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1 DISCIPLINA: Tópicos Profissionais em Passivos Ambientais Química Orgânica QUÍMICA ORGÂNICA 2 Química Orgânica é a área da Química que estuda os compostos que contêm carbono, chamados de compostos orgânicos. A expressão compostos orgânicos surgiu, há mais de 200 anos, para designar substâncias produzidas por organismos vivos (animais ou vegetais). Atualmente são chamados de compostos orgânicos os compostos que contêm carbono, sejam ou não produzidos por organismos vivos. 3 A Química Orgânica é a parte da química que estuda os compostos de carbono, sendo estes compostos o centro de vida do planeta Terra. Entre 1858 e 1861, August Kekulé, Archibal Scott Couper e Alexander M. Butlerov foram os primeiros a tentar determinar a estrutura dos compostos orgânicos, propondo, a Teoria Estrutural, três características fundamentais dos compostos de carbono: a) O carbono é tetravalente b) As quatro valências do carbono são equivalentes c) Os átomos de carbono formam cadeias carbônicas, ligando-se entre si. Em 1874, as fórmulas estruturais originadas por Kekulé, Couper e Butlerov foram expandidas em três dimensões pelo trabalho independente de J. H. Van’t Hoff e J. A. Le Bel propuseram uma estrutura tetraédrica para o átomo de carbono. Sendo assim, o átomo de carbono estará sempre situado no centro de um tetraedro imaginário, estando cada uma de suas valências dirigida para um vértice do tetraedro, ou seja, o átomo de carbono efetua quatro ligações. ESTRUTURA ATÔMICA Representação esquemática do átomo O volume ocupado pelo elétron, chamado de eletrosfera, é extremamente maior que o tomado pelo núcleo Uma vez que os elétrons são responsáveis por praticamente o volume dos átomos, eles têm um papel predominante sobre as propriedades químicas e físicas dos elementos e compostos. ORBITAIS ATÔMICOS • O orbital é a região do espaço onde é mais provável encontrar um elétron. • Os subníveis são designados pelas letras s, p, d e f. O conjunto de orbitais formam os subníveis. • O Orbital pode ser esférico ou elíptico. Os orbitais atômicos se localizam sobre diversos níveis de energia ou camadas, que são designados por números (1 a 7). Os elétrons presentes em um átomo ocupam diferentes orbitais atômicos. Estes orbitais possuem níveis de energia diferentes entre si. Os elétrons ocupam, sempre, os orbitais com a menor energia possível estabilidade. Configuração eletrônica Para facilitar a distribuição eletrônica dos átomos neutros, pode-se utilizar o Diagrama de Linus Pauling. 7Fonte: Kuadro adaptada, 2021. Átomos com três ou mais elétrons possuem uma parte central, cerne, rodeado por uma camada mais externa: o cerne corresponde a uma camada fechada semelhante ao último átomo do período imediatamente anterior a ele (Tabela Periódica); os elétrons da camada mais externa (camada de valência) são chamados de elétrons de valência. 8 9 Exemplo 2: Dê a configuração eletrônica do átomo de cloro (Cl) no estado fundamental (� = 17). 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5 • átomo neutro quantidade prótons (�) = quantidade e� quantidade e� = 17 Exemplo 1: Faça a distribuição eletrônica do átomo de carbono (C) no estado fundamental (� = 6). 1s2 2s2 2p2 • átomo neutro quantidade prótons (�) = quantidade e� quantidade e� = 6 1 0 LIGAÇÕES ENTRE CARBONOS As primeiras explicações da natureza das ligações químicas foram estudadas por Lewis e Kossel em 1916. Dois tipos principais de ligações químicas foram propostos: 1. A ligação iônica (ou eletrovalente), formada pela transferência de um ou mais elétrons de um átomo para outro para criar íons. 2. A ligação Covalente, uma ligação que resulta quando os átomos partilham os elétrons. 1 1 TEORIA DO OCTETO E TIPOS DE LIGAÇÕES De acordo com a Teoria do Octeto, as ligações ocorrem para que os átomos possam atingir a estabilidade eletrônica, geralmente ficando com oito elétrons na camada de valência. Por isso, os orbitais participantes só podem ser do tipo s e do tipo p. É importante saber que toda primeira ligação entre dois átomos ocorre sempre com orbitais contidos ao longo do mesmo eixo e será sempre denominada ligação sigma (σ). A ligação (π) é sempre formada pela interpenetração de orbitais incompletos do tipo p, contidos em eixos paralelos. Verifica-se então que: A – B ligação σ ligação simples A = B 1 ligação σ ligação dupla 1 ligação π A Ξ B 1 ligação σ ligação tripla 2 ligações π 1 2 Ao se tomar como base os fundamentos da geometria e construir dois tetraedros, pode-se visualizar de forma mais clara os tipos de ligações entre os carbonos que serão as seguintes: a) União por um vértice = ligação simples b) União por uma aresta = ligação dupla c) União por uma face = ligação tripla Com a utilização do modelo geométrico fica bem simples e entender por que não existem quatro ligações entre dois átomos de carbono. Os átomos de carbono têm a propriedade de se unirem, formando estruturas denominadas Cadeias Carbônicas. Essa propriedade é a principal responsável pela existência de milhões de compostos orgânicos. Nas cadeias carbônicas podem aparecer quatro tipos de átomo de carbono: a) Carbono Primário: aquele que se liga a um outro átomo de carbono; b) Carbono Secundário: aquele que se liga a dois outros átomos de carbono; c) Carbono Terciário: aquele que se liga a três outros átomos de carbono; d) Carbono Quaternário: aquele que se liga a quatro outros átomos de carbono. Ligação Covalente: Metano (CH4) e hibridização do átomo de carbono estado fundamental. Nesta descrição, o carbono deve formar apenas duas ligações porque tem apenas dois elétrons de valência não pareados e CH2 deve ser uma molécula estável. No entanto, CH2 é uma espécie muito instável que não pode ser isolada em condições típicas de laboratório. Há uma segunda possibilidade. Promoção de um elétron de um 2s para um orbital 2p vazio formaria quatro elétrons desemparelhados. Este processo requer energia, porque move um elétron para um orbital de maior energia. Esta configuração de elétrons de energia superior é chamada um estado eletronicamente excitado. Para resolver esse dilema, químicos propõem que os átomos de carbono não utiliza s puro e puro orbitais p na formação de ligações. Em vez disso, os átomos usam um conjunto de novos orbitais, chamados orbitais híbridos. Hibridização é a combinação de dois ou mais orbitais atômicos para formar o mesmo número de orbitais híbridos, cada um com a mesma forma e energia. Forma e orientação das orbitais híbridos sp3 A mistura de um orbital de 2s esférico e três orbitais 2p forma de haltere origina quatro orbitais híbridos, cada um tendo um lobo grande e um pequeno lobo. Os quatro orbitais híbridos são orientados para os vértices de um tetraedro e formam quatro ligações equivalentes. Entre os quatro orbitais híbridos teremos um ângulo de 109,5º. - Ligação no CH4 usando orbitais híbridos sp 3 Potencial eletrostático do etano As 4 ligações C-H são ligações σ 1 8 Existem algumas substâncias que contêm carbono, mas não são consideradas substâncias orgânicas e sim inorgânicas. As mais importantes são: - Monóxido de carbono, CO - Dióxido de carbono, CO2 - Ácido carbônico, H2CO3 - Ácido cianídrico, HCN - Carbonatos, bicarbonatos e cianetos. Tabela Periódica 19 Fonte: Manual da Química adaptada, 2021. período grupo Tabela Periódica 20 número atômico símbolo químico massa atômica relativa (ou número de massa do isótopo mais estável) nome Fonte: Tabela Periódica.org adaptada, 2017. ELEMENTOS COMUNS EM COMPOSTOS ORGÂNICOS 4 Fonte: PERUZZO, 2006. COMPOSTOS ORGÂNICOS Nos compostos orgânicos os átomos unem-se por ligação covalente. Ligação covalente: ocorre tipicamente entre átomos de elementos não-metálicos e/ou semi-metálicos, os quais formam moléculas. Os compostos orgânicos formam substâncias moleculares. Como ocorre tipicamente com substâncias moleculares algumas substâncias orgânicas são gasosas,nas condições ambientes, outras são líquidas e outras são sólidas. Exemplos: - Metano, etano, propano e butano, são gases. - Pentano e hexano, são líquidos. - Alcanos com 18 ou mais átomos de carbono , são sólidos. CADEIA CARBÔNICA Cadeia carbônica é a estrutura formada por todos os átomos de carbono de um molécula orgânica e também pelo heteroátomo que esteja posicionado entre esses carbonos. Qualquer átomo em uma molécula orgânica que não seja de carbono ou de hidrogênio é denomi- nado heteroátomo. CLASSIFICAÇÃO DOS CARBONOS EM UMA MOLÉCULA ORGÂNICA Classificar um carbono significa dizer a quantos outros carbonos ele se encontra ligado na cadeia carbônica. CLASSIFICAÇÃO DOS CARBONOS EM UMA MOLÉCULA ORGÂNICA EXEMPLO: 1. Classificação quanto à presença de ciclos 2. Classificação quanto à presença de heteroátomo(s) 3. Classificação quanto à insaturação 4. Classificação quanto à presença de ramificações 5. Classificação quanto à presença de aromaticidade GEOMETRIA MOLECULAR É o estudo de como os átomos estão distribuídos espacialmente em uma molécula. A molécula pode assumir várias formas geométricas, dependendo dos átomos que a compõem. As principais classificações são linear, angular, trigonal plana, piramidal e tetraédrica. Para se determinar a geometria de uma molécula, é preciso conhecer a teoria da repulsão dos pares eletrônicos da camada de valência. Teoria da repulsão dos pares eletrônicos (VSEPR) VSEPR (Valence Shell electron-pair repulsion theory) Tradução: Teoria da repulsão dos pares eletrônicos da camada de valência. Este método visa determinar a orientação mais estável dos pares eletrônicos ao redor do átomo central numa molécula e a partir disto, determinar a geometria da molécula. Baseia-se na ideia de que pares eletrônicos da camada de valência de um átomo central, esteja fazendo ligação química ou não, eles se comportam como nuvens eletrônicas que se repelem, ficando com a maior distância angular possível uns dos outros. Uma nuvem eletrônica pode ser representada por uma ligação simples, dupla, tripla ou mesmo por um par de elétrons que não estão a fazer ligação química. Essa teoria funciona bem para moléculas do tipo AXnE , em que: A é o átomo central, X é chamado elemento ligante e E representa o par de elétrons solitários de A. De acordo com essa teoria, os pares de elétrons da camada de valência do átomo central (A) se repelem, produzindo o formato da molécula. Assim, se houver dois ligantes (nuvens eletrônicas ao redor de um átomo central), a maior distância angular que elas podem assumir é 180o. No caso de três ligantes o ângulo será de 120o, sendo que é de extrema importância analisar se a ligação é covalente ou iônica. 