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Doenças Microbianas dos Sistemas Cardiovascular e Linfático Sistema Cardiovascular consiste no coração e vasos sanguíneos; o sistema linfático consiste na linfa, vasos linfáticos, linfonodos e órgãos linfoides (tonsila, apêndice, baço, timo). Sistema Cardiovascular: Centro: coração. Função: fazer o sangue circular através dos tecidos do corpo para entregar nutrientes às células e remover metabólitos da corrente circulatória. Sistema Linfático: Parte essencial da circulação do sangue, quando o sangue circula parte do plasma é filtrado dos capilares sanguíneos para dentro do espaço entre as células do tecido (espaço intersticial). Quando o fluido intersticial se move ao redor das células do tecido, é capturado pelos capilares linfáticos e recebe o nome de linfa. V Todo fluido que volta para o coração deve passar obrigatoriamente por um linfonodo. Importante porque no linfonodo há células que removem mecanismos patogênicos. O sangue, normalmente, é estéril, mas alguns microrganismos podem entrar na corrente sem causar dano. Em condições hospitalares, o sangue pode ser contaminado como resultado de um procedimento invasivo, como: inserção de um cateter ou tubo de alimentação intravenosa. Mas se as defensas do sistema cardiovascular e linfático falharem, os microrganismos podem proliferar no sangue, podendo causar sepsemia (associada à presença e persistência desses microrganismos patogênicos). Sepse: síndrome da resposta inflamatória sistêmica. Causada por um foco de infecção Artemisa Costa Barata Linfonodo Sepse e Choque Séptico que libera mediadores de inflamação dentro da corrente sanguínea. O local de infecção, em si, não precisa ser a corrente sanguínea, em ½ dos casos nenhum microrganismo é encontrado no sangue. Também chamada de Febre Puerperal ou Febre do Parto. Streptococcus pyogenes= - hemolítico do grupo A é a causa mais comum, embora outros microrganismos podem ser causadores. É uma infecção nosocomial, começa com uma infecção do útero resultante de um parto ou aborto. Foi reduzida consideravelmente devido às práticas médicas atuais e o uso de antibióticos (como, penicilina). Streptococcus pyogenes pode causar a febre reumática também que é considerada uma complicação autoimune. Ocorre, principalmente, em pessoas de 4 a 18 anos e, muitas vezes, segue um episódio de infecção de garganta pelo Streptococcus Geralmente, expressa-se como um curto período de artrite e febre, nódulos subcutâneos nas articulações, frequentemente, acompanham esse estágio. Pessoas que tiveram episódio de febre reumática estão em risco de dano imunológico renovado com repetidas infecções de garganta por Streptococcus (garganta inflamar= febre reumática se manifesta). As bactérias têm permanecido sensíveis à penicilina e os pacientes com risco em particular (recebem injeção preventiva mensal de penicilina G de ação prolongada tem sido eficaz no tratamento contra Streptococcus Pyogenes). A virulência é determinada pela capacidade do Streptococcus evitar a fagocitose e é mediada, principalmente, pela cápsula, proteína M e proteínas semelhantes à proteína M; também a capacidade de aderir, invadir as células do hospedeiro e produzir toxinas, como as exotoxinas pirogênicas, estreptolisina S, estreptoquinase e DNAse. Epidemiologia: a disseminação pode ser pessoa a pessoa, gotículas transmitidas pelo ar, rupturas na pele após contato com indivíduo infectado, através de fômites. Tratamento da febre reumática: penicilina. Para alérgicos, deve-se utilizar cefalosporina ou vancomicina. Artemisa Costa Barata Sepse Puerperal Febre reumática Causada por Streptococcus. A inflamação endocárdio (que reveste o m. cardíaco e suas válvulas) é chamada endocardite, geralmente, causada por Streptococcus α-hemolíticos que são comuns na cavidade oral (embora, os enterococos e os estafilococos, muitas vezes, estão envolvidos). Endocardite bacteriana aguda= tipo progressivo rápido de endocardite; geralmente, causada pelo Staphylococcus aureus. Válvula mitral Endocardite subaguda (desenvolve-se no período de semanas a meses). Desenvolve-se quando a