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ESCOLA MUNICIPAL JOSEFA ÁLVARES DA SILVA 
ALUNO Lucas José Silva Vieira
PROFESSORA: JUSSARA SANTIAGO 
ATIVIDADES DE ARTES – ARTISTAS PERNAMBUCANOS
Joaquim Nabuco: "a escravidão é sempre um erro"
Entre as tantas contribuições do escritor, político, advogado e diplomata, uma se destacou: a luta implacável pelo fim da escravidão.
quinta-feira, 19 de novembro de 2015
Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo, escritor, político, advogado e diplomata, nasceu em Recife/PE, em 19 de agosto de 1849, e faleceu em Washington, EUA, em 17 de janeiro de 1910. Nestas seis décadas de vida, Nabuco muito produziu em prol das letras e da política, deixando ao país um rico legado e vasto acervo de obras que serve como referencial, passado mais de um século de sua morte.
Entre suas tantas contribuições, entretanto, uma se destacou amplamente em detrimento das demais, em termos de importância ao país e à humanidade: a luta implacável pelo fim da escravidão.
"O abolicionista é o advogado gratuito de duas classes sociais que, de outra forma, não teriam meios de reivindicar os seus direitos, nem consciência deles. Essas classes são: os escravos e os ingênuos."
O político
"A pátria varia em cada homem."
(O abolicionismo, 1883)
Formado em Ciências Sociais e Jurídicas na Faculdade de Direito do Recife, Joaquim Nabuco foi eleito deputado geral pela província de Pernambuco em 1879, passando no ano seguinte a participar do parlamento. O fato marcou o início de sua campanha em favor da abolição, que logo se tornou causa nacional.
Poucos anos depois, em 1880, Nabuco deu outro importante passo nesta direção, ao organizar e instalar em sua casa a Sociedade Brasileira Contra a Escravidão. A atitude teria sido um desafio à elite conservadora da época, que considerava a escravidão uma instituição indispensável ao desenvolvimento do Brasil.
Com a movimentação no sentido de aprofundar as discussões a respeito da questão, as divergências entre Nabuco e seu partido arraigaram, fato que tornou inviável a sua reeleição. Derrotado nas eleições para a Câmara dos Deputados, como representante dos abolicionistas, ele partiu para a Europa, em 1882.
Foi lá, em 1883, que Joaquim Nabuco produziu e publicou uma de suas obras mais emblemática em prol da causa, o livro "O Abolicionismo".
O escritor
"Os partidos desaparecem, mas a ideia, o movimento, a aspiração são eternos."
(O abolicionismo, 1883)
No prefácio da obra, Nabuco comemora o fato de, no país, à época, já existir uma consciência nacional em formação, que ia introduzindo a dignidade humana na legislação brasileira e para a qual a escravidão, apesar de hereditária, "é uma verdadeira mancha de Caím".
Essa consciência, segundo o autor, resultaria da mistura de duas correntes diversas: o arrependimento dos descendentes de senhores, e a afinidade de sofrimento dos herdeiros de escravos.
"Não tenho, portanto, medo de que o presente volume não encontre o acolhimento que eu espero por parte de um número bastante considerável de compatriotas meus, a saber: os que sentem a dor do escravo como se fora a própria, e ainda mais, como parte de uma dor maior - a do Brasil, ultrajado e humilhado; os que têm a altivez de pensar - e a coragem de aceitar as consequências desse pensamento - que a pátria, como mãe, quando não existe para os mais dignos; aqueles para quem a escravidão, degradação sistemática da natureza humana por interesses mercenários e egoístas, se não é infamante para o homem educado e feliz que a inflige, não pode sê-lo para o ente desfigurado e oprimido que a sofre; por fim, os que conhecem as influências sobre o nosso país daquela instituição no passado e, no presente, o seu custo ruinoso, e preveem os efeitos da sua continuação indefinida."
