonte. Na linguística, a polifonia textual é uma característica dos textos em que estão presentes diversas vozes. O termo polifonia é formado pelos vocábulos “poli” (muitos) e “fonia” (relativo ao som, voz). Em outras palavras, a polifonia aponta a presença de obras ou referências que aparecem dentro de outra. Esse termo é aplicado em outras áreas, sobretudo a musical. Nesse caso, a polifonia musical é quando há presença de duas ou mais vozes na melodia ou ainda, um instrumento capaz de produzir mais sons de maneira simultânea. https://www.todamateria.com.br/polifonia-textual/ Exercícios de Fixação 1) Texto I “Mulher, Irmã, escuta-me: não ames, Quando a teus pés um homem terno e curvo jurar amor; chorar pranto de sangue, Não creias, não, mulher: ele te engana! as lágrimas são gotas de mentira E o juramento manto da perfídia”. Joaquim Manoel de Macedo Texto II “Teresa, se algum sujeito bancar o sentimental em cima de você E te jurar uma paixão do tamanho de um bonde Se ele chorar Se ele ajoelhar Se ele se rasgar todo Não acredite não Teresa É lágrima de cinema É tapeação Mentira CAI FORA Manuel Bandeira Os autores, ao fazerem alusão às imagens da lágrima, sugerem que: a) Há um tratamento idealizado da relação homem/mulher. b) Há um tratamento realista da relação homem/mulher. c) A relação familiar é idealizada. d) A mulher é superior ao homem. e) A mulher é igual ao homem. 2) (ENEM 2009) Texto 1 No meio do caminho No meio do caminho tinha uma pedra Tinha uma pedra no meio do caminho Tinha uma pedra No meio do caminho tinha uma pedra ANDRADE, C. D. Antologia poética. Rio de Janeiro A comparação entre os recursos expressivos que constituem os dois textos revela que a) o texto 1 perde suas características de gênero poético ao ser vulgarizado por histórias em quadrinho. b) o texto 2 pertence ao gênero literário, porque as escolhas linguísticas o tornam uma réplica do texto 1. c) a escolha do tema, desenvolvido por frases semelhantes, caracteriza-os como pertencentes ao mesmo gênero. d) os textos são de gêneros diferentes porque, apesar da intertextualidade, foram elaborados com https://www.todamateria.com.br/polifonia-textual/ 16 PORTUGUÊS/Semântica finalidades distintas. e) as linguagens que constroem significados nos dois textos permitem classificá-los como pertencentes ao mesmo gênero. DAVIS J.Garfield, um charme de gato – 7. 4) (UFMG 2009) Leia este texto: Pressupostos são conteúdos implícitos que decorrem de uma palavra ou expressão presente no ato de fala produzido. O pressuposto é indiscutível tanto para o falante quanto para o ouvinte, pois decorre, necessariamente, de um marcador linguístico, diferentemente de outros implícitos (os subentendidos), que dependem do contexto, da situação de comunicação. FIORIN, J. L. O dito pelo não dito. In: Língua Portuguesa, ano I, n. 6, 2006. p. 36-37. (Adaptado) Observe este exemplo: “Joãoparou de fumar”. Nesse enunciado, é a presença da expressão “parar de” que instaura o pressuposto de que João fumava antes. Leia, agora, estas manchetes: 1. Petrobrás é vítima de novos furtos (O Tempo, Belo Horizonte, 8 mar. 2008.) 2. Dengue vira risco de epidemia em BH (Estado de Minas, Belo Horizonte, 9 abr. 2008.) Com base nas informações dadas acima e considerando essas duas manchetes de jornal, indique: a) os pressupostos que delas se depreendem; b) os marcadores linguísticos responsáveis pela instauração desses conteúdos implícitos. 5) (UERJ 2009) Ideologia (Cazuza) Meu partido É um coração partido E as ilusões estão todas perdidas Os meus sonhos foram todos vendidos Tão barato que eu nem acredito Eu nem acredito Que aquele garoto que ia mudar o mundo (Mudar o mundo) Frequenta agora as festas do "Grand Monde" Ideologia Eu quero uma pra viver Meus heróis morreram de overdose Meus inimigos estão no poder Ideologia Eu quero uma pra viver O meu prazer Agora é risco de vida Meu sex and drugs não tem nenhum rock 'n' roll Eu vou pagar a conta do analista Pra nunca mais ter que saber quem eu sou Pois aquele garoto que ia mudar o mundo (Mudar o mundo) Agora assiste a tudo em cima do muro(...) E as ilusões estão todas perdidas (v. 3) Este verso pode ser lido como uma alusão a um livro intitulado Ilusões perdidas, de Honoré de Balzac. Tal procedimento constitui o que se chama de: a) metáfora b) pertinência c) pressuposição d) intertextualidade 6) Estão, entre os principais tipos de intertextualidade: a) Paráfrase, paradoxo, antítese e anacoluto. b) Citação, zeugma, elipse e onomatopeia. c) Citação, paráfrase, paródia e epígrafe. d) Paráfrase, paródia, hipertexto e intertexto. e) Citação, epígrafe, hipérbato e inferência. 