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APOSTILA DE CRIMINALÍSTICA

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CRIMINALÍSTICA
PROF. JADER VIANA
Concurseiro Mossoroense. 
Com você antes, durante e depois do edital. 
(84) 9.9862-1117 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONCURSO DO ITEP-RN (PRÉ-EDITAL) 
 
CRIMINALÍSTICA – PROF. JADER VIANA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Concurseiro Mossoroense. 
Com você antes, durante e depois do edital. 
(84) 9.9862-1117 
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SUMÁRIO 
 
1. Introdução......................................................................................................................................... 03 
2. Processo evolutivo da ciência criminalística .......................................................................................... 04 
2.1. Criminologia e criminalística.............................................................................................................. 07 
2.2. Perícia e Peritos............................................................................................................................... 08 
2.3. Principais perícias elencadas no código processo penal....................................................................... 08 
2.4. Local de crime................................................................................................................................. 09 
2.5. Preservação e isolamento do local do crime....................................................................................... 09 
2.6. Corpo de delito................................................................................................................................ 12 
2.7. Vestígios, evidência e indícios........................................................................................................... 13 
3. Perícias em local de crime contra a vida............................................................................................... 16 
4. Perícias em local de crime contra o patrimônio...................................................................................... 18 
5. Papiloscopia....................................................................................................................................... 18 
6. Balística Forense................................................................................................................................. 27 
7. Vestígios de interesse Forense............................................................................................................. 37 
8. Cadeia de custódia.............................................................................................................................. 43 
9. Referências bibliográficas ................................................................................................................... 46 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Concurseiro Mossoroense. 
Com você antes, durante e depois do edital. 
(84) 9.9862-1117 
3 
1. INTRODUÇÃO 
 
 A utilização dos conhecimentos científicos para 
a análise de provas de crimes iniciou-se, desde o 
surgimento da civilização. O uso de conhecimentos 
químicos na elucidação de crimes é datado no fim do 
século XVII (Farias, 2007). A Ciência Forense é uma 
área interdisciplinar que envolve Física, Biologia, 
Química, Matemática e outras ciências, com o 
objetivo de dar suporte às investigações relativas à 
justiça civil e criminal. Dentro dela está a Química 
Forense cujo papel tem destaque e mérito. 
Decorrente da ampla divulgação televisiva e 
cinematográfica de programas, documentários e 
ficção científica sobre assuntos forenses, a 
Criminalística passou a ser assunto quase que 
obrigatório quando da reunião de pessoas em todos 
os níveis da sociedade. Exames de natureza técnico-
científica são comumente realizados quando 
formalmente são solicitados pelas autoridades 
policiais ou judiciais, em decorrência da necessidade 
de esclarecimento de um fato delituoso, através de 
uma sistemática norteada por padronizações e regras 
cientificas e jurídicas. dicas. Em locais de crimes 
contra a pessoa, onde existe a presença de 
cadáveres (homicídio, suicídio etc.), cabe ao perito 
criminal a análise superficial dos corpos, visando a 
coleta de possíveis elementos que forneçam 
correlação com o fato criminoso, sendo tais exames 
conhecidos por exames perinecroscópicos. A causa 
mortis, bem como a descrição detalhada dos 
ferimentos internos e externos presentes no cadáver, 
é de responsabilidade do médico legista que relata 
suas observações no Laudo Cadavérico, o qual é 
subordinado ao Instituto Médico Legal (Revista 
Química Nova na Escola n 24, p 17-19, nov. 2006). 
Os profissionais que atendem aos locais relata seu 
entendimento no Laudo, relatório ou parecer técnico, 
no qual descreve sobre o levantamento topográfico 
do local do fato, com uma reprodução fiel e 
minuciosa do espaço físico onde ocorreu um evento 
de interesse judiciário, bem como da importância de 
cada vestígio coletado e sua relação com o fato 
criminoso o qual se subdivide em várias partes, 
dentre elas: Preâmbulo, comemorativos, dinâmica da 
ocorrência, análises, croquis, fotografias, conclusões. 
Após a etapa de coleta de vestígios, cabe aos peritos 
laboratoristas a análise criteriosa dos mesmos. Tais 
análises podem ser realizadas utilizando-se métodos 
físicos e químicos. Como exemplos de métodos 
físicos, podem ser citados: a pesagem de peças e 
amostras, a determinação de ponto de fusão de 
substâncias sólidas, visualização de elementos 
ocultos utilizando-se lentes de aumento (lupas e 
microscópios óticos) e fontes de luzes especiais 
(ultravioleta e polarizada), dentre outros. Quando a 
determinação da natureza de uma substância 
química torna-se necessária, ou quando existe a 
necessidade de detecção de traços de determinadas 
substâncias químicas de interesse forense, torna-se 
imprescindível a utilização de métodos químicos de 
análise. 
 A perícia criminal integra uma grande rede 
composta por um ciclo policial seguido de outro 
judicial, com o intuito de apresentar resultados 
científicos concretos a cerca de questionamentos 
sobre um fato criminal a ser elucidado. Caulliraux et 
al. (2004) mapearam e sequenciaram 
macroprocessos desta rede, enfatizando os serviços 
das Polícias Civil e Militar. A figura a seguir apresenta 
resumidamente as principais atividades de cada ator 
ao longo dessa rede. Quando há um crime, 
normalmente a Polícia Militar ou Rodoviária que 
primeiro chega ao local ou sítio da ocorrência dá 
início ao seu isolamento e preservação, aciona a 
Polícia Civil, que por sua vez assume a gerência da 
investigação, que dando sequência a esta cadeia 
requisita a Perícia Criminal que passa a processar a 
análise dos dados criminais utilizando como 
ferramenta os mais vastos conhecimentos científicos 
disponíveis, a qual culmina com a elaboração do 
laudo pericial que integrará posteriormente o 
inquérito policial. Vale ressaltar que a ineficiência na 
preservação e isolamento do local de crime, evitando 
que vestígios não se deteriore ou se perca, por ações 
de pessoas estranhas aos acontecimentos delituosos, 
é o primeiro passo para uma investigação policial mal 
sucedida, seguido de um trabalho de pericial sem 
suportes ou fundamentos suficientes para apresentar 
resultados (laudo) técnicocientíficos contundentes, o 
que vem a colaborar para o aumento de dados 
estatísticos indicadores de baixas taxas de elucidação 
dos diversos fatos delituosos que atormentam a tão 
sofrida sociedade brasileira. Preservar o local de 
crime é manter o ambiente o mais inalterado possível 
(idôneo), ou seja, não mover ou subtrair objetos de 
suas posições originais, para que o trabalho 
especializado seja realizado com toda segurança, e 
que o resultado seja satisfatório para a elucidação do 
fato criminoso, instruindo um consubstanciado 
inquérito policial, com maior credibilidade na 
respectiva ação penal a ser instauradapelo Ministério 
Público. Durante a investigação, a Polícia Civil busca 
suspeitos e testemunhas, ouve pessoas, etc. Ao final, 
o delegado elabora um relatório para o juiz de 
direito, que o repassa ao promotor de justiça. Este 
denuncia, pede arquivamento ou complementação. 
Oferecida e aceita a denúncia, inicia-se a instrução 
processual dirigida pelo juiz. O promotor e o 
advogado de defesa apresentam provas, arguem 
testemunhas, debatem, etc. Após a instrução, o juiz 
dá a sentença, da qual cabem recursos. Quando não 
mais os couberem, cumpre-se a sentença e encerra-
se o caso. 
 O comportamento humano tem aspectos 
positivos e negativos e o estresse nem sempre nos 
permite estar bem equilibrados para agir. Com o 
crescimento populacional, a desigualdade social 
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aumentou, surgindo os subempregos, valores 
distorcidos, mundos paralelos onde se vivem 
realidades baseadas no terror. Os órgãos de 
Segurança Pública acompanham esta degradação, 
procurando incessantemente combater os mais 
variados crimes a níveis aceitáveis, utilizando-se para 
isso de tecnologia da informação, treinamentos 
especiais para seus agentes, armamentos 
sofisticados, além do emprego de procedimentos 
operacionais padrões de acordo com a necessidade. 
 Se todos os atores envolvidos numa 
ocorrência, tiverem as mesmas informações quanto 
ao local, à vítima e ao agressor em um curto espaço 
de tempo, tiverem a mesma orientação técnico-
operacional de agir para que as pistas não se 
percam, se misturem ou sejam contaminadas, e um 
conhecimento mínimo de observação científica, a 
tendência é estarem todos mais seguros em suas 
decisões, logo, o envolvimento no processo 
investigatório tende aumentar pela participação 
desde o início, com uma otimização do tempo e 
extinção dos conflitos de atribuições das forças de 
segurança. Em um segundo momento, o perfil do 
criminoso também tem que ser estudado por todos 
os agentes, porque seus traços podem revelar ações 
futuras, podem contribuir na sua identificação e 
evitar acesso a suas prováveis vítimas. A preservação 
dos vestígios deixados pelo fato, em tese delituoso, 
exige a conscientização dos profissionais da 
segurança pública e de toda a sociedade de que a 
alteração no estado das coisas sem a devida 
autorização legal do responsável pela coordenação 
dos trabalhos no local, pode prejudicar a investigação 
policial e, conseqüentemente, a realização da justiça, 
visto que os indícios materiais serão interpretados na 
forma como foram encontrados no local da 
ocorrência. 
 
2. PROCESSO EVOLUTIVO DA CIÊNCIA 
CRIMINALÍSTICA 
 
“O mundo se transforma dia-a-dia a passos largos, o 
volume de conhecimentos continua vertiginoso, num 
ritmo cada vez mais frenético, multiplicando-se em tempo 
cada vez mais curto”. (Aragão, 2006). 
 
