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Projeto-Redação-e-normalização

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20
projeto de pesquisa: redação e normalização[footnoteRef:1] [1: Este ensaio trata de orientações para a redação e normalização de projetos de pesquisa como parte do Projeto de Promoção de Produção Científica em cursos de licenciatura do Plano Nacional de Formação de Professores da Universidade do Sul de Santa Catarina. O texto é uma adaptação do capítulo 3 de Rauen (2013).] 
Fábio José Rauen[footnoteRef:2] [2: Docente do PARFOR/UNISUL. Coordenador e Docente do Programa de Pós-graduação em Ciências da Linguagem da UNISUL. Mestre e Doutor em Linguística pela Universidade Federal de Santa Catarina. E-mail: fabio.rauen@unisul.br.] 
Resumo: Este documento apresenta orientações para a redação e normalização de projetos de pesquisa e integra o Projeto de Promoção de Produção Científica em Cursos de Licenciatura do Plano Nacional de Formação de Professores da Universidade do Sul de Santa Catarina – PARFOR/UNISUL. 
Palavras-chave: Projeto de Pesquisa. Redação Científica. Normalização.
INTRODUÇÃO
Uma pesquisa científica é um conjunto de ações sistemáticas, minuciosas, completas, sustentadas epistemológica e metodologicamente, com as quais, partindo-se de evidências disponíveis, de teorias científicas ou de intuições racionais, descobrem-se novos fatos ou fenômenos ou compreendem-se fatos ou fenômenos até então considerados complexos ou inadequadamente explicados. 
Uma pesquisa compreende três fases principais: planejamento, execução e relato. A fase de planejamento consiste em projetar, propor ou esquematizar as diversas etapas que compõem uma pesquisa científica, incluindo: a delimitação de um tema e a prospecção de um problema; a definição de um desenho metodológico, conforme o quadro teórico referencial a ser adotado, que determine objetivos, metas, ações e procedimentos de coleta, análise e discussão dos dados ou achados a serem obtidos; e a coordenação de meios e recursos para a consecução adequada da pesquisa. 
A fase de execução é aquela onde se cumprem, implantam ou efetivam todos os elementos planejados de modo crítico e atento a realimentações, especialmente quando ocorrem obstáculos que exigem ações corretivas. A execução não consiste de mera aplicação do planejamento, uma vez que sempre haverá aspectos subestimados, superestimados ou não considerados que necessitam ser avaliados. 
A fase de relato consiste na produção e publicação de textos sobre a pesquisa. Nesta fase, o pesquisador converte-se em escritor, socializando ou difundindo os resultados à comunidade científica. Cabe à comunidade científica o papel de avaliação crítica da qualidade da pesquisa (crítica intersubjetiva dos pares), assimilando as conclusões obtidas, rejeitando-as ou apontando aspectos que precisam ser melhorados. Com base nestas réplicas, novas investigações são propostas em novos ciclos de investigação.
Este documento apresenta os elementos básicos para a redação e normalização de um projeto de pesquisa: fase de planejamento. Para dar conta desta demanda, o texto foi organizado em três seções, dedicadas, respectivamente, aos elementos constitutivos de um projeto de pesquisa, aos desenhos metodológicos e a instruções para a elaboração dos textos propriamente ditos de um projeto. 
1 ELEMENTOS CONSTITUTIVOS
Temas e Problemas. O primeiro desafio para a realização de uma pesquisa é a definição de um tema e de um problema. Pesquisadores experientes executam projetos em grupos de pesquisa. Nestas condições, pesquisas específicas surgem de problemas encontrados na própria investigação destes grupos e projetos maiores. Todavia, nem sempre estas condições são encontradas. Em casos de trabalhos de conclusão ou de propostas de investigação para cursos de pós-graduação, os estudantes partem, muitas vezes, do ponto zero. Nestas circunstâncias, é preciso primeiro delimitar um tema e, a partir dele, encontrar um problema de pesquisa. As próximas seções consideram essa possibilidade. 
Princípios. Antes de discutir a delimitação de temas, apresentam-se três princípios de caráter prático para a avaliação de um tema e a elaboração de um projeto de pesquisa:
a) Princípio da singularidade da formulação do tema: se o pesquisador não conseguir expressar numa única proposição ou sentença de modo exato e não ambíguo o tema de sua pesquisa, então o pesquisador precisa continuar a delimitação do tema;
b) Princípio da coerência da formulação do tema: qualquer que seja a alteração em quaisquer dos elementos essenciais da elaboração de um projeto de pesquisa, ela enseja a revisão do tema e, por consequência, dos elementos previamente definidos;
c) Princípio da parcimônia da formulação do tema: qualquer que seja a alteração em quaisquer dos elementos essenciais da elaboração de um projeto de pesquisa, entre duas proposições rivais, opte pela proposição mais simples.
Planilha. Com base nestes princípios, o pesquisador pode elaborar uma planilha que lhe permitirá compor o que será definido aqui como esboço de um projeto ou anteprojeto de pesquisa. Essa planilha consiste de duas colunas. Na primeira coluna, apresentam-se as categorias que compõem um projeto de pesquisa. Na segunda coluna, desenvolve-se o anteprojeto, apresentando a formulação textual de cada categoria. 
Delimitação. Uma das primeiras tarefas do processo de elaboração de uma pesquisa é a de delimitação de um tema ou tópico no interior de um assunto. Por assunto define-se a matéria mais geral de onde se origina um conjunto de matérias, tópicos, focos ou objetos mais particulares a serem estudados, os ditos temas de pesquisa. Para Bebber e Martinello (1996, p. 24), um tema é um “quadro menor dentro da amplitude do assunto.” Assim, encaminhar a pesquisa é se esforçar no sentido do “afunilamento de um assunto vago e amplo até se chegar à minúcia do detalhe, ou seja, ao objeto específico.” 
Veja-se, por exemplo, a palavra ‘ensino’. O conceito de ensino é muito amplo. Quando alguém utiliza a palavra ‘ensino’, está se referindo a uma infinidade de coisas. Para este assunto ser objeto de investigação, é preciso delimitá-lo. A solução é acrescentar elementos linguísticos que especifiquem os limites dentro dos quais se organiza a pesquisa. 
Um dos recursos mais utilizados para delimitar um assunto é antepor outro substantivo, conectando-os com uma preposição. A mera anteposição dos substantivos ‘história’, ‘definição’ ou ‘características’ mais a preposição ‘de/do’ ao substantivo ‘ensino’ geram três temas: ‘História do Ensino’, ‘Conceito de Ensino’ ou ‘Características do Ensino’.
	Função de restrição
	Função de conexão
	Função de especificação do Assunto
	Substantivo Anteposto
	Preposição
	Substantivo de Base
	História
	do
	Ensino
	Conceito
	de
	Ensino
	Características
	do
	Ensino
A anteposição de um substantivo restringe um assunto muito amplo a um tema de menor amplitude. Por exemplo, em vez de pesquisar o ensino, dá-se conta, agora, apenas da história do ensino, pois o núcleo temático da expressão nominal ‘história do ensino’ passa a ser história, e não mais ensino. 
A estratégia de antepor substantivos pode ser recursiva. Com os substantivos exemplificados, podem-se pensar temas como: ‘história do conceito de ensino’, ‘características do conceito de ensino’ ou ‘características históricas do conceito de ensino’. Em todos os casos, o efeito de deslocamento é igual: a matéria, tópico, foco ou objeto temático das pesquisas passaria a ser: ‘história do conceito’, ‘características do conceito’ e ‘características históricas do conceito’ e não mais ‘ensino’. 
O resultado desta primeira estratégia, obviamente, continua amplo demais para ser objeto de uma investigação científica. Para isso, é possível utilizar outros recursos gramaticais. Por exemplo, pode-se pospor à expressão nominal ou substantivo que especifica o assunto ou tema anterior, adjetivos ou locuções adjetivas restritivas, como ‘fundamental’, ‘superior’, ‘de jovens e adultos’, etc. Nestes casos, seriam obtidos os seguintes temas:
	Função de especificação do assunto
	Função de restrição
	Expressão nominal de base
	Adjetivoou locução adjetiva posposta
	Características históricas do conceito de ensino
	fundamental
	
