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Aula 3 - Química forense no estudo e efeito das drogas de abuso

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27/07/2021 Disciplina Portal
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Perícia Forense - Química
Forense
Aula 3 - Química forense no estudo e efeito
das drogas de abuso
INTRODUÇÃO
Além das drogas mais conhecidas, como a maconha e a cocaína, veremos nesta aula que existem substâncias
utilizadas como drogas de abuso que as pessoas nem se dão conta. É o caso de analgésicos, psicoativos, álcool,
estimulantes psicomotores, agentes psicotomiméticos.
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Há para todos os gostos e bolsos. Algumas são usadas como entorpecentes mas não estão relacionadas na
Portaria nº 344, como o “cheirinho da loló”. Outras são utilizadas pela classe média alta, como os cristais, cujo
grama chega a custar R$120,00.
OBJETIVOS
Reconhecer e classi�car as drogas de abuso.
Diferenciar os tipos de dependência química.
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ENTORPECENTES E PSICOTRÓPICOS
Droga é toda e qualquer substância, natural ou sintética, que introduzida no organismo modi�ca suas funções.
As anfetaminas utilizadas para emagrecimento e o tabaco (fumo comum) também são drogas. Porém, as
anfetaminas têm controle especial e o tabaco é uma droga liberada.
Já as drogas ilícitas são aquelas proibidas pela legislação e as drogas naturais são obtidas através de
determinadas plantas, como a cafeína (café), a nicotina (tabaco), o ópio (papoula) e o THC tetrahidrocanabiol
(maconha).
Além disso, há as drogas sintéticas, fabricadas em laboratório por meio de técnicas especiais, como, por exemplo,
o Ecstasy.
Ecstasy – 3,4-metilenodioximetanfetamina –MDMA
Composto sintético com propriedades estimulantes e alucinógenas
DIFERENÇAS ENTRE ENTORPECENTES E PSICOTRÓPICOS
Segundo a Portaria nº 344/98 – SVS/MS, psicotrópicos e entorpecentes são substâncias capazes de determinar
dependência física e/ou psíquica.
Veja as principais diferenças:
Entorpecente
• Causa torpor;
• Reprime;
• Entorpece;
• Causa sensação de embriaguez.
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Psicotrópicas
• Agem no Sistema Nervoso Central (SNC);
• Produzem alterações de comportamento, humor e
cognição;
• Levam à dependência;
• Psico vem de psique (mente) e trópico vem de tropismo
(ação de aproximar);
• Sua ação se dá no cérebro.
Os psicotrópicos dividem-se em:
• Psicoléticos (tranquilizantes);
• Psicoanaléticos (estimulantes);
• Psicodisléticos (alucinogênicos).
GRUPOS DE DROGAS PSICOTRÓPICAS
Com base na forma de atuação no SNC, surgiram classi�cações das drogas.
A mais utilizada, por ser a mais simples, é a de Chaloult. Esse autor dividiu as drogas psicotrópicas em três
grupos:
Drogas Depressoras da Atividade do SNC
São drogas que diminuem a atividade cerebral, isto é, o cérebro passa a trabalhar
lentamente.
Exemplos:
Álcool; 
Soníferos;
Solventes ou inalantes; 
Tranquilizantes ou ansiolíticos; 
Calmantes e sedativos; 
Ópio e mor�na;
Xaropes e gotas para tosse.
Drogas Estimulantes da Atividade do SNC
São aquelas que aumentam a atividade cerebral, ou seja, o cérebro é estimulado a
funcionar de maneira acelerada.
Exemplos:
Cafeína;
Anfetaminas;
Cocaína;
Tabaco 
Crack.
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Drogas Perturbadoras da Atividade do SNC
Denominadas também de alucinógenas, são drogas que fazem com que o cérebro passe a
funcionar fora do normal.
Elas alteram a percepção e o cérebro passa a trabalhar de forma desordenada, em uma
espécie de delírio. 
Exemplos:
Maconha;
Cogumelos; 
Plantas alucinógenas; 
Alucinógenos sintéticos;
Ecstasy; 
Anticolinérgicos.
Ficam fora dessa classi�cação os esteroides
anabolizantes, geralmente utilizados para a reposição
hormonal.
O QUE É DEPENDÊNCIA?
Dependência é um estado psíquico e algumas vezes físico, resultante da alteração entre um organismo vivo e
uma droga.
É caracterizado pelo comportamento e outras respostas que, muitas vezes, inclui a compulsão a tomar a droga,
contínua ou periodicamente, com o objetivo de experimentar seus efeitos psíquicos e algumas vezes evitar o
desconforto de sua ausência.
O Sistema Nervoso Central compreende o encéfalo (cérebro, cerebelo, ponte e bulbo) e a medula raquidiana.