 Essas mutações afetam a natureza, a 
sociedade, ao próprio homem como indivíduo, aos 
mais variados aspectos da vida humana, nos 
obrigando a adaptações e tomadas de atitudes frente 
aos horizontes que se descortinam. A Criminalística 
não foge a esta regra. Até por ser um domínio 
aberto, um sistema que se dinamiza constantemente 
pela absorção contínua dos novos conhecimentos 
técnico-científicos, não está isenta às vicissitudes do 
presente, paralelamente conduzindo a todos aqueles 
que a fazem a uma concomitante atividade crítico-
reflexiva no sentido de dirimirem sobre o que estão 
fazendo, como estão fazendo e, para que estão 
fazendo. 
 
Criminalística – A Ciência 
 
 A criminalística é considerada uma disciplina 
nascida da Medicina Legal, que é quase tão antiga 
quanto a própria humanidade. Uma vez que em 
épocas passadas o médico era pessoa de notório 
saber, sendo sempre consultado. No século XIX era a 
medicina legal que tratava da pesquisa, da busca e 
da demonstração de elementos relacionados com a 
materialidade do crime. Mas com os avanços dos 
diversos ramos das ciências, como a Química, a 
Biologia e a Física, houve a necessidade de uma 
maior especialização, o que fez com que outros 
profissionais passassem a ser consultados. Desse 
modo, surge a necessidade da criação de uma nova 
disciplina para a pesquisa, análise e interpretação de 
vestígios encontrados em locais de crimes. Nasce 
assim a criminalística, uma ciência independente que 
vem dar apoio à polícia e a justiça, tendo como 
objetivo o esclarecimento de casos criminais. 
 Consta que a criminalística nasceu com Hans 
Gross, que é considerado o pai dessa ciência, já que 
foi ele quem cunhou este termo. Juiz de instrução e 
professor de direito penal austríaco, autor da obra 
“System Der Kriminalistik”, em 1893. Considerada um 
manual de instruções dos juízes de direito, que 
definia a criminalística como “O estudo da 
fenomenologia do crime e dos métodos práticos de 
sua investigação”. A criminalística pode ser dividida 
em duas fases: a primeira aquela em que se buscava 
a verdade através de métodos primitivos, mágicos ou 
através da tortura, considerando que na maioria das 
vezes não se conseguia obter uma confissão do 
acusado de forma espontânea; a segunda fase que 
procurava a verdade através de métodos racionais, 
surgindo assim os fundamentos científicos da 
criminalística deixando de lado as crenças nos 
milagres e nas mágicas. Paralelamente verificou-se 
que através das ciências naturais é possível 
interpretar os vestígios do delito através da analise 
das evidências do fato e sua autoria. Desde o seu 
surgimento a criminalística visa estudar o crime de 
forma a não distorcer os fatos, zelando pela 
integridade e sempre perseguindo a evidência, com o 
fim de promover a justiça e como um meio de obter 
os argumentos decisórios para a prolação da 
sentença (ZARZUELA, 1996). Dois são os seus 
princípios básicos: 
 
a) Princípio de Locard (1877-1966): “Todo o contacto 
deixa um traço (vestígio)”; 
b) Princípio da Individualidade: Dois objetos podem 
parecer indistinguíveis, mas não há dois objetos 
absolutamente idênticos. 
 
Concurseiro Mossoroense. 
Com você antes, durante e depois do edital. 
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 É a combinação destes dois princípios que 
torna possível a identificação e a prova científica. De 
acordo com o Princípio da Troca de Locard, qualquer 
um, ou qualquer coisa, que entra em um local de 
crime leva consigo algo do local e deixa alguma coisa 
para trás quando parte. No mundo virtual dos 
computadores, o Princípio da Troca de Locard é 
válido (ou pelo menos parte dele): onde quer que o 
intruso interfira ele deixa rastros. Tais rastros podem 
ser extremamente difíceis ou praticamente 
impossíveis de serem identificados e seguidos, mas 
eles existem. Nesses casos, o processo de análise 
forense pode tornar-se extremamente complexo e 
demorado, necessitando do desenvolvimento de 
novas tecnologias para a procura de evidências. 
Nesse sentido, a criminalística baseia-se no fato de 
que um criminoso deixa no lugar do crime, alguns 
vestígios, e por outro lado também recolhem na sua 
pessoa, na sua roupa e no seu material, outros 
vestígios, e todos eles imperceptíveis, mas 
característicos da sua presença ou da sua atividade 
(princípio de LOCARD). A criminalística ocupa-se 
fundamentalmente em determinar de que forma se 
cometeu o delito e quem o cometeu, também 
abrange interrogações: “como?”, “porque?”, 
“quem?”, que instrumentos foram utilizados, 
“donde?”, “quando?”, ou seja, a criminalística utiliza 
uma série de técnicas, procedimentos e ciências que 
estabelecem a verdade jurídica acerca do ato 
criminal. Vejamos algumas definições de 
criminalística que nos permitem ampliar esse 
entendimento, começando por um entendimento 
mais básico: “Criminalística é uma ciência, dentre 
aquelas consideradas auxiliares do Direito Penal”. 
Nesse sentido tem por objeto a descoberta do crime, 
bem como a identificação de seus autores. Ainda em 
buscade uma definição ampla, vejamos o que diz a 
sobre Criminalística: 
 
“Conjunto de conhecimentos que, reunindo as 
contribuições de varias ciências, indica os meios para 
descobrir os crimes, identificar os seus autores e 
encontralos, utilizando-se da química, da antropologia, da 
psicologia, da medicina legal, da psiquiatria, da 
datiloscopia etc. que são consideradas ciências auxiliares 
do Direito Penal”. 
Enciclopédia Saraiva de Direito 
 
“cogita do reconhecimento e análise dos vestígios 
extrínsecos relacionados com o crime ou com a 
identificação de seus participantes” 
Del Picchia Filho 
 
Criminalística é o uso de métodos científicos de 
observações e análises para descobrir e 
interpretarevidências”. 
Leonardo Rodrigues 
 
 
 
 
“Disciplina autônoma, integrada pelos diferentes ramos 
do conhecimento técnico-científico, auxiliar e informativa 
das atividades policiais e judiciárias de investigação 
criminal, tendo por objeto o estudo dos vestígios 
materiais extrínsecos à pessoa física, no quer tiver de útil 
à elucidação e à prova das infrações penais e, ainda, à 
identificação dos autores respectivos”. 
Eraldo rabelo 
 
a) dar a materialidade do fato típico, constatando a 
ocorrência do ilícito penal; 
b) verificar os meios e os modos como foi praticado 
um delito, visando fornecer a dinâmica do 
fenômeno; 
c) indicar a autoria do delito, quando possível; 
d) elaborar a prova técnica, através da indiciologia 
material. 
 
Criminalística Estática 
 
 A Criminalística tem sido definida como a 
ciência ou disciplina que estuda os vestígios materiais 
extrínsecos, com a finalidade de caracterizar o crime 
e suas circunstâncias, identificar seu autor e o seu 
modo de atuação. Identifica-se com a “prova 
material” nos moldes atuais, à chamada 
CRIMINALÍSTICA ESTÁTICA, aquela do visum et 
repertum (do latim reporta-se ao que se vê), 
formalizada por uma simples verificação e exames 
materiais rotineiros. À luz desse conceito, é da 
natureza da prova criminalística a essencialidade 
material de seus estudos e conclusões, muito 
embora, é lícito fazer a primeira advertência desde 
logo, sofrendo a interferência pessoal do perito já na 
fase de levantamento dos dados, e no estudo em 
que cumpre interpretar certos vestígios, sua inter-
relação e vinculação ao resultado. 
 
Criminalística Dinâmica 
 
 Em sua trajetória até nossos dias, passou por 
mínimas e cautelosas metamorfoses, representadas 
pela CRIMINALÍSTICA DINÂMICA, conservando a 
mesmíssima matriz axiológica original, continuando 
no culto aos vestígios materiais, entretanto utilizando 
as “informações técnicas” colhidas nos locais das 
ocorrências apenas para orientar procedimentos e 
raciocínios sobre os fatos assinalados objetivamente. 
Como sucede até hoje, a Criminalística tem por 
esteio as ciências naturais modernas, marcadas pela 
objetividade, em nome da qual, inicialmente, 
suprimiu todo e qualquer elemento subjetivo do 
processo de conhecimento, por entendê-los como 
fatores de perturbação da “racionalidade” da ciência 
e, só no passado recente, passou a admiti-los 
restritivamente a certos aspectos periféricos, de 
caráter meramente figurativo do trabalho pericial. 
Ora, se, sob o ponto de vista eminentemente técnico, 
sempre tivermos os vestígios materiais qualitativa e 
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quantitativamente suficientes, toda e qualquer 
discussão se faz inócua. Sabemos que esta não é a 
vivência diária, restando à Criminalística reconhecer 
as lacunas, aderindo passivamente à capitulação, ou 
lançar-se à busca de alternativas saneadoras. 
 Será que, num contexto de circunstâncias não 
cognoscíveis, quando os vestígios materiais inclusos 
por si só não forem satisfatórios para lastrear uma 
conclusão pericial inequívoca ou quando 
simplesmente inexistirem, a Criminalística não 
poderia abdicar, ainda que parcial e criteriosamente, 
da decantada objetividade científica, aproveitando 
tais elementos subjetivos como matéria de 
consideração e de análise no modelo clássico de 
perícia criminalística? 
 Há uma orientação nessa direção. Observe-se 
que o paradigma (do grego parádeigma = modelo, a 
forma como procedemos e atuamos no mundo) da 
ciência moderna é dito newtoniano, mecanicista; 
outros o chamam de cartesiano, em alusão ao 
racionalismo de René Descartes (1596 – 1650). Esse 
paradigma de ciência, newtoniano-cartesiano, entrou 
em crise com Einstein (1879 – 1955), a Mecânica 
Quântica e outras descobertas científicas desde o 
início do século XX, iniciando, desde então, uma 
profunda e irreversível revolução científica ainda em 
curso, configurando aquilo que se chamou de Ciência 
Pós-Moderna. Com o advento da Ciência Pós-
Moderna apontase a possibilidade da inserção de 
elementos imponderáveis na Criminalística, por 
demais importantes para serem relegados, desde que 
brotem de uma base racional, da inter-relação entre 
os fatos objetivamente assinaláveis, possam ser 
identificados através de uma relação científica e 
tratados dentro dos preceitos epistemológicos da 
prática científica atual. 
 