	superior
	
	de jovens e adultos
Sobre essa estratégia cabem duas observações: a) ela não desloca o tema, ou melhor, sejam delimitadas as características históricas do conceito de ensino fundamental, superior ou de jovens e adultos, a pesquisa continua tendo como matéria, tópico, foco ou objeto temático as ‘características históricas do conceito de ensino’; b) elas também podem ser usadas recursivamente, gerando temas como: características históricas do conceito de ensino fundamental de jovens e adultos.
Também se podem usar depois advérbios ou locuções adverbiais locativas. Veja-se:
	Função de especificação do Assunto
	Função de restrição
	Expressão nominal de Base
	Advérbio ou locução adverbial posposta
	Características históricas do conceito
de ensino fundamental de jovens e adultos
	no Brasil
	
	em Santa Catarina
	
	em Florianópolis
E/ou, ainda, advérbios ou locuções adverbiais temporais[footnoteRef:3]. Veja-se: [3: As mesmas observações destacadas para os adjetivos e locuções adjetivas valem para a posposição de advérbios e locuções adverbiais: não há deslocamento temático, e estas posposições podem ser recursivas.] 
	Função de especificação do Assunto
	Função de restrição
	Expressão nominal de Base
	Advérbio ou locução adverbial posposta
	Características históricas do conceito
de ensino fundamental de jovens e adultos no Brasil
	em 2012’
	
	a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação’
	
