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Automação de Bibliotecas Márcia Cristina de Miranda Lyra Curso Técnico em Biblioteca Educação a Distância 2016 EXPEDIENTE Professor Autor Márcia Cristina de Miranda Lyra Design Instrucional Deyvid Souza Nascimento Maria de Fátima Duarte Angeiras Renata Marques de Otero Terezinha Mônica Sinício Beltrão Revisão de Língua Portuguesa Letícia Garcia Diagramação Izabela Cavalcanti Coordenação Hugo Carlos Cavalcanti Coordenação Executiva George Bento Catunda Coordenação Geral Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra Conteúdo produzido para os Cursos Técnicos da Secretaria Executiva de Educação Profissional de Pernambuco, em convênio com o Ministério da Educação (Rede e-Tec Brasil). Fevereiro, 2016 L992a Lyra, Márcia Cristina de Miranda. Automação de Bibliotecas: Curso Técnico em Biblioteca: Educação a distância / Márcia Cristina de Miranda Lyra. – Recife: Secretaria Executiva de Educação Profissional de Pernambuco, 2016. 35 p.: il. Inclui referências bibliográficas. 1. Educação a distância. 2. Bibliotecas - Automação. I. Lyra, Márcia Cristina de Miranda. II. Rede e-Tec Brasil. III. Título. CDD – 025.04 Sumário Introdução ........................................................................................................................................ 4 1.Competência 01 | Compreender os processos de automação da informação na biblioteca: bases de dados, repositórios, catálogos online, bibliotecas digitais e virtuais .............................................. 7 2. Competência 2 | Identificar e analisar critérios / etapas para a implantação de sistemas automatizados em bibliotecas ......................................................................................................... 22 3.Competência 3 | Manipular softwares livres de automação de bibliotecas .................................. 28 3.1 Softwares proprietários .......................................................................................................................28 3.2 Softwares livre .....................................................................................................................................28 3.3 Softwares livres para automação de acervos na biblioteca ...................................................................29 Conclusão ........................................................................................................................................ 33 Referências ..................................................................................................................................... 34 Minicurrículo do Professor .............................................................................................................. 35 4 Introdução Prezado (a) cursista, Na sociedade contemporânea, a velocidade da informação e a constante evolução tecnológica provocaram profundas alterações na vida pessoal e nas formas de trabalho. Se olharmos para o mundo ao nosso redor podemos notar o impacto dos processos tecnológicos nas empresas e nas instituições. Tal mudança teve o objetivo de oferecer maior agilidade e eficiência no processamento e disponibilização de serviços e produtos diversos à sociedade. Nas bibliotecas não foi diferente. Elas também precisaram adequar-se às mudanças tecnológicas para cumprirem a missão e objetivos. Os processos de informatização na biblioteca estão diretamente relacionados às exigências dos usuários quanto ao uso dos recursos e serviços da biblioteca. Isto vem a impactar diretamente nas decisões da equipe técnica da instituição para a seleção e aquisição de software e hardware que tenham as características necessárias para interligar as funções da biblioteca e que possam funcionar numa linguagem que permita a integração usuário/máquina. Figura 1 - Sistema de Automação de Bibliotecas Fonte: www.ufrgs.br/fabico/news/sistema-de-automacao-de-bibliotecas No decorrer desta disciplina veremos como a implantação dos processos de informatização traz grandes benefícios à comunidade leitora na busca de informação com rapidez, agilidade e eficiência para o atendimento e prestação de serviços oferecidos pela biblioteca. Para a equipe gestora da unidade informacional, a importância de um acervo automatizado permite o maior controle do acervo para execução de atividades administrativas, por exemplo, como levantamentos bibliográficos, acesso a dados da catalogação, empréstimos realizados, comutação, reclamação de obras em atraso, processamento técnico, entre outros. Para isto, torna-se necessário o conhecimento das tecnologias da informação e sua aplicação nas Organizações para análise e seleção segura dos softwares adotados pelas bibliotecas e centros de informação. Conhecer as etapas necessárias ao processo de escolha de softwares é fundamental nesta tarefa. A http://www.ufrgs.br/fabico/news/sistema-de-automacao-de-bibliotecas 5 equipe gestora da unidade de informação deverá estar atenta a certas preocupações. Os requisitos necessários à compra e aos orçamentos compatíveis com os produtos disponíveis no mercado serão preocupações a serem consideradas. De igual forma também é importante definir os critérios de avaliação dos produtos a serem adquiridos. Não devendo ainda esquecer da disponibilidade de atualizações e a flexibilidade de uso da plataforma tecnológica já existente na biblioteca para atender aos interesses e necessidades da informação dos usuários. A nossa disciplina é dividida em três competências, que serão estudadas semanalmente. As competências estão interligadas e unificadas, com o propósito de alcançar o objetivo de trazer à luz algumas contribuições sobre a Organização de sistemas informacionais automatizados para bibliotecas e serviços de documentação. Apresentamos, a seguir, um breve panorama de cada competência: Competência 1: Compreender os processos de automação da informação na biblioteca: bases de dados, repositórios, catálogos online, bibliotecas digitais e virtuais. Iniciando nossa conversa, discutiremos a transformação da biblioteca na era da informação digital. De que maneira a tecnologia da informação vem sendo implantada nas bibliotecas e outros ambientes informacionais? Veremos que os recursos eletrônicos e digitais atuam como extensão lógica do que as bibliotecas vêm fazendo desde os tempos imemoriais nas ações de coleta, Organização e disseminação da informação, auxiliando o controle bibliográfico. Conceitos como bases de dados e bibliotecas virtual, eletrônica e digital serão trabalhados na perspectiva de ampliação dos recursos e dos serviços disponíveis da biblioteca tradicional para além de suas limitações físicas e geográficas. Competência 2: Identificar e analisar critérios / etapas para a implantação de sistemas automatizados em bibliotecas. Continuando nossa conversa anterior, vamos estudar alguns critérios para aquisição de um sistema informatizado que contemple as etapas de gestão do ciclo documental da biblioteca. A partir dos conhecimentos que você tem dos processos de desenvolvimento de coleções, veremos a importância de entender o perfil e as necessidades de informação da comunidade leitora, cuidando para que a escolha do sistema informatizado contemple uma ferramenta com bons recursos disponíveis, e que esse sistema não se torne obsoleto em médios e longos prazos. Com isto, objetivamos a compreensão global dos procedimentos gerenciais oferecidos pelo sistema escolhido por você para uso na biblioteca, atento ao perfil dos usuários e à cultural organizacionalda instituição. Competência 3: Manipular softwares livres de automação de bibliotecas. Nesta competência, você colocará em prática os conhecimentos adquiridos ao longo das competências anteriores. Assim, sugerimos a você desenvolver um pequeno projeto de intervenção para automatização do acervo da coleção que você desenvolveu na disciplina Formação e 6 Desenvolvimento de Coleções. Nesta competência, você será orientado a pesquisar e escolher um software livre para desenvolver este projeto de implantação deste software em sua coleção. Ou ainda desenvolver um projeto para a automatização do acervo existente na biblioteca do seu bairro, igreja, escola, polo presencial, faculdade ou do seu trabalho. Nesta ação, vamos colocar em prática o que estudamos sobre a aplicação das tecnologias de informação e comunicação na automação de serviços em bibliotecas bem como o planejamento da automação de sistemas informacionais. Acompanhe as vídeo-aulas e as dicas de estudo nos fóruns. Sua participação é fundamental! Vamos lá! Seja muito bem-vindo! 