Todos esses órgãos são envolvidos por tecidos nervosos compostos e formados pelos neurônios.
Esses neurotransmissores são substâncias químicas responsáveis pela transmissão de sinais eletroquímicos
entre os neurônios, podendo ser excitatórios e inibitórios.
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A informação nervosa contida nos neurotransmissores é captada pelo outro neurônio que a repassa da mesma
forma ao neurônio seguinte, sendo que, após o repasse, os neurotransmissores expelidos são recaptados pelo
neurônio que os liberou.
Essas são as interconexões neuronais que permitem o funcionamento harmônico do SNC e é exatamente ai que
atuam as drogas.
Muitos fatores podem afetar o grau de dependência das drogas e contribuir para o abuso, como características
da personalidade e comportamento de risco.
A idade em que a droga é usada pela primeira vez, a experiência anterior com drogas, os efeitos previstos da
experiência, o estado nutricional e fatores sociais também podem in�uenciar o risco de abuso e dependência.
MECANISMOS DE TOLERÂNCIA E DEPENDÊNCIA
Como estamos estudando, a dependência física é provocada por muitos mecanismos iguais aos que causam a
tolerância.
Na tolerância, os pontos de referência homeostáticos são alterados para compensar a presença da droga. Assim,
se o uso da droga for interrompido, os pontos de referência alterados provocam efeitos inversos àqueles que
ocorrem na presença da droga.
Atenção
, Por exemplo, a interrupção abrupta do uso de um analgésico opioide causa hipersensibilidade a estímulos dolorosos
(além de outros sintomas), ao passo que a interrupção abrupta do uso de um sedativo/hipnótico barbitúrico provoca
insônia, ansiedade e agitação (entre outros sintomas).
A dependência psicológica ocorre sempre que uma droga afeta o sistema de recompensa encefálico. É um
fenômeno mais complexo que pode ocorrer mesmo com drogas que não causam tolerância e dependência física.
As sensações agradáveis produzidas causam o desejo de continuar usando a droga. Quando o uso é
interrompido, as adaptações ocorridas no sistema de recompensa encefálico manifestam-se (disforia e �ssura
pela droga).
Assim, tanto a dependência física quanto a dependência psicológica são causadas por alterações nos processos
de homeostase, mas esses processos ocorrem em regiões diferentes do encéfalo.
A dependência física é um fenômeno que geralmente está associado à tolerância e que costuma resultar de
mecanismos semelhantes aos que provocam tolerância farmacodinâmica. É a necessidade da droga para
manter o funcionamento normal.
Na ausência da droga, revelam-se as adaptações que produziram a tolerância. A característica da dependência
física é a manifestação de sintomas de abstinência na ausência da droga.
Como na tolerância, a dependência pode resultar de alterações nas vias de sinalização celular.
Atenção
, Uma droga que cause tolerância farmacodinâmica por meio de suprarregulação da via do AMPc também provoca
dependência porque a interrupção súbita do uso permite que a adenil ciclase suprarregulada afete uma resposta
supranormal.
Inversamente, uma droga que reduza o número de receptores ou diminua a sensibilidade do receptor provoca
dependência porque a interrupçãocausa a subestimulação dos receptores infrarregulados.
Esses efeitos frequentemente são visíveis porque o receptor tem um agonista endógeno, de modo que a ativação
do receptor é parte dos processos �siológicos normais.
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Quando um sistema de mensageiro secundário é suprarregulado ou um receptor da superfície celular é
infrarregulado, uma quantidade normal do agonista endógeno pode provocar uma resposta supranormal ou
subnormal, respectivamente.
A ingestão aguda de álcool, por exemplo, facilita a atividade inibitória do GABA em seus receptores, causando
sedação. Ao longo do tempo, os receptores de GABA são infrarregulados, reduzindo o nível de inibição para
neutralizar os efeitos sedativos do álcool.
Caso haja interrupção súbita do uso de álcool, a diminuição da inibição GABAérgica provoca um estado de
hiperatividade do Sistema Nervoso Central, que caracteriza a abstinência de álcool.
Logo, a tolerância e a dependência física são provocadas
por mecanismos semelhantes. No entanto, como é
possível haver dependência sem tolerância e vice-versa,
�ca claro que nossa compreensão desses fenômenos é
incompleta.
A adicção  pode coexistir com a tolerância e a
dependência, mas a presença desta última não signi�ca
necessariamente adicção.
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DA DEPENDÊNCIA DE SUBSTÂNCIAS
PSICOATIVAS
Podemos identi�car o grau de dependência de um indivíduo analisando o seu comportamento frente ao desejo de
consumir a substância.
Os graus de dependência são classi�cados em:
Compulsão para o consumo
É a experiência de um desejo incontrolável de consumir uma substância.
