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O olhar da psicologia sobre as repercussões psicossociais em pessoas com amputação de membro

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FACULDADE CASTRO ALVES 
CURSO DE PSICOLOGIA 
 
 
 
 
ELANE SANTOS ASSUNÇÃO 
FINEIAS DO NASCIMENTO PARIS 
JANDERSON DOS SANTOS MAGALHÃES 
JEVONI DE OLIVEIRA SILVA 
 
 
 
 
 
 
AMPUTAÇÃO: O OLHAR DA PSICOLOGIA SOBRE AS 
REPERCUSSÕES PSICOSSOCIAIS EM PACIENTES AMPUTADOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SALVADOR 
2013 
 
 
ELANE SANTOS ASSUNÇÃO 
FINEIAS DO NASCIMENTO PARIS 
JANDERSON DOS SANTOS MAGALHÃES 
JEVONI DE OLIVEIRA SILVA 
 
 
 
 
 
AMPUTAÇÃO: O OLHAR DA PSICOLOGIA SOBRE AS 
REPERCUSSÕES PSICOSSOCIAIS EM PACIENTES AMPUTADOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SALVADOR 
2013 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado à Faculdade Castro Alves, 
como requisito parcial para aprovação no 
Curso de graduação de Psicologia com o 
objetivo de grau de Bacharel. 
 
Orientadora: Roberta Ferrari Marback 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado como requisito parcial para 
obtenção do Grau de Bacharel pela 
Psicologia da Faculdade Castro Alves. 
 
Orientador: ___________ 
 
 
 
ELANE SANTOS ASSUNÇÃO 
FINEIAS DO NASCIMENTO PARIS 
JANDERSON DOS SANTOS MAGALHÃES 
JEVONI DE OLIVEIRA SILVA 
 
 
AMPUTAÇÃO: O olhar da Psicologia sobre as repercussões 
psicossociais em pacientes amputados 
 
 
Banca examinadora do Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como 
requisitado para obtenção do Grau de Bacharel em Psicologia pela Faculdade 
Castro Alves 
 
 
 
RESULTADO:__________________________________________ 
 
 
ORIENTADOR:_________________________________________ 
 
 
1º AVALIADOR:_________________________________________ 
 
 
2º AVALIADOR:_________________________________________ 
 
 
SALVADOR 
2013
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
À Deus toda a glória e louvor. Reconhecemos Sua boa mão sobre nós, em toda 
nossa vida, principalmente nestes cinco anos de curso e por isso rendemos a nossa 
gratidão; 
 
Aos nossos familiares pelo amor, carinho, compreensão, apoio e muita dedicação. 
Somos eternamente agradecidos a todos vocês; 
 
Aos mestres que compartilharam conosco seu conhecimento e experiências, além 
do carinho e amizade, recebam nossos agradecimentos; 
 
Aos amigos pela compreensão e incentivo em todas as horas. A amizade de vocês 
foi um bálsamo para não abandonar a caminhada; 
 
À nossa orientadora Professora, Doutora Roberta Marback. Sua paciência, 
orientação e sábios ensinamentos foram determinantes para a concretização do 
nosso sonho; 
 
À Faculdade Castro Alves, templo do saber, cujas portas se abriram para nos 
acolher, ávidos de novos conhecimentos. A todos nossa eterna gratidão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma 
humana, seja apenas outra alma humana”. (Carl Jung) 
 
 
RESUMO 
 
A cirurgia de amputação consiste na remoção de uma parte do corpo, geralmente 
um membro. É um procedimento realizado quando não existe possibilidade de salvar 
o membro comprometido e este representa risco de vida para o paciente. Dessa 
forma, a amputação visa minimizar os sintomas bem como preservar a vida do 
indivíduo. Neste contexto, este estudo apresenta como objetivo geral: Identificar as 
repercussões psicossociais relativas às consequências da amputação e objetivos 
específicos: compreender as implicações e alterações da autoimagem, avaliar os 
aspectos emocionais e sociais relacionado à perda do membro e identificar o papel 
do psicólogo para prevenir e/ou minimizar o sofrimento causado pela amputação. Foi 
realizada revisão de literatura, com a finalidade de comparar os estudos compilados 
com os que foram realizados, e contribuir com o crescimento de estudos acadêmicos 
relacionados ao tema apresentado. Foram observadas algumas repercussões 
psicossociais que geralmente são apresentadas pelas pessoas amputadas, 
necessitando de suporte, devido às questões emocionais oriundas da perda do 
membro. Sendo assim, o trabalho do psicólogo com pessoas amputadas torna-se 
importante no processo de reajustamento psíquico e funcional da pessoa amputada, 
e tem como objetivo levar o indivíduo que sofreu a amputação a desenvolver 
recursos de enfrentamento, e conscientizar de que é preciso dar continuidade à vida, 
apesar de todas as dificuldades. 
 
Palavras-chaves: Amputação; Autoimagem; Repercussões Psicossociais; 
Psicologia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
The amputation surgery concerns the remotion of parts of the body. It's a procedure 
accomplished when there is not possibility for save a member affected and 
represents a risk for the health of the patient. So, the amputation aims to decrease 
the effects as well as to preserve the life. In this context, this study presents as 
general object to sign the repercussions psychosocial in respect the impacts of the 
amputation and like specific objectives to know the implications and changes on the 
self-image, assess the emotional and social aspects associated with the lose of 
member and identify the role of the psychologist in the treatment of pain produced for 
the amputation. We made the literature review, aim to compare the past studies. We 
noted a few psychosocial repercussions that generally are presented in amputees 
that need of support why psycological questions because of amputation of their 
members. Thus, the work of the psycologist about amputees is important in the 
process of psychological and funcional readjustment of amputees, and have like aim 
provides for the person that was soffered amputation to develop risources of to face 
and aware that there must be continued for life, despite all the difficulties. 
 
keyworks: amputation; self-image; psychosocial repercussions; psycology 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 9 
2 PROCESSOS CIRÚRGICOS: CONCEITO DE AMPUTAÇÃO, CAUSAS, 
INCIDÊNCIAS E NÍVEIS DE AMPUTAÇÃO .................................................... 11 
2.1 Tipos de amputação ............................................................................. 15 
2.2 Amputações Traumáticas de Membro Inferior ................................... 16 
2.2.1 Amputações Transtibiais ................................................................. 17 
3 A AUTOIMAGEM DO AMPUTADO .............................................................. 17 
3.1 Reconstrução da imagem corporal ..................................................... 17 
3.1.1 Distúrbios da autoimagem ............................................................. 20 
3.1.2 A dor no membro fantasma ............................................................. 21 
3.2 As repercussões emocionais e sociais .............................................. 22 
3.2.1 Reações emocionais ....................................................................... 22 
3.2.2 Estratégias de enfrentamento ......................................................... 25 
3.2.3 Importância das Relações Sociais .................................................. 26 
3.3 A Psicologia e o Amputado .................................................................. 30 
3.3.1 A importância do papel do psicólogo .............................................. 30 
4. DISCUSSÃO ................................................................................................ 33 
5 REFERÊNCIAS ............................................................................................. 37 
 
 
 
 
9 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Desde os tempos pregressos, as cirurgias fazem parte da medicina. Na 
antiguidade, sem os adventos tecnológicos, sobreviver aos procedimentos cirúrgicos 
era uma conquista imensurável, contudo, com o passar dos tempos, além dos 
avanços da medicina e das tecnologias biológicas,houve aprimoramentos de 
instrumentos cirúrgicos, preparo de profissionais e nas condições gerais dos centros 
cirúrgicos. Essas mudanças remeteram para uma visão mais ampla sobre o 
indivíduo e suas necessidades. Dentro desta perspectiva, ocorreram melhorias nos 
procedimentos cirúrgicos, que passaram a ser planejados de acordo com as 
demandas de cada paciente (GABARRA e CREPALDI, 2009). 
De acordo com Bartmann (2010), a cirurgia de amputação consiste na 
remoção de uma parte do corpo, geralmente um membro. É um procedimento 
realizado quando não existe possibilidade de salvar o membro comprometido e este 
representa risco de vida para o paciente. Dessa forma, a amputação visa minimizar 
os sintomas, bem como preservar a vida do indivíduo. 
A angústia e o medo estão presentes na maioria das pessoas submetidas a 
este procedimento, além de evidenciadas nos períodos pré e pós-operatórios. O 
desconhecimento das repercussões ligadas ao procedimento cirúrgico sustenta 
sentimentos de vulnerabilidade que estão associados aos diversos aspectos 
envolvidos, dentre eles: angústia, por conta da incapacidade, deformidade física, 
medo de morrer, questões sociais, perda da autonomia, entre outros (GABARRA e 
CREPALDI, 2009). 
De acordo com Gabarra e Crepaldi (2009), as causas mais comuns para a 
amputação são: insuficiência vascular periférica, em consequência do diabetes, 
aterosclerose, embolias, tromboses arteriais, traumatismos, tumores malignos e 
grandes traumas, em virtude de acidentes e além desses comprometimentos, outras 
afecções podem colocar o indivíduo em situação de risco de vida e posteriormente a 
uma cirurgia de amputação como alternativa para mantê-lo vivo. 
Há relativamente poucos estudos sobre o assunto que examinam o 
embasamento das intervenções e atuações adequadas às reais demandas nesta 
área, considerando apenas os aspectos psicológicos e o processo cirúrgico. 
Entretanto, é sabido que a cirurgia de amputação desenvolve repercussões que 
10 
 
