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Rosana Paulino - Assentamento PDF-Educativo

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1
2
3
As possibilidades de trabalho para a 
ação educativa estão baseadas nos 
três eixos que sustentam a exposição:
assenta mento
exposição ASSENTAMENTO
artista ROSANA PAULINO
local MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA DE AMERICANA
data 07/NOvEMbRO A 07/DEzEMbRO DE 2013
EDUCATIvO
A ObRA
O TExTO
AS PRáTICAS
INTERDISCIPLINARES
que acompanha a mostra
o trabalho artístico
a partir dos dois elementos acima
texto ROSANA PAULINO | design CELSO ANDRADE
a obra
Instalação em técnica mista 
(impressão digital, desenho, linóleo, 
costura, bordado, madeira, paper clay 
e video). Dimensão variável. 2013.
educativo#02
Por que as peças estão costuradas de forma desencontrada?
Penso que estas pessoas tiveram que se refazer ao chegar a um 
mundo totalmente desconhecido de seu local de origem. Imagi-
ne, um dia, estar cercado de seus familiares, amigos e em outro 
estar em um navio negreiro, totalmente insalubre, com gente de 
variadas etnias e que não falam a sua língua. Ao desembarcar 
em terras estranhas, há ainda o trauma da escravização. Estas 
pessoas tiveram que se refazer, mas este “refazimento” nunca 
é completo! Sobram as marcas deste processo de adaptação, 
marcas estas que, muitas vezes, foram também transmitidas aos 
seus descendentes. Daí as costuras desencontradas, mostrando 
que um refazer-se completo é tarefa quase impossível.
artista
diálogo com a
Em relação à obra, a artista levanta várias questões 
por meio da visualidade. Vejamos alguns exemplos:
Quem é a pessoa retratada 
nas imagens?
Trata-se de pessoa desconhe-
cida, registrada pela expedição 
Thayer, capitaneada pelo cien-
tista Louis Agassiz. Penso que 
é importante refletirmos sobre o 
fato de que a população negra 
não tem, na grande maioria dos 
casos, como traçar sua origem. 
Portanto, a mulher retratada na 
imagem poderia, quem sabe, 
ser uma parenta distante da 
artista, por exemplo. Quem sabe 
uma bisavó, talvez...
Por que a artista escolheu esta imagem?
A imagem, além de ter uma forte carga simbólica, 
carrega também elementos que são importantes para 
a construção de um trabalho visual. Além disso, este 
tipo de estampa que retrata o anonimato de alguém 
num tempo passado nos leva a pensar, em compa-
ração com os dias atuais, no poder da imagem como 
constituinte da identidade das pessoas.
O que significa a 
imagem nos tablets?
As imagens retratam a lon-
ga viagem para uma terra 
distante e desconhecida. 
Os povos de origem banto 
chamavam o oceano de Ca-
lunga Grande, e o cemitério 
de Calunga pequena. Como 
bem destaca Carlos Euge-
nio Marcondes de Moura, 
esta travessia da Calunga 
grande equivale a uma meia 
morte, é quase o mesmo 
que entrar no território da 
Calunga pequena. É, de 
modo figurado, quase como 
ser enterrado vivo(a).
O que significam os fardos formados por braços e madeira?
Os seres humanos que aqui chegaram através do tráfico escra-
vagista eram vistos como “lenha para se queimar”, ou seja, eram 
peças de uma engrenagem e, quando quebradas, eram pronta-
mente substituídas por outras. A mecânica da escravidão era tão 
perversa que a expectativa de vida de um escravo nascido no 
Brasil girava em torno de 19 anos. É claro que a expectativa de 
vida de todos os brasileiros do período era baixa (girava em tor-
no dos 27 anos), mas os rigores da escravidão faziam com que, 
nos primeiros anos do tráfico, um escravizado trazido da África 
para o Brasil conseguisse sobreviver quatro, cinco anos talvez...
educativo#03
Entre 1865 e 1866, o zoólogo suíço Louis Agassiz comandou uma expedição de cunho científico ao Brasil, a chamada Expedição 
Thayer. Uma de suas intenções era coletar dados com os quais pu-
desse comprovar a superioridade da etnia branca sobre as demais. 
