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Introdução à endocrinologia (Cap. 75 – Guyton) ✓ COORDENAÇÃO DAS FUNÇÕES CORPORAIS POR MENSAGEIROS QUÍMICOS As múltiplas atividades de células, tecidos e órgãos do corpo são coordenadas pelo inter-relacionamento de vários tipos de sistemas de mensageiros químicos: 1. Neurotransmissores são liberados por terminais de axônios de neurônios nas junções sinápticas e atuam localmente para controlar as funções das células nervosas. 2. Hormônios endócrinos são liberados por glândulas ou células especializadas no sangue circulante e influenciam a função das células-alvo em outro local do corpo. 3. Hormônios neuroendócrinos são secretados por neurônios no sangue circulante e influenciam a função de células-alvo, em outro local do corpo. 4. Hormônios parácrinos são secretados por células no líquido extracelular e afetam células-alvo vizinhas de tipo diferente. 5. Hormônios autócrinos são secretados por células no líquido extracelular e afetam a função das mesmas células que os produziram, ligando-se a receptores na superfície celular. 6. Citocinas são peptídeos secretados por células no líquido extracelular e podem funcionar como hormônios autócrinos, parácrinos ou endócrinos. Exemplos de citocinas incluem as interleucinas e outras linfocinas secretadas por células auxiliadoras e atuam sobre outras células do sistema imune. Alguns hormônios endócrinos afetam muitos tipos diferentes de células do corpo (ex.: GH e tiroxina). Outros hormônios afetam principalmente os tecidos- alvo específicos, porque somente esses tecidos têm abundantes receptores para o hormônio (ex.: hormônio adrenocorticotrópico e hormônios ovarianos). ✓ ESTRUTURA QUÍMICA E SÍNTESE DE HORMÔNIOS Existem três classes gerais de hormônios: 1. Proteínas e polipeptídeos, incluindo hormônios secretados pela hipófise anterior e posterior, pelo pâncreas (insulina e glucagon), pela paratireoide (paratormônio) e por muitos outros. 2. Esteroides secretados pelo córtex adrenal (cortisol e aldosterona), pelos ovários (estrogênio e progesterona), testículos (testosterona) e pela placenta (estrogênio e progesterona). 3. Derivados do aminoácido tirosina, secretados pela tireoide (tiroxina e triiodotironina) e medula adrenal (epinefrina e norepinefrina). ▪ Hormônios Polipeptídicos e Proteicos São Armazenados em Vesículas Secretoras Até Que Sejam Necessários. - Os hormônios proteicos e peptídicos são sintetizados na extremidade rugosa do retículo endoplasmático; - Geralmente, são sintetizados primeiro como proteínas maiores, que não são biologicamente ativas (pré-pró- hormônios), e clivados para formar pró-hormônios menores no retículo endoplasmático; - Estes são então transferidos para o aparelho de Golgi, para acondicionamento em vesículas secretoras; - Nesse processo, as enzimas nas vesículas clivam os pró-hormônios, a fim de produzir os hormônios menores biologicamente ativos e fragmentos inativos. - As vesículas são armazenadas no citoplasma e muitas ficam ligadas à membrana celular até que o produto da sua secreção seja necessário. A secreção é feita por exocitose; - Em muitos casos, o estímulo para a exocitose é o aumento da concentração citosólica de cálcio, ocasionado por despolarização da membrana plasmática. - Em outros casos, a estimulação de receptor endócrino na superfície celular causa aumento do monofosfato de adenosina cíclico (AMPc) e, subsequentemente, ativação de proteinocinases que iniciam a secreção do Hormônio; - Os hormônios peptídicos são hidrossolúveis, o que permite que entrem facilmente no sistema circulatório para serem transportados para seus tecidos-alvo. ▪ Hormônios Esteroides em Geral São Sintetizados a Partir do Colesterol e não São Armazenados - A estrutura química dos hormônios esteroides é semelhante à do colesterol e, na maioria dos casos, eles são sintetizados a partir do próprio colesterol. - Grande parte do colesterol nas células produtoras de esteroides vem do plasma, mas também ocorre síntese de novo colesterol nas células produtoras de esteroides. - Como os esteroides são muito lipossolúveis, uma vez sintetizados, eles simplesmente podem se difundir através da membrana