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A psicanálise é-WPS Office

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Maria Ana Malaia
Rosa Elisa Leonardo Tamela
Sitoe Saide 
Curso de português 1°Ano 
Turma B
Trabalho de Psicologia Geral
Docente
Fernando Lourenço Pinto 
UNIVERSIDADE ROVUMA
Lichinga, Julho 2021
Introdução 
Neste trabalho estão abordados conteúdos relacionados à teoria psicanalítica ou Psicanálise, onde destaca-se o conceito, os principais pensadores da psicanálise, suas teses e períodos de desenvolvimento da psicanálise como ciência.
Como conceito, diz-se que a psicanálise é um campo clínico e de investigação teórica da psique humana independente da Psicologia, com origem na Medicina, desenvolvido por Sigmund Freud, médico, que se formou em 1881, trabalhou no Hospital Geral de Viena e teve contacto com o neurologista francês Jean-Martin Charcot, que lhe mostrou o uso da hipnose.
Sigmund Freud, pai da psicanálise, médico neurologista austríaco, propôs este método para a compreensão e análise da psiquê humana, compreendido enquanto sujeito do inconsciente, abrangendo três áreas:
um método de investigação do psiquismo e seu funcionamento;
um sistema teórico sobre a vivência e o comportamento humano;
um método de tratamento caracterizado pela aplicação da técnica da livre associação.
Essencialmente é uma teoria da personalidade e um procedimento de psicoterapia, a psicanálise influenciou muitas outras correntes de pensamento e disciplinas das ciências humanas, gerando uma base teórica para uma forma de compreensão da ética, da moralidade e da cultura humana.
Em linguagem comum, o termo "psicanálise" é muitas vezes usado como sinônimo de "psicoterapia" ou mesmo de "psicologia". Em linguagem mais própria, no entanto, psicologia refere-se à ciência que estuda o comportamento e os processos mentais, psicoterapia ao uso clínico do conhecimento obtido por ela, ou seja, ao trabalho terapêutico baseado no corpo teórico da psicologia como um todo, e psicanálise refere-se à forma de psicoterapia baseada nas teorias oriundas do trabalho de Sigmund Freud. "Psicanálise" é, assim, um termo mais específico, sendo uma entre muitas outras abordagens de psicoterapia. 
Ainda segundo o seu criador, a psicanálise cresceu num campo muitíssimo restrito. No início, tinha apenas um único objetivo, o de compreender algo da natureza daquilo que era conhecido como doenças nervosas funcionais, com vistas a superar a impotência que até então caracterizara seu tratamento médico. Em sua opinião, os neurologistas daquele período haviam sido instruídos a terem um elevado respeito por fatos físico-químicos e patológico-anatômicos e não sabiam o que fazer do fator psíquico e não podiam entendê-lo. 
Freud, considerado o pai da Psicanálise, nasceu no dia 06 de maio de 1856 em Freiberg, Morávia (hoje Pribor, República Tcheca). Seu pai era um comerciante que, em função de negócios malsucedidos, mudou-se para Viena quando Freud tinha 4 anos. Freud lá permaneceu, estudou medicina e elaborou a sua teoria. 
O termo Psicanálise é usado para referir-se a uma teoria, a um método de investigação e a uma prática profissional. A teoria psicanalítica caracteriza-se por um conjunto de conhecimentos sistematizados sobre o funcionamento da vida psíquica. A psicanálise não se fundamenta em dados observáveis e quantificáveis e sim sobre a realidade psíquica, ou a subjetividade, que constitui o seu objecto de pesquisa. 
 A psicanálise e a psicoterapia psicanalítica são para aqueles que se sentem aprisionados em problemas psíquicos recorrentes que impedem seu potencial para experimentar felicidade com parceiros, famílias e amigos assim como sucesso e satisfação em seu trabalho e tarefas normais da vida diária. Ansiedades, inibições e depressões frequentemente são sinais de conflitos internos. Estes levam a dificuldades nos relacionamentos e, quando não tratados, podem ter um impacto considerável nas escolhas pessoais e profissionais. As raízes destes problemas frequentemente são mais profundas do que a consciência pode alcançar, que é o motivo porque não podem ser resolvidos sem psicoterapia. 
O principal objetivo da psicanálise é de criar um vínculo entre terapeuta e paciente a fim de compreender os processos reprimidos pelo subconsciente, que geram sintomas como a angústia ou ansiedade. Todo esse acompanhamento é realizado por meio de interpretações das acções do indivíduo.
É com a ajuda de um analista capacitado que o paciente pode obter novos conhecimentos sobre as partes inconscientes destes distúrbios. Conversar com um psicanalista em uma atmosfera segura levará o paciente a tornar-se cada vez mais consciente de partes de seu mundo interno previamente desconhecido (pensamentos e sentimentos, memórias e sonhos), aliviando dessa maneira a dor psíquica, promovendo o desenvolvimento da personalidade e oferecendo uma auto-consciência que fortalecerá a confiança do paciente para perseguir seus objetivos na vida. Estes efeitos positivos da psicanálise deverão durar e levar a novos desenvolvimentos mesmo após a análise ter terminado.
Períodos 
Os primórdios da psicanálise datam de 1882 quando Freud, médico recém-formado, trabalhou na clínica psiquiátrica de Theodor Meynert e, mais tarde, em 1885, com o médico francês Charcot, no Hospital Salpêtrière (Paris, França). Sigmund Freud era um médico interessado em achar um tratamento efetivo para pacientes com sintomas neuróticos ou histéricos. Ao escutar seus pacientes, Freud acreditava que seus problemas se originavam da não aceitação cultural; ou seja, seus desejos eram reprimidos, relegados ao inconsciente. Notou também que muitos desses desejos eram fantasias de natureza sexual. O método básico da psicanálise é o manejo da transferência e da resistência. 
