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11 Sumário Língua Portuguesa �������������������������������������������������������������������������������������13 1. Interpretação e Compreensão de Texto .......................................................16 2. Acentuação e Ortografia ...............................................................................22 3. Emprego de Classes de Palavras ...................................................................27 4. Frase ...............................................................................................................56 5. Período Composto ........................................................................................63 6. Sintaxe ............................................................................................................67 Redação �����������������������������������������������������������������������������������������������������77 1. Redação para Concursos Públicos ..............................................................78 2. Dissertação Expositiva e Argumentativa .....................................................89 Raciocínio Lógico-Matemático ���������������������������������������������������������������107 1. Conjuntos Numéricos .................................................................................109 2. Razões e Proporções ....................................................................................116 3. Porcentagem e Juros ...................................................................................122 4. Descontos.....................................................................................................125 5. Taxas ............................................................................................................126 6. Rendas ..........................................................................................................130 7. Sistemas de Amortização e Financiamento ...............................................131 8. Análise de Investimento .............................................................................134 9. Taxa Interna de Retorno (TIR) ..................................................................134 10. Tabelas .......................................................................................................138 11. Noções de Estatística .................................................................................139 Atualidades do Mercado Financeiro �������������������������������������������������������147 1. Dinâmica do Mercado ................................................................................148 2. Blocos Econômicos, Grupos Econômicos e Economia Global .................153 3. Sistema Financeiro Nacional e suas Atualizações .....................................161 4. Instituições Financeiras – IF Monetárias/Bancárias e não Monetárias/ não Bancárias ..................................................................................................170 5. Mercado Bancário ......................................................................................174 Cultura Organizacional ���������������������������������������������������������������������������184 1. Cultura Organizacional ..............................................................................187 2. Ética, Moral, Valores e Virtudes ................................................................197 3. Noções de Ética Empresarial e Profissional e a Gestão da Ética nas Empresas Públicas e Privadas .........................................................................202 4. Código de Ética do Banco do Brasil ...........................................................208 5. Código de Conduta da Alta Administração Federal ................................212 6. Estatuto Social do Banco do Brasil ............................................................217 Técnicas de Vendas ����������������������������������������������������������������������������������238 1. Noções de Administração de Vendas e Técnicas de Vendas ....................240 2. Lei nº 8.078/1990 Código de Defesa do Consumidor ...............................255 Atendimento (Focado em Vendas) ���������������������������������������������������������293 1. Marketing ...................................................................................................294 2. Resolução nº 4.433, de 23 de Julho de 2015 ..............................................307 Domínio Produtivo da Informática ��������������������������������������������������������310 12 Sumário 1. Software ........................................................................................................ 316 2. Linux ............................................................................................................. 327 3. Windows ....................................................................................................... 331 4. Editores de Texto.......................................................................................... 337 5. Editores de Planilha ..................................................................................... 362 6. BrOffice Calc – Editor de Planilhas ............................................................ 373 7. Editores de Apresentação ............................................................................ 383 8. Redes de Computadores .............................................................................. 389 9. Segurança da Informação ............................................................................ 399 10. Hardware .................................................................................................... 405 11. Glossário ..................................................................................................... 410 Conhecimentos Bancários �������������������������������������������������������������������������414 1. Políticas Econômicas .................................................................................... 417 2. O Sistema Financeiro Nacional ................................................................... 427 3. Instituições Financeiras ............................................................................... 442 4. Garantias das Operações de Crédito ............................................................ 457 5. Sistema de Seguros Privados: Capitalização, Previdência Complementar e Seguros ............................................................................................................ 463 6. Mercado de Capitais ..................................................................................... 471 7. Fundos de Investimentos ............................................................................. 485 8. Mercado de Câmbio ...................................................................................... 492 9. Crime de Lavagem de Dinheiro ................................................................... 499 10. Autorregulação Bancária ........................................................................... 506 Língua Inglesa ��������������������������������������������������������������������������������������������508 1. Pronomes e suas Categorias ........................................................................ 509 2. Tempos Verbais ........................................................................................... 516 3. Verbos Modais .............................................................................................. 524 4. Falsos Cognatos ............................................................................................ 527 5. Marcadores Argumentativos ....................................................................... 532 6. Sentenças Condicionais ............................................................................... 536 7. Discurso Direto e Indireto .......................................................................... 539 16 LÍ N G U A P O RT U GU ES A 1. Interpretação e Compreensão de Texto O que é Interpretar Textos? Interpretar textos é, antes de tudo, compreender o que se leu. Para que haja essa compreensão, é ne- cessária uma leitura muito atenta e algumas técnicas que veremos no decorrer dos textos. Uma dica im- portante é fazer o resumo do texto por parágrafos. EXERCÍCIO COMENTADO Causas da infidelidade partidária no Brasil A infidelidade partidária é uma peculiaridade da política brasileira. Não é raro observar parlamentares mi- grarem de uma legenda para outra durante o mandato. Entre 1985 e 1998, por exemplo, cerca de 30% dos depu- tados federais mudaram de sigla ao longo da legislatura. O fenômeno, pouco comum em qualquer democracia, é recente no Brasil. No intervalo entre 1946 e 1964, não houve muitos casos de mudança de partido. Identificar os motivos da infidelidade partidária foi o objetivo da tese de doutorado de Carlos Ranulfo Félix de Melo, cientista político da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A pesquisa, realizada sobretudo junto à Câmara dos Deputados, contou também com outras fon- tes, como artigos da imprensa. Ranulfo limitou o estudo ao período da democracia recente (entre 1985 e 1998) e constatou duas causas principais para a inconstância dos parlamentares. Em primeiro lugar, o cientista verificou que a maioria das trocas de legenda tem por trás a busca de maior ex- pressão. “O chamado ‘baixo clero’ procede desse modo para ampliar seu poder no estado de origem, adquirir cargos e recursos ou simplesmente prolongar a carrei- ra, pois no Brasil, a renovação da câmara chega a ser de 40%, contra uma média de 5% dos Estados Unidos”. Em segundo lugar, a infidelidade interessa aos líderes dos partidos, pois permite que aumentem suas bancadas e, portanto, seu poder. “A tendência é que o partido em voga cresça”, constata Ranulfo. O PSDB, por exemplo, começou o ano de 1994 com 62 deputados federais e ter- minou 1998 com 96. Ranulfo identifica ainda um outro tipo de político que costuma flutuar entre os partidos: os chamados ‘caci- ques’. Nem sempre se pode ligar uma única legenda a nomes como Jânio Quadros, Itamar Franco, Fernando Collor ou César Maia. Segundo o cientista, o fenômeno é típico da política brasileira, que personaliza a figura do ‘salvador da pátria’ em detrimento da linha do partido. A infidelidade partidária é vista por Ranulfo como pre- judicial para o processo democrático. A troca de legenda reflete uma alteração no comportamento do eleito: um político com perfil de ‘esquerdista’ que se transfere para uma agremiação de ‘direita’ desgasta a significação do partido e enfraquece a representação política. Para Ranulfo, uma solução possível para o fim da in- fidelidade partidária poderia ser o uso de mecanismos como o sistema de listas, praticado na Europa. “Mas a alternativa mais simples seria a adoção de uma nova legislação”, avalia. A lei poderia, por exemplo, obrigar o deputado a permanecer na mesma legenda até o fim do mandato. Já existe um projeto de lei para combater a infidelidade partidária, que está em trâmite há algum tempo e nunca foi votado. “Evidentemente, por trás disso, há um interesse dos próprios deputados”. (FERREIRA, Pablo Pires. Ciência Hoje, mar. 2001.) 