necessitam de inferências psicológicas, com atuações profissionais de forma 
precisa, para evitar desencadeamento de maiores complicações psíquicas que 
reflitam, de modo geral, nas esferas biopsicossociais do indivíduo (GABARRA e 
CREPALDI, 2009). 
Quando o indivíduo já tem a sua imagem corporal bem definida e é 
submetido a uma cirurgia de amputação, a retirada de um membro, o mesmo precisa 
restabelecer sua autoimagem. Durante esse processo de elaboração, é comum 
ocorrer o fenômeno conhecido como dor fantasma. Esse fenômeno está diretamente 
ligado à elaboração do luto pelo membro perdido (OLIVEIRA, 2000). 
A escolha do tema desta pesquisa, partiu da vivência observada dos 
familiares que passaram pelo processo cirúrgico de amputação e apresentaram 
repercussões emocionais e sociais, despertando o interesse em compreender a 
atuação do psicólogo frente a esta demanda. Buscamos aprofundar em estudos que 
permeiam a cirurgia de amputação com o intuito de compreender as repercussões 
psicossociais causadas pela cirurgia e como a atuação do psicólogo pode contribuir 
para melhor enfrentamento e reabilitação do indivíduo que sofreu o processo 
cirúrgico de amputação. 
O estudo da atuação da Psicologia com pessoas amputadas torna-se uma 
demanda crescente em virtude das condições de saúde da população, o aumento da 
perspectiva de vida, o advento da modernização da medicina, da biotecnologia e das 
condições socio-históricas atuais, que contribuem para incidência de doenças 
crônicas e comorbidades que repercutem nas amputações (GABARRA e 
CREPALDI, 2009). 
O processo de retirada de um membro engloba uma complexidade de 
fenômenos psicológicos e de interações da tríade paciente-família-equipe. Diante 
dessa vertente, é indispensável a atuação do psicólogo nos períodos pré e pós-
operatórios. 
Este trabalho teve como objetivo geral identificar as repercussões 
psicossociais após a amputação e como objetivos específicos: compreender as 
implicações e alterações na autoimagem; avaliar os aspectos emocionais e sociais 
relacionados à perda do membro; e, discutir a importância do papel do psicólogo 
para prevenir e/ou minimizar o sofrimento causado pela amputação. 
Para tal, se utilizou como metodologia a revisão de literatura, que segundo 
Creswell (2010), cumpre vários propósitos dentre eles os resultados de outros 
11 
 
estudos que estão intimamente relacionados àqueles que estão sendo realizados. O 
objetivo de se valer da revisão de literatura sucede em dar aporte teórico e que a 
pesquisa seja validada, a partir do suporte oferecido pela literatura. 
A literatura é usada para estruturar o problema, apresentar em seção 
separada, tornar-se base para comparar e contrastar os resultados dos estudos 
qualitativos, por meio da examinação e estudos apurados, com intuito de colaborar 
com o crescimento dos estudos acadêmicos (CREWELL, 2010). 
 
2 PROCESSOS CIRÚRGICOS: CONCEITO DE AMPUTAÇÃO, CAUSAS, 
INCIDÊNCIAS E NÍVEIS DE AMPUTAÇÃO 
 
 O processo cirúrgico de amputação pode ser definido como a retirada de um 
órgão total ou parcial, localizado sempre nas extremidades corporais – língua, 
mama, intestino, reto, colo, útero, pênis e membros. Segundo Carvalho et al (2005), 
o termo amputação é originário do latim, que significa ambi, ao redor de/em volta de, 
e putatio, podar/ retirar. 
Historicamente1, as amputações, eram causadas por diversos motivos. 
Deformidades congênitas eram comuns, especialmente nos países árabes, nos 
quais casamentos entre primos de primeiro grau eram incentivados (MELLO, 2007). 
Durante as batalhas, nos momentos de capturas dos indivíduos ou de punição 
judicial, eram quando ocorriam as maiores incidências de amputações traumáticas. 
As amputações eram ainda causadas por doenças como gangrena, tuberculose e 
lepra. Sendo assim, tal procedimento acompanha o desenvolvimento da 
humanidade desde a sua época pregressa, revelando a sua importância até os dias 
atuais. 
 De acordo com Mello (2007), a amputação pode ser compreendida pela perda 
de um membro inteiro ou a parte específica desse membro, levando o paciente a um 
estado de readaptação social e do reequilíbrio das suas funções vitais. Sendo assim, 
 
1 As cirurgias eram realizadas com ou sem anestesias, analgésicos e instrumentos próprios, também 
se utilizava a técnica da guilhotina com machado e sem anestesia nas punições judiciais. Extratos de 
plantas como ópio, cânhamo, cicuta e álcool eram utilizados nos curativos cirúrgicos, como 
antissépticos usavam-se fumo, mel e vinagre, a cauterização era feita com óleo quente e as fibras de 
algodão e os fios de cabelo humano eram utilizados para a realização das ligaduras. Os instrumentos 
cirúrgicos eram feitos de materiais de bronze, machados de pedra e ossos animais (CARVALHO, 
2005 p. 15). 
12 
 
é importante que o procedimento de amputação seja visto não como um fim de uma 
cadeia de processos, mas sim o início de uma nova e importante etapa. 
 Para Mello (2007), recuperar um paciente é muito mais que a simples 
retirada de uma extremidade corporal. A cirurgia de amputação tem como objetivos 
primordiais duas premissas: a retirada do membro lesado e o ganho de perspectivas 
para o retorno da funcionalidade da região amputada, criando assim, um novo órgão 
de contato com o meio exterior, o coto de amputação, possibilitando a inclusão do 
indivíduo frente aos seus novos desafios de readaptação. 
Uma informação importante a citar é o cuidado na diferenciação entre 
amputação e desarticulação. São procedimentos distintos e que merecem um 
cuidado específico. Na análise de Carvalho et al (2005, p. 23), “[...] a amputação 
deve ser diferenciada de desarticulação, pois a amputação consiste na remoção da 
parte de um ou mais ossos, diferente de desarticulação que remove uma parte por 
meio de uma articulação”. 
Do ponto de vista médico e segundoo CENSO (IBGE 2000, apud 
CARVALHO et al, 2005), a amputação é um dos procedimentos cirúrgicos mais 
recorrentes no sistema de saúde. Estima-se que a incidência de amputações seja 
de 13,9 por 100000 habitantes/ano. Na literatura mundial há controvérsias quanto ao 
número de amputações, variando de 2,8 a 43,9 por 100000 habitantes/ano, sendo 
mais significante em pacientes patológicos vasculares. 
Mello (2007) se refere às implicações e necessidades desse procedimento na 
atualidade, as principais indicações de amputações, em ordem decrescente de 
frequência, são: traumática, tumoral, infecciosa, congênita e vascular. Segundo 
Gabarra e Crepaldi (2009), as condições mais frequentes que levam à amputação 
são infecção controlável, normalmente em situação de emergência; dores crônicas, 
acompanhadas de comorbidade vasculares, sem chances de outras intervenções 
terapêuticas; estrutura óssea destruída e de forma irrecuperável, procedente de 
doenças vasculares ou traumatismo; tumores malignos ou benignos; deformidades 
com implicações funcionais e estéticas, que podem melhorar com o uso de prótese. 
Para Krupski e Nehler (2003), a incidência de amputações no mundo é 
imprecisa, um dado estatístico difícil de se obter. Os registros carecem de 
informações mais contundentes sobre o procedimento, revelando, de certa forma, o 
descaso para com os dados hospitalares, assim como a grande ocorrência desse 
processo cirúrgico. Apenas no período de guerras havia registros mais precisos dos 
13 
 
hospitais militares. Visto como mais uma variável importante, a citar, o aumento da 
perspectiva de vida, a população tem desenvolvido mais doenças arteriais e 
diabetes mellitus2, sendo estas doenças as maiores responsáveis por 
potencializarem amputação de membros na vida de pessoas civis atualmente. 
Ainda no pensamento de Krupski e Nehler (2003, p. 21), 
 
[...] a amputação pode ocorrer em diferentes níveis, como por 
exemplo: dedos, acima ou abaixo do joelho, nível da perna. O nível é 
determinado pela avaliação do potencial de cicatrização do membro 
associado com o potencial funcional para o paciente. 
 