No texto, Joaquim Nabuco afirma que se sentiria recompensado, se as sementes "da liberdade, direito e justiça, que estas páginas contêm, derem uma boa colheita no solo ainda virgem da nova geração"; se o livro concorresse, unindo em uma só legião os abolicionistas brasileiros, para apressar, ainda que seja de uma hora, "o dia em que vejamos a Independência completada da Abolição, e o Brasil elevado à dignidade de país livre".
O abolicionista
"A escravidão é sempre um erro"
(O abolicionismo, 1883)
O escritor afirmava na obra que o nosso caráter, o nosso temperamento, a nossa organização toda, física, intelectual e moral, achava-se "terrivelmente afetada pelas influências com que a escravidão passou trezentos anos a permear a sociedade brasileira".
Neste contexto, segundo Nabuco, a animação dos abolicionistas seria para o escravo como o desejo, "o sonho dourado da sua pobre mãe, recordação indelével de infância dos que foram criados no cativeiro"; era como "as palavras que lhe murmuram ao ouvido os seus companheiros mais resignados, para dar-lhe coragem".
"Os escravos, em geral, não sabem ler, não precisam, porém, de soletrar a palavra liberdade para sentir a dureza da sua condição."
Joaquim Nabuco escancarava aos olhos da sociedade conservadora: "A escravidão não é um contrato de locação de serviços que imponha ao que se obrigou certo número de deveres definido para com o locatário. É a posse, o domínio, o sequestro de um homem".
"A escravidão não é uma opressão ou constrangimento que se limite aos pontos em que ela é visível; ela espraia-se por toda parte; ela está onde vós estais; em nossas ruas, em nossas casas, no ar que respiramos, na criança que nasce, na planta que brota do chão."
O escritor defendia que nenhum país pode subir um degrau na escada da civilização e da consciência moral se não tiver com que desapropriar a sua imoralidade e o seu atraso. "A pátria deve proteção igual a todos os seus filhos e não pode enjeitar nenhum."
O idealizador
"A influência da escravidão não se desenraiza num dia."
(O abolicionismo, 1883)
Quando retornou ao Brasil, Joaquim Nabuco seguiu na carreira política. Em 1884, realizou a campanha para a eleição, por Pernambuco, à Câmara dos Deputados, defendendo ao lado de José Mariano, a causa do abolicionismo.
No ano seguinte, Nabuco começa a atuar incisivamente em prol do projeto de lei de libertação dos sexagenários. Em 1888, teve uma audiência particular com o papa Leão XIII e relatou a luta pelo abolicionismo no Brasil.
Em março de 1888, o Gabinete João Alfredo assume o governo com o propósito deliberado de abolir a escravatura no Brasil. Nabuco, apesar do Gabinete ser conservador, o apoiou e deu uma grande contribuição à aprovação da Lei Áurea.
"Se a escravidão está morta, se não há nada que a possa ressuscitar e se por outro lado o que vem atrás dela é a abundância e a fertilidade, é preciso abreviar o mais possível o terrível interregno que estamos atravessando da escravidão para a liberdade."
Joaquim Nabuco: "a escravidão é sempre um erro"
Entre as tantas contribuições do escritor, político, advogado e diplomata, uma se destacou: a luta implacável pelo fim da escravidão.
quinta-feira, 19 de novembro de 2015
Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo, escritor, político, advogado e diplomata, nasceu em Recife/PE, em 19 de agosto de 1849, e faleceu em Washington, EUA, em 17 de janeiro de 1910. Nestas seis décadas de vida, Nabuco muito produziu em prol das letras e da política, deixando ao país um rico legado e vasto acervo de obras que serve como referencial, passado mais de um século de sua morte.
Entre suas tantas contribuições, entretanto, uma se destacou amplamente em detrimento das demais, em termos de importância ao país e à humanidade: a luta implacável pelo fim da escravidão.
"O abolicionista é o advogado gratuito de duas classes sociais que, de outra forma, não teriam meios de reivindicar os seus direitos, nem consciência deles. Essas classes são: os escravos e os ingênuos."
