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1 AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL 1 FACULESTE A história do InstitutoFACULESTE, inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender a crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação.Com isso foi criado a FACULESTE, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A FACULESTE tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética.Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 2 1 – INTRODUÇÃO A Neuropsicologia é uma disciplina científica que estuda, de um modo geral, as relações entre o cérebro e o comportamento. A Neuropsicologia infantil se diferencia da neuropsicologia do adulto, pois estuda as relações entre os comportamentos da criança e seu cérebro em desenvolvimento. Nesse sentido tanto a dinâmica cerebral como as consequências de disfunções ou lesões cerebrais na infância são distintas do adulto. Dessa forma, critérios específicos são empregados para avaliar e intervir nas dificuldades cognitivas infantis. A avaliação neuropsicológica na infância consiste na aplicação de uma série de técnicas clínicas, psicométricas e neurológicas para conhecer o desenvolvimento cognitivo de crianças normais ou que apresentem algum transtorno, lesão ou alguma disfunção do sistema nervoso. A avaliação se propõe a identificar pontos fortes e pontos fracos no desenvolvimento cognitivo infantil de modo a traçar o perfil neuropsicológico da criança. Esse perfil neuropsicológico da criança nos permite realizar o diagnóstico diferencial das dificuldades cognitivas e dos comportamentos desadaptativos, com o objetivo de visualizar um prognóstico e desenvolver um plano de intervenção adequado para as dificuldades apresentadas. Desta forma, a avaliação neuropsicológica torna-se ainda mais importante nos casos em que não há uma patologia explícita em outros exames de imagem ou mesmo a partir da investigação neurológica. Recomenda-se que o exame neuropsicológico seja realizado quando a criança apresentar alguma destas disfunções: dificuldades de aprendizagem escolar;, suspeita de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, problemas de aquisição da linguagem, deficiência intelectual global, quadro de epilepsia, traumatismo cranioencefálico, transtornos invasivos do desenvolvimento (autismo), entre outros. A indicação de uma avaliação pode vir de médicos pediatras, neurologistas, psiquiatras, da própria escola ou de outros profissionais que acompanhem a criança. Como resultado é apresentado um laudo neuropsicológico que descreve o perfil cognitivo da criança. Esse laudo poderá ser usado para embasar a indicação dos melhores tratamentos para a condição de saúde apresentada. 3 A partir da década de 70, com a revolução cognitiva e a influência da tecnologia, esta área do conhecimento ficou conhecida como Neuropsicologia Cognitiva, acrescentando nas pesquisas, o interesse pelo modo como os indivíduos processam detalhadamente as informações. Assim, além de se preocupar em localizar as regiões cerebrais responsáveis por determinados comportamentos, os profissionais passaram a compreender o modo como as pessoas internalizam os estímulos. O neuropsicólogo atua em consultórios, hospitais, instituições e clínicas, auxiliando na avaliação de crianças, adultos e idosos que possam apresentar algum comprometimento neurológico, ou em pesquisas envolvendo o funcionamento cerebral em não pacientes. Muitos psicólogos têm buscado a Neuropsicologia frente à sua cientificidade, sistematicidade e, consequentemente, sua aplicabilidade junto aos clientes. A expansão da Neuropsicologia vem por meio da utilização de testes confiáveis e procedimentos interventivos cada vez mais eficazes. Saber intervir proporciona para a criança possibilidades de desenvolvimento, favorecendo autonomia, independência e qualidade de vida. Como parte de um corpo maior de conhecimento intitulado como Neurociências, a Neuropsicologia é uma área interdisciplinar de teorias e atuação, que integra instrumentos, métodos e modelos de várias áreas, como:Psicologia;Neurologia;Psiquiatria; Linguística; Psicolinguística; Neurolinguística,Fonoaudiologia; Farmacologia; O profissional em neuropsicologia, portanto, realiza uma revisão dos conhecimentos, selecionando-os e utilizando-os em função de seu objetivo, sempre buscando compreender a relação entre cérebro, funções mentais/cognitivas e comportamento. 4 2 - AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA INFANTIL Para a realização de uma AN infantil é importante verificar os objetivos específicos, identificar a presença ou ausência de transtornos do desenvolvimento e cognitivos e dificuldades na obtenção de habilidades. Desta forma, é necessário ter uma atenção especial para buscar na história de vida da criança, se houve um comprometimento cerebral, idade do início, tipos de tratamentos realizados, assim como a gravidade e do próprio processo de desenvolvimento da função. A avaliação é construída de forma a ser sensível para uma gama de sinais cognitivo-comportamentais apresentadas no desenvolvimento típico da criança, para distinguir se é uma desordem do processamento neuropsicológico (Hamdan, Pereira, & Riechi, 2011). Segundo Silver et al. (2006) uma AN pode ser composta por: a) Uma ou mais entrevistas clínicas e observações da criança e, se possível, entrevista com familiares/responsáveis, avaliação escolar e/ou registros médicos, avaliações psicológicas e/ou neuropsicológicas anteriores. 5 b) Aplicação de instrumentos neuropsicológicos, que avaliem áreas do funcionamento cerebral, que inclua: atenção, funções executivas, memória, linguagem, funcionamento sensório-perceptivo, habilidades visuoespaciais, habilidades motoras finas, habilidades intelectuais, desempenho acadêmico e funcionamento comportamental e emocional. O que pode ser avaliado em uma avaliação neuropsicológica infantil? Uma AN clássica em crianças em idade escolar é referente aos principais domínios cognitivos, tais como: capacidade intelectiva; atenção; funções executivas, que incluem planejamento, flexibilidade, organização e inibição; habilidades específicas, como matemática e leitura; aprendizagem e memória; linguagem; habilidades visuoespaciais; coordenação motora; afetividade, comportamento e habilidades sociais (Silver et al., 2006; Oliveira et al., 2015). 