01. (UFPR 2007) Indique a alternativa em que a ex- pressão entre colchetes pode substituir o trecho grifado, mantendo o mesmo sentido da expres- são original. a) A infidelidade partidária é uma peculiaridade da política brasileira. [é uma idiossincrasia] b) (...) cerca de 30% dos deputados federais mudaram de sigla ao longo da legislatura. [através da legislação] c) Ranulfo (...) constatou duas causas princi- pais para a inconstância dos parlamentares. [para a inconsistência] d) Já existe um projeto de lei para combater a infidelidade partidária, que está em trâmite (...). [está em transe] e) O chamado ‘baixo clero’ procede desse modo para ampliar seu poder no estado de origem (...). [O grupo de políticos mais ex- pressivos] RESPOSTA: A. Esta questão exige do candidato co- nhecimento de vocabulário. Da segunda até a quinta alternativa, observa-se que os termos entre colchetes alteram o significado dos períodos. Idiossincrasia é a disposição de um indivíduo para reagir de maneira especial à influência de certos agentes. “Ao longo da legislatura” não condiz com “através da legislatura”, assim como inconstância (volubilidade, instabilidade) não tem o mesmo significado de inconsistência (in- coerente, sem fundamento); estar em trâmite (estar a caminho) não é o mesmo que estar em transe (estar em crise) e “baixo clero” não tem relação com o grupo de políticos mais expressivos. 02. (UFPR 2007) Pode-se inferir, a partir das informa- ções do texto, que a motivação para o crescimento da bancada do PSDB no período de 1994 a 1998 foi: a) A mobilização dos líderes do partido gover- nista para aumentar sua bancada. b) A ausência de “caciques” no partido. c) O enfraquecimento da oposição ao presi- dente Fernando Henrique Cardoso. d) A mudança na legislação eleitoral. e) A dificuldade de sobrevivência dos partidos pequenos. RESPOSTA: A. O que justifica a marcação da primeira alternativa como correta é o excerto: ...a infidelidade 17 LÍ N G U A P O RT U G U ES A interessa aos líderes dos partidos, pois permite que aumentem suas bancadas e, portanto, seu poder. “A tendência é que o partido em voga cresça”, constata Ranulfo. O PSDB, por exemplo, começou o ano de 1994 com 62 deputados federais e terminou 1998 com 96. Ambiguidade Ambiguidade ou anfibologia é a falta de clareza em um enunciado que lhe permite mais de uma inter- pretação. É conhecida, também, como duplo sentido. Observe os exemplos a seguir: Ex�: Maria disse à Ana que sua irmã chegou. (A irmã é de Maria ou Ana?) A mãe falou com a filha caída no chão. (Quem es- tava caída no chão?) Está em dúvida quanto à configuração da sua máquina? Então, acabe com ela agora mesmo! (Acabe com a dúvida, com a configuração ou com a máquina?) Em alguns casos, especialmente na publicidade e nos textos literários, a ambiguidade é proposital; mas, para que ocorra a compreensão necessária, é preciso que o leitor tenha conhecimento de mundo suficiente para interpretar de maneira literal e não literal. No entanto, ela se torna um problema nos textos quando causa dúvidas em relação à interpretação. Ela também pode gerar problemas e fazer com que o au- tor seja mal interpretado, como na frase “Sinto falta da galinha da minha mãe”. Ao escrever, para que não haja problemas relacio- nados à ambiguidade, é necessária atenção do autor e uma leitura cuidadosa. FIQUE LIGADO É importante observar que os textos não são estáticos e dificilmente apresentarão apenas uma tipologia. É comum que o texto seja, por exemplo, dissertativo-argumentativo, narrativo-descritivo ou descritivo-instrucional. É importante, portanto, iden- tificar a tipologia que predomina. Coesão e Coerência Observe as orações a seguir: Mariana estava cansada. Viajou a noite toda. Foi trabalhar no dia seguinte. Perceba que a relação entre elas não está clara. Agora, veja o que acontece quando são inseridos elementos de coesão: Mariana estava cansada porque viajou a noite to- da. Mesmo assim, foi trabalhar no dia seguinte. Os elementos de coesão são responsáveis por criar a relação correta entre os termos do texto, tor- nando-o coerente. Os elementos de coesão são representados pelas conjunções. As principais relações estabelecidas en- tre eles são: Concessão Adversidade Conclusão Causa Tempo embora – ainda que – se bem que – mesmo que – por mais que. mas – contudo – no entanto – todavia – se bem que – porém – entretanto. dessa forma – logo – portanto – assim sendo – por conseguinte Porque – pois – já que – visto que – uma vez que quando – na hora em que – logo que – assim que Leia o trecho a seguir, publicado no jornal Correio Popular: “Durante a sua carreira de goleiro,iniciada no Co- mercial de Ribeirão Preto, sua terra natal, Leão, de 51 anos, sempre impôs seu estilo ao mesmo tempo arredio e disciplinado. Por outro lado, costumava ficar horas aprimorando seus defeitos após os treinos. Ao chegar à seleção brasileira em 1970, quando fez parte do grupo que conquistou o tricampeonato mundial, Leão não dava um passo em falso. Cada atitude e cada declara- ção eram pensados com um racionalismo típico de sua família, já que seus outros dois irmãos são médicos.” Correio Popular, Campinas, 20 out. 2000. Observe que neste trecho há problemas de coerência. “(...) costumava ficar horas aprimorando seus de- feitos (...)” Entende-se o que o redator do texto quis dizer, mas a construção é indevida, uma vez que a definição para aprimorar, segundo o dicionário, é aperfeiçoar, melhorar a qualidade de. Portanto, se interpretada seguindo esta definição, entender-se-ia que o jogador melhorava seus defeitos. Além da escolha inadequada do vocábulo, há tam- bém um problema causado pelo uso indevido dos ele- mentos de coesão. Observe o uso da expressão “Por outro lado”, que deveria indicar algo contrário ao que foi dito anteriormente, mas neste caso precede uma afirmação que confirma o que foi dito no período an- terior, deixando o texto confuso. Perceba, portanto, que: Coesão é a relação entre as afirmações do texto, de maneira a deixá-lo claro e fazer sentido: Ontem o dia foi bom porque vi Lucas. Ontem o dia foi bom apesar de eu ter visto Lucas. A relação de sentido estabelecida pela conjunção fará o sentido do texto. Coerência é o sentido do texto, é o fato de o texto fazer sentido e ser compreendido pelo leitor em uma primeira leitura. O que torna um texto coerente, en- tre outras coisas, é a escolha correta das conjunções. Por isso, a coesão e a coerência do texto andam juntas e muitas vezes se confundem. 18 LÍ N G U A P O RT U G U ES A VAMOS PRATICAR Os exercícios a seguir são referentes ao conteúdo: Interpretação e Compreensão de Texto. É justo que as mulheres se aposentem mais cedo? A questão acerca da aposentadoria das mulheres em condições mais benéficas que aquelas concedi- das aos homens suscita acalorados debates com po- sições não somente técnicas, mas também com mui- to juízo de valor de cada lado. Um fato é certo: as mulheres intensificaram sua participação no mercado de trabalho desde a segun- da metade do século 20. Há várias razões para isso. Mudanças culturais e jurídicas eliminaram restrições sem sentido no mundo contemporâneo: um dos maiores e mais an- tigos bancos do Brasil contratou sua primeira escri- turária em 1969 e teve sua primeira gerente em 1984. Avanços no planejamento familiar e a dissemi- nação de métodos contraceptivos permitiram a re- dução do número de filhos e liberaram tempo para a mulher se dedicar ao mercado de trabalho. Filhos estudam por mais tempo e se mantêm fora do mercado de trabalho até o início da vida adulta. Com is- so, o custo de manter a família cresce e cria a necessidade de a mulher ter fonte de renda para o sustento da casa. A tecnologia também colaborou: máquinas de lavar roupa, fornos micro-ondas, casas menores e outras parafernálias da vida moderna reduziram a necessidade de algumas horas nos afazeres domés- ticos e liberaram tempo para o trabalho fora de casa. A inserção feminina no mercado de trabalho ocorreu, mas com limitações. Em relação aos ho- mens, mulheres têm menor taxa de participação no mercado de trabalho, recebem salários mais baixos e ainda há a dupla jornada de trabalho. Quando voltam para a casa, ainda têm que se dedicar à família e ao lar. Essas dificuldades levam algumas pessoas a de- fender formas de compensação para as mulheres por meio de tratamento previdenciário diferenciado. Já que as mulheres enfrentam dificuldades de inserção no mercado de trabalho, há de compensá-las por meio de uma aposentadoria em idade mais jovem. A legislação brasileira incorpora essa ideia. Ho- mens precisam de 35 anos de contribuição para se aposentar no INSS; mulheres, de 30. No serviço pú- blico, que exige idade mínima, as mulheres podem se aposentar com cinco anos a menos de idade e tempo de contribuição que os homens. (Marcelo Abi-Ramia Caetano, Folha de São Paulo, 21/12/2014.) 