O político
"A pátria varia em cada homem."
(O abolicionismo, 1883)
Formado em Ciências Sociais e Jurídicas na Faculdade de Direito do Recife, Joaquim Nabuco foi eleito deputado geral pela província de Pernambuco em 1879, passando no ano seguinte a participar do parlamento. O fato marcou o iníciode sua campanha em favor da abolição, que logo se tornou causa nacional.
Poucos anos depois, em 1880, Nabuco deu outro importante passo nesta direção, ao organizar e instalar em sua casa a Sociedade Brasileira Contra a Escravidão. A atitude teria sido um desafio à elite conservadora da época, que considerava a escravidão uma instituição indispensável ao desenvolvimento do Brasil.
Com a movimentação no sentido de aprofundar as discussões a respeito da questão, as divergências entre Nabuco e seu partido arraigaram, fato que tornou inviável a sua reeleição. Derrotado nas eleições para a Câmara dos Deputados, como representante dos abolicionistas, ele partiu para a Europa, em 1882.
Foi lá, em 1883, que Joaquim Nabuco produziu e publicou uma de suas obras mais emblemática em prol da causa, o livro "O Abolicionismo".
O escritor
"Os partidos desaparecem, mas a ideia, o movimento, a aspiração são eternos."
(O abolicionismo, 1883)
No prefácio da obra, Nabuco comemora o fato de, no país, à época, já existir uma consciência nacional em formação, que ia introduzindo a dignidade humana na legislação brasileira e para a qual a escravidão, apesar de hereditária, "é uma verdadeira mancha de Caím".
Essa consciência, segundo o autor, resultaria da mistura de duas correntes diversas: o arrependimento dos descendentes de senhores, e a afinidade de sofrimento dos herdeiros de escravos.
"Não tenho, portanto, medo de que o presente volume não encontre o acolhimento que eu espero por parte de um número bastante considerável de compatriotas meus, a saber: os que sentem a dor do escravo como se fora a própria, e ainda mais, como parte de uma dor maior - a do Brasil, ultrajado e humilhado; os que têm a altivez de pensar - e a coragem de aceitar as consequências desse pensamento - que a pátria, como mãe, quando não existe para os mais dignos; aqueles para quem a escravidão, degradação sistemática da natureza humana por interesses mercenários e egoístas, se não é infamante para o homem educado e feliz que a inflige, não pode sê-lo para o ente desfigurado e oprimido que a sofre; por fim, os que conhecem as influências sobre o nosso país daquela instituição no passado e, no presente, o seu custo ruinoso, e preveem os efeitos da sua continuação indefinida."
No texto, Joaquim Nabuco afirma que se sentiria recompensado, se as sementes "da liberdade, direito e justiça, que estas páginas contêm, derem uma boa colheita no solo ainda virgem da nova geração"; se o livro concorresse, unindo em uma só legião os abolicionistas brasileiros, para apressar, ainda que seja de uma hora, "o dia em que vejamos a Independência completada da Abolição, e o Brasil elevado à dignidade de país livre".
O abolicionista
"A escravidão é sempre um erro"
(O abolicionismo, 1883)
O escritor afirmava na obra que o nosso caráter, o nosso temperamento, a nossa organização toda, física, intelectual e moral, achava-se "terrivelmente afetada pelas influências com que a escravidão passou trezentos anos a permear a sociedade brasileira".
Neste contexto, segundo Nabuco, a animação dos abolicionistas seria para o escravo como o desejo, "o sonho dourado da sua pobre mãe, recordação indelével de infância dos que foram criados no cativeiro"; era como "as palavras que lhe murmuram ao ouvido os seus companheiros mais resignados, para dar-lhe coragem".
"Os escravos, em geral, não sabem ler, não precisam, porém, de soletrar a palavra liberdade para sentir a dureza da sua condição."
Joaquim Nabuco escancarava aos olhos da sociedade conservadora: "A escravidão não é um contrato de locação de serviços que imponha ao que se obrigou certo número de deveres definido para com o locatário. É a posse, o domínio, o sequestro de um homem".