7) Sobre os tipos de intertextualidade estão corretas as seguintes proposições: I. A paródia não pode ser considerada como um tipo de intertextualidade por se tratar de uma releitura cômica, geralmente envolvida por um caráter humorístico e irônico que altera o sentido original, criando, assim, um novo. II. O termo “paráfrase” vem do grego (paraphrasis) e significa a “reprodução de uma sentença”. Diferente da paródia, ela faz referência a um ou mais textos sem que a ideia original seja alterada. III. Muitas vezes, a paródia e a paráfrase são consideradas termos sinônimos, no entanto, cada uma apresenta sua singularidade. Ambas são recursos utilizados na literatura, artes, música, cinema, escultura, entre outros. IV. O termo “epígrafe” vem do grego “epi = posição superior”; “graphé = escrita”. Esse tipo de intertextualidade ocorre quando um autor recorre a algum trecho de um texto já existente para introduzir o seu texto. É um trecho introdutório para outro que venha a ser produzido. V. Na citação, o texto original é retomado, de forma que seu sentido passa a ser alterado. Normalmente, a paródia apresenta um tom crítico, muitas vezes, marcado por ironia. a) I e III. b) II, III e IV. c) I e V. d) III, IV e V e) Apenas IV está correta. 17 PORTUGUÊS/Semântica FIGURAS DE LINGUAGEM Figuras de Som ou Sonoras ALITERAÇÃO: consiste na repetição ordenada de mesmos sons consonantais: “Boi bem bravo, bate baixo, bota baba, boi berrando.. . Dança doido, dá de duro, dá de dentro, dá direito” (Guimarães Rosa) ASSONÂNCIA: consiste na repetição ordenada de mesmos sons vocálicos. “O que o vago e incógnito desejo/de ser eu mesmo de meu ser me deu”. (Fernando Pessoa) PARONOMÁSIA: consiste na aproximação de palavras de sons parecidos, mas de significados distintos: “Conhecer as manhas e as manhãs/ O sabor das massas e das maçãs”. (Almir Sater e Renato Teixeira) ONOMATOPEIA: consiste na criação de uma palavra para imitar sons e ruídos. É uma figura que procura imitar os ruídos e não apenas sugeri-los.: Chega de blá-blá-blá-blá! Figuras de Construção ou Sintaxe ELIPSE: consiste na omissão de um termo facilmente identificável pelo contexto. Na sala, apenas quatro ou cinco convidados. (omissão de havia) ZEUGMA: ocorre quando se omite um termo que já apareceu antes. Ou seja, consiste na elipse de um termo que antes fora mencionado. Nem ele entende a nós, nem nós a ele. (omissão do termo entendemos) PLEONASMO: é uma redundância cuja finalidade é reforçar a mensagem. “E rir meu riso e derramar meu pranto....” (Vinicius de Moraes) ASSÍNDETO: é a supressão de um conectivo entre elementos coordenados “Todo coberto de medo, juro, minto, afirmo, assino.”(Cecília Meireles) Acordei, levantei, comi, saí, trabalhei, voltei. POLISSÍNDETO: consiste na repetição de conectivos ligando termos da oração ou elementos do período. “...e planta, e colhe, e mata, e vive, e morre...” (Clarice Lispector) ANACOLUTO: consiste em deixar um termo solto na frase. Isso ocorre, geralmente, porque se inicia uma determinada construção sintática e depois se opta por outra. “Eu, que me chamava de amor e minha esperança de amor.” “Aquela mina de ouro, ela não ia deixar que outras espertas botassem as mãos.” (Camilo Castelo Branco) Os termos destacados não se ligam sintaticamente à oração. Embora esclareçam a frase, não cumprem nenhuma função sintática nos exemplos. HIPÉRBATO OU INVERSÃO: consiste no deslocamento dos termos da oração ou das orações no período. Ou seja, é a mudança da ordem natural dos termos na frase. São como cristais suas lágrimas. Batia acelerado meu