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2 www.grancursosonline.com.br Revisão BRB DIREITO CONSTITUCIONAL ....................................................................................................................4 JURISPRUDÊNCIA ........................................................................................................................................................................... 4 SÚMULAS .......................................................................................................................................................................................... 6 LEGISLAÇÃO ..................................................................................................................................................................................... 7 DIREITO ADMINISTRATIVO ....................................................................................................................9 LEGISLAÇÃO ..................................................................................................................................................................................... 9 AGENTES PÚBLICOS ..................................................................................................................................................................... 10 ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA ........................................................................................................................................... 11 JURISPRUDÊNCIA/INFORMATIVO............................................................................................................................................ 11 SÚMULAS .......................................................................................................................................................................................... 13 DIREITO CIVIL ............................................................................................................................................14 LEGISLAÇÃO ..................................................................................................................................................................................... 14 JURISPRUDÊNCIA/INFORMATIVO............................................................................................................................................ 17 SÚMULAS .......................................................................................................................................................................................... 21 DIREITO PROCESSUAL CIVIL ..................................................................................................................22 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL ..................................................................................................................................................... 22 JURISPRUDÊNCIA/INFORMATIVO............................................................................................................................................ 25 SÚMULAS .......................................................................................................................................................................................... 28 DIREITO TRIBUTÁRIO ..............................................................................................................................29 LEGISLAÇÃO ..................................................................................................................................................................................... 29 JURISPRUDÊNCIA/INFORMATIVO............................................................................................................................................ 33 SÚMULAS .......................................................................................................................................................................................... 35 DIREITO ECONÔMICO ..............................................................................................................................36 LEGISLAÇÃO ..................................................................................................................................................................................... 36 JURISPRUDÊNCIA/INFORMATIVO............................................................................................................................................ 40 SÚMULAS .......................................................................................................................................................................................... 42 DIREITO DO TRABALHO ..........................................................................................................................42 JURISPRUDÊNCIA ........................................................................................................................................................................... 42 SÚMULAS E ORIENTAÇÕES JURISPRUDENCIAIS ............................................................................................................... 45 LEGISLAÇÃO ..................................................................................................................................................................................... 47 SUMÁRIO 3 www.grancursosonline.com.br Revisão BRB DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO ................................................................................................54 JURISPRUDÊNCIA ........................................................................................................................................................................... 54 SÚMULAS E ORIENTAÇÕES JURISPRUDENCIAIS ............................................................................................................... 56 LEGISLAÇÃO ..................................................................................................................................................................................... 57 DIREITO DO CONSUMIDOR ....................................................................................................................61 LEGISLAÇÃO ..................................................................................................................................................................................... 61 JURISPRUDÊNCIA/INFORMATIVO............................................................................................................................................ 82 SÚMULA ............................................................................................................................................................................................ 93 DIREITO EMPRESARIAL ..........................................................................................................................94 CÓDIGO CIVIL ................................................................................................................................................................................... 94 SÚMULAS .......................................................................................................................................................................................... 106 DIREITO PENAL........................................................................................................................................107 SÚMULAS .......................................................................................................................................................................................... 109 JURISPRUDÊNCIA ........................................................................................................................................................................... 110 LEI ORGÂNICA DO DF (LODF) .................................................................................................................113 DISPOSITIVOSPRINCIPAIS DA LODF ...................................................................................................................................... 113 JURISPRUDÊNCIA DO CONSELHO ESPECIAL DO TJDFT ACERCA DA LODF ............................................................ 117 SÚMULAS CONEXAS COM A LODF .......................................................................................................................................... 