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1 Área 01, Aula 04 Morfologia Externa de Insetos 1ª Edição Junho de 2018 CONASEMS - Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde ProEpi - Associação Brasileira de Profissionais de Epidemiologia de Campo Copyright © 2018, Associação Brasileira de Profissionais de Epidemiologia de Campo. Todos os direitos reservados. A cópia total ou parcial, sem autorização expressa do(s) autor(es) ou com o intuito de lucro, constitui crime contra a propriedade intelectual, conforme estipulado na Lei nº 9.610/1998 (Lei de Direitos Autorais), com sanções previstas no Código Penal, artigo 184, parágrafos 1° ao 3°, sem prejuízo das sanções cabíveis à espécie. Expediente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde - CONASEMS Quadro Geral da Organização DIRETORIA EXECUTIVA Presidente – Mauro Guimarães Junqueira Vice-Presidente – Charles Cezar Tocantins Vice-Presidente – Wilames Freire Bezerra Diretora Administrativo – Cristiane Martins Pantaleão Diretora administrativo- Adjunto- Silva Regina Cremonez Sirena Diretor Financeiro – Hisham Mohamad Hamida Diretora Financeiro-Adjunto – Iolete Soares de Arruda Diretor de Comunicação Social – Diego Espindola de Ávila Diretora de Comunicação Social–Adjunto – Maria Célia Valladares Vasconcelos Diretora de Descentralização e Regionalização – Stela dos Santos Souza Diretora de Descentralização e Regionalização–Adjunto – Soraya Galdino de Araújo Lucena Diretor de Relações Institucionais e Parlamentares – Carmino Antônio de Souza Diretor de Relações Institucionais e Parlamentares- Adjunto- Erno Harzheim Diretor de Municípios de Pequeno Porte - Murilo Porto de Andrade Diretora de Municípios de Pequeno Porte–Adjunto – Débora Costa dos Santos Diretor de Municípios com Populações Ribeirinhas e em Situação de Vulnerabilidade – Vanio Rodrigues de Souza Diretor de Municípios com Populações Ribeirinhas e em Situação de Vulnerabilidade – Adjunto – Afonso Emerick Dutra 2º Vice-Presidente Regional - Região Centro Oeste – André Luiz Dias Mattos 1º Vice-Presidente Regional - Região Nordeste – Normanda da Silva Santiago 2º Vice-Presidente Regional - Região Nordeste – Orlando Jorge Pereira de Andrade de Lima 1º Vice-Presidente Regional - Região Norte – Januário Carneiro Neto 1º Vice-Presidente Regional - Região Sudeste – Luiz Carlos Reblin 2º Vice-Presidente Regional - Região Sudeste – Geovani Ferreira Guimarães 2° Vice-Presidente Regional – Região Sul - Rubens Griep Conselho Fiscal 1º Membro – Região Norte – Oteniel Almeida dos Santos Conselho Fiscal 1º Membro – Região Nordeste – Leopoldina Cipriano Feitosa Conselho Fiscal 2º Membro – Região Nordeste - Angela Maria Lira de Jesus Garrote Conselho Fiscal 1º Membro - Região Centro-Oeste –Aparecida Clestiane de Costa Souza Conselho Fiscal 2º Membro - Região Centro-Oeste–Maria Angélica Benetasso Conselho Fiscal 1º Membro - Região Sudeste - José Carlos Canciglieri Conselho Fiscal 2° Membro – Região Sudeste - Tereza Cristina Abrahão Fernandes Conselho Fiscal 1º Membro - Região Sul - João Carlos Strassacapa Conselho Fiscal 2º Membro – Região Sul- Sidnei Bellé Representantes no Conselho Nacional de Saúde – Arilson da Silva Cardoso e José Eri Borges de Medeiros RELAÇÃO NACIONAL DOS COSEMS COSEMS - AC - Tel: (68) 3212-4123 Daniel Herculano da Silva Filho COSEMS - AL - Tel: (82) 3326-5859 Izabelle Monteiro Alcântara Pereira COSEMS - AM - Tel: (92) 3643-6338 / 6300 Januário Carneiro da Cunha Neto COSEMS - AP - Tel: (96) 3271-1390 Maria de Jesus Sousa Caldas COSEMS - BA - Tel: (71) 3115-5915 / 3115-5946 Stela Santos Souza COSEMS - CE - Tel: (85) 3101-5444 / 3219-9099 Josete Malheiros Tavares COSEMS - ES - Tel: (27) 3026-2287 Andréia Passamani Barbosa Corteletti COSEMS - GO - Tel: (62) 3201-3412 Gercilene Ferreira COSEMS - MA - Tel: (98) 3256-1543 / 3236-6985 Domingos Vinicius de Araújo Santos COSEMS - MG - Tels: (31) 3287-3220 / 5815 Eduardo Luiz da Silva COSEMS - MS - Tel: (67) 3312-1110 / 1108 Wilson Braga COSEMS - MT - Tel: (65) 3644-2406 Silvia Regina Cremonez Sirena COSEMS - PA - Tel: (091) 3223-0271 / 3224-2333 Charles César Tocantins de Souza COSEMS - PB - Tel: (83) 3218-7366 Soraya Galdino de Araújo Lucena COSEMS - PE - Tel: (81) 3221-5162 / 3181-6256 Orlando Jorge Pereira de Andrade Lima COSEMS - PI - Tel: (86) 3211-0511 Leopoldina Cipriano Feitosa COSEMS - PR - Tel: (44) 3330-4417 Cristiane Martins Pantaleão COSEMS - RJ - Tel: (21) 2240-3763 Maria da Conceição de Souza Rocha COSEMS - RN - Tel: (84) 3222-8996 Débora Costa dos Santos COSEMS - RO - Tel: (69) 3216-5371 Afonso Emerick Dutra COSEMS - RR - Tel: (95) 3623-0817 Helenilson José Soares COSEMS - RS - Tel: (51) 3231-3833 Diego Espíndola de Ávila COSEMS - SC - Tel: (48) 3221-2385 / 3221-2242 Sidnei Belle COSEMS - SE - Tel: (79) 3214-6277 / 3346-1960 Enock Luiz Ribeiro COSEMS - SP - Tel: (11) 3066-8259 / 8146 Carmino Antonio de Souza COSEMS - TO - Tel: (63) 3218-1782 Vânio Rodrigues de Souza Equipes do Projeto EQUIPE TÉCNICA Alessandro Aldrin Pinheiro Chagas Elton da Silva Chaves José Fernando Casquel Monti Kandice de Melo Falcão Márcia Cristina Marques Pinheiro Marema de Deus Patrício Nilo Bretas Júnior EQUIPE TÉCNICO-OPERACIONAL Alessandro Aldrin Pinheiro Chagas Catarina Batista da Silva Moreira Cristiane Martins Pantaleão Fábio Ferreira Mazza Hisham Mohamad Hamida Jônatas David Gonçalves Lima José Fernando Casquel Monti Joselisses Abel Ferreira Kandice de Melo Falcão Luiz Filipe Barcelos Murilo Porto de Andrade Nilo Bretas Júnior Sandro Haruyuki Terabe Wilames Freire Bezerra Sobre o CONASEMS Fazendo jus ao tamanho e à diversidade do Brasil, o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde representa a heterogeneidade dos milhares de