bactéria se fixa na superfície e se multiplica, causando danos que provocam a formação de vegetações fibrino-plaquetárias (formadas a partir de um biofilme que encobre as bactérias aderentes e permite que elas se multipliquem protegidas do sistema de defesa do hospedeiro). Sintomas: febre e sopro no coração, devido ao funcionamento ineficiente da válvula mitral que é detectado por ecocardiograma. Tratamento: antibióticos em altas concentrações, devido as bactérias estarem protegidas pelo endocárdio. Cocobacilos gram-negativo. Duas espécies importantes: Francisella tularensis e Franscisella philomiragia. F. tularensis: Patógeno intracelular pode sobreviver por períodos prolongados dentro dos macrófagos do sistema reticulo-endotelial devido à capacidade de coibir a fusão fagolisossoma. As cepas patogênicas apresentam uma cápsula antifagocitária rica em polissacarídeos e sua perda está associada à redução da virulência. Foi descrita pelo americano Edward Francis. Artemisa Costa Barata Infecções bacterianas do coração Tularemia Francisella tularensis pode entrar no corpo através de várias vias. A mais comum é através da pele, a partir de pequenas aberturas e isso pode criar uma ulcera no local. Cerca de uma semana depois da infecção, os linfonodos locais ficam aumentados e muitos deles contêm pus. Em algumas regiões pode ser transmitida por carrapatos e insetos, também conhecida como febre da mosca do veado. Infecção respiratória, ocorrem geralmente por pó contaminado pela urina ou pelas fezes de animais infectados, pode causar uma pneumonia aguda, com uma taxa de mortalidade maior que 30%. Tratamento: tetraciclina e gentamicina. Pequenos cocobacilos gram-negativos aeróbios. Atualmente, há 6 espécies de Brucella com 4 espécies associadas com a doença em seres humanos. Brucella melitensis: reservatórios são as ovelhas; mais comum e mais problemática. Brucella abortus: presente nos bovinos Brucella suis: presente nos suínos Brucella canis: presente nos cães Não produz exotoxinas detectáveis e as endotoxinas apresentam menor toxicidade do que as produzidas por outras bactérias gram- negativas. A conversão de cepas lisas para morfologia rugosa, está associada com a redução significativa da virulência. É um parasita intracelular do sistema retículo endotelial. Após exposição inicial, são fagocitadas pelos macrófagos e os monócitos, sobrevive e se replicam em células fagocíticas através da inibição da fusão fagolisossoma. As bactérias fagocitadas, são carreadas para o baço, fígado, medula óssea, linfonodos e rins; as bactérias secretam proteínas que induzem a formação de granuloma nesses órgãos e alterações destrutivas nesses e em outros tecidos, geralmente está associada a pacientes com a doença avançada. Sintomas: mal estar, calafrios, hipersudorese, fadigas, mialgias, perda de peso, e pode progredir para uma doença sistêmica. Tratamento recomendado é doxiciclina combinada com rifampicina por no mínimo 6 semanas para mulheres não grávidas em idade adulta. Trimetropim-sulfametoxazol para grávidas e para crianças até 8 anos de idade. Artemisa Costa Barata Brucelose Brucelose Primeiramente descrito Robert Koch que isolou o B. anthracis. O Bacillus é formador de endósporo (podem sobreviver até 60 anos); microrganismo gram-positivo grande; capaz de crescer lentamente em tipos de solos apresentando umidades baixas. Atinge principalmente animais de pasteio, gados e ovelhas. O endósporo é ingerido juntamente com capim, quando causa sepse fulminante no animal. As infecções causadaspor B. anthracis são iniciadas por endósporo, uma vez introduzidos no corpo; são capturados pelos macrófagos e se multiplicam dentro deles, matando os macrófagos e finalmente a bactéria é liberada e entra na corrente sanguínea, replicam-se rapidamente, secretam toxinas, progride entre 2-3 dias para choque séptico que, geralmente, mata o paciente dentro de 24-36h. Taxa de mortalidade= 100% Principais fatores de virulência: cápsula (inibe a fagocitose da célula) e toxina causadora de edema letal (adenilato ciclase)- responsável pelo acúmulo de fluido responsáveis pela hemorragia. Sintomas: febre