01. (FGV) O tema contido na pergunta que serve de título ao texto a) é defendido por uma opinião pessoal do autor� b) é contestado legalmente no corpo do texto� c) é visto como uma injustiça em relação ao homem� d) é tido como legal, mas moralmente injusto� e) é observado de forma técnica e legal� 02. (FGV) “A questão acerca da aposentadoria das mulheres em condições mais benéficas que aquelas concedidas aos homens suscita acalorados debates com posições não somente técnicas, mas também com muito juízo de valor de cada lado�” Ao dizer que há “muito juízo de valor de cada lado”, o autor do texto diz que na discussão aparecem a) questões que envolvem valores da Previ- dência� b) problemas que prejudicam economica- mente os empregadores� c) posicionamentos apoiados na maior expe- riência de vida� d) opiniões de caráter pessoal� e) questionamentos injustos e pouco inteli- gentes� 03. (FGV) Dizer que as mulheres intensificaram sua participação no mercado de trabalho desde a segunda metade do século XX equivale a dizer que a) o trabalho feminino não existia antes dessa época� b) a atividade de trabalho até essa época apelava para a força física� c) as mulheres entraram no mercado de trabalho há pouco tempo� d) os homens exploravam as mulheres até a época citada� e) as famílias passaram a ter menos filhos desde o século XX� 04. (FGV) “Mudanças culturais e jurídicas elimina- ram restrições sem sentido no mundo contem- porâneo: um dos maiores e mais antigos bancos do Brasil contratou sua primeira escriturária em 1969 e teve sua primeira gerente em 1984�” Os exemplos citados nesse segmento do texto a) comprovam as mudanças citadas� b) contrariam as modificações culturais e ju- rídicas� c) demonstram o atraso cultural das mulheres� d) indicam a permanência de determinadas restrições� e) provam o despreparo das mulheres para o mercado de trabalho masculino� 19 LÍ N G U A P O RT U G U ES A 05. (FGV) Segundo o texto 1, a necessidade ou possibilidade de a mulher trabalhar se prende a diferentes motivos� As opções a seguir apresentam motivos presentes no texto, à exceção de uma. Assinale-a. a) Aumento do tempo livre, em função da redução do número de filhos� b) O desenvolvimento tecnológico, que auxilia nos trabalhos domésticos� c) A manutenção dos filhos por mais tempo� d) O desequilíbrio econômico da Previdência� e) Os métodos contraceptivos, que limitam o número de filhos� 06. (FGV) Assinale a opção que indica duas razões que mostram as limitações femininas no mercado de trabalho� a) Dupla jornada de trabalho / tecnologia de apoio doméstico� b) Tecnologia de apoio doméstico / necessi- dade de força física� c) Necessidade de força física / interrupções legais do período de trabalho� d) Interrupções legais do período de trabalho / salários mais baixos� e) Salários mais baixos / dupla jornada de trabalho� 1 5 10 15 20 25 30 35 39 Árvores de Araque — Você está vendo alguma coisa esquisita nessa paisagem? — perguntou o meu amigo Fred Meyer. Olhei em torno. Estávamos no jardim da residência da Embaixada do Brasil no Marrocos, onde ele vive — é o nosso embaixador no país — cercados de tamareiras, palmeiras e outras árvores de diferentes tipos. Um casal de pavões se pavoneava pelo gramado, uma dezena de galinhas d’angola ciscava no chão, passa- rinhos iam e vinham. No terraço da casa ao lado, onde funciona a Embaixada da Rússia, havia um mar de parabólicas, que devem captar até os suspiros das autoridades locais. Lá longe, na distância, mais tamarei- ras e palmeiras espetadas contra um céu azul de doer. Tudo me parecia normal. — Olhaaquela palmeira alta lá na frente. Olhei. Era alta mesmo, a maior de todas. Tinha um ninho de cegonhas no alto. — Não é palmeira. É uma torre de celular disfarçada. Fiquei besta. Depois de conhecer sua real identidade, não havia mais como confundi-la com as demais; mas enquanto eu não soube o que era, não me chamara a atenção. Passei os vinte dias seguintes me divertindo em buscar antenas disfarçadas na paisagem. Fiz dezenas de fotos delas, e postei no Facebook, onde causaram sensa- ção. A maioria dos meus amigos nunca tinha visto isso; outros já conheciam de longa data, e mencionaram até espécimes plantados no Brasil. Alguns, como Luísa Cortesão, velha amiga portuguesa que acompanho desde os tempos do Fotolog, têm posição radicalmente formada a seu respeito: odeiam. Parece que Portugal está cheio de falsas coníferas. [...] A moda das antenas disfarçadas em palmeiras começou em 1996, quando a primeira da espécie foi plantada em Cape Town, na África do Sul; mas a invenção é, como não podia deixar de ser, Made in USA. Lá, uma empresa sediada em Tucson, Arizona, chamada Larson Camouflage, projetou e desenvolveu a primeiríssima antena metida a árvore do mundo, um pinheiro que foi ao ar em 1992. A Larson já tinha experiência, se não no conceito, pelo menos no ramo: começou criando paisagens artificiais e camuflagens para áreas e equipamentos de serviço. Hoje existem inúmeras empresas especializadas em disfarçar antenas de telecomunicações pelo mundo afora, e uma quantidade de disfarces diferentes. É um negócio próspero num mundo que quer, ao mes- mo tempo, boa conexão e paisagem bonita, duas propostas mais ou menos incompatíveis. Os custos são elevados: um disfarce de palmeira para torre de telecomunicações pode sair por até US$ 150 mil, mas há fantasias para todos os bolsos, de silos e caixas d’água à la Velho Oeste a campanários, mastros, cruzes, cactos, esculturas. A Verizon se deu ao trabalho de construir uma casa cenográfica inteira numa zona residencial histórica em Arlington, Virgínia, para não ferir a paisagem com caixas de switches e cabos. A antena ficou plantada no quintal, pintada de verde na base e de azul no alto; mas no terreno em frente há um jardim sempre conservado no maior capricho e, volta e meia, entregadores desavisados deixam jornais e revistas na porta. A brincadeira custou cerca de US$ 1,5 milhão. A vizinhança, de início revoltada com a ideia de ter uma antena enfeiando a área, já se acostumou com a falsa residência, e até elogia a operadora pela boa manutenção do jardim. Claro que, a essa altura, já existem incontáveis projetos artísticos sobre as antenas que não ousam dizer seu nome. O que achei mais interessante foi o do fotógrafo sul-africano Dillon Marsh, que saiu catando árvores artificiais pelo seu país e fez um ensaio com doze imagens que dão, se não motivo para pensar, pelo menos razão para umas boas risadas. (O Globo, Economia, 22.3.2014) 20 LÍ N G U A P O RT U G U ES A 07. (CESGRANRIO) No seguinte trecho do texto, a vírgula pode ser retirada mantendo-se o sentido e assegurando-se a norma-padrão: a) “cercados de tamareiras, palmeiras” (l� 3) b) “gramado, uma dezena de galinhas d’angola” (l� 4) c) “o que era, não me chamara a atenção” (l� 12) d) “fotos delas, e postei no Facebook” (l� 13) e) “Luísa Cortesão, velha amiga portugue- sa” (l� 15) 08. (CESGRANRIO) No trecho “casa ao lado, onde” (l� 5) a palavra onde pode ser substituí- da, sem alteração de sentido e mantendo-se a norma-padrão, por a) que b) cuja c) em que d) o qual e) no qual Os cientistas já não têm dúvidas de que as tempe- raturas médias estão subindo em toda a Terra. Se a atividade humana está por trás disso é uma questão ainda em aberto, mas as mais claras evidências do fenômeno estão no derretimento das geleiras. Nos últimos cinco anos, o fotógrafo americano James Balog acompanhou as consequências das mudanças climáticas nas grandes massas de gelo. Suas andan- ças lhe renderam um livro, que reúne 200 fotogra- fias, publicado recentemente. Icebergs partidos ao meio e lagos recém-formados pela água derretida das calotas de gelo são exemplos. Esse derretimento é sazonal. O gelo volta nas esta- ções frias − mas muitas vezes em quantidade menor, e por menos tempo. Há três meses um relatório da Nasa, feito a partir de imagens de satélites, mostrou que boa parte da superfície de gelo da Groenlândia foi parcialmente derretida − transformada em uma es- pécie de lama de neve − em um tempo recorde desde os primeiros registros, feitos trinta anos atrás. Outro relatório, elaborado pela National Snow and Ice Data Center, mostra que o gelo do Ártico, durante o verão do hemisfério norte, teve a maior taxa de derretimen- to da história, superando o recorde anterior, de 2007. Nem sempre, porém, menos gelo significa más notícias. A alta da temperatura na Groenlândia per- mitiu a volta da criação de gado leiteiro e o cultivo de vários tipos de vegetais, como batata e brócolis. Além disso, o derretimento do gelo no Ártico vai permitir a exploração de reservas de petróleo e abrir novas rotas de navegação. O que se vê nas fotos de James Balog é um mundo em transformação. (Adaptado de Carolina Melo. Veja, 7 de novembro de 2012, p. 121-122) 09. (FCC) Percebe-se claramente no texto a) a necessidade do desenvolvimento da agropecuária em uma região carente de recursos, submetida a condições de tem- peratura excessivamente baixa� b) a ocorrência de fenômenos naturais que confirmam plenamente as análises de cien- tistas sobre as consequências da presença do homem em algumas regiões da Terra� c) a importância das imagens obtidas por satélites, que permitem observação mais eficaz de fenômenos naturais ocorridos em regiões distantes, muitas vezes inacessíveis� d) o papel fundamental dos relatórios feitos com base em estudos científicos, que propõem