	antes/depois do governo Luís Inácio Lula da Silva’
Com base nestes recursos de ordem linguística, pode-se observar como, sucessivamente, o assunto ensino vai sendo delimitado.
	Recurso
	Tematização do assunto Ensino
	Anteposição de substantivos
	Características históricas do conceito de Ensino
	Posposição de adjetivos
	Características históricas do conceito de Ensino Fundamental de jovens e adultos
	Posposição de advérbios locativos
	Características históricas do conceito de Ensino Fundamental de jovens e adultos no Brasil
	Posposição de advérbios temporais
	Características históricas do conceito de Ensino Fundamental de jovens e adultos no Brasil a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Planilha. Considerando a última formulação, pode-se preencher o primeiro elemento da grade ou planilha para a elaboração de um esboço de projeto ou anteprojeto de pesquisa.
	Categoria
	Proposição
	Assunto
	Ensino
	Tema
	Características históricas do conceito de Ensino Fundamental de jovens e adultos no Brasil a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Definição de títulos. Com base na delimitação do tema, pode-se elaborar um título para o projeto de pesquisa que se está esboçando[footnoteRef:4]. Por título, conforme Day (2001, p. 15), define-se o menor número possível de palavras que descreve de forma adequada e elegante o conteúdo de um estudo. Embora há quem defenda que se possa denominar uma pesquisa da forma como se queira, a maneira mais adequada é elaborar o título a partir do tema. [4: A intitulação de um projeto de pesquisa não é uma tarefa a ser negligenciada, uma vez que é por esta denominação que a investigação será reconhecida na comunidade acadêmica.] 
Retome-se o exemplo da pesquisa sobre o ensino. Em tese, o melhor título para a pesquisa é a transcrição fiel do tema. Simples assim! Veja-se:
	Categoria
	Proposição
	Assunto
	Ensino
	Tema
	Características históricas do conceito de Ensino Fundamental de jovens e adultos no Brasil a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
	Título
	Características históricas do conceito de Ensino Fundamental de jovens e adultos no Brasil a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Evidentemente, podem-se fazer ajustes. Essa forma de intitular pode gerar expressões extensas, e o objetivo do título é representar a pesquisa com o menor número possível de palavras. Contudo, há de se considerar que toda e qualquer alteração pode gerar distorção. Por exemplo, pode-se pensar na omissão da expressão ‘no Brasil’ no título, pois, se o pesquisador está delimitando sua pesquisa a fatos e fenômenos posteriores à Lei de Diretrizes e Bases da Educação e publica o texto em Língua Portuguesa no Brasil, estes fatos e fenômenos ocorrem no Brasil. Mas, se este texto é publicado em língua estrangeira ou mesmo em português no exterior, a explicitação é mais do que necessária, pois os leitores potenciais da pesquisa nem sempre partilham do conhecimento necessário para a compreensão do objeto da pesquisa. 
Problema. Por problema define-se uma questão enunciada de forma clara, compreensiva e operacional, que expressa uma frustração de expectativa ou dificuldade teórica ou prática observada, que é proposta para ser solucionada por meio de uma pesquisa.
A melhor formulação de um problema é a de uma pergunta direta. Quando um tema está bem delimitado, é possível convertê-lo numa questão de pesquisa. Por exemplo, pode-se anteceder o tema com um pronome interrogativo Quais, acrescido das devidas adaptações linguísticas, e finalizá-lo com ponto de interrogação.[footnoteRef:5] Simples assim! Veja-se: [5: Vale esclarecer que o procedimento é inverso no caso de pesquisas que decorrem de problemas esclarecidos com base no devir de projetos de pesquisa maiores. Determinar um tema é retirar da formulação interrogativa que configura um problema os pronomes interrogativos e o sinal de interrogação.] 
	Categoria
	Proposição
	Tema
	Características históricas do conceito de Ensino Fundamental de jovens e adultos no Brasil a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
	Problema
	Quais são as características históricas do conceito de Ensino Fundamental de jovens e adultos no Brasil a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação? 
Além de expresso em forma de pergunta, os termos que compõem o problema devem ser claros e definidos. Isto evidencia a questão da revisão da bibliografia sobre o tema. Conforme Asti Vera (1989, p. 100), alguém pode dizer que compreende um tema quando: está em condição de explicá-lo aos demais; é capaz de desenvolver questões implícitas; e, potencialmente, destaca aspectos particulares (casos e exemplos) e aplicações possíveis. 
Outro aspecto é que toda pergunta implica tipos de resposta. De um lado, há perguntas fechadas, cujas alternativas de respostas são ‘sim’ ou ‘não’; de outro, há perguntas abertas, cujas respostas são menos previsíveis. Se um pesquisador pretende aplicar um controle biológico x para acabar com a praga y do arroz, o problema de sua pesquisa pode assim ser formulado: ‘O controle biológico x acaba com a praga y do arroz?’. Neste caso, as respostas plausíveis são ‘Sim’ ou ‘Não’, conforme acabem ou não com a praga. Mas, se o pesquisador perguntar ‘Qual a influência do controle biológico x no combate da praga y do arroz?’, as respostas podem variar, conforme o grau de eficiência do controle biológico x sobre a praga y. 
Viabilidades. Visto que problemas devem ser respondidos, devem-se verificar as condições para atingir esta meta. Barros e Lehfeld (1990, p. 27) sugerem observar quatro tipos de viabilidades: a viabilidade técnica tem a ver com a metodologia definida para o estudo (os métodos e as técnicas indicadas, tomadas em relação à tipologia da pesquisa); a viabilidade política consiste na relevância da pesquisa, levando-se em conta a realidade emergencial contemporânea, a inter-relação do estudo com pesquisas já realizadas e as contribuições da pesquisa para a busca das soluções que o problema demanda; a viabilidade lógica consiste no confronto do tema com a formulação de um quadro teórico-conceitual de pesquisa (coerência sintática); e a viabilidade financeira tem a ver com os custos econômicos do projeto. 
Objetivos. Por objetivo define-se o alvo ou o propósito que é projetado ou planejado para ser atingido ou alcançado no encerramento do estudo, mediante ações e procedimentos epistemologicamente e metodologicamente justificados pela definição de um problema.