7 1.Competência 01 | Compreender os processos de automação da informação na biblioteca: bases de dados, repositórios, catálogos online, bibliotecas digitais e virtuais Falarmos de Biblioteca é lembrarmos dos tempos antigos onde ela ficou conhecida como local de guarda de documentos em papel. Mais adiante, evoluiu. Os catálogos que ela utilizava sob a forma de livro foram substituídos por catálogo em fichas. Foi uma grande mudança para a época! Figura 2 - Biblioteca da Macquire University Fonte: www.mq.edu.au/library Mas a revolução mesmo ocorreu no tratamento da informação quando surgiram as tecnologias dos computadores. Os avanços da eletrônica computacional introduziram a definição de hardware e software como artefatos empregados para armazenamento de informação. Estes artefatos beneficiaram as Bibliotecas e seus usuários. Amplie seu vocabulário. Pesquise sobre o que são ARTEFATOS. Escreva no fórum o que você entendeu sobre este assunto. Em seguida, retome sua leitura deste ponto do caderno. Foram os hardwares e os softwares eletrônicos que permitiram a criação das Bibliotecas Digitais ou Eletrônicas, como costumam ser chamadas. EM TEMPO: A tecnologia das Bibliotecas Eletrônicas surgiu em boa hora. Ao armazenarem a informação em “bits e bytes”, ela permitiu que as Bibliotecas do mundo todo economizassem no uso de papel. Uma preocupação que as empresas, no comércio e na indústria, começaram a ter sobre as questões da sustentabilidade e da consciência ecológica. Competência 01 8 PARA REFLETIR Você acha que a tecnologia por si só é suficiente para este despertar ecológico? Pense. Leia um pouco sobre isto, porque no encontro presencial vamos discutir este assunto. O fato é que além de economizar os recursos naturais a Biblioteca Eletrônica economiza tempo. Ela armazena a informação de forma a garantir a consulta bem mais rápida do que os meios antigos, que usavam fichas de papel. Ela oferece também acesso remoto para o usuário, por meio de um computador ou celular que esteja conectado a uma rede e estando em rede, um mesmo documento pode simultaneamente ser consultado por duas ou mais pessoas. Adicionalmente ela pode armazenar diversos suportes de registro de informação tais como texto, som, imagem e números. Com a Biblioteca Eletrônica podemos acessar a referência bibliográfica e o texto completo de documentos que façam parte de uma coleção. Também o acesso a outras fontes de informação vinculadas à busca que queremos é promovido pela Biblioteca Eletrônica, pois links a museus, instituições documentais e culturais, bancos de dados, etc. são oferecidos sobre o assunto que queremos. Sem falar na economia que ela oferece! Aliás, uma grande vantagem em termos de espaço de armazenamento de “bits” na memória dos computadores. A informação não precisa necessariamente estar armazenada no computador em que estamos fazendo a pesquisa. A informação que procuramos pode ser “acessada” de outro computador, onde de fato ela esteja fisicamente armazenada. Neste tópico, vamos trazer um panorama sobre as bases de dados, tão importantes para os gerentes de informação que trabalham com as coleções de uma biblioteca. BASES DE DADOS VOCÊ SABIA? Memórias de computador têm alto custo, daí a importância de tecnologias que compartilham recursos entre si. Os Sistemas de Bibliotecas Eletrônicas compartilham BASES DE DADOS com outras Bibliotecas Eletrônicas minimizando custos de armazenamento de dados em seus próprios computadores. Competência 01 9 Talvez você já tenha ouvido falar em banco de dados. Sistemas bancários, programas de computadores pessoais, contas de usuários de games (empresas como Steam, Origin, Sony, Playstation, Nintendo), ou mesmo o Sistema Acadêmico do seu curso técnico, o SISACAD. Perceba que todos estes exemplos são de sistemas que trabalham com agrupamento de dados referente a determinadas atividades: desempenho escolar, movimentação bancária, listas de jogos comprados, etc., o que permite ao usuário ter controle detalhado sobre cada atividade. Assim, uma BASE DE DADOS é um conjunto de arquivos, isto é, de informações eletrônicas, que possuem relação entre si. Podem ser informações sobre pessoas, lugares ou coisas. De fato, BASES DE DADOS ou BANCOS DE DADOS como alguns costumam chamar, são coleções organizadas de dados (informações), desta forma oferecem mais eficiência durante uma pesquisa ou estudo. Um exemplo de BASE ou BANCO que não seja eletrônico é o catálogo telefônico impresso que comumente é distribuído em nossas casas. O catálogo impresso da Biblioteca de sua comunidade é exemplo também de um BANCO DE DADOS não eletrônico. Quando dizemos que estas informações são organizadas significa que podem ser acessadas, administradas, gerenciadas. Estas coleções ou BASES DE DADOS podem fazer parte de uma rede de computadores ou estar em apenas um computador que trabalha de forma isolada. Como nós vimos através da analogia estabelecida nas cenas do filme Monstro SA em nossa vídeo- aula 1, um sistema de base de dados apresenta vários arquivos interligados com vários outros conceitos lógicos que se referem ao meio em que o usuário de computadores “vê” os dados e se organiza. As estruturas de dados se organizam de maneira hierárquica, do nível mais alto (constituindo uma base de dados) ao nível mais baixo, a exemplo de um caractere (AGUILAR, 2011, p. 289). Na base de dados, ARQUIVO é toda coleção de registros semelhantes com relações definidas entre si, organizados para um propósito específico. Assim, uma base de dados oferece uma coleção de arquivos acessados por um conjunto de programas e que contém todos os seus dados relacionados. Num hospital, por exemplo, uma base de dados pode conter arquivos de pacientes, arquivos de laudos médicos, arquivos de folha de pagamento dos funcionários, inventários de equipe, materiais hospitalares, etc. Um arquivo é uma estrutura planejada para abrigar dados, os quais são organizados de um modo logicamente coerente de tal modo que possam ser recuperados, atualizados ou apagados e até mesmo novamente armazenados no arquivo. Você sabe o que é um banco de dados? Já usou algum? Qual? Use o fórum para compartilhar sua experiência conosco! Competência 01 10 Na base de dados temos os REGISTROS, que são as informações contidas na base e que dizem respeito a um documento ou item em particular. O exemplo de um registro pode ser a informação de determinado livro que contém os campos Título, Autor, Ano, Número de chamada, Classificação, etc. Por exemplo, numa base de dados bibliográfica, um registro vai conter todas as informações sobre um livro. Numaloja de materiais de construções, um registro vai mostrar as informações do estoque, referente ao inventário de um produto da loja. Os registros compõem-se de vários CAMPOS onde os caracteres são agrupados. Um campo é um item, a exemplo do título de um livro, número de exemplares, identificação da obra, etc. Os tipos de campos, sua extensão e a quantidade de campos de um registro são escolhidos de acordo com a aplicação específica do software utilizado na biblioteca. Vamos relembrar um pouco da disciplina de Catalogação Descritiva. Na última competência estudamos os campos utilizados para registros bibliográficos (com o exemplo do MARC) que descreve elementos da catalogação em ambientes digitais, numa linguagem que pode ser compreendida e permutada entre computadores. Falamos de Campo, que compreende uma unidade de informação dentro de um registro bibliográfico. Cada registro bibliográfico é dividido logicamente em campos. Há um campo para autor, um campo para a informação do título e assim por diante. Esses campos são subdivididos em um ou mais "subcampos". Vamos recordar alguns campos importantes? 