medidas de contenção do der- retimento de geleiras em todo o mundo� e) o emprego de recursos auxiliares, como o oferecido pela fotografia, nos estudos voltados para a preservação das belezas naturais existentes no mundo todo� 10. (FCC) O último parágrafo do texto expressa a) as previsões alarmistas que, ao conside- rarem os dados resultantes das pesquisas sobre o aquecimento global, vêm confir- mar os riscos de destruição do planeta� b) a possibilidade de destruição total de uma vasta região do planeta, pondo em risco a sobrevivência humana, por escassez de água e de alimentos� c) as conclusões dos cientistas a respeito das evidências do atual aquecimento mais rápido do planeta, fenômeno que preju- dica a agricultura nas regiões polares� d) um posicionamento otimista quanto às consequências de um fenômeno que, em princípio, é visto como catastrófico para o futuro do planeta� e) uma opinião pouco favorável à explora- ção econômica, ainda inicial, de uma das regiões mais frias do planeta, coberta por geleiras� 21 LÍ N G U A P O RT U G U ES A 01 E 06 D 02 D 07 D 03 C 08 C 04 A 09 C 05 D 10 D GABARITO ANOTAÇÕES 78 RE D A Çà O 1. Redação para Concursos Públicos Os editais de concurso público disponibilizam o conteúdo programático das matérias que serão cobradas nas provas, mas nem sempre deixam ex- plícito como se preparar para a prova discursiva, ou prova de redação – que, na grande maioria dos con- cursos, é uma etapa eliminatória. Portanto, é necessário preparar-se com bastante antecedência, para que possa haver melhoras grada- tivas durante o processo de produção de um texto. Posturas em Relação à Redação Antes de começar a desenvolver a prática de es- crita, é preciso que ter algumas posturas em relação ao processo de composição de um texto. Em posse dessas posturas, percebe-se que escrever não é tão complexo se você estiver orientado e fizer da escrita um ato constante. Leitura Apenas a leitura não garante uma boa escrita. En- tão, deve-se associar a leitura constante com a escrita constante, pois uma prática complementaa outra. E o que ler? Direcione sua prática de leitura da seguinte forma: fique atento às ATUALIDADES, que é um conteúdo geralmente previsto na prova de conhecimentos ge- rais. Ademais, conheça a instituição e o cargo a que você pretende candidatar-se, como as FUNÇÕES e RESPONSABILIDADES exigidas, as quais estão pre- vistas no edital de abertura de um concurso. E, tam- bém, tenha uma visão crítica sobre os conhecimentos específicos, porque a tendência dos concursos é rela- cionar um tema ao contexto de trabalho. Considere que, nas provas de redação, também po- dem ser abordados temas sobre algum assunto desa- fiante para o cargo ao qual o candidato está concorren- do. Uma dica é estar atento às informações veiculadas sobre o órgão público no qual pretende ingressar. Produção do Texto A produção de um texto não depende de talento ou de um dom. No processo de elaboração de um texto, pode-se dizer que um por cento (1%) é inspi- ração e noventa e nove por cento (99%) é trabalho. Escrever um excelente texto é um processo que exige esforço, planejamento e organização. Escrita O ato de escrever é sempre desta maneira: basta começar. Escrever para ser avaliado por um corretor é colocar pensamentos organizados e articulados, num papel, a partir de um posicionamento sobre um tema estabelecido na proposta de redação. Tema O seu texto deve estar cem por cento (100%) ade- quado à proposta exigida na prova, ou seja, você não pode escrever o que quer, mas o que a proposta de- termina. Desse modo, antes de começar a escrever, é necessário entender o TEMA da prova. O tema é o assunto proposto que deve ser desenvol- vido. Portanto, cabe a você entendê-lo, problematizá- -lo e delimitá-lo, com base no comando da proposta. Objetividade Seu texto deve ser objetivo, isto é, o enfoque do assunto deve ser direto, sem rodeios. Além disso, as bancas dão preferência a uma linguagem simples e objetiva. E não confunda linguagem simples com co- loquialismos, pois é necessário sempre manter a sua escrita baseada na norma padrão da língua portuguesa. Além disso, é fundamental o candidato colocar- se na posição do leitor. É um momento de estranha- mento do próprio texto para indagar-se: o que es- crevi é interessante e de fácil entendimento? Apresentação do Texto Para que se consiga escrever um bom texto, é preciso aliar duas posturas: ter o hábito da leitura e praticar a escrita de textos. Além disso, é importante conhecer as propostas das bancas e saber quais são os critérios de correção previstos em edital. Letra - Legibilidade Escreva sempre com letra legível. Pode ser letra cursiva ou de imprensa. Tenha atenção para o espa- çamento entre as letras/palavras e para a distinção entre maiúsculas e minúsculas. Respeito às Margens As margens (tanto esquerda quanto direita) exis- tem para serem respeitadas, portanto, não as ultra- passe no momento em que escreve a versão definiti- va. Tampouco deixe “buracos” entre as palavras. Indicação de Parágrafos É preciso deixar um espaço antes de iniciar um parágrafo (mais ou menos dois centímetros). Título Colocar título na redação vale mais pontos? Se o título for solicitado, ele será obrigatório. Caso não seja colocado na redação, haverá alguma 79 RE D A Çà O perda, mas não muito. Os editais, em geral, não in- formam pontuações exatas. No caso de o título não ser solicitado, ele se torna facultativo. Logo, se o candidato decidir inseri-lo, ele fará parte do texto, sendo analisado como tal, mas não terá um valor ex- tra por isso. O título era obrigatório, e não o coloquei��� E agora? Quando há a obrigatoriedade, a ausência do título não anula a questão, a menos que haja essa orientação nas instruções dadas na prova. Não há um desconto considerável em relação ao esqueci- mento do título, porque a maior pontuação, em uma redação para concurso, está relacionada ao conteúdo do texto. É preciso pular linha após o título? Em caso de obrigatoriedade do título, procure não pular linha entre o título e o início do texto, por- que essa linha em branco não é contada durante a correção. Quando se deve escrever o título? O título é a síntese de sua redação, portanto, pre- fira escrevê-lo ao término da redação. Erros na Versão Final Quando você está escrevendo e, por distração, erra uma palavra, você deve passar um traço sobre a palavra e escrevê-la corretamente logo em seguida: exeção exceção FIQUE LIGADO Não rasure seu texto. Não escreva a palavra entre parênteses, mesmo se estiver riscada: (exeção) (exeção). Não use a expressão “digo”. Translineação Quando não dá para escrever uma palavra com- pleta ao final da linha, deve-se escrever até o limite, sem ultrapassar a margem direita da linha, e o sinal de separação será sempre o hífen. Sempre respeite as regras de separação silábica. Nunca uma palavra será separada de maneira a des- respeitar as sílabas: tran- sformação Caso a próxima sílaba não caiba no final da linha, embora ainda haja um espaço, deixe-a e continue na próxima linha. trans- formação FIQUE LIGADO Em relação ao posicionamento do hífen de separa- ção, deixe-o ao lado da sílaba. Nunca acima. Quando a palavra for escrita com hífen e a se- paração ocorrer justo nesse espaço, você deve usar duas marcações. Por exemplo: entende-se entende- -se Se a palavra não tiver hífen em sua estrutura, use apenas uma marcação: apresen- tação Impessoalidade O texto dissertativo (expositivo-argumentativo) é impessoal. Portanto, pode-se escrever com verbos em: - 3ª pessoa: A qualidade no atendimento precisa ser prioridade. Percebe-se que a qualidade no atendimento é es- sencial. Notam-se várias mudanças no setor público. - 1ª pessoa do plural: Observamos muitas mudanças e melhorias no serviço público. FIQUE LIGADO NÃO escreva na 1ª pessoa do singular: Observo mu- danças significativas. Adequação Vocabular Adequação vocabular diz respeito ao desempe- nho linguístico de acordo com o nível de conheci- mento exigido para o cargo/área/especialidade, e a adequação do nível de linguagem adotado à produ- ção proposta. Portanto, devem-se escolher palavras adequadas, evitando-se o uso de jargões, chavões, termos muito técnicos que possam dificultar a compreensão. 80 RE D A Çà O Domínio da Norma Padrão da Língua Deve-se ficar atento aos aspectos gramaticais, principalmente: Estrutura sintática de orações e períodos Elementos coesivos Concordância verbal e nominal Pontuação Regência verbal e nominal Emprego de pronomes Flexão verbal e nominal Uso de tempos e modos verbais Grafia Acentuação Repetição Prejudica a coesão textual, e ocorre quando se usa muitas vezes a mesma palavra ou ideia, as quais pode- riam ser substituídas por sinônimos e conectivos. Informações Óbvias Explicações que não precisam ser mencionadas, pois já se explicam por si próprias. Generalização É percebida quando se atribui um conceito que é específico de uma forma generalizada. Os menores infratores saem dos centros de res- socialização e retornam ao o do crime. (isso ocorre com todos?) É preciso que o governo tome medidas urgentes para resolver esse problema. (que medidas?) Gerúndio É muito comum usarmos o gerúndio na fala, mas não se usa com tanta recorrência na escrita. O Texto Dissertativo Dissertar é escrever sobre algum assunto e pres- supõe ou defender uma ideia, analisá-la criticamen- te, discuti-la, opinar, ou apenas esclarecer conceitos, dar explicações, apresentar dados sobre um assunto, tudo de maneira organizada, quer dizer, com início, meio e fim bem claros e objetivos. A dissertação pode ser classificada quanto à ma- neira como o assunto é abordado: I - EXPOSITIVA: são expostos fatos (de conhe- cimento e domínio público, divulgados em diversos meios de comunicação), mas não é apresentada uma discussão, um ponto de vista. FIQUE LIGADO A dissertação expositiva também é usada quando