Esta definição possui doiscritérios. Primeiro, propõe como medida de avaliação o encerramento da pesquisa, de modo que um objetivo não pode estar incompleto ou não ter sido alcançado ou atingido no término da pesquisa.[footnoteRef:6] Se um objetivo não for alcançado pode-se: a) determinar que a pesquisa não está encerrada, verificando a viabilidade de lhe dar continuidade (o objetivo ainda não foi alcançado ou atingido, e o que se obteve foi um resultado parcial ou exploratório); ou b) rever ou redimensionar o objetivo dentro de parâmetros eticamente justificados, de modo a ajustá-lo àquilo que foi obtido da consecução da pesquisa (a pesquisa foi encerrada e atingiu um objetivo parcial ou menor). [6: Quando a formulação de um alvo ou de um propósito extrapola o encerramento da pesquisa, diz-se haver uma intenção ou finalidade, a serem mais bem definidas em seção dedicada à justificativa da pesquisa.] 
Segundo, a definição propõe uma íntima relação entre o conceito de objetivo e de problema, de modo que uma formulação de um alvo ou de um propósito que se atinge com o término da pesquisa e para a qual não se subentende um problema, caso correta, constitui-se como uma de suas etapas e mais se ajusta à noção de meta. Em outras palavras, se uma pesquisa se inicia com uma questão a ser respondida, a solução desta questão é seu término. Assim, o objetivo óbvio de qualquer pesquisa é responder ao problema. Isso pode ser demonstrado, colocando um verbo antes do tema. Simples assim! Veja-se: 
	Categoria
	Proposição
	Tema
	Características históricas do conceito de Ensino Fundamental de jovens e adultos no Brasil a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
	Objetivo
	IDENTIFICAR as características históricas do conceito de ensino fundamental de jovens e adultos no Brasil a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação. 
Objetivos específicos. Seguindo esta linha de raciocínio, para cada problema de pesquisa agrega-se um objetivo, dado que o objetivo é a expressão da solução de um problema. Neste caso, somente se houver problemas específicos, haverá objetivos específicos. 
Tome-se como exemplo uma pesquisa que visa propor uma intervenção didática com base nos conhecimentos dos alunos sobre gêneros textuais. Neste caso, o pesquisador não conhece previamente os conhecimentos dos alunos sobre gêneros textuais, razão pela qual isto se constitui num problema específico. Logo, identificar o conhecimento dos alunos, além de ser uma meta do ponto de vista dos procedimentos metodológicos, é também um objetivo específico que tem de ser transposto para se atingir o objetivo geral. 
Dado que a escolha de um verbo adequado é muito relevante, vale agregar o substantivo correspondente ao verbo ao tema da pesquisa. Por exemplo, se o verbo escolhido foi ‘verificar’, agrega-se o substantivo ‘verificação’ ao tema; se o verbo for ‘examinar’, agrega-se ‘exame’, e assim por diante. Veja-se o resultado disso no tema do exemplo[footnoteRef:7]: [7: A estratégia provoca um novo deslocamento temático. A pesquisa agora se refere à ‘identificação das características históricas do conceito de Ensino Fundamental de jovens e adultos no Brasil a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação’, o que seria diferente de ‘avaliação das características’ ou ‘definição das características’.] 
	Categoria
	Proposição
	Tema
	Identificação das características históricas do conceito de Ensino Fundamental de jovens e adultos no Brasil a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
A título de mera sugestão, segue-se uma lista de verbos cognitivos propostos por Bloom e colaboradores (1990) para objetivos educacionais[footnoteRef:8]. [8: Obviamente, pode haver inúmeras outras listas de verbos adequados para outras competências e habilidades eventualmente identificadas como propósito ou alvo de uma pesquisa científica.] 
Quadro 2 – Objetivos cognitivos
	Conhecimento
	Compreensão
	Aplicação
	Análise
	Síntese
	Avaliação
	Definir
	Deduzir
	Resolver
	Identificar
	Narrar
	Sustentar
	Enunciar
	Descrever
	Aplicar
	Diferenciar
	Expor
	Justificar
	Citar
	Demonstrar
	Manejar
	Isolar
	Sumariar
	Criticar
	Relatar
	Ilustrar
	Empregar
	Separar
	Compilar
	Valorizar
	Referir
	Interpretar
	Utilizar
	Fracionar
	Compor
	Escolher
	Identificar
	Explicar
	Comprovar
	Decompor
	Simplificar
	Selecionar
	Indicar
	Expor
	Produzir
	Examinar
	Agrupar
	Verificar
	Distinguir
	Relacionar
	Aproveitar
	Detectar
	Combinar
	Constatar
	Reconhecer
	Inferir
	Praticar
	Abstrair
	Contrastar
	Comprovar
	Definir
	Induzir
	Discriminar
	Omitir
	Classificar
	Eleger
	Organizar
	Extrapolar
	Localizar
	Dividir
	Gerar
	Medir
	Mostrar
	Generalizar
	Operar
	Conceber
	Restringir
	Precisar
Fonte: Labes, 1998, p. 85, inspirado em Bloom e Krathwohl, 1990. 
Justificativa. Por justificativa ou relevância da pesquisa define-se um conjunto de argumentos com os quais se apresentam a importância, o estado da arte dos estudos sobre o tema, os motivos, causas ou razões para a consecução da pesquisa e a projeção da relevância da pesquisa para a solução do problema, discutindo-se a viabilidade da pesquisa e levantando-se intenções e finalidades pertinentes.
Essa categoria responde à pergunta: ‘Por que a pesquisa deve ser realizada?’. Conforme Marconi (2001, p. 44), a justificativa consiste em uma exposição sucinta, porém completa, das razões de ordem teórica e dos motivos de ordem prática que tornam a realização da pesquisa importante ou relevante. Numa justificativa, devem-se explicitar as razões determinantes da pesquisa, incluindo não somente variáveis que motivaram a abordagem do assunto, mas também aspectos que demonstrem a importância da execução da pesquisa no contexto social, científico ou tecnológico do país[footnoteRef:9]. [9: Trata-se da categoria que contribui mais diretamente na aceitação da pesquisa por leitores, avaliadores ou financiadores, pois nela se apresentam os motivos pelos quais eles devem investir na leitura, avaliação ou financiamento da pesquisa.] 
Em geral, é na justificativa de uma pesquisa que seu autor apresenta o estado da arte, ou melhor, o ponto no qual se encontram as pesquisas científicas sobre o tema escolhido. Deste modo, apresenta-se a situação atual das pesquisas sobre o tema e projeta-se o futuro. Sobre o presente, procede-se a um diagnóstico do problema que a investigação pretende solucionar, relatando esforços já realizados ou em andamento para resolvê-lo. Sobre o futuro, deverá ser descrita a solução proposta para resolver ou minorar o problema identificado. 
Uma justificativa contém intenções e finalidades. Por intenções definem-se os alvos ou propósitos em termos de comportamentos ou atitudes que o pesquisador procura atingir nas pessoas a partir dos resultados publicados que decorrem do encerramento da pesquisa. Por finalidades, fins ou fitos definem-se os alvos ou propósitos de utilização social do estudo, respondendo à pergunta ‘Para que serve a pesquisa?’.
