Buscar

RESUMO _ DOENÇA, CURA E SAÚDE

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Por Adriele de Araújo Neves dos Santos1 
 
Canguilhem, em seu artigo, traz uma reflexão sobre como vemos a doença e o doente. Ele frisa 
a importância de olhar a individualidade de cada ser e o contexto em que ele está inserido. 
Evitando normas supra-individuais, a comparação entre indivíduos diferentes é imprecisa, o 
indivíduo singular deve ser sempre tomado como referência, a fronteira entre o normal e o 
patológico é precisa quando o mesmo indivíduo é analisado em diferentes momentos. 
A doença consiste a uma condição única e invariável que impede o indivíduo de esboçar novas 
reações aos desafios do meio, sendo o doente, portanto, aquele cuja capacidade normativa 
para instituir normas diferentes em condições distintas está comprometida ou enfraquecida. 
A patologia ou anormalidade representa valor negativo quando aquele que a possui se sente 
incapaz de realizar tarefas que uma nova situação lhe impõe. 
Goldstein observou nos doentes uma instauração de novas normas de vida por uma redução 
de sua atividade, em relação com um meio novo, mais limitado. Por exemplo, pacientes com 
lesões cerebrais são impossibilitados de responder às exigências do meio anterior, por isso se 
apegam a situações que têm domínio. Ou seja, doença surge quando o organismo chega a 
reações catastróficas no meio que lhe é próprio, o doente só é doente por poder admitir 
apenas uma norma, não é anormal por ausência de norma e sim por incapacidade de ser 
normativo. 
A cura pode ser interpretada tanto como uma mutação de um arranjo em outro, quanto como 
uma volta do doente a seu estado inicial. Curar sempre é acompanhada de perdas essenciais 
para o organismo e, ao mesmo tempo, o reaparecimento de uma nova ordem. As novas 
normas não são equivalentes às anteriores a doença. 
Por fim, sadio e normal não são equivalentes. Ser sadio significa não apenas ser normal numa 
determinada situação, mas ser, também, normativo nessas situações e em situações habituais. 
A saúde é uma margem de tolerância às infidelidades do meio. Para o indivíduo, a saúde é uma 
sensação de possuidor e portador, de segurança na vida. 
 
 
 
1 Graduanda no Bacharelado Interdisciplinar em Saúde pela Universidade Federal da Bahia.

Continue navegando