121 4 www.grancursosonline.com.br Revisão BRB DIREITO CONSTITUCIONAL PROFESSOR RESPONSÁVEL: LUCIANO DUTRA JURISPRUDÊNCIA 01 O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) referendou, em parte, medida cautelar na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5.624 para afirmar que a exigência de autoriza- ção legislativa não se aplica à venda do controle das subsidiárias e controladas de empresas públicas e sociedades de economia mista. Na hipótese, segundo decidiu a Corte, a operação pode ser realizada sem necessidade de licitação, desde que siga procedimento que observe os princípios da administração pública, previstos no artigo 37 da Constituição Federal (CF), respeitada sempre a exigência de competitividade. A Corte firmou, contudo, a necessidade de autorização legislativa e processo licitatório para alienação das empresas-matrizes. O resul- tado, por maioria, foi alcançando a partir do voto médio, entendimento que representa um meio termo entre os votos apresentados no julgamento. 02 O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) fixou tese de repercussão geral sobre a matéria constitucional contida no Recurso Extraordinário (RE) 855178 no sentido de que há responsabilidade solidária de entes federados para o fornecimento de medicamentos e trata- mentos de saúde. Com a fixação da tese, a Corte reafirmou sua jurisprudência sobre o tema. O texto, aprovado por maioria dos votos, diz o seguinte: “Os entes da federação, em decor- rência da competência comum, são solidariamente responsáveis nas demandas prestacionais na área da saúde e, diante dos critérios constitucionais de descentralização e hierarquização, compete à autoridade judicial direcionar o cumprimento conforme as regras de repartição de competências e determinar o ressarcimento a quem suportou o ônus financeiro”. 03 O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o Estado não pode ser obri- gado a fornecer medicamento experimental ou sem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), salvo em casos excepcionais. A decisão foi tomada, por maioria de votos, no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 657718, com repercussão geral reconhecida, de relatoria do ministro Marco Aurélio. 5 www.grancursosonline.com.br Revisão BRB 04 O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) fixou a tese de repercussão geral no Recurso Extraordinário (RE) 1054110, no qual o Tribunal julgou inconstitucional a proibição ou restrição, por meio de lei municipal, do transporte individual de passageiro por motoristas cadastrados em aplicativos. O tema também foi objeto de julgamento na Arguição de Descum- primento de Preceito Fundamental (ADPF) 449. A tese proposta pelo relator do RE, ministro Luís Roberto Barroso (relator), e aprovada pelo Plenário foi a seguinte: 1 – A proibição ou restrição da atividade de transporte privado individual por motorista cadastrado em aplicativo é inconstitucional, por violação aos princípios da livre iniciativa e da livre concorrência. 2 – No exercício de sua competência para a regulamentação e fiscalização do transporte privado indi- vidual de passageiros, os municípios e o Distrito Federal não podem contrariar os parâmetros fixados pelo legislador federal (Constituição Federal, artigo 22, inciso XI). 05 O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu o julgamento do Recurso Extraor- dinário (RE) 601182, com repercussão geral reconhecida. Por maioria dos votos, os ministros fixaram entendimento de que a suspensão de direitos políticos nos casos de condenação cri- minal transitada em julgado aplica-se às hipóteses de substituição da pena privativa de liber- dade pela restritiva de direitos. 06 O Supremo Tribunal Federal (STF) reafirmou sua jurisprudência para reconhecer que o Ministério Público de Contas não tem legitimidade para impetrar mandado de segurança contra acórdão do Tribunal de Contas no qual atua. A decisão majoritária foi tomada pelo Ple- nário Virtual do STF no julgamento de mérito do Recurso Extraordinário (RE) 1178617, que teve repercussão geral reconhecida. 07 O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou jurisprudência no sentido da competência da Justiça Eleitoral para processar e julgar crimes comuns que apresentam conexão com crimes eleitorais. A Corte observou ainda que cabe à Justiça especializada ana- lisar, caso a caso, a existência de conexão de delitos comuns aos delitos eleitorais e, em não havendo, remeter os casos à Justiça competente. 6 www.grancursosonline.com.br Revisão BRB 08 O Supremo Tribunal Federal concluiu o julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 663696, com repercussão geral reconhecida, em que se discutia o teto remuneratório dos procurado- res municipais. Por maioria, o Plenário entendeu que, por se tratar de função essencial à Jus- tiça, o teto é o subsídio dos desembargadores do Tribunal de Justiça. 09 O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) reafirmou jurisprudência da Corte segundo a qual o Estado tem responsabilidade civil objetiva para reparar danos causados a terceiros por tabeliães e oficiais de registro no exercício de suas funções cartoriais. Por maioria de votos, o colegiado negou provimento ao Recurso Extraordinário (RE) 842846, com repercus- são geral reconhecida, e assentou ainda que o Estado deve ajuizar ação de regresso contra o responsável pelo dano, nos casos de dolo ou culpa, sob pena de improbidade administrativa. 10 O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu o direito de candidatas ges- tantes à remarcação de testes de aptidão física em concursos públicos, independentemente de haver previsão no edital. Os ministros negaram provimento ao Recurso Extraordinário (RE) 1058333, no qual o Estado do Paraná questionava acórdão do Tribunal de Justiça local (TJ- PR) que garantiu o direito à remarcação a uma candidata que não compareceu ao exame físico, que constituía etapa do certame para o cargo de Policial Militar do Estado do Paraná (PM-PR), em razão da gravidez de 24 semanas. Como o tema debatido no recurso teve a repercussão geral reconhecida, a decisão majoritária deverá ser aplicada pelas demais ins- tâncias nos casos semelhantes. Foi aprovada a seguinte tese de repercussão geral: “É cons- titucional a remarcação do teste de aptidão física de candidata que esteja grávida à época de sua realização, independentemente da previsão expressa em edital do concurso público”. SÚMULAS Súmula Vinculante n. 10: Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de Tribunal que, embora não declare expressamente a inconstituciona- lidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte. Súmula Vinculante n. 22: A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sen- tença de mérito em primeiro grau quando da promulgação da Emenda Constitucional nº 45/04. 7 www.grancursosonline.com.br Revisão BRB Súmula Vinculante n. 23: A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação possessória ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada. Súmula Vinculante n. 38: É competente o Município para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento comercial. Súmula Vinculante n. 39: Compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civil e militar e do corpo de bombeirosmilitar do Distrito Federal. Súmula Vinculante n. 40: A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da Consti- tuição Federal, só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo. Súmula Vinculante n. 45: A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela constituição estadual. Súmula Vinculante n. 46: A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento são da competência legislativa privativa da União. Súmula Vinculante n. 49: Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área. Súmula Vinculante n. 53: A competência da Justiça do Trabalho prevista no art. 114, VIII, da Constituição Federal alcança a execução de ofício das contribuições previdenciárias rela- tivas ao objeto da condenação constante das sentenças que proferir e acordos por ela homo- logados. LEGISLAÇÃO Lei n. 9.868, de 10 de novembro de 1999 01 Art. 5º Proposta a ação direta, não se admitirá desistência. 02 Art. 7º Não se admitirá intervenção de terceiros no processo de ação direta de inconstitu- cionalidade. 03 Art. 7º, § 2º O relator, considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, poderá, por despacho irrecorrível, admitir, observado o prazo fixado no parágrafo anterior, a manifestação de outros órgãos ou entidades. 