100 Entrada principal pelo nome pessoal 245 Indicação de título principal 250 Edição 260 Área da publicação, distribuição, etc. 300 Descrição física 440 Indicação de série Etc.. Em tempo Vale a pena você rever os formatos de registro bibliográfico que estudamos em Catalogação Descritiva! http://livroaberto.ibict.br/bitstream/1/439/4/Formato%20de%20interc%C3%A2mbio%20bibliogr %C3%A1fico%20e%20catalogr%C3%A1fico.pdf Observe na imagem abaixo alguns campos e, dentro deles, alguns elementos específicos de dados ou unidades menores de informação, os quais chamamos de SUBCAMPOS. Um campo pode incluir um ou mais elementos de informação relacionados. Por exemplo, a entrada principal pode incluir o nome do autor e sua data de nascimento (destaque em vermelho). Competência 01 http://livroaberto.ibict.br/bitstream/1/439/4/Formato%20de%20interc%C3%A2mbio%20bibliogr%C3%A1fico%20e%20catalogr%C3%A1fico.pdf http://livroaberto.ibict.br/bitstream/1/439/4/Formato%20de%20interc%C3%A2mbio%20bibliogr%C3%A1fico%20e%20catalogr%C3%A1fico.pdf 11 Figura 3 - Campos de um registro bibliográfico MARC Fonte: Catálogo Pergamum (UFPE) Os registros de uma base de dados podem ser recuperados através da inserção de alguns caracteres para que o computador localize. Isso faz com que numa consulta vários subconjuntos da base de dados sejam selecionados conforme o critério de consulta utilizado na busca usuários (aqui entram elementos que estudamos na INDEXAÇÃO há pouco tempo atrás, está lembrado? Uso de operados lógicos, o sistema de indexação utilizado, a combinação de palavras, terminologia empregada). O banco de dados deve ter a flexibilidade de incorporar os registros, campos e subcampos de informação necessários, funcionando todos em conjunto. O que recuperamos numa base de dados depende não apenas das informações inseridas, mas principalmente a maneira pela qual as informações foram organizadas, ou melhor, ESTRUTURADAS. Nesse quesito, vale salientar que o planejamento do controle terminológico em um banco de dados é muito importante, pois dele depende o sucesso ou insucesso para a recuperação da informação, a exemplo das possibilidades de ocorrer o silêncio ou ruído quando da consulta dos documentos da base de dados pelo usuário. Competência 01 12 Para lembrar Na Indexação, os “ruídos” são entendidos por documentos recuperados com descritores que não correspondem ao seu real conteúdo. E os “silêncios” estão relacionados às informações presentes no acervo, porém não são recuperados. Figura 4 - Estruturas hierárquicas de dados Fonte: Aguilar (2011, p.290). IMPORTANTE! Uma das principais características de uma base de dados é que os dados inseridos tenham serventia a várias aplicações diferentes. Algumas características para um banco de dados preferível, apontadas por ROWLEY (2002, p. 125) são: Ser substancialmente não-redundante, isto é, possuir o mínimo de duplicidade de dados idênticos, de preferência, nenhuma. Essa duplicidade acarreta dificuldade para se manter a consistência de dados, principalmente durante a atualização e o desperdício de espaço de armazenamento. Ser independente de determinado programa (conceito conhecido como independência de dados), de modo que os dados possam ser transferidos ou reestruturados sem a necessidade de fazer alterações nos programas. Ser utilizável, por todos os programas. Incluir inter-relações de dados que forem necessárias, de modo a suportar a variedade de usos que podem ser atribuídos aos dados. Competência 01 13 Possuir um método comum de recuperação, inserção e correção de dados. Bases de dados existem em meios magnéticos (CD-ROM), ou impressos (a exemplo dos catálogos de fichas das bibliotecas) ou digitais, que podem ser acessadas remotamente. Podem apresentar informações de acesso público, resumos de conteúdos, material completo, relatórios, etc. Outras bases de dados só compartilham informações privadas para um grupo fechado ou instituição. Vejamos na literatura os principais tipos de bases de dados disponíveis quanto à natureza, função e características: 1. Bases de Dados Referenciais – aquelas que redirecionam ou encaminham o usuário a outras fontes (documentos, pessoas, instituições, etc.) onde poderá obter informações complementares ou o texto completo do documento. As bases de dados referenciais podem ser: a) Bases de dados bibliográficos – Fornecem aos usuários informes sobre o que foi publicado e onde se publicou –contêm referências e citações bibliográficas acompanhadas ou não do resumo dos trabalhos publicados. Podem ser acessadas diretamente ou através de hospedeiros (ex.: DIALOG) e disponíveis em sistemas de bibliotecas (ex.: ERL - Eletronic Reference Library, do Sistema Integrado de Bibliotecas - SIBI da Universidade São Paulo – USP. url =<http://www.usp.br/sibi/>). Os registros em uma base de dados bibliográfica apresentam, para cada documento, os seguintes elementos: número do registro; título; autor (es); referência da fonte; resumo; termos ou expressões de indexação (descritores, termos livres); citações ou quantidade de referência; instituição de origem do documento ou endereço do(s) autor (es); idioma do documento, traduções; informações de caráter interno (número de classificação, localização), entre outros. b) Bases de dados catalográficos – apresentam o acervo (ou coleção) de uma determinada biblioteca (ou sistema de bibliotecas); ex. Pergamum / PR- disponibiliza consulta no acervo da Biblioteca da Universidade Católica do Paraná e das bibliotecas membros da Rede Pergamum. c) Bases de Diretórios - informações ou dados sobre pessoas, instituições e outros dados característicos de guias e cadastros. Ex.: Pesquisadores da USP (http://www5.usp.br/). 2. Bases de Dados de Fontes – são bases que contém os dados originais e constituem um tipo de Competência 01 QUAIS OS TIPOS DE BASES DE DADOS? PARA REFLETIR: Por que existe a possibilidade de a duplicidade de dados causar inconsistências nos registros de dados? (Pense, por exemplo, no processo de atualização dos dados cadastrais dos usuários da biblioteca). 14 documento eletrônico. Os dados podem ser obtidos tanto em formato legível por computador quanto em formato impresso. Podem ser: a) Bases de dados numéricos - Incluem dados numéricos e estatísticos. ex.: SIDRA/Fundação IBGE; b) Bases de dados de texto integral - contêm dados textuais (notícias de jornal, especificações técnicas, artigos de periódicos, dicionários). Ex.: artigos da revista Ciência da Informação. c) Bases de dados textuaise numéricos – composta por dados mistos (textos e números) e de manuais. Ex.: relatórios anuais de empresas. d) Bases de Dados multimídia - apresentam dados contidos em diferentes meios, incluindo sons, fórmulas químicas, animações, vídeos, textos e fotografias. Ex.: Trademarkscan (marcas comerciais patenteadas nos EUA). A informação de uma base de dados deve ser organizada observando-se os seguintes modelos de estruturação de dados: Base de Dados Hierárquica – as que organizam os dados em uma estrutura de níveis, onde as informações de determinado item de dados encontram-se armazenadas em outro item de um nível imediatamente superior. Base de Dados em Rede – o modelo em rede consiste na ideia de ligar um conjunto de arquivos com apontadores. Os dados também são estruturados em camadas (ou níveis) diferentes, de acordo com o tipo de informação que contêm. Requer uma maior capacidade de armazenamento em virtude da grande quantidade de vínculos entre os itens. Base de Dados Relacional – uma base de dados relacional é composta por tabelas, nas quais são armazenadas informações sobre objetos. O conteúdo de uma linha da tabela (ou registro) representa um objeto com todas as suas características, e, portanto, cada objeto está relacionado a um (e apenas um) registro. Cada coluna, ou campo, refere-se a uma propriedade ou atributo deste objeto. A elaboração de uma base de dados relacional utiliza o método da normalização de dados (decomposição da base em tabelas). Bases de Dados Orientadas a Objetos – este modelo facilita a representação, o armazenamento e manipulação de novos formatos de dados, tais como imagens, sons e vídeos. As bases orientadas a objetos, além de armazenarem os objetos propriamente ditos, também armazenam informações sobre o que pode ser feito com os dados e tentam manter seus dados dentro de um contexto. É bom saber que necessitamos de programas de computadores específicos para acessar e controlar as informações existentes dentro de uma base de dados. Observe a figura abaixo que traz um exemplo de BASE DE DADOS contendo informações pessoais. A Base de dados de verdade é manipulada por programas que o usuário não vê. Observe que os METADADOS são estas Competência 01 15 informações pessoais que estão armazenadas como “registros digitais”. Figura 5 – Exemplo de base de dados contendo informações pessoais Fonte: SISACAD (2016) Os Sistemas de Biblioteca Eletrônica necessitam destes programas, que são chamados de SISTEMAS GERENCIADORES DE BANCO DE DADOS - SGBD. São estes programas gestores, responsáveis para atender os pedidos de