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Nathália Machado – MED FTC Câncer de colo uterino ▸O HPV é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de câncer de colo. ➜ HPV (Papiloma virus humano) ▸DNA vírus ▸Risco oncogênico: depende do tipo de HPV e da lesão tecidual provocada pela infecção. Baixo risco oncogênico: 6, 11, 26, 42, 44, 54, 70 e 73. Alto risco oncogênico: 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58, 59, 66. ▸Transmitido por contato sexual; ▸A maioria das mulheres se infecta nos primeiros anos de atividade sexual, entre 15 e 25 anos. ▸O comportamento do vírus após a infecção depende do hospedeiro: - Eliminação após fase aguda; - Infecção latente; - Infecção ativa e progressiva. ▸O HPV de alto risco está associado à integração do genoma viral com o genoma humano, o vírus assume o controle do ciclo celular e da população de células infectadas. ▸A evolução das lesões depende do tipo de tecido acometido, da carga viral e da persistência da infecção. Porém, outros fatores, como tabagismo, fatores nutricionais, genéticos e estado imunológico do hospedeiro também estão relacionados a evolução das lesões, principalmente o estado do sistema imune. ▸O HPV está presente em 99% de casos de câncer de colo de útero. ▸É um fator necessário para o desenvolvimento do câncer, porém não suficiente. Não signifca que toda paciente infectada desenvolverá câncer, mesmo na ausência de tratamento. Mecanismo de ação O vírus infecta o hospedeiro pelo contato entre as mucosas na relação sexual. Semanas depois o vírus se replica e cerca de 30% das infecções são combatidas pelo sistema imune. 10 a 30 anos depois 0.8% dos casos evolui para câncer de colo de útero, ânus e pênis. Nathália Machado – MED FTC O HPV invade as camadas mais profundas dos tecidos e gera lesões que podem evoluir para câncer. 30 tipos de HPV estão associados a problemas de saúde em humanos e 13 tipos estão ligados a câncer. Neoplasias Intra-cervicais (NIC) ▸São atipias celulares limitadas ao epitélio de revestimento da cervix, sem ruptura da membrana basal. ▸Possui relação com o câncer uterino, mas não é fator determinante. ▸Dividido em: - NIC 1: baixo grau, normalmente regride naturalmente, mas pode evoluir para NIC 2 ou 3. - NIC 2: alto grau, tem potencial cancerígeno maior. - NIC 3: alto grau, tem potencial cancerígeno maior. A imagem abaixo ilustra as modificações sofridas pelas células: A displasia leve equivale a um NIC 1, devido ao baixo número de células afetadas. NIC 2 e NIC 3 estão equivalentes a displasia moderada e severa, onde já se tem um grande número de células afetadas. O Carcinoma “in situ”, ainda não ultrapassou a membrana por isso a denominação “in situ”, ocorre quando temos praticamente toda a camada comprometida por atipias celulares. A história natural é um continuum progressivo das lesões levando ao câncer cervical, no entanto, existem casos em que há regressão e não evolui para neoplasia. Existem cofatores que possuem papel fundamental na transição da infecção viral para as neoplasias de colo uterino: - Do hospedeiro: - Do HPV Nathália Machado – MED FTC Lesões pré-neoplasicas do epitélio escamoso Classificação: ▸Lesão intraepitelial escamosa de baixo grau (LSIL): NIC 1 ▸Lesão intraepitelial escamosa de algo grau (HSIL): NIC 2 e 3 ▸Células escamosas atípicas (ASC) de significado indeterminado (ASC- US) ou células escamosas atípicas que não permitem excluir uma lesão intraepitelial escamosa de alto grau (ASC-H). ▸Carcinomas escamosos in situ Lesões pré-neoplásicas do epitélio colunar Classificação: ▸Células glandulares atípicas de significado indeterminado – AGC ▸Adenocarcinoma in situ – AIS Essas atipias podem ser identificadas através da coleta do material cervical. NIC e câncer Essa imagem mostra ilustra a infecção pelo HPV: ▸O papiloma entra no epitélio através da uma microlesão e infecta células da camada basal. ▸As células basais se multiplicam e as células infectadas começam a sofrer alterações. ▸As células atípicas continuam a se multiplicar e criar lesões de maior grau. ▸As células malignas podem romper a membrana basal e incadir os tecidos próximos, em um intervalo de cerca de 10 anos. NIC – Diagnóstico O objetivo é diagnosticar lesões potencialmente precursoras de neoplasia, tratá-las e evitar a evolução maligna dessa infecção. ▸Citologia: papanicolau, realizar a coleta do material cervical. Se citologia