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Anatomia Sistêmica 1 Anatomia Sistêmica Copyright © 2014 Yendis Editora Ltda. 1ª edição Todos os direitos reservados. Diretora acadêmica: Simone Savarego Coordenadora editorial: Rosiane Aparecida Marinho Botelho Produção editorial: Yendis Editora Projeto gráfico: Alexandre Ponzetto As informações e as imagens são de responsabilidade dos autores. Proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem a autorização escrita da Editora. A Editora não se responsabiliza por eventuais danos causados pelo mau uso das informações contidas neste livro. Impresso no Brasil Printed in Brazil Esse livro está catalogado na CIP. Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Palavra a Abril Educação Desenvolver uma geração de profissionais capazes de estar à frente de um mercado de trabalho desafiador, que exige cada vez mais eficiência e competências comprovadas, é uma das preocupações mais evidentes dos Governos Federal, Estaduais e Municipais, dos gestores de políticas públicas e dos desenvolvedores de programas implementados. Com o objetivo de conquistar esse desafio e contribuir para a formação de profissionais competentes e eficazes, o Sistema etb de ensino técnico apresenta uma proposta de apoio ao processo de ensino-aprendizagem, a partir de um material didático desenvolvido especificamente para programas de formação profissional – Cursos Profissionalizantes de Nível Médio – na modalidade Subsequente e Concomitante. Abrangendo mais de 12 eixos de conhecimento e com mais de 50 coleções de “cadernos de conteúdo”, o Sistema etb cobre mais de 90% das demandas de formação profissional por todo o Brasil, contando com o endosso da Abril Educação, cuja trajetória bem-sucedida já atravessa cinco décadas. O Sistema etb tem ao seu dispor a experiência e a abrangência de um dos maiores expoentes no setor educacional, com destaque para metodologias diferenciadas e recursos educacionais exclusivos para a educação profissional. A oferta de programas de formação profissional, baseada em um material didático de qualidade e focado no desenvolvimento de habilidades e competências, associada à sequência de políticas públicas que estimulam o investimento no setor da educação profissional compõem uma proposta aos cidadãos para que consigam entrar no mercado de trabalho pela porta da frente, como convidados a exercer suas atividades de maneira segura e eficiente em empresas que clamam por profissionais diferenciados. Este livro é mais um convite na direção da real compreensão da expressão SER PROFISSIONAL. O objetivo deste curso é a formação de profissionais que não só tenham conhecimento profundo e capacidade de resolver problemas, mas também sejam criativos, éticos e preocupados com ações e processos sustentáveis. A reunião de autores renomados na área do ensino fortalece o caráter criterioso e responsável dos capítulos componentes desta obra, para que, com eles, o aluno esteja provido do material necessário para iniciar sua carreira profissional, a qual será repleta de conquistas e outras lições. Ivan Sartori Diretor de Novos Negócios da Abril Educação Mantenedora do etb – Editora Técnica do Brasil Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Autor(es) Daniela Patricia Vaz Mestranda em Reabilitação Vestibular pela Universidade Bandeirantes de São Paulo (Uniban). Especialista em Psicopedagogia pela Universidade do Oeste Paulista. Especialista em Fisioterapia Dermatofuncional pela Universidade Gama Filho. Fisioterapeuta pela Uniban. Docente das disciplinas Anatomia e Fisiologia Humana do Centro de Ensino Método da Faculdade Método de São Paulo (Famesp). Fernanda Jacques Calçado de Oliveira Mestranda em Ensino em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Especialista em Formação Pedagógica e nas áreas de cardiologia, auditoria e pedagogia para saúde. Graduada em Enfermagem e Obstetrícia pela Universidade Guarulhos (UnG). Coordenadora Pedagógica no Colégio de Enfermagem Zumbi dos Palmares e na Escola de Enfermagem do Hospital do Coração – Associação do Sanatório Sírio. Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Sumário Anatomia Sistêmica Daniela Patricia Vaz e Fernanda Jazques Calçado de Oliveira Conceitos ...............................................................................................................................................................7 Citologia .................................................................................................................................................................8 Tecidos ................................................................................................................................................................. 10 Variação Anatômica ....................................................................................................................................... 12 Sistema Tegumentar ...................................................................................................................................... 17 Sistema Muscular ............................................................................................................................................ 23 Sistema Esquelético ........................................................................................................................................ 27 Sistema Articular ............................................................................................................................................. 34 Sistema Cardiovascular ................................................................................................................................. 36 Sistema Linfático ............................................................................................................................................. 44 Sistema Endócrino .......................................................................................................................................... 49 Sistema Respiratório ...................................................................................................................................... 52 Sistema Digestório .......................................................................................................................................... 56 Sistema Urinário .............................................................................................................................................. 62 Sistema Reprodutores Masculino e Feminino ..................................................................................... 65 Sistema Nervoso ...............................................................................................................................................71 7 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Anatomia Sistêmica Anatomia Sistêmica Daniela Patricia Vaz e Fernanda Jazques Calçado de Oliveira Conceitos • Anatomia (anatome = cortar em partes): ciência que estuda a estrutura e suas relações. • Anatomia humana: estuda a estrutura humana macroscopicamente. • Anatomia microscópica: são as estruturas que só podem ser vistas com o auxílio de um microscópio. • Fisiologia humana: estudo das funções do corpo e suas partes. • Fisiologia celular: estudo das atividades das células e suas partes. •Posição anatômica: é a posição específica do corpo humano, ou seja, corpo ereto, olhar alinhado ao horizonte, membros superiores posicionados lateralmente, com as palmas das mãos voltadas para a frente e os pés apoiados no chão. Figura 1 - Posição anatômica. 8 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Tabela 1 - Termos utilizados de acordo com a posição anatômica Termos Direção anatômica Superior, cefálica ou cranial Em direção à cabeça Inferior ou caudal Em direção ao pé Anterior ou ventral Na frente do corpo Posterior ou dorsal No dorso do corpo Medial Mais próximo da linha mediana do corpo Lateral Lateral à linha mediana do corpo Proximal Mais próximo do ponto de origem ou fixação Distal Mais distante do ponto de origem ou fixação Citologia A célula é a unidade morfológica (estrutural) e metabólica (funcional) do corpo, podendo ser chamada de unidade morfofuncional. Componentes Químicos das Células Componentes inorgânicos • Água: é o componente químico mais abundante. Constitui 78% das células nervosas do homem, 40% das células ósseas e 94% do feto humano aos 3 meses. • Sais minerais, que podem ser: — insolúveis: compõem o “arcabouço” do esqueleto, como o fosfato de cálcio (CaPO4); — solúveis: cálcio (Ca), ferro (Fe), fosfato (PO4). São componentes orgânicos: • Carboidratos ou açúcares: formados por carbono, hidrogênio e oxigênio. Por exemplo: glicose, amido e glicogênio. 