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Aplicação da Lei Penal no Tempo

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Aplicação da Lei Penal no Tempo
DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
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APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO
A lei penal corresponde a todas as leis que dispõem sobre direito penal. Essas leis podem 
ser incriminadoras, quando incriminam a conduta de alguém, e não incriminadoras, quando 
versam sobre direito penal sem incriminar a conduta de alguém.
Além do Código Penal, existem outras leis penais, como, por exemplo:
• a Lei de Drogas (11.343);
• o Estatuto do Desarmamento (10.826);
• a Lei de Lavagem de Capital (9.613);
• a Lei dos Crimes Hediondos (8.072); e
• a Lei dos Crimes Organizados (12.850).
LEI PENAL
Classificação
• A expressão “lei penal” pode se referir à lei como um todo (ex.: Código Penal; Lei n. 
11.343) ou a uma norma penal. Ressalta-se que norma penal é um dispositivo (artigo, 
parágrafo ou inciso) presente em uma lei penal.
– Por isso que, muitas vezes, a expressão “lei penal” é tratada como sinônimo de 
“norma penal”. É possível classificar as normas penais em incriminadoras, e não 
incriminadoras.
1.	 Incriminadoras.
• São normas penais que criam crimes, fixam conduta que será criminalizada pelo direito 
penal. Elas estão presentes na Parte Especial do Código Penal.
• Exemplos:
– Art. 121 do CP: crime de homicídio.
CP. Art.	121. Matar alguém:
Pena – reclusão, de seis a vinte anos.
– Art. 33 da Lei n. 11.343/2006: crime de tráfico de drogas.
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Aplicação da Lei Penal no Tempo
DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
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Lei n. 11. 343/2006.
Art.	33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, 
oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a 
consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com 
determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e 
quinhentos) dias-multa.
2.	 Não	incriminadoras.
• Permissivas: permitem que o agente pratique um fato típico sem que este configure um 
crime. As excludentes de ilicitude, por exemplo, são normas penais não incriminado-
ras permissivas, uma vez que impedem a criminalização do fato típico praticado pelo 
agente em estado de necessidade, legítima defesa, exercício cumprimento do dever 
legal e exercício regula do direito. Além das excludentes de ilicitude genéricas, existem 
as excludentes específicas. No art. 128 do Código Penal, por exemplo, existem hipó-
teses legais que impedem a criminalização do aborto.
Art.	128. Não se pune o aborto praticado por médico:
Aborto necessário
I – se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
II – se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, 
quando incapaz, de seu representante legal. 
• Exculpantes: referem-se às excludentes de culpabilidade e de punibilidade.
Art.	26. É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto 
ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter 
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Art.	107. Extingue-se a punibilidade:
I – pela morte do agente;
II – pela anistia, graça ou indulto;
III – pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;
IV – pela prescrição, decadência ou perempção;
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DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
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V – pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada;
VI – pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;
VII – (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)
VIII – (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)
IX – pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.
• Interpretativas (explicativas):
– Um exemplo é o § 4º do art. 150 do Código Penal: visa especificar o conceito de 
“casa” do crime de violação de domicílio previsto no caput.
Art.	150. Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou 
tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências:
Pena – detenção, de um a três meses, ou multa.
§ 4º A expressão "casa" compreende:
I – qualquer compartimento habitado;
II – aposento ocupado de habitação coletiva;
III – compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade.
– Outro exemplo é o art. 327 do Código Penal: especifica o conceito de funcionário 
público para fins penais.
Art.	327. Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente 
ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
§ 1º Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade pa-
raestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a 
execução de atividade típica da Administração Pública.
§ 2º A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo 
forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da 
administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo 
poder público.
• Incompletas: são as normas penais em branco; são normas que exigem uma comple-
mentação para que haja eficácia prática.
– O art. 33 da Lei de Drogas (11.343/2006), apesar de criminalizar várias condutas 
ligadas ao tráfico de drogas, não define o conceito de droga. O art. 33 é, ao mesmo 
tempo, uma norma incriminadora e não incriminadora, uma vez que precisa de com-
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DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
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plementação constante na Portaria n. 344 da ANVISA para ter eficácia prática. 
Lei n. 11. 343/2006.
Art.	33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, 
oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a 
consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com 
determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e 
quinhentos) dias-multa.
– O Estatuto do Desarmamento (Lei n. 10.826/03) prever nos arts. 14 e 16 os crimes 
de porte irregular de arma de fogo e porte irregular de arma de fogo de uso restrito, 
respectivamente. Apesar da criação do tipo penal, a lei não definiu o conceito de 
arma de fogo e o de calibre de uso restrito, proibido e permitido. O complemento do 
Estatuto do Desarmamento está presente no Decreto n. 9.847/2019.
Lei	penal	em	branco	(cega	ou	aberta)
A norma penal em branco (cega ou aberta) é subdivida em duas espécies:
• Norma penal em branco heterogênea: complemento não está na lei.