 
Nos dias atuais, a maioria dessas cirurgias são reconstrutivas, pois tem como 
principal objetivo restaurar o membro do paciente, de forma que o sucesso do 
procedimento esteja relacionado à revitalização das funções orgânicas, isto é, que o 
coto se transforme em um membro ou parte útil, para posterior reabilitação (LUCCIA, 
2003). 
Não obstante, Carvalho et al (2005) revelam que o perfil das amputações teve 
uma mudança considerável nos últimos anos. Isso se deve ao advento dos 
modernos medicamentos, ao processo de quimioterapia e radioterapia, cada vez 
mais avançado, à utilização de fixadores externos, como também de câmeras 
hiperbáricas e às novas técnicas de revestimento cutâneo. Com todo esse 
progresso/evolução do campo médico, as amputações oriundas de doenças 
vasculares ainda são as mais frequentes. 
Existe uma considerável diversidade de motivos que levam ao procedimento 
de amputação. Apesar do avanço de tratamentos e intervenções, como já citados, 
algumas situações necessitam desse tipo de processo cirúrgico. Como aponta 
Krupski e Nehler (2003), outras indicações para amputação incluem uma lesão 
traumática, como queimadura grave ou acidente, ou um tumor canceroso em um 
membro. Além do mais, tal procedimento também pode ser realizado no combate às 
infecções agudas ou crônicas, que não respondem a antibióticos ou desbridamento 
cirúrgico (remoção do tecido morto ou danificado). Em alguns casos, um 
 
2 A amputação de membros inferiores é uma das principais consequências do diabetes mellitus e das 
ulcerações nos pés. Os doentes diabéticos têm um risco 15 vezes maior de serem submetidos a 
amputações de membros inferiores do que os que não têm a doença; 1,7% de todas as internações 
relacionadas com o diabetes podem ser atribuídas a esse procedimento, e aproximadamente 10% 
dos custos com os cuidados de saúde dos pacientes diabéticos estão associados às amputações 
(NUNES et al, 2006, p. 124). 
14 
 
procedimento de amputação pode ser realizado devido ao neuroma (um 
espessamento do tecido nervoso que pode se desenvolver em várias partes do 
corpo), congelamento ou bloqueio arterial. 
Segundo Fitzpatrick (1999, p. 23): 
 
Prioritariamente as amputações ocorrem por três razões: doenças 
crônicas, como diabetes e doenças vasculares; tumores benignos e 
malignos; acidentes traumáticos relacionados a veículos 
automobilísticos, acidentes de trabalho e assaltos. As amputações 
decorrentes de doenças vasculares e diabetes atingem mais a 
população com idade superior a 60 anos, enquanto os jovens 
passam por esta perda em virtude de tumores e acidentes. 
 
 
Sendo assim, de acordo com O’Sullivan e Schmitz (2004), a causa mais 
frequente de amputações é por doença vascular periférica3, associada ou não com 
diabetes, tanto no sexo feminino quanto no masculino, ocorrendo em indivíduos 
mais velhos, predominantemente acima de 60 anos. Isso porque a falta de 
circulação é causada pelo estreitamento ou danos às artérias (também conhecida 
como doença arterial periférica). 
A doença arterial periférica (DAP) ocorre mais frequentemente em pessoas 
entre as idades de 50 a 75 anos, geralmente resulta de diabetes ou aterosclerose 
(acúmulo de placas no interior da parede da artéria). Quando os vasos sanguíneos 
danificados e o fluxo sanguíneo são prejudicados para as extremidades, o tecido 
começa a morrer e pode se infectar. 
Isso mostra que se deve ter uma maior atenção no indivíduo com idade mais 
elevada, pois as implicações são mais sérias, exigindo um cuidado mais específico 
no diagnóstico das doenças causadoras desse quadro. Como salienta Carvalho et al 
(2005), fatores de risco, como tabagismo, diabetes, hipertensão, lipoproteinemia, 
influenciam o aparecimento e desenvolvimento de doenças vasculares. As 
amputações de membros inferiores causadas por doenças vasculares periféricas 
atingem principalmente pacientes com faixa etária mais avançada, os quais estão 
mais suscetíveis a doenças degenerativas, como a arteriosclerose, resultando, 
assim, na necessidade de intervenção do procedimento de amputação. 
 
3 O cirurgião vascular desempenha papel fundamental no universo que envolve as amputações nos 
membros inferiores, pois entre 70 a 80% destas, são realizadas em pacientes com doença vascular 
periférica e/ou diabetes, exatamente a população tratada por estes especialistas (LUCCIA; SILVA, 
2003, p. 1). 
15 
 
2.1 Tipos de amputação 
 
Existem, segundo Mello (2007), numerosos procedimentos de amputação. A 
depender do local da intervenção, pode-se ter uma gama de variedade, porém os 
tipos mais frequentes nas amputações são: 
 
Quadro 1 – Tipos mais Frequentes nas Amputações 
 
TIPOS DESCRIÇÃO 
VASCULARES 
Ocorrem em pacientes com uma faixa etária mais avançada, pois tem maior 
incidência nas amputações de membros inferiores causadas por doenças vasculares 
periféricas, os quais estão mais suscetíveis a doenças degenerativas como a 
arteriosclerose. Durante as atividades as dores aumentam devido a maior 
necessidade de oxigênio nos músculos. Dentre as patologias vasculares, podemos 
citar as doenças arteriais, venosas ou linfáticas. 
NEUROPÁTICOS 
Inúmeras doenças podem levar à neuropatia periférica, dentre elas estão 
relacionadas às doenças sistêmicas (diabetes mellitus), distúrbio nutricional 
(alcoolismo), doenças infecciosas (Hansen e a Pólio) e alterações medulares (trauma 
medular). 
TRAUMÁTICOS 
Acometem principalmente em pacientes adolescentes e adultos jovens, os quais 
estão mais expostos aos acidentes de trabalho e acidentes por meio de transporte, 
frutos da tecnologia moderna. Em alguns países ainda há ocorrência de amputações 
por batalhas e minas perdidas.Podem ser também por armas de fogo, queimaduras 
severas e descarga elétrica. 
TUMORAIS 
Afetam principalmente crianças e adolescentes. Devido aos bons resultados obtidos 
com diagnóstico precoce, radioterapia, quimioterapia, utilização de endoprótese, 
enxertos e outras cirurgias conservadoras, o índice de amputações tumorais tem 
diminuído. 
INFECCIOSOS 
Em vista dos grandes avanços laboratoriais e do desenvolvimento de medicamentos 
mais específicos, a ocorrência da mesma tem sido menos frequente. As infecções 
estão relacionadas a processos traumáticos e vasculares e também a meningite 
meningococcica, caracterizada por lesões cutâneas importantes que podem causar 
necroses das extremidades. 
CONGÊNITOS 
Apresentam deformidades importantes que podem impossibilitar a proteção ou 
dificultar a função do membro residual. Para que haja uma maior aceitação por parte 
do paciente e uma melhor reabilitação, este tipo de amputação deve ser realizado 
nos primeiros anos de vida. 
LATROGÊNICOS 
Estão associadas a complicações adquiridas pelo paciente durante o curso do 
tratamento. 
 
Fonte: MELLO, 2007, p. 17 
 
16 
 
AMPUTAÇÃO 
TRANSFEMORAL 
Pode ser dividida em três níveis, ou seja, amputação transfemoral em terço 
proximal, médio e distal. Podem ser causadas por patologias vasculares, processos 
traumáticos, infecciosos e neoplásicos ou anomalias congênitas. O coto tende a 
apresentar uma deformidade em flexão e abdução do quadril. Os pacientes 
apresentam durante a marcha um gasto energético 65% maior que cidadãos não-
amputados. 
 
Fonte: MELLO, 2007, p. 19 – 21 
 
 
2.2 Amputações Traumáticas de Membro Inferior 
 
Apesar de todos esses níveis, existe uma incidência muito grande desse 
processo cirúrgico em uma parte do corpo do paciente. Como sinaliza Carvalho et al 
(2005), quase 85% das cirurgias de amputações são realizadas no membro inferior4. 
As amputações decorrentes de problemas de doenças crônico-degenerativas 
ocorrem, em sua maioria, em idosos, e as por lesões traumáticas5 acometem o sexo 
masculino, com idade inferior a 50 anos, jovens e crianças, significativamente. Por 
isso que a grande quantidade dos trabalhos acadêmicos existentes que versam 
sobre amputação está relacionada aos membros inferiores. 
O principal objetivo do procedimento de amputação, ou mais especificamente 
a cirurgia, é a retirada do membro lesionado para que o paciente recupere a 
funcionalidade dos seus processos orgânicos vitais, na região afetada. Segundo 
Mello (2007), a tática cirúrgica deve ser planejada prevendo assim, um determinado 
processo de reabilitação. Após a amputação do segmento corporal do paciente, cria-
se um novo órgão de contato com o meio exterior, o coto de amputação, 
proporcionando um processo de readaptação corporal e motora. 
Isso só será possível com o exame clínico, o qual definirá o nível de 
amputação, através da medida da temperatura e avaliação da cor da pele, 
 
4 Nos últimos anos, o pé diabético vem sendo discutido por muitas organizações e instituições no 
mundo inteiro, com atenção especial para alterações na abordagem e tratamento, a fim de conseguir 
uma redução de 50% no número de amputações, meta acordada na Declaração de São Vicente 
sobre o cuidado do diabetes na Europa. Essa declaração estabelece objetivos para controlar a 
doença, reduzindo suas principais complicações, dentre elas o pé diabético, e procura diminuir o 
impacto previsto da doença mediante a promoção da saúde, a medicina preventiva e uma atenção de 
melhor qualidade (NUNES et al, 2006, p. 124). 
5 São caracterizadas amputações traumáticas as que ocorrem em decorrência do comprometimento 
vascular e as que impedem a reconstrução do membro ou o restabelecimento adequado da função 
(MELLO, 2007, p. 22). 
17 
 
distribuição dos pelos, presença ou ausência de pulso periférico, presença ou 
ausência de perfusão distal (sinal de compressão), extensão da necrose superficial 
nas áreas ulcerosas, presença de áreas com alterações sensitivas e o índice 
isquêmico nos membros superiores e inferiores (MELLO, 2007). 
 
