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Casamento- Arts. 1.511 a 1.570, Código civil.

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Direito Civil VI
Arts. 1.511 a 1.570, Código civil.
Casamento
1. Conceito
Para José Lamartine Corrêa de Oliveira, o casamento: “É o negócio jurídico de direito de família por meio do qual um homem e uma mulher se vinculam através de uma relação jurídica típica que é a relação matrimonial. Esta é uma relação personalíssima e permanente, que traduz ampla e duradoura comunhão de vida”
· Cumpre destacar que o STF já reconheceu expressamente as uniões homoafetivas. Ou seja, não necessariamente o casamento ocorre entre pessoas de sexo diferente.
2. Natureza Jurídica
Teoria Clássica / Do Contrato
Considera o casamento uma relação puramente contratual, resultante de um acordo de vontades, como acontece nos contratos em geral.
Teoria institucionalista / Supraindividualista
Sustenta que o casamento é uma grande instituição social, a ela aderindo os que se casam.
Teoria Eclética / Contrato Especial
 Constitui uma fusão das anteriores, pois considera o casamento um ato complexo: um contrato especial, do direito de família, mediante o qual os nubentes aderem a uma instituição pré- organizada, alcançando o estado matrimonial.
É a teoria predominante no direito brasileiro.
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3. Características
É ato eminentemente Solene
Repleto de formalidades.
Art. 1.535. Presentes os contraentes, em pessoa ou por procurador especial, juntamente com as testemunhas e o oficial do registro, o presidente do ato, ouvida aos nubentes a afirmação de que pretendem casar por livre e espontânea vontade, declarará efetuado o casamento, nestes termos: “De acordo com a vontade que ambos acabais de afirmar perante mim, de vos receberdes por marido e mulher, eu, em nome da lei, vos declaro casados.”
As normas que regulamentam são de ordem pública
Conjunto de normas imperativas.
Estabelece Comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos deveres dos cônjuges
Art. 1.511. O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges.
Implica união exclusiva, pois os cônjuges têm dever de fidelidade (art. 1566, CC).
Representa união permanente
Dividem-se os sistemas jurídicos neste ponto, mas poucos são os que não admitem divórcio.
OBS: Permanência não significa indissolubilidade.
O casamento pode ser desfeito, mas a presunção é de que os nubentes pretendem se manter casados durante toda a vida, por isso se diz que ele é permanente.
Exige Diversidade de sexos
A CF só admite casamento entre homem e mulher.
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Entretanto, a jurisprudência já admite expressamente a união homoafetiva.
Não comporta termo ou condição
Sendo assim é negócio jurídico puro e simples.
Permite liberdade de escolha do nubente
Cabe exclusivamente aos consortes manifestar sua vontade, pessoalmente ou por meio de procurador.
Art. 1.542. O casamento pode celebrar-se mediante procuração, por instrumento público, com poderes especiais.
A liberdade de casar corresponde a um direto da personalidade, pois tutela interesse fundamental.
É união exclusiva
Significa dizer que o casamento é monogâmico.
· No Brasil, a bigamia é crime.
· O Adultério não o é.
Processo de Habilitação para o Casamento
1. Capacidade para o Casamento
Art. 1.517 – Art. 1.520, CC.
Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorização de ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil.
Parágrafo único. Se houver divergência entre os pais, aplica-se o disposto no parágrafo único do art. 1.631.
Art. 1.518. Até a celebração do casamento podem os pais ou tutores revogar a autorização.
Art. 1.519. A denegação do consentimento, quando injusta, pode ser suprida pelo juiz.
Art. 1.520. Não será permitido, em qualquer caso, o casamento de quem não atingiu a idade núbil, observado o disposto no art. 1.517 deste Código.
A capacidade deve ser demonstrada no processo, sendo 16 anos a idade mínima núbil, para homens e mulheres.
2. Requisitos Gerais e Específicos Idade mínima
16 anos
Se não estiverem na idade correta, o casamento será nulo, não gerando efeito nenhum. (art. 1563, CC)
Provocada a nulidade ou a anulabilidade, o emancipado volta a situação de incapaz, salvo se contraiu de boa-fé.
Se	não	atingiram	a	maioridade	civil,	devem	ser	autorizados	pelos	pais	ou representantes legais.
Importante: Art. 1.519, CC. A denegação do consentimento, quando injusta, pode ser suprida pelo juiz.
Infringência de impedimento
Art. 1.548. É nulo o casamento contraído:
II - por infringência de impedimento
Nosso ordenamento não admite o chamado “intervalo lúcido”.