coração. Na ordem direta, as frases dos exemplos seriam: Suas lágrimas são como cristais. Meu coração batia acelerado. HIPÁLAGE: ocorre quando se atribui a uma palavra uma característica que pertence a outra da mesma frase: Esse sapato não entra no meu pé! (= Eu não entro nesse sapato!) Essa blusa não cabe em mim. (= Eu não caibo mais nessa blusa.) ANÁFORA: é a repetição da mesma palavra ou expressão no início de várias orações, períodos ou versos. “Tudo é silêncio, tudo calma, tudo mudez.” (Olavo Bilac) SILEPSE: ocorre quando a concordância se faz com a ideia subentendida, com o que está implícito e não com os termos expressos. Figuras de Palavras ou Semânticas Comparação ou símile: ocorre comparação quando se estabelece aproximação entre dois elementos que se 18 PORTUGUÊS/Semântica identificam, ligados por nexos comparativos explícitos, como tal qual, assim como, que nem e etc. A principal diferenciação entre a comparação e a metáfora é a presença dos nexos comparativos. “E flutuou no ar como se fosse um príncipe.” (Chico Buarque) METÁFORA: consiste em empregar um termo com significado diferente do habitual, com base numa relação de similaridade entre o sentido próprio e o sentido figurado. Na metáfora ocorre uma comparação em que o conectivo comparativo fica subentendido. “Meu pensamento é um rio subterrâneo”. (Fernando Pessoa) CATACRESE: ocorre quando, por falta de um termo específico para designar um conceito, toma-se outro por empréstimo. Ele comprou dois dentes de alho para colocar na comida. O pé da mesa estava quebrado. Não sente no braço do sofá. METONÍMIA: assim como a metáfora, consiste numa transposição de significado, ou seja, uma palavra que usualmente significa uma coisa passa a ser utilizada com outro sentido. Ou seja, é o emprego de um nome por outro em virtude de haver entre eles algum relacionamento. A metonímia ocorre quando se emprega: A causa pelo efeito: vivo do meu trabalho (do produto do trabalho = alimento) O efeito pela causa: aquele poeta bebeu a morte (=veneno) O instrumento pelo usuário: os microfones corriam no pátio = repórteres). ANTONOMÁSIA: É a figura que designa uma pessoa por uma característica, feito ou fato que a tornou notória. A cidade eterna (emvez de Roma) SINESTESIA: Trata-se de mesclar, numa expressão, sensações percebidas por diferentes órgãos sensoriais. Um doce abraço ele recebeu da irmã. (sensação gustativa e sensação tátil) ANTÍTESE: é o emprego de palavras ou expressões de significados opostos. Os jardins têm vida e morte. EUFEMISMO: consiste em atenuar um pensamento desagradável ou chocante. Ele sempre faltava com a verdade (= mentia) Gradação ou clímax: é uma sequência de palavras que intensificam uma ideia. Porque gado a gente marca, / tange, ferra, engorda e mata,/ mas com gente é diferente. HIPÉRBOLE: trata-se de exagerar uma ideia com finalidade enfática. Estou morrendo de sede! Não vejo você há séculos! PROSOPOPEIA OU PERSONIFICAÇÃO: consiste em atribuir a seres inanimados características próprias dos seres humanos. O jardim olhava as crianças sem dizer nada. PARADOXO: consiste no uso de palavras de sentido oposto que parecem excluir-se mutuamente, mas, no contexto se completam, reforçam uma ideia e/ou expressão. Estou cego, mas agora consigo ver. PERÍFRASE: é uma expressão que designa um ser por meio de alguma de suas características ou atributos. O ouro negro foi o grande assunto do século. (= petróleo) APÓSTROFE: é a interpelação enfática de pessoas ou seres personificados. “Senhor Deus dos desgraçados!/ Dizei-me vós, Senhor Deus!” (Castro Alves) IRONIA: é o recurso linguístico que consiste em afirmar o contrário do que se pensa. Que pessoa educada! Entrou sem cumprimentar ninguém. 