9 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Anatomia Sistêmica Membrana citoplas- mática Complexo golgiense Citoplasma Lisossomo Mitocôndria Núcleo Retículo endoplasmático não granuloso Retículo endoplasmático granuloso Figura 2 - A célula e seus componentes. • Lipídios ou gorduras: associação de ácidos graxos e álcool. Por exemplo: glicerídios (tecido adiposo) e esteroides (colesterol, testosterona). • Proteínas: são os componentes orgânicos mais abundantes na natureza, com as seguintes funções: enzimática (lipase e amilase – enzimas digestivas), hormonal (insulina – pâncreas) e de defesa (antígenos e anticorpos). • Enzimas: consideradas uma diferenciação das proteínas. • Ácidos nucleicos: — DNA (ácido desoxirribonucleico): tem a função de duplicação. — RNA (ácido ribonucleico): produzido pelo DNA, comanda a fabricação de enzimas e outras proteínas. • Vitaminas: podem ser lipossolúveis (solúveis em lipídios e gorduras) ou hidrossolúveis (solúveis em água). A célula é subdividida em: • Membrana citoplasmática: função de proteção e filtragem de substâncias necessárias ao desenvolvimento. 10 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 • Citoplasma: conserva a vida da célula. Imersas no interior da célula, encontram -se as organelas, como: — lisossomos: responsáveis pela digestão celular, são ricos em enzimas; — mitocôndrias: responsáveis por gerar energia, possuem DNA próprio; — ribossomos: participam da elaboração das proteínas; — complexo golgiense: tem a função de transporte de partículas para dentro e para fora do núcleo celular. • Núcleo: tem funções relativas ao crescimento e à reprodução celular, além de atividades metabólicas. É o portador de fatores hereditários. Subdivide -se em: — carioteca: estrutura que envolve o conteúdo nuclear; — cariolinfa: massa incolor constituída de água e proteínas; — cromatina: material genético resultante da associação entre proteínas e DNA; — nucléolo: desprovido de membranas, está em contato direto com a cariolinfa. Tecidos Tecidos são conjuntos de células que desempenham uma determinada função. São classificados em: conjuntivo, muscular e nervoso. O tecido conjuntivo é um tecido de sustentação, que serve para unir os órgãos e preencher os espaços entre eles. Subdivide -se em: • conjuntivo difuso: preenche os espaços entre os órgãos; 11 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Anatomia Sistêmica M. trapézio M. infraespinhal M. redondo menor M. redondo maior M. deltoide M. tríceps braquial M. braquial M. extensores do antebraço Figura 3 - Músculos estriados esqueléticos do braço. • conjuntivo elástico: apresenta elasticidade; pode ser encontrado nas paredes das artérias; • conjuntivo fibroso: formado por fibras que unem um músculo a um osso; • conjuntivo adiposo: formado por células gordurosas; • conjuntivo cartilaginoso: de estrutura maleável, molda certas partes do corpo. O tecido muscular é formado por células com capacidade de contração. Suas três variações são: • não estriado: por exemplo, laringe; • estriado esquelético: por exemplo, glúteos, deltoide e vasto lateral; • estriado cardíaco: por exemplo, miocárdio. O tecido nervoso é formado por células com capacidade de gerar e conduzir impulsos elétricos; é um tecido exclusivo do sistema nervoso. 12 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Articulações São uniões entre os ossos. Estão divididas em: • Articulações móveis (ou sinoviais): apresentam movimentos extensos (joelho). São basicamente formadas por cavidade articular (local de deslizamento entre um osso e outro); cápsula articular (estrutura que envolve a articulação); membrana sinovial (estrutura que reveste internamente a cápsula articular) e sinóvia (líquido produzido pela membrana sinovial, cuja função é lubrificar a articulação e amortecer impactos). • Articulações imóveis (fibrosas): não apresentam movimentos (representadas pelas suturas, articulações que unem os ossos do crânio). • Articulações semimóveis (cartilaginosas): apresentam movimentos pouco extensos (articulações das vértebras). Variação Anatômica Normal São diferenças morfológicas que aparecem na cor, na forma ou no tamanho, e se apresentam externa ou internamente, sem trazer prejuízo funcional ao indivíduo. Os fatores que podem levar a uma variação anatômica são: • sexo; • raça; • idade; • biotipo; • evolução. Anomalia São variações anatômicas acentuadas que perturbam as funções normais, ou seja, trazem prejuízo funcional aos indivíduos. Monstruosidade São anomalias acentuadas, geralmente incompatíveis à vida. 13 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Anatomia Sistêmica Planos de Delimitação e Secção do Corpo Humano Planos de delimitação são aqueles que limitam e nomeiam os lados do corpo humano: • plano de delimitação superior ou cranial; • plano de delimitação inferior ou podálico; • plano de delimitação ventral ou anterior; • plano de delimitação dorsal ou posterior; • plano de delimitação lateral direito; • plano de delimitação lateral esquerdo. Planos de secção são aqueles planos que cortam os segmentos ou estruturas do corpo: • plano de secção horizontal; • plano de secção sagital; • plano de secção transverso; • plano de secção frontal. Regiões de Demarcação do Abdome O abdome é demarcado em nove quadrantesou nove partes: • hipocôndrio direito; • epigástrio; • hipocôndrio esquerdo; • região lateral direita; • região umbilical; • região lateral esquerda; • região inguinal direita; 14 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 • hipogástrio; • região inguinal esquerda. Figura 4 - Planos de delimitação. Plano de secção sagitalPlano de secção mediano Plano de secção transversal Figura 5 - Planos de secção. 15 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Anatomia Sistêmica Plano de secção frontal ou coronal Figura 6 - Plano de secção. Posição Anatômica A posição -padrão (universal) para o estudo de anatomia pressupõe o indivíduo em posição ortostática, com os membros superiores (MMSS) estendidos ao longo do corpo, com as palmas das mãos voltadas para a frente, os membros inferiores (MMII) unidos, com os pés também voltados para a frente e a cabeça e o olhar dirigidos ao horizonte. Divisão do Corpo Humano O corpo humano é dividido em: • cabeça (crânio e face); • tronco (tórax e abdome); • membros (superiores e inferiores). Os MMSS e MMII unem -se ao tronco graças aos cíngulos (do membro superior e do membro inferior). 16 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 A D G H E B C F I Figura 7 - Regiões do abdome: (A) hipocôndrio direito; (B) epigástrio; (C) hipocôndrio esquerdo; (D) região lateral direita; (E) região umbilical; (F) região lateral esquerda; (G) região inguinal direita; (H) hipogástrio; (I) região inguinal esquerda. Cabeça Face Pescoço Ombro Tórax Abome Coxa Joelho Perna Tornozelo Pé Braço Cotovelo Antebraço Pulso Palma Figura 8 - Posição anatômica. 