04 Art. 16. Proposta a ação declaratória, não se admitirá desistência. 8 www.grancursosonline.com.br Revisão BRB 05 Art. 18. Não se admitirá intervenção de terceiros no processo de ação declaratória de constitucionalidade. 06 Art. 26. A decisão que declara a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo em ação direta ou em ação declaratória é irrecorrível, ressalvada a interposição de embargos declaratórios, não podendo, igualmente, ser objeto de ação rescisória. 07 Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Fede- ral, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado. Lei n. 9.882, de 3 de dezembro de 1999 01 Art. 1º A arguição prevista no § 1° do art. 102 da Constituição Federal será proposta perante o Supremo Tribunal Federal, e terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fun- damental, resultante de ato do Poder Público. Parágrafo único. Caberá também arguição de descumprimento de preceito fundamental: I – quando for relevante o fundamento da contro- vérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição. 02 Art. 11. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, no processo de argui- ção de descumprimento de preceito fundamental, e tendo em vista razões de segurança jurí- dica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado. 03 Art. 12. A decisão que julgar procedente ou improcedente o pedido em arguição de des- cumprimento de preceito fundamental é irrecorrível, não podendo ser objeto de ação rescisória. 9 www.grancursosonline.com.br Revisão BRB DIREITO ADMINISTRATIVO PROFESSOR RESPONSÁVEL: GUSTAVO SCATOLINO LEGISLAÇÃO 01 Lei n. 13.303/2016 Art. 3º Empresa pública é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios. Parágrafo único. Desde que a maioria do capital votante permaneça em propriedade da União, do Estado, do Distrito Federal ou do Município, será admitida, no capital da empresa pública, a participação de outras pessoas jurídicas de direito público interno, bem como de enti- dades da administração indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Art. 4º Sociedade de economia mista é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou a entidade da administração indireta. Lei n. 8.429/1992 Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patri- mônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei. Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a con- tribuição dos cofres públicos. Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior. 10 www.grancursosonline.com.br Revisão BRB Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da efetivação da medida cautelar. AGENTES PÚBLICOS Constituição Federal Art. 37. XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) a) a de dois cargos de professor; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 34, de 2001) Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: (Redação dada pela Emenda Cons- titucional nº 19, de 1998) I – tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função; II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo- -lhe facultado optar pela sua remuneração; III – investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo ele- tivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior; Lei n. 8.666/1993 Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial: I – para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representantecomercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes; II – para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação; 11 www.grancursosonline.com.br Revisão BRB III – para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública. ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA Art. 37 da Constituição Federal XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complemen- tar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação; JURISPRUDÊNCIA/INFORMATIVO 01 Direito à nomeação em concursos. Assim, o direito subjetivo à nomeação do candidato aprovado em concurso público exsurge nas seguintes hipóteses: a) quando a aprovação ocor- rer dentro do número de vagas dentro do edital; b) quando houver preterição na nomeação por não observância da ordem de classificação; e c) quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo concurso durante a validade do certame anterior, e ocorrer a preterição de candidatos de forma arbitrária e imotivada por parte da administração nos termos acima. RE 837311/PI, rel. Min. Luiz Fux, 9.12.2015. (RE-837311) 02 Venda de empresa estatal e autorização legislativa. Em conclusão de julgamento, o Ple- nário, em voto médio, referendou parcialmente medida cautelar anteriormente concedida em ação direta de inconstitucionalidade, para conferir ao art. 29, caput, XVIII, da Lei 13.303/2016 (1) interpretação conforme à Constituição Federal (CF), nos seguintes termos: i) a alienação do controle acionário de empresas públicas e sociedades de economia mista exige autoriza- ção legislativa e licitação; e ii) a exigência de autorização legislativa, todavia, não se aplica à alienação do controle de suas subsidiárias e controladas. Nesse caso, a operação pode ser realizada sem a necessidade de licitação, desde que siga procedimentos que observem os princípios da administração pública inscritos no art. 37 da CF (2), respeitada, sempre, a exigência de necessária competitividade (Informativo 942). O voto médio reproduziu o enten- dimento majoritário extraído dos pronunciamentos dos ministros em juízo de delibação. (ADI 5624 – Informativo n. 943 – STF.) 12 www.grancursosonline.com.br Revisão BRB 03 Não ocorre a prescrição do fundo de direito no pedido de concessão de pensão por morte, estando prescritas apenas as prestações vencidas no quinquênio que precedeu à propositura da ação. STJ. 1ª Seção. EREsp 1.269.726-MG, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 13/03/2019 (Info 644). 04 É inconstitucional lei que preveja a possibilidade de o indivíduo aprovado no concurso público ingressar imediatamente no último padrão da classe mais elevada da carreira. Essa disposição afronta os princípios da igualdade e da impessoalidade, os quais regem o concurso público. Por essa razão, o STF declarou a inconstitucionalidade do § 1º do art. 18 da Lei nº 8.691/93. STF. Plenário. ADI 1240/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 28/2/2019 (Info 932). 05 O STF entendeu que o teto remuneratório de Procuradores Municipais é o subsídio de Desembargador de TJ. Isso porque, a expressão "Procuradores", contida na parte final do inciso XI do art. 37 da Constituição da República, compreende os procuradores municipais, uma vez que estes se inserem nas funções essenciais à Justiça, estando, portanto, subme- tidos ao teto de 90,25% (noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento) do subsídio mensal, em espécie, dos ministros do STF. Logo, não estariam submetidos aos limites impos- tos aos demais servidores do Poder Executivo, não sendo o teto para os Procuradores Muni- cipais o subsídio do Prefeito. STF. Plenário. RE 663696/MG, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 28/2/2019 (Info 932) 06 O Estado responde, objetivamente, pelos atos dos tabeliães e registradores oficiais que, no exercício de suas funções, causem dano a terceiros, assentado o dever de regresso contra o responsável, nos casos de dolo ou culpa, sob pena de improbidade administrativa. O Estado possui responsabilidade civil direta, primária e objetiva pelos danos que notários e oficiais de registro, no exercício de serviço público por delegação, causem a terceiros. STF. Plenário. RE 842846/RJ, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 27/2/2019 (repercussão geral) (Info 932) 07 A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), empresa pública federal, pode ser contratada sem licitação, com fundamento no art. 24, VIII, da Lei nº 8.666/93, para a prestação de serviços de logística. STF. 2ª Turma. MS 34939/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 19/3/2019 (Info 934). 13 www.grancursosonline.com.br Revisão BRB 08 Viola o art. 132 da CF/88 norma da Constituição Estadual que preveja que a assistência jurídica da Administração indireta será exercida por profissionais do corpo jurídico que com- põem seus respectivos quadros. O art. 132 da CF/88 atribuiu aos Procuradores dos Estados e do DF exclusividade no exercício da atividade jurídica contenciosa e consultiva não apenas dos órgãos, mas também das entidades que compõem a administração pública indireta. STF. Plenário. ADI 5262 MC/RR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 27 e 28/3/2019 (Info 935). 