1. A energia total deve ser mínima entre o Átomo Central (A) e os Ligantes (X); 2. A repulsão entre pares de elétrons depende dos pares eletrônicos estarem compartilhados ou não: REGRAS PARA CONSTRUÇÃO DA FORMA GEOMÉTRICA I. Se tiverem com dois pares compartilhados, a repulsão é mais fraca; II. Se tiverem um par solitário e um ou dois pares compartilhados, a repulsão é intermediária; III. Se tiverem dois pares solitários, a repulsão é mais forte. 3. As forças repulsivas decrescem bruscamente com o aumento do ângulo ente pares. Fortes: ângulo de 90º; Fracas: ângulo de 120º; Extremamente fracas: ângulo de 180º FORMA GEOMÉTRICA DAS MOLÉCULASFORMA GEOMÉTRICA DAS MOLÉCULASFORMA GEOMÉTRICA DAS MOLÉCULASFORMA GEOMÉTRICA DAS MOLÉCULAS TIPO FORMA GEOMÉTRICA EXEMPLOS AX AX2 AX2E AX2E2 AX3 AX3E AX3E2 AX4 AX4E AX4E2 AX5 AX5E AX6 LINEAR LINEAR ANGULAR ANGULAR TRIGONAL PLANA TRIGONAL PIRAMIDAL FORMA T TETRAÉDRICA GANGORRA TETRAÉDRICA DISTORCIDA QUADRADO PLANAR BIPIRAMIDE TRIGONAL PIRAMIDE TETRAGONAL OCTAÉDRICA HCl BeH2 SO2 H2O BF3 NH3 ClF3 CH4 SF4 ICl4 - PCl5 IF5 SF6 Fonte: Atkins, 2001 Tipos de Geometria Molecular Linear: Ocorre em toda molécula diatômica ou em toda molécula em que o átomo central possui no máximo duas nuvens eletrônicas em sua camada de valência (dois ligantes). Exemplo: Ácido Clorídrico (HCl) e gás carbônico (CO2). Angular: Ocorre quando o átomo central tem três ou quatro nuvens eletrônicas em sua camada de valência. No caso de três, duas devem estar fazendo ligações químicas e uma não, formando um ângulo de 120o entre os átomos ligantes. (2 ligantes) Quando há quatro nuvens, duas devem fazer ligações químicas e duas não, formando um ângulo de 104°34' ou 104o45’ entre os átomos. Exemplo: H2O POLARIDADE Figura Ângulo das ligações da molécula de água. Pares de elétrons não ligantes como outros "H" ligados ao oxigênio, a repulsão chega a um valor 104°5'. O ângulo é um pouco menor do que configuração tetraédrica do gás metano (109°28"), devido ao fato da repulsão de elétrons livres ser maior que a repulsão de elétrons estabelecendo uma ligação com outro átomo. Fonte: Chang, 2010 Polarização das Moléculas A Polarização pode ser definida através da eletronegatividade dos átomos ligados ou do cálculo da somatória vetorial entre os ligantes e o átomo central. I. Eletronegatividade Moléculas Apolares: ocorre geralmente quando têm- se átomos com eletronegatividades iguais. Moléculas Polares: ocorre quando têm-se átomos com eletronegatividades diferentes. II. Somatória Vetorial 1. Quando a somatória vetorial dos momentos dipolares for igual a zero, temos simetria elétrica e geométrica. Portanto a molécula é Apolar (R=0). 2. Quando a somatória vetorial dos momentos dipolares for diferente de zero, não temos simetria elétrica e geométrica. Portanto a molécula é Polar. (R ≠0). Obs: Momento dipolar() é a grandeza vetorial que mede a polaridade da molécula. Representação do Diagrama de Energia da Molécula de Água e a Soma Vetorial Figura Representação do diagrama de energia com o par de elétrons livres do oxigênio. Na molécula de água observa-se a presença de dois pares de elétrons não ligantes ou livres, responsáveis pela forma angular da água. Sendo assim, caso haja a soma dos vetores das ligações, verifica-se que a molécula é polar, ou seja, a resultante da soma dos vetores é diferente de zero. Usa-se a soma dos vetores μ para sabermos se uma dada molécula é polar ou apolar. Trigonal plana: Ocorre somente quando o átomo central tem três nuvens eletrônicas em sua camada de valência. Estas devem fazer ligações químicas, formando um ângulo de 120o entre os átomos ligados ao átomo central. (3 ligantes) Exemplo: BF3, BH3 Obs.: No caso das nuvens eletrônicas for de ligações químicas e uma de elétrons não ligantes a geometria é angular e o ângulo é de 120º. Piramidal: Ocorre quando há quatro nuvens eletrônicas na camada de valência do átomo central, sendo que três fazem ligações químicas e uma não. (3 ligantes) Os três átomos ligados ao átomo central não ficam no mesmo plano. O angulo é de 107°. Exemplo: amônia, NH3. Tetraédrica: Ocorre quando há quatro nuvens eletrônicas na camada de valência do átomo central e todas fazem ligações químicas. O átomo central assume o centro de um tetraedro regular. (4 ligantes) Ângulo de 109º 28‘. Exemplo CH4 (metano). GEOMETRIA DOS ÁTOMOS DE CARBONO TABELA 1 Geometrias possíveis para o átomo de carbono. EXEMPLOS: EXEMPLOS: DESENHOS EM PERSPECTIVA São usados para informar o caráter tridimensional de uma molécula. Ligações que se estendem para fora do plano do papel: são desenhadas como cunhas sólidas. Ligações que se estendem atrás do plano do papel: representadas como cunhas tracejadas. EXEMPLO: CLASSE FUNCIONAL OU FUNÇÃO QUÍMICA Conceito: conjunto de substâncias que apresentam semelhanças na fórmula estrutural e, conseqüentemente, possuem propriedades químicas semelhantes. GRUPO FUNCIONAL Conceito: átomoou grupo de átomos característico de uma certa classe funcional. Classe Funcional Grupo Funcional Hidrocarboneto só C e H Composto Halogenado — F, ― Cl, — Br, ― I Álcool Fenol Enol Éter C O C PRINCIPAIS CLASSES FUNCIONAIS (FUNÇÃO QUÍMICA) DE COMPOSTOS ORGÂNICOS 57 Classe Funcional Grupo Funcional Aldeído Cetona Ácido Carboxílico Sal de Ácido Carboxílico 58 Classe Funcional Grupo Funcional Éster Anidrido Amida Nitrocomposto — NO2 59 Classe Funcional Grupo Funcional Amina Nitrila — CN Ácido Sulfônico — SO3H Tiol — SH Sulfeto — S ― Organometálico Metal ligado a carbono Ex.: CH3CH2Na 60 NOÇÕES DA NOMENCLATURA IUPAC PARA COMPOSTOS ORGÂNICOS 61 A nomenclatura de compostos orgânicos segue as regras elaboradas pela IUPAC. IUPAC União Internacional de Química Pura e Aplicada. De acordo com as regras da IUPAC, o nome de um composto orgânico é formado pela união de três fragmentos: prefixo + infixo + sufixo. O prefixo, a parte inicial, indica o número de átomos de carbono presentes na molécula. 28 O infixo indica o tipo de ligação química entre os átomos de carbono. 63 O sufixo, a parte final, indica a classe funcional do composto. 64 COMPOSTO ORGÂNICOS RAMIFICADOS CONCEITO DE CADEIA PRINCIPAL 65 Nos Hidrocarbonetos: a cadeia principal é a maior sequência de átomos de carbono que contém as ligações duplas e triplas (se houver). Nas demais classes de compostos orgânicos: a cadeia principal é a maior seqüência de átomos de carbono que contém o grupo funcional. Os carbonos que não fazem parte da cadeia principal pertencem às ramificações. No caso de duas seqüências igualmente longas, a cadeia principal é a mais ramificada. 66 COMPOSTOS ORGÂNICOS RAMIFICADOS GRUPOS SUBSTITUINTES ORGÂNICOS A expressão grupos substituintes orgânicos ou, simplesmente grupos orgânicos é usada para designar qualquer grupo de átomos que apareça com frequência nas moléculas orgânicas. Exemplos: 67 68 35 GRUPOS SUBSTITUINTES ORGÂNICOS 36 HIDROCARBONETOS São compostos orgânicos formados exclusivamente por átomos de carbono e de hidrogênio. Subdivisões: 71 72 HIDROCARBONETOS 73 CLASSE FUNCIONAL ÁLCOOL Classe de compostos com a semelhança estrutural de apresentar o grupo - OH ligado a um carbono saturado. 74 São exemplos de álcoois: Não são exemplos de álcoois: 41 CLASSIFICAÇÃO DOS ÁLCOOIS Álcoois Primários: contêm um grupo - OH ligado a um carbono que tem um ou nenhum átomo de carbono ligado a ele. 76 metanol etanol propan-1-ol Álcoois Secundários: contêm um grupo - OH ligado a um carbono que, por sua vez, está ligado a outros dois átomos de carbono. propan-2-ol 77 CLASSIFICAÇÃO DOS ÁLCOOIS Álcoois Terciários: contêm um grupo - OH ligado a um carbono que, por sua vez, está ligado a outros três átomos de carbono. 2-metilpropan-2-ol 78 CLASSIFICAÇÃO DOS ÁLCOOIS CLASSE FUNCIONAL ÁLCOOL Nomenclatura de Álcoois Não Ramificados Exemplos: 79 CLASSE FUNCIONAL ÁLCOOL Nomenclatura de Álcoois Não Ramificados Exemplo: 80 CLASSE FUNCIONAL ÁLCOOL Nomenclatura de Álcoois Ramificados Exemplo: 3,3-dimetilbutan-2-ol 81 ÁLCOOIS 82 CLASSE FUNCIONAL ALDEÍDO Compreende substâncias que apresentam o grupo funcional – CHO. 83 CLASSE FUNCIONAL ALDEÍDO Nomenclatura de aldeídos não ramificados: Semelhante a dos álcoois, só que devemos usar o sufixo al. 84 CLASSE FUNCIONAL ALDEÍDO Nomenclatura de Aldeídos Ramificados Exemplo: 51 NOMENCLATURA TRIVIAL ALDEÍDOS Nomes triviais não reconhecidos pela IUPAC: 86 Fonte: PERUZZO, 2006. CLASSE FUNCIONAL CETONA Esta classe é composta por substâncias que apresentam o grupo carbonila C = O entre carbonos. 87 CLASSE FUNCIONAL CETONA Exemplo: propanona (muito conhecida como acetona). 