Agassiz estava entre os grandes nomes da ciencia norte-americana 
da época. Como professor da já prestigiada Universidade de Harvard, 
foi defensor do criacionismo, do poligenismo e também acreditava 
que a miscigenação entre seres humanos pudesse causar a dege-
neração dos grupos envolvidos. Era opositor da teoria evolucionista, 
lançada por Darwin em 1859 no famoso livro “A Origem das espe-
cies”, que forneceu aos jovens cientistas as bases para invalidar as 
hipóteses defendidas por Agassiz.
A fim de provar suas teses racistas, Agassiz encomendou ao foto-
gráfo franco-suíço Augusto Stahl, então residente no Rio de Janeiro, 
uma série de imagens de africanos que ali viviam. A ideia era retratar 
“tipos raciais puros” em fotos que variavam do “portrait” às fotografias 
de caráter científico, onde essas pessoas, negros e negras, apareciam 
em três posições diferentes: frente, costas e perfil. Essa suposta cien-
tificidade acabou gerando, paradoxalmente, registros fotográficos úni-
cos da população escrava naquela cidade.
Diferentemente do que tentava provar, Agassiz ajudou a produzir, 
isso sim, uma coleção de imagens dos corpos daqueles que con-
tribuiram para a formação da cultura brasileira. Os escravizados e 
escravizadas reproduzidos ali, sem a dignidade das roupas que lhes 
sublinhavam a condição humana, foram na realidade peças funda-
mentais no assentamento de nossas bases culturais.
Assentar, como nos mostra o dicionário Aurélio, é também o ato 
de fixar-se ou de estabelecer residência em algum lugar. Transplan-
tados à força, os africanos e africanas que aqui chegaram trouxeram 
seus saberes e práticas. Assentaram aqui sua força, seu axé. A últi-
ma definição para assentamento encontrada no dicionário Aurélio diz 
respeito a:
“bras. Rel. Ser, ou objeto onde assenta a energia sagrada de qual-
quer entidade religiosa afro-brasileira; assento.”
Assentaram, portanto, elementos que permearam nossa fala, culi-
nária, comportamento e, principalmente, boa parte de nossa religio-
sidade. O que este projeto pretende mostrar, através da execução 
da instalação, vai além da viagem de transposição feita por aquelas 
pessoas. A instalação, dividida em três partes, mostra o caminho per-
corrido (vídeo-imagens do mar), os braços que vieram para o trabalho 
e, principalmente, o assentamento das bases de uma cultura nova e 
vibrante. O simbolismo inicial do corpo de uma das mulheres retrata-
das é ressignificado para se tornar emblema de uma cultura mestiça, 
cujas bases, firmemente plantadas em solo africano, são muitas ve-
zes subvalorizadas em nossa sociedade. Enaltecer esse corpo, sín-
tese e retrato da cultura brasileira, é reconhecer a contribuição que, 
ao contrário da premissa de Agassiz, não trouxe decadência, mas sim 
riqueza e vitalidade, gerando uma cultura pulsante graças à heteroge-
neidade daqueles que a compõem.
o texto
APRESENTAÇÃO GERAL DISCUSSÃO
Há vários olhares possíveis sobre 
o 2º eixo a ser discutido no texto, 
entre os quais podemos destacar:
Os alunos sabem quem foi Darwin? 
Ou o que é a teoria evolucionista?
O texto diz que: “Diferentemente do 
que tentava provar, Agassiz ajudou 
a produzir, isso sim, uma coleção 
de imagens dos corpos daqueles 
que contribuiram para a formação 
da cultura brasileira.”
Sabemos que nossa cultura 
se assenta em três matrizes 
principais, que estiveram juntas 
após o “descobrimento” do país. 
Quais são essas matrizes?
 
Do ponto de vista social, existe 
igualdade de oportunidades 
para todos os descendentes das 
matrizes originais da sociedade 
brasileira? Sim? Não? Por 
quê? (gancho para que sejam 
discutidas questões referentes à 
discriminação racial, oportunidades 
de igualdade e justiça social, 
formação da sociedade 
contemporânea brasileira, etc.). 
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educativo#04
Entre 1525 e 1851, período do tráfico escravagis-ta do continente africano para o Brasil, cerca de 
4.800.000 (quatro milhões e oitocentos mil) seres 
humanos foram transportados e escravizados. Não 
se inclui nesse cálculo a quantidade de pessoas que 
pereceram em captura ou durante a longa e insalubre 
travessia marítima. Era grande o número de crianças 
entre os cativos.