municípios brasileiros. Historicamente comprometido com a descentralização da gestão pública de saúde, o CONASEMS defende o protagonismo dos municípios no debate e formulação de políticas públicas e contribui para o aumento da eficiência, o intercâmbio de informações e a cooperação entre os sistemas de saúde do país. Conheça nossas três décadas de atuação acessando www.conasems.org.br. Equipe Técnica da Associação Brasileira de Profissionais de Epidemiologia de Campo - ProEpi Supervisão Érika Valeska Rossetto Coordenação Sara Ferraz Coordenação Pedagógica Hirla Arruda Gestão Pedagógica e de Tecnologia da Informação Renato Lima Conteudista Rodrigo Gurgel Apoio Técnico ao Núcleo Pedagógico Danielly Xavier Revisão Carlois Campelo Rafaella Albuquerque Sara Ferraz Veruska Maia Ilustração Guilherme Duarte Mauricio Maciel Diagramação Mauricio Maciel Design Instrucional Guilherme Duarte Colaboradores Fernanda Bruzadelli Faculdade de Ciências da Saúde – Universidade de Brasília Supervisão Jonas Brant Sobre a ProEpi Fundada em 2014, a Associação Brasileira de Profissionais de Epidemiologia de Campo une pessoas comprometidas com a saúde pública e estimula a troca de ideias e o aperfeiçoamento profissional entre elas. Ofertando dezenas de horas de conteúdo profissionalizante em nossa plataforma de ensino a distância, curadoria de notícias, treinamentos presenciais e a mediação de oportunidades de trabalho nacionais e internacionais, a ProEpi busca contribuir para o aprimoramento da saúde pública no Brasil e no mundo. Apenas nos últimos dois anos, 5 materiais de ensino a distância já alcançaram mais de 3.000 pessoas pelo Brasil e países parceiros, como Moçambique, Paraguai e Chile, e mais de 30 treinamentos levaram os temas mais relevantes para profissionais de saúde pública, como comunicação de risco e investigação de surtos. Além do público capacitado com nossos conteúdoseducacionais, unimos 10.000 seguidores no Facebook e impactamos semanalmente cerca de 30.000 com nossa curadoria de notícias. A ProEpi também atua na resposta a emergências de saúde pública ao redor do mundo. Foram mais de duas dezenas de profissionais de saúde enviados para missões em Angola, Bangladesh e África do Sul que contribuíram para o bem-estar da população local e vivenciaram experiências de trabalho transformadoras. Você pode fazer parte dessa evolução ao tornar-se membro de nossa rede: converse conosco escrevendo para contato@proepi.org.br. Sobre a ferramenta EAD autoinstrutiva em Entomologia Aplicada à Saúde Pública Os insetos são os animais mais bem-sucedidos do planeta e encontram no Brasil condições muito favoráveis para sua multiplicação. Em nosso clima quente e, em geral, úmido, eles encontram as circunstâncias ideias para sobreviver, se reproduzir e transmitir doenças. Como consequência, são motivo de preocupações cada vez maiores por parte da população e dos profissionais de saúde de todo o país. Pensando em preparar estes profissionais para os desafios do enfrentamento das doenças transmitidas pelos insetos - em especial por Aedes aegypti - o CONASEMS desenvolveu em parceria com a ProEpi, via TRPJ nº 0125/2017, a ferramenta EAD autoinstrutiva em Entomologia Aplicada à Saúde Pública. Neste material, serão apresentados conceitos fundamentais para a identificação das espécies de maior importância médica, informações sobre seu comportamento, ciclo de vida e as doenças transmitidas por elas. Temas como a importância da Vigilância Epidemiológica, os métodos de captura, transporte e armazenamento de insetos e os indicadores entomológicos para as principais espécies também serão abordados. Por fim, temas de aplicação prática como os métodos de controle vetorial, o manejo integrado de vetores e os conceitos de segurança no trabalho serão discutidos. As aulas estão cheias de convites para que o profissional reflita sobre sua realidade local e interaja com seus colegas, além de exercícios que destacam e promovem a fixação dos conceitos mais fundamentais de cada tema. O objetivo é que o profissional se sinta preparado para aplicar em seu município as técnicas aprendidas aqui. Sucesso! Sumário Aula 4 - Morfologia Externa de Insetos ............................................................ 12 1 - Tegumento .............................................................................................. 14 1.1 - Cabeça .............................................................................................. 19 1.1.2 - Suturas e áreas da cabeça ......................................................... 19 1.1.3 - Apêndices móveis da cabeça ..................................................... 22 1.2 - Tórax ................................................................................................. 31 1.2.1 - Apêndices torácicos ................................................................... 32 1.3 - Abdome ............................................................................................. 36 Vamos relembrar? ........................................................................................ 