88 CLASSE FUNCIONAL CETONA Nomenclatura de cetonas não ramificados: Para denominar as cetonas, de acordo com as regras sistemáticas da IUPAC,usamos o sufixo ona. 89 CLASSE FUNCIONAL CETONA Nomenclatura de Cetonas Não Ramificadas Exemplos: 90 CLASSE FUNCIONAL CETONA Nomenclatura de Cetonas Ramificadas Exemplos: 91 CLASSE FUNCIONAL ÁCIDO CARBOXÍLICO Os compostos desta classe têm em comum a presença do grupo funcional – COOH. 92 Ácidos Carboxílicos e Derivados 59 Nomenclatura dos ácidos carboxílicos não ramificados: A nomenclatura dessa classe funcional é feita com a utilização do sufixo óico. CLASSE FUNCIONAL ÁCIDO CARBOXÍLICO 60 Nomenclatura dos ácidos carboxílicos ramificados: CLASSE FUNCIONAL ÁCIDO CARBOXÍLICO 95 NOMENCLATURA TRIVIAL ÁCIDOS CARBOXÍLICOS 96 NOMENCLATURA TRIVIAL ÁCIDOS CARBOXÍLICOS 97 Ácidos Carboxílicos e Derivados 64 Ácidos Carboxílicos e Derivados 99 CLASSE FUNCIONAL ÉSTER Grupo funcional característico desta classe de compostos: 10 0 CLASSE FUNCIONAL ÉSTER Os ésteres são comumente empregados como flavorizantes em balas e doces. 67 CLASSE FUNCIONAL ÉSTER 10 2 CLASSE FUNCIONAL ÉSTER 10 3 CLASSE FUNCIONAL AMIDA O grupo funcional característico desta classe funcional é: 10 4 CLASSE FUNCIONAL AMIDA Exemplo: proteínas (polímeros naturais) 10 5 CLASSE FUNCIONAL AMIDA Exemplo: náilon (polímero sintético) 10 6 CLASSE FUNCIONAL AMIDA 10 7 CLASSE FUNCIONAL AMIDA 10 8 CLASSE FUNCIONAL AMINA As aminas são derivadas da amônia, na qual um, dois ou três dos hidrogênios foram substituídos por grupos orgânicos. 10 9 76 CLASSE FUNCIONAL AMINA CLASSE FUNCIONAL AMINA Nomenc 11 1 SOLUBILIDADE DE COMPOSTOS Um cubo de açúcar contém muitas moléculas e elas são mantidas unidas pelas ligação de hidrogênio. Quando um cubo de açúcar dissolve, cada molécula permanece intacta. Por outro lado, o sal em solução transforma-se em íons, como o cátion Na+ e o ânion Cl-. (imagem a seguir) A solubilidade dessas substâncias só é possível devido a afinidade eletrônica existente entre o soluto (açúcar e o sal) e o solvente (a água). Solubilidade e Afinidade Eletrônica A solubilidade de substâncias ocorre em função da afinidade eletrônica existente entre as espécies em um sistema. Essa afinidade eletrônica pode ser expressa na famosa frase: "semelhante dissolve semelhante".A questão é: semelhante em que aspecto? Para responder essa pergunta, devemos fazer uma análise da estrutura molecular das substâncias envolvidas. POLARIDADE Existem basicamente dois meios de substância no que diz respeito a polaridade: polares e apolares. O termo "polar" dá a ideia de opostos, onde um dado ponto é negativo e o outro é positivo. Isso é resultado da diferença de contribuição na ligação entre elementos químicos diferentes. O mais eletronegativo atrai para perto de si o par de elétrons que estabelece a ligação com o outro átomo. Este tipo de interação ocorre também entre moléculas polares e íons. quando você dissolve um sal em água, os íons são solvatados por moléculas de água . Polaridade do Etanol e Ácido Propanóico No etanol, há a possibilidade de formação de apenas uma ligação de hidrogênio, devido a existência de apenas uma situação de dipolo na molécula. Já no ácido propanóico, pode- se notar um par de dipolos na molécula. Figura 3 Polaridades nas moléculas de ácido propanoico e do etanol. INTERAÇÕES ENTRE MOLÉCULAS E ÍONS H2O + H2O INTENSIDADE DAS FORÇAS Quanto maior for a intensidade das forças intermoleculares, maior será a energia necessária para provocar a mudança de estado, e consequentemente, maiores serão os pontos de fusão e ebulição dos compostos moleculares. As forças intermoleculares foram genericamente chamadas de Forças de van der Waals (1873) em homenagem ao físico holandês que propôs a existência dessas forças. As atrações existem tanto em substâncias polares como nas apolares, mas estas últimas foram estudadas por Fritz London (1930). FORÇAS DE COESÃO Compostos iônicos (Interação íon-íon): A agregação por forças de coesão muito intensas, de caráter elétrico. As forças que interagem nestescompostos são de natureza eletrostática, entre íons de cargas opostas, as quais são bastante intensas. São responsáveis pela natureza sólida e pelos altos pontos de fusão e ebulição que caracterizam os compostos iônicos, também chamados de retículos iônicos ou retículos cristalinos. Exemplo: PF Fe = 1560oC. TIPOS DE FORÇAS Para adquirir mobilidade é preciso fornecer energia aos íons suficiente para vencer a forte atração que os mantêm organizados, por isso é que as substâncias iônicas possuem alto PF. Compostos moleculares: Forças de coesão aparecem nos três estados físicos da matéria (sólido, líquido e gasoso), uma vez que existe uma diferença de intensidade nas interações entre as moléculas RETÍCULO CRISTALINO DO NaCl MOMENTO DIPOLAR Momento dipolar Momento dipolar FORÇAS DE VAN DER WAALS DIPOLO-DIPOLO Elas têm origem eletrônica: surgem de uma atração eletrostática entre nuvens de elétrons e núcleos atômicos. São fracas, se comparadas às ligações covalentes ou iônicas. As forças de van der Waals, como também são conhecidas as forças intermoleculares. Elas podem surgir de 3 fontes: Johannes Diederik van der Waals Nasceu: Novembro 23, 1837, Leirem, Neth. Morreu: Março 9, 1923, Amsterdã FORÇAS DE VAN DER WAALS DIPOLO-DIPOLO 1. As moléculas de alguns materiais, embora eletricamente neutras, podem possuir um dipolo elétrico permanente. A tendência é destas moléculas se alinharem, e interagirem umas com as outras, por atração eletrostática entre os dipolos opostos. Esta interação é chamada de dipolo-dipolo. Dipolo-dipolo Permanente Este tipo de força ocorre em moléculas polares. Neste tipo de molécula ocorre uma interação parecida com a que ocorre entre as ligações iônicas, porém com menor intensidade como: HCl, HBr, H2S, CO, HCCl3, SO2 2. A presença de moléculas que possuem dipolos permanentes podem distorcer a distribuição de carga elétrica em outras moléculas vizinhas, mesmo as que não possuem dipolos (apolares), através de uma polarização induzida. Uma dúvida cruel tem atormentado muitos cientistas: como, de fato, a lagartixa consegue caminhar pelas paredes, mesmo no teto? FORÇAS ATRATIVAS Alguns cientistas sugeriram que suas patas possuíssem micro- ventosas. Entretanto, todas as tentativas de se provar a existência de tais ventosas falharam: as lagartixas possuem tal comportamento mesmo sob vácuo ou sobre uma superfície muito lisa e molhada. Em 1960, o alemão Uwe Hiller sugeriu que um tipo de força atrativa, entre as moléculas da parede e as moléculas da pata da lagartixa, fosse a responsável. Hiller sugeriu que estas forças fossem as forças intermoleculares de van der Waals. Tudo bem que elas mantenham moléculas unidas, mas... uma lagartixa? Artigo revista Nature Poucos deram crédito à sugestão de Hiller. Até que, em um exemplar recente da revista Nature, Autumn escreveu o artigo: "Full, Adhesive force of a single gecko foot-hair" [Autumn, K. et al., Nature 405, 681-685 (2000)], trazendo evidências de que, de fato, são forças intermoleculares as responsáveis pela adesão da pata da lagartixa à parede. Mais precisamente entre a superfície e as moléculas dos setae, pelos microscópicos que cobrem as patas das lagartixas. DISPERSÃO DE LONDON – DIPOLO- DIPOLO INDUZIDO 3. Mesmo em moléculas que não possuem momento de dipolo permanente existe uma força de atração (do contrário nem o benzeno ou neônio poderiam ser liquefeitos). DISPERSÃO DE LONDON – DIPOLO- DIPOLO INDUZIDO A natureza destas forças requer a mecânica quântica para sua correta descrição, mas foi primeiramente reconhecida pelo físico polonês Fritz London, que relacionou-as com o movimento eletrônico nas moléculas. Fritz Wolfgang London Nasceu: Março 7, 1900, Breslau, Alemanha. Morreu: Março 30, 1954, Durham, EUA. Dispersão de London London sugeriu que, em um determinado instante, o centro de carga negativa dos elétrons e de carga positiva do núcleo atômico poderia não coincidir. Estes dipolos instantâneos não podem orientar-se para um alinhamento de suas moléculas, mas eles podem induzir a polarização das moléculas adjacentes, resultando em forças atrativas. Estas forças são conhecidas como forças de dispersão (ou forças de London) e estão presentes em todas as moléculas apolares e, algumas vezes, mesmo entre moléculas polares. Forças Dipolo Induzido - Dipolo Induzido - Moléculas Apolares Este tipo de força ocorre somente em moléculas apolares. Neste tipo de molécula não ocorrem diferenças de eletronegatividade entre os átomos, portanto os átomos não apresentam polaridade. Assim, uma molécula no estado sólido ou líquido possui uma maior proximidade entre seus átomos e ocorrerá uma deformação momentânea nas nuvens eletrônicas, originando polos (+) e (-). H2, O2, F2, Cl2, Br2, I2, CO2, CH4, C2H6, etc... Geralmente as substâncias apolares têm PF e PE menor do que as substâncias polares. HCl - Substância polar PF: - 83ºC; M = 36,5 F2 - Substância apolar PF: -223ºC; M = 38,0 Forças Dipolo Induzido – Dipolo Induzido As forças de dispersão, também conhecidas por forças de London, geralmente aumentam com a massa molar, pois moléculas com maiores massas molares também possuem mais elétrons e a intensidade das forças de dispersão aumentam com o número de elétrons. Além disso, maiores massas molares significam átomos maiores cujas distribuições eletrônicas são facilmente perturbáveis, pois os elétrons são menos fortemente atraídos pelo núcleo. Comparação entre Moléculas Polares e Apolares Caso extremo é a comparação entre CH3F (-78ºC), M= 34 g/mol CCl4 (76,5ºC), M= 154 g/mol. Embora o CH3F tenha um momento dipolar de 1,8D, entra em ebulição a uma temperatura muito mais baixa do que o CCl4, cujas moléculas são apolares. No CCl4 a temperatura é maior simplesmente porque tem mais elétrons. Portanto, as forças de dispersão entre as moléculas de CCl4 são mais fortes do que as forças de dispersão somadas à de dipolo- dipolo que existem entre as moléculas de CH3F. Forças Dipolo Induzido – Dipolo Induzido Em muitos casos, as forças de dispersão são comparáveis, ou até mais intensas do que as forças dipolo-dipolo existentes em moléculas polares. As forças de dispersão existem entre espécies de todos os tipos, quer sejam neutras ou carregadas, quer sejam polares ou apolares. Tabela de Comparação entre M, PF e PE da Família 7A Substância M PF (ºC) PE (ºC) F2 38 - 223 -187 Cl2 71 - 102 - 35 Br2 160 -7 + 59 I2 254 +113 +184 CONSEQUÊNCIAS DAS FORÇAS DE VAN DER WAALS 1. O número de elétrons: quanto maior o número de elétrons numa molécula e quanto mais distantes do núcleo, mais intensas serão as interações entre os dipolos induzidos. 