Uma sequência possível para redigir uma justificativa segue abaixo: discorra sobre o assunto e delimite o tema; apresente o estado da arte sobre o tema; apresente o problema central da pesquisa e/ou objetivos; e enuncie as razões, intenções e finalidades do trabalho. 
Revisão bibliográfica. Por revisão bibliográfica, revisão da literatura, revisão teórica ou fundamentação teórica define-se a prospecção das informações disponíveis que se consideram relevantes para a elaboração de uma pesquisa ou investigação científica. 
São três as funções da revisão bibliográfica: a) discorrer sobre o tema da pesquisa, pois é indefensável a apresentação de um trabalho em que não se tem conhecimento aprofundado e detalhado sobre o tema; b) discorrer sobre os procedimentos metodológicos da coleta de informações, pois é indispensável que o pesquisador tenha segurança sobre o método escolhido e sobre a pertinência deste método para responder ao problema; e c) discorrer sobre o método de análise dos dados, pois é fundamental saber o que fazer com os dados de pesquisa. Somente quando o pesquisador estiver seguro deque abordou adequadamente essas três funções é que ele pode encerrar esta tarefa. 
Para dar conta da revisão bibliográfica, o pesquisador deve retomar o tema de sua pesquisa e identificar expressões nominais ou palavras-chave que constituem subtemas a serem desenvolvidos teoricamente. No exemplo que se está desenvolvendo, é possível identificar, em negrito, os seguintes subtemas:
	Categoria
	Proposição
	Tema
	Identificação das características históricas do conceito de Ensino Fundamental de jovens e adultos no Brasil a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Com base nesta identificação, uma revisão teórica mínima deveria dar conta dos seguintes subtemas: ‘Ensino’, ‘Ensino Fundamental’, ‘Ensino Fundamental de jovens e adultos’ e ‘Lei de Diretrizes e Bases da Educação’. Simples assim!
Palavras-chave. A técnica de identificar subtemas para a revisão teórica remete para a definição de palavras-chave, com as quais se pretende indexar uma pesquisa para fins de busca automática. Para definir uma palavra-chave, o pesquisador deve preencher a seguinte expressão: ‘Trata-se de uma pesquisa sobre...’.[footnoteRef:10] [10: Para uma primeira abordagem ainda superficial sobre a questão, basta dizer que a identificação dos subtemas pode ser convertida em palavras-chave. Contudo, há áreas do conhecimento que definem e catalogam descritores, termos ou unitermos, de modo que a escolha destas denominações não é livre.] 
Veja-se o resultado da operação no exemplo em questão:
	Categoria
	Proposição
	Palavras-chave
	Ensino Fundamental
Ensino de Jovens e Adultos
Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Definido o fundamento teórico sobre o tema, podem-se desenvolver os procedimentos de coleta e de análise dos dados ou achados da pesquisa. 
Metodologia. Por metodologia define-se o capítulo ou seção de um projeto dedicado à apresentação das questões ou hipóteses do estudo e respectivas premissas, dos procedimentos de coleta e de análise dos dados ou achados, do cronograma de execução e dos orçamentos. 
Basicamente, a metodologia deve dar conta das seguintes questões:
(1) Qual será o desenho metodológico adotado? 
(2) Quem ou o que será objeto da pesquisa? 
(3) Onde serão coletados e analisados os dados ou achados? 
(4) Quando serão coletados e analisados os dados ou achados? 
(5) Como serão coletados e analisados os dados ou achados? 
(6) Que instrumentos serão necessários para coletar e analisar dados e achados? 
(7) Qual será o cronograma da consecução da pesquisa? 
(8) Que recursos serão necessários para a consecução da pesquisa? 
(9) O trabalho deverá ser submetido a Comitês de Ética? 
A primeira pergunta define o desenho metodológico: o conjunto mais específico de procedimentos que dá conta de como serão coletados, analisados e discutidos os dados ou achados e de como a pesquisa responderá ao problema ou atingirá o objetivo determinado. 
As três perguntas seguintes delimitam os objetos mais específicos de investigação. Em desenhos quantitativos, diz respeito aos métodos de amostragem dos dados e, por decorrência, antecipa os testes estatísticos inferenciais. Em desenhos qualitativos, diz respeito aos critérios a partir dos quais se estabelecem os recortes a serem analisados. O resultado destas operações indica o corpus a partir do qual serão obtidas as conclusões ou atingidos os objetivos. 
A quinta pergunta delimita os procedimentos de coleta e de análise dos dados ou dos achados de pesquisa e está intimamente relacionada com o desenho metodológico escolhido. Exceto em pesquisas embasadas (grounded theories), onde o método decorre dos achados, a definição destes procedimentos a priori é essencial para a avaliação de um projeto. 
A sexta pergunta delimita os recursos instrumentais (instrumentos, equipamentos, laboratórios, entre outros) para a coleta e a análise dos dados ou dos achados, conforme o desenho metodológico e o quadro de referência adotado. 
A sétima pergunta delimita o cronograma da pesquisa. Por cronograma define-se uma planilha ou diagrama onde se dispõem as metas, as ações e os procedimentos necessários para a consecução da pesquisa, atribuindo os períodos de tempo necessários para atingi-los. 
Por meta define-se o alvo ou propósito que se constitui como etapa necessária do desenho metodológico adotado. A noção de meta compartilha com a de objetivo o fato de ser um propósito necessariamente superável ou atingível na consecução da pesquisa, mas diverge desta noção porque não subentende um problema agregado: é uma questão operacional. Por exemplo, se a aprovação do projeto em Comitê de Ética e Pesquisa é etapa necessária para a liberação da pesquisa, trata-se de uma meta a ser atingida, e não de um objetivo específico. 
Conforme a complexidade da pesquisa, as metas podem ser desenvolvidas em ações; e, estas ações, em procedimentos. Por exemplo, para atingir a meta de ‘entrevistar funcionários do setor de telemarketing de uma empresa’, duas das ações necessárias poderiam ser a ‘validação do instrumento em Comitê de Ética e Pesquisa’, e a ‘obtenção de autorização da diretoria da empresa para a realização da pesquisa’ e, para ‘obter a autorização da diretoria da empresa’, dois procedimentos poderiam ser os de ‘elaboração de ofício de solicitação de autorização’ e ‘agendamento de reunião com a diretoria da empresa’. 
Um cronograma, desse modo, especifica e determina prazos de consecução de metas, ações e procedimentos. Veja-se:
Quadro 3 – Exemplo de Cronograma I
	Meta
	Ação
	Procedimento
	Prazo
	[...]
	
