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QUÍMICA ANALÍTICA INSTRUMENTAL – DCE 417 Docente: Giovana de Fátima Lima Martins Instituto de Química Curso de Farmácia • (1) Espectrometria atômica óptica • Absorção atômica. • Baseada na absorção de radiação eletromagnética: A = ebC. • Emissão atômica. • Baseada na emissão de radiação eletromagnética: I = kC. • Fluorescência atômica. • Similar a fotoluminescência molecular, mas em nível atômico. • (2) Espectrometria de massa atômica • Baseada na relação m/z (massa/carga) dos elementos, a técnica consegue distinguir os vários isótopos dos elementos. • (3) Espectrometria atômica de raios-X • Baseada nas medidas de absorção, emissão, espalhamento, fluorescência e difração de raios-X. 3s 3p 4p 5p Energia térmica ou elétrica 3s 3p 4p 5p 285 330 590 nm Absorção Emissão sódio Kirchoff ... “todos os corpos podem absorver radiação que eles próprios emitem” Conjunto de técnicas fundamentadas na interação entre a radiação e os átomos no estado livre. •ABSORÇÃO •EMISSÃO Considerações gerais • Espectrometria de Absorção Atômica (AAS). • Espectrometria de Emissão Atômica (AES ou OES). Nos dois métodos há necessidade de atomização da amostra. Assim, esta é uma etapa de grande importância para a qualidade do método. A introdução da amostra é outro fator importante e tem sido considerada o “calcanhar de Aquiles” da espectrometria atômica. Ambos, atomização e introdução de amostra, influenciam diretamente a precisão e a exatidão dos métodos espectrométricos atômicos. Créditos: Prof. Valmir F. Juliano UFMG 3s 3p 4p 5p 285 330 590 nm Absorção Kirchoff ... “todos os corpos podem absorver radiação que eles próprios emitem” •ABSORÇÃO •EMISSÃO hn I0 I A = ebc hn Energia térmica ou elétrica Moléculas gasosas átomosÍons Aerossol Sólido/Gás Spray Líquido/Gás Solução Problema moléculas excitados átomos excitados íons excitados nebulização Dessolvatação dissociaçãoionização volatilização X X X Aumentando-se T, aumenta-se o no de átomos no estado excitado e, por isso, na AAS não é adequado usar T acima da T de atomização Considerações EAA ou AAS – Técnica mais comumente utilizada para análise de metais. • A introdução da amostra é feita pelas mesmas técnicas já apresentadas: nebulização, vaporização eletrotérmica, etc. • A atomização pode ser realizada na chama ou em um vaporizador eletrotérmico. • Átomos neutros no estado gasoso fundamental absorvem radiação característica a cada uma de suas transições. • A fonte de radiação é uma lâmpada constituída do mesmo elemento a ser analisado – LÂMPADA DE CÁTODO OCO. Atomização em chama O queimador é laminar com grande caminho óptico Queimador Nebulizador Atomização em chama Atomização em chama Queimador de Fluxo Laminar ou de Pré-Mistura: - Chama com normalmente 5 ou 10 cm de comprimento. - Chama relativamente estável. - É o melhor em termos de reprodutibilidade. - Em contrapartida, em termos de sensibilidade, os demais métodos são bem melhores: - Um grande parte da amostra é perdida pelo dreno; - O tempo de residência é relativamente curto (~ 10–4 s). Atomização em chama •Amostra é inserida em um tubo de grafite, aquecido eletricamente • Maior tempo de residência do vapor atômico • Maior sensibilidade • Pequenos volumes de amostra • Amostras sólidas Forno de grafite Vaporizador eletrotérmico Vaporizador eletrotérmico – Forno de Grafite Vaporizador eletrotérmico – Forno de Grafite Vaporizador eletrotérmico – Forno de Grafite Vaporizador eletrotérmico – Forno de Grafite Vaporizador eletrotérmico Programa de temperatura do forno • Secagem (50-200 oC) Eliminação do solvente • Calcinação (200-800 oC) Eliminação da matriz (mineralização) • Atomização (2000-3000 oC) Produção de vapor atômico Utilização de gases de purga (argônio) • Remoção de gases produzidos na secagem e calcinação • Reduzir a oxidação do tubo • Evita a produção de gases tóxicos durante a atomização Tempo T e m p e ra tu ra Vaporizador eletrotérmico – Forno de Grafite Vantagens: - Toda a amostra é utilizada; - Maior tempo de residência (menor limite de detecção, 0,1 a 100 pg, e pode-se usar menos amostra, 0,5 a 10 mL); - Análise direta de sólidos. Desvantagens: - Interferência da matriz; - Lenta (pode levar vários minutos por elemento ou amostra); - Baixa precisão (erros de 5 a 10% contra 1% em chama); - Pequena faixa dinâmica (< 102). Sistema para geração de hidretos e atomização Ga, As, Se, Sn, Sb, Te, Pb Bi M H3 (voláteis) 3BH4 - + 3H+ + 4H3AsO3 ⇌ 3H3BO3 + 3H2O + AsH3 - - Alguns elementos possuem a propriedade de formarem hidretos voláteis - Os hidretos são térmicamente instáveis - Principal redutor: Borohidreto de sódio: NaBH4 Sistema para geração de hidretos e atomização Ga, As, Se, Sn, Sb, Te, Pb Bi M H3 (voláteis) 3BH4 - + 3H+ + 4H3AsO3 ⇌ 3H3BO3 + 3H2O + AsH3 - Sistema de Vapor Frio (Hg) -Equipamento semelhante ao usado em gerador de hidretos -Mercúrio forma vapor em temperatura ambiente Bomba Peristáltica Bomba de Diafragma Seringas Bomba para cromatografia Sistema em Fluxo TS-FF-AAS BIFF-AAS Tubo na chama TS-FF-AAS Thermospray Flame Furnace Atomic Absorption Spectrometry Tubo de Ni aquecido - Chama de AR/Acetileno - Temperaturas de aproximadamente 1000oC TS-FF-AAS Thermospray Flame Furnace Atomic Absorption Spectrometry Maior tempo de residência dos átomos na chama, Maior eficiência na geração do aerossol e transporte da amostra . • Tempo de residência da ordem de 100 ms, • Menores limites de detecção (14 e 67 vezes menor para Cu e Hg - comparado com FAAS). TS-FF-AAS Thermospray Flame Furnace Atomic Absorption Spectrometry A. Gáspár e H. Berndt, Spectrochim. Acta Part B, 2000, 55, 587-597 Lâmpada de cátodo oco I0 I X Emissão versus absorção na chama Considerações – Lâmpada de cátodo oco (LCO) • As lâmpadas de cátodo oco são constituídas de um cátodo feito de um metal (monoelementar) ou de uma liga de vários metais (multielementar) . • O interior da lâmpada contém Ar ou Ne em baixa pressão (1 a 5 torr). Cátodo Janela de quartzo ou pyrex Ânodo Considerações – Lâmpada de cátodo oco Substrato presente em alguns modelos de LCO para absorver gases residuais contaminantes Considerações – Lâmpada de cátodo oco • Quando uma ddp entre 150 e 500 V é aplicada entre o ânodo e o cátodo, o gás no interior é ionizado e os íons positivos são acelerados na direção do cátodo, produzindo uma corrente de 2-30 mA. Os íons atingem o cátodo com energia suficiente para remover átomos do metal da superfície do cátodo (sputtering). Mo Ar+ Considerações • Os átomos removidos do cátodo, em fase gasosa, são excitados por colisões com íons de alta energia e, então, emitem fótons quando retornam ao estado fundamental. • Essa radiação emitida tem a mesma frequência que a absorvida pelos átomos do analito na fase gasosa da chama ou do forno. • O propósito do monocromador, posicionado após a chama ou forno, é selecionar uma linha emitida pela lâmpada e rejeitar, tanto quanto possível, as emissões provenientes dos átomos excitados no processo de atomização. M* Mo Mo Ar+ hn Considerações – Outra fonte de radiação: EDL Lâmpada de descarga sem eletrodos •Bulbo de vidro contendo sal do elemento de interesse. •Excitação do gás do interior por radiofrequência (bobina). • Maior tempo aqueimento. O interior é preenchido com Ar a baixa pressão. Mais intensa que LCO melhor para λ <200 nm devido à absorção da radiação pelo ar, chama e partes ópticas. Lâmpada de descarga sem eletrodos Considerações – Outra fonte de radiação: EDL INSTRUMENTAÇÃO PARA ABSORÇÃO ATÔMICA Os instrumentos empregados na técnica de Absorção Atômica possuem cinco componentes básicos : 1) Fonte de luz = emite o espectro do elemento de interesse; 2) Célula de absorção = ondeos átomos da amostra são produzidos; 3) Monocromador = dispersão da luz e seleção do comprimento de onda a ser utilizado; 4) Detector = mede a intensidade de luz, transforma este sinal luminoso em um sinal elétrico e o amplifica; 5) Registrador = registra e mostra a leitura depois do sinal ser processado. ESPECTRÔMETRO DE FEIXE SIMPLES Existem dois tipos básicos de instrumentos para Absorção Atômica: o de feixe simples e o de feixe duplo A fonte de luz deve ser modulada (eletronicamente ou mecanicamente) para diferenciar a luz proveniente da própria fonte daquela proveniente da emissão da chama. Considerações • Esquema geral de um espectrômetro de absorção atômica. Principais componentes Fonte, sistema de modulação de sinal, sistema de atomização, monocromador, detector O modulador de sinal (chopper) tem um papel fundamental: permitir a discriminação entre o sinal de absorção e o sinal de emissão, principalmente para átomos que se excitam com muita facilidade. Sincronizadamente, ele bloqueia a radiação proveniente da fonte para que seja medido o sinal de emissão do analito. Considerações • Esquema geral de um espectrômetro de absorção atômica. • Átomos excitados pela chama emitem o mesmo λ resultando em uma absorbância menor que a real. • A modulação permite descontar o sinal correspondente à emissão. Fonte Atomizador Monocromador Detector Considerações • Esquema geral de um espectrômetro de absorção atômica. ESPECTRÔMETRO DE FEIXE DUPLO Existem dois tipos básicos de instrumentos para Absorção Atômica: o de feixe simples e o de feixe duplo A fonte é dividida em 2 feixes : (1) feixe da amostra, que é focalizado na "célula" da amostra e (2) feixe de referência que passa ao redor da "célula" contendo a amostra. O sinal analítico representa a razão entre intensidades de luz do