Criminalística Pós-Moderna 
 
 Dentro desse contexto, vislumbra-se que o 
papel da Criminalística atual, que bem poderíamos 
chamar de CRIMINALÍSTICA PÓS-MODERNA, como 
um sistema permeável e em constante evolução, não 
é só reportar-se ao que se vê, fazendo cotejos ou 
interpretações, mas sim o de construir uma 
esquematização, um modelo inteligível que englobe 
todos os elementos válidos, pondo-os a serviço do 
homem e da justiça. 
 
 Os princípios científicos da criminalística 
 
 No ambiente em que surgiu, no cultivo de sua 
etiologia científica e no atendimento a seus bem 
definidos objetivos, a Criminalística edificou-se como 
uma das ciências da prova material, firmando-se 
através dos seguintes princípios: 
a) Princípio do Uso: os fatos apurados pela 
Criminalística são produzidos por agentes físicos, 
químicos ou biológicos; 
b) Princípio da Produção: sobreditos agentes agem 
produzindo vestígios indicativos de suas 
ocorrências, com uma grande variedade de 
naturezas, morfologias e estruturas; 
c) Princípio do Intercâmbio: os objetos ou materiais, 
ao interagirem, permutam características ainda 
que microscópicas; 
d) Princípio da Correspondência de Características: a 
ação dos agentes mecânicos reproduzem 
morfologias caracterizadas pelas naturezas e 
modos de atuação dos agentes; 2.5.5 Princípio da 
Reconstrução: a aplicação de leis, teorias 
científicas e conhecimentos tecnológicos sobre a 
complexão dos vestígios remanescentes de uma 
ocorrência estabelecem os nexos causais entre as 
várias etapas da ocorrência, culminando na 
reconstrução do evento; Princípio da Certeza: 
sendo os princípios técnicos e científicos que 
presidem os fatos criminalísticos inalteráveis e 
suficientemente comprovados, atestam a certeza 
das conclusões periciais; 
e) Princípio da Probabilidade: em todos os estudos 
da prova pericial, prepondera a descoberta no 
desconhecido de um número de características 
que corresponda à característica do conhecido. 
Pela existência destas características comuns, o 
perito conclui que o conhecido e o desconhecido 
possuem origens comuns devido à impossibilidade 
de ocorrências independentes deste conjunto de 
características. 
 
 Princípios fundamentais da Perícia 
criminalística 
 
 Outros são os princípios ditos como Princípios 
Fundamentais da Perícia Criminalística, referindo-se aobservação, a análise, a interpretação, a descrição e 
à documentação da prova (STUMVOLL, 2010). 
 Princípio da Observação: todo contato 
deixa uma marca (Edmond Locard); 
 Princípio da Análise: a análise pericial deve 
sempre seguir o método cientifico; 
 Princípio da Interpretação: dois objetos podem 
ser indistinguíveis, mais nunca idênticos; 
 Princípio da Descrição: o resultado de um 
exame pericial é constante com relação ao tempo e 
deve ser exposto em linguagem ética e juridicamente 
perfeita; 
 Princípio da Documentação: Toda amostra 
deve ser documentada, desde seu nascimento na 
cena do crime até sua análise e descrição final, de 
forma a se estabelecer um histórico completo e fiel 
de sua origem. Este princípio, baseado na Cadeia de 
Custódia da prova material, visa proteger, 
seguramente, a fidelidade da prova material, 
evitando a consideração de provas forjadas, incluídas 
no conjunto das demais, para provocar a 
incriminação ou a inocência de alguém. Todo 
caminho do vestígio deve ser documentado em cada 
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passo, oficializando-o, de modo a não pairarem 
dúvidas sobre tais elementos probatórios. 
 
 Postulados da Criminalística Entre os principais 
postulados da criminalística, destacam-se: 
 
A) O CONTEÚDO DE UM LAUDO PERICIAL 
CRIMINALÍSTICO É INVARIANTE COM 
RELAÇÃO AO PERITO QUE O PRODUZIU: a 
criminalística baseia-se em leis naturais, ou seja, leis 
cientificas com teorias e experiências consagradas, 
portanto, seja qual o profissional que se utilizar de 
tais leis para analisar um fenômeno criminalístico, o 
resultado não poderá depender dele, indivíduo; 
 
B) AS CONCLUSÕES DE UMA PERÍCIA 
CRIMINALÍSTICA SÃO INDEPENDENTES DOS 
MEIOS UTILIZADOS PARA ALCANÇÁ-LAS: 
utilizando-se os meios adequados para se concluir a 
respeito do fenômeno criminalístico, esta conclusão, 
quando forem reproduzidos os exames, será 
constante e independente de se haver utilizados 
meios mais rápidos, mais precisos, mais modernos 
ou não; 
 
C) A PERÍCIA CRIMINALÍSTICA É 
INDEPENDENTE DO TEMPO: este postulado 
decorre da perenidade da verdade, pois a verdade é 
imutável em relação ao tempo decorrido. 
 
 
 
 
2.1. CRIMINALÍSTICA E CRIMINOLOGIA 
 
CRIMINALÍSTICA: “APLICAÇÃO DE TÉCNICAS CIENTÍFICAS NA OBTENÇÃO E ANÁLISE DE PROVAS EM 
QUESTÕES CRIMINAIS.” 
 
CRIMINOLOGIA: “ESTUDO DAS CAUSAS DO COMPORTAMENTO ANTISSOCIAL DO HOMEM, COM BASE NA 
PSICOLOGIA E NA SOCIOLOGIA.” 
 
 
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A atividade é realizada por meio da ciência forense, 
responsável por auxiliar na produção do exame 
pericial e na interpretação correta de vestígios. 
Conjunto de procedimentos técnicos com a finalidade 
de esclarecer fatos de interesse da Justiça, por 
solicitação da autoridade. Ato pelo qual a autoridade 
procura conhecer, por meios técnicos ou científicos, a 
existência ou não de determinado fato que possa 
influir numa decisão judicial. 
 
 
 
 
Ad hoc é uma expressão latina cuja tradução literal 
é “para isto” ou “para esta finalidade”. 
 
LEI 12.030 de 17/09/2009 
 
Art. 2º No exercício da atividade de perícia oficial de 
natureza criminal, é assegurado autonomia técnica, 
científica e funcional, exigido concurso público, com 
formação acadêmica específica, para o provimento 
do cargo de perito oficial. 
 
 
 
 
AUTONOMIA DA PERÍCIA 
 
 
 
REQUISIÇÃO 
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras 
perícias serão realizados por perito oficial, portador 
de diploma de curso superior. (Redação dada 
pela Lei nº 11.690, de 2008) 
§ 1º Não havendo peritos oficiais, o exame será 
realizado por duas pessoas idôneas, portadoras de 
diploma de curso superior, escolhidas, de 
preferência, entre as que tiverem habilitação técnica 
relacionada à natureza do exame. 
§ 2º Os peritos não oficiais prestarão o compromisso 
de bem e fielmente desempenhar o encargo. 
(contrário senso, os peritos oficiais estão dispensados 
de prestar compromisso) 
 
PRAZO PARA ELABORAÇÃO DO EXAME E DO 
LAUDO 
Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde 
descreverão minuciosamente o que examinarem, e 
responderão aos quesitos formulados. Parágrafo 
único. O laudo pericial será elaborado no prazo 
máximo de 10 (dez) dias, podendo este prazo ser 
prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento 
dos peritos. 
Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito 
em qualquer dia e a qualquer hora. 
 
2.3. PRINCIPAIS PERÍCIAS ELENCADAS NO 
CPP 
 
Art. 162. Necropsia 
Arts. 163 e 166. Exumação 
Arts. 164 e 165. Exame Perinecroscópico 
Art. 168. Exames complementares 
Arts. 6º e 169. Exame de locais em geral 
Art. 170. Exames de laboratório 
Art. 171 e 172. Locais de crime contra o patrimônio 
Art. 173. Exames de locais de incêndio 
Art. 174. Exames documentoscópicos 
Art. 175. Exames em instrumentos de crime 
 
 
 
 
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2.4. LOCAIS DE CRIME 
 
CONCEITUAÇÃO 
 
Do Latim “crimen” e significa acusação. 
toda área onde tenha ocorrido qualquer fato que reclame as providências da polícia” Carlos Kehdy 
“a porção do espaço compreendida num raio que, tendo por origem o ponto no qual é constatado o fato, se 
estenda de modo a abranger todos os lugares em que, aparente, necessária ou presumivelmente, hajam sido 
praticados, pelo criminoso, ou criminosos, os atos materiais, preliminares ou posteriores, à consumação do delito, 
e com este diretamente relacionados”. 
Eraldo Rabello 
 
 
 
 
2.5. PRESERVAÇÃO E ISOLAMENTO 
 
 Cada local de crime tem suas peculiaridades, qualquer lugar pode ser local de ato criminoso. Cada ambiente 
é único e exige do profissional pericial uma série de cuidados na sua preparação e na organização de suas funções 
buscando alcançar a veracidade dos fatos. Durante o decorrer do exame pericial, os requisitos podem mudar 
conforme novos indícios sejam reconhecidos e o Perito Criminal terá que se adaptar ao novo cenário. 
 
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Acerca do isolamento, Dorea (2010, p.60). 
 