39 12 Aula 4 - Morfologia Externa de Insetos Olá, agora que já conhece o conceito de Entomologia, suas subáreas e as principais características dos insetos. Vamos aprender os aspectos morfológicos externos de um inseto. Ao final desta aula você será capaz de: • Conhecer o que é morfologia e entender como ela se aplica aos insetos; • Identificar todas as partes externas de um inseto; Vamos compreender o que é morfologia. A palavra morfologia tem sua origem do grego “morpho”, que significa forma e “logos” estudo. Na Biologia, a morfologia estuda a formação dos seres e seu desenvolvimento, ou seja, as estruturas que compõem o organismo ou parte dele. Saber disso é fundamental para a identificação e classificação das espécies. Isso significa que você verá quais são as partes de um inseto, suas formas, diferenças e semelhanças. A palavra “inseto” vem da palavra latina intersectum que significa “entrecortado”, representa a divisão do inseto em partes, como se estivesse cortado. Fonte: Própria, 2018 13 Essa divisão começa ainda na fase embrionária do inseto. Anteriormente, você aprendeu o que é o exoesqueleto. Viu que ele é fundamental para os insetos, pois dá sustentação, resistência e proteção. Agora, você conhecerá a formação e as partes do corpo dos insetos. Você sabe como é composto o corpo de um inseto? Agora, você conhecerá a formação e as partes do corpo dos insetos. Corpo do inseto é dividido em segmentos e apresenta simetria bilateral. Mas o que é simetria bilateral? Simetria bilateral significa que os dois lados do corpo do inseto são iguais. Fonte: Própria, 2018 Fonte: Arnstein Staverløkk, 2017 (Licença CC3) 14 1 - Tegumento O tegumento, também conhecido como tecido tegumentar, é responsável por revestir o exterior e cobrir toda a superfície corpórea do inseto constituindo o exoesqueleto. Ele fornece proteção externa ao animal, impedindo a perda da umidade, proporciona a sustentação muscular e a percepção do ambiente, a partir das sensilas. É o tecido que forma algumas dobras internas no corpo, representando as inserções dos músculos, o chamado endoesqueleto. O tegumento dos insetos tem função similar à pele nos seres humanos, ficando exposto ao ambiente. Como o tecido tegumentar do insetos é formado? O tecido tegumentar é formado por três camadas: • Membrana basal: Uma camada de polissacarídeos secretada por hemócitos, células com função de separar a epiderme da hemocele (cavidade por onde flui a linfa), pode ser descrita como a base sobre a qual as outras camadas se apoiam. Fonte: Desconhecida Fonte: Desconhecida 15 • Epiderme: É a camada responsável pela formação da cutícula. A epiderme é composta por células justapostas de vários tipos epiteliais (de formato poligonar) e especializadas (glândulas dérmicas, enócitos e tricógenos), sendo que os tricógenos são as células responsáveis pelo senso táctil nos insetos. • Cutícula: Composta por três camadas distintas acelulares, a epicutícula (não quitinosa), exocutícula (a mais quitinizada de todas) e a endocutícula (quitinosa), trocada no processo de muda. Sua principal função é evitar a perda de água pelo tegumento.Devemos lembrar que o endurecimento do tegumento dos insetos é devido à associação de esclerotina com a quitina, sendo reguladas por diversos hormônios, como o hormônio juvenil (neotenina). Devemos lembrar que o endurecimento do tegumento dos insetos é devido à associação de esclerotina com a quitina, sendo reguladas por diversos hormônios, como o hormônio juvenil (neotenina). A estimulação da síntese do hormônio juvenil varia de espécie para espécie, podendo ser influenciada por fatores sazonais como temperatura e fotoperíodo. Este hormônio age sobre a epiderme fazendo com que a nova cutícula permaneça características juvenis. Neste sentido, fica claro que em todos os estágios em que o hormônio juvenil está presente ocorre apenas o crescimento do animal. O crescimento dos insetos está relacionado à substituição do revestimento da cutícula. Essa troca é regulada por processos hormonais que configuram a ecdise, que é a troca do exoesqueleto. A quantidade de ecdises pode variar de acordo com a espécie de inseto. Mas como ocorre o mecanismo de ecdise? Antes de iniciar o processo de ecdise, ocorre a separação entre a cutícula velha e a epiderme do inseto. Posteriormente há a produção de um novo exoesqueleto. Após a formação do novo exoesqueleto, ocorre a digestão e absorção da antiga endocutícula (sem alterar a forma da exocutícula e da epicutícula) as quais irão originar a exúvia do animal.Dessa forma, a epiderme produz uma nova 16 procutícula e ocorre o rompimento do tegumento, havendo a expansão do novo tegumento seguido de pigmentação e esclerotinização. O tegumento é o tecido de revestimento externo do corpo que constitui o exoesqueleto. Ele fornece proteção externa ao animal e é formado por três camadas: membrana basal, epiderme e cutícula. De acordo com o texto. Marque a alternativa correta. O endurecimento da cutícula ocorre pela associação da esclerotina com a quitina, sendo regulada pela ação de hormônios como o: a. ( ) Hormônio juvenil b. ( ) Hormônio senil c. ( ) Hormônio de desenvolvimento d. ( ) Hormônio da idade Aprendemos que o exoesqueleto dos insetos é uma cutícula formada por duas camadas: procutícula, composta por proteínas e quitina, e epicutícula, composta de proteínas e lipídios. A quitina é uma substância importante, pois dá rigidez ao exoesqueleto, e forma placas que nomeamos de escleritos. A união dos escleritos forma o que chamamos de tegumento. Lembrando que o tegumento é o tecido que reveste o corpo do inseto constituindo o exoesqueleto e tem a função de proteger o animal. Fonte: Sally_Monster, 2015 (Licença CC3) 17 Depois, os escleritos se unem para formar as porções do corpo que possuem as partes orgânicas do corpo do inseto: os metâmeros. O corpo dos insetos é metamerizado. Isso significa que ele é dividido em metâmeros. Inicialmente, a larva é dividida em segmentos, que mais tarde se transformarão em metâmeros. O metâmero é cada um dos segmentos do corpo do inseto que se unirão formando o tagma. Tagma é a união dos metâmeros que formam as partes do corpo do inseto. O corpo do inseto é formado por 3 tagmas, que são: • Cabeça: Onde se localizam os órgãos dos sentidos, os órgãos de ingestão de alimentos e o sistema nervoso central; • Tórax: Possui a função do movimento, além