2.2.1 Amputações Transtibiais 
 
Como salienta Carvalho (2003 apud MELLO, 2007, p. 22-23): 
 
Este tipo de amputação tem como nível ideal a junção músculo-
tendínea dos gastrocnêmios. A preservação da fíbula é importante 
para a prevenção da rotação da prótese. Quando o coto tibial é mais 
curto, pode ser necessária para dar melhor forma ao coto e evitar 
áreas de ulceração, a ressecção da cabeça da fíbula e a reinserção 
dos ligamentos colateral e das estruturas anexas na tíbia. 
 
Portanto, diferentemente de outras amputações, nas amputações transtibiais 
eletivas é utilizada a técnica osteoperiostoplastia, que consiste na formação de um 
túnel periostal unindo a tíbia à fíbula, esta permite o apoio distal completo, 
melhorando a distribuição de carga no coto, facilitando a propriocepção, impedindo, 
a migração da fíbula para trás da tíbia e, também melhorando a circulação local 
(MELLO, 2007). 
 
3 A AUTOIMAGEM DO AMPUTADO 
 
3.1 Reconstrução da imagem corporal 
 
O corpo é a representação da identidade corporal, o que chamamos imagem 
corporal (TAVARES, 2003): 
 
O corpo registra e assimila vivencia, bem como sofre marcas do 
tempo. Muitas vezes a representação interna de nosso corpo, nossa 
imagem corporal e a imagem fornecida pelo espelho não coincidem, 
bem como a imagem nossa falada pelo outro. O corpo pode ser 
objeto de prazer, prazer de ver (schaulust), mas também de 
sofrimento, de angústia de satisfação autoerótica, ou de vergonha 
(CAMPOS, 2007). 
 
 
18 
 
De acordo com Dalgallarondo (2008), “define-se imagem corporal ou 
esquema corporal como a representação que cada indivíduo faz de seu próprio 
corpo”. 
A imagem inconsciente do corpo, substrato do psíquico inconsciente 
[...]. Ultrapassa o real do corpo e começa a marcar-se por traços, 
através de percepções sutis, constituindo os primeiros significantes. 
Trata-se de um traço estrutural da história emocional de cada ser 
humano, gravado a partir de suas percepções sutis com os outros, 
que são significativas para cada um. É uma expressão inconsciente, 
a partir do qual é elaborada toda expressão do sujeito (CABRAL, 
2001 apud LIMA e LEÃO, 2004). 
 
 
Do ponto de vista psicanalítico, a imagem corporal é construída através da 
interação entre o ego e o id, em interjogo contínuo das tendências egoicas com as 
tendências libidinais (FREUD, 1927/1997). 
Freud (1927/1997) destaca a importância da conexão do indivíduo com seu 
corpo, relatando que para que o corpo se apresente como imagem em nossa mente, 
é preciso que ele exista para nós como objeto concreto e significativo. Existe uma 
profunda relação entre imagem corporal, corpo, representações mentais, identidade 
corporal, cultura, estímulo e outros. 
A imagem corporal se desenvolve através da síntese de sensações que 
derivam dos inúmeros contatos físicos entre a criança e os pais. No início da vida, a 
identidade que possuímos é basicamente corporal, sendo determinante para a 
formação de uma imagem corporal adequada à qualidade do contato físico 
estabelecido entre mãe e filho. Esse contato físico determinará o sentimento da 
criança em relação ao seu corpo e suas respostas em relação à vida (LOWEN, 
1979). 
Segundo Schilder (1940), para desenvolver a imagem corporal são 
necessárias referências sobre o próprio corpo: vivenciar as sensações corporais e 
torná-las concretas. Essa integração pode permitir ampliar o contato interno e 
facilitar a adaptação ao mundo externo. As sensações corporais asseguram a 
construção da imagem corporal. 
Do ponto de vista de Marleau-Ponty (1994), o “corpo próprio” ou o corpo 
vivido” é aquele que, através do sensível, exerce a comunicação vital com o mundo, 
sendo esse aquilo que se vive e não o que se pensa. 
19 
 
Boemer e Chini (2007) relatam que em uma pessoa amputadaessa relação 
do corpo com o mundo é alterada, pois é interrogada no corpo, uma parte que não 
mais existe e que silencia. 
Como afirma Boccolini (2000), a imagem corporal é uma entidade que 
depende de autoconstrução, pois acompanha o indivíduo desde o desenvolvimento 
motor e a estruturação da personalidade, advindo daí a dificuldade do indivíduo 
enfrentar a si mesmo e aos outros, diante dessa autodestruição, a amputação, 
necessitando ter uma capacidade de luta interior grande para se obter a 
reformulação desejada. 
Corroborando com a ideia do autor supracitado, Tavares (2003) afirma que o 
desenvolvimento da imagem corporal depende do processo de desenvolvimento da 
própria identidade corporal do indivíduo, sendo ambos os processos totalmente 
dependentes da singularidade da estrutura orgânica e do espaço de relações de 
cada indivíduo. Esse mesmo autor destaca a importância da conexão do indivíduo 
com seu corpo, relatando que para que o corpo se apresente como imagem em 
nossa mente, é preciso que ele exista para nós como objeto concreto e significativo. 
Existe uma profunda relação entre imagem corporal, corpo, representações mentais, 
identidade corporal, cultura e estímulos. 
Segundo Barros (2005), a imagem corporal é uma experiência que 
vivenciamos a todo momento e nunca é verdadeiramente unilateral, busca a 
diversidade em seus aspectos e se confunde com as imagens alheias, 
transformando as relações externas com o mudo e sendo transformada por elas. 
O nível elevado de ansiedade contribui para o aparecimento de distúrbios de 
autoimagem corporal, “como percepção distorcida e negativa sobre aparência física” 
(FITZPATRICK, 1999; HORGAN e MACLACHLAN, 2004; WALD e ÁLVARO, 2004 
apud GABARRA e CREPALDI 2009). 
Um estudo realizado por Gallargher e Maclchlan (2001 apud GABARRA e 
CREPALDI 2009) demonstra que a imagem corporal do amputado causa um 
desconforto social, pois os pacientes entrevistados relatam que as pessoas 
direcionam o olhar para o membro faltante para depois olharem em seus rostos. 
Sentimentos como vergonha, constrangimento e aversão ao próprio corpo, 
se apresentam em sujeitos submetidos ao procedimento cirúrgico de remoção de um 
membro (GABARRA e CREPALDI, 2009). 
20 
 
De acordo com BENEDETTO et al (2002), a reconstrução de uma nova 
imagem corporal pode ocorrer de várias formas. A dor fantasma mesmo não sendo 
a mais eficaz, é uma dessas. Pela sensação de dor o indivíduo nega a amputação e 
revive a experiência de ter o corpo íntegro. 
 
3.1.1 Distúrbios da autoimagem 
 
De acordo com Luccia (2001), marcadas pela falta de um membro ou 
segmento corporal, as pessoas amputadas trazem inscritas em seus corpos sinais 
que as identificam como sendo diferentes, não raras vezes, sendo identificados 
também seres imperfeitos. 
Para Paiva e Goellner (2008), a amputação revela a morte real de uma parte 
de um corpo, bem como a morte simbólica de um estilo de vida, de uma forma de 
ser e de uma identidade. Seus corpos passam a ser desconhecidos, escapam do 
enquadramento é implícita a diferença. 
Um aspecto que é muito importante de todo o processo que envolve o 
indivíduo que pode determinar sua autoimagem e autoestima é o atributo negativo 
criado pelo paciente, pela sociedade e família. Sendo assim, o paciente pode se 
sentir fracassado e passar a se ver como as outras pessoas o veem, isso ocorre 
devido à nossa vida cotidiana, que é demarcada pela vida em grupo. Para entender 
melhor a identidade, não podemos deixar de lado o estigma que se refere às marcas 
do indivíduo, além de se referir à sociedade, que tem dificuldade de lidar com o que 
é diferente (BOCK, 1999). 
Os relatos extraídos do estudo realizado por Paiva e Goellner (2008), 
evidenciam que após a amputação os pacientes veem seus corpos de forma 
desconcertante ou irreconhecíveis, pois o corpo que se apresenta já não 
corresponde aos padrões tidos como normais e diferenciam da configuração 
corporal, outrora existente. 
Como afirma Boccolini (2000), o medo da não aceitação por parte dos outros 
é um receio sempre presente, que quando verificada sua realidade, deprime e 
frustra poderosamente o amputado. 
 