"A escravidão não é uma opressão ou constrangimento que se limite aos pontos em que ela é visível; ela espraia-se por toda parte; ela está onde vós estais; em nossas ruas, em nossas casas, no ar que respiramos, na criança que nasce, na planta que brota do chão."
O escritor defendia que nenhum país pode subir um degrau na escada da civilização e da consciência moral se não tiver com que desapropriar a sua imoralidade e o seu atraso. "A pátria deve proteção igual a todos os seus filhos e não pode enjeitar nenhum."
O idealizador
"A influência da escravidão não se desenraiza num dia."
(O abolicionismo, 1883)
Quando retornou ao Brasil, Joaquim Nabuco seguiu na carreira política. Em 1884, realizou a campanha para a eleição, por Pernambuco, à Câmara dos Deputados, defendendo ao lado de José Mariano, a causa do abolicionismo.
No ano seguinte, Nabuco começa a atuar incisivamente em prol do projeto de lei de libertação dos sexagenários. Em 1888, teve uma audiência particular com o papa Leão XIII e relatou a luta pelo abolicionismo no Brasil.
Em março de 1888, o Gabinete João Alfredo assume o governo com o propósito deliberado de abolir a escravatura no Brasil. Nabuco, apesar do Gabinete ser conservador, o apoiou e deu uma grande contribuição à aprovação da Lei Áurea.
"Se a escravidão está morta, se não há nada que a possa ressuscitar e se por outro lado o que vem atrás dela é a abundância e a fertilidade, é preciso abreviar o mais possível o terrível interregno que estamos atravessando da escravidão para a liberdade."
Cícero Dias
Informações
Nome:Cícero Dias
Nasceu:Escada PE (05/03/1907)
Faleceu:Paris - Franca (28/01/2003)
 
Biografia
 Cicero dos Santos Dias (Escada PE 1907 - Paris França 2003). Pintor, gravador, desenhista, ilustrador, cenógrafo e professor. Inicia estudos de desenho em sua terra natal. Em 1920, muda-se para o Rio de Janeiro, onde matricula-se, em 1925, nos cursos de arquitetura e pintura da Escola Nacional de Belas Artes - Enba, mas não os conclui. Entra em contato com o grupo modernista e, em 1929, colabora com a Revista de Antropofagia. Em 1931, no Salão Revolucionário, na Enba, expõe o polêmico painel, tanto por sua dimensão quanto pela temática, Eu Vi o Mundo... Ele Começava no Recife. A partir de 1932, no Recife, leciona desenho em seu ateliê. Ilustra, em 1933, Casa Grande & Senzala, de Gilberto Freyre (1900- 1987).
 Em 1937, é preso no Recife quando da decretação do Estado Novo. A seguir, incentivado por Di Cavalcanti, viaja para Paris onde conhece Georges Braque, Henri Matisse, Fernand Léger e Pablo Picasso, de quem se torna amigo. Em 1942, é preso pelos nazistas e enviado a Baden-Baden, na Alemanha. Entre 1943 e 1945, vive em Lisboa como Adido Cultural da Embaixada do Brasil. Retorna a Paris onde integra o grupo abstrato Espace. Em 1948, realiza o mural do edifício da Secretaria das Finanças do Estado de Pernambuco, considerado o primeiro trabalho abstrato do gênero na América Latina. Em 1965, é homenageado com sala especial na Bienal Internacional de São Paulo. Inaugura, em 1991, painel de 20 metros na Estação Brigadeiro do Metrô de São Paulo. No Rio de Janeiro, é inaugurada a Sala Cicero Dias no Museu Nacional de Belas Artes - MNBA. Recebe do governo francês a Ordem Nacional do Mérito da França, em 1998, aos 91 anos.