19 PORTUGUÊS/Semântica Exercícios de Fixação 1. (UFPB) I.;À custa de muitos trabalhos, de muitas fadigas, e sobretudo de muita paciência... II. se se queria que estivesse sério, desatava a rir... III. .. parece que uma mola oculta o impelia... IV. ... e isto (...) dava em resultado a mais refinada má-criação que se pode imaginar Quanto às figuras de linguagem, há neles, respectivamente, a) gradação, antítese, comparação e hipérbole b) hipérbole, paradoxo, metáfora e gradação c) hipérbole, antítese, comparação e paradoxo d) gradação, antítese, metáfora e hipérbole e) gradação, paradoxo, comparação e hipérbole 2. (UFF)/TEXTO Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode determinar a supressão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas, rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma é a condição da sobrevivência da outra, e a destruição não atinge o princípio universal e comum. Daí o caráter conservador e benéfico da guerra. Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas. (ASSIS, Machado fr. Quincas Borba. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira/INL, 1976.) Assinale dentre as alternativas abaixo, aquela em que o uso da vírgula marca a supressão (elipse) do verbo: a) Ao vencido, ódio ou compaixão, ao vencedor, as batatas. b) A paz, nesse caso, é a destruição (…) c) Daí a alegria da vitória, os hinos, as aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. d) (…) mas, rigorosamente, não há morte (…) e) Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se (…) 3. (UFPA) Tecendo a manhã Um galo sozinho não tece uma manhã: ele precisará sempre de outros galos. De um que apanhe o grito que um galo antes e o lance a outro; e de outros galos que com muitos outros galos se cruzem os fios de sol de seus gritos de galo, para que a manhã, desde uma teia tênue, se vá tecendo, entre todos os galos. E se encorpando em tela, entre todos, se erguendo tenda, onde entrem todos, se entretendendo para todos, no toldo (a manhã) que plana livre de armação. A manhã, toldo de um tecido tão aéreo que, tecido, se eleva por si: luz balão. (MELO, João Cabral de. In: Poesias Completas. Rio de Janeiro, José Olympio, 1979) Nos versos “E se encorpando em tela, entre todos, se erguendo tenda, onde entrem todos, se entretendendo para todos, no toldo…” tem-se exemplo de a) eufemismo b) antítese c) aliteração d) silepse e) sinestesia 4. (FUVEST) A catacrese, figura que se observa na frase “Montou o cavalo no burro bravo”, ocorre em: a) Os tempos mudaram, no devagar depressa do tempo. b) Última flor do Lácio, inculta e bela, és a um tempo esplendor e sepultura. c) Apressadamente, todos embarcaram no trem. d) Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal. e) Amanheceu, a luz tem cheiro. 5. (FEI) Assinalar a alternativa correta, com relação às figuras de linguagem, presentes nos fragmentos a seguir: I. “Não te esqueças daquele amor ardente que já nos olhos meus tão puro viste.” II. “A moral legisla para o homem; o direito, para o cidadão.” III. “A maioria concordava nos pontos essenciais; nos pormenores porém, discordavam.” IV. “Isaac a vinte passos, divisando a vulto de um, para, ergue a mão em viseira, firma os olhos.” a) anacoluto, hipérbato, hipálage, pleonasmo 20 PORTUGUÊS/Semântica b) hipérbato, zeugma, silepse, assíndeto c) anáfora, polissíndeto, elipse, hipérbato d) pleonasmo, anacoluto, catacrese, eufemismo e) hipálage, silepse, polissíndeto, zeugma 6. (USF-SP) Leia estes versos: “As ondas amarguradas Encostam a cabeça nas pedras do cais. Até as ondas possuem Uma pedra para descansar a cabeça. Eu na verdade possuo Todas as pedras que há no mundo, Mas não descanso”. (Murilo Mendes) A figura de linguagem que ocorre nos versos 5 e 6 é: a) metáfora b) sinédoque c) hipérbole d) aliteração e) anáfora 7. (VUNESP) Na frase: "O pessoal estão exagerando, me disse ontem um camelô", encontramos a figura de linguagem chamada: a) silepse de pessoa b) elipse c) anacoluto d) hipérbole e) silepse de número 8. (UFU) Cada frase abaixo possui uma figura de linguagem. Assinale aquela que não está classificada corretamente: a) O céu vai se tornando roxo e a cidade aos poucos agoniza. (prosopopeia) b) "E ele riu frouxamente um riso sem alegria". (pleonasmo) c) Peço-lhe mil desculpas pelo que aconteceu. (metáfora) d) "Toda vida se tece de mil mortes." (antítese) e) Ele entregou hoje a alma a Deus. (eufemismo) 9. (VUNESP) No trecho: “…dão um jeito de mudar o mínimo para continuar mandando o máximo”, a figura de linguagem presente é chamada: a) metáfora b) hipérbole c) hipérbato d) anáfora e) antítese 10. (FATEC) "Seus óculos eram imperiosos." Assinale a alternativa em que aparece a mesma figura de linguagem que há na frase acima: a) "As cidades vinham surgindo na ponte dos nomes." b) "Nasci na sala do 3° ano." c) "O bonde passa cheio de pernas." d) "O meu amor, paralisado, pula." e) "Não serei o poeta de um mundo caduco." 