celular e entram no líquido intersticial e, depois, no sangue. ▪ Hormônios aminados são derivados da tirosina - Os dois grupos de hormônios derivados da tirosina, os hormônios da tireoide e da medula adrenal, são formados pela ação de enzimas nos compartimentos citoplasmáticos das células glandulares. ✓ SECREÇÃO HORMONAL, TRANSPORTE E DEPURAÇÃO DE HORMÔNIOS DO SANGUE CONTROLE POR FEEDBACK DA SECREÇÃO HORMONAL - Feedback negativo: Depois que o estímulo causa liberação do hormônio, condições ou produtos decorrentes da ação do hormônio tendem a suprimir sua liberação adicional. - Feedback positivo: A ação biológica do hormônio causa sua secreção adicional. - Variações cíclicas na liberação do hormônio: Existem variações periódicas da liberação do hormônio sobrepostas ao controle por feedback negativo e positivo da secreção hormonal, e elas são influenciadas por alterações sazonais, várias etapas do desenvolvimento e do envelhecimento, ciclo circadiano (diário) e sono. TRANSPORTE DE HORMÔNIOS NO SANGUE - Hormônios hidrossolúveis: São dissolvidos no plasma e transportados de seus locais de síntese para tecidos-alvo. - Hormônios esteroides e da tireoide: Circulam no sangue, em grande parte, ligados às proteínas plasmáticas. Em geral, menos de 10% dos hormônios esteroides ou tireoidianos existem livres em solução no plasma. No entanto, os hormônios ligados a proteínas não conseguem se difundir facilmente pelos capilares e ganhar acesso às suas células-alvo, sendo, portanto, biologicamente inativos até que se dissociem das proteínas plasmáticas. As quantidades relativamente grandes de hormônios ligados a proteínas servem como reservatórios, reabastecendo a concentração de hormônios livres quando eles estão ligados a receptores-alvo ou eliminados da circulação. A ligação de hormônios a proteínas plasmáticas torna sua remoção do plasma muito mais lenta. DEPURAÇÃO DE HORMÔNIOS DO SANGUE - Fatores que regulam a quantidade de um hormônio no sangue: 1) Intensidade de secreção; 2) Depuração metabólica. - Taxa de depuração = Velocidade do desaparecimento do hormônio do plasma / Concentração do hormônio. - Os hormônios são “depurados” do plasma por vários modos, incluindo: (1) destruição metabólica pelos tecidos; (2) ligação com os tecidos; (3) excreção na bile pelo fígado; e (4) excreção na urina pelos rins. - A maioria dos hormônios peptídicos e das catecolaminas é hidrossolúvel e circula livremente no sangue. Em geral, são degradados por enzimas no sangue e nos tecidos e rapidamente excretados pelos rins e fígado, permanecendo assim no sangue por apenas curto período. Por exemplo, a meia-vida da angiotensina II circulante no sangue é inferior a 1 minuto. - Hormônios que se ligam a proteínas plasmáticas são removidos do sangue com intensidade muito menor (mais lenta) e podem continuar na circulação por várias horas ou mesmo dias. A meia-vida dos esteroides adrenais na circulação, por exemplo, varia entre 20 e 100 minutos, enquanto a meia-vida dos hormônios da tireoide, ligados a proteínas, pode ser de 1 a 6 dias. ✓ MECANISMOS DE AÇÃO DOS HORMÔNIOS RECEPTORES HORMONAIS E SUA ATIVAÇÃO A primeira etapa da ação do hormônio é a de se ligar a receptores específicos, na célula-alvo. Quando o hormônio se combina com seu receptor, essa ação em geral inicia uma cascata de reações na célula, com cada etapa ficando mais potencialmente ativada, de modo que até pequenas concentrações do hormônio podem ter grande efeito. Cada receptor costuma ser muito específico para um só hormônio; isso determina o tipo de hormônio que atuará sobre um tecido em particular. Os tecidos-alvo, afetados por um hormônio, são os que contêm seus receptores específicos.Localizações para os diferentes tipos de hormônios: 1. Membrana celular ou em sua superfície: Os receptores de membrana são específicos, principalmente para os hormônios proteicos, peptídicos e catecolamínicos. 2. Citoplasma celular: Os receptores primários para os diferentes hormônios esteroides são encontrados principalmente no citoplasma. 