O indivíduo imagina-se incapaz de colocar barreiras a tal desejo e sempre acaba
consumindo.
Aumento da tolerância
Há a necessidade de doses crescentes de uma determinada substância psicoativa para
alcançar efeitos originalmente obtidos com doses baixas.
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Síndrome de abstinência
É o surgimento de sinais e sintomas de intensidade variável quando o consumo de
substância psicoativa cessou ou foi reduzido.
Alívio ou evitação da abstinência pelo aumento do consumo
Trata-se do consumo de substâncias psicoativas visando ao alívio dos sintomas de
abstinência.
Como o indivíduo aprende a detectar os intervalos que separam a manifestação de tais
sintomas, passa consumir a substância preventivamente, a �m de evitá-los.
Relevância do consumo
O consumo de uma substância torna-se prioridade, mais importante do que coisas que
outrora eram valorizadas pelo indivíduo.
Estreitamento ou empobrecimento de repertório
Trata-se da perda das referências internas e externas que norteiam o consumo.
À medida que a dependência avança, as referências voltam-se exclusivamente para o
alívio dos sintomas de abstinência, em detrimento do consumo ligado a eventos sociais.
Além disso, passa a ocorrer em locais onde sua presença é incompatível, como, por
exemplo, o local de trabalho.
Reinstalação da síndrome de dependência
É o ressurgimento dos comportamentos relacionamentos ao consumo e aos sintomas de
abstinências após um período sem ingestão da droga.
Uma síndrome que levou anos para se desenvolver pode se reinstalar em poucos dias,
mesmo o indivíduo tendo atravessado um longo período de abstinência.
Dependência de substâncias (adicção)
É de�nida como um padrão mal-adaptativo de uso de substâncias.
Leva a prejuízo ou sofrimento clínico signi�cativo, evidenciado por três ou mais
características, que incluem tolerância, abstinência e abandono ou redução de
importantes atividades sociais, ocupacionais ou recreativas em razão do uso da
substância, durante um período de 12 meses.
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O QUE É CONSIDERADO ABUSO?
O termo abuso refere-se especi�camente a substâncias não prescritas.
Assim, o etanol e a cocaína, que não costumam ser prescritos, são considerados drogas de abuso.
De uma forma mais objetiva, o abuso de drogas é um efeito colateral sutil e retardado, que pode passar
despercebido durante anos de uso destas. Isto porque, primariamente, é amplamente utilizada devido aos seus
�ns terapêuticos e essenciais para o tratamento de alguma patologia, porém devido ao uso descontrolado desta
droga ou até mesmo excessivo, porém essencial, por se tratar de única para determinado tratamento, surge o que
é chamado de dependência física, adicção e tolerância que, muitas vezes, inevitavelmente, levam ao uso abusivo
de determinadas substâncias.
(SILVA, 2002)
O uso indevido de drogas costuma referir-se ao uso impróprio de substâncias prescritas, ou ao uso dessas
substâncias para �ns não terapêuticos.
O uso de mor�na ou de um benzodiazepínico para outros �ns que não sua indicação terapêutica, ou em dose
maior ou mais frequente do que a indicada, constitui uso indevido da substância.
Por vezes, a linha que separa o abuso do uso indevido é indistinta.
Até mesmo a distinção entre o uso terapêutico e o não terapêutico de uma droga pode ser imprecisa, pois muitos
casos de abuso têm origem em tentativas de automedicação (SWIFT & LEWIS).
PRINCIPAIS FÁRMACOS DE ABUSO
Os principais fármacos de abuso são os analgésicos narcóticos, como a mor�na, que causam uma dependência
muito forte.
Os depressores gerais do Sistema Nervoso Central (etanol, barbitúricos, anestésicos e solventes) tendem à
dependência de forte a moderada.
Os fármacos ansiolíticos (benzodiazepínicos) tendem à dependência moderada.
Como temos visto, diversas drogas que podem causar dependência e adicção são medicamentos prescritos com
frequência (como opioides, barbitúricos e benzodiazepínicos).
Já outras drogas de abuso comuns (heroína) não costumam ser prescritas, mas têm o mesmo mecanismo de
ação que suas correspondentes prescritas.
Ainda há outras drogas de abuso (fenciclidina) que atuam em alvos que não costumam ser usados para �ns
terapêuticos.
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Atenção
, Clique (galeria/aula3/docs/farmacos.pdf) para analisarmos mais especi�camente essas substâncias.
EXERCÍCIOS
Questão 1: O que é droga?
Resposta Correta
Questão 2: Qual a diferença entre entorpecente e psicotrópico?
Resposta Correta
Glossário
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon918/galeria/aula3/docs/farmacos.pdf

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