a proposta exige um texto técnico. Este tipo de texto po- de ter duas abordagens:Estudo de Caso (em que é feito um parecer a partir de sua situação hipotética) e Questão Teórica (em que é preciso apresentar conceitos, normas, regras, diretrizes de um determinado conteúdo). II - ARGUMENTATIVA: há a exposição de pon- tos de vista pessoais, com juízos de valor sobre um fato ou assunto. E qual a melhor maneira de abordar um assunto numa prova de redação para concursos públicos? Para que seu texto seja MUITO BEM avaliado, o ideal é conseguir chegar a uma forma mista de abor- dagem, ou seja, escrever um texto dissertativo em que você expõe um assunto e, ao mesmo tempo, dá sua opinião sobre ele. Desse modo, os fatos que são conhecidos (domínio público) podem se transfor- mar em exemplificação atualizada, a qual pode ser relacionada à sua argumentação de forma contex- tualiza e crítica. Aspectos Gerais da Produção de Textos Em face da limitação de espaço, é muito difí- cil apresentar muitos enfoques relativos ao tema. Por essa razão, dependendo do limite em relação à quantidade de linhas, a dissertação deve conter de 4 a 5 parágrafos, sendo UM para Introdução, DOIS a TRÊS para Desenvolvimento e UM para Conclusão. Além disso, cada parágrafo deve possuir, no mí- nimo, dois períodos. Cuidado com as frases frag- mentadas, ambiguidades e os erros de paralelismo. Procure elaborar uma introdução que contenha, de maneira clara e direta, o tema, o primeiro enfo- que, o segundo enfoque, etc. E mantenha sempre o caráter dissertativo. Por isso, no desenvolvimento, dê um parágrafo para cada enfoque selecionado, e empregue os articuladores adequados. Por fim, fun- damente sempre suas ideias. FIQUE LIGADO Nunca use frases feitas, chavões. Não repita palavras ou expressões. Use sinônimos. Jamais converse com o leitor: nunca use você ou tu. Não empregue verbos no imperativo. 81 RE D A Çà O Quanto aos exemplos, procure selecionar aque- les que sejam de domínio público, os que tenham saído na mídia: jornais, revistas, TV. E nunca analise temas por meio de emoções exageradas – especial- mente política, futebol, religião, etc. Estrutura de um Texto Dissertativo Para escrever uma dissertação, é preciso que haja uma organização do texto a fim de que se obtenha um texto claro e bem articulado: I- INTRODUÇÃO: consiste na apresentação do assunto a fim de deixar claro qual é o recorte temáti- co e qual a ideia que será defendida e/ou esclarecida, ou seja, a TESE. II- DESENVOLVIMENTO: é a parte em que são elaborados os parágrafos argumentativos e/ou infor- mativos, nos quais você explica a sua TESE. É o mo- mento mais importante do texto, por isso, É NECES- SÁRIO que a TESE seja explicada, justificada, e isso pode ser feito por meio de exemplos e explicações. III- CONCLUSÃO: esta parte do texto não traz informações novas, muito menos argumentos, por- que consiste no fechamento das ideias apresentadas, ou seja, é feita uma reafirmação da TESE. Depen- dendo do comando da proposta de redação e do te- ma, pode ser apresentada uma hipótese de solução de um problema apresentado na TESE. TESE Introdução - Assunto - Recorte temático - TESE Desenvolvimento - Tópico/TESE + justificativa Conclusão - Retomada da introdução - Reafirmação da TESE Introdução É o primeiro parágrafo e serve de apresentação da dissertação, por essa razão deve estar muito bem elaborada, ser breve e apresentar apenas informa- ções sucintas. Deve apenas apresentar o TEMA e os ENFOQUES e ter em torno de cinco linhas. Desenvolvimento É a redação propriamente dita. Deve ser consti- tuído de dois a três parágrafos (a depender do tema da proposta), um para cada enfoque apresentado na Introdução. É a parte da redação em que argu- mentos são apresentados para explicitar, em um pa- rágrafo distinto, cada um dos enfoques. Cada pará- grafo deve ter de 5 a 8 linhas. Pode-se desenvolver os argumentos por meio de relações que devem ser usadas para deixar seu texto coeso e coerente. Conectores As relações comentadas acima são estabelecidas com CONECTORES: Prioridade, relevância: em primeiro lugar, antes de mais nada, antes de tudo, em princípio, primeira- mente, acima de tudo, principalmente, primordial- mente, sobretudo. Tempo: atualmente, hoje, frequentemente, constantemente às vezes, eventualmente, por ve- zes, ocasionalmente, sempre, raramente, não raro, ao mesmo tempo, simultaneamente, nesse ínterim, enquanto, quando, antes que, depois que, logo que, sempre que, assim que, desde que, todas as vezes que, cada vez que, então, enfim, logo, logo depois, imediatamente, logo após, a princípio, no momento em que, pouco antes, pouco depois, anteriormente, posteriormente, em seguida, afinal, por fim, final- mente, agora. Semelhança, comparação, conformidade: de acordo com, segundo, conforme, sob o mesmo ponto de vista, tal qual, tanto quanto, como, assim como, como se, bem como, igualmente, da mesma forma, assim também, do mesmo modo, semelhan- temente, analogamente, por analogia, de maneira idêntica, de conformidade com. Condição, hipótese: se, caso, eventualmente. Adição, continuação: além disso, demais, ade- mais, outrossim, ainda mais, por outro lado, tam- bém, e, nem, não só ... mas também, não só... como também, não apenas ... como também, não só ... bem como, com, ou (quando não for excludente). Dúvida: talvez, provavelmente, possivelmente, quiçá, quem sabe, é provável, não é certo, se é que. Certeza, ênfase: certamente, decerto, por certo, inquestionavelmente, sem dúvida, inegavelmente, com toda a certeza. Ilustração, esclarecimento: por exemplo, só para ilustrar, só para exemplificar, isto é, quer dizer, em outras palavras, ou por outra, a saber, ou seja, aliás. Propósito, intenção, finalidade: com o fim de, a fim de, com o propósito de, com a finalidade de, com o intuito de, para que, a fim de que, para. Resumo, recapitulação, conclusão: em suma, em síntese, em conclusão, enfim, em resumo, por- tanto, assim, dessa forma, dessa maneira, desse mo- do, logo, dessa forma, dessa maneira, assim sendo. Explicação: por consequência, por conseguinte, como resultado, por isso, por causa de, em virtude de, assim, de fato, com efeito, tão (tanto, tamanho)... que, porque, porquanto, pois, já que, uma vez que, visto que, como (= porque), portanto, logo, que (= porque), de tal sorte que, de tal forma que, haja vista. 82 RE D A Çà O Contraste, oposição, restrição: pelo contrá- rio, em contraste com, salvo, exceto, menos, mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto, embora, apesar de, apesar de que, ainda que, mesmo que, posto que, conquanto, se bem que, por mais que, por menos que, só que, ao passo que, por outro la- do, em contrapartida, ao contrário do que se pensa, em compensação. Contraposição: É possível que... no entanto... É certo que... entretanto... É provável que ... porém... Organização de ideias: Em primeiro lugar ..., em segundo ..., por último ...; por um lado ..., por outro ...; primeiramente, ...,em seguida, ..., finalmente, .... Enumeração: É preciso considerar que ...; Tam- bém não devemos esquecer que ...; Não podemos deixar de lembrar que... Reafirmação/Retomada: Compreende-se, en- tão, que ... É bom acrescentar ainda que ... É interessante reiterar ... Conclusão É o último parágrafo. Deve ser breve, contendo em torno de cinco linhas. Na conclusão, deve-se re- tomar o tema e fazer o fechamento das ideias apre- sentadas em todo o texto e não somente em relação às ideias contidas no último parágrafo do desenvol- vimento. Pode-se concluir: - Fazendo uma síntese das ideias expostas. - Esclarecendo um posicionamento e/ou ques- tionamento, desde que coerente, com o desenvolvi- mento. - Estabelecendo uma dedução ou demonstrando uma consequência dos argumentos expostos. - Levantando uma hipótese ou uma sugestão coerente com as afirmações feitas durante o texto. - Apresentando possíveis soluções para os pro- blemas expostos no desenvolvimento, buscando prováveis resultados. Conectores Pode-se iniciar oparágrafo da conclusão com: Assim; Assim sendo; Portanto; Mediante os fa- tos expostos; Dessa forma; Diante do que foi dito; Resumindo; Em suma; Em vista disso, pode-se con- cluir que; Finalmente; Nesse sentido; Com esses da- dos, conclui-se que; Considerando as informações apresentadas, entende-se que; A partir do que foi discutido. Critérios de Correção da Redação para Concursos Públicos Conteúdo Neste critério, observa-se se há apresentação marcada do recorte temático, o qual deve nortear o desenvolvimento do texto; se o recorte está contex- tualizado no texto, por exemplo: quando a proposta propuser uma situação hipotética, ela deve estar di- luída em seu texto. Lembre-se: a proposta não faz parte de seu texto, ou seja, sua produção não pode depender da pro- posta para ter sentido claro e objetivo. FIQUE LIGADO O único gênero textual que permite a referência ao texto motivador, bem como a cópia de alguns trechos, é o estudo de caso, pois é preciso fazer uma análise em relação a uma situação hipotética. Em outras palavras: se há algum texto ou uma coletânea de textos, eles têm caráter apenas motiva- dor. Portanto, não faça cópias de trechos dos textos, tampouco pense que o tema da redação é o assunto desses textos. É preciso verificar o recorte temático, o qual fica evidente no corpo da proposta. Gênero Neste critério, verifica-se se a produção textual está adequada à modalidade redacional, ou seja, se o texto expressa o domínio da linguagem do gênero: narrar, relatar, argumentar, expor, descrever ações, etc. Os concursos públicos, quase em sua totalidade, têm como gênero textual a dissertação argumentati- va ou o texto expositivo-argumentativo. Desse mo- do, a banca avalia a objetividade e o posicionamento frente ao tema, a articulação dos argumentos, a con- sistência e a coerência da argumentação. Isso significa que há uma valorização quanto do conteúdo do texto: a opinião, a justificativa dessa opi- nião e a seletividade de informações sobre o tema. Coerência Neste critério, avalia-se se há atendimento total do comando, com informações novas que eviden- ciam conhecimento de mundo e que atestam ex- celente articulação entre os aspectos exigidos pela proposta, o recorte temático e o gênero textual re- quisitado. Ou seja, é preciso trazer informações ao texto que não estão disponíveis na proposta. Além disso, é essencial garantir a progressão textual, quer dizer, seu texto precisa ter uma evolução e não pode trazer a mesma informação em todos os parágrafos. 