17 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Anatomia Sistêmica Sistema Tegumentar O sistema tegumentar é composto por pele (epiderme e derme), hipoderme (tela subcutânea), glândulas anexas (sudoríparas, sebáceas e ceruminosas), pelos e unhas. Pele Está dividida em epiderme e derme e é considerada um dos maiores órgãos do corpo humano, constituindo aproximadamente 20% do peso corporal. A pele reveste quase todo o corpo, com exceção dos orifícios genitais e alimentares, olhos e superfícies mucosas genitais, que são formados pela ectoderme. Funções da Pele • Revestimento e proteção (funciona como uma barreira entre o meio externo e o meio interno corpóreo). • Regulação da temperatura. • Sensibilidade: tato, calor, frio e dor são captados pela pele através de receptores especializados: — receptores de Krauser: frio; — receptores de Ruffini: calor; — discos de Merkel: tato e pressão; — receptores de Vater ‑Pacini: pressão; — receptores de Meissner: tato; — terminações nervosas: principalmente dor. • Permeabilidade cutânea. Epiderme Camada superficial da pele, que tem a função de proteção contra agentes externos, mas não é uma camada seletiva. Possui uma variação em sua espessura, dependendo da região do corpo em que estiver situada; na palma da mão, por exemplo, pode chegar a uma espessura de 1,5 mm, e na pálpebra, a apenas 0,3 mm. A epiderme sofre um processo de constante renovação, que se apresenta como uma sucessão de transformações ao longo de 28 dias. É dividida em cinco camadas: 18 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 • córnea; • lúcida; • granulosa; • espinhosa; • basal. Pelo Glândula sabácea Músculo eretor do pelo Glândula sudo- rípara Artéria Tecido celular subcutâneo Derme Epiderme Veia Figura 9 - Pele. Camada córnea Epiderme Derme Tecido celular subcutâneo Figura 10 - Camadas da pele. Camada basal Camada espinhosa Camada granulosa Estrato córneo Figura 11 - Camadas da epiderme. 19 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Anatomia Sistêmica Estrato córneo Camada de transição Camada granulosa Camada espinhosa Camada basal Membrana basal Figura 12 - Camada basal da epiderme. Melanócitos São células responsáveis pela produção de melanina (proteína), que proporciona o pigmento para a pele. A cor da pele é dada pela combinação de melanina, caroteno e hemoglobina. Queratinócitos Células responsáveis pela produção de queratina (proteína de proteção). Observação: queratina e melanina formam a base da camada plástica da pele. Camada espinhosa As células da camada basal começam seus processos de renovação e perdem água, passando para a camada espinhosa, que é formada por um preenchimento de melanina na queratina. Camada granulosa Formada por proteínas tingidas e grânulos de melanina, que fazem a proteção contra os raios UV. Camada lúcida Formada por células que produzem eleidina, substância graxa gordurosa responsável por lubrificar e hidratar as estruturas. A camada lúcida está presente na pele da palma da mão e da planta do pé. Camada córnea Composto por células desidratadas (melanina sem água e corante sem água), o estrato córneo é formado por células anucleadas rodeadas por queratina amolecida. É através dessa camada que ocorre a absorção dos cosméticos. 20 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Derme É a porção mais densa da pele, composta por substância fundamental amorfa (que proporciona uma característica gelatinosa para a região), rica em carboidratos, vitaminas e enzimas e é o local onde todos os elementos da derme (órgãos anexos) se alojam. A derme é uma camada de sustentação para a epiderme (tecido conjuntivo), composta por colágeno e elastina, rica em fibroblastos que fabricam essas proteínas para a sustentação do tecido. Está dividida em duas camadas: • papilar: em contato com a epiderme; • reticular: mais densa e em contato com o tecido celular subcutâneo (hipoderme). É na derme que se encontram os órgãos anexos da pele, os vasos sanguíneos e linfáticos, o músculo eretor do pelo, os nervos e os órgãos sensoriais. Órgãos Anexos Glândulas sudoríparas Localizadas na derme e responsáveis pela produção do suor, que tem como função regular a temperatura da epiderme, por ser secretado diretamente nessa camada (camada córnea). O suor é composto por água, sais e ureia. As glândulas sudoríparas são divididas em: • apócrinas: localizadas nas axilas, na região inguinal e no púbis (secretam substâncias com odor); • écrinas: localizadas nas outras regiões. Epiderme Derme Glândula sudorípara Tecido celular subcutâneo Figura 13 - Glândula sudorípara. 21 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Anatomia Sistêmica Glândula sebácea Responsável pela produção do sebo (substância graxa – lipídio), que é secretado no folículo piloso e a partirdele conduzido até a camada córnea da epiderme (a glândula sebácea está fixada no folículo piloso), além de ser responsável por lubrificar a camada superficial da pele. O músculo eretor do pelo está fixado na camada basal e no folículo piloso, que é estimulado quando se realiza uma contração. Folículo piloso É uma invaginação da epiderme (camada basal) na derme, onde são formados os pelos. Glândula ceruminosa Está localizada na derme do meato acústico interno (MAI) e realiza a produção do cerume, que tem a função de proteger os tímpanos contra as agressões externas. Pelo Glândula sebácea Músculo eretor do pelo Folículo piloso Figura 14 - Glândula sebácea e músculo eretor do pelo. Vasos Sanguíneos, Linfáticos e Nervos da Derme Os vasos sanguíneos e linfáticos localizados na derme são responsáveis pela vascularização (nutrição e oxigenação) da epiderme. Os nervos e órgãos sensoriais também estão associados à epiderme. Pelos Formados a partir do folículo piloso por matérias -primas presentes nos alimentos que entram na circulação sanguínea. Dessa forma, ocorre a formação da haste do pelo. 22 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Os pelos são estruturas formadas por células da epiderme queratinizadas que, por sofrerem diversos processos de renovação e se multiplicarem constantemente, estão sempre empurrando as células mais velhas para a camada mais superficial, onde morrem e, por acúmulo de queratina, essas células ficam compactas, originando assim o pelo e as unhas. Fases de crescimento do pelo 1. Anagênica ou anágena: fase de crescimento capilar (2 a 6 anos). 2. Catagênica ou catágena: fase de migração do pelo (algumas semanas). 3. Telogênica ou telógena: fase em que o pelo cai e outro depósito se forma para o nascimento de um pelo novo (alguns meses). TelogênicaAnagênica Catagênica Figura 15 - Fases de crescimento do pelo. Manto Hidrolipídico A combinação de suor, sebo, água e NMF (fator natural de hidratação da pele) forma o manto hidrolipídico na porção epicutânea. Essa mistura é um hidratante natural, considerado um cosmético perfeito da pele. Tecido Celular Subcutâneo (Tela Subcutânea ou Hipoderme) – Triacilglicerol Formado a partir da mesoderme, o tecido celular subcutâneo tem como função o preenchimento, a proteção contra impactos e a reserva energética, além de ser um isolante térmico. O tecido celular subcutâneo é formado por células de adipócitos e fibras e é um tecido vascularizado, pois possui terminações nervosas que vêm dos músculos, ossos e órgãos e passam do tecido celular subcutâneo para a derme. 23 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Anatomia Sistêmica Epiderme Derme Hipoderme Figura 16 - Localização do tecido celular subcutâneo (ou hipoderme). Sistema Muscular Sistema formado por células responsáveis pela contração e pelo relaxamento, que compõem o órgão ativo do movimento. Pode -se encontrar três tipos de músculos: • músculo liso (não estriado); • músculo estriado cardíaco; • músculo estriado esquelético. Pode -se classificar os músculos como: • músculos voluntários: são aqueles controlados de acordo com a vontade do indivíduo; sua contração é voluntária; • músculos involuntários: são aqueles que não podem ser controlados de acordo com a vontade do indivíduo; sua contração depende da ação do sistema nervoso central. Músculo liso Músculo estriado cardíaco Músculo estriado esquelético Figura 17 - Tipos de músculos. 24 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Componentes do Músculo Estriado Esquelético 1. Tendão. 2. Ventre muscular. 3. Fáscia muscular. Tendão Ventre Muscular Fáscia Muscular Figura 18 - Componentes musculares. Propriedades Musculares 1. Contratilidade. 2. Elasticidade. 3. Tonicidade. 4. Excitabilidade. Origem e Inserção • Origem: ponto fixo que não se desloca com o movimento. • Inserção: ponto móvel que se desloca com o movimento. Contração Muscular Na contração muscular, há um deslizamento da actina sobre um conjunto de filamentos de miosina que dependem de ATP. 25 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Anatomia Sistêmica Inserção Origem Controle Figura 19 - Origem e inserção muscular. MiofibrilaNúcleo Figura 20 - Fisiologia muscular. Banda clara Banda escura Banda clara Disco Z Disco ZLinha M Figura 21 - Contração muscular. 