2. A massa molecular: quanto maior a massa molecular, maior será o tamanho das moléculas e, portanto mais intensas serão as interações entre os dipolos, pois, por exemplo, ao se fundir um sólido, tem que agitar suas unidades, o que será mais difícil quanto mais pesada elas forem, devido a ação gravitacional. Interação dipolo-dipolo – Ligação de Hidrogênio A ligação de Hidrogênio por ser muito intensa, é um exemplo extremo de interação dipolo-dipolo, ocorre comumente em moléculas que apresentam: Átomos de hidrogênio (H) ligados a átomos muito eletronegativos como F, O e N, com um par solitário de elétrons, originando dipolos muito acentuados. As ligações de hidrogênio podem ser: Intermoleculares: a ligação ocorre entre duas moléculas distintas. Ex. H2O; (HF)n, e NH3. Interação Intramolecular Intramoleculares: a ligação ocorre entre os grupos doador e receptor de uma mesma molécula. H2C - C=O F---- OH Esta ligação é aproximadamente 10 vezes mais mais forte do que as forças de van der Waals. Interação dipolo-dipolo – Ligação de Hidrogênio Algumas moléculas exibem um tipo especial de interação dipolo-dipolo que é denominada ligação de Hidrogênio. A temperatura de ebulição do hidreto de oxigênio (água) é muito diferente de todos os outros hidretos dos elementosda família do oxigênio. Exceto a água, todos parecem seguir uma regra de que quanto menor a massa molecular, menor é a temperatura de ebulição. Polaridade da molécula de água Figura Gradiente de polaridade da molécula de água. Na polaridade, deve-se imaginar um gradiente de distribuição de carga pois ocorrem interações eletrostáticas de nuvem eletrônica. O termo "nuvem eletrônica" é utilizado devido ao caráter probabilístico dos orbitais. Polaridade Imaginando os pares de elétrons não ligantes como outros "H" ligados ao oxigênio, a repulsão chega a um valor 104°5'. O ângulo é um pouco menor do que configuração tetraédrica do gás metano (109°28"), devido ao fato da repulsão de elétrons livres ser maior que a repulsão de elétrons estabelecendo uma ligação com outro átomo. Figura Ângulo das ligações da molécula de água. Fonte: Chang, 2010 LIGAÇÃO DO HIDROGÊNIO Na verdade, a ligação de hidrogênio é um caso especial de interação dipolo-dipolo, só que como as diferenças de eletronegatividade são muito grandes, as cargas parciais também o são e, por isso, as interações são muito mais fortes. A animação dá uma ideia de como seria a interação entre moléculas de HF, sendo o Flúor representado pela bola vermelha e o Hidrogênio representado pela amarela. Comparação dos Elementos da Família 14 a 17 ou 4A a 7A Figura Ponto de ebulição dos elementos das famílias 14 a 17 da tabela periódica ligados ao hidrogênio. Pode-se notar que, caso a água mantivesse a linearidade do gráfico, sendo essa linearidade ditada pela massa molecular dos compostos da mesma família, teria um ponto de ebulição próximo de -100oC e sabe-se que nas CNTP o PE da água é 100oC. Fonte: Atkins, 2001 Tabela de Comparação entre CH4, NH3,HF e H2O a 25OC Substância M PE (ºC) ESTADO FÍSICO CH4 16 -161,6 GÁS NH3 17 - 33 GÁS H2O 18 + 100 LÍQUIDO HF 20 + 20 VAPOR Massa Molar e Temperatura de Ebulição O éter dimetilico, embora possua a maior massa molar, é o que tem o menor PE (é um gás, à temperatura ambiente). Tanto o metanol como a água são líquidos, embora tenham massa molar menores. A água, a molécula mais leve da série, tem a maior temperatura de ebulição. Isto porque a água e o metanol interagem via ligação hidrogênio, a mais forte das interações intermoleculares. Já o éter interage via dipolo-dipolo e não possui hidrogênios ligados ao oxigênio. A água possui dois hidrogênios ligados ao Oxigênio, o que explica a sua maior temperatura de ebulição em relação ao metanol, que possui apenas um. Ligação do Hidrogênio na molécula de Água A substituição dos hidrogênios da água por grupos -CH3 leva a compostos com menor temperatura de ebulição. H2O CH3OH CH3OCH3 Ligação do Hidrogênio A água possui um dipolo bastante forte, com uma das cargas (positiva) bastante localizada. Este próton pode interagir com as regiões negativas (o oxigênio) de outras moléculas de água, resultando em uma forte rede de ligações intermoleculares. Esta interação é chamada de ligação hidrogênio, e ocorre entre átomos de hidrogênio ligados a elementos como o flúor, oxigênio e nitrogênio, com átomos de F, O, N de outras moléculas. Esta interação é a mais intensa de todas as forças intermoleculares. Ligação do Hidrogênio Como consequência das fortes interações intermoleculares, a água apresenta algumas propriedades especiais. Alguns insetos, por exemplo, podem andar sobre ela. Uma lâmina de barbear, se colocada horizontalmente, também flutua na água. Isto deve-se à tensão superficial da água: uma propriedade que faz com o líquido se comporte como se tivesse uma membrana elástica em sua superfície. Este fenômeno pode ser observado em quase todos os líquidos, e é o responsável pela forma esférica de gotas ou bolhas do líquido. A razão é que as moléculas de água interagem muito mais fortemente com suas vizinhas do que com as moléculas do ar, na interface. Este desbalanço de forças intermoleculares faz com que estas moléculas, da superfície, sejam atraídas para o interior do líquido por capilaridade. Ligação do Hidrogênio Para se remover estas moléculas da superfície é necessário uma certa quantidade mínima de energia que é denominada tensão superficial. Ligação do Hidrogênio na molécula de Água Todos sabemos que a água possui outra propriedade anômala: o gelo boia sobre a água líquida. Isto porque a densidade do estado sólido, na água, é menor do que no estado líquido. Ligação do Hidrogênio na molécula de Água As ligações hidrogênio, no estado sólido, conferem à água uma organização reticular quase cristalina, com um maior espaço entre as moléculas, ou seja, uma menor densidade. A maioria das outras substâncias tem um maior grau de compactação - uma maior densidade - no estado sólido. As densidades da água líquida e sólida são diferentes, assim como em outras substâncias. Entretanto a densidade da água varia com a temperatura de uma maneira diferente das outras substâncias. Quando a água funde a 0oC ocorre um aumento da densidade, e a densidade do líquido aumenta ainda mais até chegar a 4oC onde atinge o máximo. Aumentando ainda mais a temperatura a densidade irá cair, com a ruptura das ligações de hidrogênio. Ligação do Hidrogênio em Compostos Orgânicos As forças intermoleculares são também responsáveis pelas diferenças nas temperaturas de ebulição de vários isômeros constitucionais orgânicos, isto é, moléculas orgânicas que possuem a mesma fórmula molecular e por consequência a mesma massa molar, mas possuem pontos de ebulição diferentes. Ligação do Hidrogênio nas moléculas de celulose Vegetação, particularmente árvores enormes, são mantidas retas pelas poderosas ligações de hidrogênio intermoleculares, que existem ente as moléculas de celulose em forma de fita, que formam grande parte do seu volume. 15 8 TAMANHO DA CADEIA CARBÔNICAE SOLUBILIDADE TABELA 2: Solubilidade de alguns álcoois em água, a 25oC. TAMANHO DA CADEIA CARBÔNICAE SOLUBILIDADE 15 9 QUESTÃO PARA DISCUSSÃO: QUALA EXPLICAÇÃO (OU JUSTIFICATIVA) PARAA TENDÊNCIA OBSERVADANA TABELA 2? 16 0 EFEITO DO TAMANHO DA MOLÉCULA SOBRE O PONTO DE EBULIÇÃO 16 1 TABELA 3: Comparação entre temperatura de ebulição de álcoois. EFEITO DO TAMANHO DA MOLÉCULA SOBRE O PONTO DE EBULIÇÃO 16 2 TABELA 4: Comparação entre temperatura de ebulição de alcanos. EFEITO DO TAMANHO DA MOLÉCULA SOBRE O PONTO DE EBULIÇÃO 16 3 QUESTÃO PARA DISCUSSÃO: QUALA EXPLICAÇÃO (OU JUSTIFICATIVA) PARAA TENDÊNCIA OBSERVADA NAS TABELAS 3 E 4? EFEITO DO TIPO DE FORÇA INTERMOLECULAR 16 4 TABELA 5: Exemplo da influência do tipo de interação intermolecular sobre a temperatura de ebulição. TABELA 6: Exemplo da influência do tipo de interação intermolecular sobre a temperatura de ebulição. 16 5 EFEITO DO TIPO DE FORÇA INTERMOLECULAR EFEITO DO TIPO DE FORÇA INTERMOLECULAR 16 6 QUESTÃO PARA DISCUSSÃO: QUALA EXPLICAÇÃO (OU JUSTIFICATIVA) PARAA TENDÊNCIA OBSERVADA NAS TABELAS 5 E 6? EFEITO DO TIPO DE FORÇA INTERMOLECULAR 16 7 BARBOSA, L. C. de. Introdução à Química Orgânica. São Paulo: Prentice Hall, 2004. PERUZZO, F. M.; CANTO, E. L. do Química na Abordagem do Cotidiano. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2006. v. 3. Química Orgânica. 168 REFERÊNCIAS 1 DISCIPLINA: Tópicos Profissionais em Passivos Ambientais Química Orgânica QUÍMICA ORGÂNICA 2 ✓ Química Orgânica é a área da Química que estuda os compostos que contêm carbono, chamados de compostos orgânicos. ✓ A expressão compostos orgânicos surgiu, há mais de 200 anos, para designar substâncias produzidas por organismos vivos (animais ou vegetais). ✓ Atualmente são chamados de compostos orgânicos os compostos que contêm carbono, sejam ou não produzidos por organismos vivos. 