Anatomia do Membro Torácico em Animais Domésticos

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Mari Tatsch- Anatomia 
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Membro Torácico I
Úmero
Osso longo que se articula proximalmente com a escápula e distalmente com o rádio e ulna;
Apresenta um corpo e duas extremidades;
A cabeça do úmero se articula com a escápula.
Os epicôndilos servem para a inserção dos ligamentos colaterais da articulação do cotovelo; 
Úmero comparado 
-Tubérculo maior:
Bovino: desenvolvido, estendendo-se sobre a cabeça do úmero. Ele se divide em parte cranial (a) e parte caudal (b);
Equino: pouco desenvolvido e se divide em parte cranial (a) e caudal (b);
Suínos: desenvolvido e se divide em parte cranial (a) e caudal (b);
Canino: pouco desenvolvido e não dividido (1).
 
 
 
-Sulco intertubercular:
Bovino, suínos e caninos: não se divide (2);
Equino: se divide pelo tubérculo intermédio (a).
 
 
-Tuberosidade deltoide:
Bovino: pouco desenvolvida;
Equino: desenvolvida;
Suíno: pequena e redonda;
Canino: forma de crista e alargada.
 
 
-Tuberosidade redonda maior:
Bovino: pouco proeminente;
Equino: larga, circular e rugosa;
Suíno e canino: quase inexistente.
 
 
-Sulco radial e forames:
Bovino e canino: pouco profundo;
Equino: profundo;
Suíno: muito profundo.
 
-Forame supratroclear (6): 
Canino: presente; 
Bovino e equino: ausente;
Suíno: ocasionalmente.
-Forame supracondilar (9):
-Felinos: presente. 
 
Rádio e Ulna
Rádio: articula-se com o úmero proximalmente, com o carpo distalmente e com a ulna caudalmente (fusionada no adulto);
Ulna: osso longo, que se localiza em posição caudolateral ao rádio e articula-se também com o úmero.
 
-Espaço interósseo:
Bovino: possui dois espaços (proximal e distal);
Equino: um espaço proximal (não vai até a parte distal do rádio);
Suíno: espaço interósseo estreito;
Canino: espaço amplo e alargado.
 
 
 
-Tamanho do corpo do rádio (a) em relação ao da ulna (b):
Bovino e equino: mais grosso que o da ulna;
Suíno: mais estreito que o da ulna;
Canino: tão fino quanto ao da ulna.
 
-Sulco tendinoso na tuberosidade do olecrano:
Bovino, equino e suíno: não apresenta;
Canino: presente.
 
 
Processo estiloide da ulna (4): 
Bovino: pontiagudo e pronunciado;
Equino: se fusiona com o processo estiloide do rádio, formando o processo estiloide lateral, o qual é arredondado e pouco proeminente;
Suíno: estreito;
Canino: pontiagudo.
 
 
-Fusão do corpo da ulna com o corpo do rádio:
Bovino e equino: ocorre a fusão;
Suíno e canino: não ocorre a fusão.
 
 
Esqueleto da mão 
Abrange, proximal à distal, os ossos do carpo, ossos metacarpianos e falanges;
Carpo 
Conjunto de ossos dispostos em duas fileiras, uma proximal ou antebraquial e uma distal ou metacarpal;
São formadas, em geral, por 4 ossos cada;
A fileira proximal articula-se na extremidade proximal com o rádio e a ulna, e a fileira distal articula-se com os ossos metacárpicos;
No equino, a fileira proximal articula-se somente com o rádio.
Carpo comparado 
O quinto osso carpal não está presente nos animais domésticos;
Cada osso possui particularidades em relação a espécie animal;
-Suínos: estão presentes todos os 8 ossos cárpicos;
-Equino: apresenta 7-8 ossos, uma vez que o osso carpal I com
frequência está ausente.
-Carnívoros: estão presentes 7 ossos, pois o carpo radial funde-se com o carpo intermédio e, adicionalmente podem existir 1-2 ossos sesamóides;
-Ruminantes: há 6 ossos, pois falta o osso carpal I e os ossos carpais II e III estão unidos.
Metacarpo comparado 
-Equino: apresenta o osso metacarpal II, III e IV, sendo o III maior e funcional e os outros dois pequenos. 
-Ruminantes: apresenta o grande metacarpiano (fusão do III e IV) e o osso metacarpal V. Apresentam o sulco longitudinal dorsal, incisura troclear e canal distal do metacarpo. 
-Suíno: apresentam 4 ossos, 2 principais (II e V) que constituem os dígitos acessórios;
-Cainos e felinos: apresentam os 5 ossos metacarpais, III e IV mais longos e os laterais II e V menores. I metacarpal é reduzido e na face palmar, o II, III, IV e V apresentam dois sesamóides cada. 
 
