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Hemodinâmica Resistência do fluxo: é afetada principalmente pelo calibre dos vasos, o qual é regulado pela musculatura lisa presente na camada média dos vasos. Fluxo laminar: nesse caso o fluxo sanguíneo forma finas que camadas que se movem com velocidade diferente a depender da sua posição no tubo. ↳ Por exemplo, a camada em contato direto com a parede se adere a essa e não se movimenta, enquanto a camada seguinte move- se lentamente, a sua sucessora com uma velocidade maior e assim sucessivamente. Dessa forma, o fluxo irá se deslocar em uma espécie de parábola, contendo a maior velocidade da região central do vaso. Fluxo turbulento: alterações no fluxo causam essa condição, impedindo que as camadas mais externas se aderem a parede do vaso e promovendo uma mistura das camadas. Com isso, o sangue move-se em um mesmo ‘’nível’’, entretanto, necessita de uma pressão muito maior. ↳ É interessante deixar o sangue turbulento em momentos de aferir a pressão, para ter uma melhora na ausculta). É possível calcular a probabilidade do fluxo se tornar turbulento, através do número de Reynold (Nr): Influência do diâmetro: aumenta a probabilidade da turbulência. Influência da viscosidade: diminui a probabilidade da turbulência (uma vez que o sangue apresenta menor velocidade durante o fluxo sanguíneo). OBS → Indivíduos com anemia apresenta o sangue com menor viscosidade (pois possui menor quantidade de hemácias), logo possui maior probabilidade de ser turbulento. Nr > 3000 – é turbulento. Nr < 2000 – é laminar. COMPOSIÇÃO DA PAREDE DOS VASOS SANGUÍNEOS: 1- Artérias: rica em músculo liso e elástico, principalmente as grandes artérias, o que confere a esses vasos a elasticidade. Essa elasticidade/ complacência das artérias permitem que esses vasos amorteçam o fluxo, através da sua distinção quando recebem o sangue proveniente do ventrículo. Ao se distenderem, durante a sístole ventricular, a parede da artéria armazena Ec, que será responsável por continuar a bombear o sangue apesar do ventrículo se encontrar em diástole. Além disso, a elasticidade permite um menor trabalho do coração, devido à diminuição da pós-carga. E transformam o fluxo turbulento em laminar. ↳ Quando o tecido elástico é substituído por fibroso (em algumas patologias como arteriosclerose) deixando a artéria mais rígida e o ventrículo vai ter que fazer uma força maior (aumenta a pós-carga), e não há o impulsionamento do sangue para frente quando o coração relaxa 2- Arteríolas: apresenta uma grande quantidade de músculo liso, não sendo maior apenas do que a da artéria; entretanto, por não apresentar tecido fibroso são os vasos que realizavam a vasoconstrição e vasodilatação de maneira mais eficaz. Essa característica a concede a capacidade de ser o único vaso que realiza a vasodilatação ativa → regulador do fluxo ↳ Vaso dilatação ativa: ocorre quando a parede dos vasos é dilatada e por conta disso é possível aumentar a quantidade de volume circulante (ou seja, o músculo liso é o agente). ↳ Vaso dilatação passiva: ocorre quando o aumento do volume do sangue naquela região gera a dilatação da parede (ou seja, o sangue é o agente). 3- Capilares: como a sua função é permitir a passagem das substancias da circulação para os tecidos, e vise versa, apresentam uma membrana endotelial extremamente fina. ↳ Contínuos: não tem espaço entre as células, ou seja, as células ficam coladinhas. A passagem é transcelular, exemplo: barreira hematocenfálica ↳ Fenestrado: possui pequenos “poros, mas que já deixam a passagem de moléculas que não eram possíveis nos capilares contínuos. Presente nos rins (o capilar glomerular), intestino (absorção de nutrientes), e glândulas endócrinas (liberação de hormônios) ↳ Sinusoides: possuem grandes poros para a passagem de moléculas maiores (macromoléculas). Encontrado, por exemplo, no fígado (passagem de grandes proteínas, como a Albumina) e no baço (passagem de hemácias) 4- Vênulas: parede mais fina e delgada quando comparada a das arteríolas, e uma maior luz. 5- Veias: apresenta uma grande