3 A Química Orgânica é a parte da química que estuda os compostos de carbono, sendo estes compostos o centro de vida do planeta Terra. Entre 1858 e 1861, August Kekulé, Archibal Scott Couper e Alexander M. Butlerov foram os primeiros a tentardeterminar a estrutura dos compostos orgânicos, propondo, a Teoria Estrutural, três características fundamentais dos compostos de carbono: a) O carbono é tetravalente b) As quatro valências do carbono são equivalentes c) Os átomos de carbono formam cadeias carbônicas, ligando-se entre si. Em 1874, as fórmulas estruturais originadas por Kekulé, Couper e Butlerov foram expandidas em três dimensões pelo trabalho independente de J. H. Van’t Hoff e J. A. Le Bel propuseram uma estrutura tetraédrica para o átomo de carbono. Sendo assim, o átomo de carbono estará sempre situado no centro de um tetraedro imaginário, estando cada uma de suas valências dirigida para um vértice do tetraedro, ou seja, o átomo de carbono efetua quatro ligações. ESTRUTURA ATÔMICA Representação esquemática do átomo O volume ocupado pelo elétron, chamado de eletrosfera, é extremamente maior que o tomado pelo núcleo Uma vez que os elétrons são responsáveis por praticamente o volume dos átomos, eles têm um papel predominante sobre as propriedades químicas e físicas dos elementos e compostos. ORBITAIS ATÔMICOS • O orbital é a região do espaço onde é mais provável encontrar um elétron. • Os subníveis são designados pelas letras s, p, d e f. O conjunto de orbitais formam os subníveis. • O Orbital pode ser esférico ou elíptico. ➢ Os elétrons presentes em um átomo ocupam diferentes orbitais atômicos. ✓ Estes orbitais possuem níveis de energia diferentes entre si. ✓ Os elétrons ocupam, sempre, os orbitais com a menor energia possível→ estabilidade. Configuração eletrônica ➢ Para facilitar a distribuição eletrônica dos átomos neutros, pode-se utilizar o Diagrama de Linus Pauling. 6Fonte: Kuadro adaptada, 2021. Átomos com três ou mais elétrons possuem uma parte central, cerne, rodeado por uma camada mais externa: ✓ o cerne corresponde a uma camada fechada semelhante ao último átomo do período imediatamente anterior a ele (Tabela Periódica); ✓ os elétrons da camada mais externa (camada de valência) são chamados de elétrons de valência. 7 8 ❖ Exemplo 2: Dê a configuração eletrônica do átomo de cloro (Cl) no estado fundamental (𝑍 = 17). ▪ 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5 • átomo neutro→ quantidade prótons (𝑍) = quantidade e− quantidade e− = 17 ❖ Exemplo 1: Faça a distribuição eletrônica do átomo de carbono (C) no estado fundamental (𝑍 = 6). ▪ 1s2 2s2 2p2 • átomo neutro→ quantidade prótons (𝑍) = quantidade e− quantidade e− = 6 9 LIGAÇÕES ENTRE CARBONOS As primeiras explicações da natureza das ligações químicas foram estudadas por Lewis e Kossel em 1916. Dois tipos principais de ligações químicas foram propostos: 1. A ligação iônica (ou eletrovalente), formada pela transferência de um ou mais elétrons de um átomo para outro para criar íons. 2. A ligação Covalente, uma ligação que resulta quando os átomos partilham os elétrons. 1 0 TEORIA DO OCTETO E TIPOS DE LIGAÇÕES De acordo com a Teoria do Octeto, as ligações ocorrem para que os átomos possam atingir a estabilidade eletrônica, geralmente ficando com oito elétrons na camada de valência. Por isso, os orbitais participantes só podem ser do tipo s e do tipo p. É importante saber que toda primeira ligação entre dois átomos ocorre sempre com orbitais contidos ao longo do mesmo eixo e será sempre denominada ligação sigma (σ). A ligação (π) é sempre formada pela interpenetração de orbitais incompletos do tipo p, contidos em eixos paralelos. Verifica-se então que: A – B ligação σ ligação simples A = B 1 ligação σ ligação dupla 1 ligação π A Ξ B 1 ligação σ ligação tripla 2 ligações π 1 1 Ao se tomar como base os fundamentos da geometria e construir dois tetraedros, pode-se visualizar de forma mais clara os tipos de ligações entre os carbonos que serão as seguintes: a) União por um vértice = ligação simples b) União por uma aresta = ligação dupla c) União por uma face = ligação tripla Com a utilização do modelo geométrico fica bem simples e entender por que não existem quatro ligações entre dois átomos de carbono. Os átomos de carbono têm a propriedade de se unirem, formando estruturas denominadas Cadeias Carbônicas. Essa propriedade é a principal responsável pela existência de milhões de compostos orgânicos. Nas cadeias carbônicas podem aparecer quatro tipos de átomo de carbono: a) Carbono Primário: aquele que se liga a um outro átomo de carbono; b) Carbono Secundário: aquele que se liga a dois outros átomos de carbono; c) Carbono Terciário: aquele que se liga a três outros átomos de carbono; d) Carbono Quaternário: aquele que se liga a quatro outros átomos de carbono. Ligação Covalente: Metano (CH4) e hibridização do átomo de carbono estado fundamental. Promoção de um elétron de um 2s para um orbital 2p vazio formaria quatro elétrons desemparelhados. Este processo requer energia, porque move um elétron para um orbital de maior energia. Esta configuração de elétrons de energia superior é chamada um estado eletronicamente excitado. Hibridização é a combinação de dois ou mais orbitais atômicos para formar o mesmo número de orbitais híbridos, cada um com a mesma forma e energia. Forma e orientação das orbitais híbridos sp3 A mistura de um orbital de 2s esférico e três orbitais 2p forma de haltere origina quatro orbitais híbridos, cada um tendo um lobo grande e um pequeno lobo. Os quatro orbitais híbridos são orientados para os vértices de um tetraedro e formam quatro ligações equivalentes. Entre os quatro orbitais híbridos teremos um ângulo de 109,5º. - Ligação no CH4 usando orbitais híbridos sp 3 Potencial eletrostático do etano As 4 ligações C-H são ligações σ 1 7 Existem algumas substâncias que contêm carbono, mas não são consideradas substâncias orgânicas e sim inorgânicas. As mais importantes são: - Monóxido de carbono, CO - Dióxido de carbono, CO2 - Ácido carbônico, H2CO3 - Ácido cianídrico, HCN - Carbonatos, bicarbonatos e cianetos. Tabela Periódica 18 Fonte: Manual da Química adaptada, 2021. período grupo Tabela Periódica 19 número atômico símbolo químico massa atômica relativa (ou número de massa do isótopo mais estável) nome Fonte: Tabela Periódica.org adaptada, 2017. ELEMENTOS COMUNS EM COMPOSTOS ORGÂNICOS 4 Fonte: PERUZZO, 2006. COMPOSTOS ORGÂNICOS ✓ Nos compostos orgânicos os átomos unem-se por ligação covalente. ✓ Ligação covalente: ocorre tipicamente entre átomos de elementos não-metálicos e/ou semi-metálicos, os quais formam moléculas. ✓ Os compostos orgânicos formam substâncias moleculares. ✓ Como ocorre tipicamente com substâncias moleculares algumas substâncias orgânicas são gasosas, nas condições ambientes, outras são líquidas e outras são sólidas. ✓ Exemplos: - Metano, etano, propano e butano, são gases. - Pentano e hexano, são líquidos. - Alcanos com 18 ou mais átomos de carbono , são sólidos. CADEIA CARBÔNICA ✓ Cadeia carbônica é a estrutura formada por todos os átomos de carbono de um molécula orgânica e também pelo heteroátomo que esteja posicionado entre esses carbonos. ✓ Qualquer átomo em uma molécula orgânica que não seja de carbono ou de hidrogênio é denomi- nado heteroátomo. CLASSIFICAÇÃO DOS CARBONOS EM UMA MOLÉCULA ORGÂNICA ✓ Classificar um carbono significa dizer a quantos outros carbonos ele se encontra ligado na cadeia carbônica. CLASSIFICAÇÃO DOS CARBONOS EM UMA MOLÉCULA ORGÂNICA EXEMPLO: 1. Classificação quanto à presença de ciclos 2. Classificação quanto à presença de heteroátomo(s) 3. Classificação quanto à insaturação 4. Classificação quanto à presença de ramificações 5. Classificação quanto à presença de aromaticidade GEOMETRIA MOLECULAR ◼ É o estudo de como os átomos estão distribuídos espacialmente em uma molécula. A molécula pode assumir várias formas geométricas, dependendo dos átomos que a compõem. ◼ As principais classificações são linear, angular, trigonal plana, piramidal e tetraédrica. ◼ Para se determinar a geometria de uma molécula, é preciso conhecer a teoria da repulsãodos pares eletrônicos da camada de valência. Teoria da repulsão dos pares eletrônicos (VSEPR) VSEPR (Valence Shell electron-pair repulsion theory) Tradução: Teoria da repulsão dos pares eletrônicos da camada de valência. Este método visa determinar a orientação mais estável dos pares eletrônicos ao redor do átomo central numa molécula e a partir disto, determinar a geometria da molécula. ◼ Baseia-se na ideia de que pares eletrônicos da camada de valência de um átomo central, esteja fazendo ligação química ou não, eles se comportam como nuvens eletrônicas que se repelem, ficando com a maior distância angular possível uns dos outros. FORMA GEOMÉTRICA DAS MOLÉCULAS TIPO FORMA GEOMÉTRICA EXEMPLOS AX AX2 AX2E AX2E2 AX3 AX3E AX3E2 AX4 AX4E AX4E2 AX5 AX5E AX6 LINEAR LINEAR ANGULAR ANGULAR TRIGONAL PLANA TRIGONAL PIRAMIDAL FORMA T TETRAÉDRICA GANGORRA TETRAÉDRICA DISTORCIDA QUADRADO PLANAR BIPIRAMIDE TRIGONAL PIRAMIDE TETRAGONAL OCTAÉDRICA HCl BeH2 SO2 H2O BF3 NH3 ClF3 CH4 SF4 ICl4 - PCl5 IF5 SF6 Fonte: Atkins, 2001 Tipos de Geometria Molecular ◼ Linear: Ocorre em toda molécula diatômica ou em toda molécula em que o átomo central possui no máximo duas nuvens eletrônicas em sua camada de valência (dois ligantes). ◼ Exemplo: Ácido Clorídrico (HCl) e gás carbônico (CO2). Angular: Ocorre quando o átomo central tem três ou quatro nuvens eletrônicas em sua camada de valência. No caso de três, duas devem estar fazendo ligações químicas e uma não, formando um ângulo de 120o entre os átomos ligantes. (2 ligantes) Quando há quatro nuvens, duas devem fazer ligações químicas e duas não, formando um ângulo de 104°34' ou 104o45’ entre os átomos. Exemplo: H2O POLARIDADE Figura Ângulo das ligações da molécula de água. Pares de elétrons não ligantes como outros "H" ligados ao oxigênio, a repulsão chega a um valor 104°5'. O ângulo é um pouco menor do que configuração tetraédrica do gás metano (109°28"), devido ao fato da repulsão de elétrons livres ser maior que a repulsão de elétrons estabelecendo uma ligação com outro átomo. Fonte: Chang, 2010 Polarização das Moléculas ◼ A Polarização pode ser definida através da eletronegatividade dos átomos ligados ou do cálculo da somatória vetorial entre os ligantes e o átomo central. ◼ I. Eletronegatividade ◼ Moléculas Apolares: ocorre geralmente quando têm- se átomos com eletronegatividades iguais. ◼ Moléculas Polares: ocorre quando têm-se átomos com eletronegatividades diferentes. II. Somatória Vetorial 1. Quando a somatória vetorial dos momentos dipolares for igual a zero, temos simetria elétrica e geométrica. Portanto a molécula é Apolar (R=0). 