exclusão, substituição, inserção, impressão e consulta das informações que fazem parte do Sistema da Biblioteca Eletrônica. O SGBD manipula as BASES DE DADOS e o Sistema da Biblioteca Eletrônica mostra na tela para você! Um exemplo divertido é o Sistema Gerenciador de Banco de Dados-SGBD inserindo, consultando, deletando dados que você tem em nossa vídeo-aula 1 selecionado para este momento. Como você deve ter reparado, um sistema de gerenciamento de bases de dados é nada menos que um conjunto de programas que permite armazenar, modificar e extrair informações de um banco de dados. O principal objetivo de um SGBD é retirar da aplicação cliente a responsabilidade de gerenciar o acesso, a manipulação e a Organização dos dados. O SGBD disponibiliza uma interface para que o usuário possa manipular (incluir, alterar ou consultar) dados previamente armazenados. Competência 01 16 SAIBA MAIS: Sistema de gerenciamento de banco de dados https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_de_gerenciamento_de_banco_de_dados Figura 6 – Sistema de Banco de Dados Fonte: O autor (2016) Como o mundo é cheio de informações e elas não param de crescer, temos programas gerenciadores de Banco de Dados de vários tipos de informações: geográficas, cartográficos, meteorológicos, aeronáuticos, pessoais, agropecuários, bibliográficos, biográficos, etc. E tantos quantos forem o interesse que se tenha em controlar a informação armazenada em REPOSITÓRIOS DE DADOS. Competência 01 REPOSITÓRIO DE DADOS Similares às BASES DE DADOS, os REPOSITÓRIOS contêm coleções de informações. Qualquer pessoa pode inserir dados em um REPOSITÓRIO, isto é, um diferencial em relação à BASE DE DADOS, pois inserir uma informação na BASE vai requerer maior controle. Um REPOSITÓRIO utiliza METADADOS, que são os APONTADORES da informação, e um programa que permitirá ao usuário colocar, encontrar, pesquisar os dados que ele contém, dando-lhes controle de acesso. https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_de_gerenciamento_de_banco_de_dados 17 Será que MECANISMOS DE BUSCAS como GOOGLE podem encontrar informações nos REPOSITÓRIOS? Um dos repositórios conhecidos é o DSPACE que pertence à fundação de mesmo nome e opera em mais de 50 países. O DSPACE é um software desenvolvido para manipular REPOSITÓRIOS e aproveitar os serviços oferecidos pela internet. Fique por dentro: A WIKIPEDIA é um exemplo de REPOSITÓRIO. A sua criação envolve a colaboração de muita gente: bibliotecários, professores, alunos, agentes sociais, enfim, de todos. Um REPOSITÓRIO pode ser ACADÊMICO e armazenar artigos, pesquisas, trabalhos de conclusão de curso, etc. Exemplos deste tipo de repositório é a Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do IBICT, ou a TEDE (Sistema de Publicação Eletrônica de Teses e Dissertações). Acesse e conheça estes repositórios! Segundo artigo de SAYÃO (2009, p.8) em seus estudos, “biblioteca digital” é um termo aplicado a muitas coisas – do catálogo on-line de comércio eletrônico à coleção de programas de computadores –, grande parte delas desvinculada do conceito que temos de biblioteca. Isso ocorre porque ainda há mal-entendidos quanto o que se divulgou sobre o mito do fim dos livros. Competência 01 FALANDO EM BIBLIOTECA DIGITAL... 18 A Biblioteca virtual é, então, uma ideia em movimento, ainda se desenvolvendo e tomando forma. O que importa é você compreender que uma Biblioteca Virtual é um serviço de informação sem infraestrutura física, estantes ou prateleiras convencionais. Para alguns o termo Biblioteca Digital é uma extensão da biblioteca convencional, tradicional, pois ela opera com documentos digitalizados, mídias eletrônicas. Já o termo Biblioteca Virtual permite que você tenha acesso a fontes de dados disponíveis no meio virtual e funciona como uma rede mundial, na qual são depositados diversos documentos, livros, monografias, imagens e vídeos, entre outros. Mas já outros autores desconsideram esta diferença de termos. Importa saber quer seja batizada de DIGITAL ou VIRTUAL precisa de um suporte tecnológico para existir: computador e internet para que o usuário tenha acesso a outros sistemas de informações, à troca de mensagens e recuperação de arquivos. VOCÊ SABIA? A biblioteca digital é também conhecida como biblioteca eletrônica (principalmente no Reino Unido), biblioteca virtual (quando utiliza recursos da realidade virtual), biblioteca sem paredes e biblioteca cibernética. Outra tecnologia digital importante modificou as estruturas tradicionais da biblioteca desde os anos 1970. É o caso dos catálogos online de acesso público, os chamados OPAC´s - ON-LINE PUBLIC ACCESS CATALOGS. Conforme Queiroz e Araújo (2013, p.8), o catálogo online: “é um processo automatizado, no qual uma ferramenta é disposta num banco de dados, que a partir de um determinado servidor armazena e recupera os mais variados tipos de informações em formatos eletrônicos pertencentes à biblioteca, garantindo uma maior velocidade e qualidade deacesso a informação.” Antigamente, os Opac´s limitavam-se a permitir acessos individuais aos documentos da biblioteca, porém, com o avanço da Web e da comutação cooperativa de informações entre bancos de dados, os OPAC´s passaram a permitir o acesso a várias coleções diferentes simultaneamente. Deste modo, os usuários das bibliotecas podem pesquisar o acervo de diferentes instituições com acesso às informações da catalogação das obras (autor, título, ano, assunto, número de chamada, etc.). Isto é muito comum nas bibliotecas universitárias onde temos o catalogo em linha de acesso público, os OPACS. Competência 01 E OS CATÁLOGOS ONLINE DA BIBLIOTECA? 19 Eles são variadamente designados por catálogos de computador (computer catalogs), catálogos online (online catalogs), catálogos de fichas automatizados (automated card catalogs), catálogos de acesso de cliente (patron Access catalogs), ou catálogo em linha de acesso público (online público Access catalogs), sendo este último o mais adotado. São conhecidos também por siglas como OLC, PAC e OPAC (HILDRETH, 1985 apud Queiroz e Araújo, 2013, p.8). O ambiente eletrônico é indispensável. Mesmo que hoje você encontre uma biblioteca funcionando com catálogos manuais (por qualquer motivo, seja de razão histórica ou social), os leitores atuais são fortemente impactados pela computação e pelas ferramentas da web, optando também por buscar informações sobre os livros da biblioteca através de catálogos eletrônicos. Comodidade, praticidade e rapidez justificaram a adoção destas demandas tecnológicas nas bibliotecas, tornando-as “prateleiras virtuais” com interfaces cada vez mais robustas para as atividades de circulação do acervo, especialmente as solicitações de consultas, empréstimos e renovações de livros. Através dos catálogos online, coleções inteiras foram reagrupadas instantaneamente por meio do uso de diferentes campos indexadores. Os operados booleanos de busca utilizados pelos programadores passaram a integrar o vocabulário dos usuários, otimizando buscas e tornando a experiência da pesquisa mais fácil de realizar com índices de revocação cada vez mais satisfatórios (LEVACOV, 1997). Vivenciamos a criação de OPAC´s com a disponibilidade de acesso a múltiplas fontes de informação a partir de uma interface multimídia usuário-sistema. Hoje é possível acessar coleções inteiras como registros musicais, audiovisuais, obras raras, periódicos e todo tipo de material de informação a partir de um clique! Bons catálogos online oferecem navegabilidade agradável com boa interação conjunta dos recursos de pesquisa. EM TEMPO: Pesquise alguns catálogos online de biblioteca e efetue uma pesquisa qualquer. Quais facilidades e dificuldades você sentiu ao interagir com estas ferramentas? Como foi a sua experiência de navegação? Prezado (a) cursista, ao longo de tudo que o que conversamos até aqui, certamente você percebeu que a informação digital já é uma realidade. Chegamos a um ponto do desenvolvimento tecnológico em que não há mais como voltar. Com os processos de virtualização, tudo vem tomando formato virtual em espaços virtuais. Da ida ao banco ao bate-papo com os amigos online, passando pelo lazer e estudos! Competência 01 20 DICA DE LEITURA: “O que é Virtual?” de Pierre Levy A internet responde por grande parte das transformações das coisas para o mundo virtual. O acesso livre à informação em volumes cada vez maiores expandiu a maneira como buscamos e disseminamos conhecimento. Milanesi (2002, p. 