feixe da amostra e do feixe de referência. Desta forma, flutuações na intensidade de luz da fonte não são percebidas, uma vez que ambos os feixes sofrem as mesmas flutuações, que são canceladas no cálculo da transmitância. Este recurso torna o sinal muito mais estável Aplicações Chama: aproximadamente 64 elementos Forno: aproximadamente 55 elementos Geração de hidretos: 8 elementos Vapor frio: 1 elemento (Hg) Ambiental: solos, águas, plantas, sedimentos... Clínica: urina, cabelo, outros fluidos... Alimentos: enlatados... Industrial: Fertilizantes, lubrificantes, minérios... Interferências Absorção atômica = técnica muito específica e com poucas interferências. Podem ser classificadas em seis categorias: 1) Interferência química; 2) Interferência de ionização; 3) Interferência de matriz; 4) Interferência de emissão; 5) Interferência espectral; 6) Interferência de fundo. Existem métodos acessíveis que podem corrigir a maioria dos problemas. • Interferência Química: • Reações químicas (ex: formação de compostos termicamente estáveis na T da chama) que causam diminuição da concentração do analito diminuirá a sensibilidade da análise Minimização de interferências: - T ou adição de reagentes. • Utilização de agentes liberadores/protetores: • Sr2+ ou La3+ servem como agente de liberação para Ca2+ em soluções contendo PO4 3-, pois reagem preferencialmente com este último. • EDTA serve como agente de proteção para Ca2+ em meio contendo fosfato. O complexo Ca-EDTA é mais estável e prontamente libera o analito na etapa de atomização. Interferências • Espectral: • Espécies moleculares na chama que absorvem a radiação da LCO juntamente com o analito Faz-se Correção de fundo. • Interferência de raias de outros elementos é facilmente eliminada Escolhe-se outro λ. Minimização de interferências: • Correção da absorção de fundo (correção de background). • Utilização de uma fonte de radiação contínua. • Efeito Zeeman.. Interferências Minimização de interferências: • Correção de fundo com fonte de radiação contínua. O modulador rotatório (chopper) alterna a incidência da raia proveniente da LCO com a radiação contínua (larga) proveniente da lâmpada de D2. A correção somente é aplicável de 190 a 430 nm. Minimização de interferências: • Correção de fundo com fonte de radiação contínua. Absorção do fundo Absorção do fundo + Absorção do analito AA AA AA AA Intensidades do sinal em termos de transmitância. Um imã permanente de 11 kG (1,1 T), provoca o desdobra- mento dos níveis de energia eletrônico dos átomos. Durante parte do ciclo com a radiação plano- polarizada, o analito e outras espécie absorvem. No outro ciclo somente as outras espécies absorvem. Minimização de interferências: • Correção de fundo baseada no efeito Zeeman: (190 a 900 nm) Intensidades do sinal em termos da transmitância. Correção baseada no efeito Zeeman Correção de fundo • Pode ser aplicado em todo o espectro • Correção é feita com a própria LCO • Maior inclinação da curva de calibração • Maior consumo de energia ( geração de campo magnético) • Limitado em 350nm • Necessita Lâmpada extra • Maior linearidade • Consumo menor Zeeman Deutério Interferências • Ionização: Ocorre quando a temperatura da chama é muito alta para o analito e, por isso, tem energia suficiente para levá-lo além do estado atômico neutro e produzir íons. A ionização diminui o nº de átomos neutros. Minimização de interferências: • Utilização de supressores de ionização, Os mais comuns são K, Na, Rb e Cs, metais alcalinos que se ionizam facilmente e tornam a chama rica em elétrons, desfavorecendo a formação de outros cátions. • Outra alternativa é T. Interferências • Matriz: • As interferências de matriz podem aumentar ou diminuir o sinal. • Devido as características da matriz de amostra (viscosidade, velocidade de queima, tensão superficial), poderem diferir consideravelmente dos padrões da curva de calibração. • Isso pode ser pela diferença na concentração de sais, ácidos, ou bases dissolvidos; pelo uso de solventes diferentes; ou quando as temperaturas de padrões e amostra estão muito diferentes. Minimização de interferências: • Quando não puder reproduzir ou aproximar as condições da amostra no padrões, utiliza-se o método de adição de padrão. Interferências • Interferência de Emissão: • Se o analito de interesse emite com muita intensidade, poderá ocorrer uma diminuição da absorbância, pela diminuição da população de átomos no estado fundamental. Minimização de interferências: • A modulação do sinal da lâmpada elimina o problema do detector medir o sinal de emissão da chama misturado com o sinal vindo da lâmpada. • A utilização de chamas mais frias pode diminuir a queda da absorbância
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