2. Quando a somatória vetorial dos momentos dipolares for diferente de zero, não temos simetria elétrica e geométrica. Portanto a molécula é Polar. (R ≠0). Obs: Momento dipolar() é a grandeza vetorial que mede a polaridade da molécula. Representação do Diagrama de Energia da Molécula de Água e a Soma Vetorial Figura Representação do diagrama de energia com o par de elétrons livres do oxigênio. Na molécula de água observa-se a presença de dois pares de elétrons não ligantes ou livres, responsáveis pela forma angular da água. Sendo assim, caso haja a soma dos vetores das ligações, verifica-se que a molécula é polar, ou seja, a resultante da soma dos vetores é diferente de zero. Usa-se a soma dos vetores μ para sabermos se uma dada molécula é polar ou apolar. ◼ Trigonal plana: Ocorre somente quando o átomo central tem três nuvens eletrônicas em sua camada de valência. Estas devem fazer ligações químicas, formando um ângulo de 120o entre os átomos ligados ao átomo central. (3 ligantes) Exemplo: BF3, BH3 Obs.: No caso das nuvens eletrônicas for de ligações químicas e uma de elétrons não ligantes a geometria é angular e o ângulo é de 120º. ◼ Piramidal: Ocorre quando há quatro nuvens eletrônicas na camada de valência do átomo central, sendo que três fazem ligações químicas e uma não. (3 ligantes) Os três átomos ligados ao átomo central não ficam no mesmo plano. O angulo é de 107°. Exemplo: amônia, NH3. Tetraédrica: Ocorre quando há quatro nuvens eletrônicas na camada de valência do átomo central e todas fazem ligações químicas. O átomo central assume o centro de um tetraedro regular. (4 ligantes) Ângulo de 109º 28‘. Exemplo CH4 (metano). GEOMETRIA DOS ÁTOMOS DE CARBONO TABELA 1 Geometrias possíveis para o átomo de carbono. EXEMPLOS: EXEMPLOS: EXEMPLO: Ligações que se estendem para fora do plano do papel: são desenhadas como cunhas sólidas. Ligações que se estendem atrás do plano do papel: representadas como cunhas tracejadas. CLASSE FUNCIONAL OU FUNÇÃO QUÍMICA Conceito: conjunto de substâncias que apresentam semelhanças na fórmula estrutural e, conseqüentemente, possuem propriedades químicas semelhantes. GRUPO FUNCIONAL Conceito: átomo ou grupo de átomos característico de uma certa classe funcional. Classe Funcional Grupo Funcional Hidrocarboneto só C e H Composto Halogenado — F, ― Cl, — Br, ― I Álcool Fenol Enol Éter C ⎯ O ⎯ C PRINCIPAIS CLASSES FUNCIONAIS (FUNÇÃO QUÍMICA) DE COMPOSTOS ORGÂNICOS Classe Funcional Grupo Funcional Aldeído Cetona Ácido Carboxílico Sal de Ácido Carboxílico Classe Funcional Grupo Funcional Éster Anidrido Amida Nitrocomposto — NO2 Classe Funcional Grupo Funcional Amina Nitrila — CN Ácido Sulfônico — SO3H Tiol — SH Sulfeto — S ― Organometálico Metal ligado a carbono Ex.: CH3CH2Na NOÇÕES DA NOMENCLATURA IUPAC PARA COMPOSTOS ORGÂNICOS A nomenclatura de compostos orgânicos segue as regras elaboradas pela IUPAC. IUPAC - União Internacional de Química Pura e Aplicada. De acordo com as regras da IUPAC, o nome de um composto orgânico é formado pela união de três fragmentos: prefixo + infixo + sufixo. O prefixo, a parte inicial, indica o número de átomos de carbono presentes na molécula. O infixo indica o tipo de ligação química entre os átomos de carbono. O sufixo, a parte final, indica a classe funcional do composto. COMPOSTO ORGÂNICOS RAMIFICADOS CONCEITO DE CADEIA PRINCIPAL Nos Hidrocarbonetos: a cadeia principal é a maior sequência de átomos de carbono que contém as ligações duplas e triplas (se houver). Nas demais classes de compostos orgânicos: a cadeia principal é a maior seqüência de átomos de carbono que contém o grupo funcional. Os carbonos que não fazem parte da cadeia principal pertencem às ramificações. No caso de duas sequências igualmente longas, a cadeia principal é a mais ramificada. GRUPOS SUBSTITUINTES ORGÂNICOS A expressão grupos substituintes orgânicos, grupos orgânicos ou radicais orgânicos é usada para designar qualquer grupo de átomos que apareça com frequência nas moléculas orgânicas. Exemplos: GRUPOS SUBSTITUINTES ORGÂNICOS HIDROCARBONETOS São compostos orgânicos formados exclusivamente por átomos de carbono e de hidrogênio. Subdivisões: HIDROCARBONETOS ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de Química – Questionando a vida moderna e o meio ambiente – 1. ed. São Paulo: Bookman, 2010. BARBOSA, L. C. de. Introdução à Química Orgânica. São Paulo: Prentice Hall, 2004. CHANG, R. Química Geral – Conceitos Essenciais. 4. ed. São Paulo: Mc Graw Hill. 2006. PERUZZO, F. M.; CANTO, E. L. do Química na Abordagem do Cotidiano. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2006. v. 3. Química Orgânica. REFERÊNCIAS 1 DISCIPLINA: Tópicos Profissionais em Passivos Ambientais Funções Orgânicas Aula 3 Tabela Periódica 2 Fonte: Manual da Química adaptada, 2021. período grupo ELEMENTOS COMUNS EM COMPOSTOS ORGÂNICOS 4 Fonte: PERUZZO, 2006. CLASSIFICAÇÃO DOS CARBONOS EM UMA MOLÉCULA ORGÂNICA EXEMPLO: 1. Classificação quanto à presença de ciclos 2. Classificaçãoquanto à presença de heteroátomo(s) 3. Classificação quanto à insaturação 4. Classificação quanto à presença de ramificações 5. Classificação quanto à presença de aromaticidade Classe Funcional Grupo Funcional Hidrocarboneto só C e H Composto Halogenado — F, ― Cl, — Br, ― I Álcool Fenol Enol Éter C ⎯ O ⎯ C PRINCIPAIS CLASSES FUNCIONAIS (FUNÇÃO QUÍMICA) DE COMPOSTOS ORGÂNICOS Classe Funcional Grupo Funcional Aldeído Cetona Ácido Carboxílico Sal de Ácido Carboxílico Classe Funcional Grupo Funcional Éster Anidrido Amida Nitrocomposto — NO2 Classe Funcional Grupo Funcional Amina Nitrila — CN Ácido Sulfônico — SO3H Tiol — SH Sulfeto — S ― Organometálico Metal ligado a carbono Ex.: CH3CH2Na GRUPOS SUBSTITUINTES ORGÂNICOS A expressão grupos substituintes orgânicos, grupos orgânicos ou radicais orgânicos é usada para designar qualquer grupo de átomos que apareça com frequência nas moléculas orgânicas. Exemplos: GRUPOS SUBSTITUINTES ORGÂNICOS HIDROCARBONETOS São compostos orgânicos formados exclusivamente por átomos de carbono e de hidrogênio. Subdivisões: HIDROCARBONETOS HIDROCARBONETOS Os hidrocarbonetos são substâncias orgânicas que contêm apenas átomos de carbono e hidrogênio em suas cadeias. CH3 CH2 CH3 CH3 C O CH3É hidrocarboneto É hidrocarboneto. Não é hidrocarboneto O número de átomos de carbono é definido pelos prefixos e o tipo de ligação pelos infixos. Prefixo Número de carbonos Met 1 Et 2 Prop 3 But 4 Pent 5 Hex 6 Hept 7 Oct 8 Non 9 Dec 10 Infixo Tipo de ligação AN Simples EN Duplas DIEN Duas duplas TRIEN Três duplas IN Tripla DIIN Duas triplas Para dar nomes aos hidrocarbonetos, é necessário utilizar a nomenclatura definida pela IUPAC (International Union of Pure and Applied Chemistry). Alcanos são hidrocarbonetos que possuem apenas ligações simples entre carbonos. Considerando seus números de carbonos: a) até quatro carbonos: alcanos gasosos; b) cinco a dezesseis carbonos: alcanos líquidos; c) acima de dezessete carbonos: alcanos sólidos. São compostos pouco reativos e apolares, também chamados de parafinas. ALCANOS A fórmula geral dos alcanos é CnH2n+2. Para nomear os alcanos, basta observar o número de carbonos, acrescentar o prefixo AN e o sufixo O (característico para hidrocarbonetos). PREFIXO + AN + O ALCANOS Exemplos: CH4 CH3 CH3 CH3 CH2 CH3 CH3 CH2 CH2 CH3 CH3 CH2 CH2 CH2 CH3 Met + an + o = metano Et + an + o = etano Prop + an + o = propano But + an + o = butano Pent + an + o = pentano ALCANOS Para alcanos ramificados, devemos observar a presença de radicais ligados à cadeia principal. CH3 CH CH3 CH3 Os radicais recebem nomes específicos e são chamados de grupos alquila (-R). Grupo Nome CH3 – Metila CH3 – CH2 – Etila CH3 – CH2 – CH2 – Propila CH3 – CH2 – CH2 – CH2 – Butila CH3 – CH2 – CH2 – CH2 – CH2 – Pentila Principais radicais Exemplo: Como nomear a cadeia acima? 