 
21 
 
3.1.2 A dor no membro fantasma 
 
A dor é um fenômeno de múltiplas dimensões, rodeada de sofrimento que 
influencia mudanças comportamentais (SAKATA et al, 2003). A dor do membro 
fantasma é assim denominada porque se refere a uma dor com localização, por 
parte dos doentes, em partes do corpo que já não existem (um membro neste caso). 
Em alguns pacientes, a amputação é uma terapêutica utilizada para alívio da 
dor, ou seja, o membro afetado e que está causando sofrimento e sensação de dor, 
não havendo outra medida a ser adotada, a ablação do mesmo, através de 
procedimento cirúrgico funcionará como alívio e possibilitará uma melhora na 
qualidade de vida deste indivíduo. Porém, em alguns estudos realizados, muitos 
pacientes amputados apresentam dor no membro amputado, essa sensação é 
denominada de dor fantasma. A consciência de dor no membro amputado pode ser 
amenizada, quando os pacientes são encorajados a expressar o sofrimento causado 
pela perda, pois tal ação potencializa a elaboração desse acontecimento (FISCHER, 
1998; TEIXEIRA et al, 1999). 
Segundo Quadros (2010), é importante diferenciarmos, dor fantasma, 
sensação fantasma e dor no coto, para entendermos com exatidão o problema e 
sabermos quais condutas devem ser adotadas, podendo ser totalmente diferentes 
umas das outras. São caracterizadas por Quadros, (2010) como: 
1) Dor do membro fantasma (DMF) é qualquer sensação dolorosa referida 
ao membro ausente; 
 2) Sensação fantasma (SF) é qualquer sensação no membro ausente, 
exceto dor; 
3) Dor do coto é a dor localizada no coto de amputação (também conhecida 
por dor residual do membro); 
A dificuldade em aceitar a mutilação, o sonho e o desejo em manter a 
conformação do corpo incorruptível, são aspectos que contribuem para a sensação 
fantasma. Desta forma, essa sensação também pode ser entendida como uma 
tentativa de reintegração corporal Teixeira (1999 apud BENEDETTO, FORGIONE e 
ALVES, 2002). 
Boemer e Chini (2007) destacam que o membro fantasma apresenta-se 
como forma de manter a expressão e fala do corpo. Esse membro ausente torna-se 
22 
 
um componente importante, pois é como se os pacientes estivessem corporalmente 
íntegros. 
O estudo realizado por Quadros (2010) demonstrou que entre os 
entrevistados, 73,1% tiveram sensação de dor no membro retirado, porém a 
prevalência diminui com o tempo. Verificou-se também que a dor no membro 
fantasma é similar à da pré-amputação. 
Para Demidoff et al (2007), apesar de não saber ao certo a origem da 
sensação do membro fantasma, sabe-se que esta é baseada em fatores psíquicos e 
fatores fisiológicos. É possível inferir que ainda não existe um tratamento específico 
para tal fenômeno. Entretanto, existem terapias e medicamentos que são utilizados 
para redução da dor, contudo, têm se mostrado eficazes para cura da dor fantasma 
e de suas sensações. Desse modo, como não existe ainda uma cura para este 
fascinante fenômeno, muitos indivíduos precisam se adaptar a essa situação. 
A dor fantasma, por ser um fenômeno físico, social e psíquico, nos sugere 
um tratamento multidisciplinar, a equipe deve trabalhar de forma conjunta para 
reorganização e reabilitação com a participação ativa do paciente (BENEDETTO, 
FORGIONE e ALVES, 2002). 
 
3.2 As repercussões emocionais e sociais 
 
3.2.1 Reações emocionais 
 
Segundo Gomes (2011), a emoção é um estado afetivo intenso, uma reação 
mental e física, sob a influência de estímulos internos ou externos, sendo tais 
emoções capazes de nos elevar, nos destruir ou nos paralisar. 
Boccolini (2000) ressalta que é difícil condensar e separar, didaticamente, as 
reações que o amputado apresenta frente aos diversos aspectos de seu defeito 
físico e dos fatoresconcomitantes. 
De acordo com Carvalho (2003), o ato operatório da amputação é sempre 
visto de forma negativa pelo paciente, pelos familiares e pela própria equipe de 
saúde. 
As repercussões emocionais presentes em procedimentos cirúrgicos são, 
em sua maioria, angústia, medo e ansiedade. Tratando-se de cirurgia para retirada 
23 
 
de um membro, tais emoções se apresentam associadas às possíveis repercussões 
sociais para o indivíduo (RAMOS, 2012). 
O processo de amputação causa desorganização na vida do sujeito e várias 
modificações na sua subjetividade, como eventos traumáticos devido à brusca 
mudança corporal. Dependendo da idade e do estado de saúde do paciente, este 
vivencia o medo da morte com a perda do membro e afloram os problemas 
psicológicos e emocionais, como depressão, ansiedade, estresse, os distúrbios da 
autoimagem corporal, isolamento social, causados pelo desconforto de como são 
olhados. Comportamentos como choro fácil, perda de apetite e isolamento, são 
frequentes em pacientes amputados (RAMOS, 2012). 
Após a ablação de um membro, o indivíduo submetido a tal procedimento, 
pode não se reconhecer fisicamente e emocionalmente, sendo tomado por extrema 
angústia, reverberando em seus projetos futuros e atuais, devido às incertezas 
quanto às suas capacidades e medo de morrer (MILIOLI et al, 2012). 
Os casos de depressão no período pós-operatório são frequentes, isto 
porque a amputação é diretamente associada ao sentimento de perda, “do ponto de 
vista psicológico, as síndromes depressivas têm uma relação fundamental com as 
experiências de perda” (HOFER, 1996; DELPINO, 2003 apud DALGALARONDO, 
2008). 
Devemos considerar a amputação não como fim de alguma coisa, mas sim o 
princípio de uma fase que, se de um lado mutilou a imagem corporal, de outro 
eliminou o perigo de perder a vida, ou do alívio do sofrimento intolerável, como a dor 
(BOCCOLINI, 2000). 
O importante é informar aos pacientes que as amputações, muitas vezes, 
propiciam uma qualidade de vida relativamente melhor sem dor e sem sofrimento, 
antes presentes (CARVALHO, 2003). 
O que foi tirado não deve ser lamentado, mas dar importância ao que restou, 
vendo a amputação como uma etapa do tratamento, que houve a mutilação de um 
membro, mas por trás deste membro existe um sujeito vivo, porque a amputação se 
insere dentro do campo das reações, comuns a todas as perdas, fenômenos que 
possuem um valor adaptativo, descrito como reação de luto, acarreta ao indivíduo 
amputado à aceitação e adaptação a morte de uma parte de si e, por consequência, 
da sua própria identidade individual e social (OLIVEIRA, 2000). 
24 
 
O paciente amputado pode utilizar-se de diversas estratégias para se 
adaptar à realidade e neutralizar sua ansiedade diante do novo estado de seu corpo, 
pode reagir agressivamente contra tudo e contra todos, pode ficar muito passivo e 
fugir do contato com os outros, isolando-se cada vez mais, porém, a forma mais 
sadia de adaptação é procurar meios que satisfaçam às necessidades internas e às 
exigências externas dos pacientes amputados, reformulando formas de adaptação 
coerentes com a sua limitação física (BENEDETTO, FORGIONE e ALVES, 2002). 
Para tanto, a etapa inicial de reintegração corporal e a aceitação do seu 
novo estado corporal é da necessidade de ajuda externa (RAMOS, 2012). 
Boccolini (2000) afirma que para os pacientes a amputação constitui-se em 
uma monstruosidade que aleija e aniquila, destruindo tudo, como se fora uma 
avalanche que, inexoravelmente, desaba sobre ele. Especialmente para os 
pacientes jovens, com um futuro ainda não gozado, a ideia de limitação em suas 
atividades, além da vaidade ferida pela mutilação em sua imagem corporal, são as 
consequências que tal procedimento desencadeia em sua personalidade, de forma 
agravante e marcante que altera profundamente suas reações psicológicas para 
com o meio em que vivem e, especialmente para consigo mesmo. 
Conforme Kuhn (1997) é logo após a amputação que o indivíduo enfrenta a 
sua primeira barreira, devido à falta de um acompanhamento psicológico que mostre 
que é possível ter uma vida normal. Esta barreira é insegurança de não poder voltar 
a realizar as atividades que outrora realizava, tais como: andar, trabalhar, praticar 
esportes e entre outras. A segunda barreira é a mais frequente, está relacionada à 
estética, pois para o amputado seu corpo não se apresenta de forma completa. 
Como cita Pinheiro e Mattos (2003), algumas destas cirurgias ocorrem de 
maneira emergencial, sem que o paciente tenha sido preparado para o fato e o ato 
cirúrgico, como se percebe nas vítimas de trânsito, que de maneira repentina 
defronta-se com a ausência de um ou mais membros. 
Quando a amputação de um membro é necessária, a primeira preocupação 
é com a sua sobrevivência, mas não pode se pode esquecer de associar este fato 
às emoções, que são extremamente importantes para a sua futura reabilitação 
(KUHN, 1997). 
Basta que se saiba avaliar, aproveitar e usar o que restou, ou seja, a 
capacidade restante, para que as perdas físicas passe para um plano de menor 
importância (BOCCOLINI, 2000). 
25 
 