da inserção das pernas e das asas; • Abdome: Onde se processam a digestão e absorção de alimentos, a excreção e as funções reprodutoras. Fonte: Bruce Marlin, 2006 (Licença CC2.5) 18 Você já pensou em como as características dos insetos podem auxiliar no seu trabalho? A partir do conhecimento de hábitos e comportamentos como podemos controlar os insetos? O conhecimento sobre as características do inseto é muito importante no trabalho da vigilância, pois permite identificá-los e traçar estratégias de controle de vetores a partir do comportamento das espécies identificadas, as quais podem apresentar diferente importância em saúde pública. Conhecer a morfologia dos insetos será útil para compreender as ações que permitem a quebra do ciclo de transmissão dos patógenos. Adiante, nos próximos módulos, será abordado com maior ênfase o trabalho da vigilância. Por isso, persista! Essa é uma parte teórica fundamental para o seu desempenho neste curso. Agora que você adquiriu a noção geral de morfologia, vamos detalhar as partes do corpo do inseto. 19 1.1 - Cabeça Formada pela junção de 5 a 6 segmentos primitivos (tagmas) que formam uma cápsula externa, geralmente globosa. Na cabeça estão: o cérebro (órgão de coordenação nervosa e memória), os principais órgãos dos sentidos (antenas, olhos compostos e ocelos) e os órgãos para ingestão de alimentos (mandíbulas e maxilas). As antenas e as peças bucais são consideradas apêndices móveis, enquanto que os olhos compostos e ocelos são fixos. A cabeça apresenta suturas e áreas intersuturais. Estas suturas apresentam-se na forma de sulcos localizados na superfície externa da cabeça. 1.1.2 - Suturas e áreas da cabeça Agora, você conhecerá as placas que formam a cabeça dos insetos: Fonte: Agzam (Licença CC0) Fonte: Desconhecida 20 • Frontal: Delimitada pelas suturas frontais. • Fronto-clipeal: Está no centro frontal da cabeça, ficando entre as antenas e o clípeo. Como você viu na Aula 2, na parte frontal da cabeça há o clípeo, que é a parte final localizada entre as peças bucais e o labro. • Parietais: Compreende a região superior entre os olhos compostos. • Vértice: Conhecido por epicrânio se localiza na parte superior da cabeça. • Clípeo: É a área que está entre a fronte e o lábio superior. • Genais: É a área localizada na parte inferior da cabeça, indo da parte que está atrás dos olhos compostos até as mandíbulas. A área é similar a área das bochechas em animais mamíferos. • Subgenais: Essas áreas são estreitas e estão entre as áreas genais e as peças bucais. • Pós-genais: Localiza-se na base do arco occipital. • Occipital: Em forma de um arco, localiza-se entre as suturas occipital e pós-occipital • Pós-occipital: Localiza-se entre a sutura pós-occipital e o cérvice (“pescoço”) geralmente móvel, que une a cabeça ao tórax. Já as suturas são linhas que delimitam as áreas da cabeça, como: Fonte: Desconhecida 21 • Epicranial: Em forma de Y invertido, localiza-se na parte frontal da cabeça. A linha principal é chamada de sutura coronal, enquanto as divisões são nomeadas de suturas frontais; • Pós-frontal: Forma o arco em que se situam os ocelos; • Epistomal ou Clipeal: Separa o clípeo da fronte. • Labro-clipeal ou Clípeo-labral: Separa o clípeo do lábio superior. • Subgenais: Localizam-se nas regiões laterais próximas às articulações das mandíbulas. • Oculares: Circundam os olhos compostos. • Suboculares: Se originam nas suturas oculares e se projetam até a base da cabeça, em direção à mandíbula. • Antenais: Estão em torno das antenas • Subantenas: Se originam nas suturas antenais e se projetam na cabeça na direção das mandíbulas. Occipital: se localiza na parte de trás da cabeça. • Pós-occipital: Logo atrás da occipital. Nesta segunda parte da aula, vimos que os insetos são formados por segmentos que chamamos de metâmeros. Esses metâmeros se unem formando as porções do corpo que chamamos de tagma. Sendo assim, os insetos possuem 3 tagmas: a cabeça, o tórax e o abdome. Até aqui, você já estudou a cabeça. Sobre a cabeça, marque a opção correta que mostra os principais órgãos dos sentidos: a. ( ) Antenas, maxilas e ocelos b. ( ) Olhos compostos, mandíbula e maxila c. ( ) Ocelos, maxilar e antenas d. ( ) Antenas, olhos compostos e ocelos 22 1.1.3 - Apêndices móveis da cabeça Atenção aos apêndices móveis da cabeça dos insetos! Os apêndices móveis possuem funções olfativas, auditivas, gustativas e tácteis. Na cabeça, os apêndices móveis são as antenas e as peças bucais. a. Antenas Cada inseto possui 2 antenas. Elas são formadas por artículos divididos em escapo, pedicelo e flagelo, e se apresentam de forma variadas dependendo da espécie. As antenas possuem funções sensoriais e dão estabilidade ao corpo, podendo auxiliar os machos de algumas espécies a segurarem as fêmeas durante a cópula. Fonte: Desconhecida 23 Em algumas espécies pode ocorrer o dimorfismo antenal, onde indivíduos machos e fêmeas possuem antenas diferentes (em relação ao tamanho, a forma, o número de artículos e inserção). Um exemplo de dimorfismo antenal pode ser encontrado nas espécies do mosquito Aedes, onde os machos possuem antenas do tipo plumoso enquanto que as fêmeas apresentam antenas do tipo pilosas. A A. Mosquito macho, com presença de antenas plumosas B B. Mosquito fêmea, com presença de antenas pilosas. Existem diversas variações na forma das antenas dos insetos com importância taxonômica na identificação das espécies. Os tipos mais comuns de antenas encontrados na classe Insecta são: Aristadas: Flagelo possui apenas um artículo achatado, em forma de raquete, possuindo “pêlos” (aristas). Ex: Moscas. Clavadas: Possui a parte terminal do flagelo dilatada, apresentando a forma de uma clava. Ex: Borboletas. 