83 RE D A Çà O Coesão e Gramática Neste critério, percebe-se se há erros gramaticais; se os períodos estão bem organizados e articulados, com uso de vocabulário e conectivos adequados; e se os parágrafos estão divididos de modo consciente, a fim de garantir a progressão textual. Critérios de Correção da Bancas Cada Banca Examinadora delimita, na publi- cação do edital de abertura de um concurso, que critérios serão utilizados para corrigir as redações. Por isso, é essencial que se conheça quais são esses critérios e como cada Banca os organiza. A seguir, são apresentados critérios de algumas Bancas. Você perceberá que são predominantemente os mesmos itens; o que muda é a nota atribuída para cada um e como a proposta é organizada. Banca Cespe Aspectos Macroestruturais 1. Apresentação (legibilidade, respeito às mar- gens e indicação de parágrafos) e estrutura textual (organização das ideais em texto estruturado). 2. Desenvolvimento do tema Tópicos da proposta Aspectos Microestruturais Ortografia Morfossintaxe Propriedade vocabular FIQUE LIGADO Quando forem apresentados tópicos, deve-se escre- ver 1 parágrafo para cada tópico. Banca FCC O candidato deverá desenvolver texto disser- tativo a partir de proposta única, sobre assunto de interesse geral. Considerando que o texto é único, os itens discriminados a seguir serão avaliados em estreita correlação: Conteúdo – até 40 (quarenta) pontos: ˃ perspectiva adotada no tratamento do tema; ˃ capacidade de análise e senso crítico em relação ao tema proposto; ˃ consistência dos argumentos, clareza e coe- rência no seu encadeamento� Obs.: A nota será prejudicada, proporcional- mente, caso ocorra abordagem tangencial, parcial ou diluída em meio a divagações e/ou colagem de textos e de questões apresentados na prova. Estrutura – até 30 (trinta) pontos: ˃ respeito ao gênero solicitado; ˃ progressão textual e encadeamento de ideias; ˃ articulação de frases e parágrafos (coesão textual)� Expressão – até 30 (trinta) pontos: A avaliação da expressão não será feita de modo estanque ou mecânico, mas sim de acordo com sua estreita correlação com o conteúdo desenvolvido. A avaliação será feita considerando-se: ˃ desempenho linguístico de acordo com o nível de conhecimento exigido para o cargo/área/especialidade; ˃ adequação do nível de linguagem adotado à produção proposta e coerência no uso; ˃ domínio da norma culta formal, com atenção aos seguintes itens: estrutura sin- tática de orações e períodos, elementos coesivos; concordância verbal e nominal; pontuação; regência verbal e nominal; emprego de pronomes; flexão verbal e nominal; uso de tempos e modos verbais; grafia e acentuação� Banca Cesgranrio A Redação será avaliada conforme os critérios a seguir: ˃ adequação ao tema proposto; ˃ adequação ao tipo de texto solicitado; ˃ emprego apropriado de mecanismos de coesão (referenciação, sequenciação e de- marcação das partes do texto); ˃ capacidade de selecionar, organizar e rela- cionar de forma coerente argumentos per- tinentes ao tema proposto; e ˃ pleno domínio da modalidade escrita da norma-padrão (adequação vocabular, or- tografia, morfologia, sintaxe de concordân- cia, de regência e de colocação)� Banca Esaf A avaliação da prova discursiva abrangerá: ˃ Quanto à capacidade de desenvolvimen- to do tema proposto: a compreensão, o conhecimento, o desenvolvimento e a adequação da argumentação, a conexão e a pertinência, a objetividade e a sequência lógica do pensamento, o alinhamento ao assunto abordado e a cobertura dos tópicos apresentados, valendo, no máximo, 20 (vinte) pontos para cada questão, que serão aferidos pelo examinador com base nos cri- térios a seguir indicados: 84 RE D A Çà O Conteúdo da resposta (seguem os pontos a dedu- zir para cada questão): Capacidade de argumentação (até 6 ) Sequência lógica do pensamento (até 4 ) Alinhamento ao tema (até 4 ) Cobertura dos tópicos apresentados (até 6 ) Quanto ao uso do idioma: a utilização correta do vocabulário e das normas gramaticais, valendo, no máximo, 10 (dez) pontos para cada questão, que serão aferidos pelo examinador com base nos crité- rios a seguir indicados: Tipos de erro (seguem os pontos a deduzir): Aspectos formais: Erros de forma em geral e erros de ortografia (-0,25 cada erro) Aspectos Gramaticais: Morfologia, sintaxe de emprego e colocação, sin- taxe de regência e pontuação (-0,50 cada erro) Aspectos Textuais: Sintaxe de construção (coesão prejudicada); con- cordância; clareza; concisão; unidade temática/es- tilo; coerência; propriedade vocabular; paralelismo semântico e sintático; paragrafação (-0,75 cada erro) Cada linha excedente ao máximo exigido (-0,40) Cada linha não escrita, considerando o mínimo exigido (-0,80). Propostas de Redação Proposta 01 As vendas de automóveis de passeio e de veículos comerciais leves alcançaram 340 706 unidades em junho de 2012, alta de 18,75%, em relação a junho de 2011, e de 24,18%, em relação a maio de 2012, segundo informou, nesta terça-feira, a Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Segundo a entidade, este é o melhor mês de junho da história do setor automobilístico. Disponível em: <http://br.financas.yahoo.com>. Acesso em: 3 jul. 2012 (adaptado). Na capital paulista, o trânsito lento se estendeu por 295 km às 19 h e superou a marca de 293 km, registrada nodia 10 de junho de 2009. Na cidade de São Paulo, registrou-se, na tarde desta sexta-feira, o maior congestionamento da história, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Às 19 h, eram 295 km de trânsito lento nas vias monitora- das pela empresa. O índice superou o registrado no dia 10 de junho de 2009, quando a CET anotou, às 19 h, 293 km de congestionamento. Disponível em: <http://noticias.terra.com.br>. Acesso em: 03 jul. 2012 (adaptado). O governo brasileiro, diante da crise econômica mundial, decidiu estimular a venda de automóveis e, para tal, reduziu o imposto sobre produtos indus- trializados (IPI). Há, no entanto, paralelamente a essa decisão, a preocupação constante com o desen- volvimento sustentável, por meio do qual se busca a promoção de crescimento econômico capaz de in- corporar as dimensões socioambientais. Considerando que os textos acima têm caráter unicamente motivador, redija um texto dissertati- vo sobre sistema de transporte urbano sustentável, contemplando os seguintes aspectos: ˃ Conceito de desenvolvimento sustentável; (valor: 3,0 pontos) ˃ Conflito entre o estímulo à compra de veículos automotores e a promoção da sus- tentabilidade; (valor: 4,0 pontos) ˃ Ações de fomento ao transporte urbano sustentável no Brasil� (valor: 3,0 pontos) Proposta 02 I Venham de onde venham, imigrantes, emigran- tes e refugiados, cada vez mais unidos em redes so- ciais, estão aumentando sua capacidade de incidên- cia política sobre uma reivindicação fundamental: serem tratados como cidadãos, em vez de apenas como mão de obra (barata ou de elite). (Adaptado de: http://observatoriodadiversidade.org.br) II A intensificação dos fluxos migratórios interna- cionais das últimas décadas provocou o aumento do número de países orientados a regulamentar a imi- gração. Os argumentos alegados não são novos: o medo de uma “invasão migratória”, os riscos de de- semprego para os trabalhadores autóctones, a perda da identidade nacional. III Ainda não existe uma legislação internacional sóli- da sobre as migrações internacionais. Assim, enquan- to que os direitos relativos ao investimento estran- geiro foram se reforçando cada vez mais nas regras estabelecidas para a economia global, pouca atenção vem sendo dada aos direitos dos trabalhadores. (II e III adaptados de: http://www.migrante.org.br) Considerando o que se afirma em I, II e III, de- senvolva um texto dissertativo-argumentativo, po- sicionando-se a respeito do seguinte tema: Mobilidade Humana e Cidadania na atualidade. 109 RA CI O CÍ N IO L Ó G IC O -M A TE M Á TI CO 1. Conjuntos Numéricos Os números surgiram da necessidade de contar ou quantificar coisas ou objetos. Com o passar do tempo, foram adquirindo características próprias. Números Naturais É o primeiro dos conjuntos numéricos. Repre- sentado pelo símbolo . É formado pelos seguintes elementos: = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, ... + ∞} FIQUE LIGADO O símbolo ∞ significa infinito, o + quer dizer positi- vo, então +∞ quer dizer infinito positivo. Números Inteiros Esse conjunto surgiu da necessidade de alguns cálculos não possuírem resultados, pois esses resul- tados eram negativos. Representado pelo símbolo , é formado pelos seguintes elementos: = {- ∞, ..., -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, ..., + ∞} Operações e Propriedades dos Números Naturais e Inteiros As principais operações com os números naturais e inteiros são: adição, subtração, multiplicação, divi- são, potenciação e radiciação (as quatro primeiras são também chamadas operações fundamentais). Adição Na adição, a soma dos termos ou parcelas resulta naquilo que se chama total. Ex�: 2 + 2 = 4 As propriedades da adição são: Elemento Neutro: qualquer número somado ao zero tem como total o próprio número. Ex�: 2 + 0 = 2 Comutativa: a ordem dos termos não altera o total. Ex�: 2 + 3 = 3 + 2 = 5 Associativa: o ajuntamento de parcelas não alte- ra o total. Ex�: 2 + 0 = 2 Subtração Operação contrária à adição, também conhecida como diferença. Os termos ou parcelas da subtração, assim como o total, têm nomes próprios: M – N = P; em que M = minuendo, N = subtraen- do e P = diferença ou resto. Ex�: 7 – 2 = 5 Quando o subtraendo for maior que o minuen- do, a diferença será negativa. Multiplicação Nada mais é do que a soma de uma quantidade de parcelas fixas. Ao resultado da multiplicação cha- ma-se produto. Os símbolos que indicam a multipli- cação são o “x” (sinal de vezes) ou o “�” (ponto). Ex�: 4 x 7 = 7 + 7 + 7 + 7 = 28 7 . 