3.2.2 Estratégias de enfrentamento 
 
Não existe uma tradução na língua portuguesa para o termo Coping, porém 
para muitos autores o termo mais apropriado seria o enfrentamento (LISBOA et al 
2002). 
O Coping é caracterizado por tomar medidas ativas para remover ou 
contornar determinado problema e seus efeitos (RAMOS, 2012). Este conceito está 
em evidência nos estudos realizados, pois está relacionado ao ajustamento social e 
saúde (LISBOA et al 2002). 
Folkman et al (1986) definiram enfretamento como um conjunto de esforços 
cognitivos e comportamentais, utilizado pelos indivíduos, com o objetivo de lidar com 
demandas específicas, internas ou externas, que surgem em situações de estresse 
e são avaliadas como sobrecarga ou excesso de seus recursos pessoais. 
Ainda numa perspectiva cognitivista, Folkman et al (1986) propõem um 
modelo que divide o enfrentamento em duas categorias funcionais: enfrentamento 
centrado no problema e o enfrentamento centrado na emoção, sendo que o primeiro 
visa minimizar o desconforto emocional sentido pelo indivíduo, se este adequar a 
resposta emocional à situação problema. Já o segundo, visa operar mudanças no 
ambiente se o indivíduo se controlar ou alterar a situação problema. 
Para Savoia et al (1996), tanto o enfretamento centrado na emoção, quanto 
aquele centrado no problema ocorrem em situações estressantes. Sendo assim, 
Cohen e Lazarus (1979 apud PINHEIRO, 2003) sugeriram que as estratégias de 
enfrentamento podem reduzir as condições ambientais desfavoráveis e aumentar as 
possibilidades de recuperação, possibilitando ao sujeito a tolerância e/ou adaptação 
a eventos negativos. As estratégias de enfrentamento podem ainda conservar uma 
autoimagem positiva diante da adversidade, mantendo o equilíbrio emocional e um 
relacionamento satisfatório com as pessoas. 
As estratégias de enfrentamento têm como objetivo manter o bem-estar, 
buscando amenizar os efeitos de situações estressantes que, segundo Lima (2005), 
alguns estudos sugerem a prática religiosa como benéfica na presença de doenças 
mentais e orgânicas, de forma a facilitar o desenvolvimento de estratégias de 
enfrentamento e auxiliar no processo de recuperação de doenças. 
De acordo com Boemer e Chini (2007), quando vivenciada, a amputação 
implica numa experiência marcada por alterações biopsicossociais, espirituais, 
26 
 
repleta de estigmas, decorrentes da deficiência instalada e de sentimentos diversos, 
convergentes e divergentes, que se entrelaçam e se unem, formando um todo. 
Conforme Benedetto, Forgione e Alves (2002), aceitar a deficiência física e, 
consequentemente, a reintegração corporal implica também num movimento 
psíquico de integração dos aspectos sombrios da personalidade. Porém, este é um 
processolento, que exige elaboração do luto pela perda do membro amputado; e, a 
possibilidade deste indivíduo voltar a se amar e a aceitar-se com o corpo agora 
mutilado, convivendo, assim, com suas limitações e aspectos da personalidade, 
inaceitáveis até então pelo ego. 
Para Boccolini (2000), o ser humano, desde a primeira infância, procura 
sempre executar atividades físicas sem que isto seja solicitado ou a isso seja 
obrigado. Esta aspiração se manifesta pelo engatinhar, sentar, pegar objetos. Mais 
tarde, na adolescência, corre, brinca, pratica esportes. Além dessas atividades, 
existem outras que não são tão essenciais como: segurar um copo de bebida em 
uma festa, dançar, subir em lugares difíceis. Todas essas atividades produzem e 
dão resultado, prazeres e satisfações de necessidades psicológicas. Com 
amputação estas atividades estarão limitadas conforme a extensão. 
Desta forma, não haverá atividade física completa e satisfação psicológica 
resultante dela. Benedetto, Forgione e Alves (2002) afirmam que a etapa inicial de 
reintegração corporal e aceitação do seu novo estado necessita de ajuda externa. 
Carvalho (2000) relata que o sucesso do processo de reabilitação não depende 
apenas da equipe multidisciplinar, mas também da aceitação do sujeito quanto ao 
seu estado, colaborando com a reabilitação. 
De acordo com Leitão A. e Leitão V. (1995), o paciente deve ser informado 
acerca da amputação para que o mesmo possa avaliar suas perspectivas futuras e 
possibilidades de enfrentar as dificuldades, bem como compreender os pontos 
positivos da cirurgia. Boccolini (2000) assegura que é necessário respeitar e ter 
habilidades para fazer o paciente compreender que ainda há, para ele, uma melhora 
significativa em sua vida e não é o fim de tudo. 
 
3.2.3 Importância das Relações Sociais 
 
Para Nogueira (2001), a necessidade e a importância das relações sociais 
podem ser observadas ao longo de todo o ciclo vital. Partindo desse pressuposto, as 
27 
 
pessoas buscam relacionamentos sociais que confirmem suas autopercepções. No 
caso específico das pessoas que passam por amputação de membros, o apoio 
social pode tornar-se mais significativo, uma vez que o indivíduo se sente mais 
amado e estimulado com sensação de controle sobre sua própria vida. 
Paiva e Goellner (2002) relatam que para o paciente amputado falar sobre o 
corpo amputado é uma tarefa difícil e nomeá-lo deixam aparentemente mais visíveis 
as diferenças e imperfeições. Os indivíduos precisam aprender a dominar seu corpo, 
renunciando a gratificação imediata a seus desejos mais simples, como ficar em pé 
sem as muletas. Esse controle sobre seus corpos não se dá sem uma série de 
sentimentos ambíguos: amor e ódio, desejo e repulsão, cuidado e descuido com o 
corpo. 
Boemer e Chini (2007) descreveram a amputação como boa e ruim alegre e 
triste, feliz e infeliz, fácil e difícil, pois existe a perda de parte do corpo, mas existe o 
retorno a vida. 
De acordo com Neri (2004), a satisfação com a vida é uma das medidas de 
bem-estar subjetivo, que reflete avaliação pessoal do indivíduo sobre determinadas 
domínios. Um aspecto essencial do bem-estar é a capacidade de acomodação as 
perdas e de assimilação de informações positivas sobre o self (um sistema 
composto por estruturas de conhecimento sobre si mesmo e conjunto de funções 
cognitivas que integram ativamente essas estruturas ao longo do tempo e ao longo 
de varias áreas funcionais). 
Para Amiralian (1986), a nossa percepção de como somos vistos e avaliados 
pelos outros se constitui num fator preponderante do autoconceito e do 
comportamento. Assim, a forma como a sociedade vê e reage, frente aos 
deficientes, levam pessoas com deficiência a terem comportamentos e reações 
emocionais desfavoráveis, e isso dificulta no processo das relações sociais e na 
reestruturação da autoimagem. 
 Segundo Resende et al (2007), o apoio social que as redes proporcionam 
ajuda mútua, no tratamento de doenças, bem como em qualquer situação, 
potencialmente a rede social é forte e integrada. Referir-se ao apoio social, fornecido 
pelas redes, é ressaltar os aspectos positivos das relações sociais, como o 
compartilhar informações, o auxílio em momentos de crise e a presença em eventos 
sociais. 
28 
 
 A perda de um membro resulta em alterações na vida diária, no trabalho, na 
interação social e no atendimento das necessidades pessoais, as pessoas 
amputadas não reassumem um estilo de vida completamente normal, o que 
promove graus de dependência tanto da família quanto dos profissionais de saúde 
envolvidos no processo (DIOGO, 1997). 
 A vida pode ser satisfatória, com qualidade e bem-estar especialmente 
quando há disposição para enfrentar desafios da vida. Esse intento fica mais fácil 
quando a pessoa conta com uma rede de suporte social (FREIRE, 2000). 
 Valla (1999) relata que quando o apoio social diminui, o sistema de defesa é 
afetado, tornando a pessoa mais suscetível à doença. Em épocas de estresse, como 
no caso do momento em que as pessoas sofrem amputação de um membro, o apoio 
social contribui para manter sua saúde, desempenhando função mediadora. Desta 
forma, permite ao indivíduo contornar a possibilidade de adoecer como resultado 
deste acontecimento. Por outro lado, o apoio social auxilia no sentido de aumentar a 
capacidade da pessoa em lidarem com o estresse, contribuindo para a sensação de 
coerência e senso de controle sobre a própria vida. Estes aspectos apontam para a 
importância do papel deste apoio na manutenção da saúde, na prevenção de 
doenças e como forma de facilitar o processo de recuperação do bem-estar e do 
ajustamento. 
 
As limitações impostas pela imobilização influenciam na habilidade 
com a qual o paciente interage com o ambiente. Assim, a perda de 
uma parte do corpo pode transformar o indivíduo de independente 
para dependente, requerendo um processo de avaliação de cada 
situação, ou seja, do que é capaz ou não de realizar sozinho (DIOGO, 
1997. p. 60). 
 