O isolamento daquela área será mantido por 
quanto tempo se 
mostre necessário, 
ficando a Polícia com a 
posse das chaves que 
fecham os meios de 
acesso. Sempre que se 
julgue indispensável, 
esses meios de acesso 
(portas, janelas, etc.) 
serão lacrados. Impede-
se dessa forma que 
detalhes que 
necessitem ser examinados mais acuradamente 
possam vir a ser alterados. 
 Em relação à conservação do local, pode ser 
classificado como idôneo e inidôneo. Sendo o idôneo 
aquele que não sofreu alteração após o crime e 
inidôneo àquele que foi alterado 
 
O isolamento, segundo Ludwing (1995, p 32): 
 
Isso significa que, para 
preservar os vestígios da 
infração, o local deve ser 
isolado, isto é, separado da 
interferência de pessoas 
não-credenciadas, de 
animais e de fenômenos 
naturais. É uma medida 
muito importante, pois a autoridade encarregada das 
investigações, e os técnicos por ela requisitados, 
precisam do local tal como foi deixado após a 
ocorrência delituosa. Caso contrário, terá que ser 
declarado inidôneo o local, embora não seja motivo 
para o não exame. 
 O Código Penal considera como local onde 
praticada a infração penal, o lugar onde tenha o 
agente praticado o crime e o onde resultado se 
produziu ou deveria ter se produzido. Já o Código de 
Processo Penal diz que o local do crime será o da 
consumação, ou do último ato praticado quando 
tratar-se de crime tentado. 
 Com essa confusão na interpretação para se 
identificar o local do crime devemos antes de tudo 
analisar três teorias, a fim de obtermos clareza sobre 
a matéria. 
1ª Teoria da Ação – lugar do crime é aquele a ação 
foi praticada (ou omissão); 
2ª Teoriado Resultado – tanto importa o local da 
eficácia da conduta e sim, o lugar onde foi gerado o 
resultado; 
3ª Teoria Mista – também chamada de teoria da 
Ubiquidade, esta teoria mescla a teoria da ação e do 
resultado e é a mais usada na área criminal, nos dias 
atuais; 
 A preservação do local de crime mediante seu 
isolamento e demais cuidados com os vestígios é 
uma garantia de que o Perito encontrará a cena do 
crime condizente com o que ocorreu de fato, devido 
à ação do infrator, assim, como pela vítima, tendo 
com isso, a possibilidade de analisar todos os 
vestígios seguramente. 
 Para que não seja prejudicado o inquérito 
policial, a preservação do local e vestígios por lá 
encontrados, deixados de maneira delituosa devem 
ser preservados para que não ocorra a alteração e 
não podem de lá ser retirados sem o profissional 
responsável, pois assim estará sendo corretamente 
coletados e desta forma garantindo a realização de 
justiça. 
 O processo bem-sucedido de um caso pode 
depender do estado da evidência física no momento 
em que são coletadas. A proteção da cena começa 
com a chegada do primeiro oficial de polícia na cena 
do crime e termina quando a cena é liberada da 
custódia da polícia. 
 Objetivando a preservação do local de crime é 
necessária à atenção especial aos vestígios 
encontrados cuidando para que não sejam destruídos 
nem alterados as posições e localizações dos 
mesmos. Porém para que seja realizada uma correta 
preservação desse local, é preciso que o mesmo seja 
isolado. 
 Faz parte do procedimento de preservação do 
local de crime a vigilância por partes das autoridades 
policiais a fim de impedir a entrada de pessoas no 
local e impedir que as ações de agentes naturais, 
como a chuva alterem o local. 
A norma que rege o artigo 6º, incisos I, II e III, do 
Código de Processo Penal, que determina: 
 
Artigo 6º: 
I – se possível e conveniente, dirigir-se ao local, 
providenciando para que se não alterem o estado e 
conservação das coisas, enquanto necessário; 
I - dirigir-se ao local 
II - apreender os objetos que tiverem relação com o 
fato, após liberados pelos peritos criminais; 
III - colher todas as provas que servirem para o 
esclarecimento do fato e suas circunstâncias; 
IV - ouvir o ofendido; V - ouvir o indiciado; 
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas 
e a acareações; VIII - ordenar a identificação do 
indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e 
fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes; 
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado; 
Um esforço deve ser feito para não modificar as 
provas, para que seja possível avaliar a situação. 
Particular atenção deve ser dada para o chão, uma 
vez que este é o depósito mais comum para a 
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evidência e representa o maior potencial de 
contaminação. 
 
 
A RESPONSABILIDADE DO PRIMEIRO POLICIAL 
 
 Muitas vezes a chegada de pessoal adicional pode causar problemas na proteção da cena. Apenas aquelas 
pessoas responsáveis pela investigação imediata do crime deve estar presente. Pessoas não essenciais nunca 
devem ser permitidas em uma cena de crime, garantido ao menos que possam acrescentar algo (que não seja 
contaminação) para a investigação da cena. Uma maneira de dissuadir as pessoas de entrar desnecessariamente é 
ter apenas uma entrada e saída na cena do local a ser periciado. 
 A polícia militar tem papel fundamental na preservação e isolamento do local do crime, impedindo que as 
evidências sejam contaminadas ou introduzias no local fazendo que a eficácia na perícia criminal seja mais atuante 
e discriminada evitando qualquer dano e também na forma importante no que tange chegar ao local do crime 
primeiramente. 
 Se pessoas estranhas tiverem que entrar na cena, certifique de que sejam escoltados por alguém que está 
trabalhando na cena. Isso será necessário para que haja a possibilidade de que inadvertidamente destruam 
qualquer evidência de valor ou deixe qualquer evidência inútil. 
 A Constituição Federal de 1988 em seu artigo 144 trata da Segurança Pública, tem por fim, entre outros 
indicadores, demarcar a atuação dos órgãos policiais no exercício da função policial que é encargo do Estado. A 
responsabilidade primária pela Segurança Pública foi atribuída aos Estados e ao Distrito Federal. 
 O Código de Processo Penal (CPP), em seu artigo 6º, que prevê a atribuição ao responsável pela 
investigação/inquérito. 
 
CROQUI DO LOCAL 
 
 O croqui do local do crime tem como essência a visualização do fato ocorrido, abaixo temos um exemplo, o 
croqui, quando acompanhado ao laudo pericial dá uma visão ampla àqueles que se utilizem do conjunto probatório 
para entender o que ocorreu no local. 
 
Croquis de homicídio (SketchUp) e acidente de trânsito 
 
CLASSIFICAÇÃO DE LOCAL DE CRIME 
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FINALIDADE DOS LEVANTAMENTOS DOS LOCAIS DE CRIME CONTRA A PESSOA E CONTRA O 
PATRIMÔNIO 
 
 
DA PERÍCIA NO LOCAL DE CRIME 
 
 Ocorrendo o crime a perícia é acionada ao local, que automaticamente se apresenta no local já isolado, a 
equipe que se apresentar deverá de pronto verificar se há realmente o isolamento adequado, caso isso não corra 
deverá executar este procedimento. 
 Após a devida preservação, serão coletados todos o tipos de evidências que podem ajudar na resolução de 
caso, dando a atenção a registro de coleta de evidências, poderá essa equipe em caso de morte no local fazer o 
exame perinecroscópico8 a fim de visualizar qualquer tipo de lesões no cadáver antes mesmo da autópsia. 
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 Com o auxílio do fotógrafo pericial criminal o perito deverá indicar aonde será fotografadas as evidências e 
partes complementares do local, isso quando for necessário, pois assim no momento da confecção do laudo será 
de suma importância. 
 A conclusão da perícia na fundamentação da decisão é relatada por Aranha (2007.p,193). 
 
A perícia é a lanterna que ilumina o caminho do juiz que, por não a ter quanto a um 
determinado fato, está na escuridão. A lente que corrige a visão deficiente pela falta de 
um conhecimento especial. 
 
2.6. CORPO DE DELITO – CONCEITOS 
 
 “... é a prova da existência do crime ou o conjunto dos elementos materiais de uma infração penal cometida. ” 
Galdino Siqueira (1947) 
 
 “... é o conjunto dos elementos sensíveis do fato criminoso. ” 
João Mendes apud Acosta, W. P. (1967) 
“... é o conjunto dos elementos sensíveis do fato criminoso. ” 
Hélio Tornaghi (1977) 
 
CPP - Art. 158. Quando a infração deixar vestígios será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou 
indireto, não podendo suprí - lo a confissão do acusado. 
 
EXAME DO CORPO DE DELITO 
 
DIRETO 
“ ...quando promovido sobre o próprio objeto ou pessoa em que incidiu a ação ou omissão criminosa, 
isto é, mediante exames ou vistorias” 
 
INDIRETO 
“ ... quando na impossibilidade do exame ou da vistoria, por terem desaparecido os sinais do crime, é 
constituído por informações de testemunhas” 
De Plácido e Silva (1975) 
 
2.7. VESTÍGIOS 
 
“... é tudo que possa ser percebido pelos nossos sentidos, direta ou indiretamente, que tenha relação com o crime 
e criminoso e sirva à elucidação.” 
J. Carvalhedo (1974) 
 
“... são alterações físicas ou psíquicas resultantes da conduta humana, da ação ou omissão e que se relaciona com 
o fato criminoso em apuração. ” 
Karl Zbiden (1974) 
 
“... é todo objeto ou material bruto constatado ou recolhido em um local de crime para análise posterior.” 
Espindula, A.(2002) 
 
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Evidência 
“... é o vestígio, que após as devidas análises,tem 
constatada, técnica e cientificamente, a sua relação 
com o crime” 
Espindula, A. (2002) 
 
Indício 
“... é uma expressão utilizada no meio jurídico que 
significa cada uma das informações (periciais ou não) 
relacionadas com o crime” 
Espindula, A. (2002) 
 
 
Art. 239. Considera-se indício a 
circunstância conhecida e provada, 
que, tendo relação com o fato, 
autorize, por indução, concluir-se a 
existência de outra ou outras 
circunstâncias. 
 
“ENQUANTO O VESTÍGIO ABRANGE, A 
EVIDÊNCIA RESTRINGE E O INDÍCIO 
CIRCUNSTANCIA.” 
 
 Por fim, lembrando o Professor Gilberto Porto, 
em sua obra Manual de Criminalística, podemos dizer 
que: 
 
“o vestígio encaminha; o indício aponta.” 
 
 
 
3. PERÍCIA EM LOCAIS DE CRIMES CONTRA A 
VIDA 
 
 A perícia em local de crime contra a vida das 
pessoas, o chamado local de morte de violenta, é 
uma das áreas da criminalística que mais oferece 
riqueza de vestígios, capaz de propiciar ao perito 
criminal um trabalho de desafio ao raciocínio logico e 
a metodologia científica que deve ser aplicada em 
cada caso. 
 