24 Estiladas (estiliformes): São formadas por estruturas curtas, com artículos adaptadosem estiletes na extremidade do flagelo. Ex: Mutucas. Lamelada: Apresentam expansões nos três últimos segmentos. Ex: besouros. Filiformes: Possui os artículos com o mesmo diâmetro por toda a extensão da antena. Ex: baratas e grilos. Moniliformes: Possui os segmentos arredondados, semelhantes a um colar de contas. Ex: Cupins Setácea: Os artículos diminuem de diâmetro da base para a extremidade, semelhante a uma seta. Ex: Libélulas. 25 Serrada: Os artículos possuem dilatações em formas de espinhos ou dentes. Ex: besouro. Plumosas: Os flagelos apresentam com várias cerdas que circundam todos os artículos, lembrando uma “pluma”. Ex: antenas dos mosquitos machos de Aedes. As antenas do mosquito macho de Aedes são do tipo plumosa, que serão melhor detalhadas na Área 2 - Taxonomia e biologia de insetos vetores. Tenha atenção ao gênero Aedes! As espécies desse gênero são vetores para diversas doenças de importância em Saúde Pública, como dengue e zika, por isso, são o foco do nosso aprendizado! b. Peças Bucais As peças bucais dos insetos se encontram na parte exterior da boca e auxiliam o processo da alimentação. Elas variam conforme espécie e a diversidade de hábitos alimentares. Alguns insetos sugam e outros trituram ou cortam o alimento. Porém, todos apresentam as peças bucais com até oito partes (labro, duas mandíbulas, duas maxilas, lábio, epifaringe e hipofaringe). • Labro ou Lábio Superior – A função do lábio superior é proteger e manter o bolo alimentar. Se localiza unido ao clípeo e tem formatos diferentes, que podem ser triangular, retangular ou quadrado. 26 • Mandíbulas – Funcionam como um triturador, que pode cortar, moer, perfurar, modelar, transportar e defender dependendo do inseto. É posicionado ao lado do labro. • Maxilas – Auxiliam as mandíbulas e tem função sensorial. Também servem para apreender e transportar alimentos. Localizado atrás das mandíbulas. • Lábio Inferior – É constituído por uma única peça. Formado pelo pós- mento ou pós-lábio, pré-mento, sub-mento e o mento. Além de possuir um par de palpos labiais, glossas e paraglossas. Sua localização é o oposto ao Lábio Superior. • Epifaringe – Apresenta a função gustativa, ou seja, está relacionada à alimentação. Faz parte do Labro no clípeo. • Hipofaringe – Possui a função tátil, ou seja, está relacionada ao sentido do tato do inseto e a função gustativa. Localizado dentro da cavidade do aparelho bucal. E a boca do inseto? A boca é o orifício de porta de entrada do aparelho digestivo e fica acima e entre as peças bucais. 27 O tipo de aparelho bucal que o inseto possui reflete os hábitos alimentares específicos de cada espécie. Dessa maneira, podemos classificar os tipos de aparelho bucal em: • Mastigador ou triturador: Apresentam as oitos peças bucais mencionadas acima. Ocorre na maioria dos insetos e funciona como um triturador para os alimentos, por sua função de mastigação. • Sugador labial: Chamado também de picador-sugador, as peças bucais são semelhantes a estiletes. O lábio é formado por um tubo onde estão os estiletes. Durante a alimentação, as mandíbulas, a epifaringe e a hipofaringe, sugam o alimento enquanto as maxilas o perfuram. Os principais exemplos de insetos com esse tipo de aparelho bucal são os que realizam a hematofagia, isso significa que se alimentam de sangue. Ex: mosquitos, flebotomíneos, Aedes aegypti, entre outros. • Sugador maxilar: As maxilas se assemelham a um tubo longo e enrolado, conhecido como espirotromba. O alimento é ingerido por meio desse tubo. Representa uma característica exclusiva das borboletas e mariposas. • Lambedor: As maxilas e o lábio inferior estão unidos em um único aparelho e formam o órgão lambedor e possuem um labro comum. As mandíbulas são adaptadas para furar, cortar, moldar e transportar cera. São comuns em espécies que extraem o néctar das flores. Ex: Abelhas. Ainda em relação ao aparelho bucal que o inseto possui, outra característica que varia conforme espécie é a posição das peças bucais. Dessa forma, podem ser classificadas como: 28 • Hipognata: Onde as peças bucais estão posicionadas para baixo, formando um ângulo de 90°. A cabeça é vertical em relação ao eixo do corpo. Ex: gafanhotos, baratas, abelhas • Prognata: As peças bucais estão posicionadas para frente com a cabeça formando um ângulo de 180°. Ex: cupins • Opistognata: Peças bucais voltadas para baixo e para trás, formando um ângulo menor que 90°. Ex: percevejos e pulgas. Os insetos que apresentam desenvolvimento hemimetábolos e holometábolos podem sofrer modificações durante o processo de metamorfose, transformando totalmente o tipo de aparelho bucal entre sua fase larvária e adulta, como é o caso dos metagnatos. As seguintes classificações representam essas variações: Menorrincos: Insetos que possuem aparelho do tipo sugador labial em todas as fases do desenvolvimento, desde o nascimento até a fase adulta. Ex: Barbeiros Menognatos: Insetos que possuem aparelho bucal do tipo mastigador em todas as fases, desde o nascimento até a fase adulta. Ex: baratas Fonte: Sharadpunita, 2011 (Licença CC3); Fir0002, 2007 (Licença CC3); USDA, 2015 (Licença CC2) 29 Metagnatos: Ocorre nos insetos que apresentam o aparelho bucal do tipo mastigador durante o desenvolvimento, e na fase adulta aparelho bucal sugador maxilar ou labial. Ex: borboletas e mosquitos. Qual a diferença entre hemimetábolos e holometábolos? Como já vimos, cada inseto se desenvolve de maneiras diferentes. Eles são muito complexos e diversos! Há insetos que em sua fase de desenvolvimento se apresentam inicialmente como ovos, se transformam em ninfa e depois, na fase adulta, se transformam em imago. A transformação