 
Para Resende et al (2007), a amputação de um membro coloca o indivíduo 
frente a uma multiplicidade de desafios físicos e psicossociais, podendo trazer 
prejuízos no funcionamento físico, uso de prótese, dor, mudança de emprego ou na 
ocupação, nas relações sociais, com bem como alterações na imagem corporal e no 
autoconceito. 
De acordo com Oliveira (2000), a situação de incapacidade adquirida pode 
desafiar alguns dos pressupostos básicos sobre o próprio sujeito e demanda uma 
série de adaptações. De modo geral, os aspectos psicológicos envolvidos podem ser 
29 
 
múltiplos, capazes no seu extremo de desencadear reações emocionais que dificulta 
o processo de resignificação do self. 
A perda de um membro enquadra-se no campo das reações comuns a todas 
as perdas, fenômenos que possuem um valor adaptativo, descrito como reação de 
luto. Trata-se, para o indivíduo amputado, de se adaptar à morte de uma parte de si, 
e por inerência, da sua própria identidade individual e social. Esse luto tem inúmeros 
significados, principalmente, no que diz respeito à relação com o outro, pois a 
sociedade valoriza a imagem corporal e perda da autonomia de suas habilidades, 
que são ressignificadas a partir daquelas que são possíveis ser exercidas pelo 
amputado (RESENDE et al, 2007). 
A necessidade e a importância das relações sociais podem ser observadas 
ao longo de todo o ciclo vital. Partindo desse pressuposto, a pessoa busca 
relacionamentos sociais que confirmem sua autopercepção e no momento de 
sofrimento e angústia como amputação, o indivíduo, mantém como maior 
enfrentamento, ao encontrar suporte das redes de apoio e sociais (OLIVEIRA, 
2000). 
Segundo Diogo (1997), soma-se às dificuldades a problemática causada 
pela amputação, além da grande mudança no seu estilo de vida, o amputado 
enfrenta as incertezas quanto às suas capacidadese às atividades de familiares e 
amigos, que ficam alteradas. 
Para Resende et al (2007), fatos como os citados acima desafiam o 
indivíduo a manter o bem-estar emocional e podem gerar reações inadequadas e 
conduzi-lo a desajustes psicossocial. Porém, é preciso considerar que as mudanças 
que são causadas pela amputação, para melhor qualidade de vida e, principalmente, 
nos aspectos psicossociais e aprendizado de que as pessoas necessitam umas das 
outras. 
 
O suporte social e a rede de relações sociais favorecem o bem-estar 
de pessoas, com ou sem deficiência, os relacionamentos são 
particularmente benéficos para a manutenção da saúde mental, pois 
atendem as necessidades afetivas e emocionais dos envolvidos. É 
um fator que contribui na perspectiva de um futuro próspero, pois a 
partir do apoio recebido seja de amigos, familiares e outros grupos 
de apoio, as pessoas têm a possibilidade de contornarem as 
situações estressantes (RESENDE, 2007. p.174). 
 
30 
 
Embora os sujeitos amputados enfrentem uma doença física, as questões 
emocionais e sociais são complexas e mais diferenciadas para cada indivíduo. Por 
essa razão, se pode constatar que, atualmente, apesar de certas dificuldades, uma 
porcentagem de pessoas que adquiriram deficiência consegue de forma 
considerável e satisfatoriamente, resolver as questões de deficiência e 
incapacidades físicas, desenvolvendo habilidades motoras e sociais que facilitem no 
reajustamento da vida e melhor enfrentamento (OLIVEIRA, 2000). 
 
3.3 A Psicologia e o Amputado 
 
3.3.1 A importância do papel do psicólogo 
 
É sabido que a importância do papel do psicólogo se dá pelo trabalho 
diferenciado, pelas ferramentas utilizadas, que são atípicas às outras profissões, 
devido à especificidade nas tarefas realizadas pelo psicólogo, em desenvolvimento 
de atividades interacionais do indivíduo com si mesmo e com os outros, e 
aprofunda-se em entender o significado dado às demandas trazidas pelas pessoas e 
as influências recebidas pelo meio (BECKER et al, 1997). 
Em diversas áreas de atuação, o psicólogo se depara com pessoas com 
deficiência, podendo ser visual, auditiva, motora ou mental o que remete na 
necessidade de um conhecimento amplo sobre as intervenções psicológicas, teorias 
e técnicas, bem como o saber sobre as deficiências e suas vicissitudes para que 
possa desenvolver trabalhos com resultados significativos (BECKER et al, 1997). 
A psicologia pode proporcionar às pessoas amputadas conforto, diminuição 
da angústia, da ansiedade, do medo, do sofrimento psíquico diante da deformidade 
aparente. De acordo com Freitas e Cosmos (2010), a maneira como o paciente 
enfrenta sua própria enfermidade pode dificultar o tratamento, a comunicação e, 
como consequência, os comportamentos que beneficiem na melhoria da doença 
e/ou alívio do sofrimento. No paciente amputado, o enfrentamento perpassa a 
doença, pois existe no contexto a perda do membro. 
 Segundo Fedidá (1984 apud BECKER et al, 1997), a deficiência, de modo 
geral, é negada, tanto pelo portador, quanto pelas pessoas que convivem, o que 
leva a reflexões das suas limitações e próprias deficiências de caráter. Baseando-se 
no fato de que as deficiências são inaceitáveis e as lembranças fazem ressurgir 
31 
 
angústias de castração, destruição e desmoronamento, a pessoa deficiente se sente 
sobrevivente de uma catástrofe e, nesse momento, a psicologia pode propiciar o 
caminho de reestruturação do indivíduo, por meio da escuta diferenciada e do 
trabalho com os conteúdos trazidos pelo paciente. 
Quando um paciente é acometido pela amputação, o psicólogo precisa 
desenvolver audição e visão dilatadas para ir além dos aspectos físicos, sociais e 
mentais do indivíduo, para que possa perceber as repercussões psicossociais 
causadas pela amputação com base no tipo de amputação, sua intensidade, 
extensão, época de incidência, estratégias de enfrentamento e ajustamento 
(BECKER et al, 1997). 
 
O culto do corpo perfeito, tão em voga na sociedade atual, é um dos 
fatores invocados para o impacto negativo que a amputação provoca 
na segurança pessoal e na autoestima dos doentes, complexificando 
todo o sistema relacional dos sujeitos (OLIVEIRA, 2000, p. 443). 
 
Na cultura ocidental existe um culto ao corpo muito forte, qualquer mancha 
repercute na vida do indivíduo de forma negativa, por conta da representação e 
valorização da imagem corporal. Assim, o paciente amputado apresenta uma 
desestruturação no modelo do corpo, recorrente de um procedimento cirúrgico por 
uma necessidade extrema (LIMA e LEÃO, 2004). 
De acordo com Trucharte (2010), quando o indivíduo é acometido por 
alguma patologia e/ou procedimento clínico-hospitalar, o mesmo perde tudo aquilo 
que marca sua singularidade, para ser examinado ou tratado. Sabe-se que a 
intenção da equipe de saúde, geralmente, é fazer o melhor pelo paciente, porém as 
medidas realizadas, os procedimentos, são invasivos, levam os pacientes a ficarem 
vulneráveis, causando desconforto. 
Trucharte (2010) destaca ainda que por mais que um procedimento cirúrgico 
seja simples, houve corte de pele, causa sofrimento e existe perda real, pois em 
qualquer cirurgia sempre há perda da integridade do corpo. A pele é cortada e nunca 
será a mesma, o que leva alguns pacientes a agirem desfavoravelmente, 
dependendo do significado específico que a pessoa atribui à parte afetada. 
Diante da complexidade da amputação, o psicólogo necessita compreender 
as vivências, medos, angústias, ansiedades, contexto de vida e a percepção que o 
32 
 
paciente tem de si mesmo e da doença, para que o trabalho tenha êxito e os 
pacientes sejam beneficiados (FREITAS e COSMOS, 2010). 
O psicólogo precisa estar atento a essas nuanças, pois os procedimentos, 
principalmente cirúrgicos, causam desagregações em todas as áreas da vida do 
indivíduo, e no que se refere ao psíquico, uma sobrecarga, por conta dos medos, 
das ansiedades e angústias que giram em torno da situação. É importante ter um 
suporte psicológico para estruturar os pensamentos, as crenças, com o intuito de 
diminuir o sofrimento (OLIVEIRA, 2000). 
 Segundo Freitas e Cosmos (2010), o indivíduo se constrói através das 
interações com o meio, ao longo de sua vida. A partir desse pressuposto, podemos 
afirmar que os padrões de comportamento são formados como respostas às 
situações, na tentativa de se proteger ou se esconder dos sentimentos e emoções, 
mecanismo de defesa, de forma consciente ou inconsciente, que quando deixa de 
ser compensatório, leva a graus de ansiedades e depressão. 
 De acordo com Gazzoni (2009), para aceitação da perda física por parte do 
paciente é necessário que este passe por vários estágios que compõem o processo 
elaborativo do luto que se divide em: negação, raiva, barganha, depressão, e 
aceitação. 
Os pacientes utilizam como mecanismos de defesa alguns fatores, como 
citados por Kübler-Ross (2000): 
A negação tende a ser uma defesa temporária, mas diante do equilíbrio 
psíquico do paciente, mostra-se estritamente necessária. Este primeiro estágio será 
logo substituído por uma aceitação parcial da nova realidade. 
A raiva, por sua vez, substituirá a negação, dando vez aos sentimentos de 
revolta, inveja e de ressentimento, tendo a pergunta “Por que eu?”, como principal 
fonte de sua amargura. Depois deste período, o paciente tentará barganhar dentro 
da sua atual situação, adiar o que já não tem volta. 
A depressão surgirá quando já não há mais nada o que fazer, onde a perda é 
inevitável, perceber esta realidade, nua e crua, traz sofrimento e dor psíquica ao 
paciente. 
 Por fim, a aceitação, que não pode ser confundida com um estágio de 
felicidade, mas sim, como mais uma etapa do processo de reconstrução da 
identidade, onde já não há mais o desespero e nem a negação da realidade. 
33 
 
