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Validade dos testes de diagnóstico - 4 indicadores de qualidade de testes de diagnóstico; - Principais indicadores de validade de testes de diagnóstico são: sensibilidade e especificidade e valores preditivos (preditivos positivos e preditivos negativos). Diagnóstico - Interpretação de uma ou mais observações: · Determinar presença/ausência de doença; · Estimar prevalência. - Clínico: · Anamnese/exame físico/imagem. - Anátomo-patológico; - Laboratorial > testes diretos e indiretos; - Para um bom diagnóstico, precisa ter uma boa suspeita; - Nenhum método de diagnóstico é 100% perfeito; - Probabilidade > incerteza; - Confiabilidade diagnóstica = desempenho; - Métodos qualitativos: · Presença x ausência de um atributo; · Sorologia > alguns são titulados/diluídos para saber o máximo título em que aparece anticorpos > quanto maior a titulação, mais provável que aquela infecção seja recente ou que ainda esteja acontecendo > se tem diluição, é qualitativo e quantitativo. - Métodos quantitativos: · Valores numéricos; · Contagens. Testes diagnósticos Ideal: Ponto de corte (limite entre negativos e positivos) perfeito > não existe! Real: Indivíduos verdadeiramente positivos, indivíduos verdadeiramente negativos e resultados falsos. - Positivos/doentes > uma parcela é falso positivo; - Negativos/sadios > uma parcela é falso negativo; - Ponto de corte > cut-off > divisão entre o que é considerado positivo e o que é considerado negativo; - Faixa de inconclusivos > resultado bem na linha do ponto de corte > não sabe dizer se é positivo ou negativo; - Padrão-ouro/padrão de referência/gold standard > teste de melhor performance para aquela doença. - Quanto menos falsos resultados, melhor o teste; Possíveis resultados de um teste diagnóstico: VP = verdadeiro positivo; FP = falso positivo; FN = falso negativo; VN = verdadeiro negativo. S = sensibilidade > proporção de verdadeiros positivos dentro do universo de indivíduos realmente infectados; E = especificidade > proporção de verdadeiros negativos dentro dos indivíduos realmente sadios; VP + = valor preditivo positivo > proporção de verdadeiros positivos dentro de todos os positivos no teste; VP - = valor preditivo negativo > proporção de verdadeiros negativos dentro de todos os negativos no teste. Desempenho de métodos de diagnóstico Reprodutibilidade, repetibilidade ou precisão: - “Consistência de resultados quando o exame se repete”; - O mesmo teste aplicado ao mesmo paciente ou amostra deve produzir os mesmos resultados. Validade ou acurácia: - “Grau em que o teste ou uma estimativa baseada em um teste é capaz de determinar o verdadeiro valor do que está sendo medido”; - Ausência de desvios de verdade (ausência de viés). Exemplo do alvo: Reprodutibilidade - Sinônimos: repetibilidade ou precisão; - Laboratório x campo (diagnóstico clínico). Avaliação da reprodutibilidade: - Concordância = índice Kappa (K) > resultados de concordância; - Proporção de concordância não aleatória (além da esperada pela chance) entre observadores ou medidas da mesma variável categórica; - Varia de “menos 1” (completo desacordo) a “mais 1” (concordância total); - Interpretação de K: se a medida concorda mais frequentemente do que seria esperado pela chance, então o índice K é positivo. Se a concordância é completa, K =1. Zero indica o mesmo que leituras feitas ao acaso. Kappa é estimado como: Kappa – exemplo: - Cento e vinte lâminas contendo esfregaços de gota espessa de sangue para pesquisa de hematozoários (malária) foram preparadas em condições uniformes e interpretadas por dois microscopistas independentes. O primeiro identificou 20 lâminas positivas e 100 negativas enquanto o segundo diagnosticou respectivamente 30 e 90 gerando 106 resultados concordantes (18+88) e 14 de discordantes (2+12). - A taxa geral de concordância foi de 88,3% (106/120) e o valor de k = 65%. Validade - O quanto, em termos quantitativos ou qualitativos, um teste é útil para diagnosticar um evento (validade simultânea ou concorrente) ou para predizê-lo (validade preditiva); - Compara-se os resultados do teste com os de um padrão (padrão ouro): · Verdadeiro estado do paciente, se a informação está disponível; · Conjunto de exames julgados mais adequados; · Ou uma outra forma de diagnóstico que sirva de referência. - Avaliação da validade: sensibilidade, especificidade e valores preditivos. Sensibilidade: - É a capacidade que o teste diagnóstico/triagem apresenta de detectar os indivíduos verdadeiramente positivos; - Diagnosticar corretamente os doentes; - Probabilidade de detectar positivos num grupo de doentes/infectados. Falsos