desses insetos é relativamente menor que em outras espécies, caracterizada por uma metamorfose incompleta. Esse desenvolvimento é chamado de hemimetabolismo, ou seja, é comum dos hemimetábolos. Como exemplos nós temos os gafanhotos, grilos, cigarras, cupins e baratas. Em aulas anteriores do curso falamos sobre metamorfose. O processo de mudança da metamorfose é um processo de desenvolvimento mais complexo, onde o inseto muda totalmente a sua forma. Os insetos que apresentam esse tipo de desenvolvimento são os holometábolos. Por exemplo, temos a borboleta, abelha e besouro. O corpo dos insetos é dividido em 3 tagmas. Você lembra o que são tagmas? Quantos e quais são os tagmas que dividem o corpo dos insetos? Fonte: Xavier Vázquez, 2007 (Licença CC3) 30 Basicamente, o tagma é uma parte específica do corpo. Cada tagma é composto por metâmeros, que são seções menores originadas de segmentos primitivos que marcam a fase embrionária do inseto. Na fase adulta, os insetos possuem 3 tagmas: cabeça, tórax e abdome. Até agora, você viu o primeiro tagma a cabeça, que abriga os apêndices móveis, antenas e peças bucais, e é dividida em áreas e suturas. As antenas são diferentes em cada espécie de inseto. Cada tipo possui uma função diferente, o que inclui funções de estabilidade do corpo e acasalamento. No gênero Aedes, os machos possuem antenas plumosas e as fêmeas têm antenas pilosas. Falamos sobre os apêndices móveis da cabeça dos insetos, que são as antenas, e os aparelhos bucais, que possuem funções sensoriais. Cada inseto possui 2 antenas e podem apresentar cerca de 8 peças bucais, que têm a função de auxiliar na alimentação e na sensorialidade do inseto. De acordo com o que estudou sobre peças bucais dos insetos, escolha as palavras mais adequadas para completar a frase: As _________ dos insetos se encontram na parte _________ da boca e auxiliam o processo da _________. a) alimentação b) exterior c) peças bucais Fonte: E A Goeldi 1905 (Domínio Público) 31 1.2 - Tórax O tórax é a segundaregião do corpo dos insetos onde se encontram os apêndices locomotores terrestres, aquáticos (pernas) e aéreos (asas). É formado por três segmentos: • Protórax: Ligado à cabeça, é o segmento onde se encontra o primeiro par de pernas; • Mesotórax: Compreende o segmento mediano do inseto. É onde está localizado o segundo par de pernas do animal e o primeiro par de asas; • Metatórax: É a porção do tórax ligada ao abdome, nela se encontra o terceiro par de pernas e o segundo par de asas. A região dorsal do tórax, chamada de tergo ou noto: pronoto, mesonoto, metanoto. Cada segmento é constituído por quatro pares de tergitos chamados de escuto, prescuto, escutelo e pós-escutelo. Já a porção ventral (externo) é formada por um par de esternitos, que Fonte: Desconhecida Fonte: Desconhecida 32 são ligados lateralmente por uma área membranosa, chamada pleura, que contém 02 pleuritos, divididos em: epímero e episterno. A imagem ao lado ilustra um segmento do tórax com a indicação dessas áreas. 1.2.1 - Apêndices torácicos São as estruturas que se localizam nas porções do tórax, responsáveis pela locomoção do inseto (pernas e asas). a. Pernas: São estruturas destinadas à locomoção terrestre e aquática do animal. Em algumas espécies, elas se adaptam para escavar, coletar alimentos, capturar presas ou correr. Os três pares de pernas dos insetos se articulam na região posterior de cada segmento torácico (na região intermediária do epímero e o episterno). A perna pode ser dividida em: Coxa: Parte geralmente mais curta e grossa, a coxa se articula ao segmento torácico através da cavidade coxal. Trocanter: É considerado um segmento curto, localizado entre a coxa e o fêmur. Fêmur: É a estrutura mais desenvolvida da perna do inseto, sendo fixa ao trocanter, ou em algumas espécies, ligada diretamente à coxa. Tíbia: Considerado um segmento delgado e desenvolvido, de resistência próxima a do fêmur, pode apresentar espinhos ou esporões e sofrer modificações morfológicas dependendo da ordem do inseto. Fonte: Própria, 2018 33 Tarso: É formado por diversos artículos (tarsômeros) que podem variar em quantidade (1 a 5) nos diferentes pares de pata do indivíduo. Pós-tarso: Tem como função auxiliar na imobilização do animal, sendo a parte mais distal da perna. O tipo de perna que o inseto possui está interligado ao comportamento da espécie, existindo diferentes tipos de pernas: Ambulatória: Presente na maioria da ordem insecta, estas pernas são desenvolvidas para caminhar ou correr. Ex: formigas, mosquitos. Saltatória: Possui a região do fêmur e tíbias desenvolvidas e alongadas, própria para saltos. Ex: Pernas posteriores dos gafanhotos e pulgas. Natatória: A parte mediana e posterior da pata é adaptada a nadar, apresentando fêmur, tíbia e tarso achatados, sendo encontradas em insetos aquáticos. Ex: Percevejos aquáticos Raptatória: O fêmur e tíbia apresentam numerosos espinhos que auxiliam na captura de outros insetos. Ex: Louva- Deus Coletora: No terceiro par de pernas, é adaptado a recolher e transportar grãos de pólen. Ex: Abelhas 34 b. Asas: A principal função da asa é permitir a locomoção do inseto por meio do voo. Entretanto, existem alguns grupos (ápteros), como por exemplo o piolho e a pulga, que não possuem asas ou não são utilizadas para voar, como o caso do bicho-da-seda e recebem o nome de aptésicos. Além do voo, as asas podem auxiliar na proteção, na produção de som, como órgão de equilíbrio corpóreo e como fonte coletora de calor. As asas são formadas por duas cutículas no exoesqueleto separadas por veias, que dão a sustentação. A asa se une ao tórax por uma porção membranosa de escleritos chamada de pterália. Já as veias transversais e longitudinais são