3 - AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA NA CRIANÇA - INDICAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES 6 A avaliação neuropsicológica é recomendada em qualquer caso onde exista suspeita de uma dificuldade cognitiva ou comportamental de origem neurológica. Ela pode auxiliar no diagnóstico e tratamento de diversas enfermidades neurológicas, problemas de desenvolvimento infantil, comprometimentos psiquiátricos, alterações de conduta, entre outros. A contribuição deste exame na criança é extensiva ao processo de ensino- aprendizagem, pois nos permite estabelecer algumas relações entre as funções corticais superiores, como a linguagem, a atenção e a memória, e a aprendizagem simbólica (conceitos, escrita, leitura, etc.). O modelo neuropsicológicodas dificuldades da aprendizagem busca reunir uma amostra de funções mentais superiores envolvidas na aprendizagem simbólica, as quais estão, obviamente, correlacionadas com a organização funcional do cérebro. Sem essa condição, a aprendizagem não se processa normalmente, e, neste caso, podemos nos deparar com uma disfunção ou lesão cerebral. Ao fornecer subsídios para investigar a compreensão do funcionamento intelectual da criança, a neuropsicologia pode instrumentar diferentes profissionais, tais como médicos, psicólogos, fonoaudiólogos e psicopedagogos, promovendo uma intervenção terapêutica mais eficiente. O conjunto dos instrumentos utilizados nos possibilita uma avaliação global das capacidades da criança, bem como das dificuldades encontradas por ela em seu desempenho dia a dia. Não se trata de "rotular" ou "enquadrar" a criança como integrante de grupos problemáticos, e sim de evitar que tais dificuldades possam impedir o desenvolvimento saudável da criança. Ainda quanto à avaliação em crianças, torna-se importante salientar algumas questões, entre elas o fato de o desenvolvimento cerebral ter características próprias a cada faixa etária. Portanto, dentro desse padrão de funcionamento cerebral, é importante a elaboração de provas de acordo com o processo maturacional do cérebro. Por exemplo, "quando se fala de imaturidade na infância, esta não deve ser entendida unicamente como deficiência", devido às peculiaridades do desenvolvimento cerebral na infância. Diferentemente do adulto, o cérebro da criança está ainda em desenvolvimento, tendo características próprias que garantem uma diferenciação e especificidade de funções. Segundo Antunha, as baterias de testes neuropsicológicos adaptados para crianças são em número bastante reduzido. 7 Devem contemplar: _ a organização e o desenvolvimento do sistema nervoso da criança; _ a variabilidade dos parâmetros de desenvolvimento entre crianças da mesma idade; _ a estreita ligação entre o desenvolvimento físico, neurológico e a emergência progressiva de funções corticais superiores. 4 - AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA INFANTIL: DEMANDA FREQUENTE NO COTIDIANO DO PSICÓLOGO A Avaliação Infantil se refere à utilização desses procedimentos técnicos aplicados à compreensão do processamento cognitivo infantil, ou seja, ao modo como as crianças internalizam e evocam as informações. Desse modo, a avaliação é bastante utilizada para diagnosticar casos de: Dificuldades atencionais; Agressividade; Transtornos ou dificuldades na aprendizagem e hiperatividade; Transtornos no humor; Rebaixamento na autoestima; Dificuldades na socialização; 8 Transtornos alimentares; Dentre outros construtos. Ao lado disso, favorece o diagnóstico precoce de alterações no desenvolvimento, como o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e demais atrasos no desenvolvimento global, favorecendo práticas interventivas interdisciplinares mais precoces e, consequentemente, mais eficazes. Pesquisas recentes apontam que para cada 62 crianças, ao menos uma apresenta características no TEA ou algum tipo de atraso no desenvolvimento. Nos consultórios, a procura pelo neuropsicólogo aumentou muito. Não apenas para avaliar, como também para estabelecer uma linha terapêutica que proporcione melhora na vida do paciente e oriente a família quantos aos procedimentos adequados. Em relação ao TEA, por exemplo, a avaliação neuropsicológica é fundamental para a equipe que atende a criança. Segundo o professor do IPOG e Neuropsicólogo Infantil, Dr. Fernando Silveira, um outro benefício é que por meio da Avaliação Neuropsicológica Infantil é possível traçar uma assertividade prognóstica. De acordo com o especialista, “a Neuropsicologia é toda pautada em evidências. Refere-se à uma prática da Psicologia mais confiável devido à utilização de instrumentos com validade científica”, pontua o professor. Muitas são as vertentes da psicologia que oferecem suporte clinico para as crianças. No entanto, a neuropsicologia fornece dados previamente testados, regados à significância estatística. Como consequência de todo esse investimento científico, o mercado vem oferecendo a criação de programas de: Estimulação atencional; Desenvolvimento das funções executivas (processos responsáveis pelo emissão de comportamentos mais ajustados às exigências do meio); Controle da agressividade; Estimulação da memória operacional (processo responsável pela manipulação mental das informações); 9 Estimulação Psicopedagógica de funções vinculadas às dificuldades da leitura/escrita; Dentre outros que favorecem o desenvolvimento infantil. Segundo o Conselho Federal de Psicologia (CFP), apenas os profissionais da psicologia podem realizar psicodiagnóstico ou avaliação psicológica por meio de testes psicológicos. Essa é a grande diferença entre o psicólogo e os demais profissionais que buscam a especialização na área. Os psicólogos possuem conhecimentos e habilidades psicométricas específicas que garantem a qualidade técnica e ética desta prática junto aos pacientes. Vale ressaltar que a neuropsicologia utiliza dos testes psicológicos e neuropsicológicos durante todo o processo de avaliação. No mercado é possível encontrar ferramentas objetivando a compreensão da inteligência (à partir de dois anos de idade), dos processos atencionais (concentração, divisão, seletividade e alternância), dos processos perceptuais, viso-motores, das funções executivas, das habilidades acadêmicas (atividades que demandam conhecimento de escolaridade), assim como a compreensão da personalidade e da dinâmica parental. Nesse sentido, somente os neuropsicólogos com formação em psicologia possuem o preparo e o respaldo técnico para a utilização das ferramentas necessárias. Atualmente, os pesquisadores e as editoras se encontram atentos à necessidade de novas ferramentas que possam contribuir para esta prática, desenvolvendo crescentemente novos testes e materiais para a estimulação, bem como reabilitação. 