09 A nomeação do cônjuge de prefeito para o cargo de Secretário Municipal, por se tratar de cargo público de natureza política, por si só, não caracteriza ato de improbidade adminis- trativa. STF. 2ª Turma. Rcl 22339 AgR/SP, Rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgado em 4/9/2018 (Info 914). 10 O limite de idade, quando regularmente fixado em lei e no edital de determinado concurso público, há de ser comprovado no momento da inscrição no certame. ARE 840.592/CE, Min. Roberto Barroso, 23.6.2015. (ARE-840.592) (INF 791 STF) SÚMULAS Súmula n. 611/STJ: Desde que devidamente motivada e com amparo em investigação ou sindicância, é possível a instauração de processo administrativo disciplinar com base em denúncia anônima, em face do poder-dever de autotutela imposto à Administração. Súmula n. 615/STJ: Não pode ocorrer ou permanecer a inscrição do município em cadas- tros restritivos fundada em irregularidades na gestão anterior quando, na gestão sucessora, são tomadas as providências cabíveis à reparação dos danos eventualmente cometidos. STJ. 1ª Seção. Aprovada em 09/05/2018, DJe 14/05/2018. Súmula Vinculante n. 3/STF: Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asse- guram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da lega- lidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão. Súmula Vinculante n. 5/STF: A falta de defesa técnica por advogado no processo adminis- trativo disciplinar não ofende a Constituição. Súmula Vinculante n. 13/STF: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na 14 www.grancursosonline.com.br Revisão BRB Administração Pública Direta e Indireta em qualquer dos Poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal. DIREITO CIVIL PROFESSORRESPONSÁVEL: CARLOS ELIAS LEGISLAÇÃO Código Civil 01 Art. 170. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de outro, subsistirá este quando o fim a que visavam as partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem pre- visto a nulidade. Esse dispositivo trata do princípio da conversão substancial do negócio jurídico e costuma ser muito cobrado. 02 Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á: I – por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual; II – por protesto, nas condições do inciso antecedente; III – por protesto cambial; IV – pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de credores; V – por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; VI – por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor. Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da data do ato que a inter- rompeu, ou do último ato do processo para a interromper. �Obs.:� É sempre importante lembrar as hipóteses de interrupção da prescrição no Código Civil, pois isso é bem cobrado. 03 Art. 316. É lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas. 15 www.grancursosonline.com.br Revisão BRB �Obs.:� Esse dispositivo trata do que se chama “cláusula de escala móvel” ou “cláusula de escalonamento”. 04 Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação.” Art. 478 do CC: Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em vir- tude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação. Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar equitativamente as condições do contrato. Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, poderá ela pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou alterado o modo de executá-la, a fim de evitar a onerosidade excessiva. �Obs.:� Os dispositivos acima tratam da teoria da imprevisão. 05 Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva. �Obs.:� Esse preceito proíbe o pacto de corvina, também chamado de pacto sucessório. 06 Art. 827. O fiador demandado pelo pagamento da dívida tem direito a exigir, até a contes- tação da lide, que sejam primeiro executados os bens do devedor. Parágrafo único. O fiador que alegar o benefício de ordem, a que se refere este artigo, deve nomear bens do devedor, sitos no mesmo município, livres e desembargados, quantos bastem para solver o débito.” Art. 828. Não aproveita este benefício ao fiador: I – se ele o renunciou expressamente; II – se se obrigou como principal pagador, ou devedor solidário; III – se o devedor for insolvente, ou falido. �Obs.:� Esses dois preceitos disciplinam o benefício de ordem no contrato de fiança. 16 www.grancursosonline.com.br Revisão BRB 07 Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. �Obs.:� Pelo preceito acima, a regra é a de que a responsabilidade é subjetiva. O parágrafo único, porém, estabelece a exceção, que é a responsabilidade objetiva, admitida nos casos legais ou no caso em que for aplicável a teoria do risco. 08 Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: I – os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; II – o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições; III – o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; IV – os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos; V – os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia. Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos. Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou rela- tivamente incapaz. (...) Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujei- tos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação. Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os coautores e as pes- soas designadas no art. 932. �Obs.:� Os dispositivos acima, do Código Civil, tratam da responsabilidade por ato de terceiro. 09 Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. 17 www.grancursosonline.com.br Revisão BRB Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização. �Obs.:� O caput do artigo trata do princípio da reparação integral (= da restitutio in integrum). O parágrafo único fixa uma exceção. 10 Art. 1.428. É nula a cláusula que autoriza o credor pignoratício, anticrético ou hipotecário a ficar com o objeto da garantia, se a dívida não for paga no vencimento. Parágrafo único. Após o vencimento, poderá o devedor dar a coisa em pagamento da dívida. �Obs.:� Esse dispositivo do CC proíbe a chamada “cláusula comissória” nos direitos reais de garantia. JURISPRUDÊNCIA/INFORMATIVO 01 Pretensões para obter indenização por dano prescrevem em 3 anos apenas quando decor- rer de responsabilidade civil extracontratual por força do art. 206, § 3º, V, do CC. Se, todavia, originarem-se de responsabilidade civil contratual (ou seja, se tiverem nascido de um relação contratual entre as partes), o prazo prescricional é de 10 anos por força do art. 205 do CC. É que a expressão “reparação civil” prevista no inciso V do § 3º do art. 206 do CC não abrange casos de responsabilidade civil contratual. STJ pacificou esse entendimento após controvér- sia havida entre os órgãos fracionários dessa Corte (STJ, EREsp 1281594/SP, Corte Especial, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Rel. p/ Acórdão Ministro Felix Fischer, DJe 23/05/2019). 02 No caso de seguro de vida, o único caso em que a conduta do segurado como causadora da morte exclui a cobertura securitária é a hipótese de suicídio ocorrido nos 2 primeiros anos do contrato. Não há cobertura pelo suicídio nesses dois primeiros anos, independentemente de prova de premeditação. Após esse prazo de dois anos, nem mesmo o suicídio exclui a cobertura, ainda que se trate de suicídio premeditado, pois o art. 798 do CC estabeleceu esse prazo como um critério temporal objetivo. Por essa razão, a embriaguez do segurado no momento da morte é irrelevante, ainda que ela tenha sido a causadora do sinistro. Vale a mesma assertiva para outras condutas diversas do suicídio, como uso de drogas. Só o suicídio no primeiro biênio do contrato de seguro de vida pode excluir a indenização. Essa é a inteligência da Súmula nº 620/STJ (“A embriaguez 18 www.grancursosonline.com.br Revisão BRB do segurado não exime a seguradora do pagamento da indenização prevista em contrato de seguro de vida”). O STJ é pacífico nesse sentido (STJ, EREsp 973.725/SP, 2ª Seção, Rel. Ministro Lázaro Guimarães – Des. Convocado,DJe 02/05/2018). Cabe uma advertência: estamos a tratar aqui de seguro DE VIDA (espécie de seguro de pessoa, e não de seguro de veículo (espécie de seguro de dano). A embriaguez tem efeito diverso quando se trata de seguro de veículo. 