 De acordo com Freitas e Cosmos (2010), é importante que o psicólogo estejasensível diante de tais reações e defesas, das quais talvez os pacientes não tenham 
consciência e que estão relacionadas ao sentimento de grande perda. Já para 
Trucharte (2010), o psicólogo, com pacientes amputados, deve ficar mais atento aos 
mecanismos de defesa, que pode ser um processo de negação ou de compensação 
do sentimento, a partir da construção psíquica do paciente ao longo de sua história 
de vida. 
 
A preocupação básica do serviço de psicologia é buscar o 
aprimoramento da qualidade de vida dos pacientes. Compete ao 
psicólogo possibilitar ao paciente, interagir com objetos internos e 
externos, atuando como um facilitador das dificuldades e das 
necessidades psicológicas e emocionais do paciente que padece 
com o parecer favorável à amputação do membro. A psicoterapia 
deve auxiliá-lo a adaptar-se do trauma emocional, possibilitando uma 
melhor recuperação e integração sócio familiar (LIMA e LEÃO, 2004. 
p.22). 
 
 Para dinamizar a funcionalidade da psicologia nas pessoas amputadas, é 
importante compreender as limitações, bem como, a compreensão das condições 
afetivo-emocionais, ocasionadas pela amputação, a partir do pressuposto de que 
existe uma perda orgânica, que por diferentes razões esses indivíduos vieram 
adquirir uma deficiência. Existe uma perda irreparável, com uma série de 
significados e subjetivações (BECKER et al, 1997). 
 
4. DISCUSSÃO 
 
Com esta pesquisa, chegamos à conclusão que a autoimagem do amputado 
e as repercussões psicossociais, bem como o papel da Psicologia, tomaram outra 
dimensão e o entendimento sobre estas questões se ampliou de forma significativa. 
Avaliando a percepção dos principais autores citados neste trabalho, ficou 
evidente a relação entre a amputação e a elaboração da perda de um membro, suas 
repercussões emocionais e sociais, enfrentamento, a nova autoimagem e a 
importância da equipe de saúde, principalmente do psicólogo no processo 
terapêutico de cura. 
A escolha desse tema pra a pesquisa teve como objetivo aprofundar o 
conhecimento sobre o assunto, a fim de que pudéssemos entender que a 
34 
 
amputação transcende à perda física de um membro do corpo. Envolve fatores 
emocionais e sociais que devem ser considerados na avaliação. 
A amputação significa retirada, geralmente cirúrgica, total ou parcial de um 
membro do corpo (CARVALHO, 2000). A palavra “amputação” infunde temor. A 
mutilação, via de regra, apavora o paciente e produz uma sensação de derrota. 
(BOCCOLINI, 2000). 
A crise que a mutilação instala no paciente pode vir acompanhada por uma 
sensação de um futuro sombrio ou até mesmo inexistente. A amputação causa 
desorganização na vida do sujeito e várias transformações em sua subjetividade. 
Quando há um diagnóstico de amputação, as primeiras reações são de 
desespero, temor – “vou ser amputado, vou morrer”. A vida se fragiliza, neste 
momento, se torna mais real a possibilidade de culminar com a morte. A amputação, 
mesmo sendo necessária para salvar a vida do paciente, é de difícil aceitação. 
 De acordo com Novaes (1975), qualquer deficiência física pode afetar a 
imagem corporal do sujeito. No caso dos pacientes submetidos à cirurgia de 
amputação, esta imagem é afetada em decorrência da mutilação sofrida, de modo 
que esses pacientes podem sofrer uma alteração brusca em sua imagem. Muitas 
vezes, o sujeito se mantém fixado à sua imagem antes da doença e não consegue 
ajustar-se ao seu novo estado físico, manifestando dificuldade em reconstruir sua 
imagem corporal. 
O impacto ao receber o diagnóstico representa o início da crise emocional. A 
não aceitação da ideia de amputação e a preocupação com a nova imagem 
corporal, angustia profundamente o paciente. É evidente que é através do corpo que 
o indivíduo se estabelece no mundo e a imagem corporal está ligada ao sujeito e à 
sua história de vida. 
A readaptação física e social pode acontecer, a despeito das dificuldades 
emocionais, que segundo Gabarra e Crepaldi (2009), é um processo doloroso, 
acompanhado de tristeza, que pode levar à depressão, com sentimentos de 
angústia, medo e desesperança quanto ao futuro. 
Estas diferentes reações psicológicas diante da alteração física devem ser 
tratadas pelo psicólogo de maneira diferenciada, pois cada sujeito manifesta reações 
psicológicas e comportamentais, de acordo com sua maturidade emocional e 
histórico de vida. 
35 
 
Segundo Kubler-Ross (2000), para a aceitação da perda física por parte do 
paciente, é necessário que este passe por vários estágios que compõem o processo 
de elaboração do luto que se divide em negação, raiva, barganha, depressão e 
aceitação. 
Para a aceitação da perda física e elaboração da nova imagem corporal é 
preciso que o sujeito inicie seu processo de luto. Entrando em contato com sua 
subjetividade e a sua nova realidade, é possível elaborar sua perda física. É 
necessária esta elaboração para refazer psiquicamente sua autoimagem. 
Conforme Oliveira (2000), o processo de luto estará finalizado quando o 
paciente amputado for capaz de aceitar a sua diferença e de obter exultação 
pessoal, dentro dos limites impostos pela sua deficiência. 
Conforme salienta Campos (1995), é necessário que o psicólogo estimule o 
paciente a conhecer sua potencialidade e perceber a relação com suas atitudes e 
suas próprias experiências, sua doença e suas reações no seu contexto de vida, 
fortalecendo suas possibilidades pessoais de enfrentar e lidar com as situações de 
crise, buscando evitar ou aliviar o sofrimento psicológico que causam. 
É neste momento que o psicólogo vai identificar, por trás da amputação, um 
indivíduo em sofrimento e procurar entendê-lo diante de suas vivências, medo do 
futuro, ansiedade, seu contexto de vida, a percepção de si mesmo e da doença, 
questionando o sujeito na sua formar de pensar antes e depois da amputação. 
Questões como: quais os seus desejos e projeto de vida? É necessário levar 
o indivíduo a tomar consciência de seus conteúdos, para que ele mesmo encontre 
os recursos de que precisa para o enfrentamento. Estimular a autoimagem, 
autoestima e o autoconceito do amputado são tarefas preponderantes do psicólogo. 
O paciente deve se conscientizar de que, apesar da amputação, ele continua 
vivo. O paciente não deve, em momento algum, ser iludido quanto aos resultados no 
processo de reabilitação. O paciente precisa vivenciar este momento de mudanças e 
buscar novas possibilidades para superar as dificuldades física, social, psicológica e 
profissional, para a que a recuperação seja significativa e haja reajuste funcional e 
participação ativa da pessoa amputada no processo de reabilitação. 
Campos (1995) ressalta que o psicólogo deve buscar aliviar o sofrimento do 
paciente, propiciando o falar de si, da doença, da família, de seus medos e 
fantasias, esclarecendo suas dúvidas. 
36 
 
A equipe de saúde, de modo geral, deve estar atenta aos sinais e sintomas 
de crise psicológica, sabendo que a amputação causa desconforto, baixa 
autoestima, sentimentos de inutilidade e insegurança. É necessário ter muita 
sensibilidade para poder minimizar tais sofrimentos do paciente. 
Durante esta fase, é importante também encorajar o paciente a encontrar 
suporte emocional na família e nos amigos. O trabalho do psicólogo torna-se de 
grande valor para família e principalmente para o paciente amputado, que tem a 
oportunidade de expressar as suas angústias, medos e incertezas quanto ao futuro. 
Percebemos que a literatura nesta área é escassa. Há poucos estudos 
publicados e disponíveis, entretanto, o material encontrado foi suficiente para lançar 
luz sobre o tema e nos proporcionar uma visão ampla e realista da problemática que 
envolve o amputado e seus familiares, nos capacitando para atuar, com 
conhecimento de causa, como membro imprescindível da equipe de saúde na 
reabilitação do amputado. 
 
37 
 
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