10 4.1 - DESAFIOS DA NEUROPSICOLOGIA INFANTIL O Neuropsicólogo Infantil, Dr. Fernando Silveira, destaca que um dos maiores desafios para os profissionais está relacionado com a interpretação adequada dos resultados e o domínio de todas as técnicas disponíveis. O profissional reforça que, embora exista um protocolo estruturado, é importante saber que para cada caso clínico existe uma demanda particular de ferramentas. Encontrar profissionais capacitados e especialistas que possam fazer uma interpretação de forma adequada é um desafio. Outro desafio é o profissional ser assertivo nas suas impressões, no seu diagnóstico e, principalmente, na sua conduta terapêutica. “Para ser um neuropsicólogo de sucesso, ao meu ver, é preciso ter uma formação de excelência, supervisão constante e conhecimento clínico apurado de todas as possibilidades disponíveis”, explica Fernando. Isso ocorre porque a avaliação neuropsicológica infantil tem características bastantes próprias, vinculada à compreensão detalhada dos diferentes estágios do desenvolvimento” 11 No que tange ao exercício da profissão, o neuropsicólogo deve ser capacitado para analisar e administrar não apenas os testes, mas também um conjunto de variáveis. Para realizar uma avaliação neuropsicológica infantil, por exemplo, é preciso conhecer as diferentes teorias do desenvolvimento, explorar o histórico de cada caso e suas vicissitudes, realizar observações diretas e indiretas do comportamento da criança, entrevistar familiares e profissionais das escolas, assim como manter discussão interdisciplinar e ser capaz de estabelecer uma proposta interventiva eficaz. Outro ponto fundamental é a elaboração de documentos. A Neuropsicologia trabalha com a descrição detalhadados processos cognitivos, bem como a apresentação sistemática dos resultados analisados a quem é de direito. O objetivo do relatório é registrar todo o processo de avaliação, fornecendo aos profissionais um auxílio diagnóstico e, principalmente, um direcionamento nas tomadas de decisões. Na prática, é notório o aumento de médicos, psicopedagogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e outros profissionais que solicitam esta avaliação como critério essencial para a administração de medicação ou a estruturação de propostas interventivas mais adequadas. A avaliação também é solicitada anteriormente e posteriormente a procedimentos neurocirúrgicos, garantindo se a atuação médica prejudicou ou evoluiu as funções cognitivas do paciente. Assim, um laudo bem elaborado favorece a compreensão do caso clínico e garante possíveis ajustes necessários. Exemplo disso é o uso indiscriminado de algumas medicações para regulação intencional. Há alguns anos, os médicos têm solicitado o parecer neuropsicológico antes de ministrarem quaisquer remédios. É de praxe a discussão do caso dentro da equipe frente à necessidade ou não dos remédios. 12 5 - O QUE É IMPORTANTE SABER? Cada vez mais, os testes psicológicos vêm sendo utilizados como recurso indispensável no cenário infantil. Dificuldades no desempenho escolar, seguidas de déficits na adaptação e socialização estão entre os casos mais frequentes, e já podem ser mensurados e analisados detalhadamente de modo quantitativo. Por isso, é importante que os pais fiquem atentos. Caso surjam sinais e sintomas, é preciso procurar um especialista da área para que possam receber as orientações necessárias. A Neuropsicologia vem sendo cada dia mais procurada, além de ser muito indicada por médicos, psicopedagogos e especialistas, de um modo geral, na área da Educação. Por meio de ferramentas previamente testadas e investigadas por cientistas do comportamento e da cognição é possível contribuir para o desenvolvimento das crianças assistidas. 13 Como já informado, as alterações no desenvolvimento, por exemplo, ocupam um lugar privilegiado no ranking das indicações, principalmente no que diz respeito ao TEA. Afinal, quanto mais precoce for o diagnóstico e mais imediata for a intervenção, maiores são as chances da criança desenvolver um repertório comportamental e cognitivo dentro do previsto para as crianças da mesma idade. Além do mais, conhecer a criança favorece orientação apropriada aos pais e aos educadores. A neuropsicologia é uma área que utiliza conhecimentos de disciplinas acadêmicas que configuram as áreas das neurociências, como a neurofisiologia, neuroanatomia, neurofarmacologia e neuroquímica, e de atuação profissional do psicólogo, como psicologia clínica, psicopatologia, psicologia experimental, psicometria e psicologia cognitiva. A neuropsicologia é o estudo das relações entre o cérebro e o comportamento, que investiga as alterações cognitivas e comportamentais que se associam às lesões cerebrais (Hamdan, Pereira, & Riechi, 2011). A neuropsicologia é uma especialidade dentro do campo mais amplo da psicologia clínica. Dentro desta especialidade, por meio de utilização de testes e entrevistas, pode ser realizada a avaliação neuropsicológica, que estuda a repercussão de disfunções cerebrais sobre o comportamento e a cognição, fornecendo informações sobre o potencial cognitivo global, qualificando a natureza funcional de déficits observados através da análise comparativa e qualitativa dos resultados obtidos, permitindo a comparação com indivíduos da mesma idade, sexo e escolaridade (Lesak, 2012). A avaliação neuropsicológica (AN) é uma avaliação sistemática das relações entre cérebro e comportamento. Para Zillmer, Spiers e Culbertson (2008), a avaliação neuropsicológica é um método empírico de exame que se aplica a vários contextos, consiste então, em um exame sensível para avaliar a integridade do funcionamento cerebral, explicita dificuldades psicológicas ou neurológicas. Do mesmo modo é considerado um exame útil nos serviços de diagnóstico e em ambientes de pesquisa clínica quando estão envolvidos aspectos cognitivos e comportamentais. A AN agrega fatores etiológicos de desempenho, fatores emocionais e comportamentais, que 14 servem como base para o desenvolvimento de intervenções eficazes. Torna-se indispensável o profissional possuir um bom conhecimento sobre o desenvolvimento e o funcionamento típico e atípico do cérebro e os padrões de desempenho cognitivos envolvidos nos diversos tipos de disfunção cerebral. O conhecimento inclui condições sutis como a deficiência de aprendizagem clássica (por exemplo, discalculia e dislexia), além de dificuldades de aprendizagem não verbais, que são conhecidos por terem desenvolvimento com etiologias neurológicas (Zeffiro & Eden, 2000). Demais condições são as síndromes genéticas, defeitos estruturais do sistema nervoso central, exposição tóxicas, como a exposição ao chumbo, ou outras lesões do cérebro que pode ocorrer durante ou depois da gravidez e do parto, além do funcionamento comportamental/emocional. Este tipo de avaliação, sistematicamente, avalia todos os domínios cerebrais, com uma compreensão de como estes domínios se relacionam entre si e influenciam nas habilidades da criança, principalmente os efeitos na área escolar. Estes domínios incluem: capacidade cognitiva, atenção, aprendizagem, memória, linguagem, capacidade visuoespacial, capacidade sensório-motora, funções executivas e processos sociais e emocionais (Silver et al., 2006; Oliveira, Calvette, Gindri, & Pagliarin, 2015). 