26 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Nomenclatura Muscular Esternocleidomastoideo Frontal Platisma Trapézio Escaleno Deltoide Peitoral maior Serrátil anterior Bíceps braquial Flexores dos dedos Grácil Quadríceps Sartório Sartório Gastrocnêmio Medial Tibial anterior Reto abdominal Linha alba Oblíquo do abdome Figura 22 - Músculos esqueléticos superficiais: vista anterior. Occipital Deltoide Tríceps braquial Grande dorsal Extensores dos dedos Bíceps femoral Tríceps sural Tendão calcâneo Glúteo Sóleo Gastrocnêmio lateral Gastrocnêmio medial Trapézio Figura 23 - Músculos esqueléticos superficiais: vista posterior. 27 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Anatomia Sistêmica Temporal Occipital Esternocleidomastoideo Trapézio Platisma Frontal Prócero Orbicular do olho Depressor do septo Elevador do lábio Elevador da asa do nariz Zigomático menor Zigomático maior Depressor do lábio Depressor do ângulo da boca Mentuais Corrugador do supercílio Bucinador Masseter Orbicular da boca Risório Temporal Figura 24 - Músculos da cabeça. Sistema Esquelético Osso Órgão vivo vascularizado e inervado. Esqueleto Conjunto de 206 ossos interligados que formam o arcabouço (armadura) do corpo humano e são classificados de acordo com o seu formato. Possui como funções: • sistema de alavancas; • proteção; 28 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 • sustentação; • produção; • armazenamento. Divisão do esqueleto • Esqueleto axial; • esqueleto apendicular. Os cíngulos realizam a união do esqueleto apendicular ao esqueleto axial. Estruturas Ósseas • Epífise; • diáfise; • substância esponjosa; • substância compacta; • canal medular; • medula óssea; • periósteo; • cartilagem epifisial. Nomenclatura Óssea Ossos dos membros superiores (MMSS) • Mão: — carpo; — metacarpo; — falanges. 29 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Anatomia Sistêmica • Antebraço: — rádio (lateral); — ulna (medial). • Braço: — úmero. • Cíngulo do membrosuperior: — clavícula (anterior); — escápula (posterior). Ossos dos membros inferiores (MMII) • Pé: — tarso; — metatarso; — falanges. • Perna: — tíbia (medial); — fíbula (lateral). • Coxa: — fêmur. • Cíngulo do membro inferior: — ílio (superior); — ísquio (posteroinferior); — púbis (anteroinferior). 30 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Ossos do tronco Tórax • Esterno: — manúbrio; — corpo; — processo xifoide. Epífise Metáfise Diáfise Epífise Cartilagem articular Osso esponjoso Osso compacto Figura 25 - Estruturas ósseas. • Costelas: doze pares divididos em: — verdadeiras (sete primeiros pares); — falsas (oitavo, nono e décimo pares); — flutuantes (décimo primeiro e décimo segundo pares). Coluna Vertebral É formada por 33 vértebras, divididas em cinco segmentos: • cervicais (C1 -C7); 31 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Anatomia Sistêmica • torácicas (T1 -T12); • lombares (L1 -L5); • sacro (4 -5 vértebras fundidas); • cóccix (3 -4 vértebras fundidas). Ossos da cabeça Crânio • Frontal; • parietal; • occipital; • temporal; • esfenoide; • etmoide. Face • Nasal; • conchas nasais; • vômer; • maxila; • palatino; • zigomático; • mandíbula; • lacrimal. 32 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Clavícula Escápula Úmero Rádio Ulna Ossos da mão Fêmur Patela Tíbia Fíbula Ossos do pé Figura 26 - Ossos dos membros superiores e inferiores. Clavícula Costelas verdadeiras Costelas falsas Escápula Esterno Coluna vertebral Costelas flutuantes Figura 27 - Ossos do tórax. 33 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Anatomia Sistêmica Região cervical Região torácica Região lombar Região sacral Região coccígea Figura 28 - Ossos da coluna vertebral. Parietal Temporal Occipital Mandíbula Frontal Esfenoide Nasal Zigomático Maxila Figura 29 - Ossos do crânio. Frontal Parietal Temporal Esfenoide Zigomático Nasal Conchas nasais Maxila Mandíbula Figura 30 - Ossos da face. 34 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Classificação Óssea • Osso longo; • osso curto; • osso plano; • osso irregular; • osso pneumático; • ossos sesamoide. Sistema Articular Definição Articulações são uniões entre dois ou mais ossos que possibilitam o movimento, seja ele restrito ou livre entre as peças ósseas. O esqueleto possui três tipos de articulações, divididos de acordo com o tipo de movimento que as conexões ósseas proporcionam, considerando o tipo de tecido que se interpõe às peças articuladas. Tipos de Articulações • Articulação fibrosa; • articulação cartilagínea; • articulação sinovial. Articulação fibrosa Possibilita o movimento restrito entre as peças ósseas. Na verdade ocorrem apenas vibrações entre os ossos, porque entre eles o tecido existente é o conjuntivo fibroso. É formada por: • suturas; • sindesmoses; • gonfose. 35 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Anatomia Sistêmica Maxila Crânio Mandíbula Clavícula Úmero Rádio Ulna Carpo Metacarpo Falanges Fêmur Patela Tíbia Fíbula Tarso Escápula Esterno Costelas Coluna vertebral Ílio Sacro Cóccix Ísquio Púbis Metatarso Falanges Figura 31 - Esqueleto. 36 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Articulação cartilaginosa Possibilita o movimento elástico entre as peças ósseas, e o tecido que se interpõe entre os ossos é cartilaginoso (cartilagem). É formada por: • sínfise; • sincondrose. Articulação sinovial Possibilita livre movimento entre as peças ósseas e, para isso, possui as seguintes estruturas: • cápsula articular; • cavidade articular; • cartilagem articular; • disco articular; • menisco articular. Sistema Cardiovascular Definição O sistema cardiovascular é responsável pela condução do sangue, para que haja o transporte de: • gases; • nutrientes; • resíduos metabólicos; • hormônios; • calor. Além disso, cabem a ele a distribuição do mecanismo de defesa e a coagulação sanguínea. Composição O sistema cardiovascular é composto por: 37 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Anatomia Sistêmica • sangue: líquido viscoso que circula pelo organismo animal; • coração: bomba contrátil propulsora que impulsiona o sangue para as artérias; • artérias: vasos que conduzem o sangue do coração para os órgãos; • veias: vasos que conduzem o sangue dos órgãos para o coração; • vasos capilares: vasos microscópicos que proporcionam o metabolismo celular através da troca de gases e nutrientes. Figura 32 - Artérias. Sangue É composto por uma parte líquida, plasma e células sanguíneas (hemácias, leucócitos e plaquetas). Artérias Possuem paredes musculares grossas e calibre interno estreito. As artérias sofrem pressão do coração e conduzem o sangue do coração para os órgãos do corpo. Veias Possuem paredes musculares largas (grossas) e calibre interno ou luz do vaso fina. As veias não sofrem pressão do coração e não apresentam elasticidade. Para que não haja um refluxo do sangue, as veias possuem válvulas. Válvulas venosas Seio das válvulas Seio das válvulas Figura 33 - Veias. 38 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Válvulas abertas Válvulas fechadas Figura 34 - Fluxo venoso. Artéria Arteríolas Capilares Figura 35 - Árvore arterial. Capilares sanguíneos São vasos de calibre menor. Coração Bomba contrátil propulsora, ou seja, que impulsiona o sangue para que ocorra o transporte de substâncias para os órgãos. Forma O coração possui a forma de um cone truncado, ou seja, sua base é mais larga e fica na porção superior e seu ápice está na porção inferior e é mais estreito. 