· No caso de enfermidade mental só se afasta a capacidade se o deficiente não puder exprimir a vontade. Desta forma, não afeta a plena capacidade da pessoa.
· Art. 1550 § 2, CC. A pessoa com deficiência mental ou intelectual em idade núbia poderá contrair matrimônio, expressando sua vontade diretamente ou por meio de seu responsável ou curador.
Inexistência de Casamento anterior
Art. 1.521, CC. Não podem casar:
VI - as pessoas casadas;
Art. 1571, § 1, CC. O casamento válido só se dissolve pela morte de um dos cônjuges ou pelo divórcio, aplicando-se a presunção estabelecida neste Código quanto ao ausente.
Prazo de Viuvez para a mulher
10 meses, imposto somente à mulher. Art. 1.523. Não devem casar:
II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal;
3. Suprimento Judicial de Idade
Art. 1.520, CC. Não será permitido, em qualquer caso, o casamento de quem não atingiu a idade núbil, observado o disposto no art. 1.517 deste Código.
O suprimento de idade não dispensa o consentimento dos pais.
Nesse caso, o casamento será realizado no regime de separação de bens (art.1641, III, CC), comunicando-se os aquestos provenientes do esforço comum (S. 377, STF).
Suprimento judicial do consentimento dos Representantes Legais
Requisito: injusta denegação do consentimento.
Art. 1.519. A denegação do consentimento, quando injusta, pode ser suprida pelo juiz. Saber se a recusa é injusta é critério do juiz.
Motivos justos:
· Existência de impedimento legal.
· Grave risco à saúde do menor.
· Costumes desregrados, como embriaguez habitual e paixão imoderada pelo jogo.
· Falta de recursos para sustentar a família.
· Total recusa ou incapacidade para o trabalho.
· Maus antecedentes criminais, tais como condenação em crime grave.
Se o pedido de suprimento for deferido, será expedido o alvará, a ser juntado no processo de habilitação, com o casamento celebrado no regime de separação de bens.
Procedimento para o suprimento judicial de consentimento dos representantes legais
É o previsto para a jurisdição voluntária.
· Arts. 729 e ss. CPC.
Admite-se que menor púbere outorgue procuração a advogado sem assistência de seu representante legal.
O próprio MP requere a nomeação do advogado dativo para o menor. Da decisão, cabe apelação
· Voluntário, com efeito suspensivo.
Art. 1517, CC. Parágrafo único. Se houver divergência entre os pais, aplica-se o disposto no parágrafo único do art. 1.631.
Art. 1631, Parágrafo único, CC. Divergindo os pais quanto ao exercício do poder familiar, é assegurado a qualquer deles recorrer ao juiz para solução do desacordo.
A ação pode ser endereçada contra só um dos pais, se só ele se recusa a dar autorização.
4. Procedimento para a Habilitação
Tem por finalidade comprovar que os nubentes preenchem os requisitos que a lei estabelece para o casamento.
A habilitação é um procedimento administrativo
Requisitos Gerais
· Gerais dos contratos
· Capacidade do agente
· Objeto lícito, possível, determinado ou determinável
· Observância de eventual formalidade legal
Outros requisitos
· Art. 1.514, CC. O casamento se realiza no momento em que o homem e a mulher manifestam, perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os declara casados.
· Mas hoje também admite-se uniões estáveis homoafetivas, conforme entendimento do STF.
· Consentimentodos Nubentes, Manifestado perante a autoridade celebrante.
· Celebração na forma da lei.
No procedimento de Habilitação verifica-se situações que podem ameaçar a ordem pública.
· Parentesco próximo dos nubentes.
· Outras uniões decorrentes de circunstâncias prejudiciais ou que existam defeitos impossíveis de serem sanados ou supridos.
4.1. Documentos Necessários Requerimento de Habilitação
Art. 1.525. O requerimento de habilitação para o casamento será firmado por ambos os nubentes, de próprio punho, ou, a seu pedido, por procurador, e deve ser instruído com os seguintes documentos:
I - certidão de nascimento ou documento equivalente;
II - autorização por escrito das pessoas sob cuja dependência legal estiverem, ou ato judicial que a supra;
III - declaração de duas testemunhas maiores, parentes ou não, que atestem conhecê- los e afirmem não existir impedimento que os iniba de casar;
IV - declaração do estado civil, do domicílio e da residência atual dos contraentes e de seus pais, se forem conhecidos;
V - certidão de óbito do cônjuge falecido, de sentença declaratória de nulidade ou de anulação de casamento, transitada em julgado, ou do registro da sentença de divórcio.
Requerem no cartório do domicílio.