6 - FUNÇÕES E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO 15 Instrumentos neuropsicológicos são ferramentas fundamentais no processo de avaliação neuropsicológica, e a escolha dos testes pode mostrar maior qualidade nos resultados. Para tanto, verificar se o efeito da passagem do tempo sobre os resultados dos testes não deve ser subestimado, de acordo com Flynn (1984, 2000), que encontrou aumento de 20 pontos percentuais sobre uma geração em alguns testes não verbais, como o Raven. Descobriu-se que a tendência geral para o aumento do QI, ao longo do tempo é estimado em 0.3 pontos de QI por ano e pode ser estimado de 3 a 9 pontos por década. Tem sido observado ganhos, em instrumentos neuropsicológicos, como evidências de que o efeito Flynn é mais pronunciado no raciocínio fluído, ou seja, em instrumentos não verbais, do que em instrumentos de raciocínio cristalizado, os verbais (Kanaya, Ceci, & Scullin, 2003a; Kanaya, Scullin, & Ceci, 2003b). Além desses aspectos, deve ser verificada a experiência do aplicador com avaliação, aspectos culturais, escolaridade, língua, além de demais fatores desconhecidos (Neisser et al., 1996; Strauss, Sherman, & Spreen, 2006). A escolha dos instrumentos utilizados dependerá das dificuldades apresentadas pela criança, como sintomas e qualquer suspeita de diagnóstico anterior. O avaliador utiliza as informações obtidas na avaliação, o conhecimento da doença em questão, o conhecimento da anatomia e funções cerebrais, além de conhecimento de aspectos do desenvolvimento evolutivo para prover uma interpretação eficaz dos resultados observados nos instrumentos. Nas avaliações neuropsicológicas, por exemplo, são incluídos testes de inteligência, que podem ser usados para fazer interpretações sobre o raciocínio fluído da criança (Silver et al., 2006; Rodrigues, Zanotto, & Argimon, 2015). 16 7 - CAPACIDADE INTELECTIVA COGNITIVA Refere-se a um conjunto de habilidades que envolve, criatividade, raciocínio, planejamento, resolução de problemas, pensamento abstrato e aprender de acordo com a experiência. Os instrumentos que podem ser utilizados incluem o R2 Teste não verbal de inteligência (Oliveira, Rosa, & Alves, 2000), MatrizesProgressivas Coloridas de Raven – Escala Especial (Angelini, Alves, Custódio, Duarte, & Duarte, 1999), além dos seguintes: a) Escala Wechsler de Inteligência para Crianças (WISC-IV): Trata-se de um instrumento clínico de aplicação, que tem como objetivo avaliar a capacidade intelectual das crianças e o processo de resolução de problemas. Obtém-se a capacidade intelectiva total, com subtestes, que são divididos em quatro índices, 17 Compreensão Verbal, Organização Perceptual, Memória Operacional e Velocidade de Processamento. Pode ser utilizado na faixa etária de 6 anos até 16 anos e 11 meses (Wechsler, 2013). b) O SON-R 2½ - 7 [a] avalia a habilidade cognitiva geral através de quatro subtestes. Os subtestes fornecem escore para Escala de Execução, que mensura as habilidades visuomotoras e espaciais. A faixa etária é de 2½ a 7 anos e 11 meses, pode ser utilizada uma versão reduzida que vai até os 7 anos de idade. É composto por quatro subtestes: Mosaicos (teste de execução com enfoque espacial e visuomotor), Categorias (teste de raciocínio), Situações (teste de raciocínio) e Padrões (teste de execução com enfoque espacial e visuomotor) (Laros, Tellegen, Jesus, & Camilo, 2015). c) Escala de Maturidade Mental Colúmbia (CMMS), fornece uma estimativa da capacidade de raciocínio geral de crianças, indicando qual o nível de maturidade mental correspondente. Indicado para crianças com paralisia cerebral, dificuldade na fala ou perda de audição e suspeita de deficiência mental. A faixa etária que pode ser utilizada em crianças com idade entre 3 anos e 6 meses a 9 anos e 11 meses (Alves & Duarte, 2001). d) Teste de Inteligência Geral Não Verbal (TIG-NV), mensura desempenhos característicos dos testes de inteligência não verbais, mas se distingue, por permitir uma análise neuropsicológica. Mostra tipos de raciocínios e os processamentos envolvidos na sua execução, além das classificações do potencial intelectual. Diferentes estímulos possibilitam a análise das funções cerebrais, que se combinam e se obtém tipos de desempenho, como, por exemplo, raciocínio espacial, matemático, memória de reconhecimento e outros. A faixa etária é de 10 anos de idade em diante (Tosi, 2008). e) Atenção: É uma função que possibilita a pessoa a manter o foco e as informações no cérebro durante a realização de tarefas, ignorando demais distratores menos relevantes que possam interferir na finalização do trabalho. 18 A atenção seletiva refere- -se à capacidade de prestar atenção em alguns estímulos e concomitantemente ignorar outros. Atenção dividida refere-se à distribuição de recursos disponíveis na atenção para coordenar a performance de mais de uma atividade simultaneamente (Sternberg, 2008). A atenção é considerada uma base para que diferentes processos cognitivos possam funcionar de forma adequada. Os principais instrumentos para avaliar a atençãosão: Subteste Dígitos Ordem Direta, Códigos, Aritmética do WISC-IV (Wechsler, 2013) e D2-Teste de Atenção Concentrada (Cambraia, 2003, Argimon, Silva, & Wendt, 2015). Também pode ser utilizada Bateria Psicológica para Avaliação da Atenção (BPA), que tem como objetivo avaliar a capacidade geral de atenção, além avaliar de forma individualizada tipos de atenção específicos: atenção concentrada (AC); atenção dividida (AD) e atenção alternada (AA) (Rueda, 2013). f) Funções Executivas: É um conjunto de habilidades cognitivas e processos críticos do comportamento e pensamento complexo. Tais funções complexas avaliam organização, planejamento e utilização de estratégias de resolução de problemas, que inclui o automonitoramento, analisar e modular o comportamento, de acordo com a demanda. As funções executivas abrangem adaptação a situações novas, que vão além do conhecimento adquirido, que desenvolvem novas formas e recursos de pensar, cumprindo uma função importante na capacidade de aprender novos conteúdos (Lopes, Ziemniczak, Nascimento, & Argimon, 2015). Os instrumentos mais utilizados para avaliação das funções executivas em crianças são: Compreensão de provérbios para abstração-raciocínio; Torre de Londres, que avalia planejamento; Controled Word test, que avalia a fluência verbal; Five-Point Test, para fluência de desenhos; Trail Making Test, que avalia a flexibilidade mental; Wisconsin Card Sorting Test (WCST) para avaliar a flexibilidade mental, formação de conceitos, solução de problemas, abstração-raciocínio; Tarefas Go-No go, que avaliam modulação-inibição de resposta; Stroop, que mede modulaçãoinibição de resposta; Teste de Raven, que avalia abstração-raciocínio; California Verbal Learning Test-Children’s Version (CVLT-C), que mensura a aprendizagem verbal e memória. Além destes, na literatura são