Toda a conceituação básica da psicanálise como a conhecemos é, sem dúvida, referida no final do século XIX, através de Freud e seus tutores e colaboradores. Portanto, é necessário rever a trajetória de Freud, fundador ou pai da psicanálise, considerando os personagens históricos que o ajudaram no desenvolvimento das ideias iniciais de sua ciência.
Pensadores da psicanálise e suas teses 
André Green
Green era notavelmente reconhecido por sua audácia no abraço à renovação constante em seu trabalho na Psicanálise. Ainda que resgatasse ideias antigas, carregava uma surpreendente capacidade de renová-las ao contexto atual, dando simbolismo e flexibilidade. Nesse caminho, conduziu à luz elementos de sucesso e fracasso na terapia.
Sem contar que até o fim de sua vida sempre defendeu o trabalho iniciado por Freud desde o início. Isso vinha de maneira ativa, já que costumava levantar argumentos que impedissem a integridade desse trabalho. Ademais, também apontava para os indivíduos que se desviavam dos princípios do trabalho freudiano.
Donald Woods Winnicott
Donald Woods Winnicott é um importante nome para entender Psicanálise em suas experiências pessoais no trabalho. Graças a Winnicott que se criou a teoria de que deveríamos dar prioridade em relação aos cuidados maternos. Com isso, as mães seriam o principal caminho para alcançar o potencial pleno ainda em nossa infância.
Donald indicava que o tamanho de nossas capacidades se liga diretamente à integração social e ao amadurecimento. Todavia, enquanto sozinhos, não poderíamos fazer isso sem a intervenção de nossas mães nessa mudança. Através delas que nossas necessidades seriam supridas e as capacidades mais direcionadas a alavancar nosso desenvolvimento. 
Wilfred Bion
Entendendo Psicanálise por meio de Wilfred Bion nos deparamos com a sua infância sensível e complicada. Tudo se deve ao fato de que ele recebeu uma educação extremamente rígida que afetou o seu desenvolvimento. Consultando-se com Melanie Klein, renomada autora na dinâmica entre mãe e filho, acabou desenvolvendo a ideia de sessão grupal.
Inicialmente, a sua própria instrutora, Klein, repudiu a ideia, embora concordasse e aceitasse ela posteriormente. O trabalho da dinâmica em grupo acabou ajudando o combatentes da guerra, usando do tratamento coletivo para cuidar deles. Bion conseguiu burlar as críticasdirecionadas e ligar isso diretamente ao trabalho psicanalítico. 
Melanie Klein
A austríaca Melanie Klein se torna uma das melhores referências quando se está entendendo Psicanálise. Dedicada à área infantil, o contato com as crianças acabou consolidando o sobrenome de Klein na história. Dentre os seus principais conceitos, os mais populares foram:
Projeção, introjeção e identificação
À medida em que a criança vai crescendo, o seu ego a acompanha em tamanho e velocidade. Nisso, ela se blindará da ansiedade por meio de mecanismos de defesa, inclusive através introjeção e projeção. Graças à identificação projetiva que seria possível fazer a libertação de angústias ainda no desenvolvimento.
Por fim, Melanie não apontava relevâncias diferentes entre o mundo interno e externo das crianças, de modo que ambos estavam em pé de igualdade. Era desde a amamentação que tais lugares se formariam, isto é, a partir das suas primeiras manifestações sociais. Dessa forma, cada ansiedade, defesa e fantasia inconsciente acabam por estruturar a sua objetividade. 
Jacques Lacan
Começar entendendo Psicanálise de Jacques Lacan é um exercício complexo e até demorado, dada a sua natureza. Embora tenha sido próximo a Freud, sua postura era insegura e ondulava. Ainda assim, formulou teorias consistentes e revolucionárias dentro da Psicanálise, como:
Inconsciente
Assim como Freud, Lacan também validava a existência da nossa parte inconsciente. Ele indicava que o ser humano repelia os desejos e vontades a um lugar sem acesso consciente e julgamentos. Quanto mais somos reprimidos, mais fácil fica alimentar problemas comportamentais e distúrbios.
Linguagem
Para se obter as respostas desejadas, Lacan indicou que a linguagem seria o melhor portal para isso. Esse tipo de ancoragem fica possível se atentando as impressões específicas na fala dos indivíduos. Nisso, fica bem mais fácil identificar o mal-estar que estamos sentindo por hora. 
Imaginário
De acordo com Lacan, se tratando dos relacionamentos, procuramos uma pessoa que possa nos completar. Todavia, nenhum indivíduo tem a obrigação de cumprir qualquer expectativa criada por nós. 
Conclusão
Enfim, concluímos que a psicanálise é um campo clínico de investigação da psique humana, que tem como objetivo principal criar um vínculo entre terapeuta e paciente a fim de compreender os processos reprimidos pelo subconsciente, que geram sintomas como a angústia ou ansiedade. 
Referências bibliográficas
 FREUD, Sigmund (1920). Além do Princípio do Prazer. [S.l.: s.n.]
PERVUN, Lawrence A.; Cervone, Daniel & John, Oliver (2005). Persönlichkeitstheorien. München: Reinhardt.
CARVER, Charles S. & Scheier, Michael F. (2000). Perspectives on personality. Boston: Allyn and Bacon.

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