COMPETÊNCIA DA SEÇÃO DE CRIMES CONTRA 
A PESSOA 
Realizar exames em locais de: 
• Homicídio, suicídio, latrocínio, infanticídio, aborto 
e outras causas não naturais; 
• Achado de ossada humana, feto ou embrião; 
• Locais de cárcere privado, seqüestro, estupro, 
violência sexual, lesões corporais; 
• Exame em instrumentos, objetos, veículos e locais 
relacionados. 
 
FINALIDADE DO EXAME PERICIAL 
 Constatar se houve infração penal. 
 Qualificar a infração penal. 
 Coletar elementos que levem ao criminoso e à 
prova de sua culpabilidade. 
 Perpetuar indícios materiais suscetíveis de serem 
utilizados como prova. 
 
IMPORTÂNCIA DA PRESERVAÇÃO DOS LOCAIS 
DE CRIME NA FORMAÇÃO DA PROVA PERICIAL 
 
 O sucesso no combate à criminalidade e o 
esclarecimento de fatos de interesse da justiça 
depende do trabalho coordenado e integrado de 
todos os elementos envolvidos. Prova disso é que a 
eficácia e valor prático do trabalho de levantamento 
de locais de crime, cuja realização é de competência 
dos Peritos Criminais, está diretamente ligada à 
qualidade da preservação dos locais, realizada pelos 
primeiros policiais que ali chegam, via de regra os 
Policiais Militares e Civis. Com o intuito de esclarecer 
a real importância da preservação dos locais de 
crimes, vale ressaltar que nenhuma utilidade terá um 
laboratório policial bem aparelhado e assistido por 
técnicos competentes se a tarefa de coleta da prova 
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material for feita indevidamente. Portanto, verifica-se 
que, num local onde ocorreu um ilícito penal o 
sucesso da coleta da prova material depende 
diretamente do perfeito entrosamento entre as 
equipes responsáveis pelo isolamento de local e 
investigação e os peritos encarregados do exame e 
levantamento das provas técnico-científicas. 
 
LEVANTAMENTO TÉCNICO-PERICIAL EM 
LOCAIS DE CRIMES CONTRA A PESSOA 
• Levantamento descritivo: Identificação da 
localização e configuração do local; dados 
cronológicos relacionados com o evento; 
condições de idoneidade do local. 
• Levantamento fotográfico: Complementa e 
comprova os dados. 
• Levantamento topográfico. 
• Levantamento Papiloscópico: Impressões 
Papilares: latentes (secreções da pele); visíveis 
(mãos ou pés impregnados com substância 
corante); modeladas. 
• Apreensão de objetos e instrumentos. 
• Coleta de materiais para exames de laboratório. 
 
ELEMENTOS DO CADÁVER 
• identificação, idade presumível; 
• posição em relação à superfície; 
• posição dos membros; 
• posição em relação ao local; 
• livores ou hipóstases; 
• líquidos orgânicos; 
• estado de conservação; flacidez, rigidez, 
putrefação; 
 
 
 
ESTUDO DAS VESTES: descrição, estado de conservação, objetos guardados, vestígios aderidos, perfurações; 
• Reação à Agressão 
• Vestígios de Luta 
• Identificar o Instrumento. 
• Identificar os tipos, localização e número de lesões 
 
 
 
LESÕES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS PERFURANTES 
Lesões punctórias - atuam por pressão, afastando as fibras do tecido - compasso, agulha, furador de gelo, 
estoque, picada de inseto. 
 
LESÕES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS CORTANTES 
Lesões incisas - geralmente lineares, com deslizamento sobre os tecidos - navalha, lâmina de barbear, bisturi, faca. 
ESGORJAMENTO – sobre a laringe ou entre a laringe e o osso hióide. Afastamento acentuado das bordas. 
DEGOLAMENTO – ferida localiza-se na nuca – pode ser superficial ou profunda, atingindo a coluna vertebral. 
DECAPITAÇÃO – cabeça completamente separada do corpo. 
 
LESÕES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS CONTUNDENTES 
Lesões contusas – lesões abertas – bordas irregulares – pedras, barras de ferro, madeira, mãos, pés, quedas, etc. 
– produzem as mais diversas modalidades de lesões. 
 
LESÕES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS PÉRFUROCORTANTES 
Lesões pérfuro-incisas - forma de casa de botão, fenda regular - instrumentos com ponta e gume – agem por 
pressão e secção – faca, canivete, espada, punhal. 
 
LESÕES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS CORTOCONTUNDENTES 
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 Lesões corto-contusas - mesmo com gume, agem pela ação contundente, quer pelo próprio peso ou pela força de 
quem maneja – foice, facão, machado, enxada, unhas, dentes. 
 
LESÕES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS PÉRFUROCONTUNDENTES 
Lesões pérfuro-contusas - ponta rombuda – ponta de guarda-chuva, projétil de arma de fogo. 
 
MORTE POR ASFIXIA 
Enforcamento - suspensão completa ou incompleta, laço acionado pelo peso da vítima, sulco interrompido. 
Estrangulamento - sulco contínuo, horizontal. 
Esganadura - emprego das mãos, comum em casos com violência sexual. 
Sufocação - Oclusão das vias respiratórias - direta ou indireta - Difícil detecção no local, presença de líquidos 
biológicos (vômito). 
Afogamento - Cogumelo de espuma, pele macerada, cianose de face. 
Monóxido de carbono – Acidentais – ambientes fechados – cadáver com face rosada e livores carminados 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Google/imagens 
 
 
 
4. PERÍCIA EM LOCAIS DE CRIMES CONTRA O 
PATRIMÔNIO 
 
 Dos crimes contra o patrimônio, o mais 
popular, em razão de sua quantidade, é o de furto 
qualificado, cujus cuidados e procedimentos são mais 
abrangentes, podendo muitos deles serem aplicados 
em outros tipos de ocorrências contra o patrimônio. 
 
CONSIDERAÇÕES: 
A) Condições encontradas no local 
B) Entrada no local 
C) Verficação do Modus Operandi 
D) Caracterização de qualificadoras do crime 
E) Elementos para estabelecer a dinâmica 
F) Exame do local 
 
 Divisão do local 
 Aspectos irreversíveis dos vestígios 
 Detalhamento dos tipos de exames: 
 
Furto Em Residência, Prédios Comerciais E Outras 
Edificações - 
 
Furto de (ou em) veículos - 
 
Roubos (assaltos) em geral - 
 
Latrocínio - 
 
Danos materiais - 
 
Exercício arbitrários das próprias razões - 
 
Exercício ilegal da profeissão - 
 
Meio ambiente - 
 
Alteração de limites - 
 
jogos de azar - 
 
Incêndios - 
 
Local de constatação de drogas - 
 
Local de lenocídio (casas de prostituição) - 
 
Maus tratos contra animais - 
 
Parcelamento irregular do solo - 
 
Furto de energia, água, telefone e tv a cabo - 
 
Furto de combustíveis - 
 
Exame em objetos diversos - 
 
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5. NOÇÕES DE PAPILOSCOPIA 
 
História da datiloscopia 
 
 No início do período científico aparecem as 
primeiras referências das impressões papilares. 
Vários autores preocupam-se quanto a possibilidade 
da existência de impressões digitais iguais, sem apreocupação de sua sistematização. Na Itália 
(Nápoles), no ano de 1664, foram publicadas pelo 
médico anatomista da Universidade de Bologna, 
MARCELO MALPIGHI, em sua obra “Espitola Sobre o 
Orgão do Tato”, onde é tido por vários autores como 
o primeiro a se dedicar pelos desenhos digitais. Em 
1701, FREDERICO RUYSCH, anatomista holandês, 
continuou os estudos de MARCELO MALPIGHI. 
 Em 1787, JOÃO EVANGELISTA PURKINJE, 
nascido em Leitmeritz (Alemanha) apresenta sua tese 
sobre estudos da pele, na Faculdade de Medicina de 
Breslau. Em 1823, publicou o “Comentário de 
Examine Organi Virus et Siste Manis 
Cutanei”.PURKINJE também em seus estudos, 
agrupou os desenhos papilares em nove tipos e 
estabeleceu o “Sistema Deltico”. WILLIAN JANES 
HERSHEL, médico Inglês radicado em Bengala 
(Índia), em 28 anos de estudos, durante o período 
de 1858 à 1878, observou a inexistência de qualquer 
mudança na direção das linhas papilares, 
estabelecendo um dos Postulados da Datiloscopia, o 
da “Imutabilidade”, tendo prioridade na aplicação 
prática das impressões digitais em documentos de 
identidade. ARTHUR KOLLMAN, em 1883 publicou 
sua obra onde fez estudos dos poros localizados nas 
cristas papilares. Foi o descobridor de que os 
desenhos digitais existem desde o 6º mês de vida 
intra uterino e só desaparece com a putrefação 
cadavérica, estabelecendo outro postulado da 
Datiloscopia, o da “Perenidade”. 
 FRANCIS GALTON, em 1888 dedicou-se pela 
aplicação prática, adotando 38 tipos de impressões 
sendo seu trabalho publicado como “Galtonismo” e 
reconhecido como o primeiro sistema usado para 
identificar com esse “Método” e ainda hoje na prática 
usamos a lente para contagem de linhas, que leva o 
nome de seu criador, Galton também observou a 
imutabilidade das impressões digitais. 
 