mencionadas as Escalas de Inteligência Wechsler, como Sequência de Números e Letras (SNL), Aritmética (AR), Semelhanças (SM) e 19 Dígitos Ordem Inversa (Hamdan & Pereira, 2009; Tirapu-Ustárroz, Muñoz- - Céspedes, Pelegrín-Valero, & Albéniz-Ferreras, 2005). g) Memória: compõe componentes verbais, visuais e auditivos que se referem ao registro inicial, consolidação, evocação e reconhecimento das informações. O funcionamento adequado da memória depende da atenção e das funções executivas, que são fundamentais no processo de aprendizagem, principalmente de novos conteúdos. Memória auditiva: refere-se à quantidade de informações, recebida via auditiva, que a pessoa consegue guardar concomitantemente. A amplitude da memória auditiva compreende reter e recordar o maior número possível de elementos auditivos, depois de haver escutado. Memória visual: refere-se à quantidade de informação recebida por via visual, que a pessoa é capaz de manter simultaneamente. A amplitude da memória visual envolve reter e recordar o maior número possível de elementos visuais, depois de ter visualizado. Memória de trabalho (memória operacional): compreende um sistema de memória, no qual se formam associações entre metas, estímulos ambientais e conhecimento adquirido. Trata-se de um espaço na qual se mantém a informação enquanto está sendo processada (Paterno & Eusebio, S/D). Os instrumentos mais utilizados para avaliação da memória são: Rey Verbal Learnig Test (RAVLT) (Rey, 1958; Malloy-Diniz, Lasmar, Gazinelli, Fuentes, & Salgado, 2007), Memória Lógica I e II da Escala de Memória Revisada (WMS), Teste de Reprodução Visual I e II (Wechsler, 2009), Subteste Dígitos WISC-IV (Wechsler, 2013) e Figuras Complexas de Rey (Oliveira & Rigoni, 2010). h) Capacidade Visuoespacial, visuoperceptiva e visual: avalia uma variedade de habilidades relacionadas à percepção e ao processamento das informações visuoespaciais. São comportamentos que exigem habilidades específicas, que incluem a atenção discriminativovisual, raciocínio espacial, a integração visuomotora e a capacidade construtiva. De forma independente das habilidades visuoespaciais do avaliado, a performance em instrumentos que avaliam este domínio é, muitas vezes, altamente dependente de atenção e funções executivas (Lezak, Howieson, Bigler, & Tranel, 2012). 20 Um dos instrumentos mais utilizados são as Figuras Complexas de Rey (Oliveira & Rigoni, 2010), que exigem a cópia de uma figura complexa, Subteste Cubos WISC- IV, Completar Figuras, Quebra Cabeças do WISC-III (Wechsler, 2013). i) Funções Sensório-Motoras: Referem-se à capacidade de controlar movimentos manuais de forma a torná-los mais precisos e rápidos. Trata-se de uma função essencial para a realização de atividades de desenho e escrita. Mesmo que muitos componentes do controle motor aconteçam automaticamente, alguns deles dependem de iniciar, planejar, implementar e manter a manutenção dos movimentos que integram as funções executivas. Pode ser avaliado através dos subtestes, Procurar Símbolos, Códigos e Cancelamento do WISC=IV. j) Linguagem: Pode seridentificada pela fala, escrita ou por meio de sinais. São habilidades que têm como propósito final tornar efetiva a comunicação entre as pessoas. A avaliação pode ser realizada analisando a compreensão, fluência verbal, conhecimento de palavras e associações semântica e fonêmica. A linguagem pode ser avaliada pela fala impressiva, decodificação e expressão falada, que são aspectos básicos para avaliar (Sternberg, 2008). Avalia-se através dos instrumentos: Boston Naming Test, com os subtestes Vocabulário, Compreensão, Informação do WISC-IV e WISC-III (Wechsler, 2013). l) Habilidades Acadêmicas: Facilidades e dificuldades nas disciplinas escolares. São habilidades que decorrem do funcionamento adequado e integrado das habilidades anteriormente descritas, das mais simples às mais complexas. Dificuldades cognitivas podem interferir no rendimento em diferentes disciplinas como Ciências, História, Português, Matemática, que podem desmotivar o aprendizado da criança. Para este domínio são examinados componentes primários das habilidades de raciocínio aritmético, leitura e de escrita. Os instrumentos mais utilizados são: Subteste Aritmética, Vocabulário, Informação (do WISC-IV, WISC-III). Teste de Desempenho Escolar (TDE) (Stein, 1994), objetiva avaliar capacidades essenciais para o desempenho escolar, mais especificamente escrita, aritmética e leitura. 21 m)Personalidade/habilidades sociais, emocionais e comportamentais: avaliação do comportamento e da personalidade pode-se fazer através da observação direta do comportamento, do contato com profissionais e familiares envolvidos com a criança. Os instrumentos que podem ser utilizados são Teste da Casa, da Árvore e da Pessoa (HTP) (Buck, 2003), Escala do Comportamento Infantil para Professor EACI-P, CAT (Children Apperception Test), (L. Bellak & Bellak, 1981, Marques, Tardivo, Silva, &Tosi, 2013), atividades de desenho, além da Escala de Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH). Versão para professores tem como objetivo avaliar desatenção e a hiperatividade (sintomas primários), problemas de aprendizagem e comportamento antissocial (sintomas secundários). A Escala tem por foco, monitorar os efeitos das intervenções (psicológica, psicopedagógico e medicamentosa) na escola. Também revela diferenças individuais dos comportamentos de crianças que manifestam TDAH antes, durante e após o tratamento. Pode ser utilizada para a faixa etária de 6 a 17 anos de idade (Benczik, 2000). Pirâmides Coloridas de Pfister avaliam aspectos da personalidade, destacando especialmente a dinâmica afetiva e indicadores relativos a habilidades cognitivas da criança. Trata-se de um método expressivo, que pode ser utilizado dos 6 a 14 anos de idade (Villemor-Amaral, 2014). 8 - INFLUÊNCIAS HISTÓRICOS DA NEUROPSICOLOGIA CLÍNICA E PEDIÁTRICA Para entender e apreciar a especialidade emergente da neuropsicologia escolar, é preciso rever as influências da neuropsicologia clínica adulta, neuropsicologia pediátrica, psicologia escolar e educação em geral. Vários autores revisaram a história da neuropsicologia clínica de adultos. Rourke (1982) identificou os três primeiros estágios históricos da neuropsicologia clínica como: (1) o estágio de abordagem de teste único; (2) o estágio da bateria de teste/ especificação da lesão; (3) o estágio do perfil funcional. Este autor rotulou as tendências atuais em neuropsicologia como o estágio integrador e preditivo. Esses estágios são analisados a seguir. 