	
	
	Entrevistar funcionários do setor de telemarketing
	Obtenção de autorização da diretoria da empresa
	Elaboração de ofício
	25/07/2012
	
	
	Agendamento de reunião com a diretoria da empresa
	31/07/2012
	
	[...]
	
	
	[...]
	
	
	
Fonte: Elaboração do autor, 2012. 
Em trabalhos de iniciação à pesquisa ou mesmo em pesquisas de caráter acadêmico, pode-se imaginar um cronograma mais simples em que se dispõem as atividades ou etapas mais genéricas da consecução da pesquisa e os prazos definidos em meses. Observe-se:
Quadro 4 – Exemplo de Cronograma II
	Atividades
	2012
	2013
	
	07
	08
	09
	10
	11
	12
	01
	02
	03
	04
	05
	06
	Aprovação do Projeto
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Revisão da Bibliografia
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Elaboração de Questionário
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Teste Piloto
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Coleta de dados
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Análise de dados
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Redação do Relatório
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Defesa do Relatório
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
Fonte: Elaboração do autor, 2012. 
A sétima pergunta delimita os recursos econômicos indispensáveis para a consecução da pesquisa. Para dar conta desta questão, o pesquisador elabora orçamentos na forma de planilhas, onde dispõe os recursos materiais permanentes e de custeio[footnoteRef:11], a previsão dos valores unitários e totais necessários para obtê-los, a soma destes valores e, em alguns casos, um cronograma de desembolso que determina quando cada recurso será despendido. Veja-se: [11: As despesas de custeio referem-se àquelas relativas à remuneração de serviços pessoais, ao provimento de material de consumo e a outros serviços de terceiros e encargos. Materiais de consumo são aqueles que não têm durabilidade prolongada. Normalmente, definem-se como bens que são consumidos durante a realização da pesquisa. As despesas de capital referem-se a equipamentos e material permanente como: aparelhos, equipamentos, material bibliográfico, veículos e até bens imóveis. Materiais permanentes são aqueles que têm durabilidade prolongada. Normalmente, são aqueles que não são consumidos na pesquisa.] 
Quadro 5 – Exemplo de Orçamento
	Rubrica ou Descrição da Despesa
	Valor Unitário
	Valor Total
	[...]
	
	
	10 resmas de papel A4
	12, 00
	120, 00
	[...]
	
	
	Total
	5. 000, 00
Fonte: Elaboração do autor, 2012. 
A nona pergunta se refere à necessidade de submissão do projeto a Comitês de Ética. Conforme a legislação, todo trabalho que envolve seres humanos ou animais deve ser avaliado sob o ponto devista ético por Comitês específicos. 
2. DEFINIÇÃO DE DESENHOS METODOLÓGICOS
Definição. Nesta subseção, retoma-se a primeira questão e apresenta-se uma classificação dos desenhos metodológicos.[footnoteRef:12] Um desenho, design ou formatação metodológica é o modelo, molde, padrão ou plano conceitual e operativo que arranja, formata, ordena, organiza as diversas etapas de uma pesquisa científica, desde a delimitação mais precisa de questões de pesquisa e/ou hipóteses, passando pela definição dos objetos, recortes ou corpora a serem investigados, pelos procedimentos de coleta, de análise e de discussão dos dados ou dos achados pertinentes, até a emergência das respectivas conclusões, sejam elas exploratórias ou de profundidade, de escopo específico ou generalista. [12: Esta classificação revisa aquela publicada em Rauen (2002, 2006), contemplando parcialmente a distinção de Volpato (2011c) entre pesquisas empíricas de descrição, de associação e de interferência de variáveis.] 
Questões. A definição do desenho metodológico resulta de respostas às seguintes questões: (1) A pesquisa será exclusivamente bibliográfica? (2) A abordagem será prevalentemente quantitativa? (3) Qual é o papel da hipótese na pesquisa quantitativa? e (4) A pesquisa qualitativa intervém na realidade? 
A primeira questão refere-se à oposição entre pesquisa teórica e pesquisa empírica. Se a resposta for ‘Sim’, o pesquisador está diante de uma pesquisa bibliográfica ou pesquisa teórica. Se a resposta for ‘Não’, está diante de uma pesquisa empírica. Numa pesquisa empírica, o pesquisador, além de proceder a uma pesquisa bibliográfica que dispõe os fundamentos teóricos da pesquisa, coleta informações factuais: naturais ou humanas. 
Diante de pesquisas empíricas, a segunda questão verifica se a abordagem será, prevalentemente, quantitativa ou qualitativa. Se a resposta for ‘Sim’, trata-se de uma pesquisa quantitativa. Uma pesquisa quantitativa, exclusivamente ou prevalentemente, consiste em algum nível de tradução sistemática de características dos fatos ou fenômenos em variáveis numéricas suscetíveis de serem mensuradas, contadas e tratadas por procedimentos estatísticos descritivos e inferenciais, de modo que as conclusões decorrem das propriedades emergentes destes cálculos. Em outras palavras, o pesquisador quantifica os aspectos do que encontra nos fatos ou fenômenos para tratá-los matematicamente. Se a resposta for ‘Não’, trata-se de uma pesquisa qualitativa. Uma pesquisa qualitativa, exclusivamente ou prevalentemente, consiste no tratamento descritivo-discursivo das características dos fatos ou fenômenos, que vão sendo sucessivamente agrupadas por critérios descritivo-discursivos, de modo que as conclusões decorrem das propriedades emergentes destes agrupamentos. Em outras palavras, as conclusões decorrem das propriedades descritas discursivamente. 
Diante de pesquisas quantitativas, cabe fazer uma terceira questão para é identificar, conforme Volpato (2011c), o papel da hipótese na pesquisa. Por hipótese define-se, em linhas gerais, a proposição de soluções antecipadas para um problema de pesquisa. Nem sempre a hipótese é essencial em uma pesquisa. Tome-se como exemplo uma pesquisa que se propõe a identificar os artefatos cerâmicos de um sítio arqueológico. Este pesquisador pode levantar a hipótese de que serão encontrados dez tipos de artefato cerâmico, mas esta previsão não é essencial para o trabalho de campo, uma vez que o escopo da pesquisa é descritivo. Por outro lado, o pesquisador, diante do fato relatado na bibliografia de que este sítio está no domínio geográfico Mbyá-Guarani, pode-se hipotetizar que se trata de um assentamento Mbyá-Guarani e de que as cerâmicas a serem encontradas correspondem aos padrões desta cultura. Neste caso, a investigação gira em torno desta hipótese e a pesquisa tem escopo explicativo. 
A proposição de hipóteses em pesquisas quantitativas leva necessariamente a destacar o papel das variáveis na pesquisa. Por variáveis quantitativas definem-se, em linhas gerais, os elementos constitutivos de uma hipótese que se caracterizam por potencial alteração, diferença, modificação, mudança, mutação ou transformação de seus valores numéricos. Uma pesquisa quantitativa pode estar interessada, por um lado, nos valores de uma única variável e, nestes casos, seu escopo é o da descrição destes valores. Por outro lado, uma pesquisa quantitativa pode estar interessada nos valores de pelo menos duas variáveis para as quais se levanta a hipótese: ou de elas estarem associadas de alguma forma e, deste modo, de forma que seu escopo é o da descrição e da explicação desta associação; ou de elas estarem, além de associadas, ligadas por uma relação de causa e efeito, de forma que seu escopo é o da descrição e da explicação desta relação de causação. 
Com base na relevância da identificação das variáveis e do papel da proposição de uma hipótese, é possível identificar quatro tipos de pesquisa: a) as pesquisas quantitativas de descrição são aquelas que se limitam a descrever uma variável e, em tese, a hipótese pode ser dispensável; b) as pesquisas quantitativas de associação, de comparação ou de correlação entre duas variáveis lançam necessariamente uma hipótese de associação entre duas variáveis, mas não necessariamente de causação; c) as pesquisas quantitativas de causalidade pós-factual entre duas variáveis lançam retrospectivamente uma hipótese de causalidade entre duas variáveis; e d) as pesquisas quantitativas de causalidade pré-factual entre duas variáveis lançam uma hipótese prospectiva de causalidade entre duas variáveis. 
Entre as pesquisas qualitativas, cabe aplicar a quarta questão, cujo efeito é o de distinguir entre pesquisas qualitativas descritivas e de intervenção. Se a resposta a esta questão for ‘Sim’, trata-se de uma pesquisa qualitativa de intervenção, onde o pesquisador estabelece uma interferência deliberada na realidade. Caso contrário, trata-se de uma pesquisa qualitativa de descrição que pode conter associação ou padrões de interferência implícita entre aspectos qualitativos dos eventos. 
O resultado da aplicação das perguntas pode ser visto no diagrama a seguir:
Figura 1 – Classificação de pesquisas
	Pesquisa
	Bibliográfica
	