3. No núcleo da célula: Os receptores para os hormônios da tireoide são encontrados no núcleo e acredita-se que sua localização está em associação direta com um ou mais dos cromossomos. ▪ O número e a sensibilidade dos receptores hormonais são regulados O número de receptores na célula-alvo, em geral, não permanece constante dia após dia ou, até mesmo, de minuto em minuto. 1) Down-regulation (regulação para baixo) O aumento da concentração de hormônio e o aumento da ligação aos receptores de sua célula-alvo, algumas vezes, fazem com que o número de receptores ativos diminua. Essa regulação pode ocorrer em decorrência de: (1) inativação de algumas das moléculas de receptores; (2) inativação de parte das moléculas de sinalização das proteínas intracelulares; (3) sequestro temporário do receptor para o interior da célula, longe do local de ação dos hormônios que interagem com os receptores de membrana; (4) destruição dos receptores por lisossomos depois de serem interiorizados; ou (5) diminuição da produção dos receptores. Em cada caso, a regulação para baixo diminui a responsividade do tecido-alvo ao hormônio. 2) Up-regulation (regulação para cima) Estimular o hormônio induz a formação de receptores ou moléculas de sinalização intracelular, maior que a normal, pela célula-alvo ou maior disponibilidade do receptor para interação com o hormônio. Quando isso ocorre, o tecido-alvo se torna cada vez mais sensível aos efeitos de estimulação do hormônio. SINALIZAÇÃO INTRACELULAR APÓS A ATIVAÇÃO DO RECEPTOR HORMONAL Quase sem exceção, o hormônio afeta seus tecidos- alvo formando, primeiro, um complexo hormônio receptor. A formação desse complexo altera a função do próprio receptor e o receptor ativado inicia os efeitos hormonais. ▪ Receptores ligados a canais iônicos Praticamente todas as substâncias neurotransmissoras, como a acetilcolina e a norepinefrina, combinam-se com receptores na membrana pós-sináptica. Essa combinação causa, quase sempre, alteração da estrutura do receptor, geralmente abrindo ou fechando o canal para um ou mais íons. Alguns desses receptores ligados a canais iônicos abrem (ou fecham) canais para íons sódio, outros para íons potássio, outros para íons cálcio, e assim por diante. A alteração do movimento desses íons pelos canais causa os efeitos subsequentes nas células pós-sinápticas. ▪ Receptores hormonais ligados à proteína G Muitos hormônios ativam receptores que regulam indiretamente a atividade de proteínas-alvo (p. ex., enzimas ou canais iônicos) por acoplamento com grupos de proteínas da membrana celular, chamadas Proteínas G. Proteínas G = Proteínas heterotriméricas de ligação a guanosina trifosfato (GTP) Existem mais de 1.000 receptores conhecidos acoplados às proteínas G, e todos eles têm sete segmentos transmembrana que formam alça para o interior da célula e para o exterior da membrana celular. Algumas partes do receptor que estão voltadas para o citoplasma celular são acopladas à proteína G, a qual apresenta 3 subunidade: α, β e γ. - Em seu estado inativo, as subunidades α, β e γ das proteínas G formam complexo que se liga ao guanosina difosfato (GDP) na subunidade a. - Quando o hormônio se liga ao receptor, ele é ativado e passa por uma alteração de conformação que faz com que a proteína G trimérica, ligada ao GDP, associe-se à parte citoplasmática do receptor e troque GDP por GTP. - O deslocamento do GDP por GTP faz com que a subunidade α se dissocie do complexo trimérico e se associe a outras proteínas de sinalização intracelular. - Essas proteínas, por sua vez, alteram a atividade dos canais iônicos ou de enzimas intracelulares como a adenilil ciclase ou a fosfolipase C, o que altera a função da célula. O evento de sinalização é rapidamente terminado, quando o hormônio é removido e a subunidade a se inativa por conversão de seu GTP ligado em GDP; depois, a subunidade α, mais uma vez, combina-se às subunidades β e γ para formar proteína G trimérica ligada à membrana e inativa. Proteína G inibitórias (Gi): diminui a atividade das enzimas intracelulares; Proteína G estimuladora (Ge): aumenta a atividade das enzimas intracelulares. ✓ Receptores hormonais ligados a enzimas Alguns receptores, quando ativados, funcionam diretamente como enzimas ou se associam estreitamente às enzimas que ativam. Esses receptores