proporção em relação à quantidade de cada camada. A presença do músculo permite a realização da venoconstrição, o que influencia diretamente no retorno venoso; entretanto, não com a mesma eficácia das arteríolas. Assim como as vênulas apresentam uma parede mais fina e delgada quando comparada a das artérias, e uma maior luz do vaso. OBS: O endotélio (principalmente nas arteríolas) é caracterizado como um tecido ativo, sendo responsável pela produção de PGI2 (que aumenta a [cAMP] e promove a constrição) e por responder a presença de NO (que promove a vasodilatação). Fluxo Sanguíneo: refere-se a intensidade que com a qual o sangue circula naquela região, sendo diferente de velocidade. Em condições fisiológicas, o FS é iguala ao DC, e consequentemente diretamente proporcionais. O FS é calculado pode ser calculado principalmente pela Lei de Poiseuille: ↳ OBS: Q= fluxo; Pi=pressão de saída do tubo;Po= pressão de entrada no tubo; ῃ=viscosidade; l =viscosidade do fluxo. Nos permite perceber que o fluxo é dependente da diferença de pressão entre dois pontos; sendo que o gradiente de pressão nos afirma que o meio tende a seguir do meio de menor pressão para o meio de maior pressão. Sabemos que o ponto de maior pressão se encontra na artéria aorta, e o de menor pressão nos átrios; e justamente por conta disso, o sangue é capaz de circular nesse sentido. OBS: na diástole ventricular a pressão do ventrículo chega à zero fazendo com que o sangue, nesse momento, flua do átrio para o ventrículo. Quanto maior a diferença de pressão maior será o fluxo sanguíneo e vice-versa Onda de pressão: Quando o sangue é ejetado para a artéria é gerado uma onda que se propaga ao longo de toda a artéria e suas ramificações, gerando o pulso arterial percebido durante a palpação, denominada de onda de pressão. Fatores que alteram a onda de pressão: 1) DC → quanto maior a quantidade de sangue ejetado durante a DC maior será a onda de pressão gerada para o interior dos vasos. ↳ os atletas possuem maior onda de pressão, pois o seu coração apresenta uma hipertrofia fisiológica, o que lhe permite ejetar mais sangue durante uma DC, mesmo que em uma FC em condições normais. 2) Complacência → A velocidade da onda de pressão varia inversamente proporcional ao DC e, consequentemente, à onda de pressão. Por quê? Caso haja o aumento da complacência, a resistência para o coração realizar uma ejeção eficiente será menor e a pressão formada pela onda também. Enquanto, que em casos de diminuição da complacência, a resistência será maior e o coração terá que fazer uma maior forca para ejetar o sangue, gerando uma onda de pressão maior. A amplitude dessa Onda de Pressão é calculada pela diferença entre a Psistólica e a Pdiastólica. E essa diferença é denominada de pressão de pulso (PP). Pressão arterial: É uma forca motriz que permite que o sangue se mantenha circulando. Pressão Arterial Média: é o calculado realizado para aferir a pressão do fluxo sanguíneo dentro das artérias. Entretanto, perceba que (Ps – Pd) é PP, logo, temos: Pa= Pd + 1/3 PP. Os fatores determinantes da Pam podem ser fisiológicos (DC e RP) ou físicos (volume do fluido e complacência da artéria). Sabemos que, a circulação sanguínea é um sistema fechado; logo, a quantidade de sangue que sai do coração para as artérias (Qr) e a quantidade que sai das veias para o coração (Qh) devem ser iguais, e alterações nesses valores acarretam em alterações na pressão arterial média. Sendo assim, se Qh> Qr as paredes dos vasos irão se estirar e a pressão irá aumentar, isso pode ser causado pelo aumento do DC ou pelo aumento da RP (resistência periférica). Enquanto a diminuição da pressão é causada pela quedado DC e da RP. Colocando esses dados em equação temos: ↳ Pam = DC X RP Algumas aplicações: O aumento da DC (quantidade de sangue ejetado para as artérias - Qh) e a manutenção constante da RP, é necessário aumentar a Pam - visando fazer com que todo o sangue que saiu do coração retorne. O aumento da RP, e a manutenção do DC, é necessário aumentar a Pam. ---- Paciente com hipertensão: Se o indivíduo apresenta