39 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Anatomia Sistêmica Figura 36 - Formato do coração. Localização Está situado na cavidade torácica, no mediastino (espaço entre os pulmões), superior ao diafragma, mais à esquerda do plano mediano, e pesa em média de 250 a 400 g. Figura 37 - Localização do coração. Morfologia externa É compostopor um músculo estriado cardíaco, o miocárdio, e é envolvido externamente por uma membrana chamada pericárdio e internamente pelo endocárdio. Morfologia interna O coração é um músculo oco que possui quatro câmaras cardíacas, quatro septos e quatro valvas. São eles: • átrio direito; • átrio esquerdo; 40 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 • ventrículo direito; • ventrículo esquerdo; • septo interatrial; • septo interventricular; • septo atrioventricular direito; • septo atrioventricular esquerdo; • valva cardíaca direita (tricúspide); • valva cardíaca esquerda (bicúspide ou mitral); • valva do tronco pulmonar; • valva da aorta. Figura 38 - Morfologia externa do coração. Vasos da base do coração Vasos situados na porção superior do coração e que atuam diretamente na pequena e na grande circulação: • aorta; 41 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Anatomia Sistêmica • artérias pulmonares direita e esquerda; • veias pulmonares direita e esquerda; • veias cavas superior e inferior. Fisiologia do coração • Pequena circulação ou circulação pulmonar: é a circulação entre o coração e o pulmão, na qual o sangue sai rico em gás carbônico do ventrículo direito pela artéria pulmonar, chega até os pulmões, onde realiza uma hematose (troca gasosa), e retorna rico em oxigênio ao coração pelas veias pulmonares direita e esquerda, no átrio esquerdo. Veia cava superior Aorta Ramo da artéria pulmonar Veias pulmonares Átrio esquerdo Valva aórtica Valva mitral ou atrioventricular esquerda Ventrículo esquerdo Septo Aorta Átrio direito Valva pulmonar Valva tricúspide ou atrioventricular direita Ventrículo direito Cordas tendinosas Músculo Veia cava inferior Figura 39 - Morfologia interna do coração. 42 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Coração Capilares Capilares Artéria aorta Figura 40 - Pequena circulação ou circulação pulmonar. • Grande circulação ou circulação sistêmica: é a circulação entre o coração e todos os órgãos do corpo, na qual o sangue sai rico em oxigênio do ventrículo esquerdo pela artéria aorta, vai para todos os órgãos do corpo, realizando uma respiração celular, e retorna rico em gás carbônico ao coração, pelas veias cavas superior e inferior. 43 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Anatomia Sistêmica Capilares Coração Capilares Figura 41 - Grande circulação. Movimentos cardíacos O coração realiza dois tipos de movimentos: • Sístole: contração das fibras musculocardíacas que ocorre em átrios e ventrículos, para que seja realizado o esvaziamento das câmaras cardíacas. • Diástole: relaxamento das fibras do músculo cardíaco, para que ocorra o enchimento das câmaras. As circulações pulmonar e sistêmica ocorrem ao mesmo tempo, como demonstra o esquema a seguir: A B C D Figura 42 - As fases da contração cardíaca: (A) diástole: enchimento das aurículas; (B) sístole auricular: enchimento dos ventrículos; (C) sístole ventricular: contração dos ventrículos; (D) esvaziamento dos ventrículos. 44 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Veias cavas superior e inferior átrio direito valva tricúspide ventrículo direito artérias pulmonares direita e esquerda hematose veias pulmonares direita e esquerda valva mitral ventrículo esquerdo artéria aorta órgãos do corpo Condução cardíaca As células do músculo cardíaco possuem estímulo espontâneo para contração de suas fibras. O impulso elétrico é produzido pelo nó sinoatrial, localizado na porção superior do átrio direito, e se irradia de maneira homogênea pelo miocárdio dos átrios e pelos feixes internodais até o nó atrioventricular, localizado na porção inferomedial do átrio direito, onde o impulso elétrico é freado de uma maneira quase imperceptível, para que os átrios se contraiam antes dos ventrículos. Logo após, o impulso é conduzido até o fascículo atrioventricular (feixe de His), localizado no septo interventricular, e pelos ramos subdendocárdicos (fibras de Purkinje), que o espalham até o miocárdio dos ventrículos, para que ocorra a sístole ventricular. Sistema Linfático Definição Realiza a manutenção do líquido tissular e é um sistema que auxilia a drenagem venosa, responsável pela absorção de moléculas grandes, através da absorção do líquido intersticial sem a presença de um órgão bombeador. Auxilia a maturação das células de defesa (linfócitos B e T) e a produção de anticorpos. O sistema linfático remove o excesso de fluido do corpo e o devolve para o sistema cardiovascular. Nó sinoatrial Átrio direito Átrio esquerdo Ramo direito do fascículo Ventrículo direito Ramo esquerdo do fascículo Nó atrioventricular Ventrículo esquerdo Fascículo atrioventricular Figura 43 - Condução cardíaca. 45 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Anatomia Sistêmica Composição • Capilares linfáticos; • vasos linfáticos; • troncos linfáticos; • linfonodos; • timo; • baço; • tonsila palatina. Capilares linfáticos Absorvem o líquido intersticial e conduzem a linfa até os capilares sanguíneos. Vasos linfáticos Compostos por válvulas que impedem o refluxo da linfa. Linfonodos cervicais Vasos linfáticos Linfonodos axilares Ducto torácico Baço Nódulos linfáticos Figura 44 - Órgãos linfáticos, linfonodos e vasos linfáticos. 46 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Linfa Líquido intersticial absorvido pelo capilar linfático, rico em proteínas, água e eletrólitos, e que possui uma composição parecida com a do plasma. Troncos Linfáticos Junção dos ductos torácicos e linfáticos direito e esquerdo. Observação: a circulação linfática ocorre a partir dos vasos menores, capilares linfáticos, para os vasos linfáticos, onde se localizam os linfonodos, segue até os ductos linfáticos e, então, até a corrente sanguínea. Direção do fluxo Válvula Figura 45 - Capilar linfático. Figura 46 - Vasos linfáticos. 47 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Anatomia Sistêmica Baço Órgão linfoide localizado à esquerda do plano mediano entre o nono, o décimo e o décimo primeiro par de costelas, funciona como um reservatório de sangue, além de possuir também a função de eliminar as hemácias com mais de 60 dias (hemácias velhas). Circulação linfática periférica Circulação linfática central Vasos linfáticos Gânglios linfáticos Ductos linfáticos Capilares linfáticos Figura 47 - Esquema da circulação linfática Timo Órgão linfoide que auxilia na maturação dos linfócitos T (células de defesa) que atuam atacando micro -organismos específicos causadoresde doenças para destruí -los, ajudando assim a defender o organismo contra infecções. O timo é ativo em crianças e sofre uma atrofia gradativa após a puberdade (mantendo ativa a sua função), conservando a homeostase corporal. Tonsilas palatinas Localizadas no istmo das fauces (porção posterior da boca), são formadas por tecido linfoide e atuam como uma barreira de defesa das vias aéreas superiores. 48 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Região drenada pelo ducto torácico Região drenada pelo ducto linfático direito Figura 48 - Regiões drenadas pelos ductos. Linfonodos Funcionam como filtros do sistema linfático para impedir a penetração de toxinas. Principais linfonodos • Pré -auriculares; • pós -auriculares; • cervicais; • do tórax; • axilares; • do abdome; • inguinais; • poplíteos; • tibiais anterior e posterior. 49 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Anatomia Sistêmica Esses gânglios são ligados por vasos linfáticos que têm um trajeto próprio, sempre da extremidade para a região medial (caminho centrípeto), e seguem dos membros para a cisterna do quilo. Medula Paracórtex Vaso linfático aferente Folículos primários e secundários Córtex Figura 49 - Linfonodo. Figura 50 - Principais linfonodos. Sistema Endócrino Definição Sistema composto por glândulas sem ductos, reponsáveis pela produção de hormônios. Essas glândulas secretam os hormônios diretamente na corrente sanguínea. O equilíbrio homeostático depende da ação dos hormônios. 50 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Hormônio Substância química que coloca o organismo em movimento, auxiliando as funções do sistema nervoso central. Ação dos hormônios As células possuem receptores preparados para receber as substâncias químicas (hormônios). Cada célula possui um tipo de receptor específico. Os hormônios são substâncias químicas lançadas pelas glândulas na corrente sanguínea que, ao se ligarem aos receptores específicos, provocam um estímulo químico para a célula (sem que seja necessário um estímulo de nervos periféricos). O sistema endócrino é composto pelas seguintes glândulas: • hipófise; • tireoide; • paratireoides; • suprarrenal; • pâncreas; • ovários; • testículos. Hipófise Glândula que auxilia o sistema nervoso em suas funções, produzindo diversos hormônios, dentre eles: • TSH: atua na tireoide, estimulando -a a produzir a tiroxina. • LH: atua na produção de estrogênio, progesterona e testosterona. • FSH: atua sobre a formação dos folículos ováricos e testiculares. • GH: responsável pelo crescimento. • Prolactina: estimula a produção de leite na glândula mamária. • Oxitocina: estimula as contrações uterinas para o parto. • ACTH: estimula a produção dos hormônios da glândula suprarrenal. 