ligados a enzimas são proteínas que atravessam a membrana por apenas uma vez. Os receptores ligados a enzimas têm seu local de ligação ao hormônio no exterior da membrana celular e seu local catalítico ou de ligação a enzima, no interior. Um exemplo amplamente usado no controle hormonal da função celular é o do hormônio que se liga a receptor transmembrana especial, que então se torna a enzima ativada adenilil ciclase ao final, que faz protrusão para o interior da célula. Essa ciclase catalisa a formação de AMPc, o qual tem múltiplos efeitos na célula para controlar a atividade celular. O AMPc é chamado segundo mensageiro, porque não é o próprio hormônio que institui diretamente as alterações intracelulares; em lugar disso, o AMPc serve como segundo mensageiro para causar esses efeitos. ✓ Receptores hormonais intracelulares e ativação de genes Vários hormônios, incluindo os hormônios esteroides adrenais e os gonádicos, os hormônios da tireoide, os hormônios retinoides e a vitamina D, ligam-se a receptores proteicos dentro da célula, e não na membrana celular. Como esses hormônios são lipossolúveis, eles prontamente atravessam a membrana celular e interagem com receptores no citoplasma ou no núcleo. O complexo hormônio- receptor ativado então se liga à sequência do DNA regulador (promotor) específico chamado elemento de resposta hormonal e, dessa maneira, ativa ou reprime a transcrição de genes específicos e a formação de RNA mensageiro (mRNA). Portanto, minutos, horas ou até dias depois do hormônio entrar na célula, aparecem proteínas recém-formadas na célula, que passam a ser as controladoras das funções celulares novas ou alteradas. OBS.: Muitos tecidos diferentes têm receptores hormonais intracelulares idênticos, mas os genes que os receptores regulam são diferentes nos vários tecidos. Um receptor intracelular só pode ativar a resposta do gene se estiver presente a combinação apropriada das proteínas reguladoras dos genes, e muitas dessas proteínas reguladoras são tecido- específicas. Desse modo, as respostas de diferentes tecidos ao hormônio são determinadas não apenas pela especificidade dos receptores, mas também pela expressão dos genes que o receptor regula. MECANISMOS DE SEGUNDO MENSAGEIRO PARA MEDIAR FUNÇÕES HORMONAIS INTRACELULARES ▪ Sistema de segundo mensageiro da Adenilil ciclase-AMPc A ligação dos hormônios ao receptor permite o acoplamento do receptor à proteína G. Se a proteína G estimular o sistema adenilil ciclase-AMPc, ela será chamada proteína Ge, denotando proteína G estimuladora. A estimulação da adenilil ciclase, uma enzima ligada à membrana pela proteína Ge catalisa então a conversão de pequena quantidade de trifosfato de adenosina citoplasmático em AMPc, dentro da célula. Isso ativa a proteínocinase dependente de AMPc, que fosforila proteínas específicas na célula, desencadeando reações bioquímicas que, finalmente, produzem a resposta da célula ao hormônio. Se a ligação do hormônio a seus receptores for acoplada à proteína G inibitória (denotada como proteína Gi), a adenilil ciclase será inibida, reduzindo a formação de AMPc e, finalmente,levando à ação inibitória da célula. Hormônios que usam o sistema de Segundo Mensageiro de Adenilil Ciclase-AMPc: -Hormônio adrenocorticotrópico (ACTH) -Angiotensina II (células epiteliais) -Calcitonina -Catecolaminas (receptores b) -Hormônio liberador de corticotropina (CRH) -Hormônio folículo-estimulante (FSH) -Glucagon -Hormônio liberador do hormônio do crescimento (GHRH) -Gonadotropina coriônica humana (HCG) -Hormônio luteinizante (LH) -Paratormônio (PTH) -Secretina -Somatostatina -Hormônio tireoestimulante (TSH) -Vasopressina (receptor V2, células epiteliais) ▪ O sistema de Segundo Mensageiro dos fosfolipídios da membrana celular Alguns hormônios ativam receptores transmembranas que ativam a enzima fosfolipase C fixada às projeções internas dos receptores. Essa enzima catalisa a degradação de alguns fosfolipídios na membrana celular, especialmente o bifosfato de fosfatidilinositol (PIP2), em dois produtos diferentes de segundos mensageiros: trifosfato de inositol (IP3) e diacilglicerol (DAG). -O IP3 mobiliza os íons cálcio das mitocôndrias