JUAN VUCETICH, em 1888, lendo 
casualmente um artigo onde 
constavam as idéias de Galton, 
publicadas por Henry Fauds, chegou 
a conclusão de sua importância 
sendo motivado a iniciar seus 
estudos. VUCETICH, em 1891, 
classificou as primeiras fichas. No 
mesmo ano o governo argentino adotou oficialmente 
a identificação dos criminosos através de impressões 
digitais, sendo este sistema denominado 
“Icnofalangometria”. Em 1894 foi proposto por 
FRANCISCO LATZINA que o termo fosse substituído 
por Datiloscopia. Em 1896, VUCETICH adota a 
classificação datiloscópica nos 4 tipos fundamentais. 
Em 1904, VUCETICH publicou a obra “Datiloscopia 
Comparada” e aos poucos o sistema fundamental de 
Vucetich foi sendo implantado mundialmente, pelo 
reconhecimento da segurança e indiscutível precisão 
que oferece. Em 1905, FELIX PACHECO, instituiu o 
sistema de Vucetich no Brasil. Em 1906 MANOEL 
SEVERO SANTIAGO, instituiu o sistema de Vucetich 
no Estado do Paraná. JUAN VUCETICH, nascido na 
Dalmacia (hoje Iugoslávia), em 20 de Julho de 1858, 
emigrou para Argentina em 1884, onde naturalizou-
se cidadão daquele país, falecendo em Dolores 
(Argentina) em 25 de Janeiro de 1925. 
 
PROCESSOS PARA IDENTIFICAÇÃO HUMANA: 
 O Ferrete e a Mutilação: Esse sistema foi 
utilizado por longo tempo em diferentes momentos e 
países com o objetivo de identificar malfeitores e 
criminosos indesejáveis ao convívio social. Nos 
Estados Unidos empregou-se o uso do “Ferrete” e da 
“Mutilação”, durante o período da Colonização entre 
os anos de 1.607 e 1.763. Em 1.658, através da Lei 
de PLYMONTH COLONY, estabelecia-se o uso de 
letras, para serem aplicadas de acordo com o tipo de 
crime. Mais tarde, por volta de 1.718, a lei previa a 
amputação de uma das orelhas dos criminosos 
condenados e, no caso de reincidência, amputação 
de ambas as orelhas. Na 
Rússia, cortavam-se as 
narinas dos indivíduos que 
praticassem quaisquer tipos 
de crimes. 
 
 
 
 
Sistema Antropométrico: 
Baseado na mensuração do 
corpo humano, esse sistema 
foi apresentado por ALPHONSE 
BERTILLON em 1.878 na 
Polícia de Paris e, depois de 
testado por vários anos, foi 
adotado oficialmente pela 
Prefeitura de Polícia de Paris 
em 1.893. Esse sistema, 
denominado “Bertillonage”, em 
homenagem ao seu autor, 
dividia-se em três partes: 
a) Assinalamento Antropométrico: medidas do 
esqueleto humano; 
b) Assinalamento Descritivo: “PORTRÉT PARLÉ”, 
Retrato Falado. É a descrição da pessoa por meio de 
palavras precisas, sem a necessidade de nenhum 
instrumento; 
c) Assinalamento das Particularidades: registro de 
cicatrizes, manchas crônicas da pele, queimaduras, 
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tatuagens, ectrodactilia (dedos em menor número), 
polidactilia (dedos em maior número), sindactilia 
(dedos grudados), adactilia (ausência total dos 
dedos) e anquilose (falta de articulação dos dedos). 
 
Sistema Fotográfico: 
Inicialmente foram desenvolvidos estudos pelo 
francês NICEPHORO NIEPCE e aperfeiçoados por 
LOUIS DAGUERRE, que consegue fixar a imagem 
fotográfica sobre lâminas de cobre polido, revestidas 
com finíssima e sensível camada de sal de prata, o 
que deu origem às “Daguerreotipas”. Mais tarde, 
TALBOT consegue a reversão da imagem pelo 
processo de cópias 
sobre papéis. A partir 
daí, as polícias das 
grandes cidades 
começam a organizar 
arquivos fotográficos de criminosos, com brilhantes 
resultados para a época. 
 Esses arquivos foram se avolumando, 
tornando-se cada vez mais difícil seu manuseio, além 
do que os criminosos logo após serem fotografados, 
procuravam modificar seus traços fisionômicos, 
cortando ou deixando crescer a barba e os bigodes, 
modificando o penteado dos cabelos e assim por 
diante, dificultando sua identificação. Surge, então, 
com ALPHONSE BERTILLON, a idéia de aperfeiçoar o 
processo da fotografia ordinária, estabelecendo 
certas normas a serem observadas, que permitissem 
confrontos futuros e o periciamento das mesmas. 
Nasce o sistema de fotografia sinalética, com uma 
escala de redução de 1/7 do tamanho natural. 
Seriam feitas duas fotos, uma de frente e outra de 
perfil direito, com a redução mencionada. 
 Dessa forma, qualquer parte fotografada, multiplicada por sete, nos 
daria o tamanho natural, sendo possível elaborar o retrato falado de uma 
pessoa sem a necessidade da sua presença. Esse sistema, até hoje 
ainda é utilizado pelas organizações policiais. Como acabamos de verificar, 
vários sistemas de identificação foram utilizados, entretanto nenhum deles com resultados absolutamente seguros, 
até o surgimento de outro sistema de identificação baseado nas impressões digitais, chamado Sistema 
Datiloscópico. 
 
Ramos da papiloscopia 
A Papiloscopia é dividida em quatro partes: 
Quiroscopia: processo de identificação por meio das impressões palmares; 
Podoscopia: processo de identificação por meio das impressões plantares; 
Poroscopia: processo de identificação por meio dos poros das papilas dérmicas; 
Datiloscopia: processo de identificação humana por meio das impressões digitais. 
 
Extraído: Manual de papiloscopia e procedimentos. 
 
OS DESENHOS PAPILARES 
 
 Os desenhos papilares não se restringem aos seres humanos. Elas também podem ser encontradas nos 
membros inferiores e superiores dos primatas. São também encontradas nos focinhos dos animais. Em todos eles 
os desenhos papilares têm as seguintes propriedades: 
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 Os desenhos aumentam de tamanho durante o crescimento do corpo humano, porém, eles mantém 
constante as características que permite identificá-las. Os desenhos papilares não são indestrutíveis, por isso 
lesões profundas provocam surgimento de cicatrizes, entretanto as demais áreas permanecem inalteradas. A 
cicatriz, uma vez estabelecida ali permanece, por isso pode ser utilizada como uma característica a mais das 
impressões papilares. Vantagens do processo papiloscópico 
Obs. Na literatura é comum encontrar essas propriedades como postulados.O processo papiloscópico acabou por substituir o processo antropométrico em todos os países devido às 
suas vantagens, dentre as quais: 
 
 Exatidão: Por meio dela é possível afirmar categoricamente a identidade de uma pessoa; Baixo custo Com 
apenas uma ficha de papel e tinta é possível obter impressões papilares; 
 Classificabilidade: A classificação das impressões papilares, principalmente as digitais, cria uma sequência 
numérica ou alfanumérica, que possibilita busca em arquivos com milhões de fichas; e Auxílio na solução de 
crimes. As impressões papilares podem ser encontradas em locais de crime e identificadas. Tais impressões, em 
conjunto com outras evidências, se constituem em um importante elemento de prova. 
 Praticidade: a obtenção das impressões digitais é simples, rápida e de baixo custo. 
Datilograma digital: Ë conhecido também como “Desenho digital”, formado pelo conjunto de 
cristas e sulcos, os quais projetam desenhos ou arabescos; localizados na 3ª falange dos dedos. 
 
 Componentes de um datilograma digital: 
 Cristas papilares ou linhas de fricção: São as linhas da formação linear e 
 saliente. 
 Sulcos interpapilares: São os espaços que separam as cristas entre si. 
 
 Impressão digital: É a reprodução digital num suporte qualquer desde que apresente condições favoráveis 
à sua retenção. A impressão digital é a réplica invertida do desenho digital. 
 Papilograma: É a impressão digital que não se pode afirmar se pertence às polpas digitais, das palmas das 
mãos ou das plantas dos pés. 
 
ELEMENTOS DE UMA IMPRESSÃO DIGITAL 
 
Linhas pretas: Retratam as cristas papilares dos desenhos digitais. 
Linhas brancas: Representam os sulcos interpapilares dos desenhos digitais. 
Pontos brancos sobre as linhas pretas: Representam os poros sudoríparos presentes nas cristas papilares. 
Linhas albodatiloscópicas: São linhas brancas que não acompanham as linhas pretas das cristas papilares 
(como acontece com linhas dos sulcos interpapilares), ao contrário provocam interrupções das cristas em vários 
sentidos. 
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A pele: Tecidos e estruturas mostrando a papila dérmica. 
 
Papilas dérmicas são saliências presentes na camada dérmica da pele, mais precisamente na camada papilar 
da derme. Ela é composta de fibroblastos especializados localizados na base do folículo, as células que recobrem a 
papila formam a raiz do pelo, supõe-se que controla o número de células da matriz. Servem para aumentar a área 
de contato entre a derme e a epiderme. São irrigadas por vasos e veias, e contêm também receptores sensoriais. 
As impressões digitais resultam destas saliências. 
 
 
 
 
 
Estrutura das linhas brancas e negras. 
 
Linhas diretrizes: São linhas dactilares que 
separam os três sistemas de linhas de uma 
impressão digital, e tendem a envolver a região 
nuclear. São duas linhas que iniciam suas trajetórias 
paralelas, se desviam bruscamente em forma de 
recurva e envolvem ou tendem a envolver a região 
nuclear de uma impressão. As linhas diretrizes nem 
sempre são linhas contínuas, freqüentemente são 
formadas por uma sucessão de linhas curtas. 
Desta forma, cada segmento da diretriz basilar terá 
prosseguimento na linha imediatamente inferior, e 
cada segmento da diretriz marginal terá 
prosseguimento na linha imediatamente superior. 
 
Sistema de linhas: É o conjunto de linhas papilares 
que formam um agrupamento de linhas numa 
impressão digital. O datilograma apresenta três 
sistemas de linhas perfeitamente caracterizados e 
limitados por linhas chamadas “Diretrizes”, 
excetuando-se o Arco, que apresenta apenas dois 
sistemas, o marginal e o basilar. 
 