51 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Anatomia Sistêmica Tireoide Glândula responsável pela produção de hormônios que regulam (controlam) o metabolismo corporal (hormônio × metabolismo). São eles: • T3; • T4; • calcitonina; • tiroxina. Paratireoides Glândulas localizadas na porção posterior da tireoide que produzem o paratormônio, que regula a quantidade de cálcio no sangue. Pâncreas Localizado à esquerda do plano mediano posterior ao estômago, responsável pela produção de insulina e glucagon, que regulam as taxas de açúcar no sangue. A insulina atua na redução da taxa de glicemia, e o glucagon, no aumento. Suprarrenal Localizada na margem superior de cada rim, a glândula suprarrenal atua na regulação do estresse e da pressão arterial, além de ser responsável pela produção de: • adrenalina; • noradrenalina; • corticosteroide. Ovário Gônada feminina responsável pela produção dos gametas (óvulos) e pela produção de estrogênio que, somado ao LH, forma a progesterona. 52 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Testículos Pineal Hipófise Tireoide Paratireoide Timo Suprarrenais Pâncreas Ovários Figura 51 - Localização das glândulas endócrinas. Testículo Gônada masculina responsável pela produção dos gametas masculinos (espermatozoides) e pela produção de testosterona. Sistema Respiratório Definição O sistema respiratório tem a função de trazer o ar atmosférico para um local do corpo humano onde possa ser absorvido de forma rápida pelo sangue. Também auxilia o desenvolvimento de sons, tornando a vocalização compreensível, além de ajudar a manter o equilíbrio do pH sanguíneo, pela eliminação de CO2. Em geral, o sistema respiratório é dividido em: tecido respiratório – onde as trocas gasosas ocorrem – e tubos condutores. Como a maior parte do sistema é formada por órgãos tubulares de condução de ar, quando esta é realizada, capta corpos estranhos no muco, aquece o ar com o calor dos vasos sanguíneos subjacentes e adiciona água ao ar, permitindo que o O2 se dissolva antes de ser absorvido pelo sangue. Desse modo, o sistema respiratório é responsável pela condução do ar, ou seja, do O2 pelas vias aéreas superiores até os sacos alveolares – ou alvéolos pulmonares –, onde ocorre a hematose (troca gasosa), eliminando CO2. 53 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Anatomia Sistêmica Formado pelas vias condutoras e respiratórias, o sistema respiratório é composto, ainda, pelos seguintes órgãos: Nariz O nariz está dividido em duas porções: • porção externa do nariz: compreende uma estrutura triangular dividida em dorso (porção superior), ápice (“ponta”) e base (ligada à face); • nariz interno: tem seu início nas narinas, adentrando o vestíbulo no nariz, que é formado por conchas nasais, meatos nasais, coanas e cílios nasais. Sua função é filtrar e aquecer o ar: quando este passa das narinas para o vestíbulo do nariz, sofre uma turbulência graças às suas estruturas internas e mantém contato maior com os vasos sanguíneos, ocorrendo, assim, seu aquecimento. Os cílios, por sua vez, são responsáveis por filtrar o ar, capturando as impurezas. Mediastino médio Cavidade do nariz Traqueia Ápice do pulmão direito Brônquio principal direito Pulmão direito Diafragma Laringe Ápice do pulmão esquerdo Brônquio principal esquerdo Pulmão esquerdo Incisura cardíaca Figura 52 - Órgãos respiratórios. Faringe Tubo muscular que possui função respiratória e digestiva. É dividido em três porções: 54 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 • parte nasal da faringe; • parte oral da faringe; • parte laríngea da faringe. Observação: o mecanismo de “tampa”, formado pela glote e pela epiglote, separa o ar do bolo alimentar. Quando a glote está aberta, o ar é conduzido entre as pregas vocais para a laringe; quando a epiglote fechaa glote, o bolo alimentar é conduzido para o esôfago. Laringe É um tubo principalmente cartilaginoso, situado no plano mediano e anterior do pescoço que, além de ser um órgão respiratório, é também um órgão fonador. É formado pelas seguintes estruturas: • cartilagem tireóidea; • cartilagem epiglote; • membrana tíreo -hióidea; • cartilagem cricóidea; • membrana cricotireóidea; • cartilagem aritenóidea; • prega vestibular; • prega ariepiglótica; • prega interaritenóidea. Traqueia É um órgão constituído por “anéis” cartilaginosos incompletos em forma de “U”, conectados por ligamentos anulares, em que a parede posterior é isenta de cartilagem, mas recoberta por uma camada de membrana muscular lisa. A cartilagem traqueal confere a ela uma rigidez que impede colapsos e, ao mesmo tempo, elasticidade e flexibilidade para movimentar -se. 55 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Anatomia Sistêmica Brônquios No final da traqueia há uma bifurcação chamada carina, que a divide em duas partes, formando, assim, os brônquios principais, que entrarão dentro dos pulmões, onde se ramificam em brônquios lobares e, novamente, ramificam -se em brônquios segmentares. Estes dividem -se em diversas ramificações chamadas bronquíolos e, no final de cada um destes, localizam -se os sacos alveolares ou alvéolos pulmonares, formando, desse modo, a árvore brônquica. Pulmões Órgãos pares, em forma de cone, que apresentam uma porção superior chamada ápice e uma porção inferior chamada base. O pulmão direito é dividido em três partes: • lobo superior; • lobo médio; • lobo inferior. O pulmão esquerdo é dividido em duas partes: • lobo superior; • lobo inferior. Lobo superior direito Lobo médio Lobo inferior direito Fissura horizontal Fissura oblíqua Lobo superior esquerdo Fissura oblíqua Lobo inferior esquerdo Figura 53 - Divisão pulmonar. Observação: no pulmão direito, duas fissuras separam os lobos; no pulmão esquerdo, apenas uma. 56 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Pleuras Cada pulmão está envolvido por uma membrana serosa formada por dois folhetos: • pleura parietal: reveste a superfície do pulmão externamente; • pleura visceral: reveste a superfície do pulmão internamente. A cavidade pleural é um espaço existente entre as pleuras e que permite o livre deslizamento entre elas. Pleura cervical Pleura costal Cavidade visceral Pleura visceral Recesso costodiafragmático Pleura diafragmática Pleura mediastinal Pleura diafragmática Face costal do pulmão esquerdo revestida pela pleura visceral Pleura costal Pleura cervical (cúpula pleural) Figura 54 - Pleuras. Sistema Digestório Definição É um tubo longo, musculoso e especializado em digestão, de aproximadamente 9 metros de comprimento, que vai desde a boca até o ânus, associado aos órgãos anexos que auxiliam na digestão. A função desse sistema, além de realizar a digestão, é absorver os nutrientes e eliminar os resíduos alimentares. O sistema digestório é composto pelos seguintes órgãos: • boca; • faringe; • esôfago; • estômago; • intestino delgado; • intestino grosso; • reto; 57 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Anatomia Sistêmica • canal anal. Os órgãos anexos que auxiliam a digestão são: • glândulas salivares; • fígado; • vesícula biliar; • pâncreas. Digestão É a transformação de macromoléculas em micromoléculas, pela ação de enzimas digestivas, para que os nutrientes possam ser absorvidos. Boca A boca tem a função de triturar o alimento através da mastigação, empurrá -lo com a língua e umedecê -lo com a saliva, formando o bolo alimentar. É composta pelas seguintes estruturas: • Dentes: trituram e dilaceram os alimentos (são compostos por estruturas internas: dentina, cemento e cavidade pulpar; e estruturas externas: esmalte, coroa, colo e raiz). A primeira dentição ou dentição de leite é composta por 20 dentes, e a segunda dentição ou dentição permanente é composta por 32 dentes. • Gengiva: fixa os dentes. • Língua: empurra os alimentos e proporciona o paladar. • Glândulas salivares: responsáveis por produzir a saliva, que é uma enzima digestiva – conhecida como amilase salivar ou ptialina – com a função de digerir o amido ainda na boca. Estão presentes na cavidade bucal as glândulas: — parótida: próxima à orelha; — submandibular: abaixo da mandíbula; — sublingual: abaixo da língua. 