– A Lei de Drogas e o Estatuto do Desarmamento são leis penais editadas pelo Con-
gresso Nacional que dependem de uma complementação 1 presente em atos admi-
nistrativos para terem eficácia prática. Quando o complemento é produzido por outro 
órgão administrativo ou legislativo, chamamos a norma de norma penal em branco 
heterogênea. Isso não fere o princípio da reserva legal. Afinal, é permitido que o 
complemento esteja presente em um ordenamento distinto do da lei.
• Norma penal em branco homogênea: complemento está na lei. 
– Homovitelina: a norma penal em branco e seu complemento estão na mesma lei.
- Um exemplo são os crimes praticados por funcionários públicos contra a Admi-
nistração Pública. Afinal, os crimes previstos nos arts. 312 ao 326 não têm eficá-
cia práticasem o conceito de funcionário público presente no art. 327 do Código 
Penal. Como os crimes e o complemento estão dentro do Código Penal.
1 O conceito de drogas e o de arma de fogo não está na lei.
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Aplicação da Lei Penal no Tempo
DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
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– Heterovitelina: a norma penal em branco e o seu complemento encontram-se em lei 
distintas.
- A apropriação de tesouro alheio configura o crime previsto no inciso I do pará-
grafo único do art. 169 do CP. O detalhe é que o conceito de tesouro se encontra 
no art. 1.264 do Código Civil (lei).
CP.	Art.	169. Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou 
força da natureza:
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Parágrafo	único. Na mesma pena incorre:
I – quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo ou em parte, da quota a que tem 
direito o proprietário do prédio;
(...)
CC. Art.	1.264. O depósito antigo de coisas preciosas, oculto e de cujo dono não haja memória, 
será dividido por igual entre o proprietário do prédio e o que achar o tesouro casualmente.
Lei penal	no	tempo
Regra: tempus regit actum: aplica-se a lei vigente ao tempo da conduta (ato).
A lei penal muda com o passar do tempo de acordo com as modificações legislativas. Daí 
a necessidade de se entender qual das leis será aplicada ao réu que praticou determinado 
delito. A regra da lei penal no tempo é simples: o tempo rege o ato (tempus regit actum). Aten-
ção: as bancas examinadoras cobram o termo em latim. 
De acordo com a regra aplicada, se alguém praticar um delito na data de hoje, aplica-
-se a lei vigente atualmente. O tempo em que a conduta foi praticada é regido pela lei 
vigente à época.
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Aplicação da Lei Penal no Tempo
DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
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CRMG X
Lei Vigente
Entretanto, excepcionalmente e sempre em benefício do réu, a lei posterior poderá ser 
aplicável a fatos ocorridos antes de sua entrada em vigor.
CRMG X Dia do
julgamento
Lei Vigente Nova Lei
• O crime X será regido com base na lei vigente à época da sua prática. Porém, no 
momento do julgamento do agente, estava em vigor uma nova lei. Para aplicar a norma 
vigente à época do julgamento, é preciso analisar se a norma é benéfica (novatio legis 
in mellius) ou maléfica (novatio legis in pejus) em relação ao réu, pois, caso beneficie o 
réu de alguma maneira, a nova norma será aplicada. Sendo assim, a regra do tempus 
regit actum cede espaço para a exceção da retroatividade benéfica. 
AMEAÇA
REVOGA
AMEAÇA → Pena Det.
1 a 6 meses ou multa
BENÉFICA → Novatio Letis In Merlius
AMEAÇA → Pena Det.
1 a 3 meses ou multa
VIGOR Dia do
julgamento
Lei Vigente X Nova Lei Y
• Imagine que um crime de ameaça tenha sido praticado sob a vigência da Lei X que 
estipulava uma pena de detenção de 1 a 6 meses e multa. Posteriormente, a Lei Y 
entra em vigor alterando a pena do crime de ameaça para detenção 1 a 3 meses ou 
multa. A partir disso, a Lei Y passa a ser aplicada aos fatos ocorridos após a sua vigên-
cia bem como aos fatos anteriores à sua vigência, já que é benéfica aos réus e acu-
sados – é uma novatio legis in mellius. Desse modo, no dia do julgamento, o agente 
será julgado de acordo com a Lei Y, por ser mais benéfica. Lembre-se de que, se a 
norma for mais benéfica ao réu, ela deve retroagir, fazendo decair a regra do tempus 
regit actum.
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Aplicação da Lei Penal no Tempo
DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
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AMEAÇA
REVOGA
AMEAÇA → Pena Det.
1 a 6 meses ou multa
PREJUDICIAL → Novatio Letis In Merlius
AMEAÇA → Pena Det.