22 8.1 - BATERIAS DE TESTE NEUROPSICOLÓGICAS PARA CRIANÇAS Enquanto os neuropsicólogos clínicos de adultos estavam se afastando das baterias fixas de avaliação para baterias de avaliação mais flexíveis no final da década de 1990, os neuropsicólogos pediátricos tinham poucas ferramentas de avaliação para escolher. Esta seção analisará a história da neuropsicologia pediátrica e sua influência na neuropsicologia escolar. Na década de 1960, a neuropsicologia pediátrica surgiu como uma subespecialização no campo mais amplo da neuropsicologia clínica. Inicialmente, muitas das primeiras baterias de testes neuropsicológicos desenvolvidas para crianças eram extensões descendentes de baterias de testes para adultos. Ernhart, Graham e Eichman (1963) foram creditados como sendo os primeiros pesquisadores a aplicar uma bateria de testes para avaliar os resultados do desenvolvimento em crianças com lesões cerebrais. Eles descobriram que crianças com danos cerebrais manifestavam déficits em múltiplas medidas verbais e conceituais, bem como em múltiplas medidas perceptivas. Eles relataram que nenhuma medida única produziu uma discriminação satisfatória de crianças com danos cerebrais, enquanto que o uso de toda a bateria o fez. Isso foi consistente com a ideia de que várias medidas são melhores discriminadores da função/disfunção cerebral do que uma única amostra de comportamento. Testes Halstead-Reitan para crianças Na década de 1970, uma extensão descendente do HRNTB adulto foi desenvolvida para crianças na faixa de nove a 14 anos, chamada Bateria de testes neuropsicológicos Halstead-Reitan para crianças mais velhas (HRNTB-OC). Uma versão do teste também foi desenvolvida para crianças de cinco a oito anos, chamada de Bateria de Testes Neuropsicológicos Reitan-Indiana (RINTB). Reitan e Wolfson (1992) apresentam uma descrição ampliada dos testes HRNTB e RINTB e Teeter e Semrud-Clikeman (1997) oferecem uma extensa revisão dos estudos de pesquisa clínica HRNTB e RINTB. Teeter e Semrud-Clikeman (1997) apontaram que os testes de Halstead-Reitan para crianças devem ser usados com cautela. 23 As preocupações com os testes HRNTB e RINTB incluem: normas insuficientes, covariância com inteligência, incapacidade de distinguir condições psiquiátricas de doenças neurológicas em crianças e incapacidade dos testes para localizar disfunção ou prever recuperação após insulto ou dano cerebral (LECKLITER; FORSTER, 1994). Vários pesquisadores compilaram conjuntos de dados normativos das baterias HRNTB e RINTB para crianças desde suas publicações iniciais (BARON, 2004). Em vez de usar os testes originais de Halstead-Reitan para crianças com base em uma coleção sintetizada de dados normativos que podem ir até 35 anos de idade, recomenda-se que os profissionais avaliem a bateria sensório-motor de Dean- Woodcock (DWSMB). A DWSMB incorporou muitos dos testes de HalsteadReitan quando padronizou os testes usando uma amostra nacional de base ampla. O DWSMB também foi conormatizado com os Testes Woodcock-Johnson III de Capacidade Cognitiva (WOODCOCK; MCGREW; MATHER, 2001). 8. 2 - VÍNCULO DOS RESULTADOS DA AVALIAÇÃO COM INTERVENÇÕES BASEADAS EM EVIDÊNCIAS O campo da psicologia escolar é relativamente jovem. Nos últimos 100 anos, o campo tornou-se melhor no desenvolvimento e validação de constructos teóricos e abordagens de avaliação. No entanto, o campo está atrasado na área de intervenções empiricamente validadas. Os psicólogos escolares têm muitos recursos de "livro de receitas" que fornecem recomendações baseadas em problemas acadêmicos ou comportamentais comuns. A revisão da literatura mostra que há poucas evidências sólidas para muitas das recomendações que os profissionais da área fazem consistentemente. Sabendo sobre a necessidade de intervenções baseadas em evidências, por onde o campo deveria prosseguir? Perguntas precisam ser respondidas, como "O que constitui uma intervenção baseada em evidências?". Kratochwill e Shernoff (2004) sugeriram que uma intervenção poderia ser considerada baseada em evidências se sua aplicação à prática fosse claramente especificada e se demonstrasse eficácia quando implementada na prática. 24 Várias forçastarefa conjuntas em todas as organizações profissionais têm trabalhado no estabelecimento de diretrizes para pesquisa de práticasbaseadas em evidências. Esta linha de pesquisa é crucial para a credibilidade da psicologia escolar e da especialidade da neuropsicologia escolar. Isso faz com que fique no passado a prática de avaliar uma criança apenas para uma classificação educacional. Claramente, os legisladores, os educadores, os professores e os pais exigem uma avaliação que oriente a intervenção. Todavia, há desafios para a realização de pesquisas baseadas em evidências nas escolas. A obtenção de permissão para realizar pesquisas aplicadas nas escolas tornou-se cada vez mais difícil, porque administradores, professores e pais se preocupam com o tempo da tarefa. Voltemos à analogia do bolo mais uma última vez. Ao considerarmos o bolo análogo ao conceito de "organicidade" ou função/disfunção cerebral, os neuropsicólogos no atual estágio integrativo e preditivo continuariam a defender a realização de múltiplas amostras de comportamento (ou seja, múltiplas sondas de palito no bolo). No entanto, nos estágios passados, todas as amostras de comportamento foram baseadas em amostras de teste comportamental. Isso é o que realmente veríamos no palito de dente depois que estivesse preso no bolo. Atualmente, na prática clínica e na pesquisa, existe uma abordagem interdisciplinar para a compreensão do funcionamento do cérebro com técnicas de imagem funcional integrada, avanços no desenvolvimento do teste e inclusão de análises qualitativas do desempenho do teste. Essas múltiplas amostras de qualquer constructo, tal como a "organicidade", também devem se esforçar para serem ecologicamente válidas e ter uma boa validade preditiva. Isto é, temos que aferir a temperatura da sonda do bolo (ou seja, o palito de dente) e analisar o conteúdo aderindo ao palito de dentes usando a tecnologia e outros testes que fornecem informações qualitativas, químicas, fisiológicas e funcionais. Os futuros pesquisadores continuarão a avançar a base de conhecimento em todas as disciplinas, como educação, psicologia (incluindo neuropsicologia), psicologiaescolar, neuroanatomia funcional, bioquímica, eletrofisiológica, genética e assim por diante. O conhecimento obtido desses campos remodelará as formas em que exercemos a nossa profissão. 25 As influências da neuropsicologia clínica e neuropsicologia pediátrica na especialidade emergente da neuropsicologia escolar foram revisadas. Na sequência, iremos mudar o foco para a história da neuropsicologia escolar. 