03 Para efeito de responsabilidade civil, no caso de acidente de trânsito, há presunção rela- tiva de que o motorista embriagado é o culpado, assegurado o seu direito de provar o contrá- rio. O STJ se valeu aí da Tese da Culpa da Legalidade, segundo a qual a manifesta violação de norma jurídica gera, por si só, presunção relativa de culpa do infrator quanto aos danos ocorridos. No voto, o relator cita o Prof. Flávio Tartuce, que também defende essa Tese da Culpa da Legalidade (REsp 1749954/RO, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TER- CEIRA TURMA, julgado em 26/02/2019, DJe 15/03/2019). 04 Havendo acidente de trânsito, a vítima pode pleitear indenização contra o causador do dano e, também, nos limites do valor da cobertura, contra a seguradora deste (se evidente- mente este possuir seguro de responsabilidade civil). Há necessidade de litisconsórcio para viabilizar a defesa da própria seguradora. A seguradora responde solidariamente com o segu- rado nesse caso (STJ, REsp 925.130/SP, 2ª Seção, Rel. Ministro Luis Felipe Salomão, DJe 20/04/2012; REsp 962.230/RS, 2ª Seção, Rel. Ministro Luis Felipe Salomão, DJe 20/04/2012). 05 Na relação entre segurado e seguradora, é válida a cláusula que exclui o dever de pagar o seguro no caso de o segurado ou de o terceiro (a quem ele tiver cedido o veículo) estar embriagado no momento do acidente, desde que a embriaguez tenha sido a causa. O pro- blema é definir o ônus da prova da embriaguez como causa do acidente. Segundo jurispru- dência mais recente e pacificada do STJ, para a seguradora, basta provar a embriaguez, o que, por força das máximas da experiência, gerará uma presunção relativa de que ela foi a causa do acidente. É, porém, garantido ao segurado refutar essa presunção provando que, ainda que estivesse sóbrio, o acidente teria ocorrido de qualquer maneira, como na hipótese de culpa exclusiva de outro motorista que jogou o carro na contramão e causou o acidente (STJ, AgInt nos EDcl no REsp 1602690/PE, 4ª Turma, Rel. Ministro Luis Felipe Salomão, DJe 04/12/2018). 19 www.grancursosonline.com.br Revisão BRB 06 No seguro de vida, ainda que a seguradora não tenha exigido exames médicos prévios à contratação (pré-admissionais), a doença preexistente excluirá a cobertura somente se a seguradora comprovar má-fé do segurado. É que a falta de exame médico pré-admissional faz presumir boa-fé do segurado (Súmula nº 609/STJ). A má-fé, porém, não pode ser presumida. É preciso ter elementos probatórios concretos, pois é princípio geral de direito que a boa-fé se presume, e a má-fé se prova (STJ, AgInt nos EDcl no REsp 1745782/PR, 4ª Turma, Rel. Ministro Raul Araújo, DJe 29/11/2018). O silêncio do segurado acerca de seu conhecido estado de saúde é considerado má-fé, pois, se sabia de sua frágil condição de saúde, era seu dever informá-la no momento da contratação do seguro ao assinar a famosa “Declaração de Saúde” (STJ, AgInt no AREsp 1328657/PB, 4ª Turma, Rel. Ministro Antonio Carlos Ferreira, DJe 22/11/2018; AgInt no AREsp 1310293/PB, 3ª Turma, Rel. Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, DJe 04/10/2018). Quanto ao plano de saúde, embora ele seja um seguro de dano, e não de pessoa, ele se destina a cobrir prejuízos financeiros decorrentes de problemas de saúde do beneficiá- rio, o que torna relevante discussões acerca de doenças preexistentes. Por essa razão, tudo quanto foi exposto acima se estende aos contratos de planos de saúde, respeitadas, porém, as regras específicas desse tipo de contrato quanto a doenças preexistentes nos termos do art. 11 da Lei nº 9.656/1998 e de atos normativos da ANS. Desse modo, observadas essas normas específicas, a operadora do plano de saúde pode limitar a cobertura por doença pre- existente na hipótese de exame médico pré-admissional ou no caso de prova inequívoca da má-fé do consumidor (STJ, (REsp 1578533/SP, 3ª Turma, Rel. Ministra Nancy Andrighi, DJe 21/11/2018; AgInt nos EDcl no AREsp 1076853/SP, 4ª Turma, Rel. Ministro Lázaro Guimarães – Desembargador Convocado, DJe 22/08/2018). 07 O credor fiduciário só responde pelas dívidas condominiais relativas ao imóvel objeto da garantia fiduciária após a imissão na posse decorrente da consolidação da propriedade. Antes disso, o condomínio somente pode cobrar a dívida condominial do devedor fiduciante e, nesse caso, poderá excutir o direito real de aquisição deste, tudo de modo a preservar a proprie- dade fiduciária do credor fiduciário. Essa foi a interpretação conferida pelo STJ ao art. 1.368- B, parágrafo único, do CC em harmonia com o art. 27, § 8º, da Lei nº 9.514/97 (STJ, REsp 1731735/SP, 3ª Turma, Rel. Ministra Nancy Andrighi, DJe 22/11/2018). Alertamos que o supracitado julgado incorreu em atecnia de nomenclatura ao equiparar a data da consolidação da propriedade pelo credor fiduciário com a data da imissão da posse. Pontificou a ementa do referido julgado: “a responsabilidade do credor fiduciário pelo paga- mento das despesas condominiais dá-se quando da consolidação de sua propriedade plena quanto ao bem dado em garantia, ou seja, quando de sua imissão na posse do imóvel, nos 20 www.grancursosonline.com.br Revisão BRB termos do art. 27, § 8º, da Lei 9.514/97 e do art. 1.368-B do CC/02”. Acontece que, no caso de alienação fiduciária sobre imóveis, a consolidação da propriedade ocorre no momento da averbação na matrícula do imóvel (art. 26, § 3º, Lei nº 9.514/97), ao passo que a imissão na posse ocorrerá após esse ato, especificamente quando o credor fiduciário conseguir ingressar na coisa. O tema, porém, ainda poderá vir a ser analisado diversamente pela 4º Turma. Ao nosso sentir, com as devidas vênias, o precedente ignora a natureza propter rem das dívidas con- dominiais, de maneira que, ao nosso aviso, o credor fiduciário deveria responder pelas dívi- das condominiais anteriores à consolidação da propriedade, assegurado direito de regresso contra o devedor fiduciante. Temos que os arts. 1.358, pu, CC e 27, 8º, da Lei nº 9.514/97 dizem respeito apenas à relação entre devedor fiduciante e credor fiduciário, e não na relação deles perante o condomínio – em favor de quem segue em vigor os desdobramentos da natu- reza proper rem das contribuições condominiais. 08 Embora as contribuições (cotas) condominiais tenham natureza propter rem, não sucede o mesmo em relação aos honorários de sucumbência devidos ao advogado do condomínio na ação de cobrança de cotas condominiais. Como consequência, não pode o advogado, com o objetivo de ver satisfeito os seus honorários sucumbenciais, pleitear a expropriação do imóvel se este já não pertence mais ao réu da ação de cobrança condominial (REsp 1730651/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 09/04/2019, DJe 12/04/2019). 09 É lícita a cobrança de abono de pontualidade (desconto no preço se o pagamento for feito antes do vencimento), pois esse instituto diz respeito à definição do preço e destina-se a ser uma “sanção premial” (uma recompensa pelo pagamento pontual da dívida). O abono de pon- tualidade, portanto, não se confunde com a multa moratória, que incide apenas após o inadim- plemento e se presta a punir o devedor. O STJ é unânime em admitir o abono de pontualidade. Há, porém, uma controvérsia quanto ao modo como o abono de pontualidade pode ser cobrado. A 3ª Turma admite a cobrança do abono de pontualidade ainda que o pagamento seja feita na data do vencimento (STJ, REsp 1424814/SP, 3ª Turma, Rel. Ministro Marco Aurélio Bellizze, DJe 10/10/2016; REsp 1745916/PR, 3º Turma, 3ª Turma, Rel. Ministra Nancy Andrighi, DJe 22/02/2019). Já a 4ª Turma só o admite para pagamentos feitos antes da data do vencimento, pois, do contrário, nunca o devedor poderia pagar o valor cheio da dívida sem acréscimo de encargosmoratórios (STJ, REsp n. 832.293/PR, 4ª Turma, Relator Ministro Raul Araújo, DJe 28/10/2015). 21 www.grancursosonline.com.br Revisão BRB 10 O assalto (roubo ou furto) em transporte coletivo rodoviário de pessoas é fortuito externo, pois diz respeito a problema de segurança pública que não é inerente à atividade do trans- portador rodoviário. Além de tal risco não está refletido no preço das tarifas cobradas, o con- sumidor não tem a legítima expectativa de que o veículo terá seguranças armados ou porta detectoras de metais para coibir ação de assaltantes. Não importa se o local do transporte é habitualmente testemunha de assaltos, pois esse risco não é inerente à atividade do transpor- tador. Por isso, a concessionária do serviço público de transporte não responde por assaltos ocorridos no interior de seus veículos (STJ, AgRg no REsp 823.101/RJ, 3ª Turma, Rel. Minis- tro Ricardo Villas Bôas Cueva, DJe 28/06/2013; Rcl 4.518/RJ, 2ª Seção, Rel. Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, DJe 07/03/2012). Todavia, se for provada alguma culpa do transportador pelo assalto ocorrido – como na hipótese de o transportador ter estacionado o veículo em local irregular onde os assaltantes embarcaram –, não se poderá falar em caso fortuito (seja interno, seja externo) e, portanto, será devida a responsabilização do transportador pelo dano sofrido pelo consumidor (STJ, REsp 1136885/SP, 3ª Turma, Rel. Ministra Nancy Andrighi, DJe 07/03/2012; REsp 200.808/ RJ, 3ª Turma, Rel. Ministro Ari Pargendler, DJ 12/02/2001). Isso vale também para assalto de mercadorias transportadas na hipótese de o motorista parar em lugar irregular, pois há culpa do transportador pelo assalto (STJ, REsp 145.614/SP, 3ª Turma, Rel. Ministro Ari Pargendler, DJ 13/08/2001). SÚMULAS 01 Súmula n. 619/STJ: A ocupação indevida de bem público configura mera detenção, de natureza precária, insuscetível de retenção ou indenização por acessões e benfeitorias. A recente Súmula nº 619/STJ é mal redigida, pois foi redigida com olhos apenas nos pre- cedentes das Turmas de Direito Público do STJ, que analisam casos de ocupantes irregulares de bens públicos que pleiteavam indenização contra o Poder Público por acessões e constru- ções. A Súmula nº 619/STJ só é veraz perante o Poder Público. Quando, porém, a ocupação irregular de bem público for levada em conta entre dois particulares, é possível falar em posse, a credenciar o manejo de ações possessórias entre particulares (STJ, REsp 1296964/DF, 4ª Turma, Rel. Ministro Luis Felipe Salomão, DJe 07/12/2016). Isso é o que decidem as Turmas de Direito Privado. ��Obs 1.: O STJ ainda não decidiu se cabe indenização por acessões ou benfeitorias entre particulares que disputam a posse envolvendo bem público. A tendência é admitir a 22 www.grancursosonline.com.br Revisão BRB indenização, pois, entre particulares, há posse, e não detenção, sobre bem público. De fato, o que foi decidido pelo STJ é que o Poder Público não tem de indenizar o ocupante irregular, pois este é detentor em relação ao Estado. ��Obs 2.: Em termos de nomenclatura, há precedentes do STJ que chegam a insinuar que o ocupante irregular de bem público é detentor mesmo entre particulares, mas, apesar disso, de modo precário, pode valer-se de ação possessória (STJ, AgInt no REsp 1324548/DF, 4ª Turma, Rel. Ministro Raul Araújo, DJe 18/08/2017). Súmula n. 632/STJ: Nos contratos de seguro regidos pelo Código Civil, a correção mone- tária sobre a indenização securitária incide a partir da contratação até o efetivo pagamento. Súmula n. 616/STJ: A indenização securitária é devida quando ausente a comunicação prévia do segurado acerca do atraso no pagamento do prêmio, por constituir requisito essen- cial para a suspensão ou resolução do contrato de seguro. Súmula n. 610/STJ: O suicídio não é coberto nos dois primeiros anos de vigência do contrato de seguro de vida, ressalvado o direito do beneficiário à devolução do montante da reserva técnica formada. Súmula n. 564/STJ: No caso de reintegração de posse em arrendamento mercantil finan- ceiro, quando a soma da importância antecipada a título de valor residual garantido (VRG) com o valor da venda do bem ultrapassar o total do VRG previsto contratualmente, o arrenda- tário terá direito de receber a respectiva diferença, cabendo, porém, se estipulado no contrato, o prévio desconto de outras despesas ou encargos pactuados. DIREITO PROCESSUAL CIVIL PROFESSOR RESPONSÁVEL: FÁBIO LEVINO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. § 1º É permitida a arbitragem, na forma da lei. § 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos. § 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deve- rão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial. Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa. Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. 23 www.grancursosonline.com.br Revisão BRB Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens. § 1º Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação: I – que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separa- ção absoluta de bens; II – resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato praticado por eles; III – fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família; IV – que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges. § 2º Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos praticado. § 3º Aplica-se o disposto neste artigo à união estável comprovada nos autos. Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor. § 1º São devidos honorários advocatícios na reconvenção, no cumprimento de sentença, provisório ou definitivo, na execução, resistida ou não, e nos recursos interpostos, cumulati- vamente. § 2º Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá- -lo, sobre o valor atualizado da causa, atendidos: I – o grau de zelo do profissional; II – o lugar de prestação do serviço; III – a natureza e a importância da causa; IV – o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço. § 14. Os honorários constituem direito do advogado e têm natureza alimentar, com os mesmos privilégios dos créditos oriundos da legislação do trabalho, sendo vedada a compen- sação em caso de sucumbência parcial. Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extra- judicial. § 1º A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao distribuidor para as anotações devidas. § 2º Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade jurí- dica for requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica. § 3º A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do § 2º. § 4º O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais específi- cos para desconsideração da personalidade jurídica. 24 www.grancursosonline.com.br Revisão BRB Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a peti- ção inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, dodireito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo. § 1º Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste artigo: I – o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua argumentação, a juntada de novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar; II – o réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de mediação na forma do art. 334; III – não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do art. 335. § 2º Não realizado o aditamento a que se refere o inciso I do § 1º deste artigo, o processo será extinto sem resolução do mérito. § 3º O aditamento a que se refere o inciso I do § 1º deste artigo dar-se-á nos mesmos autos, sem incidência de novas custas processuais. § 4º Na petição inicial a que se refere o caput deste artigo, o autor terá de indicar o valor da causa, que deve levar em consideração o pedido de tutela final. § 5º O autor indicará na petição inicial, ainda, que pretende valer-se do benefício previsto no caput deste artigo. § 6º Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela antecipada, o órgão jurisdicional determinará a emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de ser indeferida e de o processo ser extinto sem resolução de mérito. Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-se estável se da decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso. § 1º No caso previsto no caput, o processo será extinto. § 2º Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada nos termos do caput. § 3º A tutela antecipada conservará seus efeitos enquanto não revista, reformada ou inva- lidada por decisão de mérito proferida na ação de que trata o § 2º. § 4º Qualquer das partes poderá requerer o desarquivamento dos autos em que foi con- cedida a medida, para instruir a petição inicial da ação a que se refere o § 2º, prevento o juízo em que a tutela antecipada foi concedida. § 5º O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada, previsto no § 2º deste artigo, extingue-se após 2 (dois) anos, contados da ciência da decisão que extinguiu o pro- cesso, nos termos do § 1º. § 6º A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a estabilidade dos respec- tivos efeitos só será afastada por decisão que a revir, reformar ou invalidar, proferida em ação ajuizada por uma das partes, nos termos do § 2º deste artigo. 25 www.grancursosonline.com.br Revisão BRB Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando: I – ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte; II – as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante; III – se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do con- trato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa; IV – a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável. Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente. JURISPRUDÊNCIA/INFORMATIVO 01 A tutela antecipada antecedente, concedida nos termos do art. 303 do CPC somente se torna estável se não houver nenhum tipo de impugnação formulada pela parte contrária, de forma que a mera contestação (além do recurso de Agravo de Instrumento) tem força de impe- dir a estabilização. Inicialmente cumpre salientar que uma das grandes novidades trazidas pelo novo diploma processual civil é a possibilidade de estabilização da tutela antecipada requerida em cará- ter antecedente, disciplinada no referido art. 303. Nos termos do art. 304 do CPC/2015, não havendo recurso do deferimento da tutela antecipada requerida em caráter antecedente, a referida decisão será estabilizada e o processo será extinto, sem resolução do mérito. A ideia central do instituto, portanto, é que, após a concessão da tutela antecipada em caráter antecedente, nem o autor e nem o réu tenham interesse no prosseguimento do feito, isto é, não queiram uma decisão com cognição exauriente do Poder Judiciário, apta a produzir coisa julgada material. Nessa perspectiva, caso a parte não interponha o recurso de agravo de instrumento contra a decisão que defere a tutela antecipada requerida em caráter antecedente, mas, por exem- plo, se antecipa e apresenta contestação refutando os argumentos trazidos na inicial e pleite- ando a improcedência do pedido, evidentemente não ocorrerá a estabilização da tutela. Ora, não se revela razoável entender que, mesmo o réu tendo oferecido contestação ou algum outro tipo de manifestação pleiteando o prosseguimento do feito, a despeito de não ter recor- rido da decisão concessiva da tutela, a estabilização ocorreria de qualquer forma. Com efeito, admitir essa situação estimularia a interposição de agravos de instrumento, sobrecarregando desnecessariamente os Tribunais, quando bastaria uma simples manifestação do réu afir- mando possuir interesse no prosseguimento do feito, resistindo, assim, à pretensão do autor, 26 www.grancursosonline.com.br Revisão BRB a despeito de se conformar com a decisão que deferiu os efeitos da tutela antecipada. (REsp 1.760.966-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, por unanimidade, julgado em 04/12/2018, DJe 07/12/2018, Inf. 639.) 02 A decisão que indefere o pedido de desconsideração da personalidade jurídica traz em si, implicitamente, a cláusula rebus sic stantibus, na medida em que se vincula ao contexto fático que lhe dá suporte. Assim, prosseguindo a execução e sobrevindo outros elementos que evidenciem, a partir de um novo contexto fático, a existência dos requisitos autorizadores da medida, nada obsta que o pedido seja renovado, na busca da satisfação da pretensão executória do credor, que é o fim último da execução. (REsp 1758794/PR, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 21/05/2019, DJe 24/05/2019.) 03 O prazo recursal em dobro é inaplicável quando apenas um dos litisconsortes com pro- curadores distintos sucumbe em processo com autos físicos na vigência do CPC/2015. Inteli- gência da Súmula 641/STF. (REsp 1709562/RS, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 16/10/2018, DJe 18/10/2018, Inf. 636.) 04 Em ação consignatória, a insuficiência do depósito realizado pelo devedor conduz ao jul- gamento de improcedência do pedido, pois o pagamento parcial da dívida não extingue o vín- culo obrigacional. Assim, o depósito de quantia insuficiente para a liquidação integral da dívida não conduz à liberação do devedor, que permanece em mora, ensejando a improcedência da consignató- ria. (REsp 1108058/DF, Rel. Ministro LÁZARO GUIMARÃES (DESEMBARGADOR CONVO- CADO DO TRF 5ª REGIÃO), Rel. p/ Acórdão Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 10/10/2018, DJe 23/10/2018. Inf. 636 e Tema repetitivo 967.) 05 Técnica de ampliação do colegiado. Art. 942 do CPC/2015. Julgamento não unânime. Novos julgadores convocados. Possibilidade de apreciação da integralidade do recurso. O colegiado formado com a convocação dos novos julgadores (art. 942 do CPC/2015) poderá analisar de forma ampla todo o conteúdo das razões recursais, não se limitando à maté- ria sobre a qual houve originalmente divergência. (REsp 1771815/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 13/11/2018, DJe 21/11/2018. Inf. 638.) 27 www.grancursosonline.com.br Revisão BRB 06 A decisão de inadmissibilidade do recurso especial não é formada por capítulos autôno- mos, mas por um único dispositivo, o que exigesua impugnação total. A Corte Especial do STJ, em apreciação aos embargos de divergência, pacificou o enten- dimento que encontrava dissonância no âmbito do Tribunal sobre a necessidade de o recor- rente, em agravo em recurso especial, impugnar especificamente todos os fundamentos constantes da decisão de inadmissibilidade do recurso especial. (EAREsp 831.326/SP, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, Rel. p/ Acórdão Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, CORTE ESPECIAL, julgado em 19/09/2018, DJe 30/11/2018. Inf. 638.) 07 Na fase de cumprimento de sentença, é incabível a rejeição do seguro garantia judicial pelo exequente, salvo por insuficiência, defeito formal ou inidoneidade da salvaguarda oferecida. Com efeito, no cumprimento de sentença, a fiança bancária e o seguro garantia judicial são as opções mais eficientes sob o prisma da análise econômica do direito, visto que reduzem os efeitos prejudiciais da penhora ao desonerar os ativos de sociedades empresárias subme- tidas ao processo de execução, além de assegurar, com eficiência equiparada ao dinheiro, que o exequente receberá a soma pretendida quando obter êxito ao final da demanda. Nesse contexto, acarretam a harmonização entre o princípio da máxima eficácia da execução para o credor e o princípio da menor onerosidade para o executado, a aprimorar consideravelmente as bases do sistema de penhora judicial e a ordem de gradação legal de bens penhoráveis, conferindo maior proporcionalidade aos meios de satisfação do crédito ao exequente. Assim, dentro do sistema de execução, a fiança bancária e o seguro garantia judicial produzem os mesmos efeitos jurídicos que o dinheiro para fins de garantir o juízo, não podendo o exe- quente rejeitar a indicação, salvo por insuficiência, defeito formal ou inidoneidade da salva- guarda oferecida. (REsp 1691748/PR, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TER- CEIRA TURMA, julgado em 07/11/2017, DJe 17/11/2017. Inf. 615.) 08 O prazo comum para cumprimento voluntário de sentença deverá ser computado em dobro no caso de litisconsortes com procuradores distintos, em autos físicos. (REsp 1693784/ DF, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 28/11/2017, DJe 05/02/2018. Inf. 619.) 09 O ressarcimento dos prejuízos advindos com o deferimento da tutela provisória posterior- mente revogada por sentença que extingue o processo sem resolução de mérito, sempre que possível, deverá ser liquidado nos próprios autos. 28 www.grancursosonline.com.br Revisão BRB O Código de Processo Civil de 2015, seguindo a mesma linha do CPC/1973, adotou a teoria do risco-proveito, ao estabelecer que o beneficiado com o deferimento da tutela provisó- ria deverá arcar com os prejuízos causados à parte adversa, sempre que: i) a sentença lhe for desfavorável; ii) a parte requerente não fornecer meios para a citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias, caso a tutela seja deferida liminarmente; iii) ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal; ou iv) o juiz acolher a decadência ou prescrição da pretensão do autor (CPC/2015, art. 302, caput e incisos I a IV). Em relação à forma de se buscar o ressarcimento dos prejuízos advindos com o deferi- mento da tutela provisória, o parágrafo único do art. 302 do CPC/2015 é claro ao estabelecer que "a indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido concedida, sempre que possível", dispensando-se, assim, o ajuizamento de ação autônoma para esse fim. (REsp 1770124/SP, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 21/05/2019, DJe 24/05/2019. Inf. 649.) 