Falanges comparadas 
Carnívoros: 5 dígitos, sendo o 3° e o 4° mais longos e o 1° mais curto;
Cada dígito contém três falanges (com garras);
Exceção: o 1° dedo apresenta somente falange proximal e distal;
Suínos: 4 dígitos com 3 falanges (proximal, média e distal);
Ruminantes: 2 dígitos com 3 falanges (proximal, média e distal);
Equinos: 1 dígito com 3 falanges; 
▪ Falange proximal (2);
▪ Falange média (3);
▪ Falange distal (5);
▪ Ossos sesamoides proximais (1) e distais (4).
 
 
-Falange proximal (face dorsal): 
A. Base da falange proximal;
B. Corpo da falange proximal;
C. Cabeça da falange proximal;
Superfície articular (1). 
-Falange proximal (face palmar):
1. Base da falange proximal;
2. Corpo da falange proximal;
3. Cabeça da falange proximal;
Trígono da falange proximal (4). 
 
-Falange média (face dorsal):
1. Base da falange média;
2. Corpo da falange média;
3. Cabeça da falange média;
Fóvea articular da falange média (4)
 
 -Falange média (face palmar):
1. Base da falange média;
2. Corpo da falange média;
3. Cabeça da falange média;
Tuberosidade flexória (4). 
 
-Falange distal (face dorsal):
1. Face parietal;
2. Processo extensor;
3. Superfície articular;
4. Forames vasculares; 
5. Margem coronária;
6. Processo palmar;
7. Sulco parietal;
8. Margem solear.
 
-Falange distal (vista dorsomedial): 
1. Face parietal;
2. Margem solear;
3. Processo palmar;
4. Sulco parietal;
5. Processo extensor
6. Margem coronária
7. Forames vasculares.
 
-Falange distal (vista solear): 
1. Sulco solear;
2. Processo palmar;
3. Forame solear;
4. Área flexora;
5. Face solear;
6. Margem solear.
Membro Pélvico I
Quatro segmentos principais: cíngulo pélvico (osso coxal), coxa (fêmur e patela), perna (tíbia e fíbula) e pé (tarso, metatarso e falanges). 
Ossos coxais 
Popularmente chamado de “osso da anca”;
▪ É o maior dos ossos planos;
▪ Une-se ventralmente pela sínfise pélvica, constituída pela união das sínfises púbica e isquiática.
Articulação coxofemoral: fossa do acetábulo do osso coxal + cabeça do fêmur;
Displasia coxofemoral: quando ocorre um desgaste na cabeça do fêmur não se encaixando perfeitamente;
Fossa do acetábulo é composta pelos 3 ossos coxais;
Cavidade pélvica: osso sacro + osso coxal + 1 vértebra caudal.
-Ílio 
É a maior das 3 porções e apresenta asas como parte mais larga;
Prolonga-se obliquamente desde o acetábulo até o sacro;
Face lateral: articula-se com a musculatura glútea.
Face medial: articula-se com o osso sacro. 
-Púbis 
Formato de “L”
Apresenta um corpo e dois ramos, uma cranial (acetabular) e um caudal (sinfisário);
-Ísquio 
Formado por um corpo, um ramo e uma tábua. 
Osso coxal- vista dorsal 
1. Crista ilíaca;
2. Tuberosidade coxal;
3. Tuberosidade sacral;
4. Face glútea;
5. Incisura isquiática maior;
6. Espinha isquiática
7. Incisura isquiática menor;
8. Tuberosidade isquiática;
9. Acetábulo;
10. Borda do acetábulo;
11. Área de inserção do músculo reto femoral.
Acetábulo- vista dorsal 
1. Acetábulo;
2. Fossa do acetábulo;
3. Incisura do acetábulo;
4. Face semilunar;
5. Forame obturado;
6. Linha arqueada;
7. Tubérculo para inserção do músculo psoas menor;
8. Área de inserção para o músculo reto femoral;
9. Eminência ileopúbica;
10. Sulco para o ligamento acessório do fêmur;
11. Pécten do púbis.
Osso coxal comparado
-Crista ilíaca: 
Bovino e equino: côncava e bordas afiadas;
Suínos e caninos: convexa e bordas rugosas. 
-Incisura isquiática maior (a) e menor (b): 
Bovino: bem profunda;
Equino: pouco profunda;
Suíno: alargadas e pouco profundas; 
Canino: bem pouca profundidade. 
-Tuberosidade coxal:
Bovino: volumosa e dividida em 3 porções.
Equino: dividida em 4 tubérculos.
Suíno: delgada e simples.
Canino: em forma de crista. 
-Tuberosidade isquiática:
Bovino e suíno: 3 tubérculos.
Equino: 2 tubérculos.
Canino: um tubérculo (crista isquiática tuberosa). 
-Espinha isquiática:
Bovino: proeminente com bordas cortantes.
Equino: pouco proeminente com bordas rugosas.
Suíno: bem proeminente com bordas circulares.
Canino: pouco proeminente.
-Incisurado acetábulo:
Bovino: apresenta duas bordas do acetábulo.
Equino, suíno e canino: apresentam uma borda. 
 