8.3 - DEVOLUÇÃO DOS RESULTADOS DA AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA Como já mencionado, em um laudo e/ou relatório de uma AN explora-se, além da avaliação acadêmica, outras áreas de habilidades motoras, problemas emocionais e comportamentais, habilidades sociais e dificuldades nas funções executivas. Ao avaliar a área cognitiva, devido a criança apresentar um baixo desempenho escolar, não se esquecer dos aspectos emocionais, comportamentais, familiares, porque a criança pode apresentar falhas acadêmicas devido a questões de ordem emocional, por exemplo. Além de sempre destacar os pontos fortes no relatório, também abordar as necessidades emocionais, que podem não ser óbvias, principalmente se a criança não demonstra dificuldades comportamentais na escola. Na devolução dos resultados, na prática clínica, após a realização do processo de avaliação neuropsicológica, o psicólogo conclui com um relatório e/ou laudo por escrito com a interpretação dos resultados quantitativos e qualitativos. E, sempre que possível também acompanhada por devolutiva verbal ao paciente avaliado. A forma de realizar a devolutiva dos resultados vai depender da forma e conteúdo do resultado (Jurado & Pueyo, 2012). Desta forma, devem ser realizadas as devolutivas dos resultados, para a criança, de forma mais simples, para os pais e/ou cuidadores, para a escola, e profissionais envolvidos com a criança. Assim que a AN da criança for concluída, marcar uma reunião com os pais para discutir os resultados encontrados e observações, e explicar as recomendações, lendo o laudo frase por frase e explicando cada uma delas para que, caso tenham dúvidas, possam ser esclarecidas. Essa entrevista de devolução dos resultados deve equipar os pais na interpretação do laudo neuropsicológico. Solicitar autorização dos pais/responsáveis para o psicólogo fazer a devolução para a equipe educacional da criança e outros profissionais que já estejam envolvidos com ela. Esta etapa permite que o os profissionais possam entender o funcionamento da criança para auxiliar na busca de estratégias de atendimento e/ou estimulação e/ou reabilitação neuropsicológica. 26 Além disso, ao fornecer uma cópia do parecer para a escola, para os casos de inclusão escolar,evidenciando forças e fraquezas identificadas, essa beneficiará a criança principalmente para o trabalho em conjunto. A devolutiva é realizada aproximadamente duas semanas após o término da avaliação, para o avaliador ter condições de analisar o caso e elaborar o laudo. No momento da devolutiva, é entregue o laudo com a exposição de todos os achados e informações sobre o funcionamento cognitivo da criança, assim como aspectos emocionais e estilo de aprendizagem, seus pontos fortes e fracos. Trata-se de um momento que visa contribuir para enriquecer a percepção dos pais para com seu filho e contribuir para os procedimentos médicos, além de oferecer sugestões para o desenvolvimento e reabilitação das áreas que se encontram comprometidas. A seguir, é apresentado um caso com identificação fictícia, mas com informações que podem ser úteis na esquematização de uma situação de avaliação. 9 - MODELO CONCEITUAL COMO GUIA DE AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO 27 Existem três modelos que orientam a prática contemporânea na neuropsicologia escolar: (1) Teoria Luriana; (2) Modelo Carroll-Horn-Cattell (CHC); e (3) abordagem de avaliação do processo. A teoria luriana fornece a base para testes como o Sistema de Avaliação Cognitiva – SAC, a Bateria de Avaliação de Kaufman para Crianças, segunda edição – K-ABC-II e a Avaliação Neuropsicológica do Desenvolvimento – NEPSY- II. O modelo CHC foi desenvolvido usando uma abordagem de análise fatorial (FLANAGAN; HARRISON, 2005). Medidas de múltiplas habilidades cognitivas foram analisadas fatorialmente, e os fatores resultantes foram rotulados como constructos neurocognitivos (por exemplo: velocidade de processamento, memória de curto prazo, processamento auditivo etc.). O modelo CHC fornece a base para testes como a Bateria de Habilidades Cognitivas Woodcock-JohnsonIII – WJ-III, a Escala de Inteligência Stanford-Binet, quinta edição, e o K-ABC-II, que pode ser interpretado usando a teoria luriana ou modelo CHC e as Escalas de Habilidade Diferencial-II – DAS-II, segunda edição. O terceiro modelo de avaliação que orienta a prática contemporânea é a abordagem de avaliação do processo. Esta abordagem foi denominada Abordagem de Processos de Boston em 1986 e tem sido chamada de Abordagem de testagem de hipóteses de Boston (TEETER; SEMRUD-CLIKEMAN, 1997). A abordagem agora é genericamente chamada de abordagem de avaliação de processo e foi incorporada em testes como o SAC, a Escala de Inteligência Wechsler para crianças – WISC-III – como instrumento de processo, o Sistema de Funções Executivas Delis-Kaplan – D- KEFS e o NEPSY-II. Todos esses testes têm uma coisa em comum: os escores para comportamentos qualitativos são observados durante a administração do teste, além dos escores quantitativos tradicionais. A abordagem de avaliação do processo auxilia os neuropsicólogos escolares na determinação das estratégias que uma criança está usando durante o desempenho de uma determinada tarefa. Os editores de testes e os autores dos testes anteriores estabeleceram parâmetros base para comportamentos qualitativos comuns. Por exemplo, uma criança que pede repetições é um comportamentoqualitativo comum que fornece informações sobre as habilidades receptivas linguísticas da criança ou de atenção seletiva. Os parâmetros básicos refletem a frequência de crianças da mesma idade que exibem um comportamento qualitativo particular. 28 É necessário fazer uma distinção importante entre essas três abordagens. A abordagem luriana é a única das três baseada em uma teoria neuropsicológica, enquanto a abordagem CHC é baseada em uma classificação estatística dos fatores de desempenho humano e a abordagem de avaliação do processo é mais um modelo interpretativo baseado em análise comportamental qualitativa e testagem de limites. Para as três abordagens de avaliação, é necessária uma pesquisa básica que correlaciona a função cerebral com o que os testes estão mensurando. Por exemplo, será que um teste que é projetado para mensurar a transferência deinformações da memória imediata para armazenagem de memória de longo prazo realmente ativa a área do hipocampo do cérebro, que é o local neuroanatômico para tais atividades neurocognitivas? Atualmente, técnicas de imageamento cerebral, como a ressonância magnética funcional (IRMf), já começaram a auxiliar pesquisadores e clínicos a validar avaliações comportamentais e podem se tornar uma medida direta da eficácia da intervenção (FLETCHER, 2008). Simos et al. (2002) já demonstraram como a ativação cerebral específica do disléxico foi normalizada após a remediação usando fMRI. Essas abordagens mantêm a promessa de uma avaliação mais precisa e de uma intervenção direcionada ao futuro, mas onde isso deixa aqueles na prática atual? Na sequência, veremos o modelo de resposta à intervenção que está sendo amplamente promovido em círculos educacionais, bem como o modelo de Testes das Hipóteses Cognitivas (CHT) e um modelo proposto que combina os dois juntos. 