hipertensão arterial sistêmica (por motivos quaisquer) ele consequentemente irá apresentar um aumento na resistência vascular periférica (RP). Sabendo disso, para manter o sangue circulando na mesma proporção o organismo desenvolve mecanismos em busca da homeostasia. Como não podemos alterar a RP, o coração deve aumentar a pressão como um mecanismo compensatório. No tratamento desses casos, devemos modular o DC, para mantermos a Qh=Qr, sem alterar a Pam. Para isso, é necessário diminuir o débito cardíaco (visto que a RP também está reduzida). ↳ DC: VS e FC 1) Altero o VS através do uso de medicamentos diuréticos, que diminuem a volemia e consequentemente a distensão da parede ventricular → Lei de Frankling- Starling) → promove a redução do DC. 2) Utilizar beta bloqueadores (inibem o SNS) – que são responsáveis por reduzir a FC. CAPILARES: Em conjunto com as arteríolas e as vênulas formam a microcirculação. As arteríolas regulam o fluxo sanguíneo (através da dilatação ou contração) que segue para os capilares; podendo dar origem as metarteríolas que, então, originam os capilares ou se conectar diretamente com vênulas, esse desvio do sangue ocorre quando as metarteríolas estão contraídas, e é denominado de Shanti. ↳ Esse desvio ocorre quando leucócitos precisam alcançar o sistema venoso. Variações na pressão transmural também é um fator que altera a contração dos capilares. O fluxo sanguíneo pelos capilares é chamado de nutricional enquanto o que segue para a porção venosa da circulação é chamado de não nutricional. Não apresentam músculo liso e por isso são incapazes de realizar a constrição ativa. O endotélio tem papel passivo. Solvente e soluto passam pelas paredes dos capilares através de três processos: (1) difusão, (2) transcitose e (3) filtração Forças de Staling → que geram fluxo de trocas de substancias nesses capilares ↳ A pressão hidrostática é a pressão que o líquido presente no sangue exerce empurrando, fazendo com que existe uma tendência que o líquido e o soluto saiam desse vaso, que ele extravase ↳ A pressão osmótica é a pressão dos solutos que temos no sangue (íons, proteínas etc.), eles exercem tentando manter o líquido dentro do vaso. ↳ A pressão oncótica é a pressão só das proteínas, principalmente da albumina. É mais utilizada do que a osmótica, pois nos oferece um significado mais verdadeiro. A pressão hidrostática no lado arterial é maior que a oncótica, logo, ela “vence” e o resultado é a saída do liquido com o soluto. Entretanto, a medida que o liquido sai, a pressão hidrostática vai diminuindo e as proteínas passam a ficar mais concentradas, logo, a pressão oncótica fica maior e agora a tendência do líquido é entrar. Esse sistema não ocorre de forma igual (entrada e saída), permitindo uma maior saída de líquido para o meio intersticial. Para drenar esse líquido que ficou em excesso, entra em ação o sistema linfático → caso tenha alguma deficiência no sistema linfático, é provável que ocorra um acúmulo de líquido no interstício, formando um edema ↳ o sistema linfático devolve esse líquido para o sistema venoso Além de evitar a formação do edema, o sistema linfático tem uma importante função de manter a volemia → caso tenha alguma deficiência nesse sistema, o sangue ia circular com um volume menor, o que alteraria a pressão arterial, debito cardíaco e etc. É importante ressaltar que o sistema linfático possui um limite de drenagem, uma vez que não possui um órgão bombeador. Dessa forma, se entrar mais líquido do que esperado no espaço intersticial vai ocorrer a formação de edema. VEIAS: As veias funcionam como vasos de capacitância (reservatórios) e por conta disso em casos de alteração do DC, são capazes de modular a sua resistência (consequentemente o RV e a pré-carga) a depender das necessidades do organismo. 70% do sangue se encontra no sistema venoso. O que é possível devido ao grande tamanho da sua luz e pequena espessura das paredes. O RV (retorno venoso) é modulado através: gravidade, bomba respiratória e pela bomba musculo-esquelética.
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