negativos: - Baixo poder de detecção do teste; - Soro hemolisado/contaminado; - Infecções recentes; - Baixo Ac (aborto: pós-parto). - Resultados em porcentagem. Especificidade: - É a capacidade que o teste diagnóstico/triagem tem de detectar os verdadeiros negativos; - Diagnosticar corretamente os indivíduos sadios; - Probabilidade de detectar negativos quando os indivíduos não têm doença ou infecção. Falsos positivos: - Reações cruzadas; - Interferentes (vacinas/Ag). - Resultados em porcentagem. Sensibilidade: probabilidade de animal infectado ser classificado como positivo. Especificidade: probabilidade de animal sadio ser classificado como negativo. Valor preditivo do teste: - Diz respeito à extensão com que ele pode predizer a ocorrência da doença/infecção; - Determinado pela interação de três variáveis: a sensibilidade e a especificidade do teste e a prevalência da doença no grupo de estudo; - Probabilidade do indivíduo ser realmente doente (ou sadio) (VPP e VPN). VP Positivo (VPP): é a proporção de doentes entre os positivos pelo teste; VP Negativo (VPN): é a proporção de sadios (sem a doença) entre os negativo. Probabilidade de que o resultado do teste: - Positivo = doença; - Negativo = saúde/não doença. Dependente: - Sensibilidade; - Especificidade; - Prevalência (também chamada de “probabilidade pré-teste”). Prevalência: - Proporção de doentes/população; - Prevalência real: · Proporção de verdadeiros doentes na população; · (VP+FN)/N = (VP+FN)/(VP+FP+FN+VN); · (a+c)/N = (a+c)/(a+b+c+d). - Prevalência aparente: · Proporção de doentes detectados pelo teste na população; · (VP+FP)/N = (VP+FP)/(VP+FP+FN+VN); · (a+b)/N = (a+b+c+d). Relação entre valores preditivos e prevalência: - Sensibilidade e especificidade de um teste são propriedades inerentes ao teste e não variam (a não ser por erro técnico); - VPs dependem da prevalência da doença na população de estudo > O VPP aumenta com a prevalência enquanto o VPN diminui; - Doença rara (baixa prevalência): · VPP baixo (maior parte dos exames positivos pertencem a sadios, representando resultados falso-positivos); · Portanto, VPN alto. Prevalência baixa > VP positivo é baixo = falsos positivos; Prevalência alta > “fácil” detectar o caso verdadeiro. Relação entre prevalência real e aparente: PA = (Sen*PR) + [(1-Esp)*(1-PR)] PA = (Sen*PR) + 1 – PR – Esp + (Esp*PR) PA + Esp-1 = (Sen*PR) + (Esp*PR) – PR PA + Esp-1 = PR (Sen+Esp-1) PR = PA + (Esp-1) / Sen + (Esp-1) Sen., Esp., VPP, VPN: Prevalência “normal”: Exemplo: - Prevalência de 10% ou 0,1 > 10 indivíduos infectados de 100; - 90% ou 0,9 de sensibilidade; - 90% ou 0,9 de especificidade; - Em situações de alta sensibilidade, se tem menos indivíduos falsos negativos; - VPP = número de verdadeiros positivos / todos os positivos no teste > nesse caso, 50% ou 0,5; - VPN = verdadeiros negativos / todos os negativos no teste > nesse caso, 98,78% ou 0,9878; - Prevalência aparente de 18% ou 0,18. - Especificidade interfere no VPP; - Quanto mais alta, a sensibilidade, maior número de testes vão ser alocados como verdadeiros negativos; - Sobra menos falso positivos; - Têm-se menos problemas com VPP, já que é a proporção de destes positivos que foram corretamente identificados. Ponto de corte: - Muda-se a sensibilidade e especificidade de um teste se muda o ponto de corte; - Mudança de ponto de corte determina sevai incluir mais ou menos falsos resultados no teste. Associação de testes - Melhorar a capacidade diagnóstica > testes associados tendem a ter maior sensibilidade e especificidade; - Baixa prevalência; - Programas de controle; - Emergências; - Testes em série (“série positiva”); - Testes em paralelo (“série negativa). Testes em série (“série positiva”): - Triagem + confirmatório (um ou mais); - Considerado positivo: quando (+) em todos os testes; - Considerado negativo: quando (-) nos confirmatórios; - Baixa prevalência e programas de erradicação; - Aumenta especificidade = diminui falsos positivos. Testes em paralelo (“série negativa”): - Dois ou mais testes “ao mesmo tempo”; - Considerado positivo: quando (+) em pelo menos um dos testes; - Considerado negativo: quando (-) em todos os testes; - Emergências clínicas, para avaliação rápida de doenças potencialmente graves; - Aumenta sensibilidade = diminui falsos negativos. Resumo - Para avaliar o desempenho de um método de diagnóstico... Reprodutibilidade: - Coeficiente de Kappa (k). Validade: - Sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e valor preditivo negativo; - Testes em série e testes em paralelo; - Curva ROC, razão de verossimilhança etc.
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