6 a 12 meses ou multa
VIGOR Dia do
julgamento
Lei Vigente X Nova Lei W
• Suponha que a Lei W altere a pena de detenção do crime de ameaça, aumentando-
-a de 6 a 12 meses. Por ser prejudicial, a nova Lei Y não poderá retroagir para atingir 
os fatos anteriores à sua vigência. Afinal, somente as normas penais benéficas ao réu 
podem retroagir; as normas penais gravosas somente se aplicam aos fatos ocorridos 
da sua entrada em vigor para frente. Portanto, como as normas penais gravosas são 
irretroativas, a Lei X, embora tenha sido revogada, continuará sendo aplicada aos 
fatos ocorridos durante a sua vigência.
Retroatividade da lei penal benéfica (abolitio criminis e novatio legis in mellius):
Art.	5º	[…]
XL – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.
30m
���������������������������������������������������������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula 
preparada e ministrada pelo professor Érico de Barros Palazzo. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo 
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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Aplicação da Lei Penal no Tempo II
DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
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APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO II
LEI PENAL NO TEMPO
Pelo princípio da retroatividade da lei penal benéfica, a lei que favorecer de qualquer 
modo o agente retroagirá, alcançando fatos ocorridos antes mesmo de sua entrada em vigor.
Por outro lado, nos casos de novatio legis in pejus, em que a nova lei é mais gravosa a 
situação do réu, essa não retroagirá para aplicar-se a fatos anteriores a sua vigência. Ela 
somente incidirá sobre fatos ocorridos a partir de sua entrada em vigor.
Em Direito Penal, a regra quanto a aplicação da lei penal no tempo é tempus regit actum 
(Tempo rege o ato), ou seja, aplicação da lei penal vigente à época dos fatos. Contudo, 
excepcionalmente, e somente em benefício do réu, a lei posterior poderá ser aplicada a fatos 
ocorridos antes da sua entrada em vigor.
O princípio da retroatividade da lei penal benéfica possui fundamento constitucional: 
Artigo 5º, XL, da Constituição Federal.
XL – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
A retroatividade da lei penal benéfica por decorrer de duas circunstâncias:
• Abolitio criminis: ocorre quando o crime deixa de existir, por meio de revogação do 
dispositivo legal;
• Novatio legis in mellius: consiste em uma nova lei penal que, de qualquer forma, é 
mais benéfica ao réu.
Exemplo de novatio legis in mellius
O Código Penal, em seu artigo 147, prevê, para o crime de ameaça, pena de detenção, 
de 1 a 6 meses. Imagine que é editada uma nova lei que impõe ao crime de ameaça pena de 
detenção de 1 a 3 meses. Neste caso, como a nova lei é mais benéfica ao réu, por prever um 
período de detenção menor, ela será aplicada retroativamente.
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Aplicação da Lei Penal no Tempo II
DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
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Exemplo abolitio criminis
O Código Penal, em seu artigo 147, prevê o crime de ameaça. Contudo, o legislador edita 
uma nova lei, e revoga este dispositivo penal, extinguindo o crime de ameaça. Nesta situa-
ção, a nova lei é mais benéfica, por deixar de tipificar uma determinada conduta e, portanto, 
haverá sua aplicação retroativa.
1. (CESPE/2012/PC-AL/ESCRIVÃO DE POLÍCIA) A lei penal pode retroagir para benefi-
ciar ou prejudicar o réu.
Admite-se a retroatividade da lei penal, porém, somente quando ela beneficiar o réu. Não 
se admite a retroatividade da lei penal para prejudicar o réu.
2. (CESPE/2018/POLÍCIA FEDERAL/AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL) Depois de adqui-
rir um revólver calibre 38, que sabia ser produto de crime, José passou a portá-lo mu-
niciado, sem autorização e em desacordocom determinação legal. O comportamento 
suspeito de José levou-o a ser abordado em operação policial de rotina. Sem a autori-
zação de porte de arma de fogo, José foi conduzido à delegacia, onde foi instaurado in-
quérito policial. Tendo como referencia essa situação hipotética, julgue o item seguinte.
Se, durante o processo judicial a que José for submetido, for editada nova lei que dimi-
nua a pena para o crime de receptação, ele não poderá́ se beneficiar desse fato, pois 
o direito penal brasileiro norteia-se pelo princípio de aplicação da lei vigente à época 
do fato. 
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DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
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O direito penal brasileiro norteia-se pelo princípio da aplicação da lei vigente a época do 
fato (Tempus regit actum). Em virtude disso, aplica-se situação a lei vigente ao tempo 
dos fatos.
Contudo, há uma exceção a este princípio: a retroatividade da lei penal benéfica. Caso seja 
editada uma nova lei que favoreça o agente de qualquer forma, diminuindo sua pena, por 
exemplo, ainda que esta nova lei seja posterior a prática delitiva, ela será aplicada ao caso 
passado, em virtude do princípio da retroatividade da lei penal benéfica.
Assim, se durante o curso de processo judicial para apuração de determinado crime for 
editada nova lei que diminua sua pena, ainda que ela seja posterior a prática do delito, tal 
lei será aplicável ao caso, beneficiando o agente, em razão do princípio da retroatividade 
penal benéfica.
Retroatividade da lei penal
Existem duas espécies de retroatividade benéfica da lei
:
• Abolitio criminis;
• Novatio legis in mellius.