58 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Faringe Tubo muscular responsável por conduzir o bolo alimentar até o esôfago e conduzir o ar até a laringe. Está dividida em: • parte nasal (nasofaringe); • parte oral (orofaringe); • parte laríngea (laringofaringe). Boca Laringe Faringe Esôfago Estômago Baço Intestino delgado Canal anal Reto Intestino grosso Vesícula biliar Pâncreas Fígado Figura 55 - Sistema digestório. Esôfago Tubo muscular que conduz o bolo alimentar até o estômago através de movimentos peristálticos. O esôfago está dividido em: • porção cervical; • porção torácica; • porção abdominal. 59 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Anatomia Sistêmica Estômago Porção alargada e especializada do tubo digestivo, localizada à esquerda do plano mediano, na cavidade abdominal. Divide -se em: • cárdia; • fundo gástrico; • corpo gástrico; • piloro. Observação: a cárdia e o piloro são válvulas que abrem e fecham de acordo com a necessidade. Digestão no estômago No estômago, a produção de secreções começa antes mesmo de o alimento chegar ao órgão. Primeiramente, o estômago produz um muco que protege as paredes estomacais da ação do próprio suco produzido por ele, chamado de suco gástrico – composto por água, ácido clorídrico e enzimas digestivas (pepsina, lipase gástrica e renina). O bolo alimentar pode ficar de 3 a 4 horas dentro do estômago. Intestino delgado Órgão muscular localizado na porção mediana da cavidade abdominal, com aproximadamente 6 metros de comprimento. Sua função é absorver os nutrientes que se encontram em micromoléculas e conduzir, por meio de movimentos peristálticos, os resíduos alimentares e a água até o intestino grosso. Está dividido em três porções: • duodeno; • jejuno; • íleo. 60 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Intestino delgado Estômago Intestino grosso Duodeno Jejuno Íleo Figura 56 - Estômago, intestino delgado e intestino grosso. Intestino grosso Tubo muscular localizado na cavidade abdominal, responsável por absorver a água e conduzir, por movimentos peristálticos, os resíduos alimentares para o meio externo, em forma de bolo fecal. Está dividido em várias porções: • ceco; • cólon (cólonascendente, flexura direita do cólon, cólon transverso, flexura esquerda do cólon, cólon descendente, cólon sigmoide); • reto; • canal anal (incluindo o ânus). Cólon descendente Cólon transverso Cólon ascen- dente Ceco Reto Canal anal Cólon sigmoide Flexura hepática Flexura esplênica Figura 57 - Intestino grosso. 61 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Anatomia Sistêmica Observação: a água é absorvida pelo ceco, em cuja porção inferoposterior está fixado o apêndice vermiforme. Transformação do alimento • Boca: bolo alimentar. • Estômago: quimo. • Intestino delgado: quilo. • Intestino grosso: bolo fecal ou fezes. Órgãos anexos Glândulas que auxiliam a função digestória. Pâncreas É uma glândula anexa do sistema digestório, parecida com as glândulas salivares. Está localizado à esquerda do plano mediano, posterior ao estômago, e divide -se em: • cabeça; • colo; • corpo; • cauda. Possui duas funções: 1. Endócrina: produz insulina e glucagon, que serão lançados na corrente sanguínea. 2. Exócrina: produz suco pancreático e lança -o no intestino delgado para auxiliar a função digestiva. O suco pancreático é composto por: — amilase pancreática: digere o amido; — lipase pancreática: digere a gordura; — tripsina e quimotripsina: digerem as proteínas. 62 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Fígado Maior glândula do corpo humano, localizada à direita do plano mediano, tem a função de produzir a bile e lançá -la para ser armazenada na vesícula biliar, que irá lançar a bile no duodeno do intestino delgado para digerir gorduras que não foram totalmente digeridas. Está dividido em: • lobo quadrado; • lobo caudado. O fígado possui, ainda, as funções de metabolizar carboidratos, lipídios, proteínas e alguns medicamentos, armazenar alguns tipos de vitaminas e formar a ureia. Vesícula biliar Órgão em forma de bolsa muscular que armazena a bile e está localizado à direita do plano mediano, posteriormente ao fígado. O ducto responsável por conduzir a bile do fígado para a vesícula é o ducto cístico, e o ducto que conduz a bile da vesícula para o duodeno é o ducto colédoco. Sistema Urinário O sistema urinário representa o caminho dos produtos do metabolismo e dos elementos químicos não essenciais dissolvidos em água. Dele fazem parte os rins, os ureteres, a bexiga urinária e a uretra. Suas funções, além de filtrar o sangue, separando dele a urina (excreções do metabolismo), são: manter a homeostase corporal, manter o equilíbrio do pH e, através de glândulas endócrinas situadas na porção superior de cada rim (glândulas suprarrenais), produzir hormônios. Rins Localizados na porção posterior da cavidade abdominal (porção retroperitonial), um à direita e o outro à esquerda, estando o rim direito situado mais abaixo que o esquerdo, por causa da posição do fígado. Os rins estão localizados entre as vértebras T12 e L3 e possuem o formato de um grão de feijão. Estruturas externas dos rins • Hilo renal: conjunto de estruturas que penetram nos rins (artérias intrarrenais, veias intrarrenais e pelve renal). • Seio renal: margem côncava medial do rim. • Pelve renal: alargamento do ureter. 63 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Anatomia Sistêmica Estruturas internas dos rins • Córtex renal; • medula renal; • pirâmides renais; • colunas renais; • cálices renais menores; • cálices renais maiores; • papila renal; • néfron (unidade funcional do rim). O rim funciona graças a pequenas unidades de processamento sanguíneo – os néfrons, que coletam líquido do sangue através das cápsulas glomerulares (de Bowman). Substâncias úteis são reabsorvidas pelo sangue à medida que o líquido passa através dos túbulos renais, e quando este chega ao ducto coletor, contém somente resíduo (urina). Ureteres São tubos musculares que unem o rim à bexiga e também são um órgão par (um à direita e o outro à esquerda), saindo de cada rim. Os ureteres são divididos em parte abdominal, parte pélvica e parte intramural. Seu trajeto é inferoposterior e vai dos rins à bexiga urinária; e sua função é conduzir a urina nessa direção. Veia renal Artéria renal Seio renal Glândula suprarrenal Extremidade superior Margem lateral Face anterior Pelve renal Extremidade inferiorUreter Hilo renal Figura 58 - Rim, estruturas externas. 64 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Cálice menor Cálice maior Ureter Pirâmide renal Papila renal Néfron Papila renal Colunas renais Medula renal Pelve renal Córtex renal Figura 59 - Secção coronal do rim, estruturas internas. Bexiga Urinária É uma bolsa muscular elástica situada posteriormente à sínfise púbica, funcionando como reservatório de urina. Na base da bexiga existe o trígono da bexiga, que é uma área triangular em cujas arestas alojam -se os óstios, local por onde penetram os ureteres e de onde se origina a uretra. À medida que a bexiga se enche de urina, ela aumenta de tamanho e desencadeia uma necessidade consciente de urinar. Os dois músculos esfíncteres (anéis musculares) relaxam, a bexiga contrai -se ritmicamente e a urina é expelida através da uretra. Uretra A uretra drena a bexiga e é consideravelmente mais longa no sexo masculino (20 cm) do que no sexo feminino (4 cm). Constitui o último segmento do sistema urinário e sua função nos indivíduos do sexo feminino é de apenas drenar a urina (realizar a micção) para o meio externo, ao passo que nos do sexo masculino, além de drenar a urina (realizar a micção), serve também como canal de ejaculação. 