1) Identificar a cadeia principal e os radicais; 2) numerar os carbonos para dar ao radical metila o menor número possível; 3) identificar a posição do radical (usar di e tri quando necessário) e o nome completo da cadeia. CH3 CH CH2 CH3 CH2 CH3 2–metil-pentano Agora nomeie as seguintes cadeias: CH3 C CH2 CH3 CH3 CH3 CH3 CH CH CH3 CH3 CH3 PRINCIPAIS ALCANOS Metano O metano é o menor dos alcanos. É gasoso e conhecido como gás dos pântanos ou gás natural. É incolor e altamente inflamável. Sua fórmula é CH4. Imagem: Villasephiroth / Domínio Público. Tetraédrica: Ocorre quando há quatro nuvens eletrônicas na camada de valência do átomo central e todas fazem ligações químicas. O átomo central assume o centro de um tetraedro regular. (4 ligantes) Ângulo de 109º 28‘. Exemplo CH4 (metano). Metano É produzido através de processos como a decomposição de lixo orgânico, digestão de herbívoros, em vulcões de lama e extração de combustível mineral. O metano, juntamente com outros gases, participa do chamado efeito estufa, contribuindo para o aquecimento global. Imagem: Antonín Slejška / Creative Commons Uveďte autora-Zachovejte licenci 3.0 Unported A fermentação da biomassa produz o biogás (o metano é um dos principais componentes), que é utilizado como combustível. Biogás Através de um equipamento chamado biodigestor, é possível produzir gás natural a partir de matéria orgânica. Im a g e m : Il h a d o r / D o m ín io p ú b lic o . Propano e butano São alcanos que estão presentes no GLP (gás liquefeito de petróleo), o gás de cozinha. O gás de cozinha é uma mistura desses gases, estando o propano em maior quantidade. Im a g e m : C h e m ic a lin te re s t / D o m ín io p ú b lic o . Os alcanos são os principais compostos presentes no petróleo e são utilizados na indústria petroquímica e na produção de combustíveis. O petróleo, especialmente, merece uma maior discussão por suas implicações à economia e ao meio ambiente e por causa das notícias recentes sobre o pré-sal. IMPORTÂNCIA DOS ALCANOS Do latim petrus e oleum (óleo de pedra) é um material viscoso e com textura de óleo. Foi formado há milhões de anos a partir de matéria orgânica soterrada. PETRÓLEO Os fatores importantes para a formação do petróleo são: ▪ ação de microrganismos, ▪ temperatura e ▪ pressão ao longo do tempo. Im a g e m : M e te o r2 0 1 7 / C re a ti v e C o m m o n s A tt ri b u ti o n - S h a re A lik e 3 .0 U n p o rt e d . A partir de sua localização, a jazida do petróleo é perfurada por um processo mecânico, por meio de dutos. EXTRAÇÃO DO PETRÓLEO Im a g e m : W a rX / C re a ti v e C o m m o n s A tt ri b u ti o n -S h a re A lik e 2 .5 G e n e ri c Im a g e m : U s E n v ir o in m e n ta l P ro te c ti o n A g e n c y / U n it e d S ta te s P u b lic d o m a in . Quando o petróleo é retirado de uma jazida sobre o mar, a extração acontece nas chamadas plataformas de petróleo. Imagem: Agência Barasil / Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. EXTRAÇÃO DO PETRÓLEO O processo de refino acontece na torre de destilação fracionada. Os alcanos mais leves são retirados no topo da torre e os mais pesados, na base. REFINO DO PETRÓLEO Im a g e m : P s a ri a n o s , T h e re s a K n o tt / C re a ti v e C o m m o n s A tt ri b u ti o n -S h a re A lik e 3 .0 U n p o rt e d . Im a g e m : d im h a p / C re a ti v e C o m m o n s A tt ri b u ti o n 2 .0 G e n e ri c . GLP Gasolina Parafina Óleo de Aquecimento Óleo Pesado Óleo de lubrificação, óleo de parafina, asfalto Bruto Forno Principais produtos Produto Quantidade de carbonos Gases 1 a 5 Gasolina 6 a 10 Querosene 11 a 12 Óleo diesel 13 a 17 Óleos combustíveis 18 a 25 Óleos lubrificantes 26 a 30 Óleos pesados 35 a 38 Resíduo (asfalto) Alcenos são hidrocarbonetos que possuem ligações duplas entre carbonos. Estes hidrocarbonetos que contêm um número menor do que o número máximo de átomos de hidrogênio são chamados de hidrocarbonetos insaturados, sendo a ligação dupla chamada de insaturação. ALCENOS CH2 CH2 CH3 CH CH CH3 Os alcenos são raros de encontrar na natureza, sendo mais reativos que os alcanos por causa da presença de ligações duplas. C C H H H H Para nomear os alcenos, é necessário numerar os átomos para indicar onde está a insaturação. O número deve ser colocado antes do infixo. PREFIXO + número ligação + EN + O Exemplo: CH3 CH2 CH CH2 But-1-eno CH3 CH CH CH3 But-2-eno Para nomear os alcenos ramificados, é preciso considerar como cadeia principal aquela que contém a maior sequência que inclui a insaturação. A numeração deve iniciar pela extremidade mais próxima da dupla ligação. Exemplo: 6-metil-oct-3-eno CH3 CH2 CH CH CH2 CH CH2 CH3 CH3 ALCENOS Agora nomeie as seguintes cadeias: CH3 CH2 C CH3 CH2 CH3 CH CH3 CH2 CH CH2 CH3 C CH3 C H CH3 Eteno Também conhecido como etileno, temfórmula C2H4 e é o gás utilizado para amadurecer frutas, que são colhidas verdes e recebem o gás para amadurecer antes de chegarem ao consumidor. PRINCIPAIS ALCENOS C C H H H H Imagem: David Monniaux / Creative Commons Attribution- Share Alike 3.0 Unported Polietileno e Polipropileno Alguns alcenos como o etileno e o propileno sofrem uma reação chamada de polimerização. A união de várias unidades desses alcenos forma os polímeros polietileno (PE) e polipropileno (PP), muito utilizados no cotidiano em sacolas plásticas e embalagens. Im a g e m : C jp 2 4 / C re a ti v e C o m m o n s A tt ri b u ti o n -S h a re A lik e 3 .0 U n p o rt e d . CLASSE FUNCIONAL ÁLCOOL Classe de compostos com a semelhança estrutural de apresentar o grupo - OH ligado a um carbono saturado. São exemplos de álcoois: Não são exemplos de álcoois: CLASSIFICAÇÃO DOS ÁLCOOIS Álcoois Primários: contêm um grupo - OH ligado a um carbono que tem um ou nenhum átomo de carbono ligado a ele. 48 metanol etanol propan-1-ol Álcoois Secundários: contêm um grupo - OH ligado a um carbono que, por sua vez, está ligado a outros dois átomos de carbono. propan-2-ol 49 CLASSIFICAÇÃO DOS ÁLCOOIS Álcoois Terciários: contêm um grupo - OH ligado a um carbono que, por sua vez, está ligado a outros três átomos de carbono. 2-metilpropan-2-ol CLASSIFICAÇÃO DOS ÁLCOOIS CLASSE FUNCIONAL ÁLCOOL Nomenclatura de Álcoois Não Ramificados Exemplos: CLASSE FUNCIONAL ÁLCOOL Nomenclatura de Álcoois Não Ramificados Exemplo: CLASSE FUNCIONAL ÁLCOOL Nomenclatura de Álcoois Ramificados Exemplo: 3,3-dimetilbutan-2-ol ÁLCOOIS CLASSE FUNCIONAL ALDEÍDO Compreende substâncias que apresentam o grupo funcional – CHO. ALLINGER, N. L. et al. Química Orgânica. Rio de Janeiro: Guanabara Dois, 1985. ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de Química – Questionando a vida moderna e o meio ambiente – 1. ed. São Paulo: Bookman, 2010. BARBOSA, L. C. de. Introdução à Química Orgânica. São Paulo: Prentice Hall, 2004. CHANG, R. Química Geral – Conceitos Essenciais. 4. ed. São Paulo: Mc Graw Hill. 2006. PERUZZO, F. M.; CANTO, E. L. do Química na Abordagem do Cotidiano. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2006. v. 3. FELTRE, R. Química. São Paulo: Moderna, 2004. REFERÊNCIAS 1 Tópicos Profissionais em Passivos Ambientais Funções Orgânicas – Parte 2 Aula 4 Prof. MSc. M. Cristina Ricci Tabela Periódica 2 Fonte: Manual da Química adaptada, 2021. período grupo Classe Tipo de ligações Exemplo ALCANO Ligações simples CH3-CH2-CH2-CH3 butano ALCENO Ligações dupla CH3-CH=CH-CH3 2-buteno H2C=CH-CH2-CH3 1-buteno ALCADIENO Duas ligações duplas H2C=C=CH-CH3 1,2-butadieno H2C=CH-CH=CH2 1,3-butadieno ALCINO Uma ligação tripla H3C-C ≡ C- CH3 2-butino H-C≡ C-CH2-CH3 1-butino ALCENINO Uma ligação dupla e tripla H2C=CH-C ≡ C-H butenino CICLOALCANO Ligação simples fechada H2 C - C H2 | | H2 C - C H2 ciclobutano CICLOALQUENO Cadeira fechadacom uma dupla ligação H2 C - C H2 | | H C = C H ciclobuteno HIDROCARBONETO AROMÁTICO Cadeia aromática benzeno ALCINOS > Alcinos também são os hidrocarbonetos de cadeia insaturada, uma vez que apresentam pelo menos uma ligação tripla entre carbonos. > Nessas moléculas, esse carbono que realiza tripla ligação irá apresentar geometria linear. > São muito utilizados na indústria petroquímica e na fabricação de borrachas sintéticas, de plástico como o PVC e o PVA), e também de fios têxteis. > O alcino mais simples é o etino (acetileno) Sua fórmula geral é CnH2n - 2 A Estrutura dos Alcinos Uma ligação tripla é composta de uma ligação e duas ligações p. ALCINOS > O etino (acetileno) é muito utilizado em soldas oxiacetilênicas como gás combustível. > Sua reação com oxigênio libera maior quantidade de energia se comparada a reação de combustão do metano. > Observe a comparação abaixo: © 2007 by Pearson Education AROMÁTICOS Cada hibridação sp2 do C no anel tem uma orbital p não hibridizada perpendicular ao anel o qual se sobrepõe à volta do anel, permitindo a ressonância dos elétros p. Ex. benzeno 7 © 2007 by Pearson Education AROMÁTICOS 8 São hidrocarbonetos cujas moléculas possuem um ou mais anéis benzênicos. A cadeia carbônica do benzeno é chamada núcleo benzênico ou núcleo aromático. Os hidrocarbonetos aromáticos ou arenos são os que apresentam um ou mais núcleos benzênicos. Na nomenclatura dos derivados 1-2, 1-3 e 1-4 do benzeno, empregam-se os prefixos orto, meta e para, respectivamente. O mais simples desses hidrocarbonetos é o benzeno (C6H6), cujas moléculas contém apenas um anel benzênico. © 2007 by Pearson Education FUNÇÕES OXIGENADAS ÁLCOOIS São compostos que possuem um ou mais grupos hidroxila, (OH), ligados a carbono saturado. R - OH Por serem bastante reativos e, ao mesmo tempo, baratos, os álcoois são usados na obtenção de outras substâncias orgânicas, como medicamentos, anticongelantes e bactericidas. Além disso, são empregados como solventes e combustíveis. Classificação: a) De acordo com o número de hidroxilas - conforme a quantidade de hidroxilas que um álcool possa apresentar em sua molécula, os álcoois podem ser classificados em: 1 hidroxila - monoálcool ou monóis 2 hidroxilas - diálcool 3 hidroxilas - triálcool n hidroxilas - poliálcool a) De acordo com o tipo de carbono ao qual a hidroxila estiver ligada- de acordo com este tipo de classificação, os álcoois podem ser classificados em: Álcool primário - hidroxila ligada ao carbono primário; Álcool secundário - hidroxila ligada ao carbono secundário; Álcool terciário - hidroxila ligada ao carbono terciário. © 2007 by Pearson Education ÁLCOOIS Nomenclatura IUPAC Para uma cadeia normal, troca-se simplesmente a terminação o do hidrocarboneto correspondente pela terminação ol. Para cadeias