· Se for domicílio diferente, pode ser em qualquer um deles, com o edital sendo publicado em ambos.
Publicação dos Proclamas
O oficial deixará os proclamas em lugar ostensivo de seu cartório e fará publicá-los pela imprensa local, se houver.
Decorrido o prazo de quinze dias a contar da afixação do edital em cartório (e não da publicação na imprensa), o oficial entregará aos nubentes certidão de que estão habilitados a se casar dentro de noventa dias, sob pena de perda da sua eficácia. Vencido esse prazo, que é de caducidade, será necessária nova habilitação, porque pode ter surgido algum impedimento que inexista antes da publicação dos proclamas.
Participação excepcional do juiz
Art. 1.526. A habilitação será feita pessoalmente perante o oficial do Registro Civil, com a audiência do Ministério Público.
Parágrafo único. Caso haja impugnação do oficial, do Ministério Público ou de terceiro, a habilitação será submetida ao juiz.
Dispensa dos Proclamas
Art. 1.527. Estando em ordem a documentação, o oficial extrairá o edital, que se afixará durante quinze dias nas circunscrições do Registro Civil de ambos os nubentes, e, obrigatoriamente, se publicará na imprensa local, se houver.
Parágrafo único. A autoridade competente, havendo urgência, poderá dispensar a publicação.
Enunciado 523, JDC. O chamamento dos codevedores para integrar a lide, na forma do art. 1.698 do Código Civil, pode ser requerido por qualquer das partes, bem como pelo Ministério Público, quando legitimado.
Dispensa dos Proclamas e da própria habilitação
Art. 1.540. Quando algum dos contraentes estiver em iminente risco de vida, não obtendo a presença da autoridade à qual incumba presidir o ato, nem a de seu substituto, poderá o casamento ser celebrado na presença de seis testemunhas, que
com os nubentes não tenham parentesco em linha reta, ou, na colateral, até segundo grau.
Documentos insuficientes ou irregulares
Art. 1.528. É dever do oficial do registro esclarecer os nubentes a respeito dos fatos que podem ocasionar a invalidade do casamento, bem como sobre os diversos regimes de bens.
Art. 68, Lei 6.015/73. Se o interessado quiser justificar fato necessário à habilitação para o casamento, deduzirá sua intenção perante o Juiz competente, em petição circunstanciada indicando testemunhas e apresentando documentos que comprovem as alegações.
Gratuidade da celebração
Art. 1.512, CC. O casamento é civil e gratuita a sua celebração. Art. 226, § 1º, CF. O casamento é civil e gratuita a celebração.
Art. 1.515, CC. O casamento religioso, que atender às exigências da lei para a validade do casamento civil, equipara-se a este, desde que registrado no registro próprio, produzindo efeitos a partir da data de sua celebração.
Art. 1.516, CC. O registro do casamento religioso submete-se aos mesmos requisitos exigidos para o casamento civil.
Certidão de Nascimento
Aceita-se também identidade, título de eleitor ou passaporte.
Art. 1.641, CC. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento: II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos;
Impedimentos para o Casamento
1. Introdução
Para que o casamento tenha validade e seja regular, são necessárias certas condições. A inobservância desses requisitos geral a nulidade do ato.
Portanto, os impedimentos são as circunstâncias ou situações de fato ou de direito, expressas em lei, que vedam a realização do casamento.
O impedido não está legitimado a casar com determinada pessoa.
· É diferente do incapaz, que não pode se casar com ninguém.
Os impedimentos se dividem em 3 categorias.
· Resultantes de parentesco.
· Resultante de Casamento anterior.
· Decorrente de crime.
Não podem ser criados doutrinariamente.
O interessado pode pedir o impedimento até o momento do impedimento.
· Se já tiver sido realizada, se aplica a ação declaratória de nulidade, cuja titularidade é do MP ou de qualquer interessado.
Art. 1.521. Não podem casar:
I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil; II - os afins em linha reta;
III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante;
IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;
V - o adotado com o filho do adotante; VI - as pessoas casadas;
VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte.
O impedimento deve ser apresentado de forma escrita e assinada, instruída com as provas ou com o lugar em que as provas podem ser obtidas.
2. Impedimentos Resultantes de Parentesco Consanguinidade
Art. 1521, I, IV. CC.
A proibição atinge todos os parentes sem limitação de graus , no caso do inciso I (os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil).
Não importa se é descendente havido ou não do matrimônio.
Primos são colaterais de quarto grau, portanto podem se casar sem nenhum problema.
Afinidade
Art. 1521, II,CC.
É o que liga o cônjuge ou companheiro aos parentes do outro.