4 = 4 + 4 + 4 + 4 + 4 + 4 + 4 = 28 As propriedades da multiplicação são: Elemento Neutro: qualquer número multiplica- do por 1 terá como produto o próprio número. Ex�: 5 . 1 = 5 Comutativa: ordem dos fatores não altera o produto. Ex�: 3 . 4 = 4 . 3 = 12 Associativa: o ajuntamento dos fatores não alte- ra o resultado. Ex�: 2 . (3 . 4) = (2 . 3) . 4 = 24 Distributiva: um fator em evidência multiplica todas as parcelas dentro dos parênteses. Ex�: 2 . (3 + 4) = (2 . 3) + (2 . 4) = 6 + 8 = 14 FIQUE LIGADO Na multiplicação existe “jogo de sinais”, que fica assim: Parcela Parcela Produto + + + + - - - + - - - + Ex�: 2 . -3 = -6 -3 . -7 = 21 110 RA CI O CÍ N IO L Ó G IC O -M A TE M Á TI CO Divisão É o inverso da multiplicação. Os sinais que a re- presentam são: “÷”, “:”, “/” ou a fração. Ex�: 14 ÷ 7 = 2 25 : 5 = 5 36/12 = 3 FIQUE LIGADO Por ser o inverso da multiplicação, a divisão tam- bém possui o “jogo de sinal”. Números Racionais Com o passar do tempo alguns cálculos não pos- suíam resultados inteiros, a partir daí surgiram os números racionais, que são representados pela letra e são os números que podem ser escritos sob for- ma de frações. = (com “b” diferente de zero → b ≠ 0); em que “a” é o numerador e “b” é o denominador. Fazem parte desse conjunto também as dízimas periódicas (números que apresentam uma série infinita de algarismos decimais, após a vírgula) e os números decimais (aqueles que são escritos com a vírgula e cujo denominador são as potências de 10). FIQUE LIGADO Toda fração cujo numerador é menor que o deno- minador é chamada de fração própria. Operações com os Números Racionais Adição e Subtração Para somar frações deve-se estar atento se os denominadores das frações são os mesmos. Caso sejam iguais, basta repetir o denominador e somar (ou subtrair) os numeradores, porém se os denomi- nadores forem diferentes é preciso fazer o M.M.C. (assunto que será visto adiante) dos denominado- res, constituir novas frações equivalentes às frações originais e, assim, proceder com o cálculo. + = + = + = Multiplicação Para multiplicar frações basta multiplicar nume- rador com numerador e denominador com deno- minador. = Divisão Para dividir frações basta fazer uma multiplicação da primeira fração com o inverso da segunda fração. ÷ = = = (Simplificando por 2) Toda vez que for possível deve-se simplificar a fração até sua fração irredutível (aquela que não po- de mais ser simplificada). Potenciação Se a multiplicação é soma de uma quantidade de parcelas fixas, a potenciação é a multiplicação de uma quantidade de fatores fixos, tal quantidade indicada no expoente que acompanha a base da potência. A potenciação é expressa por: an, cujo “a” é a base da potência e o “n” é o expoente. Ex�: 43 = 4 . 4 . 4 = 64 As propriedades das potências são: a0 = 1 30 = 1 a1 = a 51 = 5 a-n = 1/an 2-3 = = 1/8 am � an = a(m + n) 32 � 33 = 3(2 + 3) = 35 = 243 am : an = a(m - n) 45 : 43 = 4(5 – 3) = 42 = 16 (am)n = am � n (22)4 = 22 � 4 = 28 = 256 am/n = 72/3 111 RA CI O CÍ N IO L Ó G IC O -M A TE M Á TI CO FIQUE LIGADO Não confunda: (am)n ≠ am n Não confunda também: (-a)n ≠ -an. Radiciação É a expressão da potenciação com expoente fra- cionário. A representação genérica da radiciação é: ; cujo “n” é o índice da raiz, o “a” é o radicando e “ ” é o radical. Quando o índice da raiz for o 2 ele não precisa aparecere essa raiz será uma raiz quadrada. As propriedades das “raízes” são: = = am/m = a1 = a Racionalização: se uma fração tem em seu deno- minador um radical, faz-se o seguinte: = · = = Transformando Dízima Periódica em Fração Para transformar dízimas periódicas em fração, é preciso atentar-se para algumas situações: ˃ Verifique se depois da vírgula só há a parte periódica, ou se há uma parte não periódica e uma periódica� ˃ Observe quantas são as “casas” periódicas e, caso haja, as não periódicas� Lembrado sempre que essa observação só será para os números que estão depois da vírgula� ˃ Em relação à fração, o denominador será tantos “9” quantos forem as casas do período, seguido de tantos “0” quantos forem as casas não periódicas (caso haja e depois da vírgula)� Já o numerador será o número sem a vírgula até o primeiro período “menos” toda a parte não periódi- ca (caso haja)� Ex�: 0,6666��� = 0,36363636��� = 0,123333��� = = 2,8888��� = = 3,754545454��� = = Transformando Número Decimal em Fração Para transformar número decimal em fração, basta contar quantas “casas” existem depois da vír- gula; então o denominador da fração será o núme- ro 1 acompanhado de tantos zeros quantos forem o número de “casas”, já o numerador será o número sem a “vírgula”. Ex�: 0,3 = 2,45 = 49,586 = Números Irracionais São os números que não podem ser escritos na forma de fração. O conjunto é representado pela letra e tem co- mo elementos as dízimas não periódicas e as raízes não exatas. Números Reais Simbolizado pela letra , é a união do conjunto dos números racionais com o conjunto dos números irracionais. Representado, tem-se: N Z Q R I Colocando todos os números em uma reta, tem-se: -2 -1 0 1 2 As desigualdades ocorrem em razão de os núme- ros serem maiores ou menores uns dos outros. 112 RA CI O CÍ N IO L Ó G IC O -M A TE M Á TI CO Os símbolos das desigualdades são: ≥ maior ou igual a; ≤ menor ou igual a; > maior que; ˂ menor que. Dessas desigualdades surgem os intervalos, que nada mais são do que um espaço dessa reta, entre dois números. Os intervalos podem ser abertos ou fechados, de- pende dos símbolos de desigualdade utilizados. Intervalo aberto ocorre quando os números não fa- zem parte do intervalo e os sinais de desigualdade são: ˃ maior que; ˂ menor que. Intervalo fechado ocorre quando os números fa- zem parte do intervalo e os sinais de desigualdade são: ≥ maior ou igual a; ≤ menor ou igual a. Intervalos Os intervalos numéricos podem ser representa- dos das seguintes formas: Com os Símbolos <, >, ≤, ≥ Quando forem usados os símbolos < ou >, os nú- meros que os acompanham não fazem parte do in- tervalo real. Já quando forem usados os símbolos ≤ ou ≥ os números farão parte do intervalo real. Ex�: 2 < x < 5: o 2 e o 5 não fazem parte do intervalo. 2 ≤ x < 5: o 2 faz parte do intervalo, mas o 5 não. 2 ≤ x ≤ 5: o 2 e o 5 fazem parte do intervalo. Com os Colchetes Quando os colchetes estiverem voltados para os números, significa que farão parte do intervalo. Po- rém, quando os colchetes estiverem invertidos, sig- nifica que os números não farão parte do intervalo. Ex�: ]2;5[: o 2 e o 5 não fazem parte do intervalo. [2;5[: o 2 faz parte do intervalo, mas o 5 não faz. [2;5]: o 2 e o 5 fazem parte do intervalo. Sobre uma Reta Numérica Intervalo aberto 2<x<5: 0 2 5 Em que 2 e 5 não fazem parte do intervalo nu- mérico, representado pela marcação aberta (sem preenchimento - O). Intervalo fechado e aberto 2<x<5: 0 2 5 Em que 2 faz parte do intervalo, representado pe- la marcação fechada (preenchida - ) em que 5 não faz parte do intervalo, representado pela marcação aberta (O). Intervalo fechado 2<x<5: 0 2 5 Em que 2 e 5 fazem parte do intervalo numérico, representado pela marcação fechada ( ). Múltiplos e Divisores Os múltiplos são resultados de uma multiplica- ção de dois números naturais. Ex�: Os múltiplos de 3 são: 0, 3, 6, 9, 12, 15, 18, 21, 24, 27, 30... (os múltiplos são infinitos). FIQUE LIGADO Números quadrados perfeitos são aqueles que re- sultam da multiplicação de um número por ele mesmo. Ex�: 4 = 2 . 2 Ex�: 25 = 5 . 5 Os divisores de um “número” são os números cuja divisão desse “número” por eles será exata. Ex�: Os divisores de 12 são: 1, 2, 3, 4, 6, 12. Números Primos São os números que têm apenas dois divisores, o 1 e ele mesmo (alguns autores consideram os núme- ros primos aqueles que tem 4 divisores, sendo o 1, o -1, ele mesmo e o seu oposto – simétrico). Veja alguns números primos: 2 (único primo par), 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, 29, 31, 37, 41, 43, 47, 53, 59, ... Os números primos servem para decompor ou- tros números. A decomposição de um número em fatores pri- mos serve para fazer o MMC (mínimo múltiplo co- mum) e o MDC (máximo divisor comum). MMC e MDC O MMC de um, dois ou mais números é o menor número que, ao mesmo tempo, é múltiplo de todos esses números. 113 RA CI O CÍ N IO L Ó G IC O -M A TE M Á TI CO O MDC de dois ou mais números é o maior nú- mero que pode dividir todos esses números ao mes- mo tempo. Para calcular, após decompor os números, o MMC de dois ou mais números será o produto de todos os fatores primos, comuns e não comuns, elevados aos maiores expoentes. Já o MDC será apenas os fatores comuns a todos os números ele- vados aos menores expoentes. Ex�: 6 = 2 . 3 18 = 2 . 3 . 3 = 2 . 32 35 = 5 . 7 144 = 2 . 2 . 2 . 2 . 3 . 3 = 24 . 32 225 = 3 . 3 . 5 . 5 = 32 . 52 490 = 2 . 5 . 7 . 7 = 2 . 5 . 72 640 = 2 . 2 . 2 . 2 . 2 . 2 . 2 . 5 = 27 . 5 MMC de 18 e 225 = 2 . 32 . 52 = 2 . 9 . 25 = 450 MDC de 225 e 490 = 5 Para saber a quantidade de divisores de um nú- mero basta, depois da decomposição do número, pegar os expoentes dos fatores primos, somar “+1” e multiplicar os valores obtidos. Ex�: 225 = 32 . 52 = 32+1 . 52+1 = 3 . 3 = 9 Nº de divisores = (2 + 1) . (2 + 1) = 3 . 