	
	
	Empírica
	de Abordagem Quantitativa
	de Descrição
	
	
	
	de Associação entre Variáveis
	
	
	
	de Causalidade pós-fatual entre Variáveis
	
	
	
	de Causalidade pré-fatual entre Variáveis
	
	
	
	
	
	
	de Abordagem Qualitativa
	de Descrição
	
	
	
	de Intervenção
Fonte: Elaboração do autor, 2012. 
Veja-se, a seguir, uma descrição dos respectivos desenhos metodológicos. 
Pesquisas bibliográficas. Numa pesquisa bibliográfica, investigam-se informações obteníveis do acervo bibliográfico da humanidade, a partir deste levantamento, o tratamento e a produção de textos dissertativos e/ou argumentativos sobre determinado tema. 
As pesquisas bibliográficas seguem, em geral, a seguinte sequência. Definido o tema e feita a opção pelo desenho bibliográfico, procede-se ao levantamento das fontes bibliográficas mediante sua identificação, localização e compilação. Em seguida, procede-se ao tratamento das informações, mediante leitura, análise e fichamento. Com base no material tratado, redige-se o texto dissertativo e/ou argumentativo adequado. 
Este é precisamente o caso do exemplo que se está desenvolvendo neste texto. O tema da pesquisa é o da ‘identificação das características históricas do conceito de Ensino Fundamental de jovens e adultos no Brasil a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação’. Uma das possibilidades de proceder a esta identificação é o de prospectar as características históricas em publicações sobre o tema. Deste modo, o pesquisador pode levantar esta bibliografia, tratá-la e redigir um texto que dê conta do tema em questão. 
O resultado destas operações pode ser observado na planilha que se está montando:[footnoteRef:13] [13: Orçamentos e cronograma, obviamente, devem ser elaborados coerentemente com despesas e previsão de prazos para aconsecução da pesquisa. ] 
Figura 3 – Planilha de exemplo de anteprojeto de pesquisa
	Categoria
	Proposição
	Assunto
	Ensino
	Tema
	Identificação das características históricas do conceito de Ensino Fundamental de jovens e adultos no Brasil a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação em documentos publicados no sítio do Ministério da Educação
	Título
	Características históricas do conceito de Ensino Fundamental de jovens e adultos no Brasil a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação em documentos publicados no sítio do Ministério da Educação
	Problema
	Quais são as características históricas do conceito de Ensino Fundamental de jovens e adultos no Brasil a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação em documentos publicados no sítio do Ministério da Educação? 
	Objetivo
	Identificar as características históricas do conceito de ensino fundamental de jovens e adultos no Brasil a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação em documentos publicados no sítio do Ministério da Educação. 
	Fundamentação Teórica
(palavras-chave)
	Ensino Fundamental. 
Ensino de Jovens e Adultos
Lei de Diretrizes e Bases da Educação
	Metodologia
	