· Origina-se do casamento ou união estável.
A afinidade não vai além a pessoa do cônjuge.
· Ex: Um homem pode casar-se com a sogra de seu filho.
Dissolvido o casamento, não há afinidade entre os ex-cônjuges e eventuais futuros parentes do outro.
Não há impedimentos para o casamento se a união que deu origem a afinidade é declarada nula ou venha a anular-se.
Adoção
Art. 1521, VI, CC.
Este impedimento é perpétuo
3. Impedimento Resultante de Casamento Anterior
Art. 1521, III, CC.
Só desaparece após a dissolução do casamento anterior.
· Pela morte, invalidade, divórcio ou morte presumida do ausente.
· Art. 1571, § 1, CC. O casamento válido só se dissolve pela morte de um dos cônjuges ou pelo divórcio, aplicando-se a presunção estabelecida neste Código quanto ao ausente.
A infração ao impedimento carreta nulidade do segundo casamento, respondendo o infrator pelo crime de bigamia.
Existência de casamento religioso anterior, que não foi registrado civilmente, não constitui impedimento.
Se o casamento for nulo, é necessário a declaração judicial de nulidade para se casar novamente.
4. Impedimento Decorrente de Crime
Art. 1521, VII, CC.
Não é necessário que o outro cônjuge esteja de conluio com o agressor. É necessário que tenha havido a condenação criminal.
A restrição alcança também o mandante e a tentativa.
Art. 1723, § 1, CC. A união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521; não se aplicando a incidência do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente.
Causas Suspensivas do Casamento
1. Introdução
São circunstâncias ou razões capazes de suspender a realização do casamento.
· Se arguidas tempestivamente pelos legitimados.
· E pelos que não provaram a sua nulidade ou anulabilidade.
O casamentoé considerado irregular e o regime vira o da separação de bens. (art. 1641, I, CC).
Podem deixar de ser aplicadas se provar a inexistência de prejuízo para as pessoas (art. 1523, p. único).
A oposição das causas suspensivas deve ser feita no prazo de 15 dias.
· Se é feita após o prazo, tem apenas o poder de sujeitar os cônjuges ao regime de separação de bens.
Uma vez que as causas suspensivas sejam sanadas, os nubentes podem se casar.
· Diferente do impedimento, em que as pessoas não podem se casar de forma permanente.
As causas suspensivas só podem ser interpostas pelos interessados.
· Uma vez que já tenha ocorrido a habilitação e publicados os proclamas, já não podem mais ser interpostas.
Art. 1.523. Não devem casar:
I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros;
II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal;
III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal;
IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas.
Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando- se a inexistência de prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso do inciso II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo.
2. Confusão de Patrimônio
Art. 1523, I.
Sanções previstas:
Imposição do regime da separação de bens, prevista no livro do direito de família do código.
Incidência de hipoteca legal em favor dos “filhos sobre imóveis do pai ou da mãe que passar a outras núpcias, antes de fazer o inventário do casal anterior”, prevista no livro concernente a direito das coisas (art.1489, I, CC).
3. Divórcio
Art. 1523, III, CC.
Art. 1523, P. único, CC.
4. Confusão de Sangue (Turbatio Sanguinis)
Art. 1523, II.
Hipóteses de não incidência da proibição:
· Nascimento de filho.
· Inexistência de gravidez.
Contudo, também deve-se admitir a inexistência da mencionada restrição.
· Se houver aborto
· Se a gravidez for evidente quando da viuvez ou da anulação do casamento
· Se o casamento anterior foi anulado por impotência coeundi, desde que absoluta e anterior ao casamento.
· Quando	resulta	evidente	das	circunstâncias	a	impossibilidade	física	da coabitação entre os cônjuges.
5. Tutela e Curatela
Art. 1523, IV, CC.
Oposição dos Impedimentos e das Causas Suspensivas
1. Oposição dos Impedimentos
É a comunicação escrita feita por pessoa legitimada. Feita antes da celebração do casamento.
Feita ao oficial do registro civil ou ao juiz.
É sobre a existência de um dos empecilhos mencionados na lei.
Pessoas Legitimadas
Art. 1.522. Os impedimentos podem ser opostos, até o momento da celebração do casamento, por qualquer pessoa capaz.
Parágrafo único. Se o juiz, ou o oficial de registro, tiver conhecimento da existência de algum impedimento, será obrigado a declará-lo.
A oposição prescinde da provocação, uma vez que o juiz ou o oficial de registro, se tiver conhecimento de algum impedimento, deve declará-lo de ofício.
· Se não o fizerem, podem ter sanções administrativas e indenizatórias.