Os homens e mulheres trazidos para o Brasil eram ori-
ginários de diferentes regiões daÁfrica, e de países tão 
diversos como os atuais Benin, Nigéria e Togo. Vieram 
também etnias de países como Gana, Senegal e Ser-
ra Leoa e ainda, em grande quantidade, os oriundos 
de territórios da África Central, Oriental e Meridional, 
configuração atual de Angola, Namíbia, República De-
mocrática do Congo, Zâmbia, Uganda e Moçambique.
A contribuição desses escravizados e escravizadas 
impactou diferentes elementos da cultura brasileira, 
com destaque para:
contextovisão geral do
OS AfRICANOS NO bRASIL
religião
Candomblé, tambor 
de mina, xangôs 
(no Nordeste), 
terecô, elementos da 
umbanda, cultos a 
egungum, entre outros.
dança
Nossa dança tem forte influência da expressão 
corporal africana. Além do samba, há o 
maracatu, o maculelê, o jongo, etc., bailados 
cujas raízes estão em território africano. Há 
ainda as danças criadas no Brasil a partir da 
fusão de elementos locais com outros oriundos 
da África. Um caso emblemático é a capoeira. 
Misto de dança e arte marcial, essa atividade 
lúdico-desportiva é hoje apreciada e praticada 
tanto no Brasil quanto no exterior.
tecnologia
O ciclo do ouro no Brasil do século XVIII muito se beneficiou da presença 
de cativos provenientes das então chamadas Costa da Mina e Costa do 
Ouro, que hoje inclui países como Nigéria, Benin, Togo e Gana. Fixados na 
região das Minas Gerais, esses escravizados eram peritos em mineração 
e metalurgia, sendo hábeis na extração mineral e no uso de técnicas 
metalúrgicas e de ourivesaria. Contribuíram ainda com conhecimentos de 
marcenaria e agricultura, sendo exemplos respectivos a construção de 
máquinas de engenho e o cultivo de café e açúcar. O saber desses homens 
e mulheres também influenciou áreas tão diversas como a criação extensiva 
de gado, a construção de teares de madeira (alguns modelos são utilizados 
até hoje no nordeste do país) e, de forma substancial, a expansão da 
fitoterapia, ou o uso de plantas para tratamento e profilaxia de doenças.
culinária
Diversos pratos e ingredientes de 
origem africana, como acarajé, 
abará, dendê, quiabo e pimenta 
da costa fazem parte da nossa 
alimentação. Deve-se frisar ainda 
que a culinária desenvolvida na 
Bahia, tipicamente brasileira, provém 
do multiculturalismo, com destaque 
para o uso afro-brasileiro de 
ingredientes como o inhame, o feijão 
fradinho e a pimenta malagueta.
visualidade
Uso de cores e elementos 
ligados às religiões afro-
brasileiras e festejos 
populares, como o carnaval, 
o maracatu, as congadas, a 
contribuição aos desfiles de 
escolas de samba, etc.
língua
Termos familiares incorporados 
ao português e presentes, muitas 
vezes, no campo semântico 
da culinária, como é o caso de 
acarajé, bolinho de feijão frito (feijão 
fradinho), ou dos instrumentos 
musicais, a exemplo de agogô, 
constituído por duas campânulas de 
ferro percutidas por vareta de metal. 
E outros menos conhecidos, como 
miçanga, adorno feito com contas 
de vidro, variadas e miúdas (fonte: 
Plano de aula Geledés).
música
Quando falamos em música, 
automaticamente pensamos em 
samba. Entretanto, diversas fontes 
rítmicas e sonoras, provenientes 
de várias matrizes africanas, foram 
posteriormente remodeladas no Brasil 
para enobrecer nossa cultura musical. 