 Comentário crítico Cicero Dias inicia a carreira artistica na década de 1920, quando estão sendo introduzidas as tendências de vanguarda no Brasil. Liga-se aos intelectuais do movimento regionalista de 1926, que ocorre no Recife, em resposta à Semana de Arte Moderna de 22. No começo, ele produz principalmente aquarelas, nas quais representa um universo de sonhos, inquietante. Os personagens, em escala diferente das paisagens, e também os objetos apresentam muita leveza, freqüentemente flutuam, como, por exemplo, em O Sono, 1928, O Sonho da Prostituta, 1930 e Mulher Nadando, 1930. São imagens que evocam o mundo do inconsciente, nas quais o erotismo é freqüente. Estas são representadas com grande delicadeza no desenho e em uma gama cromática muito rica. Na opinião do crítico Antonio Bento, sua obra relaciona-se ao surrealismo e também a um imaginário fantástico nordestino, em que mitos e fábulas estão presentes nas manifestações artísticas e na literatura de cordel.
 
 O grandepainel Eu Vi o Mundo... Ele Começava no Recifeé exposto em 1931, no Salão Revolucionário, do qual participam artistas de vanguarda. A obra apresenta uma série de pequenas cenas, nas quais retoma o universo presente nas aquarelas. O painel causa impacto pelo porte e pela concepção, impregnada de forças misteriosas do inconsciente e é a obra mais destacada do artista, antes de sua viagem para a França. Cicero Dias viaja para Paris em 1937, obtendo um cargo no Escritório Comercial, junto a Embaixada do Brasil. Na cidade, aproxima-se de Di Cavalcanti, trava contato com o pintores franceses Georges Braque, Fernand Léger e Henri Matisse, e torna-se amigo do pintor espanhol Pablo Picasso. O tema e a técnica de seus quadros continuam ligados a Pernambuco, o artista mantém a luz e a cor de suas paisagens, como em Mulher na Janela, 1939.
 Na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), embora não estivesse mais trabalhando na Embaixada do Brasil, Cicero Dias integra o grupo de brasileiros que são presos e confinados na cidade de Baden-Baden, na Alemanha e seriam trocados por prisioneiros alemães. Entre os companheiros do pintor está o escritor Guimarães Rosa. Após negociações entre os dois países, o grupo de diplomatas e funcionários do governo brasileiro é libertado, seis meses depois, em Portugal, em 1942. Dias volta para a França, clandestinamente, vivendo por algum tempo num pequeno quarto de hotel, na cidade de Vichy. Mantém correspondência com amigos, entre eles Picasso e o poeta surrealista Paul Éluard. Com Éluard, vive um dos episódios mais comentados de sua biografia: quando retorna da França para Portugal, acompanhado de sua noiva, traz consigo o poema Liberté, de Paul Éluard. O poema, exaltando a liberdade, é enviado por Cicero para Londres, onde é impresso e espalhado por toda a França ocupada, em vôos da Força Aérea Inglesa.
 
 Em Portugal, a partir de 1943, inicia uma pesquisa comparativa entre a cultura portuguesa e a brasileira, estuda arte popular, arquitetura, escultura e pintura. Nessa época pinta quadros que têm por motivos elementos vegetais, como Galo ou Abacaxi, 1940 ouMamoeiro Dançarino, déc.1940 em que parte do gênero da natureza-morta, trabalhando com o ilusionismo, de forma irônica. Outras obras revelam o impacto causado pelo quadro Guernica, de Picasso: Mulher Sentada com Espelho, 1940 ou Duas Figuras, 1944.
 Na década de 1940, produz obras que apresentam um diálogo entre o figurativo e a abstração. Apesar do geometrismo, aparecem a vegetação, o canavial e o mar, como em Mormaço, 1941 ou Praia, 1944. Retorna à França em 1945 e integra o grupo abstrato Espace, da Escola de Paris, até 1950. Pinta, em 1948, os primeiros murais abstratos da América Latina, para o Conselho Econômico do Estado de Pernambuco, atual Secretaria da Fazenda, no Recife. Neles, aproveita, como sempre, elementos da paisagem do Nordeste: canavial, jangadas, o vermelho dos telhados, mas submetendo-os a um processo do qual resultam formas simples e ricas de sugestões poéticas.