O ministério público também está legitimado a opor impedimentos. A oposição de impedimento susta a realização do casamento.
· Se o casamento ocorre, poderá ser decretada a sua nulidade, a qualquer tempo, por iniciativa de qualquer interessado ou do ministério público (art. 1.549).
As oposições dos impedimentos podem se dar até o momento da realização da solenidade.
Forma da Oposição
Deve ser fundada em elementos que demonstrem veracidade. Não se admite oposição anônima.
Art. 1.529. Tanto os impedimentos quanto as causas suspensivas serão opostos em declaração escrita e assinada, instruída com as provas do fato alegado, ou com a indicação do lugar onde possam ser obtidas.
Art. 1.530. O oficial do registro dará aos nubentes ou a seus representantes nota da oposição, indicando os fundamentos, as provas e o nome de quem a ofereceu.
Parágrafo único. Podem os nubentes requerer prazo razoável para fazer prova contrária aos fatos alegados, e promover as ações civis e criminais contra o oponente de má-fé.
É assegurado aos nubentes o direito de contraprova, pelo art. 1530, p. único.
O procedimento é sumário e completado pelo art. 67 § 5, da lei de registros públicos.
Os autos serão remetidos ao juízo competente, com as provas já apresentadas ou com a indicação do lugar onde possam ser obtidas
O juiz designará audiência, se houver necessidade de ouvir testemunhas indicadas pelo impugnante e pelos nubentes, e, após a oitiva dos interessados e do Ministério Público, decidirá no prazo de cinco dias, cabendo a interposição de recurso de apelação tanto por parte dos interessados como do representante do Ministério Público oficiante.
Se os cônjuges residirem em localidades diferentes, os editais serão publicados em cada circunscrição. Pode ocorrer, por essa razão, que a impugnação seja apresentada em circunscrição diferente daquela em que se processa a habilitação. Nesse caso, o processamento se dará no cartório onde foi apresentada, mas o oficial deste comunicará ao do cartório onde se promove a habilitação. Enquanto não resolvido o incidente, fica sobrestado o casamento.
Julgada improcedente a oposição, o oponente de má-fé estará sujeito à responsabilidade civil e criminal.
2. Oposição das Causas Suspensivas
A oposição das causas suspensivas não gera nulidade ou anulabilidade.
Pessoas Legitimadas
Art. 1.524. As causas suspensivas da celebração do casamento podem ser arguidas pelos parentes em linha reta de um dos nubentes, sejam consanguíneos ou afins, e pelos colaterais em segundo grau, sejam também consanguíneos ou afins.
As causas suspensivas devem ser opostas no curso do processo de habilitação até o decurso do prazo de 15 da publicação dos proclamas.
Forma da Oposição
Art. 1.529. Tanto os impedimentos quanto as causas suspensivas serão opostos em declaração escrita e assinada, instruída com as provas do fato alegado, ou com a indicação do lugar onde possam ser obtidas.
Art. 1.530. O oficial do registro dará aos nubentes ou a seus representantes nota da oposição, indicando os fundamentos, as provas e o nome de quem a ofereceu.
Parágrafo único. Podem os nubentes requerer prazo razoável para fazer prova contrária aos fatos alegados, e promover as ações civis e criminais contra o oponente de má-fé.
Art. 1.531. Cumpridas as formalidades dos arts. 1.526 e 1.527 e verificada a inexistência de fato obstativo, o oficial do registro extrairá o certificado de habilitação.
Celebração do Casamento
O casamento também exige a formalidade no momento da celebração.
Será celebrado no dia, hora e lugar que foi previamente designado pela autoridade que há de presidir o ato.
· A autoridade pode ser: Um juiz de direito; Um juiz de paz ou uma autoridade religiosa.
· O juiz de paz é eleito para mandato de 4 anos;
· Na prática, o juiz de paz é pouco acionado
A lei também estabelece um número mínimo de testemunhas.
· Ocorrendo no local comumente utilizado, serão no mínimo 2 testemunhas.
· Se for realizado em local diverso, serão no mínimo 4 testemunhas.
· Se um dos nubentes estiver impossibilitado de escrever, serão no mínimo 4 testemunhas.
· Se realizado em edifício particular, serão no mínimo 4 testemunhas.
· Neste caso, as portas do edifício devem estar abertas.
Art. 1.535, CC. Presentes os contraentes, em pessoa ou por procurador especial, juntamente com as testemunhas e o oficial do registro, o presidente do ato, ouvida aos nubentes a afirmação de que pretendem casar por livree espontânea vontade, declarará efetuado o casamento, nestes termos: “De acordo com a vontade que ambos acabais de afirmar perante mim, de vos receberdes por marido e mulher, eu, em nome da lei, vos declaro casados.”