Sistema nuclear: É formado pelas linhas centrais 
de uma impressão que são envolvidos pelas linhas 
diretrizes. Sistema marginal: É o sistema de linhas 
situado na parte superior da impressão. Sistema 
basilar: É o conjunto de linhas situado na parte 
inferior da impressão, limitando-se com a prega 
interfalangiana do dedo. 
 
Figura: Manual de Papiloscopia 
 
Tipos fundamentais e subclassificação 
 
SISTEMA DATILOSCÓPICO IDEALIZADO POR 
JUAN VUCETICH 
 
 Descrição de símbolos: Os tipos 
fundamentais são representados por símbolos cuja 
combinação apresentam a fórmula datiloscópica, que 
orientam o arquivamento da individuais 
datiloscópicas. 
 
 Os símbolos A, I, E e V (em letras maiúsculas), 
são empregados para indicar as impressões digitais 
dos polegares. Já os símbolos 1, 2, 3 e 4 são 
empregados para indicar as impressões digitais dos 
dedos indicador, médio, anular e mínimo. Além dos 
símbolos acima mencionados, são utilizados ainda os 
seguintes: X, para indicar a ocorrência de cicatriz; Ǿ, 
para indicar a ocorrência de amputação. 
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ANOMALIAS: 
 
Ectrodactilia: Anomalia congênita que se caracteriza por número e dedos inferior ao normal. 
 
 
Sindactilia: Anomalia congênita. Dedos ligados entre si, parcial ou totalmente. 
 
 
Adactilia: Ausências totais, congênitas, dos dedos de uma ou de ambas as mãos. 
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Anquilose: Anomalia congênita ou adquirida. Falta de articulações parcial ou total dos dedos de modo a 
prejudicar as impressões. 
 
 
Macrodactilia: Dedos anormalmente pequenos. 
 
 
Polidactilia: Anomalia congênita que consiste em número de dedos superior ao normal. 
 
 
ARQUIVAMENTO 
 
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 Arquivo decadatilar: A identificação predominantemente civil. No arquivo decadatilar, as individuais 
datiloscópicas são arquivadas com base nos tipos estabelecidos pela chave de classificação. Este sistema de 
arquivamento permite pesquisas, posteriores somente com as impressões digitais dos dez dedos do identificado, 
para que seja localizada a fórmula específica da individual em questão. As impressões digitais isoladas, 
encontradas em locais de crime não se prestam para pesquisa no arquivo decadatilar. Para possíveis pesquisas 
com impressões digitais isoladas foi criado o “Arquivo Monodatilar”. 
 
 Arquivo monodatilar: No arquivo monodatilar as impressões são classificadas isoladamente, dedo por 
dedo. Sendo a classificação mais minuciosa que a do decadatilar. Este arquivo visa somente a identificação de 
certos grupos de delinqüentes, que comumente rompe ou destrói obstáculos, deixando impressões digitais em 
móveis, vidros, objetos e papéis por ele tocados. 
 
 Individuais datiloscópicas: A ficha datiloscópica deve ser confeccionada em papel branco acetinado, 
medindo 19 cm de comprimento por 8 cm e 5 mm de altura. Esta ficha depois de preenchida com as impressões 
digitais passa a chamar-se de “Individual Dactoloscópica”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Individual Datiloscópica: 
 
Ficha dactiloscópica. Fonte: GOMES, 1969. 
 
 Arquivamento de datilogramas: É o processo através do qual é possível reunir milhões de individuais 
datiloscópicas, organizadas dentro de uma escala, hierárquica, de acordo com a codificação dos tipos e subtipos, 
com o objetivo de tornar possível a localização rápida e precisa de uma individual, sempre que necessário. O 
arquivo datiloscópico decadactilar adota o sistema de arquivamento de fichas, verticalmente, empregando-se 
arquivo-mesa eletrônico e, na sua falta, arquivo-mesa convencional. Será empregada uma projeção para cada 
fórmula datiloscópica, adotando-se o critério de fórmulas únicas. As fichas serão arquivadas, observando-se a 
ordem crescente das fórmulas datiloscópicas e a primeira distribuição será feita pela “combinação literal”. A 
Segunda distribuição será processada a partir da “combinação numeral” (1111), no âmbito de cada “combinaçãoliteral”. 
 No caso de existir uma pequena quantidade de individuais datiloscópicas, agrupadas em determinada 
fórmula, poder-se-á empregar, inicialmente, a “combinação literal”, conjugada com a “combinação numeral”, 
aplicadas aos dedos indicador, médio, anular e mínimo, da mão direita, sendo necessário mais desdobramentos se 
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passará para as combinações da mão esquerda. Para cada grupo de fórmula datiloscópica, será empregado uma 
projeção que a destaque. 
 Projeções: As projeções podem possuir pestanas centrais, a direita e a esquerda do observador, na qual 
estão impressos cinco quadriláteros, distribuídos em dois grupos: cinco superiores e cinco inferiores. No primeiro 
campo de cinco quadriláteros superiores anota-se a fórmula datiloscópica; nos inferiores anota-se as indicações do 
subtipo de núcleo, ou contagem de linha, referentes aos tipos fundamentais da fórmula datiloscópica 
 
 Combinações literais e numerais: As combinações literais são formadas pelas letras que representam os 
tipos fundamentais, encontrados nos polegares (A.I.E.V.). 
 Cada combinação literal abriga 65.536 (sessenta e cinco mil, quinhentos e trinta e seis) combinações 
numerais. 
 As combinações numerais são formadas por algarismos, que representam os tipos fundamentais dos dedos 
indicador, médio, anular e mínimo de cada mão. 
 Distribuindo-se os quatro tipos fundamentais pêlos dedos indicador, médio, anular e mínimo de cada mão, 
obtém-se 256 (duzentos e cinqüenta e seis) combinações. 
 
 O arquivamento das fichas é baseado na fórmula dactiloscópica da ID (individual dactiloscópica) sendo sua 
distribuição feita da seguinte forma: 
 Primeira divisão: forma-se 4 grupos independentes de fichas com base no tipo fundamental encontrado 
no polegar direito. Exemplo: grupo A, grupo I, grupo E , grupo V. 
 Segunda divisão: dentro de cada grupo, forma-se sub-grupos com base no tipo fundamental do polegar 
esquerdo. Exemplo: 
1º Grupo A - A/A, A/I, A/E, A/V; 
2º Grupo I - I/A, I/I, I/E, I/V; 
3º Grupo E - E/A, E/I, E/E, E/V e 
4º Grupo V - V/A, V/I, V/E, V/V. 
 Terceira divisão: dentro de cada subgrupo segue-se a ordem crescente da fração numérica formada pelos 
tipos dos dedos, indicador, médio, anular e mínimo. Exemplo: 
1º- 1111/1111, 2º-1111/1112, 3º-1111/1113, 4º-1111/1114, 5º-1111/1121, 6º-1111/1122,........256º-
 1111/4444, 257º- 1112 /1111, 258º- 1112/1112, ..............65.536º- 4444 / 4444. 
 
 
 
PONTOS CARACTERÍSTICOS 
 
 Os desenhos digitais não são formados por linhas contínuas. As cristas papilares apresentam, em seu curso, 
acidentes mais ou menos ponderáveis, denominados pontos característicos, cuja formação e disposição no 
desenho digital lhe conferem a individualidade. Por meio da comparação do tipo primário podemos afirmar a não 
identidade entre duas impressões papilares (digitais), porém somente pela comparação dos pontos característicos 
é que se pode realmente confirmar a identidade das mesmas. Mesmo não existindo base científica na 
determinação de um número mínimo de pontos característicos, para fins de padronização, recomenda-se o 
assinalamento de, pelo menos 12 (doze) pontos característicos coincidentes entre as mesmas. 
Pode-se confirmar a identidade com menor número de pontos característicos, desde que se encontrem pontos 
considerados raros (de difícil incidência) entre os localizados nas impressões comparadas. 
 
Os principais pontos característicos são: 
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DOZE (12) PONTOS CARACTERISTICOS: 
(Histórico) 
 Primeiro é preciso falar sobre a regra dos doze pontos característicos e de onde ela surgiu. Uma teoria 
quanto a origem do padrão de doze pontos foi proposta por Kingston e Kirk (1965), que suspeitavam tratar de 
uma reação a falha do sistema Bertilhon de identificação, que terminou por ser substituído por impressões digitais. 
 O sistema Bertillon se baseava em onze medidas do corpo, e o raciocínio foi incluir ao menos uma outra 
característica para o novo sistema que viria a substituir o então utilizado, caído em descrédito. Essa visão é uma 
explicação lógica para a origem do sistema e. se verdadeira, ilustra sua falta de base cientifica valida. 
 Vários estudos independentes foram desenvolvidos na tentativa de dar base científica a teoria dos 12 
pontos, entretanto, todos fracassaram. Em 1970, na 55ª Conferência Anual da Associação Internacional de 
Identificação, entidade responsável pelo treinamento e certificação dos especialistas Norte Americanos, fundada 
em 1915 e possuindo representação em 65 países inclusive o Brasil, nomeia-se um comitê de padronização 
composto por onze membros altamente capacitados e de experiência reconhecida, internacionalmente. 
A tarefa do Comitê era determinar o número mínimo de minúcias papilares que deveriam estar presentes em duas 
impressões de modo a estabelecer uma identificação positiva. Este desafio tinha considerável importância, dado 
que qualquer recomendação feita pelo Comitê e aceita pela Associação internacional de Identificação, 
indubitavelmente atrairia a atenção dos profissionais em identificação assim como de autoridades legais e judiciais 
de todo o mundo. 
 
"Não existe base científica que estabeleça a necessidade de uma quantidade mínima predeterminada 
de sulcos decorrentes de fricção em duas impressões para alcançar uma identificação positiva."
A citação mencionada acima foi aprovada em 29 de 
julho de 1995, Ne'urim, Israel, por delegados do 
Simpósio internacional sobre detecção e identificação 
de Impressões Papilares (O relatório completo 
abrangendo esta declaração histórica esta 
apresentado nas paginas 578 - 584 do J. forensic 
Indent. 45(5), 1995 / 485.) 
 