branda, tosse e alguma dor no peito. Tratamento: ciprofloxacina. Borrelia bugdoferi: espiroqueta, gram- negativa, coram-se fracamente. Inicia-se com infecção localizada, progride para um estágio disseminado precoce. Se não tratada pode evoluir para estágio de manifestações tardia. Após período de incubação de 3 a 30 dias, uma ou mais lesões cutâneas se desenvolvem no local da picada do carrapato. As lesões começam com uma pequena mácula ou pápula e aumenta ao longo da semana seguinte, pode abranger uma área de 5 até mais de 50 cm de diâmetro; apresenta, geralmente borda vermelha plana e clareamento central. Sinais e sintomas precoce: mal-estar, fadiga grave, dores de cabeça, febre, calafrio, dores musculares e linfadenopatia, podendo durar até por 4 semanas. Transmissão: através do Artemisa Costa Barata Antraz Doença de Lyme carrapato. Tratamento: doxiciclina e amoxicilina. São bactérias pequenas intracelulares (multiplica-se dentro dos macrófagos e evita a fusão fagolisossoma) que as protegem de eliminação imunológica. Sintomas: febre alta, cefaleia, fraqueza e mialgia; insuficiência respiratória e renal (principal). Podem ser transmitidas a partir do carrapato. Tratamento: doxiciclina e tetraciclina. Bacilos gram-negativo aeróbio; vida intracelular obrigatório (ficam protegidas do sistema imunológico). Hospedeiros reservatórios: roedores (capivara, rato). Vetores: artrópodes (carrapato, ácaro e pulga). Após as bactérias penetrarem nas células, são liberadas do fagossomo e se multiplicam livremente tanto no citoplasma quanto no núcleo da célula, movem-se de uma célula para outra. Principais manifestações clínicas parecem resultar da replicação das bactérias nas células endoteliais, como subsequentes danos às células e extravasamento dos vasos sanguíneos (tem capacidade de destruir o endotélio- revestimento interno do capilar). Rickettsia prowazekii- tifo (Piolho) Incubação 3 semanas Sintomas: febre, cefaleia e fraqueza generalizada. Tratamento: Tetraciclina, doxiciclina e cloranfenicol. R. rickettsii- febre maculosa (carrapato) Incubação: 3 a 12 dias Sintomas: febre e cefaleia, e erupções cutâneas. Tratamento: Tetraciclina, doxiciclina e cloranfenicol. Yersinia pestis Relacionada à várias epidemias durante a Idade Média, foi responsável por mais mortes Artemisa Costa Barata Artemisa Costa Barata Erlichiose e Anaplasmose Tifo e Febre maculosa Peste de seres humanos que qualquer outra doença infecciosa, exceto a malária e a tuberculose. Provocou a morte de 1/3 da população da Europa em epidemias individuais durante a Idade Média. Causava peste pneumônica, bubônica e negra. Yersinia pestis possui uma camada LPS e produz uma endotoxina que ativa de forma despropositada o sistema imunitário, levando à produção de citocinas que produzem vasodilatação excessiva, com risco de choque séptico e morte. O nome da bactéria é em homenagem ao seu descobridor Alexandre Yersin. Peste pneumônica: quando a Yersinia pestis era inalada diretamente, ela disseminava pela circulação sanguínea (causava vasodilatação) e linfática, geralmente os sintomas estavam ausentes até os últimos dois dias da doença, quando é produzido grande quantidade de escarro sanguinolento. Peste bubônica (negra): ocorria o entumescimento dos gânglios linfáticos. Yersinia pestis pode ser transmitidas dos reservatórios (ratos) para o ser humano através da pulga. Rato silvestre- resistente; doméstico- sensível. Tratamento: estreptomicina, gentamicina, doxiciclina, ciprofloxacina, cloranfenicol. VÍRUS: Flavivírus, um deles causa dengue. A dengue é uma doença tropical infecciosa, causada por um arbovírus. Sintomas: febre, dor de cabeça, dores musculares e nas articulações, erupções cutâneas características (semelhante ao sarampo). Em poucos casos, pode evoluir para dengue hemorrágica, resulta em um sangramento, baixo nível no número de plaquetas, extravasamento do plasma no sangue, diminuição da pressão arterial em níveis perigosamente baixos. Artemisa Costa Barata Dengue Transmitida por vários tipos de mosquito, principalmente o Aedes aegypti um contágio subsequente por algum tipo diferente de vírus