Pelve óssea
As assas do osso sacro se articulam com o ílio do osso coxal formando a articulação sacro-ilíaca.
Parede dorsal ou teto; formada pelo osso sacro e as 3 primeiras vértebras caudais;
Parede ventral ou assoalho: formada pelo púbis e ísquio;
Parede lateral: formada pelos ílios, pela parte acetabular dos ísquios e pelo ligamento sacrotuberal (ausente no gato). 
Abertura cranial ou entrada: formada pela base do sacro dorsalmente, linha arqueada lateralmente e pelo pécten do púbis ventralmente. Nas fêmeas é mais arredondado devido ao parto e nos machos mais oval. 
Abertura caudal ou saída: é menor. Delimitada dorsalmente pela 3ª vértebra caudal, ventralmente pelo arco isquiático e lateralmente pela borda caudal do ligamento sacrotuberal. 
Membro Pélvico II
Fêmur 
É o maior e mais pesado dos ossos longos. Apresenta um corpo e suas extremidades. 
A cabeça do fêmur se articula com a fossa do acetábulo formando a articulação coxofemoral.
Os côndilos se articulam com a fase articular da tíbia. 
O trocanter maior está dividido em partes cranial e caudal nos equinos, separados pela incisura trocantérica. 
A tróclea é formada por duas cristas que são separadas por um sulco que se articula com a patela. 
O corpo do fêmur é cilíndrico e mais largo proximalmente. 
Fêmur comparado 
-Terceiro trocanter: 
Equino: bem desenvolvido;
Carnívoro: pouco desenvolvido;
Bovinos e suínos: ausente. 
-Crista intertrocantérica: 
Bovino: espessa e desenvolvida, encontra-se com o trocanter menor (a) do fêmur;
Equino: não alcança o trocanter menor;
Suíno: espessa e alcança o trocanter menor; 
Carnívoro: saliente e alça o trocanter menor. 
-Fossa supracondilar:
Bovino: pouco profunda;
Equino: larga e profunda;
Suíno: larga e pouco profunda;
Carnívoro: ausente. 
-Fabelas (ossos sesamoide do músculo gastrocnêmio)
Bovino, equino e suíno: ausente; 
Carnívoros: presente.
Membro Pélvico III
Patela 
Osso sesamoide largo que se articula com o fêmur (tróclea do fêmur). A face articular volta-se em direção ao fêmur, face livre fica palpável sob a pele, a base se direciona proximalmente sendo mais rugosa e a ponta se direciona distalmente. 
Tíbia
Osso longo, articula-se proximalmente com o fêmur, distalmente com o tarso, lateralmente com a fíbula e possui um corpo e duas extremidades. 
Considerado um osso largo e trifacetado (com formato de triângulo) na face proximal. 
A borda lateral é côncava e concorre com a fíbula na formação do espaço interósseo.
Fíbula 
Osso longo ou reduzido, situado ao longo da borda lateral da tíbia. 
Longa em caninos e suínos. 
Tíbia e fíbula comparadas 
-Tubérculo intercondilar (a+b): 
Ruminantes e equino: pronunciado, com a eminência intercondilar medial (a) mais elevada que a lateral (b);
Suíno e carnívoro: pouco pronunciado, com eminências similares. 
-Sulco da tuberosidade da tíbia (2)
Ruminantes e carnívoros: ausente;
Equino e suíno: presente.
-Espaço interósseo da perna (3):
Ruminantes: ausente;
Equino: curto;
Suíno: longo e largo;
Carnívoro: longo proximalmente. 
-Corpo da fíbula (5):
Ruminantes: ausente;
Equino: incompleto;
Suíno e carnívoro: completo. 
-Extremidade distal da fíbula (6):
Ruminantes: separado e representado pelo osso maleolar;
Equino: maléolo lateral pertence à tíbia; 
Suíno e carnívoro: representado pelo maléolo lateral da fíbula. 
Tarso, metatarso e falanges 
O metatarso é um osso semelhantes ao metacarpo, mas mais delgado e longo. Possui corpo circular.
As falagens e sesamóides são semelhantes aos do membro torácico, porém o termo palmar deve ser trocado pelo termo plantar. 
Nos cães o primeiro dedo geralmente está ausente, mas quando presente só apresenta duas falanges (proximal e distal).