11. (ENEM-2004) Cidade grande Que beleza, Montes Claros. Como cresceu Montes Claros. Quanta indústria em Montes Claros. Montes Claros cresceu tanto, ficou urbe tão notória, prima-rica do Rio de Janeiro, que já tem cinco favelaspor enquanto, e mais promete. (Carlos Drummond de Andrade) Entre os recursos expressivos empregados no texto, destaca-se a a) metalinguagem, que consiste em fazer a linguagem referir-se à própria linguagem. b) intertextualidade, na qual o texto retoma e reelabora outros textos. c) ironia, que consiste em se dizer o contrário do que se pensa, com intenção crítica. d) denotação, caracterizada pelo uso das palavras em seu sentido próprio e objetivo. e) prosopopeia, que consiste em personificar coisas inanimadas, atribuindo-lhes vida. 12. (UFSC 2012) Leia os provérbios (itens A e B) e a citação (item C) abaixo. A. “A palavra é prata, o silêncio é ouro.” B. “Os sábios não dizem o que sabem, os tolos não sabem o que dizem.” C. “Há coisas que melhor se dizem calando.” (Machado de Assis) Com base na leitura acima, assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S). 1. Em cada um dos provérbios observa-se um paralelismo sintático, que ajuda a conferir ritmo ao provérbio e favorece sua memorização. 2. No provérbio (A) ocorrem duas metáforas. 3. No provérbio (B) as orações “o que sabem” e “o que dizem” funcionam como adjetivos que caracterizam, respectivamente, os sábios e os tolos. 4. Tanto o item A quanto o item C funcionam como elogios à discrição. 5. A frase de Machado de Assis contém um pleonasmo, porque é um exagero dizer que se pode falar calado. 6. No provérbio (B) temos a figura de linguagem paradoxo, porque é absurdo que os sábios tenham que se calar para que os tolos falem. 13. (FAU-Santos) Nos versos: “Bomba atômica que aterra Pomba atônita da paz Pomba tonta, bomba atômica...” A repetição de determinados elemento fônicos é um recurso estilístico denominado: a) hiperbibasmo b) sinédoque c) metonímia d) aliteração e) metáfora 21 PORTUGUÊS/Semântica 14. (Mackenzie) Nos versos abaixo, uma figura se ergue graças ao conflito de duas visões antagônicas: “Saio do hotel com quatro olhos, - Dois do presente, - Dois do passado.” Esta figura de linguagem recebe o nome de: a) metonímia b) catacrese c) hipérbole d) antítese e) hipérbato 15. (ITA) Em qual das opções há erro de identificação das figuras? a) "Um dia hei de ir embora / Adormecer no derradeiro sono." (eufemismo) b) "A neblina, roçando o chão, cicia, em prece. (prosopopeia) c) Já não são tão frequentes os passeios noturnos na violenta Rio de Janeiro. (silepse de número) d) "E fria, fluente, frouxa claridade / Flutua..." (aliteração) e) "Oh sonora audição colorida do aroma." (sinestesia). 16. (PUC-SP) Nos trechos: "...nem um dos autores nacionais ou nacionalizados de oitenta pra lá faltava nas estantes do major" e "...o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja" encontramos, respectivamente, as seguintes figuras de linguagem: a) prosopopeia e hipérbole b) hipérbole e metonímia c) perífrase e hipérbole d) metonímia e eufemismo e) metonímia e prosopopeia. 