Essa diversidade de sons resultou 
em expressões como a congada, os 
afoxés, os blocos afros, os cantos 
rituais dos terreiros de umbanda, 
quimbanda, candomblé, etc. Enfim, 
a harmonização e cadência da 
música brasileira sofreram influências 
africanas significativas.
educativo#05
Em relação às questões interdisciplinares, uma 
mostra de artes visuais como esta instalação pres-
ta-se muito bem como proposta de discussão. Ela 
abarca diferentes disciplinas que compõe o dia a dia 
do aluno. Como exemplo, podemos levantar ques-
tões em diferentes áreas, tais como:
Os alunos poderiam ser incentivados a citar vocá-
bulos e expressões de origem africana presentes na 
língua portuguesa falada e escrita no Brasil.
O continente africano cedeu, em deslocamento for-
çado, uma enorme quantidade de pessoas para o 
Brasil. Entretanto, ao contrário do que muitos acre-
ditam, existiam vários estados altamente organiza-
dos no território africano, como os poderosos reinos 
Ioruba (ou Iorubá), do Benim e do Daomé . A con-
sonância desses assuntos com disciplina de história 
pode gerar um excelente meio de reflexão/análise 
sobre a geografia física e humana da África.
As atuais estimativas calculam em cerca de 4,8 
milhões o número de escravizados que aportaram 
no Brasil. Eles impulsionaram nossa economia em 
seus primórdios e foram peças fundamentais nos 
principais ciclos econômicos do Brasil Colônia e Im-
pério. São pertinentes questões sobre esses ciclos 
em correlação com a economia atual do Brasil, suas 
semelhanças, diferenças, transformações, etc.
DESENvOLvIMENTO DISCIPLINAS
De onde partiram os escravizados? Utilizar 
aspectos da geografia física e humana. Geografia
Em que período ocorreu o fato? O que vieram 
esses escravizados e escravizadas fazer no país? 
Como era a cidade onde aportaram no período?
História
As palavras utilizadas no período eram as mesmas 
de hoje ou alguns termos caíram em desuso? Língua Portuguesa
Qual a produção visual do período histórico no país 
(pintura, escultura)? Ou ainda: Como os alunos 
poderiam representar visualmente o Brasil deste 
periodo? Pesquisar.
Artes
projeto
visão interdisciplinar do
As artes africanas seguem uma estética pró-
pria, diferente da preconizada pela arte oci-
dental. Essa arte possui particularidades que 
satisfazem suas necessidades estéticas e, 
na maior parte das vezes, religiosas. A arte 
africana vai muito além da questão do uso 
das máscaras, ideia fartamente difundida no 
Ocidente. As esculturas africanas, a fatura 
dos tecidos, as ornamentações são pontos a 
serem destacados nessa estética, bem como 
a junção desses com a dança, o canto e a 
teatralidade dos diversos festivais.
Língua portuguesa
Geografia
Artes
2 Outra possibilidade de trabalho seria a leitura e ilustração do texto 
“Pai contra mãe”, de Machado de As-
sis, disponível no site Domínio Público 
(http://migre.me/gsn8m). Nesse caso, 
seriam trabalhados elementos da área 
de literatura, língua portuguesa, histó-
ria, sociologia e artes.
Entre as questões crucias para cada disciplina pertinente, temos:
SUGESTÃO DE TRAbALHO INTERDISCIPLINAR
1 Os alunos podem ser orientados a produzir uma história em quadrinhos 
em que narram, por exemplo, a vida de 
uma pessoa transportada à força ao 
Brasil pelo tráfico escravagista.
História/Sociologia
Nkisi da república 
Demócratica do 
Congo: exemplo de 
arte africana com 
sentido religioso e 
forte apelo visual 
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educativo#06
A lei 10.639/03, criada em 09 de Janeiro de 2003, 
foi instituída para implantar o ensino da cultura africa-
na e afro-brasileira em escolas públicas e particulares, 
abrangendo os níveis fundamental e médio. A importân-
cia dessa lei é ressaltar a colaboração afrodescendente 
na formação da sociedade brasileira.
Embora presente em salas de aula, a cultura afro-
-brasileira sempre foi vista sob o estigma da escravidão, 
não se destacando as contribuições dessa população 
para a construção do país. Desse modo, a lei se soma 
tanto na valorização de sujeitos históricos ausentes na 
historiografia oficial, quanto no empenho de desmisti-
ficar lugares comuns presentes em materiais didáticos 
que, em geral, representavam os negros e negras de 
modo passivo diante da escravidão.
a artista
a exposição
Doutora em Poéticas Visuais pela Escola de Comuni-
cações e Artes da Universidade de São Paulo - ECA/
USP, é especialista em gravura pelo London Print Stu-
dio, de Londres, bacharel em Gravura pela ECA/USP, 
e bolsista eleita do Bellagio Art Center, da Fundação 
Rockfeller, para o ano de 2014. Foi também bolsista do 
Programa Bolsa da Fundação Ford entre 2006 e 2008. 