O art. 1.535 trata das Palavras sacramentais.
· Parte da doutrina diz, em um posicionamento mais forma, observando a lei, que o momento da celebração ocorre quando os nubentes têm sua emissão de vontade recebida pela autoridade, que emite as palavras sacramentais.
· Outra parte, diz que o momento é o da lei, quando pronunciadas as palavras sacramentais.
Art. 1.538. A celebração do casamento será imediatamente suspensa se algum dos contraentes:
I - recusar a solene afirmação da sua vontade; II - declarar que esta não é livre e espontânea; III - manifestar-se arrependido.
Parágrafo único. O nubente que, por algum dos fatos mencionados neste artigo, der causa à suspensão do ato, não será admitido a retratar-se no mesmo dia.
O silêncio de um dos nubentes não significa seu consentimento.
Formas Especiais de Casamento
1. Casamento por procuração
A lei permite que os nubentes sejam representados por procuradores nos casos em que não puderem comparecer.
Deve ser um procurador para cada nubente.
Exigências legais
A procuração deve ser pública.
· Ou seja, confeccionada por tabelião.
Deve ser específica.
· Para casar com pessoa específica.
Se o procurador descobrir fato relevante, ele pode dizer “não” ao casamento. A validade da procuração, neste caso, é de 90 dias.
Não sendo uma desistência que gere dano, a lei permite que o mandante revogue a procuração.
· A revogação deve ser feita por meio de instrumento público.
· A revogação deste tipo de procuração não precisa chegar ao conhecimento do contraente ou do procurador.
· Se, neste caso, houve a celebração do matrimônio, e o nubente coabitar com o outro que não sabia sobre a revogação, o mandante perde o poder de pleitear anulação de casamento.
· Não havendo a coabitação, ele pode pleiteá-la.
2. Casamento Sob Moléstia Grave
Neste casamento, um ou ambos os nubentes sofrem de doença que os incapacita de estar presente na celebração do casamento.
Neste caso, a autoridade celebrante pode ir ao local onde o nubente se encontra.
· Mesmo que seja a noite.
· Perante 2 testemunhas que saibam ler e escrever.
Mesmo com a moléstia, é necessário os noivos estarem habilitados.
A única diferença deste casamento para os outros, é o local da celebração, que será onde o nubente doente está.
3. Casamento Nucompatível
Este casamento se dá no limiar da morte.
Neste caso, não houve nenhum procedimento de habilitação anterior. Não há a presença de autoridade celebrante.
O casamento é celebrado pelos próprios nubentes. (no sentido de ambos afirmarem que estão se casando perante as testemunhas).
Deve ser celebrado na presença de 6 testemunhas.
· Nem na linha reta, nem na colateral até o 2º grau.
Exigências legais
O nubente deve estar de plena posse de suas faculdades mentais.
As 6 testemunhas devem comparecer a autoridade judicial mais próxima (no sentido de circunscrição mais próxima) e confirmar o casamento, no prazo de 10 dias (prazo decadencial).
O juiz ouvirá o MP e os interessados e decidirá sobre a validade do casamento.
Caso as testemunhas não compareçam, qualquer interessado pode pedir a autoridade judicial para que as intimem a comparecer.
Caso o moribundo sobreviva, ele também pode comparecer em juízo para validar o casamento.
4. Casamento Religioso com Efeitos Civil
Ocorre primeiramente apenas o casamento religioso, que não gera efeitos civis.
Toda pessoa casada no religioso pode requerer que ele tenha efeito de casamento civil. A lei não estabelece religião específica.
Para que este casamento tenha efeito civil, ele não pode desrespeitar a ordem público. Pode ser com habilitação prévia ou específica.
Habilitação Prévia
O indivíduo realiza os procedimentos de habilitação e realiza o procedimento religioso e depois apresenta-se ao tabelião a prova de que ele foi realizado. Ou seja, há modificação na celebração.
Habilitação Posterior
O indivíduo casa-se no religioso e faz a habilitação posterior, que terá o procedimento comum, e o casamento terá os efeitos civil, sem necessidade de nova celebração. Neste caso há retroação dos efeitos à data do religioso.
5. Casamento Realizado no Estrangeiro
Pode acontecer perante autoridade civil do país em que resida ou perante cônsul brasileiro.
· Caso seja realizado perante cônsul brasileiro, o outro nubente deve ser brasileiro também.
O ato jurídico obedece as leis do local que foi realizado.