51) já dizia que, “não é mais o indivíduo que persegue a informação, mas as informações que soterram o indivíduo quando ele ousa acionar uma ferramenta de busca na internet. ” A literatura escrita e os acervos bibliográficos também têm sido impactados pela era digital. Hoje, o impresso e o digital dividem as opções de leitores para aquisição de informação. Os eletrônicos apresentam possibilidades de acesso à informação em larga escala, o que obrigou a biblioteca a adotar novos suportes e ferramentas no atendimento às demandas de uso social destes novos recursos, a exemplo dos e-books, ou livros eletrônicos. Fala-se de muitas vantagens do livro digital: portabilidade, economia de papel (sustentabilidade ecológica) e compartilhamento de conteúdo via web. É possível armazenar até 4 mil páginas, algo em torno de 10 obras na memória dos dispositivos. A fadiga ocular não chega a ser um problema, pois as tecnologias das telas e-Ink usadas nos e-readers é mais agradável para ler do que as telas LED e LCD dos tablets, smartphones e computadores que emitem certo grau de radiação aos olhos. O mercado editorial tem aproveitado a Biblioteca Eletrônica como plataforma de distribuição e comercialização de livros digitais/eletrônicos. Contudo, ainda é uma tecnologia que briga por expansão no Brasil. Conquistar o usuário para um novo hábito de leitura requer mais do que estratégias de marketing. Alguns contras ainda pesam: o preço dos e-readers ainda é proibitivo para muitos usuários. Outra questão é a variedade de títulos disponível pela empresa produtora do aparelho que tem reserva de publicações no segmento. Outro fator é o hábito de leitura. Somos presos à afetividade ao papel. A dinâmica de leitura no impresso é totalmente diferente do digital, uma experiência sinestésica do leitor ao entrar em contato com o objeto-livro. “Conversar” com o livro pelas anotações nas margens, fazer glosas, apontamentos, resumos e rabiscos de mapas conceituais à mão, ainda é uma experiência de novas descobertas que testemunham os vários caminhos do leitor em seus estudos. Ter um bom livro impresso às mãos ainda é uma experiência encantadora! Competência 01 21 PARA REFLETIR Assista aos vídeos abaixo, REFLITA sobre a revolução dos e-books na sociedade e nos hábitos de leitura. Depois, conte-nos a sua OPNIÃO sobre os livros eletrônicos e o novo mercado editorial voltado para este nicho: Livros Eletrônicos (e-Books) - Parte 1 de 3 www.youtube.com/watch?v=W9G8rI9UZ1Q Livros Eletrônicos (e-Books) - Parte 2 de 3 www.youtube.com/watch?v=56ofkYXXxUw Livros Eletrônicos (e-Books) - Parte 3 de 3 www.youtube.com/watch?v=Y722B8Mk5rQ Projeto Biblioteca Eletrônica www.youtube.com/watch?v=sUaZSbAbvyk Entendemos que o digital não é o antagônico do impresso, como o rolo de papiro não é o antagônico do livro. Há espaço para novos formatos e o futuro nos mostrará novas tendências e segmentos. A biblioteca deve estar atenta aos ganhos de produtividade e de amplitude nas funções administrativas, técnicas e de intercâmbio de informação e conhecimento trazidos pelas bibliotecas digitais. Como dissemos acima, não há mais volta dos processos tecnológicos. Assim, nossas bibliotecas devem se adequar à convergência dos mais variados recursos midiáticos em prol do leitor, contribuindo para o uso social da informação e do conhecimento. Esperamos que você tenha assimilado essa mensagem. Mas não pare por aqui. Pesquise um pouco mais sobre as ferramentas da biblioteca digital. Explore seus recursos. Conheça portais, projetos interessantes, bancos de dados bibliográficos e outros recursos. O fórum está aberto para trocarmos experiências e esperamos você por lá! Bem, agora que você conheceu algumas tecnologias da biblioteca, vamos para o capítulo seguinte. Na próxima semana veremos como a escolha de softwares implica em um bom gerenciamento de projetos na decisão da melhor ferramenta tecnológica para a biblioteca. Adotar um programa eletrônico implica mobilizar e treinar equipes, planejar atividades e avaliar a produtividade que estas ações devem resultar. As empresas que desenvolvem softwares devem estar atentas às necessidades dos clientes e, por isso, a biblioteca precisa planejar a adoção de um sistema de informação com vistas ao controledos fluxos de trabalho para as demandas de hoje e sua continuidade num futuro próximo. Até lá! Competência 01 http://www.youtube.com/watch?v=W9G8rI9UZ1Q http://www.youtube.com/watch?v=56ofkYXXxUw http://www.youtube.com/watch?v=Y722B8Mk5rQ http://www.youtube.com/watch?v=sUaZSbAbvyk 22 2. Competência 2 | Identificar e analisar critérios / etapas para a implantação de sistemas automatizados em bibliotecas O maior benefício com a implantação do processo de informatização em qualquer Organização é a rapidez, agilidade e eficiência no atendimento e prestação de serviços aos seus clientes e usuários. Se bem realizada, a automação certamente trará otimização das atividades em relação aos usuários e clientes da Biblioteca, maior controle na formação do acervo, maior eficiência nos levantamentos bibliográficos, nas atividades de catalogação e de empréstimos. Mas para obter estes benefícios há que compreender que a implantação de um sistema de automação na Biblioteca é uma atividade de etapas com funções administrativas envolvidas, como o planejamento, a execução e o controle das atividades. Figura 7 – Etapas da gestão de projeto em automação Fonte: www.ufrgs.br/fabico/news/sistema-de-automacao-de-bibliotecas De início é importante compreender a necessidade de seguir um roteiro para esta automação. Este roteiro pode ser chamado de METODOLOGIA e o uso dela permitirá ajustes e reajustes nas fases do processo de automação. Tais ajustes podem ser vitais para o projeto quando, por exemplo, certas informações necessárias para iniciá-lo não estejam disponíveis no momento em que o gestor do projeto necessitou tomar decisões baseado nelas e, depois que o processo de informatização iniciou, elas se tornaram acessíveis. Então, ajustes precisarão ser feitos. PARA SABER MAIS: Pesquise sobre o que é uma METODOLOGIA. Competência 02 http://www.ufrgs.br/fabico/news/sistema-de-automacao-de-bibliotecas 23 Se o projeto depender de dados do governo, por exemplo, que pode, em período de crise financeira no País, adotar uma política de ajuste fiscal que encareça os preços dos equipamentos eletrônicos, principalmente os computadores, teremos um cenário de preocupação para o gestor. Se o gestor no início do projeto de informatização da biblioteca tiver escolhido certo tipo de computador, inclusive, com testes de desempenho já realizados em todos os setores da biblioteca, ele ficará bem preocupado quando descobrir que o projeto de informatização terá seus custos afetados por esta decisão do governo. Figura 8 – Processos de decisão Fonte:www.tribos.org/como-aca bar- com-as-crises-de-enxaqueca/ SERÁ POSSÍVEL ENCONTRAR ALTERNATIVAS? AJUSTES CERTAMENTE NECESSITARÃO SER PROVIDENCIADOS. É importante ter em mente que muitas são as preocupações para o responsável pelo projeto de automação da biblioteca quando do início deste empreendimento. Um bom roteiro deve ser seguido, para o qual as considerações abaixo devem ser pensadas: 1. A cultura, missão, objetivos e programas de trabalho da Organização – a informatização deve estar alinhada ao planejamento organizacional da Biblioteca. 