pode aumentar o risco de complicações graves no paciente. Não há vacina, a melhor forma de evitar epidemias é destruir os hábitats dos mosquitos. O tratamento é de apoio com reidratação oral ou intravenosa, para os casos leves ou moderados; fluidos intravenosos ou transfusão de sangue para os casos mais graves. As células alvo do vírus são as células dendríticas e monócitos. Os anticorpos contra proteína NS1 do vírus apresenta reação cruzada com as células endoteliais e plaquetas, implicando no aumento da permeabilidade vascular e o desenvolvimento de trombocitopenia (característico da dengue hemorrágica). O vírus tem diâmetro de 40-60nm são vírus de RNA de fita simples positiva. Tem tamanho aproximado de 12 kb; é envelopado. Nome vem de uma língua africana e significa “aquele que se inclina”. Sintomas: febre alta, severas dores de cabeça e nas articulações (principalmente, nos pulsos, dedos e tornozelos) que podem persistir por semanas ou meses. Existe, geralmente, um exantema e até mesmo bolhas enormes são formadas. Taxa de mortalidade: baixa. Vetor: Aedes aegypti. Tratamento é sintomático, uso de analgésicos, antitérmicos, anti-inflamatórios. Vírus de RNA de fita simples negativa e tem ~12kb. Do gênero flavivírus. Em humanos, é transmitida através da picada do mosquito Aedes aegypti, raramente causa danos ao seu portador, mas pode causar microcefalia congênita (em crianças durante o período gestacional). O nome zika tem origem na floresta de zika perto capital da república da Uganda, onde foi isolado pela primeira vez em 1947, é relacionado ao vírus da dengue, encefalite do Nilo, febre amarela. Muitas pessoas infectadas não terão sintomas ou terão apenas sintomas leves. Sintomas mais comuns: febre, erupções cutâneas, dor de cabeça, dores nas articulações, conjuntivite e dor muscular. Vírus de RNA de fita simples positiva e tem ~11kb. É um vírus envelopado. Artemisa Costa Barata Febre de chikungunya Vírus da zika Febre amarela Da família do flavivírus de RNA de fita simples e positiva. A febre amarela é uma doença infecciosa não contagiosa e é causada por um arbovírus que é mantido em ciclo silvestre em que macacos atuam como hospedeiros amplificadores e os mosquitos (Aedes aegypti) são os transmissores (vetores) desses vírus. Cerca de 90% dos casos vão se apresentar de formas clínicas benignas que evoluem para cura; 10% pode desenvolver um quadro com mortalidade em torno de 50%. Diagnóstico: sorológico e PCR. É considerada uma zoonose e não pode ser erradicada. Existe vacina e é recomendada a cada 10 anos pela OMS. Após a inoculação, o vírus vai se multiplicar nos linfonodos, disseminando-se para os órgãos do retículo endotelial e tecidos musculares. Os hepatócitos são as células alvo mais importantes e o dano ao fígado se dá pelo efeito citopático desse vírus. Em casos graves, há tendência de sangramento resulta da falta de síntese de fatores de coagulação produzida pelo fígadoque pode complicar com desenvolvimento de coagulação intravascular e disseminando a trombocitopenia, característica dos casos graves. Vírus característico da África. Sintomas tem início 2 a 3 semanas após contrair o vírus, manifestando-se, inicialmente por febre, arganta inflamada, dores musculares, dores de cabeça, seguidos por vômitos, diarreia, insuficiência hepática e renal (nessa fase, a pessoa pode começar a ter hemorragia tanto interna quanto externa. A morte ocorre entre 6 a 16 dias após o início dos sintomas e na maioria dos casos se deve à diminuição da pressão arterial, devido à perda de sangue. Pode ser adquirido através do contato com sangue ou outros fluidos biológicos de um ser humano ou um animal contaminado. Acredita-se que o reservatório natural seja o morcego da fruta, o qual é capaz de propagar o vírus sem ser afetado. Filovírus, é filamentoso, com 14 micrômetros de comprimento e 80 nm de diâmetro. RNA de fita simples de sentido negativo. Referência: TORTORA, Gerard J.; FUNKE, Berdell R.; CASE, Christine L. Microbiologia. 10° ed., Porto Alegre: Artmed, 2010. Artemisa Costa Barata Febre hemorrágica (Ebola)
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