17. (CESGRANRIO) Na frase "O fio da ideia cresceu, engrossou e partiu-se" ocorre processo de gradação. Não há gradação em: a) O carro arrancou, ganhou velocidade e capotou. b) O avião decolou, ganhou altura e caiu. c) O balão inflou, começou a subir e apagou. d) A inspiração surgiu, tomou conta de sua mente e frustrou-se. e) João pegou de um livro, ouviu um disco e saiu. 18. (FUNCAB-ES) As figuras de linguagem são usadas como recursos estilísticos para dar maior valor expressivo à linguagem. No seguinte trecho “Tu és a chuva e eu sou a terra [...]” predomina a figura, denominada: a) onomatopeia b) hipérbole c) metáfora d) catacrese e) sinestesia 19. (Unicamp 2016) Morro da Babilônia À noite, do morro descem vozes que criam o terror (terror urbano, cinquenta por cento de cinema, e o resto que veio de Luanda ou se perdeu na língua Geral). Quando houve revolução, os soldados espalharam no morro, o quartel pegou fogo, eles não voltaram. Alguns, chumbados, morreram. O morro ficou mais encantado. Mas as vozes do morro não são propriamente lúgubres. Há mesmo um cavaquinho bem afinado que domina os ruídos da pedra e da folhagem e desce até nós, modesto e recreativo, como uma gentileza do morro. (Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2012, p.19.) No poema “Morro da Babilônia”, de Carlos Drummond de Andrade, a) a menção à cidade do Rio de Janeiro é feita de modo indireto, metonimicamente, pela referência ao Morro da Babilônia. b) o sentimento do mundo é representado pela percepção particular sobre a cidade do Rio de Janeiro, aludida pela metáfora do Morro da Babilônia. c) o tratamento dado ao Morro da Babilônia assemelha-se ao que é dado a uma pessoa, o que caracteriza a figura de estilo denominada paronomásia. d) a referência ao Morro da Babilônia produz, no percurso figurativo do poema, um oxímoro: a relação entre terror e gentileza no espaço urbano. 20. (Insper 2013) POÇAS D’ÁGUA As poças d´água são um mundo mágico Um céu quebrado no chão Onde em vez de tristes estrelas Brilham os letreiros de gás Néon. (Mario Quintana, Preparativos de viagem, São Paulo, Globo, 1994.) Levando-se em conta o texto como um todo, é correto afirmar que a metáfora presente no primeiro verso se justifica porque as poças a) estimulam a imaginação. b) permitem ver as estrelas. c) são iluminadas pelo Néon. d) se opõem à tristeza das estrelas. e) revelam a realidade como espelhos. 22 PORTUGUÊS/Semântica LÍNGUA, LINGUAGEM E VARIAÇÃO LINGUÍSTICA LINGUAGEM é todo conjunto de sinais que podem ser empregados na comunicação. O uso da linguagem está intimamente relacionado à intimidade do falante, à sua escolaridade, à sua profissão, ao seu status social. Os homens são os únicos seres dotados de linguagem verbal: as línguas, que variam de acordo com as nacionalidades. A LÍNGUA, como instituição social, utilizada pelos membros de uma nação, possui uma estrutura comum a todos, pois todos precisam falar a mesma língua, precisam se comunicar. A FALA materializa o conhecimento que o falante tem da língua, pois somente quando alguém fala é que sabemos a sua nacionalidade. Assim: Comunicação do entendimento da realidade, interação, são feitas através de uma instituição social chamada LÍNGUA, que se materializa através da FALA. Já imaginou se os membros de uma comunidade não se entendessem? Como poderíamos afirmar que haveria uma única língua materna nesta nação? Por outro lado, você pode estar pensando no fato de que pessoas que nasceram e moram num mesmo país, não falam exatamente iguais e que, às vezes, nem se entendem ou se entendem precariamente... UNIFORMIDADE - A língua necessita ter uma mesma estrutura, mas não necessariamente ser a mesma para toda a comunidade. A conservação de sua estrutura é que faz com que falemos a mesma língua, apesar de algumas variações. VARIAÇÃO LINGUÍSTICA A presença de textos e questões de variantes linguísticas já está consagrada nas provas do Enem e de grandes vestibulares. Ela corresponde à importância da diversidade da cultura brasileira e ao contraste entre sua presença na literatura, na música e nas artes, em contraposição à norma padrão da língua. O modo como essas variantes aparecem nas provas é bastante diversificado. Veja os diferentes conceitos envolvidos e porque as variantes são importantes e caem nas provas. O que são as variantes linguísticas? São palavras inventadas, transformadas, além de expressões. Elas são históricas (surgem ou somem ao longo de gerações), são regionais ou de grupos sociais. Veja exemplos dos três tipos: Variantes históricas – Vossa mercê virou “vosssemecê”, que virou “vosmecê”, que virou você.
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