29 A avaliação neuropsicológica (AN) é uma poderosa ferramenta na promoção da qualidade de vida de pessoas com transtornos psiquiátricos ou do neurodesenvolvimento, pois direciona os passos futuros que devem ser tomados. Devido aos seus benefícios, cada vez mais a AN é indicada para pessoas que apresentam algum tipo de dificuldade na vida diária, no trabalho ou estudos e nas relações sociais. Entre o público infantil uma das dificuldades mais notadas é o baixo rendimento escolar. Déficits de desempenho escolar são recorrentemente encontrados nos transtornos do neurodesenvolvimento, sendo esta característica muito sensível nessas condições, porém ela é pouco específica. Isso significa que o desempenho escolar é facilmente afetado por diferentes fatores (alterações cognitivas, comportamentais, sociais e família) e sinaliza que há algo de errado no desenvolvimento da criança (sensibilidade). Todavia, somente com essa informação não é possível decifrar as causas dos problemas (pouca especificidade) e é neste ponto que a AN entra como uma aliada da família e da escola. Através dos seus procedimentos e métodos de descrição minuciosa das dificuldades é possível identificar a origem das dificuldades da criança e propor estratégias de intervenção, sendo isso documentado em um laudo. Para ficar mais claro, é preciso compreender o que é uma avaliação neuropsicológica e quais são seus objetivos. Este é um procedimento que procura investigar detalhadamente as funções cognitivas, emocionais e sociais da criança. Todas essas características são influenciadas por fatores genéticos, familiares (incluindo práticas parentais), escolares e culturais e por isso precisam ser bem interpretadas. Com isso, o objetivo da avaliação é traçar o perfil neuropsicológico do indivíduo (potencialidades e fraquezas) com o intuito de identificar as causas dos problemas observados e assim direcionar a criança para intervenções adequadas. Vamos ver um exemplo para compreender melhor o benefício da AN. Imagine duas crianças com a mesma idade (8 anos) e demanda: dificuldade de aprendizagem da leitura. Após a investigação neuropsicológica, o laudo da primeira criança sintetiza que há um déficit de processamento fonológico, sendo uma das principais dificuldades observadas a associação do grafema (letra) com o fonema (som) e sugerindo de um quadro de Dislexia do Desenvolvimento. 30 Já a segunda criança o laudo descreve boas habilidades fonológicas, mas há presença de desatenção e impulsividade. Apesar das mesmas dificuldades (leitura) o manejo é diferente porque a origem do problema é outro. No caso da primeira criança a intervenção adequada seria a estimulação cognitiva do processamento fonológico juntamente com a utilização do método fônico para alfabetização. Já a segunda criança também se beneficiaria de uma intervenção Psicopedagógica, mas como as dificuldades escolares são um desfecho secundário dos déficits atencionais e de autorregulação, ela precisaria de outras intervenções. Seriam necessárias intervenções comportamentais que atuassem sobre os déficits primários. Nosso exemplo é bem simplista, mas o objetivo é apontar como um laudo de avaliação neuropsicológica pode ser útil para escola e também para todos que trabalham com o indivíduo avaliado. Quando as crianças apresentam problemas de aprendizagem, mais importante que identificá-lo é entender suas origens para que assim sejam utilizadas práticas de intervenção mais personalizadas e baseada em evidências científicas. Por fim, lembre-se que a AN não se resume à aplicação de testes e escalas. Ela é muito mais ampla e global e pressupõe o trabalho em equipe. A escola, família e profissionais são aliados nessa empreitada que tem como objetivo final trabalhar em conjunto em prol da criança com algum tipo de transtorno ou dificuldade. Texto escrito por: Annelise Júlio-Costa e Andressa M. Antunes A importância da realização uma AN abrangente e destacar que pode oferecer subsídios para a compreensão da função cerebral de uma criança e na prestação de estratégias de reabilitação neuropsicológica específica. É importante salientar que a AN é um processo complexo que vai além da mera aplicação de instrumentos e, sempre implica em uma série de etapas e fatores e efetuada a partir de perspectiva clínica ou de pesquisa. O profissional ter o conhecimento em neuropsicologia é fundamental para a realização de uma avaliação neuropsicológica mais adequada possível. Os fatores que mais ameaçam a qualidade deste tipo de trabalho é a utilização da classificação de testes neuropsicológicos, considerados suficientes para 31 um estudo e servir como base na avaliação neuropsicológica correta. Isto é, levar em consideração os condicionantes de vida da pessoa, associar os resultados dos instrumentos com o momento de vida da pessoa. Diante destas observações, irá aumentar a qualidade da investigação e igualmente auxiliar a comunicação dos resultados para outros profissionais, que ajudarão a produzir uma melhor compreensão da relação entre o cérebro e o comportamento e melhorar a prática da neuropsicologia clínica. Desta maneira, de acordo com o que foi pesquisado nos aspectos teóricos e empíricos, fundamentalmente este tipo de avaliação é realizada através de testes, no entanto, ainda existe uma carência de instrumentos neuropsicológicos no Brasil. Sendo, então, necessário desenvolver novos instrumentos ou adaptar instrumentos internacionais, visto que a mera tradução pode comprometer a manutenção da qualidade dos instrumentos assim como interferências quanto à população estudada. Também a importância dos profissionais que atuam com a área estar sempre se atualizando, procurando conhecer profundamente os instrumentos que irão utilizar. E, por fim, a AN é a avaliação de escolha, quando pais, cuidadores, educadores e técnicos da saúde querem responder não só o que está acontecendo academicamente, mas o porquê, o que exige do profissional elevado graude conhecimento de neuroanatomia, fisiopatologia e psicologia. Neste sentido, o especialista em neuropsicologia infantil distingue as particularidades tanto neurológicas quanto os fatores comportamentais e emocionais, que podem afetar o funcionamento escolar. Além de fornecer uma explicação dos pontos fortes e fracos atuais, relacionadas com o cérebro da criança e oferecer recomendações adequadas. Assim, os profissionais e cuidadores, ao escolherem este tipo de avaliação, irão mais eficazmente atender às necessidades da criança, além de tomar uma decisão mais adequada de intervenção. 32 BIBLIOGRAFIA Lefèvre, B. H. F. W. (2004). Avaliação Neuropsicológica Infantil. In: V. M., Andrade, Santos, F. H. S., & Bueno, O. F. A. Neuropsicologia Hoje (pp. 249-264). 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