2. As características essenciais da biblioteca com relação à sua abrangência temática, serviços e produtos oferecidos; 3. Os interesses e necessidades de informação dos usuários; 4. A plataforma tecnológica existente na instituição em termos de software e hardware, bem como sua capacidade de atualização e ampliação, além dos recursos humanos disponíveis. Automatizar os procedimentos de trabalho de bibliotecas ou centros de documentação é uma tarefa que apresenta certa complexidade. Competência 02 http://www.tribos.org/como-aca%20bar- http://www.tribos.org/como-aca%20bar- 24 Se a Organização é uma Biblioteca, então a automação é um projeto de grande vulto, pois envolverá toda a instituição e uma postura estratégica facilitará muito a execução do projeto. Por isto, outros estudos e levantamentos, além de automatizar livros e documentos para a consulta, devem ser realizados. Deve-se ir além das questões com equipamentos, mobiliários técnicos, treinamento das equipes, etc. Estes estudos e levantamentos deverão envolver a cultura da informação existente na instituição, os métodos e a forma de gestão que ela possui. Este é um pensamento estratégico! O processo de aculturação de informações e de informática será inclusive mais facilitado e efetivo se os demais coordenadores dos setores da biblioteca e os usuários estiverem participativos, conscientes e plenamente envolvidos com as novas tecnologias que serão trazidas na automação na biblioteca. Em caso contrário, essa aculturação será mais lenta e difícil, causando transtornos à Organização. É importante enfatizar que as informações são vitais para o quotidiano da biblioteca principalmente quando estão plenamente integradas a seus processos de gestão, racionalizando procedimentos e auxiliando nas ações e decisões e é nisso que reside o pensamento estratégico que o projeto de automação deve considerar. Ele deve estar alinhado com a missão, as metas e os objetivos que a Biblioteca deseja alcançar em Um exemplo de aculturação com novas tecnologias advindas do uso da automação são as pistolas leitoras de código de barra, gavetas motorizadas para reposição de livros nas prateleiras etc. Assistam exemplo destas tecnologias acessando no youtube as estruturas tecnológicas de bibliotecas estrangeiras que já adotam a automação. www.youtube.com/watch?v=JEFAeYcV-Ck www.youtube.com/watch?v=ez9Z7rHqk1Y www.youtube.com/watch?v=x1Uvu9ZBfJc Competência 02 http://www.youtube.com/watch?v=JEFAeYcV-Ck http://www.youtube.com/watch?v=ez9Z7rHqk1Y http://www.youtube.com/watch?v=x1Uvu9ZBfJc 25 seus projetos de longo prazo. Portanto, a cultura, a filosofia e as políticas da instituição devem ser consultadas quando se pretende desenvolver um projeto de automação dentro da Biblioteca. Referimo-nos às decisões antecipadas sobre o que fazer, quando fazer, quem deve fazer, com que recursos, a fim de atingir alvos num tempo predefinido. Assim, o projeto de informatização não se arriscará ao insucesso. RESUMINDO: A EXECUÇÃO EXIGIRÁ CONHECIMENTO DO PLANEJAMENTO, ORGANIZAÇÃO, DIREÇÃO E CONTROLE! E AINDA, A ANÁLISE DAS ATIVIDADES! Um exemplo da política e mesmo de normatizações na Organização é a inclusão de “regras” que devem ser respeitadas sobretudo porque elas orientam ações quando há necessidade de compra de equipamento para o projeto da automação, pagamento de contrato de manutenção, instalação dos recursos computacionais e de equipamentos digitalizadores, definição da atuação e responsabilidades dos usuários e dela própria como prestadora do serviço de automação, definição das empresas parceiras prestadoras de serviços que poderão ser incluídas no projeto de automação da biblioteca, etc.. Saindo do escopo estratégico também temos questões de ordem operacional, que serão inúmeras a serem realizadas durante a execução do projeto de automação. Citamos algumas. Em geral, a automação de bibliotecas enfrenta desafios como o planejamento do espaço físico que necessitará abrigar os computadores e equipamentos necessários a um projeto de automação. Isso requer observar a infraestrutura de comunicação, a infraestrutura elétrica, climatização e mesmo a iluminação para apoiar os modernos programas informacionais. A Biblioteca necessitará trabalhar com microcomputadores, leitoras de cd-rom, cabeamento em fibra ótica, aterramento elétrico, tomadas que permitam a ligação de comutadores portáteis para os usuários, redes locais, mesas digitalizadoras e outras tecnologias da informação. Necessitará de pontos de acessonos quais o próprio usuário ligará o seu equipamento portátil e, por si mesmo, utilizará o sistema da biblioteca para acessar a informação. Cada biblioteca deve avaliar cuidadosamente o seu espaço, levando em conta que pode ter a necessidade de combinar uma forma híbrida de ela operar, ou seja, o uso tradicional do suporte em papel talvez necessite ainda operar lado a lado com os equipamentos digitais que existam na biblioteca, afinal, um projeto de automação leva tempo para sua total consolidação. Outro aspecto relacionado com a área física é o barulho. O usuário trabalhando com livros ou com terminais de computador sempre gostará de estar num ambiente quieto. O dedilhar de teclas, a impressão de um documento numa impressora, quando feito por muita gente, pode causar barulho, então, utilizar um revestimento para o chão, um tratamento acústico nas paredes e abafadores para impressoras pode ser uma solução. Competência 02 26 E, quanto ao mobiliário, as mesas para os usuários devem ser bem maiores e as cadeiras precisam ser ergonomicamente corretas, além de haver rodízios, para evitar danos à saúde e proporcionar conforto aos usuários. A digitalização do acervo é também um item importante e envolve custos referentes a recursos humanos, equipamentos, indexação (manual e/ou automática) e controle de qualidade. Também será necessário pensar nas possibilidades das parcerias entre a biblioteca automatizada e outros tipos de bibliotecas também já automatizadas. Os usuários, em um projeto de automação da biblioteca, poderão por si próprios verificar a existência do documento que procuram no acervo, confirmar se o mesmo está emprestado ou não, pesquisar os índices e bibliografias correntes disponíveis na rede local, solicitar uma cópia do texto completo de um artigo de periódico, fazer um downloading de uma bibliografia pessoal, navegar na Internet e, se ainda tiverem tempo, conferir as mensagens de sua caixa postal eletrônica! É bom lembrar que numa biblioteca automatizada não será o tamanho do acervo que ela possui fisicamente que lhe dará o grau de importância. O que conta nos dias atuais não são os milhões de itens do acervo, mas as opções que o usuário tem para acessar a informação que deseja. Figura 9 – Biblioteca digital Fonte: www.immo.com.br Quem diria, para caracterizar uma boa biblioteca nos dias de hoje, não é importante o tamanho do acervo que ela possui, mas o tamanho das verbas financeiras que ela tem à disposição. Isso é o que vai permitir o acesso do usuário para que ele possa achar a informação que deseja em qualquer LUGAR, SEJA dentro ou fora do país. Para isso, a biblioteca se comunicará com o maior número possível de bases de dados. E sobre o resultado final da informatização da biblioteca? O projeto de automação, quando finalizado, provocará uma coexistência do ambiente da biblioteca com vários usuários conectados a uma ampla variedade de recursos informacionais. Competência 02 27 Nesse cenário teremos então uma variedade de formatos – o especialista em desenvolvimento de coleções trabalhará com documentos impressos, arquivos bibliográficos, arquivos de textos completos, arquivos numéricos, multimídia e programas aplicativos. Teremos também o atendimento ao usuário, que além de utilizar os documentos locais vai utilizar o serviço de comutação bibliográfica. Os bibliotecários, fazendo pesquisas em links na internet, também poderão mapear onde o usuário pode encontrar a informação que deseja. Por outro lado, o usuário necessitará pagar pelo acesso às informações, o que vai depender do valor da informação e da dificuldade em obtê-la. Ainda teremos, sobretudo, a capacitação do bibliotecário em hardware e software para aprender a como preservar de forma mais eficiente a informação no meio digital. O novo ambiente digital irá exigir da biblioteca uma equipe mais bem treinada no uso dos diversos equipamentos e programas. Outra necessidade será o conhecimento de língua estrangeira (principalmente a inglesa) para acessar sites no exterior e facilitar nos procedimentos de montagem da estratégia de busca, identificação das fontes relevantes e rápida decisão a respeito da encomenda e remessa eletrônica dos documentos. O ambiente bibliotecário, nessa era digital, será, inevitavelmente, cada vez mais internacional. Vale destacar também que, nesse novo ambiente, o usuário e a equipe terão maiores percentuais de contatos do que na biblioteca tradicional. O usuário necessitará saber e/ou aprovar os custos envolvidos com o downloading de documentos digitais, portanto a equipe deverá estar mais preparada para um envolvimento mais acentuado com o usuário. Enfim, diversas são as consequências dos projetos de informatização da Biblioteca e apenas algumas das suas facetas foram apresentadas. O importante é você perceber que a biblioteca digital é um paradigma para a profissão do bibliotecário e, como tal, deve ser estudada, compreendida e aperfeiçoada. Entender todas as suas implicações é tarefa vital para todos os bibliotecários. Até breve! Competência 02 28 3.Competência 3 | Manipular softwares