Após 1950, predominam os quadros abstratos, em que se destacam as formas fechadas, retangulares ou tendendo à circularidade, e a preocupação com a luz e as cores claras, em uma gama cromática evocativa da natureza nordestina, como em Composição II, 1951. Para o crítico Mário Carelli, o artista, na abstração, parte de um "caminho vegetal", em que as formas geométricas refletem uma cristalização perfeita, baseada em estruturas vegetais, como em Meridianos, 1953 ouRelações Incertas, 1953. Paralelamente aos quadros abstratos, realiza outros, de caráter lírico. Estes apresentam, em sua maioria, figuras na paisagem, com rostos sutilmente iluminados, realizados com cores suaves e uso especial do branco, de que são exemplosCasal e Cena de Olinda, ambos de 1950.
 Volta com maior intensidade à pintura figurativa na década de 1960. Permanecem em seus quadros o clima de sonho e os elementos recorrentes: mulheres, casarios, folhagens, sendo constante a presença do mar. Usa freqüentemente os rosas e azuis. Em relação à fase figurativa do início da carreira, podemos dizer que a gestualidade dos personagens é contida e há mais sensualidade que erotismo, como ocorre em Barqueiro,1980, Olinda e Recife ou Moça no Barco, ambos da década de 1980.
Foi autor de dois importantes espaços culturais da cidade do Recife: a Oficina Cerâmica Francisco Brennand e o Parque das Esculturas Francisco Brennand.[2][3]
Em 2017 foi agraciado com a Medalha do Mérito Guararapes - Grã Cruz, a mais alta honraria do Estado de Pernambuco.[4]
Biografia	
Francisco de Paula Coimbra de Almeida Brennand nasceu em 11 de junho de 1927 nas terras do antigo Engenho São João, na cidade brasileira do Recife, filho de Ricardo de Almeida Brennand e Olímpia Padilha Nunes Coimbra. É descendente de Edward Brennand, originário de Manchester, na Inglaterra, que veio para o Brasil em 1820 para trabalhar em uma empresa ferroviária inglesa.[5]
Em 1917, o pai de Francisco Brennand, Ricardo, criou a primeira fábrica de cerâmicas da família — a Cerâmica São João — nas terras do antigo engenho do bairro da Várzea, no Recife, herança recebida de D. Maria da Conceição do Rego Barros Lacerda, uma prima de sua mãe.
Durante o ensino médio, após conhecer o trabalho do escultor Abelardo da Hora, Francisco Brennand desenvolveu seu interesse pelo desenho e pela literatura. No mesmo período conheceu Débora de Moura Vasconcelos, sua futura esposa, e Ariano Suassuna, seu colega de classe, com quem produzia um jornal literário, encarregando-se de realizar as ilustrações para os textos e poemas de Ariano.