ASSINALAMENTO DE PONTOS 
CARACTERÍSTICOS: 
 
Método usado para o delineamento dos pontos 
característicos, faz-se na seguinte forma: 
 
 As impressões após serem ampliadas são 
colocadas lado a lado, delineando em seguida as 
linhas partindo dos pontos similares de cada 
impressão. 
 Essas linhas radiam a impressão sempre em 
sentido horário (semelhante a direção dos ponteiros 
do relógio, isto é, para a direita), iniciando-se na 
parte superior da impressão. 
 Na extremidade de cada linha é colocado um 
número, de forma que cada impressão tenha linhas 
se radiando em ângulos similares e com a mesma 
designação numérica. Com tal amostra, o observador 
poderá verificar que cada número corresponde a um 
ponto característico coincidente em ambas as 
impressões. 
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Atenção: Na imagem acima ilustramos a 
identificação de vários pontos característicos, mas 
lembramos que doze pontos marcados já podem 
positivar um confronto. Fonte: MANUAL DE 
PAPILOSCOPIA. 
 
 
6. BALÍTICA FORENSE 
 
“É a parte do Conhecimento da Criminalística e 
Médico Legal que tem como estudo principal a 
arma de fogo, sua munição e os fenômenos e efeitos 
produzidos pelos tiros dessas armas, objetivando 
elucidar e provar a ocorrência de questões de 
fato no interesse da justiça.” 
 
CONTEÚDO DA BALÍSTICA FORENSE 
 O conteúdo é altamente técnico, apesar de 
sua finalidade específica ser jurídica , por isso 
recebe o nome de FORENSE. 
 
 A perícia balística é um estudo especializado 
sobre a prova, pois o Perito é um auxiliar da Justiça 
(artigo 275 do CPP). O Ilustre Professor Hélio 
Tornaghi, em sua expressão célebre diz que a perícia 
não prova e sim ilumina a prova. Assim, quando o 
perito depõe em juízo não o faz como testemunha, 
mas presta esclarecimentos técnicos enquanto 
auxiliar da justiça. Tanto o laudo pericial 
como as declarações dos peritos serão sempre 
elementos subsidiários para a valoração da prova 
pelo juiz. O corpo do delito para a balísticaforense é a arma de fogo e seus 
componentes e a munição e o Laudo é o exame do 
Corpo do Delito. 
 
DIVISÃO DA BALÍSTICA FORENSE 
 
BALÍSTICA INTERNA – estuda a estrutura, os 
mecanismos, o funcionamento das armas de fogo, a 
capacidade da arma de produzir tiros ou não, a 
munição e os componentes de munição. 
BALÍSTICA EXTERNA – estuda a trajetória do 
projetil desde a saída da boca do cano da arma de 
fogo até a sua parada final. 
 
BALÍSTICA TERMINAL OU DOS EFEITOS – 
estuda os efeitos produzidos pelo projetil quando 
este atinge o alvo (animado ou inanimado). 
 
CONCEITO DE ARMA 
 É todo objeto ou instrumento concebido 
e destinado com finalidade específica para o 
ataque e para a defesa do homem. Certos objetos 
são feitos pelo homem, com a finalidade de 
serem usados como armas. São denominados 
ARMAS PRÓPRIAS, como por exemplo, revólver, 
pistola, fuzil etc. Outros instrumentos podem, 
eventualmente, ser utilizados para matar ou 
ferir,como martelo, foice, machado. Esses não são 
produzidos, objetivando aumentar o ataque ou 
defesa do homem, mas podem ser usados 
para tal, por isso são denominados de ARMAS 
IMPRÓPRIAS. 
 
CONCEITO DE ARMAS DE FOGO 
 São peças construídas com um ou dois 
canos, abertos numa das extremidades, 
parcialmente fechados na parte de trás, por onde se 
coloca o projetil o qual é lançado à distância 
através da força expansiva dos gases pela 
combustão de determinada quantidade de 
pólvora. 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS ARMAS DE FOGO 
 
A) Quanto às suas dimensões 
 Portáteis 
Ex. revólver, pistola, garrucha, espingarda, carabina 
etc. 
Não portáteis 
Ex. canhão 
 
B) Quanto ao modo de carregar 
antecarga – o carregamento é feito pela 
extremidade anterior do cano (boca); 
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retrocarga – o carregamento é feito pela 
extremidade posterior do cano. Atualmente, a 
maioria das armas de fogo são deste tipo, 
por exemplo, pistola, revólver, carabina etc. 
 
C) Quanto à alma do cano – o cano das armas de 
fogo é confeccionado a partir de um cilindro de aço 
perfurado, longitudinalmente, em sua região 
mediana, por uma broca. Por isso, as armas podem 
ser: 
 
 De alma lisa: são aquelas cuja superfície 
interna do cano é lisa e, totalmente ou parcialmente 
cilíndrica. Temos como exemplo as espingardas. 
 De alma raiada: são aquelas cujo cano foi 
provido, internamente, de estriamento, o qual está 
constituído por um número equivalente de sulcos (as 
raias) e de cristas (os cheios) de forma helicoidal, 
alternada e paralelamente dispostos com 
regularidade, e se destina a imprimir aos projéteis, 
por forçamento, um movimento de rotação 
transversal à trajetória. 
 Há armas com 04 (quatro) 05(cinco) 
ou 06 (seis) raias, algumas com orientação 
dextrogira (para a direita) outras sinistrogira 
(para a esquerda). Como por exemplo, os 
revólveres, as pistola, as submetralhadoras, os fuzis 
etc. 
 
D) Quanto ao Sistema de Inflamação 
Por mecha. 
Por atrito. 
 Essas duas acima estão definitivamente 
relegadas à condição de meras curiosidades, 
como peças de museus e colecionadores. 
 Por Percussão Extrínseca: as primeiras 
armas deste tipo foram os do sistema 
Lefaucheux (pino lateral). Neste a cápsula 
contendo a carga de ignição é uma peça 
isolada a qual se adapta a um pequeno tubo saliente, 
em comunicação com o interior da câmara por um 
conduto, ou ouvido (a chaminé) sendo deflagrada 
por um percutor cuja extremidade é conformada, de 
sorte a cobrir perfeitamente a cápsula e comprimi-la 
contra os bordos da chaminé, detonando-a e, 
ao mesmo tempo, forçando os gases 
incandescentes da deflagração para o interior da 
câmara. 
 Por Percussão Intrínseca a cápsula de 
fulminante é parte integrante do cartucho, estando 
engastada neste e detonando no interior do mesmo, 
ao sofrer o impacto do pino percutor. 
Este tipo de percussão ainda são divididos em: 
 Central e Radial, conforme o modo de impacto 
do pino percutor. Se o pino percutor imprimir 
marca periférica, radial ou circular teremos a 
percussão intrínseca radial, que também pode 
ser direta ou indireta, caso o percutor esteja 
no cão ou no mecanismo, respectivamente. 
Ex. Pistola .22LR, Revólver .22 LR, Garrucha 
.22LR, Carabina .22 LR. Se o pino percutor 
imprimir marca central, então teremos uma 
percussão central, que também poderá ser 
direta ou indireta. Por exemplo, revólver, 
pistola, carabina,fuzil. 
 
Conforme a orientação, as raias podem ser: 
DEXTROGIRA, a direção das raias é para direita; 
SINISTRÓGIRA, a direção das raias é para a 
esquerda. 
 É importante informar que as raias são 
observadas posicionando o cano para a frente do 
examinador. 
 
E) Quanto ao Funcionamento 
De Tiro Unitário: são aquelas que comportam 
carga para um único tiro, devendo, assim, ser 
substituída esta carga, isto é, renovada parfa cada 
novo disparo, pelo atirador, manualmente. Em 
outras palavras: são armas cujo carregamento 
não é mecânico, porém manual. 
 Armas de Repetição: são aquelas cujo 
carregamento se faz mecanicamente isto é, armas 
que comportam carga para vários tiros, 
podendo efetuar outros tantos disparos antes de 
ser necessário alimentá-las novamente. 
Podem ser: 
Não Automática (revólver); 
Semiautomática (pistola) e; 
Automática (fuzil). 
 É importante esclarecer que arma alimentada é quando no seu carregador, foi colocada toda munição 
que ela comporta; e estará carregada quando contiver, na câmara de combustão, o projétil e a carga 
de projeção diretamente alinhados com o cano, em condições de serem imediatamente ativados pelo disparo. 
 Assim, numa arma de tiro unitário, a alimentação e o carregamento coincidem e são, 
necessariamente, realizados por uma só e a mesma operação, executada pelo atirador: nas armas 
de repetição não existe esta coincidência, podendo conservar-se a arma, perfeitamente, alimentada e não 
carregada. 
 
F) Quanto à Mobilidade e ao Uso 
 Fixas: quando o suporte no qual estão montadas não podem ser deslocadas de sua posição, mas apenas 
comportando movimentos angulares nos planos horizontal e vertical, como é o caso dos canhões. 
 Móveis: quando são montadas sobre bases providas de rodas ou esteiras. 
 Semiportáteis: quando podem ser desmontadas em duas partes (arma ou suporte) e, assim, conduzidas 
sem demasiado esforço por dois homens. Por exemplo, as metralhadoras pesadas. 
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* TOCCHETTO, Domingos. Balística Forense, aspectos técnicos e jurídicos. 7 ed. – São Paulo: Millennium, 2013, p. 201 e 
202. 
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MUNIÇÃO 
 
 Munição é o projétil a ser disparado de uma arma de fogo, incluindo o cartucho, que é um tubo oco, 
geralmente de metal, com um propelente no seu interior; na sua parte aberta fica preso o projétil e na sua base 
encontra-se o elemento de iniciação. Este tubo, chamado estojo, além de unir mecanicamente as outras partes do 
cartucho, tem formato externo apropriado para que a arma possa realizar suas diversas operações, como 
carregamento e disparo. 
 O projétil é uma massa, em geral de liga de chumbo, que é arremessada à frente quando da detonação da 
espoleta e consequente queima do propelente. É a única parte do cartucho que passa pelo cano da arma e atinge 
o alvo.

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