expansões traqueais enrijecidas que se distribuem por toda asa, conferindo a sustentação e possui grande importância taxonômica. Sendo que os espaços delimitados pelas veias ou pelo bordo da asa são chamadas de células. Dessa maneira, basicamente a asa é formada por: • Área auricular (que está articulada ao tórax). • Ala (região da asa em si) • Anal ou vanal (região triangularizada que separa a ala pela dobra anal) • Jugal (pequena região localizada na margem interna da asa). Fonte: Desconhecida 35 Assim como as pernas, as asas dos insetos podem ser de diferentes tipos: • Membranosas: São asas finas e flexíveis com nervuras bem distintas, algumas podem conter escamas ou microcerdas ou ser nuas. É o tipo mais comum no segundo par de asas da maioria dos insetos; • Tégmina: Com aspecto pegaminoso ou coriáceo, geralmente são asas estreitas e alongadas. Ex: baratas, gafanhotos, grilos. • Hemiélitro: Possui a região basal da asa coriácea e a parte apical membranosa. Ex: percevejos • Élitros: Par de asas anterior é esclerotizado, cobrindo o par de asas posterior membranoso. Ex: besouros • Balancins ou halteres: O segundo par de asas são atrofiados, em forma de halter, e configuram equilíbrio durante o vôo. Ex: mosquitos e moscas. • Pseudo-halteres: As asas anteriores são atrofiadas. • Franjada: As asas são estreitas com longos pelos nas laterais Os apêndices locomotores são responsáveis pelas habilidades móveis do inseto. As pernas são as estruturas de locomoção terrestre e aquática do animal. As asas são responsáveis pelo voo, mas podem não existir em algumas espécies de insetos. Fonte: Desconhecida 36 Além disso, alguns insetos apresentam asas que não possuem a função de voar. Marque a alternativa correta. A parte do inseto onde os apêndices locomotores (pernas e asas) estão inseridos é no: a. ( ) Cabeça b. ( ) Corpo c. ( ) Tórax d. ( ) Abdome 1.3 - Abdome Considerada a terceira região do corpo do inseto, o abdome é uma região segmentada, ou seja, possui metâmeros. Morfologicamente, o abdome se destaca pela visível divisão do corpo e pela ausência de apêndices locomotores (restritos ao tórax). Na parte final do abdome, há o ânus, posicionado entre os escleritos protetores. A abertura genital está localizada logo abaixo do ânus nas fêmeas, onde os segmentos VIII e IX são fundidos, formando o ovipositor. Já nos machos, junto a abertura genital, há uma estrutura em forma de tubo (aedeagus) que penetra na fêmea durante a cópula. A região do abdome pode ser subdividida em 03 agrupamentos distintos, segundo o posicionamento dos urômeros, sendo: • Segmentos pré-genitais ou viscerais: São os urômeros de I a VII (nas fêmeas) e de I a VIII (nos machos); • Segmentos genitais: Correspondem aos urômeros VIII ao IX (nas fêmeas) e ao IX nos machos. É nessa região onde se encontram as estruturas genitais do inseto. • Segmentos pós-genitais: Correspondem aos urômeros X e XI que são de difícil separação visual, por apresentam fusão. 37 Durante o desenvolvimento embriológico, algumas espécies de insetos podem desenvolver os apêndices abdominais, que geralmente somem após a eclosão do estágio imaturo ou permanecem. Os apêndices que ficam permanentes se transformam em estruturas funcionais, como: cercos (função sensorial), estilos (auxilia na locomoção) e sifúnculos (liberação feromônio), brânquias (função respiratória na fase larval). O tipo de abdome está estritamente relacionado ao modo que a região abdominal se funde à região torácica, podendo ser classificado em: • Séssil ou aderente: Estão presentes em insetos que o abdome se liga por completo ao tórax em toda sua largura. Ex: baratas, besouros; • Livre: Compreende os animais que possuem uma pequena constrição abdominal. Ex: moscas • Pedunculado: Presença de constrição acentuada nos segmentos abdominais, onde o 1° segmento encontra-se fundido ao metatórax. Ex. Vespas e formigas. Fonte: Donald Borror, Charles Triplehorn e Norman Johnson, 1992 Fonte: Amada44, 2008 (Domínio Público); Desconhecida;Castlelow (Licença CC0) 38 O abdome é a parte responsável pela respiração do inseto. É uma região segmentada, ou seja, possui metâmeros. Como você viu nesta aula, os metâmeros são os segmentos do corpo do inseto que formam os tagmas. Não há nenhum apêndice locomotor no abdome e está dividido em 3 agrupamentos. Quais são os tipos de agrupamento que se encontram no abdome? Marque a alternativa correta. a. ( ) Tergitos, tagma e metâmeros b. ( ) Abdome, pernas e asas c. ( ) Pré-genitais, genitais e pós-genitais d. ( ) Mosquitos, baratas e borboletas Você aprendeu sobre insetos e sua morfologia. Além de se aprofundar sobre as estruturas externas como a função das asas em que alguns insetos não possuem asas e outros possuem, mas não voam. Se gostou dessa aula e quer saber mais sobre esses insetos, você irá gostar da matéria “Estudo detecta queda preocupante na população de insetos voadores e intriga cientistas”, da BBC Brasil, que você encontra em no link abaixo. Nele, os cientistas encontraram uma estranha redução na população de insetos voadores. Boa leitura! Clique aqui bit.ly/inseto_voadores http://www.bbc.com/portuguese/internacional-41681707 http://www.bbc.com/portuguese/internacional-41681707 http://www.bbc.com/portuguese/internacional-41681707 http://www.bbc.com/portuguese/internacional-41681707 http://www.bbc.com/portuguese/internacional-41681707 http://www.bbc.com/portuguese/internacional-41681707 39 Vamos relembrar? Aprendemos que morfologia é o estudo da forma. Na Biologia, a morfologia estuda a formação dos seres e seu desenvolvimento, uma área de conhecimento da Entomologia. Apesar dos variados tipos de insetos, existem características que os distinguem dos demais animais. Os insetos são animais