Art. 1.544. O casamento de brasileiro, celebrado no estrangeiro, perante as respectivas autoridades ou os cônsules brasileiros, deverá ser registrado em cento e oitenta dias, a contar da volta de um ou de ambos os cônjuges ao Brasil, no cartório do respectivo domicílio, ou, em sua falta, no 1 Ofício da Capital do Estado em que passarem a residir.
A doutrina diverge sobre o registro.
· A maioria entende que este registro não é necessário para a validade do casamento.
· Mas ele vale para efeito de comprovação.
Efeitos e Deveres do Casamento
1. Efeitos do Casamento
Gera a emancipação do cônjuge
Mesmo que o casamento seja nulo ou anulável, é possível que os efeitos do casamento persistam, para os cônjuges que estiverem de boa-fé.
Gera mudança no estado civil
Gera a possibilidade de acrescer ao seu patronímico o sobrenome do seu cônjuge
Administrativamente pode-se fazer isso antes de se casar. Depois de se casar é necessário uma ação judicial.
Viúva pode retirar o sobrenome do cônjuge morto.
· A doutrina e jurisprudência entendem que sim.
Presunção de concepção dos filhos durante o casamento
Art. 1.597. Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos:
I - nascidos cento e oitenta dias, pelo menos, depois de estabelecida a convivência conjugal;
II - nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal, por morte, separação judicial, nulidade e anulação do casamento;
III - havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido;
IV - havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões excedentários, decorrentes de concepção artificial homóloga;
V - havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha prévia autorização do marido.
A presunção é elidível por prova em contraditório.
Criação do parentesco por afinidade
A afinidade só surge do casamento ou união estável. O parentesco por afinidade não se extinguem nunca. Regime de Bens
É o conjunto de normas jurídicas que gerem o patrimônio durante o casamento.
Pode ser escolhido, por imposição legal ou por omissão na escolha por pacto antenupcial.
O regime de bens pode ser criado pelos nubentes por meio de pacto antenupcial, desde que não fica o orçamento.
O regime pode ser mudado por meio de ação judicial.
Direito de sucessão do cônjuge em relação ao patrimônio do De Cujus
Direito Real de habilitação
O direito de morar no imóvel que servia como residência da família após a morte do cônjuge.
Instituição do Bem de família
2. Deveres do Casamento
Art. 1.566, CC. São deveres de ambos os cônjuges: I - fidelidade recíproca;
II - vida em comum, no domicílio conjugal; III - mútua assistência;
IV - sustento, guarda e educação dos filhos; V - respeito e consideração mútuos.
Provas do Casamento
1. Provas Diretas
Dividem-se em Específicas e Supletórias.
Específicas
No casamento celebrado no Brasil, é a certidão do ato nupcial.
Art. 1.543. O casamento celebrado no Brasil prova-se pela certidão do registro. Parágrafo único. Justificada a falta ou perda do registro civil, é admissível qualquer outra espécie de prova.
No caso de casamento realizado no exterior, é o documento válido de acordo com a lei do país onde se celebrou, legalizado pelo cônsul brasileiro do lugar.
Se foi contraído perante agente consular, se provará por certidão do acento no registro do consulado.
Art. 1.544. O casamento de brasileiro, celebrado no estrangeiro, perante as respectivas autoridadesou os cônsules brasileiros, deverá ser registrado em cento e oitenta dias, a contar da volta de um ou de ambos os cônjuges ao Brasil, no cartório do respectivo domicílio, ou, em sua falta, no 1º Ofício da Capital do Estado em que passarem a residir.
Supletórias
Admite-se que a prova do casamento seja produzida por outros meios, justificada a falta ou perda do registro civil. (art. 1543, p. único, CC).
Esta prova supletória faz-se, assim, em duas fases:
· Na primeira prova-se o fato que ocasionou a perda ou a falta do registro.
· Na segunda, se a primeira for satisfatória, serão admitidas outras, como testemunhas, registros em passaportes, certidão de nascimento de filhos, etc.
2. Provas Indiretas (posse do estado de casados)
A posse do estado de casados é a situação de duas pessoas que viveram como casadas - more uxorio – e eram consideradas assim por todos.
Requisitos
· Nomen – indicativo de que a mulher usava nome do marido.
· Tractatus – se tratavam publicamente como casados.
· Fama – gozavam da reputação de pessoas casadas.
A rigor, a posse do estado de casados não constitui prova das justas núpcias, visto não se admitir a presunção de casamento.
A posse neste caso é utilizada nas seguintes hipóteses:
· Para provar casamento de pessoas falecidas, em benefício dos filhos, ante a impossibilidade de se obter prova direta (art. 1545, CC).