livres de automação de bibliotecas Olá gente, já estamos encerrando nossa disciplina! Nesta última semana vamos colocar a mão na massa e utilizar um software para automação do projeto de coleção bibliográfica construída por você na disciplina de Formação e Desenvolvimento de Coleções. Você também pode sugerir a automação do acervo de uma biblioteca indicando um programa gerenciador de acervos. Em um projeto de automação, seja os mais simples ou mais robustos, o bibliotecário tem à disposição dois tipos de licenciamento de softwares: proprietário e livre. É importante compreender as caraterísticas, usos e aplicações de cada um deles, pois constituem programas criados para o gerenciamento de informações que você vai utilizar em sua biblioteca. Vamos lá? 3.1 Softwares proprietários Neste tipo de programa se você quiser ter acesso a ele, não terá tanta liberdade, pois terá que pagar pela sua utilização, ou seja, sua licença de uso. E se precisar modificá-lo terá que pedir permissão ao seu proprietário. É um software licenciado com direitos exclusivos para o produtor. Alguns exemplos famosos: AVG Anti-vírus - Grisoft Winzip - Winzip Windows - Microsoft Delphi - Borland MS SQL Server - Microsoft Matlab - Mathworks Norton Systemworks - Symantec McAfee internet security - McAfee Whatsapp - Jan Koum Facebook - Mark Zuckerberg 3.2 Softwares livre Software livre é uma expressão utilizada para definir qualquer programa de computador que pode ser executado, copiado, modificado e redistribuído pelos usuários. Um programa é considerado software livre se os usuários tiverem quatro liberdades essenciais: 1. A liberdade de executar o programa como desejar, para qualquer propósito. 2. A liberdade de estudar como o programa funciona, e adaptá-lo às suas necessidades. 3. A liberdade de redistribuir cópias de modo que você possa ajudar ao próximo. 4. A liberdade de distribuir cópias de suas versões modificadas a outros. Dessa forma, você Competência 03 29 pode dar a toda comunidade a chance de se beneficiar das mudanças. Os softwares livres são aqueles que possuem código de fonte aberto para qualquer usuário que deseje fazer modificações ou adaptações, seja para uso doméstico ou empresarial. Estes softwares são isentos de licença de uso, contudo, precisam de constante aprimoramento para adaptação às necessidades da biblioteca. Esta é uma das grandes vantagens deste tipo de software, pois é possível modificá-lo por qualquer pessoa, mesmo que o usuário não seja proprietário do programa. “Os programas com código fechado, são licenciados através do copyright.Por outro lado, o copyleft licencia os softwares com código fonte aberto: o copyleft é o nome, um trocadilho com copyright, designado às licenças de propriedade intelectual (nome genérico que abrange os direitos autorais, de software e de marcas) que permite a qualquer pessoa usar, comercializar, copiar, ter acesso a todas as informações e modificá-las, desde que na versão modificada, pelo menos na parte em que o original foi utilizado, também permita essas mesmas liberdades”. (RIBEIRO, DAMASIO, 2006, p.74). Algumas questões sobre os softwares livres...! O software livre é uma realidade em diversas áreas, inclusive a de automação de bibliotecas. Existem várias opções de software livre para automação de bibliotecas distribuídas gratuitamente. Deve-se estar consciente dos riscos envolvidos na adoção de software livre. Uma delas pode ser um suporte precário. Torna-se uma opção viável quando a instituição conta com suporte de informática ou especialistas com conhecimento na implantação e manutenção destes softwares. Neste caso é possível se montar um sistema completo de automação de bibliotecas baseado em software livre, a um custo bastante baixo. De qualquer maneira, os softwares livres podem ser o início de uma automação barata para uma biblioteca. Pode-se optar também por utilizar software básico livre, como o sistema operacional LINUX, nos servidores da biblioteca, e utilizar uma opção de versão para LINUX de um sistema comprado, compatível com este sistema operacional. Exemplos famosos de softwares livres: LINUX (Sistema operacional) Open Solaris (Sistema operacional) Apache (servidor) MySQL (banco de dados) VLC (media player - reprodutor multimídia) WordPress (sistema de gerenciamento de conteúdo na Web) 3.3 Softwares livres para automação de acervos na biblioteca É notório que os sistemas de gerenciamento de biblioteca são uma realidade consolidada. A tecnologia digital é um recurso essencial tanto na prestação dos serviços aos usuários como para a gestão de acervos e administração interna da instituição que provê acesso às coleções de Competência 03 30 documentos. Os softwares de biblioteca estão sendo cada vez mais desenvolvidos utilizando novas linguagens de programação e bases de dados para a comunicação com outros programas, permitindo a integração de sistemas vinculados à Web com utilização em tempo real pelo usuário. Outra vantagem é a possibilidade de troca de informações conjunta entre usuários que utilizam o mesmo sistema, a exemplo da catalogação cooperativa, utilizada pelas bibliotecas universitárias da Rede Pergamum. O modelo de troca de dados em rede consiste na ideia de ligar um conjunto de arquivos com apontadores. Os dados também são estruturados em camadas (ou níveis) diferentes, de acordo com o tipo de informação que contém. Isto requer uma maior capacidade de armazenamento em virtude da grande quantidade de vínculos entre os itens. Conhecendo as necessidades de usuários de bibliotecas que atualmente utilizam plataformas digitais disponíveis na Internet, alguns softwares livres oferecem versões simples ou mais completas para o atendimento às demandas típicas da gestão de acervos bibliográficos, arquivísticos e museológicos, funcionando como uma opção barata de custo para a implantação e customização de softwares no controle de diversos tipos documentais. Conforme você já deve ter percebido, a adoção de um sistema automatizado em bibliotecas se dá pela necessidade de compartilhar informações que integram uma mesma instituição, funcionando como uma fonte de informação sobre o estado do acervo. Por este motivo, quaisquer destes sistemas automatizados contêm registros que descrevem os materiais da biblioteca e a sua localização, respondendo a duas perguntas básicas: Nos vídeos da competência anterior vimos que um sistema automatizado é capaz de controlar o acervo através de dispositivos de alerta, sinais sonoros ou visuais e máquinas recolhedoras de livros quando entregues ao balcão de circulação. Antigamente, o desenvolvimento de sistemas era feito de maneira fragmentada, ou seja, uma biblioteca desenvolvia apenas a classificação de obras, outras apenas a catalogação, outra se concentrava nas atividades de circulação. Hoje, com um sistema automatizado, as atividades são interligadas em uma arquitetura de bases de dados relacionais. Assim, se for necessário fazer mudanças em algum dado na base (a exemplo de acréscimo ou exclusão) todos os arquivos são automaticamente atualizados com essa mudança. Os sistemas de gerenciamento de biblioteca oferecem alguns serviços em comuns. Alguns mais simples, outros com recursos adicionais. As necessidades de trabalho típicas de uma biblioteca respondem pela busca e recuperação da informação. Há outras funções desempenhadas pelos sistemas automatizados cobrindo as atividades de gestão de acervos, empréstimos, colaboração entre bibliotecas e informações patrimonial. Os principais sistemas para automação de bibliotecas Competência 03 O que há no acervo da biblioteca? O que do acervo está emprestado e para quem? 31 disponíveis no mercado oferecem basicamente o apoio às seguintes atividades: Circulação: cadastro de usuários, acesso a dados cadastrais, consulta a histórico de usuários, bloqueios, emissão de carteiras, controle de acesso para consulta, reserva, empréstimo e devolução de exemplares do acervo. Catalogação: registros bibliográficos da catalogação dos livros e demais materiais de informação da biblioteca, opções de busca, inclusão, exclusão e exportação de registros, controle e importação de registros do vocabulário utilizado na indexação, listas de autoridades, cabeçalhos de assuntos, registros bibliográficos, comutação de informação entre bases de dados e geração de etiquetas dos livros. Aquisição: registros do fornecedor, requisições, cotação de preços, compras. Administração: informações sobre o