Uma nova lei penal pode beneficiar o agente de diversas formas: reduzindo a pena em 
abstrato cominada crime; criando uma atenuante etc. Se de qualquer forma a nova lei bene-
ficiar o réu (Novatio legis in mellius), ela deverá retroagir e atingir fatos praticados antes de 
sua vigência. A lei penal benéfica também retroagirá nos casos em que ocorrer a chamada 
abolitio criminis, que consiste na revogação formal e material de um crime, de forma que o 
crime deixa de existir.
Uma vez que a conduta do indivíduo não é mais considerada criminosa, em virtude da 
revogação do tipo penal, ocorre a extinção da punibilidade do réu. Portanto, a abolitio criminis 
tem natureza jurídica de uma causa extintiva da punibilidade, prevista no artigo 107, III, do 
Código Penal. A abolitio criminis está prevista no artigo 2º, do Código Penal.
Art. 2º.Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em 
virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
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O artigo 2º, do Código Penal, é de suma importância para as provas de concurso público.
A primeira parte do artigo 2º, do Código Penal, descreve o instituto da abolitio criminis: 
Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime. Assim, por 
exemplo, se um crime é praticado sob a vigência da lei x, mas posteriormente é editada uma 
lei y, que revoga a lei x, a conduta por ele regulada não é considerada criminosa. 
O Código Penal previa o crime de adultério. Contudo, em 2005, o legislador entendeu 
que, diante das alterações de valores da sociedade, o adultério não poderia mais ser con-
siderado um crime, mas apenas um ilícito civil, a ser resolvido perante as varas de família. 
Assim, o legislador revogou o crime de adultério do Código Penal, e a conduta de adulterar 
não é mais considerada crime.
A abolitio criminis é um instituto que pode incidir sobre qualquer crime. É plenamente 
possível, por exemplo, que amanhã o legislador revogue o artigo 155, do Código Penal, e a 
conduta de furtar não seja mais crime.
Como, de acordo com a abolitio criminis, ninguém pode ser punido por fato que lei pos-
terior deixa de considerar crime, se um sujeito pratica um crime sob a vigência da lei x,que 
tipificava a conduta do agente, mas posteriormente é ditada uma nova lei, que não mais con-
siderada aquele conduta como criminosa, este indivíduo não poderá ser responsabilizado 
criminalmente por aquele conduta.
A segunda parte do artigo 2º, do Código Penal, dispõe que, em virtude da abolitio crimi-
nis, cessa a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
Imagine que um indivíduo praticou um crime sob a vigência da lei x. Ele foi processado 
e condenado em virtude deste crime, e está cumprindo sua pena, com base na lei x. Ocorre 
que, durante a execução desta pena, é editada uma nova lei, que dispõe que aquela conduta 
praticada pelo agente não é mais crime. A partir do momento que esta nova lei entra em vigor, 
o indivíduo deverá ser posto em liberdade imediatamente, pois, de acordo com o artigo 2º, do 
Código Penal, cessa, em virtude da abolitio criminis, a execução da sentença condenatória.
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Aplicação da Lei Penal no Tempo II
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Quando a sentença condenatória transita em julgado, inicia-se a fase de execução, a 
partir da qual dar-se-á o cumprimento de pena. Quando ocorre a abolitio criminis após o 
trânsito em julgado da sentença penal condenatória, o seu efeito prático será a cessação da 
execução da pena.
O artigo 2º, do Código Penal, ainda dispõe que, em virtude da abolitio criminis, ocorrerá a 
cessação dos efeitos penais da sentença condenatória. Assim, por exemplo, se um indivíduo, 
condenado anteriormente, pratica um novo delito, haverá reincidência, que é um efeito penal. 
Porém, ocorrendo a abolitio criminis em relação a primeira conduta, quando o agente praticar 
o segundo crime, ele será considerado primário. O mesmo ocorre em relação a configuração 
de maus antecedentes. 
Vale ressaltar que, de acordo com o artigo 2º, do Código Penal, abolitio criminis cessa os 
efeitos penais da sentença condenatória. Consequentemente, é possível afirmar que a abo-
litio criminis não afeta os efeitos extrapenais e os efeitos civis da condenação.
Imagine que um indivíduo foi condenado e está cumprindo pena por um determinado 
crime, em virtude da lei x. Posteriormente, é editada a lei y, que revoga a lei x, produzindo 
a chamada abolitio criminis. Nesta circunstância, cessará a execução da pena, e o sujeito 
deverá ser posto em liberdade imediatamente. Além disso, cessarão os efeitos penais da 
sentença condenatória. Contudo, os efeitos extrapenais, em que pese a abolitio criminis, 
permanecerão válidos. Os efeitos extrapenais da sentença condenatória estão previstos nos 
artigos 91 e 92, do Código Penal.