· Para eliminar dúvidas entre provas favoráveis e contrárias à celebração do casamento em vida dos cônjuges quando o casamento for impugnado (arts. 1546 e 1547, CC).
Art. 1.546. Quando a prova da celebração legal do casamento resultar de processo judicial, o registro da sentença no livro do Registro Civil produzirá, tanto no que toca aos cônjuges como no que respeita aos filhos, todos os efeitos civis desde a data do casamento.
Art. 1.547. Na dúvida entre as provas favoráveis e contrárias, julgar-se-á pelo casamento, se os cônjuges, cujo casamento se impugna, viverem ou tiverem vivido na posse do estado de casados.
Invalidade do Casamento
1. Nulidade e Anulabilidade
São as situações em que o matrimônio foi celebrado, mas possuem alguma característica que o tornam inválido para o direito.
Inexistência do Casamento – O Casamento possui falha tão grave que não existe para o mundo jurídico.
Invalidade do Casamento – O Casamento existe mas não é válido.
Relembrando
· Nulo – Ato que por ferir interesse público não deve gerar efeito jurídico. A lei permite que seja declarado a qualquer tempo – ação de declaração de nulidade.
· Anulável – Ato que fere interesse de particular. Há prazo para se intentar a ação de anulação. Uma vez passado, o defeito convalesce e fica normal para o direito.
2. Casamento Nulo
Art. 1.548, CC. É nulo o casamento contraído:
II- Por infringência de impedimento.
A nulidade do casamento só pode ser declarada em ação movida pelo MP ou qualquer interessado.
· Não pode ser declarada de ofício.
3. Casamento Anulável
Neste tipo de casamento ocorre falha que fere interesse privado. Qualquer interessado pode promover a ação de anulação.
Art. 1.550. É anulável o casamento:
I – de quem não completou a idade mínima para casar;
II – do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal; III – por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558;
IV – do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento;
V – realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogação do mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges;
VI – por incompetência da autoridade celebrante.
· Incompetência absoluta ou relativa.
§ 1o Equipara-se à revogação a invalidade do mandato judicialmente decretada.
§ 2o A pessoa com deficiência mental ou intelectual em idade núbia poderá contrair matrimônio, expressando sua vontade diretamente ou por meio de seu responsável ou curador.
Com a alteração de 2019 do art. 1520, que dispõe agora que não podem se casar quem não atingiu a idade mínima, o inciso I do art. 1.550 gerou discussão doutrinária.
· Uma parte diz que agora há a vedação do suprimento judicial de idade, razão que torna este casamento nulo, e não anulável.
· Outra parte diz que este casamento não é nulo, continua sendo anulável.
Art. 1.556, CC. O casamento pode ser anulado por vício da vontade, se houve por parte de um dos nubentes, ao consentir, erro essencial quanto à pessoa do outro.
· O que considera-se erro essencial está no art. 1.557, e neste caso, é necessário: o desconhecimento anterior do erro; a insuportabilidade da vida em comum após a descoberta do erro.
Art. 1.558, CC. É anulável o casamento em virtude de coação, quando o consentimento de um ou de ambos os cônjuges houver sido captado mediante fundado temor de mal considerável e iminente para a vida, a saúde e a honra, sua ou de seus familiares.
· A emissão de vontade deve ser livre e expressa, sendo anulável o casamento sob coação.
Os atos anuláveis possuem prazo para intentar ação de anulação. Passados os prazos, o erro convalesce e o casamento torna-se válido. Os prazos giram em torno de 180 dias, 2 anos, 3 anos e 4 anos.
180 dias
Casamento de incapaz de consentir ou manifestar o consentimento de modo inequívoco.
Revogação de procuração.
Menor em idade núbil sem autorização dos pais. 2 anos
Por incompetência ratione loci (territorial) da autoridade celebrante. Não confundir com incompetência absoluta, que já foi tratada no plano da existência.
3 anos
Erro essencial: característica do cônjuge desconhecida/ignorada que ao ser descoberta torna a convivência insuportável ;
Art. 1.557. Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge:
I - o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal que o seu conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado;
II - a ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne insuportável a vida conjugal;
III - a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável que não caracterize deficiência ou de moléstia grave e transmissível, por contágio ou por herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência;
4 anos
Coação ou ameaça.
Art. 1.558. É anulável o casamento em virtude de coação, quando o consentimento de um ou de ambos os cônjuges houver sido captado mediante fundado temor de mal considerável e iminente para a vida, a saúde e a honra, sua ou de seus familiares.

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