3 = 9 diviso- res. Que são: 1, 3, 5, 9, 15, 25, 45, 75, 225. Divisibilidade As regras de divisibilidade servem para facilitar a resolução de contas, para ajudar a descobrir se um número é ou não divisível por outro. Veja algumas dessas regras. Divisibilidade por 2: para um número ser divisí- vel por 2 basta que o mesmo seja par. Ex�: 14 é divisível por 2. 17 não é divisível por 2. Divisibilidade por 3: para um número ser divi- sível por 3, a soma dos seus algarismos tem que ser divisível por 3. Ex�: 174 é divisível por 3, pois 1 + 7 + 4 = 12 188 não é divisível por 3, pois 1 + 8 + 8 = 17 Divisibilidade por 4: para um número ser divisí- vel por 4, ele tem que terminar em 00 ou os seus dois últimos números devem ser múltiplos de 4. Ex�: 300 é divisível por 4. 532 é divisível por 4. 766 não é divisível por 4. Divisibilidade por 5: para um número ser divisí- vel por 5, ele deve terminar em 0 ou em 5. Ex�: 35 é divisível por 5. 370 é divisível por 5. 548 não é divisível por 5. Divisibilidade por 6: para um número ser divisí- vel por 6, ele deve ser divisível por 2 e por 3 ao mes- mo tempo. Ex�: 78 é divisível por 6. 576 é divisível por 6. 652 não é divisível por 6. Divisibilidade por 9: para um número ser divisí- vel por 9, a soma dos seus algarismos deve ser divi- sível por 9. Ex�: 75 é não divisível por 9. 684 é divisível por 9. Divisibilidade por 10: para um número ser divi- sível por 10, basta que ele termine em 0. Ex�: 90 é divisível por 10. 364 não é divisível por 10. Expressões Numéricas Para resolver expressões numéricas, deve-se sempre seguir a ordem: ˃ Resolva os (parênteses), depois os [colche- tes], depois as {chaves}, nessa ordem; ˃ Dentre as operações resolva primeiro as potenciações e raízes (o que vier primeiro), depois as multiplicações e divisões (o que vier primeiro) e por último as somas e sub- trações (o que vier primeiro)� Calcule o valor da expressão: Ex�: 8 – {5 – [10 – (7 – 3 . 2)] ÷ 3} Resolução: 8 – {5 – [10 – (7 – 6)] ÷ 3} 8 – {5 – [10 – (1)] ÷ 3} 8 – {5 – [9] ÷ 3} 8 – {5 – 3} 8 – {2} 6 EXERCÍCIOCOMENTADO 01. (FCC) Simplificando-se a expressão (12,15 + 3/40) ÷ (102/50 – 0,0025) obtém-se um número: a) Quadrado perfeito. b) Divisível por 5. c) Múltiplo de 6. d) Primo. e) Ímpar. 114 RA CI O CÍ N IO L Ó G IC O -M A TE M Á TI CO RESPOSTA: C. 12,15 = 1.215/100 0,0025 = 25/10.000 Somando: 1.215/100 + 3/40 = 2.445/200 102/50 25/10.000 = 20.375/10.000 Então: 2.445/200 ÷ 20.375/10.000 = 2.445/200 . 10.000/20.375 = 24.450.000/4.075.000 = 6 VAMOS PRATICAR Os exercícios a seguir são referentes ao conteú- do: Conjuntos Numéricos. 01. (MB) Considere x = 10 e y = 20� Calcule o valor de (x + y)2 – 2xy� a) 900 b) 600 c) 500 d) 300 e) 200 02. O conjunto A = {-4, -3, -2, -1, 0, 1} pode ser representado por: a) {x Z | -4 < x < 1} b) {x Z | -4 < x ≤ 1} c) {x Z | -4 ≤ x ≤ 1} d) {x Z | -4 ≤ x < 1} e) {x Z | +4 < x < 1} 03. (FCC) O valor da expressão , para A = 2 e B = -1 é um número compreendido entre: a) -2 e 1� b) 1 e 4� c) 4 e 7� d) 7 e 9� e) 9 e 10� 04. (TJ-PR) Um historiador comentou em sala de aula: “Meu tataravô nasceu no século 18� O ano em que nasceu era um cubo perfeito� O ano em que morreu era um quadrado perfeito� O quanto viveu, também era um quadrado perfeito�” Quantos anos viveu o tataravô do historiador? a) 36 b) 30 c) 32 d) 34 e) 40 05. (CEFET) Os restos das divisões de 247 e 315 por x são 7 e 3, respectivamente� Os restos das divisões de 167 e 213 por y são 5 e 3, respecti- vamente� O maior valor possível para a soma x + y é: a) 36 b) 34 c) 30 d) 25 06. (FCC) Sejam x e y números naturais, e e símbolos com os seguintes significados: – x y é igual ao maior número dentre x e y, com x ≠ y; – x y é igual ao menor número dentre x e y, com x ≠ y; – se x = y, então x y = x y = x = y. De acordo com essas regras, o valor da expres- são [64 (78 64) {92 [(43 21) 21]} é: a) 92� b) 78� c) 64� d) 43� e) 21� 07. (PUC-MG) O valor exato de é: a) 3/25 b) 3/28 c) 4/34 d) 6/58 e) 7/88 08. Sejam x e y números reais dados por suas re- presentações decimais: Pode-se afirmar que: a) x + y = 1 b) x - y = 8 / 9 c) xy = 0,9 d) 1 / ( x + y ) = 0,9 e) xy = 1 115 RA CI O CÍ N IO L Ó G IC O -M A TE M Á TI CO 09. (ESPP) Sejam as afirmações: I. A soma entre dois números irracionais é sempre um número irracional� II. Toda dízima periódica pode ser escrita com uma fração de denominador e numerador inteiros. III. 7π/4 > 11/2 Pode-se dizer que: a) São corretas somente I e II� b) Todas são corretas� c) Somente uma delas é correta� d) São corretas somente II e III� 10. (FGV) Analise as afirmativas a seguir: I. é maior que � II. 0,555��� é um número racional� III. Todo número inteiro tem antecessor� Assinale: a) Se somente as afirmativas I e III estiverem corretas� b) Se somente a afirmativa II estiver correta� c) Se somente as afirmativas I e II estiverem corretas� d) Se somente a afirmativa I estiver correta� e) Se somente as afirmativas II e III estiverem corretas� 01 C 06 C 02 C 07 E 03 B 08 D 04 A 09 C 05 C 10 E GABARITO ANOTAÇÕES 148 A TU A LI D A D ES D O M ER CA D O F IN A N CE IR O 1. Dinâmica do Mercado Noções de Economia e Políticas Econômicas Com o surgimento do dinheiro, ou seja, das moedas, muitos gastaram tudo que auferiam, e ou- tros poupavam para gastos futuros. Estes dois sim- ples atos levaram a uma força de oferta e demanda por moeda, pois alguns tinham sobrando e outros faltando. Desta forma se iniciaram os processos inflacio- nários, pois o dinheiro passou a ser o bem principal, e não mais os objetos que ele poderia comprar. O dinheiro sendo o foco das negociações poderia perder ou aumentar seu valor a depender do volume em circulação, obedecendo a lei da oferta e procura. A este evento foi dado o nome de INFLAÇÃO, que nada mais é do que o aumento generalizado e persistente dos preços dos produtos de uma cesta de consumo. Para poder controlar este evento econômico, os governos precisaram quantificar e nomeá-lo. No Brasil, a inflação Oficial recebeu o nome de IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo. Índice este que ficou sob responsabilidade de cálculo do IBGE. A partir daí, quando o governo passou a saber a quantidade em números destes aumentos, pode se utilizar de várias políticas econômicas para contro- lar seus aumentos ou até mesmo diminuições. Isso mesmo, diminuições. A inflação tem um proces- so oposto chamado DEFLAÇÃO que é tão danoso quanto a Inflação. A inflação Oficial, ou IPCA, é calculada pelo IBGE do dia 01 ao dia 30 de cada mês e leva em conta uma cesta de consumo de famílias que ganham até 40 sa- lários-mínimos. Existem ainda outros institutos que calculam a inflação de forma independente, alguns por terem grande alcance, são bastante influentes nas relações econômicas. São as chamadas inflações não oficiais, e a maior delas é o IGP-M – Índice Geral de Preços de Mercado, calculado pela Fundação Getúlio Var- gas – FGV. Este IGP-M é composto por 60% do IPA (Índice de Preços por Atacado), 30% do IPC-M (Índice de Preços ao Consumidor) e 10% do INCC (Índice Na- cional do Custo da Construção). O IGP-M é calcula- do do dia 21 do mês atual ao dia 20 do mês anterior, o que acaba por aportar uma variação maior nos preços, uma vez que sai de um mês e alcança outro. A fim de manter o bem estar da população, ga- rantindo-lhes estabilidade no poder de compra da moeda nacional, o CMN estabelece metas para a in- flação Oficial que devem ser observadas e cumpri- das rigorosamente pelo Banco Central do Brasil. Esta meta é definida através de Resolução e deve ser cumprida pelo BACEN ao longo do ano. Caso o Bacen não cumpra esta meta, seu presi- dente deve enviar carta aberta ao Ministro da Fa- zenda explicando os motivos do descumprimento e o praz em que adotará políticas para estabilizar a inflação dentro da meta proposta. 6,5 6 4,5 32,5 meta TETO Até 2016 Até 2017 Meta de inflação para 2017 CMN diminui margem de tolerância EM% Tipos de Inflação A inflação pode ser dividida em dois grandes tipos: Inflação de Demanda É quando há excesso de demanda em relação à produção disponível. As chances de a inflação da demanda acontecer aumentam quando a economia produz próximo do emprego de recursos. Para a inflação de demanda ser combatida, é ne- cessário que a política econômica se baseie em ins- trumentos que provoquem a redução da procura. Inflação de Custos É associada à inflação de oferta. O nível da de- manda permanece e os custos aumentam. Com o aumento dos custos ocorre uma retração da produ- ção fazendo com que os preços de mercado também sofram aumento. As causas mais comuns da infla- ção de custos são: os aumentos salariais fazem com que o custo unitário de um bem ou serviço aumente; o aumento do custo de matéria-prima que provoca um super aumento nos custos da produção, fazendo com que o custo final do bem ou serviço aumente; e, por fim, a estrutura de mercado que algumas em- presas aumentam seus lucros acima da elevação dos custos de produção. 149 A TU A LI D A D ES D O M ER CA D O F IN A N CE IR O Os artigos abaixo de Alexandre Schwartsman defu- nem bem a influência e as causas da inflação: No que a inflação influencia? A inflação gera vários efeitos negativos, em parti- cular quando atinge patamares mais elevados. Se os preços de um produto qualquer sobem, há incentivo para famílias reduzirem o seu consumo e para fabri- cantes aumentarem sua produção, corrigindo even- tuais desequilíbrios. A inflação distorce a mensagem do sistema de pre- ços, levando a respostas ineficientes de produtores e consumidores. Afora isto, a inflação tem efeitos distri- butivos. Salários, por exemplo, são tipicamente fixados por um ano, de acordo com a inflação esperada neste pe- ríodo. Caso a inflação seja mais alta que a esperada, o salário compra menos, isto é, trabalhadores perdem. Na prática, trabalhadores sempre têm mecanismos mais fracos de proteção e sofrem perdas em momentos
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