Suponha que o legislador editou uma nova lei revogando o artigo 155, do Código Penal, 
promovendo a abolitio criminis em relação ao crime de furto. Um indivíduo, sob a égide da lei 
anterior, praticou o crime de furto e foi condenado a pena máxima de 4 anos e a restituição 
a vítima do valor furtado (R$ 50.000,00). Ocorre que, passado um ano do início do cumpri-
mento da pena, ocorre a abolitio criminis, e a conduta de furtar não é mais típica. Neste caso, 
cessa a execução da pena e os efeitos penais da sentença condenatória. O sujeito deve ser 
imediatamente colocado em liberdade, e na eventual prática de crime posterior, não será 
considerado reincidente e não estarão constituídos maus antecedentes. Contudo, como os 
efeitos extrapenais da sentença não cessam, o agente ainda estará obrigado a restituir o 
valor furtado a vítima.
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Aplicação da Lei Penal no Tempo II
DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
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Os efeitos extrapenais, ou civis, da sentença não cessam em razão da abolitiocriminis. 
3. (CESPE/JUIZ/TJPI/2012) A abolitio criminis, que possui natureza jurídica de causa 
de extinção da punibilidade, conduz à extinção dos efeitos penais e extrapenais da 
sentença condenatória.
De acordo com o artigo 107, do Código Penal, a abolitio criminis é uma causa de extinção 
da punibilidade, pois ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de consi-
derar crime.
Além disso, de acordo com o 2º, do Código Penal, a abolitio criminis cessa a execução e os 
efeitos penais da sentença condenatória. Contudo, ela não produz efeitos em relação aos 
efeitos extrapenais da sentença condenatória, que permanecem válidos.
Princípio da continuidade normativa
O fenômeno da abolitio criminis é uma consequência da revogação formal e da revoga-
ção material de um determinado tipo penal.
• Revogação formal: a revogação formal ocorre quando o tipo penal deixa de existir. 
Assim, uma lei posterior revoga dispositivo de lei anterior, que previa um determinado 
crime. Logo, não existirá mais este crime;
• Revogação material: a revogação material ocorre quando a conduta deixa de 
criminosa.
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Aplicação da Lei Penal no Tempo II
DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
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É possível que um crime seja revogado formalmente, mas não sofra revogação material. 
Isso ocorre naqueles casos em que aquela conduta típica, prevista no dispositivo de lei revo-
gado, passa a ser prevista em outro artigo de lei.
Imagine que o Código Penal, em seu artigo 426, preveja como crime a conduta de pro-
fessor do Gran Cursos Online que dança no Instagram (Pena:detenção, de 2 a 4 meses). 
Neste caso, haverá a revogação formal quando, por meio de lei posterior revogadora, o artigo 
426 deixar de existir. Em contrapartida, haverá a revogação material quando os professores 
do Gran Cursos Online puderem dançar no Instagram livremente, pois aquela conduta que 
estava inserida no tipo penal deixou de ser considerada crime.
A revogação formal e material de um determinado crime promove a abolitio criminis. Con-
tudo, quando ocorre apenas a revogação formal do tipo penal, verifica-se um outro insti-
tuto: a continuidade típico-normativa/continuidade normativa-típica. 
O artigo 214, do Código Penal, previa o crime de atentado violento ao pudor. Apesar 
deste tipo penal ter sido formalmente revogado, não houve revogação material. Isso porque a 
conduta prevista no artigo 214, do Código Penal, de constranger alguém, mediante violência 
ou grave ameaça, a praticar atos libidinosos, foi inserida no artigo 213, também do Código 
Penal, que já previa o crime de estupro. Até então, o artigo 213, do Código Penal, estabele-
cia como estupro apenas a conjunção carnal, por meio da penetração do pênis na vagina. 
Quando o legislador revogou o artigo 213, e inseriu a conduta ali prevista no artigo 214, o 
crime de estupro passou a se configurar tanto pela prática de conjunção carnal como pela 
prática de qualquer outro ato libidinoso.
Houve, portanto, uma continuidade típico-normativa, uma vez que a conduta descrita no 
artigo 214 passou a se inserir no artigo 213, ambos do Código Penal. Assim, houve a revo-
gação do dispositivo legal, mas a conduta que estava descrita neste dispositivo continua 
sendo um crime.
Enquanto a abolitio criminis decorre da revogação formal e material de um determinado 
crime, a continuidade típico-normativa é consequência tão somente da revogação formal 
de um dispositivo legal de forma que a conduta continua sendo ilícita, mas prevista em 
outro artigo de lei.
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Portanto, o princípio da continuidade normativa vai ser a alteração geográfica (topográ-
fica) do tipo penal. O tipo penal é revogado, entretanto, a conduta descrita passa a ser disci-
plina por outro tipo penal, ou seja, a conduta continua sendo criminosa. É o caso, por exem-
plo, do atentado violento ao pudor, que era previsto no artigo 214, do Código Penal. Este 
artigo foi revogado em 2009, pela Lei n. 12.015, mas a conduta de constranger alguém para 
a prática de ato libidinoso passou a ser prevista no artigo 213, do Código Penal.