65 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Anatomia Sistêmica Rim direito Veia cava inferior Aorta Ureteres Rim esquerdo Bexiga Figura 60 - Ureteres. Ureteres Fundo Uretra Colo Corpo Figura 61 - Bexiga urinária. Sistema Reprodutores Masculino e Feminino Sistema Genital Masculino Conceito A função do sistema genital masculino é produzir células gaméticas masculinas (espermatozoides) para a reprodução da espécie. Os órgãos responsáveis estão divididos em órgãos externos e órgãos internos. 66 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 • Órgãos internos: testículos, epidídimo, ducto deferente, glândula seminal, ducto ejaculatório, próstata e glândula bulbouretral. • Órgãos externos: escroto e pênis. Órgãos internos Testículo Órgão par, ovoide, com aproximadamente 5 cm no adulto. Cada testículo tem uma cápsula fibrosa espessa, chamada túnica albugínea. É vascularizado pelas artérias testiculares e veias testiculares que formam o plexo pampiniforme. Sua função é produzir as células gaméticas masculinas em seu interior, chamadas de espermatozoides, e, para que isso ocorra, é necessária uma temperatura de 35 °C, que é atingida pelo fato de essas células localizarem -se dentro dos testículos,que estão protegidos pelo escroto e distante das cavidades corporais mais quentes. Também é responsável pela secreção de um hormônio masculino – a testosterona. Epidídimo Sistema de tubos enovelados, por onde passam os espermatozoides quando estão na fase de maturação. Localizado na face posterior dos testículos, o epidídimo é irrigado por ramos das artérias testiculares e drenado pelo plexo pampiniforme. Ducto deferente É onde os espermatozoides ficam armazenados e depois são conduzidos até a glândula seminal. O ducto deferente estende -se desde o epidídimo até a glândula seminal, e pode ser distinguido dos vasos testiculares pela sua consistência firme, quando a parte superior do escroto é palpada. Vesícula seminal Localizada na porção posterior da bexiga urinária, tem a função de produzir um líquido alcalino e espesso que ativa os espermatozoides. Estes, quando misturados, formam o sêmen. Ducto ejaculatório Tubo muscular que conduz o sêmen da vesícula seminal até a uretra. Próstata Glândula exclusivamente masculina, localizada abaixo da bexiga urinária, que tem a função de produzir um líquido prostático parecido com o seminal, que ajuda a diminuir a viscosidade do sêmen. O líquido prostático é claro e fluido, facilitando a ejaculação. 67 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Anatomia Sistêmica Glândula bulbouretral Localizada abaixo da próstata, na porção prostática da uretra, responsável por produzir uma secreção que é liberada antes da ejaculação para lubrificar a glande do pênis e facilitar a penetração durante o ato sexual. Órgãos externos Escroto Bolsa muscular que recobre os testículos, a fim de protegê -los e manter sua temperatura adequada para a produção de espermatozoides, que são as células gaméticas masculinas. Pênis Composto por um corpo livre, com uma raiz que se situa na região superficial do períneo. O tecido erétil do pênis consiste em um par de corpos cavernosos, situados lado a lado, e um corpo esponjoso mediano. No interior dos corpos cavernosos, há sangue e, quando há excesso deste, os espaços dos corpos cavernosos são preenchidos e se incham, fazendo o pênis ficar distendido, resultando em uma ereção. Ducto deferente Corpo do pênis Prepúcio do pênis Glande do pênis Ureter Bexiga Vesícula seminal Próstata Ramo do pênis Vasos testiculares Bulbo do pênis Ducto deferente Epidídimo Testículo Escroto Figura 62 - Sistema genital masculino. Observações: para que aconteça uma ereção, é necessário um bombeamento de sangue no tecido erétil (corpos cavernosos e esponjosos), e isso ocorre após um estímulo involuntário. Com isso, o pênis aumenta de tamanho, eleva -se e fica rijo. 68 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 A ejaculação ocorre quando esses estímulos aumentam, provocando contrações rítmicas dos testículos, da próstata e da glândula seminal, levando o sêmen até a uretra, para que seja eliminado. Sobre a parte externa do pênis, existe uma dupla camada de pele de extensão variável denominada prepúcio. O frênulo do prepúcio é uma prega mediana e inferior que passa de sua camada profunda para as adjacências do óstio interno da uretra; a glande é a parte sensitiva que recobre os corpos cavernosos e esponjosos na sua parte mediana, onde se encontra o óstio externo da uretra. Sistema Genital Feminino Conceito Sistema responsável por produzir os gametas femininos (óvulos) e acoplar o embrião para o seu desenvolvimento. Possui órgãos internos e externos. • Órgãos internos: ovário, tuba uterina, útero e vagina. • Órgãos externos ou vulva: composta por clitóris, glândulas vestibulares maiores e menor, monte púbico, lábios maiores e menores, óstio da vagina e óstio da uretra. Órgãos internos Ovário Responsável por produzir os gametas femininos ou óvulos ao final da puberdade. O ovário é um órgão par, fixado pelo mesovário à face posterior do ligamento largo do útero, mas não revestido pelo peritônio. Antes da primeira ovulação, os ovários são lisos e rosados, tornando -se rugosos e acinzentados em virtude das cicatrizes deixadas pelas subsequentes ovulações. Tuba uterina Órgão par responsável por conduzir os óvulos, fecundados ou não, dos ovários até o útero. Está subdividida em quatro partes: • infundíbulo: é dotado de fímbrias, que são uma série de franjas irregulares; • ampola: está entre o istmo e o infundíbulo, caracterizada como uma porção alargada; • istmo: parede mais estreita da tuba; • óstio uterino: região da tuba que se encontra dentro da tuba uterina. 69 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Anatomia Sistêmica Útero Órgão que aloja o embrião e no qual este se desenvolve até o nascimento, envolvido pelo ligamento largo. Apresenta -se, em geral, na forma de uma pera invertida e nele se distinguem quatro paredes: • fundo: região acima das tubas uterinas; • corpo: comunica -se com as tubas uterinas e é a região principal, estendendo -se até o istmo; Fundo do útero Útero Vagina Colo do útero Istmo Corpo do útero Ovário Ampola Infundíbulo Ligamento próprio do útero Tuba uterinaIstmo da tuba uterina Figura 63 - Sistema genital feminino. • istmo: região de estreitamento do útero; • colo: porção inferior do útero que se comunica com a vagina. Como o útero sofre modificações com a gestação (aumenta seu tamanho muitas vezes), suas paredes musculares são espessas. Mamas São órgãos anexos da pele e acessórios do sistema reprodutor feminino, formados por glândulas cutâneas especializadas na produção de leite. As mamas estão localizadas na região anterior do tórax sobre o músculo peitoral, entre o esterno e a borda axilar. 70 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Aréola Mamilo Pele Figura 64 - Estruturas externas da mama. Costelas Músculo peitoral maior Músculo peitoral menor Lóbulos e glândulas Ductos lactíferos Abertura do ducto lactífero Tecido adiposo Figura 65 - Estruturas internas da mama. Elas existem em ambos os sexos, mas só se desenvolvem nas mulheres (desde o nascimento, após alterações na puberdade, e especialmente durante o ciclo menstrual, a gravidez e a lactação). Estruturas internas e externas • Estruturas externas: pele, aréola e papila mamária. • Estruturas internas: ligamentos suspensores da mama, tecido adiposo, tecido glandular, abertura dos ductos lactíferos, estroma de tecido conjuntivo, lobos, ampola. 71 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : L uc as M an sin i - d at a 03 /0 9/ 20 14 Anatomia Sistêmica Sistema Nervoso O sistema nervoso tem como funções regular e coordenar as múltiplas atividades dos organismos e detectar alterações nos meios interno e externo, além de ser responsável pelo estado de consciência. Uma das propriedades das células é sua irritabilidade, razão pela qual os organismos ‘percebem’ os estímulos do ambiente externo e interno, reagindo de maneiras diferentes. O sistema nervoso é capaz de perceber milhares de estímulos, transmiti- los a diferentes partes do corpo e efetuar as respostas, agindo sobre o
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