10 O recurso cabível contra decisão que julga procedente, na primeira fase, a ação de exigir contas é o agravo de instrumento. O novo Código, aprimorando a técnica do anterior, ao se referir a uma decisão, deixou mais claro que poderá não haver sentença, como sucede quando a ação de exigir contas é julgada procedente na primeira fase, para ter prosseguimento ainda. Na hipótese contrária, ou seja, se a decisão der pela improcedência da ação de exigir contas, aí sim teremos uma sentença pondo fim ao processo, inclusive com aplicação de ônus sucumbenciais. Então, na primeira hipótese, ter-se-á uma decisão que desafia agravo de instrumento; na segunda hipó- tese é que a decisão atrairia apelação. (REsp 1.680.168-SP, Rel. Min. Marco Buzzi, Rel. Acd. Min. Raul Araújo, Quarta Turma, por unanimidade, julgado em 09/04/2019, DJe 10/06/2019. Inf. 650.) SÚMULAS 01 Súmula n. 363/STF – A pessoa jurídica de direito privado pode ser demandada no domicí- lio da agência, ou estabelecimento, em que se praticou o ato. Súmula n. 501/STF – Compete à Justiça ordinária estadual o processo e o julgamento, em ambas as instâncias, das causas de acidente do trabalho, ainda que promovidas contra a União, suas autarquias, empresas públicas ou sociedades de economia mista. Súmula n. 517/STF – As sociedades de economia mista só têm foro na Justiça Federal, quando a União intervém como assistente ou opoente. 29 www.grancursosonline.com.br Revisão BRB 02 Súmula n. 485/STJ – A Lei de Arbitragem aplica-se aos contratos que contenham cláusula arbitral, ainda que celebrados antes da sua edição. Súmula n. 628/STJ – A teoria da encampação é aplicada no mandado de segurança quando presentes, cumulativamente, os seguintes requisitos: a) existência de vínculo hierár- quico entre a autoridade que prestou informações e a que ordenou a prática do ato impug- nado; b) manifestação a respeito do mérito nas informações prestadas; e c) ausência de modi- ficação de competência estabelecida na Constituição Federal. Súmula n. 621/STJ – A extinção do processo, por abandono da causa pelo autor, depende de requerimento do réu. DIREITO TRIBUTÁRIO PROFESSOR RESPONSÁVEL: RENATO CESAR GUEDES GRILO LEGISLAÇÃO 01 Imunidades Constitucionais aos Impostos CF. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI – instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; b) templos de qualquer culto; c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das enti- dades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasilei- ros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser. (...) § 2º A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vincula- dos a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. § 3º As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas 30 www.grancursosonline.com.br Revisão BRB normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou paga- mento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel. § 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patri- mônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas. 02 Princípio da eficácia diferida – anterioridade tributária CF. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) III – cobrar tributos: (...) b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; c) antes de decorridosnoventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os insti- tuiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b; Observações: Exceções à anterioridade anual Imposto de Importação – II; Imposto de Exportação – IE; Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI; Imposto sobre Operações Financeiras – IOF; Imposto Extraordinário (de Guerra) – IEG; Empréstimo Compulsório para Calamidade Pública ou para Guerra Externa (EC-CALA/GUE); CIDE-Combustível e ICMS-Combustível (previstos na EC n. 33/2001). Exceções à anterioridade nonagesimal Imposto de Importação – II; Imposto de Exportação – IE; Imposto de Renda – IR; Imposto sobre Operações Financeiras – IOF; Imposto Extraordinário (de Guerra) – IEG; Empréstimo Compulsório para Calamidade Pública ou para Guerra Externa – EC-CALA/GUE; Alterações na base de cálculo do IPTU e do IPVA. 03 Limitação ao incremento tributário dos impostos por meio de MP 31 www.grancursosonline.com.br Revisão BRB CF. Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. (...) § 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os pre- vistos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. *Exceções – os seguintes impostos federais: II, IE, IPI, IOF e IEG. 04 Substituição progressiva ou para Frente CF. Art. 150 (...) § 7º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de respon- sável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posterior- mente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido. 05 Obrigação tributária CTN. Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. § 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as presta- ções, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. § 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obri- gação principal relativamente à penalidade pecuniária. 06 CTN. Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos: (...) Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurí- dicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. 07 A responsabilidade tributária: Prática de atos de representação 32 www.grancursosonline.com.br Revisão BRB Atos de ofício de tabeliães, escrivães e demais serventuários CTN. Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis: I – os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores; II – os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados; III – os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes; IV – o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio; V – o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário; VI – os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício; VII – os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas. Parágrafo único. O disposto neste artigo só se aplica, em matéria de penalidades, às de caráter moratório. 08 Denúncia Espontânea CTN. Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acom- panhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depó- sito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. 09 Regras de contagem da decadência para os casos de lançamento de ofício (direto) ou por declaração do contribuinte (art. 147, CTN) CTN. Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos, contados: I – do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; II – da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue-se definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indis- pensável ao lançamento. 10 Lançamento por homologação 33 www.grancursosonline.com.br Revisão BRB CTN, Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legis- lação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da auto- ridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. § 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento. § 2º Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à homologação, praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do crédito. § 3º Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém, considerados na apuração do saldo porventura devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade, ou sua graduação. § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrên- cia do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se compro- vada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. JURISPRUDÊNCIA/INFORMATIVO 01 Os tributos, nas suas diversas espécies, compõem o Sistema Constitucional Tributário brasileiro, que a Constituição inscreve nos seus arts. 145 a 162. Tributo, sabemos todos, encontra definição no art. 3º do CTN, definição que se resume, em termos jurídicos, no cons- tituir ele uma obrigação que a lei impõe às pessoas, de entrega de uma certa importância em dinheiro ao Estado. As obrigações são voluntárias ou legais. As primeiras decorrem da von- tade das partes, assim, do contrato; as legais resultam da lei, por isso são denominadas obri- gações ex lege e podem ser encontradas tanto no direito público quanto no direito privado. A obrigação tributária, obrigação ex lege, a mais importante do direito público, "nasce de um fato qualquer da vida concreta, que antes havia sido qualificado pela lei como apto a determinar o seu nascimento" (ATALIBA, Geraldo. Hermenêutica e Sistema Constitucional Tributário. Diritto e pratica tributaria, Padova, Cedam, v. L, 1979). As diversas espécies tributárias, determina- das pela hipótese de incidência ou pelo fato gerador da respectiva obrigação (CTN, art. 4º), são a) os impostos (CF, art. 145, I; arts. 153, 154, 155 e 156), b) as taxas (CF, art. 145, II), c) as contribuições, que são c.1) de melhoria (CF, art. 145, III), c.2) sociais (CF, art. 149), que, por sua vez, podem ser c.2.1) de seguridade social (CF, art. 195; CF, 195, § 4º) e c.2.2) salário educação (CF, art.
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