Atualmente é docente na faculdade Estácio Radialde 
São Paulo, atuando nas áreas de Multiculturalidade, 
Interculturalidade, Interdisciplinaridade e Desenho.
Seu trabalho vem se destacando por uma produção li-
ROSANA PAULINO: vIDA E ObRA
E A LEI 10.639/03
gada a questões sociais, étnicas e de gênero. O foco 
principal de sua arte é a posição da mulher negra na 
sociedade brasileira e os diversos tipos de violência so-
fridos pela população afrodescendente em decorrência 
do racismo e das marcas da escravidão. 
Possui obras em importantes museus, tais como:
Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM
Pinacoteca Municipal, São Paulo
Centro Cultural São Paulo - CCSP 
Museu Afro-brasil, São Paulo
Museu Salvador Allende, Chile
indicações de leituras
É também decorrência da Lei 10.639/03 a instituição 
do dia 20 de Novembro como Dia Nacional da Consci-
ência Negra. A data foi escolhida por ser o dia da morte 
de Zumbi dos Palmares, chefe daquele que talvez tenha 
sido o maior refúgio de escravos no país, o Quilombo 
dos Palmares.
Vale a pena ressaltar ainda que a lei propõe novas 
diretrizes para o estudo da história da África, bem como 
para o estudo da cultura afro-brasileira em sala de aula.
Havendo interesse por parte dos(as) professores(as), 
este PDF mais as imagens e textos que acompanham a 
exposição ASSENTAMENTO podem ser utilizados em 
sala de aula como material de apoio para discutir as 
questões propostas pela lei 10.639/03.
Apoio
Pr
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SITES E REvISTAS
• Site oficial da artista: www.rosanapaulino.com.br
• Escravidão no Brasil: os terreiros de Candomblé e a resistência cultural dos povos negros. Texto da pes-
quisadora Márcia Sant’Anna para o IPHAN - Instituto do Patrimônio Artístico, Histórico e Cultural e disponível em:
http://portal.iphan.gov.br/portal/baixaFcdAnexo.do?id=419
• Pai contra Mãe. Texto de Machado de Assis disponível em http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheO-
braForm.do?select_action=&co_obra=1951 
• De africano a Afro-brasileiro: etnia, identidade, religião. Texto de Reginaldo Prandi, baixado do site http://www.
usp.br/revistausp/46/04-reginaldo.pdf
• Plano de aula: palavras de origem africana usadas em nosso vocabulário. Disponível do site do Geledés: 
Instituto da mulher negra. Site: http://www.geledes.org.br/areas-de-atuacao/educacao/planos-de-aula/8221-plano-de-
-aula-palavras-de-origem-africana-usadas-em-nosso-vocabulario
• A presença africana na música popular brasileira. Excelente artigo do cantor, compositor e pesquisador Nei 
Lopes, disponível na Revista Espaço Acadêmico, n. 50 Julho 2005. Acessar em: http://www.espacoacademico.com.
br/050/50clopes.htm
ARAUJO, Emanoel. 
A mão Afro-brasileira: 
significado da contribui-
ção artística e histórica. 
2 ed. São Paulo: Impren-
sa Oficial do Estado de 
São Paulo: Museu Afro-
Brasil, 2010.
CONDURU, Roberto. 
Arte Afro-Brasileira. 
Belo Horizonte: 
Editora C/Arte, 2007.
MOURA, Carlos 
Eugênio Marcondes de. 
A travessia da Calunga 
grande - Três séculos de 
imagem sobre o negro no 
Brasil. São Paulo: 
Edusp/Imprensa Oficial 
do Estado, 2000.
SILvA, Alberto 
da Costa e. 
Um Rio chamado Atlân-
tico: A África no Brasil 
e o Brasil na África. Rio 
de Janeiro, Editora Nova 
Fronteira, 2003.
LIvROS

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