Atualmente, os crimes de contrabando e descaminho estão previstos em tipos penais 
distintos. Contudo, antigamente, eles estavam previstos no artigo 334, do Código Penal. 
Contudo, em 2014, o legislador editou a Lei n. 13.008, por meio do qual revogou o crime de 
contrabando do artigo 334 e criou um tipo especifico para ele. Assim, hoje, o crime de desca-
minho está previsto no artigo 334, enquanto o crime de contrabando está previsto no artigo 
334-A, ambos do Código Penal.
O crime de contrabando, portanto, é decorrência do princípio da continuidade típico-nor-
mativa: Ele era previsto no artigo 334, do Código Penal, mas foi revogado formalmente deste 
dispositivo. Contudo, a conduta continua típica, e passou a ser disciplinada exclusivamente 
no artigo 334-A, do Código Penal. 
Os crimes de contrabando e descaminho são extremamente importantes para as provas 
de concurso da Polícia Federal.
4. (CESPE/DELEGADO PF/2018) Manoel praticou conduta tipificada como crime. Com a 
entrada em vigor de nova lei, esse tipo penal foi formalmente revogado, mas a conduta 
de Manoel foi inserida em outro tipo penal. Nessa situação, Manoel responderá pelo 
crime praticado, pois não ocorreu a abolitio criminis com a edição da nova lei.
Ocorrendo apenas a revogação formal do tipo penal, de forma que a conduta criminosa 
passe a ter tipificação em outro dispositivo legal, estará caracterizada continuidade típi-
co-normativa.
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DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
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A banca CESPE recorrentemente cobra o instituto da continuidade típico-normativa.
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Aplicação da Lei Penal no Tempo III 
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APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO III
1. RETROATIVIDADE DA LEI PENAL
• Lei posterior benéfica foi publicada, mas ainda não se encontra em vigor. Poderia ser 
aplicada durante o período de vacatio legis para beneficiar o réu?
 – A resposta é negativa. 
• E quando houver dúvida se a nova lei beneficia ou prejudica o réu?
 – Entende a doutrina que o próprio réu pode ser consultado para escolher aquela lei 
que entende lhe ser mais favorável.
DIRETO DO CONCURSO:
1. (CESPE/ADVOGADO/EBSERH/2018) Situação hipotética: Um crime foi praticado du-
rante a vigência de lei que cominava pena de multa para essa conduta. Todavia, no 
decorrer do processo criminal, entrou em vigor nova lei, que, revogando a anterior, pas-
sou a atribuir ao referido crime a pena privativa de liberdade. Assertiva: Nessa situação, 
dever-se-á aplicar a lei vigente ao tempo da prática do crime.
COMENTÁRIO
Não há dúvidas que a pena de multa é mais benéfica ao réu. 
2. EFEITOS DA NOVATIO LEGIS IN MELLIUS E DA ABOLITIO CRIMINIS
Código Penal 
Art. 2º (....) Parágrafo único. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se 
aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
• NOVATIO LEGIS IN MELLIUS E ABOLITIO CRIMINISdesrespeitam a coisa julgada, 
não se limitam à coisa julgada. 
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DIRETO DO CONCURSO:
2. (CESPE/2011/TCU/AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO) A lei penal que, 
de qualquer modo, beneficia o agente deve retroagir, desde que respeitado o trânsito 
em julgado da sentença penal condenatória.
COMENTÁRIO
A lei penal benéfica não se limita ao trânsito em julgado.
3. QUAL O JUÍZO COMPETENTE PARA APLICAR A ABOLITIO CRIMINIS E A LEI 
MAIS FAVORÁVEL?
1) Durante o inquérito policial e durante a ação penal que se encontre na em primeira 
instância – Compete ao juiz natural do 1º grau de jurisdição.
2) Durante ação penal que se encontre em fase de recurso – Compete ao Tribunal.
3) Durante a fase de execução da pena, após o trânsito em julgado da condenação crimi-
nal – Compete à Vara de Execuções Criminais, conforme a Súmula n. 611 do STF.
Súmula 611 do STF
Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções a apli-
cação da lei mais benigna.
4. LEX TERTIA – TERCEIRA LEI
Para beneficiar o réu, é possível combinar duas leis penais?
Ex.: Lei “A” – pena de reclusão de 2 a 4 anos, sem multa.
Lei “B” – pena de reclusão de 1 a 3 anos, com multa. 
Não é possível a combinação de leis, no caso a criação da terceira legislação, eis que o 
juiz não é legislador.
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DOUTRINA STJ STF
A favor da combinação de leis 
para beneficiar o réu
Damásio de Jesus Basi-
leu Garcia HC 111306 RE 596252
Contra a combinação de leis 
para beneficiar o réu
Nelson Hungria Heleno 
Cláudio Fragoso
Rcl 3.546/SP
Súmula 501, STJ
HC 94687
RE 600.817
Entendimento predominante Não há predominância Não admite a combi-nação de leis
Não admite a combi-
nação de leis
5. ULTRATIVIDADE DA LEI PENAL 
É a aplicação de uma determinada lei aos fatos ocorridos durante a sua vigência, mesmo 
após ter sido revogada.