alterada ou teste de Schiller positivo + citologia alterada, realizar colposcopia. Nathália Machado – MED FTC ▸Colposcopia: funciona como um microscópio e permite a análise do colo do útero, vagina e vulva de forma ampliada e detalhada, devido as lentes de aumento. Esse exame é capaz de detectar lesões benignas, pré-malignas e malignas. Caso lesões sejam encontradas, biópsias das lesões devem ser realizadas durante o exame. ▸Histologia: análise histológica da biópsia. ▸Biologia molecular: captura híbrida para HPV, é possível identificar qual o tipo de papiloma. Neoplasias intra-cervicais – Características Citológicas ▸LIE-GB: células com núcleo aumentado e hipercromático, cromatina bem distribuída ou granular e cavitação perinuclear (coilocitose). ▸LIE-AG: células imaturas isoladas, em placas ou sincícios com relação N\C aumentada. Presença de hipercromasia, núcleos com cromatina granular. NIC – Achados colposcópicos Paciente encaminhada para colposcopia, por ter tido um resultado de citologia alterado, será biopsiada nessas regiões onde foram encontradas atipias. NIC – Tratamento ▸Lesões de baixo grau – NIC 1: conduta expectante, a paciente será acompanhada pois essas lesões tendem a regredir. ▸Lesões de alto grau: a lesão precisa ser retirada. - Conização Pode ser feito por meio da cirurgia clássica ou por laser|eletrocirurgia. Essa parte será analisada, para verificar se toda a lesão foi retirada ou se já houve invasão de tecido e desenvolvimento de um câncer. Caso seja percebido que houve invasão, a conduta será cirurgia oncológica. Câncer de Colo Uterino Caracteriza-se pela replicação desordenada do epitélio de revestimento do órgão – comprometimento e invasão da membrana basal. Se houve invasão, é câncer. Caso contrário, não é. ▸Duas categorias principais: - Carcinoma epidermoide - Adenocarcinoma (epitélio colunar) ▸Disseminação: Nathália Machado – MED FTC - Continuidade e contiguidade aos tecidos adjacentes. - Embolização linfática. Epidemiologia ▸Meio milhão de mulheres são vítimas de câncer de colo uterino todo ano em todo o mundo. ▸Terceiro tumor mais frequente na população feminina e a quarta causa de morte em mulheres por câncer no Brasil. ▸Maiores taxas de incidência: América do Sul, África Sub-Saárica e sul e sudeste da Ásia. Fatores de Risco ▸Infecção genital persistente por HPV de alto risco; ▸Tabagismo; ▸Número elevado de parceiros sexuais; ▸Doenças sexualmente transmissíveis; ▸Imunodeficiência pelo vírus HIV e imunodeficiência por outros fatores. Quadro Clínico ▸Estágios iniciais: - Assintomáticas; - Lesões subclínicas. ▸Estágios avançados: Nesse momento a paciente apresenta sintomas pois já existe o acometimento de locais adjacentes. - Sangramento vaginal; - Dores abdominais; - Secreção vaginal anormal; - Problemas urinários e intestinais. Estágio IB2 Estágio IIA Prevenção ▸Primária: Relacionada à diminuição do risco de contágio pelo HPV: - Uso de preservativos; - Vacinas. ▸Secundária: Diagnóstico precoce e rastreamento. Rastreamento: exame clínico, papanicolau e colposcopia. Nathália Machado – MED FTC PapanicolauIndicado para toda paciente com vida sexual ativa, segundo o Ministério da Saúde. Essa indicação é questionável, pois quando se trata de SUS e, em um cenário em que a população não tem o hábito de frequentar regularmente o ginecologista, o ideal é que não se perca a oportunidade de realizar o exame. Intervalo: após 3 exames normais, repetir a cada 3 anos. Indicação também questionável por inúmeros fatores, principalmente devido ao cenário da saúde pública no Brasil, melhor rastrear a cada ano. Recomenda finalizar o rastreio em mulheres na pós-menopausa com exames recentes normais. Novamente questionável, deve-se individualizar o atendimento e procurar a melhor opção para cada uma. Ex: Paciente menopausada, sem atividade sexual ativa e exames recentes normais -> não existe tanta preocupação em relação a lesões por HPV. Ex2: Paciente pós-menopausada, com vida sexual ativa e mudança de parceiro -> continuar com rastreio. Deve-se considerar o histórico de periodicidade e o resultado dos exames já realizados. Paciente maior ou igual a 70 anos, sem atividade sexual, com 3 exames normais na última década, indicado a finalização do rastreio. Mulheres histerectomizadas por doença benigna, com três citologias negativas, pode ser liberada do exame citológico.
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