que possuem simetria bilateral, isso significa que seu corpo é dividido em duas partes iguais. Apresentam uma parte fundamental que é o exoesqueleto, composto por proteínas, lipídeos e quitina. O exoesqueleto dá rigidez ao organismo invertebrado. São compostos essencialmente por cabeça, tórax e abdome: A cabeça apresenta suturas, carenas (semelhante a cristas), áreas intersuturais, peças bucais e antenas. Há vários tipos de antenas que se diversificam em diferentes espécies. São 6 peças bucais: labro, mandíbulas, maxilas, lábio, epifaringe e hipofaringe. Assim como as antenas, os aparelhos bucais são diferentes de acordo com as especificidades das espécies, e ocorrem em 4 tipos: mastigador ou triturador, sugador labial, sugador maxilar e lambedor. Além dos tipos de aparelho bucal, as peças bucais podem ser classificadas de acordo com a sua posição em relação à cabeça do animal, que são: hipognata, prognata e opistognata. Assim, durante a metamorfose 40 os insetos podem modificar completamente os aparelhos bucais, sendo divididos em três tipos: menorrincos, menognatos e metagnatos. Os insetos também possuem tórax. Essa é a parte do corpo do inseto responsável pela locomoção, porque é nela que estão inseridos os apêndices locomotores: pernas e asas. O tórax está dividido em protórax, mesatórax e metatórax. Além disso, o dorso do tórax é chamado de tergo e é constituído por quatro pares de tergitos: escuto, prescuto, escutelo e pós-escutelo. As asas e as pernas também possuem divisões. A última região do corpo do inseto é o abdome, responsável pelo centro da respiração do animal. Ele se destaca pela visível segmentação corpórea e pela ausência de apêndices locomotores (restritos ao tórax). São três tipos de tórax: séssil ou aderente, livre e pendulucado. Compreendemos termos novos e as variações da forma externa do inseto. Isso mostra a complexidade do inseto, que apresenta suas peculiaridades que os distingue dos outros seres vivos. Na próxima aula vamos aprofundar o estudo, conhecendo a morfologia interna do inseto. Até a próxima! 41 Ajude o conhecimento a chegar mais longe! Se você foi beneficiado(a) por este conteúdo, considere contribuir para que ele alcance mais pessoas. Fazendo uma doação para a ProEpi, você viabiliza o desenvolvimento e a tradução para outros idiomas de mais recursos educacionais como esse, ajudando colegas a se capacitarem e protegerem melhor a saúde da população. Mais de 3.000 pessoas já foram beneficiadas por nossos cursos a distância e outras centenas participaram de nossos treinamentos presenciais em áreas como Investigação de Surto, Comunicação de Risco e Gestão de Projetos de Vigilância em Saúde. Torne-se um membro da nossa rede: Faça uma doação: ou acesse proepi.org.br/doacao http://www.proepi.org.br/doacao 42 Referências DONALÍSIO MR 1999. O dengue no espaço habitado. Hucitec, São Paulo. FRANCO O 1969. Reinfestação do Pará por Aedes aegypti. Rev. Bras. Malariol. Doencas Trop. 21(4):729-731. FUNASA 2001. Plano de Intensificação das Ações de Controle da Dengue. Brasília: Fundação Nacional de Saúde, Ministério da Saúde. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde (2016). Relatório da Reunião Internacional para Implementação de Alternativas para o Controle do Aedes aegypti no Brasil. Boletim epidemiológico. Vol. 47 (15): 2-9. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Vírus Zika no Brasil: a resposta do SUS [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2017. 43 Respostas dos exercícios (em ordem de aparição) 1. Você conheceu o histórico de ações de vigilância que permitiram a criação do PNCD- Programa Nacional de Controle da Dengue. Anteriormente, dengue não era um problema de saúde pública no Brasil. Entretanto, o fortalecimento do programa de controle da febre amarela urbana indiretamente promoveu o controle da dengue, uma vez que estas duas doenças partilham o mesmo vetor. Com base nisso, complete as lacunas com os termos adequados. a. A reintrodução de Aedes aegypti foi detectada no Brasil em 1967, no Pará, e em 1969, no Maranhão. b. A Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) foi criada, em 1990, ficando responsável pela coordenação das ações de controle de dengue. c. O PNCD integrou as ações de controle de dengue à atenção básica, com a mobilização do PACS e do PSF. 2. Você conheceu um pouco dos documentos técnicos e políticas de combate à dengue. O Manual de Diretrizes Nacionais para a Prevenção e Controle de Epidemias de Dengue, publicado em 2009, apresenta um esquema de classificação de risco que permitirá avaliar, orientar, encaminhar, coletar e registrar dados para subsidiar o médico quanto ao diagnóstico, estadiamento e tratamento do paciente com suspeita de dengue. Com base no segundo tópico, marque verdadeiro ou falso. a. (V) As diretrizes de combate a dengue preveem ações para o período epidêmico e não epidêmico. b. (F) O manual não trata de ações de avaliação e orientação, apenas de manejo clínico de dengue. c. (V) A classificação de risco é necessária para aprimorar a vigilância e evitar óbitos. d. (V) As diretrizes nacionais preveem ações de gestão e financiamento das atividades de combate à dengue e. (F) Aedes aegypti não transmite zika ou chikungunya, por isso as duas doenças não precisam de combate. 44 f. (F) A CGPNCMD realiza ações apenas de combate à dengue. g. (V) A preocupação no combate ao Aedes aegypti se fortaleceu após a declaração da emergência de zika. 8BAula 4 - Morfologia Externa de Insetos 0B1 - Tegumento 2B1.1 - Cabeça 5B1.1.2 - Suturas e áreas da cabeça 6B1.1.3 - Apêndices móveis da cabeça 3B1.2 - Tórax 7B1.2.1 - Apêndices torácicos 4B1.3 - Abdome 1BVamos relembrar?
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