Extratividade
Retroatividade
Ultratividade
A lei penal mais benéfica tem aplicação aos fatos ocorridos durante sua vigência mesmo 
após sua revogação.
Perceba que a ultratividade da lei penal segue a regra do tempus regit actum.
DIRETO DO CONCURSO:
3. (CESPE/2013/POLÍCIA FEDERAL/ESCRIVÃO DA POLÍCIA FEDERAL) Julgue o item 
subsequente, relativo à aplicação da lei penal e seus princípios.
No que diz respeito ao tema lei penal no tempo, a regra é a aplicação da lei apenas 
durante o seu período de vigência; a exceção é a extra atividade da lei penal mais be-
néfica, que comporta duas espécies: a retroatividade e a ultra atividade. 
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4. (CESPE/2013/SEGESP-AL) Com relação ao crime consumado e tentado e à lei penal 
no tempo e no espaço, julgue o item a seguir.
Considere que uma pessoa tenha sido denunciada pela prática de determinado fato 
definido como crime, que, em seguida, foi descriminalizado pela lei A. Posteriormente, 
foi editada a lei B, que revogou a lei A e voltou a criminalizar aquela conduta. Nessa 
situação, a última lei deve ser aplicada ao caso.
COMENTÁRIO
A lei A é aplicada de forma retroativa, e a lei B é irretroativa à lei A.
5. (CESPE/2013/TC-DF/PROCURADOR) Julgue os itens seguintes, relativos a aspectos 
diversos do Direito Penal. 
De acordo com o CP, com relação à sucessão das leis penais no tempo, não se apli-
cam as regras gerais da irretroatividade da lei mais severa, tampouco a retroatividade 
da norma mais benigna, bem como não se aplica o preceito da ultratividade à situação 
caracterizada pela chamada lei penal em branco.
COMENTÁRIO
A alteração está no complemento da lei penal em branco, mas não na lei penal em si..
GABARITO
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Aplicação da Lei Penal no Tempo IV
DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
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APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO IV
LEI PENAL NO TEMPO 
1. SÚMULA 711, STF
• Crime continuado: Quando o agente pratica um ou dois crimes da mesma espécie e 
os subsequentes são havidos como uma continuação do primeiro crime (CPP, art. 71).
 – Nos termos do art. 71, portanto, quando o agente, mediante mais de uma ação 
ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de 
tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequen-
tes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos 
crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, 
de um sexto a dois terços.
 - Por exemplo, o agente criminoso decide furtar R$ 2.000,00 em um dia, fazendo 
10 vítimas, cada uma em R$ 200,00. Dessa forma, o agente finalizou a noite com 
o valor esperado.
 – Caracteriza-se por apresentar uma mesma condição de tempo, lugar e execução.
 – Considera-se a prática de apenas UM delito com a pena aumenta de 1/6 a 2/3.
 – É indiscutível o caráter de benefício, haja visto que o agente responde por um delito, 
com uma pena aumentada, não por vários crimes. Destaca-se ainda que o crime 
continuado são condutas reiteradas que se prolongam no tempo.
• Crime permanente: Diferente do crime continuado, é uma conduta que se pro-
longa no tempo.
 – Um ótimo exemplo é o artigo 148 do CP – sequestro e cárcere privado – já que é um 
caso de crime permanente e a sua execução prolonga-se no tempo.
Súmula 711, STF
A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é 
anterior à cessação da continuidade ou da permanência.
ATENÇÃO
Súmula extremamente cobrada em provas.
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Aplicação da Lei Penal no Tempo IV
DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
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Aplicação da Súmula
O caso hipotético envolve um crime de sequestro, sendo a pena do referido, no início da 
conduta, de 1 a 3 anos conforme o Código Penal. Entretanto, a conduta criminosa perdura 
por 15 dias, mas, no décimo dia, surge uma nova lei – Lei Y –, a qual altera a penalidade do 
crime de sequestro para 05 a 10 anos, caracterizando uma novatio legis in pejus.
No final do delito, qual será a pena aplicada? A pena do início, de 3 a 10 anos, ou a pena 
da Lei Y, de 5 a 10 anos. Aplica-se a Lei Y, já que o princípio da irretroatividade da lei penal 
não possui aplicabilidade ao caso concreto, pois a lei não está retroagindo, pois a referida é 
existente quando o crime ainda não cessou.
DIRETO DO CONCURSO 
1. (CESPE/2019/PGE-PE/ANALISTA/JUDICIÁRIO/DE/PROCURADORIA) Com relação 
ao tempo e ao lugar do crime e à aplicação da lei penal no tempo, julgue o item se-
guinte. A superveniência de lei penal mais gravosa que a anterior não impede que a 
nova lei se aplique aos crimes continuados ou ao crime permanente, caso o início da 
vigência da referida lei seja anterior à cessação da continuidade ou da permanência.