e do retículo endoplasmático, e os íons cálcio então têm seus próprios efeitos de segundo mensageiro, tais como a contração da musculatura lisa e as alterações da secreção celular. -O DAG, o outro segundo mensageiro lipídico, ativa a enzima proteinocinase C, que então fosforila grande número de proteínas, levando à resposta celular. Além desses efeitos, a parte lipídica do DAG é o ácido araquidônico, o precursor para as prostaglandinas e outros hormônios locais, causadores de múltiplos efeitos nos tecidos de todo o corpo. Hormônios que usam o sistema de Segundo Mensageiro fosfolipídeos de membrana: -Angiotensina II (músculo liso vascular) -Catecolaminas (receptores a) -Hormônio de liberação das gonadotropinas (GnRH) Uma vez que o AMPc seja formado dentro da célula ele, em geral, ativa cascata de enzimas. A importância desse mecanismo é que somente algumas moléculas de adenilil ciclase ativadas na face interna da membrana celular podem fazer com que muito mais moléculas da enzima seguinte sejam ativadas, fazendo com que ainda mais moléculas da terceira enzima sejam ativadas e assim por diante. Desse modo, até a quantidade mais discreta de hormônio atuando sobre a superfície celular pode iniciar cascata poderosa que ativa toda a célula. A ação específica que ocorre em resposta a aumentos ou diminuições de AMPc, em cada tipo de célula-alvo, depende da natureza da maquinaria intracelular — algumas células têm conjunto de enzimas e outras células têm outras enzimas. -Hormônio de liberação do hormônio de crescimento (GHRH) -Paratormônio (PTH) -Ocitocina -Hormônio de liberação do hormônio tireóideo (TRH) -Vasopressina (receptor V1, músculo liso vascular) ▪ Sistema de Segundo Mensageiro do Cálcio- Calmodulina Sistema de segundo mensageiro que opera em resposta à entrada de cálcio. Ao entrar na célula, os íons cálcio se ligam à proteína calmodulina. Essa proteína tem quatro sítios para a ligação do cálcio, e quando três ou quatro desses locais se ligarem ao cálcio, a calmodulina altera sua forma e inicia múltiplos efeitos dentro da célula, incluindo ativação ou inibição de proteinocinases. HORMÔNIOS QUE ATUAM PRINCIPALMENTE SOBRE A MAQUINARIA GENÉTICA DA CÉLULA ▪ Hormônios esteroides aumentam a síntese proteica Outro meio pelo qual os hormônios atuam, especificamente os hormônios esteroides, é ocasionando a síntese de proteínas nas células-alvo. Essas proteínas então funcionam como enzimas, proteínas de transporte ou proteínas estruturais, que, por sua vez, exercem outras funções nas células. A sequência de eventos na função dos esteroides é essencialmente a seguinte: 1. O hormônio esteroide se difunde pela membrana celular e entra no citoplasma da célula, onde se liga à proteína receptora específica. 2. A proteína receptora-hormônio combinados, então, se difunde ou é transmitida para o núcleo. 3. A combinação se liga a pontos específicos nos filamentos de DNA nos cromossomos, o que ativa o processo de transcrição de genes específicos para formar mRNA. 4. O mRNA se difunde para o citoplasma, onde promove o processo de tradução nos ribossomos, para formar novas proteínas. ▪ Hormônios da tireoide aumentam a transcrição de genes no núcleo das células Os hormônios da tireoide, tiroxina e tri-iodotironina, causam aumento da transcrição por genes específicos no núcleo. Para conseguir esse aumento da transcrição, esses hormônios primeiro se ligam diretamente às proteínas do receptor no núcleo; esses receptores são fatores de transcrição ativados, localizados no complexo cromossômico e, talvez, controlem a função dos promotores genéticos. Duas características importantes da função dos hormônios da tireoide no núcleo são as seguintes: 1. Eles ativam os mecanismos genéticos para a formação de muitos tipos de proteínas intracelulares — provavelmente 100 ou mais. Muitas dessas proteínas intracelulares são enzimas que promovem aumento da atividade metabólica intracelular, praticamente em todas as células do corpo. 2. Uma vez ligados aos receptores intranucleares, os hormônios da tireoide podem continuar a expressar suas funções de controle por dias ou até semanas.
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