ramificadas, escolhe-se como cadeia principal a maior fila de átomos de carbono que contenham o grupo OH. A numeração da cadeia se inicia pela extremidade mais próxima do grupo OH. É importante lembrar que este critério predomina sobre a ligação dupla, tripla ou sobre os halogênios. O nome da cadeia principal é antecedido pelo número do carbono ao qual o grupo OH se liga. Quando o álcool apresenta dupla ou tripla ligação, a terminação ol é precedida pelos prefixos eno e ino, respectivamente. A posição da dupla ou da tripla é indicada antes do nome do hidrocarboneto correspondente à posição do grupo OH entre o nome do hidrocarboneto e a terminação ol. H2C = CH-CH2 – OH 2-propeno-1-ol © 2007 by Pearson Education ÁLCOOIS Nomenclatura Usual: Na nomenclatura usual, leva-se em consideração o nome do radical ao qual está ligado o grupo OH, de acordo com o seguinte esquema: Álcool (radical) + ICO Deve ser lembrado que esta nomenclatura é normalmente usada para monoálcoois. H3C – OH álcool metílico H3C – CH2 – OH álcool etílico © 2007 by Pearson Education ÁLCOOIS © 2007 by Pearson Education FENÓIS São compostos que possuem um ou mais grupos OH ligados diretamente a um anel benzênico. Nomenclatura IUPAC: A nomenclatura dos fenóis é semelhante à estudada para os hidrocarbonetos aromáticos. A numeração dos carbonos do anel é feita a partir do carbono ligado ao OH, sendo o grupo designado por hidroxi. Exemplos: Nomenclatura Usual: Pode-se encontrar outra nomenclatura para os fenóis, pois alguns possuem nome usual, exemplo: OH hidroxibenzeno OH 1-hidroxi, 2-metilbenzeno ⎯ CH3 OH fenol © 2007 by Pearson Education ÉTERES São compostos em que o oxigênio está ligado a dois grupos orgânicos. Podem ser considerados como derivados da água, pela substituição dos dois átomos de hidrogênio por dois grupos orgânicos. Têm como fórmula geral: R – O – R’ Nomenclatura IUPAC: Considera-se o prefixo indicativo do número de carbonos do radical menor com terminação oxi, seguido do nome do hidrocarboneto correspondenteao radical maior. Exemplo: H3C – O – CH2 – CH3 metoxietano Nomenclatura usual: A nomenclatura mais utilizada para os éteres emprega a palavra éter seguida do nome dos dois radicais, o último deles com terminação ico: Exemplo: H3C – O – CH2 – CH3 éter metiletílico ALDEÍDO Compreende substâncias que apresentam o grupo funcional – CHO. CLASSE FUNCIONAL ALDEÍDO Nomenclatura de aldeídos não ramificados: Semelhante a dos álcoois, só que deve-se usar o sufixo al. CLASSE FUNCIONAL ALDEÍDO Nomenclatura de Aldeídos Ramificados Exemplo: NOMENCLATURA TRIVIAL ALDEÍDOS Nomes triviais não reconhecidos pela IUPAC: CETONA Esta classe é composta por substâncias que apresentam o grupo carbonila C = O entre carbonos. CETONA Exemplo: propanona (muito conhecida como acetona). CETONA Nomenclatura de cetonas não ramificados: Para denominar as cetonas, de acordo com as regras sistemáticas da IUPAC,usamos o sufixo ona. CETONA Nomenclatura de Cetonas Não Ramificadas Exemplos: CETONA Nomenclatura de Cetonas Ramificadas Exemplos: 24 FUNÇÕES: ÁCIDO CARBOXÍLICO, ÉSTER, ANIDRIDO, HALETOS, AMIDAS, AMIDAS, NITRILAS CLASSE FUNCIONAL ÁCIDO CARBOXÍLICO Os compostos desta classe têm em comum a presença do grupo funcional – COOH. Ácidos Carboxílicos e Derivados Nomenclatura dos ácidos carboxílicos não ramificados: A nomenclatura dessa classe funcional é feita com a utilização do sufixo óico. CLASSE FUNCIONAL ÁCIDO CARBOXÍLICO Nomenclatura dos ácidos carboxílicos ramificados: CLASSE FUNCIONAL ÁCIDO CARBOXÍLICO 28 NOMENCLATURA TRIVIAL ÁCIDOS CARBOXÍLICOS NOMENCLATURA TRIVIAL ÁCIDOS CARBOXÍLICOS Ácidos Carboxílicos e Derivados Ácidos Carboxílicos e Derivados Nomenclatura de ácidos carboxílicos 33 Sais de ácidos carboxílicos 34 Ésteres cíclicos – Lactonas Haletos de acila Anidridos de Ácidos 35 R O R O O CLASSE FUNCIONAL ÉSTER Grupo funcional característico desta classe de compostos: CLASSE FUNCIONAL ÉSTER Os ésteres são comumente empregados como flavorizantes em balas e doces. CLASSE FUNCIONAL ÉSTER CLASSE FUNCIONAL ÉSTER ÉSTERES 40 CLASSE FUNCIONAL AMINA As aminas são derivadas da amônia, na qual um, dois ou três dos hidrogênios foram substituídos por grupos orgânicos. CLASSE FUNCIONAL AMINA CLASSE FUNCIONAL AMINA ✓ Nomenc CLASSE FUNCIONAL AMIDA O grupo funcional característico desta classe funcional é: CLASSE FUNCIONAL AMIDA Exemplo: proteínas (polímeros naturais) CLASSE FUNCIONAL AMIDA Exemplo: náilon (polímero sintético) CLASSE FUNCIONAL AMIDA CLASSE FUNCIONAL AMIDA AMIDAS 49 Nitrilas 50 51 Reatividade dos compostos carbonílicos 52 Reatividade dos compostos carbonílicos Há dois principais contribuintes de ressonância em ésteres, ácidos carboxílicos e amidas. 53 Contribuintes de ressonância Os ácidos carboxílicos têm pontos de ebulição relativamente altos às ligações de hidrogênio. 54 As amidas apresentam os pontos de ebulição mais altos. Pontos de ebulição ALLINGER, N. L. et al. Química Orgânica. Rio de Janeiro: Guanabara Dois, 1985. ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de Química – Questionando a vida moderna e o meio ambiente – 1. ed. São Paulo: Bookman, 2010. BARBOSA, L. C. de. Introdução à Química Orgânica. São Paulo: Prentice Hall, 2004. CHANG, R. Química Geral – Conceitos Essenciais. 4. ed. São Paulo: Mc Graw Hill. 2006. PERUZZO, F. M.; CANTO, E. L. do Química na Abordagem do Cotidiano. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2006. v. 3. FELTRE, R. Química. São Paulo: Moderna, 2004. REFERÊNCIAS ISOMERIA PLANA GEOMÉTRICA ÓPTICA Aula 6 2 ISÔMEROS Isômeros são dois ou mais compostos diferentes que apresentam a mesma fórmula molecular. Isomeria plana ou constitucional. Estereoisomeria: - Isomeria geométrica; - Isomeria ótica. ISÔMERIA CONSTITUCIONAL OU ISOMERIA PLANA Pode ser percebida observando-se a fórmula estrutural plana dos compostos. Isômeros constitucionais diferem na maneira com que seus átomos estão concectados. 3 ISÔMERIA PLANA: FUNÇÃO 4 Exemplo 1: Isomeria de Função ou funcional: ocorre quando os isômeros pertencem a funções químicas diferentes. Exemplo 2: ISÔMERIA PLANA: TAUTOMERIA (CASO ESPECIAL DE ISOMERIA DE FUNÇÃO) Tautomeria: é o caso particular de isomeria funcional em que os dois isômeros ficam em equilíbrio dinâmico. H ISÔMERIA PLANA: CADEIA OU NÚCLEO 6 Exemplo 3: Isomeria de cadeia ou núcleo: ocorre quando os isômeros têm cadeias diferentes. Exemplo 4: ISÔMERIA PLANA: POSIÇÃO 7 Isomeria de Posição: ocorre quando os isômeros pertencem a mesma cadeia carbônica, mas diferem pela posição de ramificações ou de ligações duplas ou triplas. Exemplo 5: ISÔMERIA PLANA: COMPENSAÇÃO OU METAMERIA (CASO ESPECIAL DE ISOMERIA DE POSIÇÃO) 8 Isomeria de Compensação ou Metameria: ocorre quando os isômeros diferem pela posição de um heteroátomo na cadeia carbônica. EXERCÍCIOS DE ISOMERIA PLANA 9 Questão 1. Relacione as duas colunas abaixo, indicando o tipo de isomeria plana que ocorre entre os pares de compostos orgânicos mencionados na segunda coluna: 1ª Coluna: 2ª Coluna: I. Isomeria de função a) dimetilamina e etilamina. II. Isomeria de posição b) etoxietano e metoxipropano. III. Isomeria de cadeia c) 1-propen-2-ol e propanona. IV. Metameria d) metanoato de metila e ácido etanoico. V. Tautomeria e) but-1-eno e but-2-eno. Respostas: I. d II. e III. a IV. b V. c a) dimetilamina e etilamina: isomeria de cadeia → a primeira é heterogênea e a segunda é homogênea: H3C — NH — CH3 H3C — CH2 — NH2 b) etoxietano e metoxipropano: metameria → a posição do heteroátomo está diferente: H3C — O — CH2 — CH2 — CH3 H3C — CH2 — O — CH2 — CH3 EXERCÍCIOS DE ISOMERIA PLANA 10 c) 1-propen-2-ol e propanona: tautomeria cetoenólica→ ocorre entre um enol e uma cetona: OH O | || H2C = C — CH3 ↔ CH3 — C — CH3 d) metanoato de metila e ácido etanoico: isomeria de função → o primeiro é um éster e o segundo é um ácido carboxílico: O O // // H — C CH3 — C \ \ O — CH3 OH e) but-1-eno e but-2-eno: isomeria de posição → a posição da insaturação (ligação dupla) é diferente: H2C = CH — CH2 — CH3 H3C — CH = CH — CH3 EXERCÍCIOS DE ISOMERIA PLANA 11 2. Os dois compostos H3C – O – CH3 e H3C – CH2 – OH demonstram que caso de Isomeria? a) cadeia b) posição c) composição d) função e) Tautomeria 3. A propanona e o isopropenol exemplificam um caso de Isomeria de: a) cadeia b) metameria c) função d) tautomeria e) função ISOMERIA ESPACIAL OU ESTEREOISOMERIA ✓ Caracteriza-se pela existência de diferentes compostos, que embora apresentem fórmulas moleculares e estruturais idênticas, apresentam diferentes arranjos espaciais dos átomos. ✓ Classificação: - isomeria geométrica ou cis-trans; - isomeria óptica. 12 ISOMERIA ESPACIAL OU ESTEREOISOMERIA ISOMERIA GEOMÉTRICA (cis-trans) ✓A isomeria geométrica ocorre devido à diferente disposição espacial dos átomos em cadeias insaturadas ou cíclicas. ✓ Isômeros geométricos apresentam fórmulas estruturais planas idênticas, mas diferentes propriedades físicas. 13 ISOMERIA GEOMÉTRICA (cis-trans) Em Compostos Cíclicos Compostos cíclicos substituídos podem apresentar isômeros conforme ilustrado para as moléculas do 1,2-dimetilciclopropano: ISOMERIA GEOMÉTRICA (cis-trans) Em Compostos Cíclicos ✓ No composto A os dois grupos metila encontram-se em um mesmo lado de um plano que passa pelos átomos de carbono do anel. Nesse caso, deve ser usado o prefixo cis antes do nome do composto e seu nome completo será: cis-1,2-dimetilciclopropano. ✓ No composto B os dois grupos metila encontram-se em lados opostos do plano que passa pelos átomos de carbono do anel, usando-se, nesse caso, o prefixo trans para designar tal isômero. Seu nome completo é, portanto: trans-1,2-dimetilciclopropano.
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