patrimônio, manutenção, backups, relatórios, login e permissões de usuários, cartões, Servidor Z.39.50, configurações gerais. Os softwares para bibliotecas surgiram a partir de implantações e desenvolvimentos diversos ao longo dos tempos, aproveitando os estudos em desenvolvimento e os recursos de Tecnologia da Informação que surgiram nas empresas e universidades. Assim, desenvolveram-se inúmeros softwares, utilizando os requisitos mínimos de informações sobre catalogação, a Organização de cabeçalhos de assuntos e a padronização automática de índices, tendo como padrão principal de formatação dos dados, o formato MARC, desenvolvido e disseminado pela U. S. Library of Congress - Biblioteca do Senado Americano. (RIBEIRO, DAMASIO, 2006): As bibliotecas começaram a implementar bases de dados também nos formatos padronizados e utilizados para a catalogação, conforme os padrões adotados internacionalmente, como o ISBD e AACR2, este último utilizado no Brasil. Tendo seus dados organizados para estes padrões e o formato de importação de dados MARC, as bases de dados começaram a se interligar e a ter um padrão mínimo para a área biblioteconômica. (RIBEIRO, DAMASIO, 2006, p.76). É importante que o bibliotecário seja capaz de decidir qual software de automação de acervos deve utilizar, pesando vantagens e desvantagens. Para isso, deve zelar pelo princípio da equidade de acesso à informação, conforme orienta os Princípios de Keystone. SAIBA MAIS: Conheça mais os Princípios de Keystone (The Keystone Principles) que é um plano de ação para bibliotecários na era digital – elaborado por um grupo de diretores de bibliotecas acadêmicas da ARL – Association of Research Libraries e a OCLC – Online Computer Library Center, em 1999: www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?down=8280 Os softwares livres são uma boa opção para automatizar as coleções mais simples, a exemplo das bibliotecas comunitárias ecoleções pessoais ou mesmo acervos que estejam iniciando seus trabalhos. É importante que seja feita uma seleção das suas qualidades, verificando seu funcionamento junto à equipe que vai utilizar, se possui o sistema suporte técnico, se há Competência 03 http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?down=8280 32 atualizações com certa regularidade e se há compatibilidade do programa com os sistemas operacionais e demais requisitos dos computadores da biblioteca. A modernização das bibliotecas está diretamente ligada à automação de rotinas e serviços, com o intuito de implantar uma infraestrutura de comunicação para agilizar e ampliar o acesso à informação pelo usuário, tornando-se necessário haver uma ampla fusão da tecnologia da informação e sua aplicação nas organizações. As especificações técnicas de cada programa devem ser consideradas junto ao aparato de hardware e software disponível na biblioteca. Salientamos que a escolha de um software deve levar em consideração: 1) Qualidades técnicas do sistema; 2) Razões administrativas ou políticas; 3) Pessoal envolvido na escolha: Pessoal da biblioteca; Direção da biblioteca; Centro de informática; Fornecedores; Serviços jurídicos; Outras bibliotecas; Serviços de telecomunicações; Usuários. Ao instalar um programa de gerenciamento de acervos, faça testes nas mais variadas situações (empréstimo, devoluções, cadastros, relatórios, etc.). Para ser confiável, o sistema precisa ser instalado, testado e funcionar bem! Lembre-se: ao selecionar um sistema, devemos ter em mente as seguintes questões (RACY, 2008, p.43): O sistema é compatível com a tecnologia atual (desenvolvido para o ambiente browser)? Oferece as três principais funcionalidades: catalogação, circulação e relatórios estatísticos? Permite a integração de recursos digitais? Provê acesso 24 horas/7 dias por semana? Oferece suporte técnico e atualizações? É um sistema que prevê e disponibiliza recursos futuros? De posse das informações iniciais trazidas até aqui, convido você a pesquisar e a conhecer alguns sistemas de gerenciadores de bibliotecas disponíveis na Web. Temos diversos deles disponíveis para download. Assista a vídeo-aula 3 e acompanhe as orientações para fazer a nossa atividade final. Acesse também os vídeos tutoriais de alguns programas livres escolhidos como exemplo. Nesta disciplina, citamos o BIBLIVRE, mas há outros tantos e esta pesquisa faz parte da nossa atividade. Assim, invista em sua autonomia, pesquise alguns programas e procure informações sobre eles. Quem sabe você não poderia baixar um livre em sua máquina e testá-lo. Já pensou? Competência 03 33 Conclusão Durante os estudos da disciplina tivemos a oportunidade de aprender conceitos da biblioteca no contexto da era digital. Vimos que os sistemas de gerenciamento de bibliotecas são sistemas de bases de dados com uma finalidade específica: eles são projetados para controlar as atividades essenciais de uma biblioteca. Automatizar os procedimentos de trabalho de bibliotecas ou centros de documentação é uma tarefa que apresenta certa complexidade, por ser um processo que foge aos padrões habituais, a exemplo do controle de estoques, folhas de pagamento, contabilidade e outros. E ainda porque as tarefas relacionadas à biblioteconomia e documentação são diferenciadas e detalhadas a ponto de dificultarem soluções globais e lineares. Isto quer dizer que não são muitos os profissionais de processamento de dados que têm desembaraço neste tipo de aplicação, o que gera certo desconforto e dificuldade para o bibliotecário dialogar com o analista de sistemas, tanto para expor suas necessidades quanto para ouvir soluções compatíveis com seu problema. Com o advento das tecnologias de informação acompanhado do processo de globalização o mercado está exigindo profissionais mais flexíveis, dinâmicos, ágeis, criativos e que consigam trabalhar com equipes multidisciplinares. Dentro de uma instituição de ensino, a biblioteca informatizada passa a exercer com maior valor e eficiência a sua primordial função educativa: a de disseminadora e núcleo da informação. Salientamos que o conhecimento apreendido nessa disciplina oferecerá suporte logístico visando os estudos das disciplinas que se seguirão durante todo o curso. Você poderá valer-se das ferramentas e recursos desenvolvidos durante os estudos dessa disciplina para dinamizar as atividades pertinentes ao exercício das funções do profissional de biblioteconomia e documentação. Nosso anseio é que o conhecimento apresentado nesta disciplina contribua positivamente para o crescimento profissional de cada um de vocês. Felicidades a todos! 34 Referências AGUILAR, Luis Joyanes. Fundamentos de programação: algoritmos, estruturas de dados e objetos. 3.ed. Porto Alegre: AMGH, 2011. INFOWESTER. Software livre, código aberto e software gratuito: as diferenças. Disponível em: <www.infowester.com/freexopen.php>. Acesso em 27 jan. 2016. LEVACOV, Marília. Bibliotecas virtuais: (r) evolução? Ci. Inf. v. 26 n. 2 Brasília, DF, maio/ago., 1997. MILANESI, Luís. A biblioteca. São Paulo: Ateliê Editorial, 2002. QUEIROZ, Nathalia Guedes de; ARAÚJO, Samantha Andrade de. Catálogos online: um breve estudo dos catálogos on-line de acesso público (OPAC’S). Múltiplos olhares em Ciência da Informação, Minas Gerais, v.3, n.2, jan. 2013. RIBEIRO, Carlos Eduardo Navarro; DAMASIO, Edilson. Software livre para bibliotecas: sua importância e utilização: o caso da Gnuteca. Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Campinas, v.4, n. 1, p. 70-86, jul./dez. 2006. RACY, Marina. Critérios para a Seleção de um Software, CRB-8 Digital, São Paulo, v. 1, n. 3, p. 40-44, dez. 2008. ROWLEY, Jennifer. A biblioteca eletrônica. 2.ed. Brasília: Briquet Lemos, 2002. SAYAO, Luis Fernando. Afinal, o que é biblioteca digital? Revista USP, São Paulo, n.80, p. 6-17, dez./fev. 2008-2009. 35 Mini currículo do Professor Marcia Lyra é Mestre em Ciência da Informação (UFPE). Pós-graduada em Cultura Pernambucana, Superior em Administração em Marketing, Graduação em Ciência da Computação. Tem experiência na área de Educação, Ciência da Informação, Arte e Cultura, atuando principalmente nos seguintes temas: Estética da Informação, Gestão da Informação, Tecnologias educacionais. É produtora cultural, curadora/conservadora do acervo Ladjane Bandeira, editora adjunta Revista IRIS (PPGI/UFPE), Docente e Coordenadora de Pesquisa, Produção científica e Extensão da SOPECE- Faculdade de Ciências Humanas de Pernambuco.
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