COMENTÁRIO
Superveniência é o surgimento posterior da lei. Entendimento da Súmula 711 do STF.
2. (CESPE/2012/PC-AL/AGENTE DE POLÍCIA) A lei penal mais severa aplica-se ao crimecontinuado ou ao crime permanente iniciados antes da referida lei, se a continuidade ou 
a permanência não tiverem cessado até a data da entrada em vigor da lex gravior.
COMENTÁRIO
Lex gravior é a lei mais severa e será aplicada ao crime continuado ou permanente iniciados 
antes da referida lei, se a continuidade ou permanência não estiverem cessado até a sua 
entrada em vigor.
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Aplicação da Lei Penal no Tempo IV
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2. LEI EXCEPCIONAL OU TEMPORÁRIA
Código Penal 
Art. 3º. A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas 
as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.
ATENÇÃO
• Lei excepcional irá surgir em decorrência de um evento excepcional e terá vigência 
durante o referido evento. Exemplo: Casos de guerra, pandemia (coronavírus).
• Lei temporária, ao contrário da lei excepcional, que necessita do quesito evento excep-
cional, será condicionada a uma data. A própria lei trará sua data de revogação.
 – Dois excelentes exemplos são a Lei da Copa, em 2014, revogada no dia 31/12/2014. 
Da mesma forma, em 2016, houve Lei das Olimpíadas.
• As leis penais excepcionais e temporárias possuem a característica de autorrevoga-
ção. Serão ultrativas, mesmo que tenham sido revogadas, e ainda que sejam 
prejudiciais ao réu. 
 – Para exemplificar, observe a situação da pandemia por coronavírus. Supondo que, 
durante tal situação, sair de casa sem máscara seja tipificado como crime, com pena de 
detenção de 2 a 4 meses. Entretanto, após o término da pandemia, a conduta de sair 
de casa sem máscara será considerada novamente fato atípico, haja vista que, antes 
da pandemia, também era fato atípico. Contudo, o agente saiu de casa sem máscara 
durante a pandemia, abrindo precedente para a investigação policial, sendo o inqué-
rito policial instaurado apenas após a revogação da lei temporária, bem como todos 
os atos subsequentes, denúncia, ação penal e condenação, ocorridos após a revo-
gação da referida lei.
• Tal situação ocorreu em decorrência da ultratividade das leis excepcionais e temporá-
rias. A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou 
cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante 
sua vigência, mesmo se forem prejuidiciais.
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DIRETO DO CONCURSO
3. (CESPE/2019/TJ-PR/JUIZ SUBSTITUTO) Nas disposições penais da Lei Geral da 
Copa, foi estabelecido que os tipos penais previstos nessa legislação tivessem vigência 
até o dia 31 de dezembro de 2014. Considerando-se essas informações, é correto afir-
mar que a referida legislação é um exemplo de lei penal
a. excepcional.
b. temporária.
c. corretiva.
d. intermediária
COMENTÁRIO
Se há uma data específica, é uma lei temporária.
4. (CESPE/2013/PC-DF/ESCRIVÃO DE POLÍCIA) A lei penal que, de qualquer modo, be-
neficia o agente tem, em regra, efeito extraativo, ou seja, pode retroagir ou avançar 
no tempo e, assim, aplicar-se ao fato praticado antes de sua entrada em vigor, como 
também seguir regulando, embora revogada, o fato praticado no período em que ainda 
estava vigente. A única exceção a essa regra é a lei penal excepcional ou temporária 
que, sendo favorável ao acusado, terá somente efeito retroativo.
COMENTÁRIO
A lei penal temporária ou excepcional, sendo favorável ou prejudicial ao acusado, terá 
efeito ultrativo.
3. LEI PENAL INTERMEDIÁRIA
É a lei benéfica que teve vigência após a prática do ato, porém foi revogada antes do jul-
gamento do réu.
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Aplicação da Lei Penal no Tempo IV
DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
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Situação Hipotética: Consumação do crime na vigência da Lei A, com pena de reclusão 
de 2 a 4 anos. Entretanto, antes do julgamento, surge a Lei B, alterando a pena para 1 a 2 
anos. Na sequência, surge outra lei, alterando novamente a pena aplicada ao delito para 3 
a 6 anos. 
Entenda: A Lei B revogou a Lei A. A Lei C revogou a Lei B. O crime foi praticado na vigên-
cia da Lei A, contudo o julgamento será na vigência da Lei C.
Sobre a Lei C, é indiscutível a sua não aplicação, haja vista que a referida é a mais gra-
vosa, sendo assim irretratável. A Lei B será aplicada ao caso hipotético tendo em vista seu 
caráter benéfico em relação às outras, sendo, dessa forma, retroativa em relação à Lei A e 
ultrativa em relação à Lei C.
O STF entende que a lei intermediária pode ser utilizada para beneficiar o réu (STF, RE 
418876, 04/06/2004).
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