Painel de Francisco Brennand no exterior do icônico edifício sede da Bacardi, em Miami, Estados Unidos.[6]
Inicialmente, Brennand acreditava ser a cerâmica uma arte utilitária, menor, e por isso dedicou-se sobretudo à pintura a óleo. Entretanto, ao chegar à França, em 1948, deparou-se com uma exposição de cerâmicas de Picasso, e descobre que muitos dos artistas da Escola de Paris haviam passado pela cerâmica: além de Picasso, Chagall, Matisse, Braque, Gauguin, e sobretudo o catalão Joan Miró.[1]
Já no início da década de 1950, de passagem por Barcelona, Brennand descobre Antoni Gaudí, cujas obras — com suas formas sinuosas e o uso do trencadís, tradicional técnica catalã — causam-lhe forte impressão. Após o seu primeiro período na Europa (1948–1951), Brennand retorna ao Brasil mas, logo em 1952, decide aprofundar-se no conhecimento das técnicas da cerâmica, iniciando estágio em uma fábrica de majólicas na cidade de Deruta, na província de Perúgia, Itália. Durante esse estágio, Brennand inicia suas experiências com o uso de esmaltes cerâmicos e queimas sucessivas da peça, em temperaturas variadas. A cada entrada da peça no forno, é aplicada uma camada diferente de esmalte, o que dá à superfície uma grande variedade de cores e texturas.[7]
Na década de 1970, Brennand participa do Movimento Armorial, juntamente com Ariano Suassuna, seu principal idealizador.[8]
No seu ateliê, instalado nas terras do antigo Engenho (depois Cerâmica) São João, no bairro da Várzea, no Recife, estão expostas muitas de suas obras, parte delas dispostas a céu aberto, em um grande jardim central.[2]
Morte	
Morreu em 19 de dezembro de 2019, vítima de infecção respiratória, no Real Hospital Português no Recife.[9] O artista plástico estava fazendo um tratamento contra uma pneumonia. O corpo foi velado na Capela Imaculada Conceição, na Oficina Cerâmica Francisco Brennand e cremado no cemitério Morada da Paz, em Paulista/PE.[10]
Nasceu na localidade moçambicana de Matalana e passou a infância a ajudar a mãe na fazenda enquanto frequentava a escola da missão suíça protestante, onde aprendeu a ler e a escrever e, após o seu encerramento, a escola da missão católica, concluindo a terceira classe em 1948[2]. Aos 12 anos de idade, mudou-se para Lourenço Marques (actual Maputo) à procura de trabalho, tendo praticado vários ofícios e acabando por em 1953 arranjar trabalho como apanhador de bolas num clube de ténis, o que lhe permitiuretomar os estudos, frequentando aulas nocturnas que lhe despertaram o interesse pelas artes, onde teve como mestre o arquitecto Garizo do Carmo. Um dos membros do clube de ténis, Augusto Cabral, ofereceu-lhe material de pintura e ajudou-o a vender os seus primeiros trabalhos.
Em 1958, ingressou no Núcleo de Arte, uma organização artística local, recebendo o apoio do pintor Zé Júlio. No ano seguinte, expôs a sua arte publicamente, pela primeira vez, numa exposição colectiva, passando a artista profissional graças ao apoio oferecido pelo arquitecto português Pancho Guedes, através da cedência de um espaço onde pôde criar o seu atelier, e da aquisição mensal de dois quadros. Em 1961, aos 25 anos, fez a sua primeira exposição individual no Banco Nacional Ultramarino. Em 1963, publicou alguns dos seus poemas no jornal «Orfeu Negro» e foi incluído na «Antologia da Poesia Moderna Africana».
Nessa altura, é indiciado como membro da FRELIMO, ficando preso na cadeia da Machava até ser absolvido a 23 de março de 1966. A 4 de janeiro de 1971, foi novamente detido, a fim de esclarecer o simbolismo do quadro «25 de Setembro», exposto recentemente no Núcleo de Arte, o que pôs em risco a sua partida para Portugal, onde obtivera uma bolsa da Fundação Gulbenkian para estudar gravura e cerâmica.
Em 1976/1977, Malangatana esteve detido num centro de reeducação como castigo pelo seu comportamento na época colonial.[carece de fontes] Na mesma altura, foi apresentada na Facim (Feira de Maputo) e numa exposição de artes plásticas organizada pelo Centro Organizativo dos Artistas Plásticos e Artesãos, com sede no antigo Núcleo de Arte, uma obra dele que foi cedida por sua mulher.
Depois da independência de Moçambique, foi eleito deputado em 1990, pela FRELIMO. Em 1998, foi eleito para a Assembleia Municipal de Maputo e reeleito em 2003. Participou em acções de alfabetização e na organização das aldeias comunais na Província de Nampula. Foi um dos fundadores do «Movimento Moçambicano para a Paz» e fez parte dos «Artistas do Mundo contra o Apartheid».
Faleceu no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, Portugal[3][4].

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