	Hipótese
	Não se aplica
	Objeto (Quem?)
	Características históricas do conceito de Ensino Fundamental de jovens e adultos no Brasil
	Objeto (Quando?)
	A partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
	Objeto (Onde?)
	Em documentos publicados no sítio do Ministério da Educação
	Procedimentos (Como?)
	Pesquisa Bibliográfica/Documental
	Procedimentos (Com quê?)
	Legislação
Documentos publicados no sítio do Ministério da Educação
Fonte: Elaboração do autor, 2012. 
Pesquisas quantitativas de descrição. As pesquisas quantitativas de descrição são mais bem conhecidas como pesquisas de levantamento de dados, de sondagem ou survey e consistem na solicitação de informações a um grupo estatisticamente significativo de pessoas para posterior análise quantitativa, recorrendo-se a técnicas de pesquisa de campo. 
Os levantamentos seguem, em geral, a seguinte sequência. Definido o problema e o desenho metodológico, elaboram-se instrumentos de coleta de dados (questionários, formulários, planos de entrevistas, entre outros) e seleciona-se uma amostra. Em seguida a um teste piloto ou pré-teste, coletam-se os dados e procede-se à respectiva análise. Geradas as conclusões da pesquisa, elabora-se o relato da pesquisa. 
Tome-se o exemplo de um estudo da opinião de uma comunidade sobre a ação social de uma Universidade. Para tanto, elabora um questionário que, depois de um teste piloto, é apresentado a uma amostra. Obtidos os dados, procede-se a uma análise estatística de caráter descrito e inferencial, com a qual se obtém a identificação das opiniões. Concluída a pesquisa, elabora-se um texto relatando todas as etapas. 
Pesquisas quantitativas de associação entre variáveis. As pesquisas quantitativas de associação ou de correlação entre variáveis consistem na prospecção de associação ou de correlação entre pelo menos duas variáveis, exceto aquelas de causa e efeito. Trata-se de um desenho descritivo porque não há manipulação de variáveis, sendo a predição o tipo de relação mais frequentemente estabelecida. 
Pesquisas de associação observam a seguinte ordenação. Definido o problema e o desenho metodológico, elaboram-se os devidos instrumentos de coleta de dados e seleciona-se uma amostra. Em seguida a um teste piloto ou pré-teste, coletam-se os dados e procede-se à respectiva análise, considerando-se cálculos estatísticos de correlação. Geradas as conclusões da pesquisa, elabora-se o relato da pesquisa. 
Tome-se o exemplo de um estudo sobre uma possível correlação entre o uso de drogas e a moradia na rua entre adolescentes de uma cidade. Para tanto, seleciona uma amostra significativa de adolescentes nestas condições para verificar o número de usuários. Se os testes de correlação indicam que um número estatisticamente significativo de jovens são usuários de droga, isto sugere que estas variáveis estão correlacionadas, embora não se possa saber se morar na rua leva ao uso de drogas, o inverso ou estas duas variáveis são afetadas por outras variáveis. 
Pesquisas quantitativas de causalidade pós-factual. As pesquisas quantitativas de interferência pós-factual ou pesquisas ex-post-facto consistem na análise de eventos dos quais se supõe ter havido uma causa geradora, de tal modo que o estudo simula um experimento retrospectivo. 
O propósito deste tipo de estudo é equivalente ao da pesquisa quantitativa de causalidade pré-factual ou experimental. Todavia, enquanto na pesquisa experimental o pesquisador testa hipóteses que só podem ser corroboradas indutivamente, com informações futuras que são obtidas pelo controle e manipulação de variáveis, nas pesquisas pós-factuais, uma vez que os fatos já aconteceram, somente é possível elaborar hipóteses abdutivas, de tal modo que o pesquisador não possui nenhuma possibilidade de controle ou de manipulação de variáveis. Este tipo de pesquisa funciona ao modo de uma investigação criminal. Tendo ocorrido o crime, cabe ao pesquisador verificar as causas com base nas evidências, identificando as possíveis variáveis envolvidas e possíveis relações entre elas. 
Tome-se o exemplo de um estudo biomédico tipo caso/controle onde o pesquisador seleciona os indivíduos acometidos e não acometidos de uma doença. Em seguida, o pesquisador verifica as possíveis variáveis de causa, de modo que os indivíduos são seguidos para trás na linha do tempo, ou melhor, do efeito para a causa, pois todas as informações sobre o desfecho, a doença no caso, já estão disponíveis no início do estudo. 
Pesquisas quantitativas de causalidade pré-factual. As pesquisas quantitativas de causalidade pré-factual, mais bem conhecidas como laboratoriais ou experimentais, lidam com um evento controlado no qual o pesquisador avalia se determinada variável ou conjunto de variáveis é causa de determinado efeito em outra variável ou conjunto de variáveis, num desenho que enseja a determinação de um objeto de estudo, a seleção de variáveis, a definição de formas de controle e de observação desta relação causal. 
Os experimentos seguem, em geral, esta sequência. Definido o problema, o pesquisador estabelece hipóteses, ou seja, conjecturas de solução ou de respostas para a questão central do trabalho. Segue-se a definição do desenho metodológico experimental, plano experimental ou modelo de execução da pesquisa, que inclui a operacionalização das variáveis, a determinação da amostra e a viabilização da situação laboratorial. Coletados os dados, precede-se ao seu tratamento e análise estatística. Com base nas conclusões, redige-se o respectivo relatório. 
Tome-se o exemplo de um estudo sobre a influência de uma substância química na diminuição da perda de memória em humanos idosos. Para dar conta desta demanda, antes de tudo, é preciso testar a suposta influência em ratos. A pesquisa envolve um experimento com rígido controle de variáveis de amostras de ratos submetidos, ou não, à substância química em ambiente laboratorial. Executado o experimento e analisados e discutidos os dados, elabora-se um relato. 
Pesquisas qualitativas de descrição. As pesquisas qualitativas de descrição englobam os estudos que não se conformam com os dados bibliográficos, confiam na notação qualitativa e não intervêm na realidade. Neste grupo, destacam-se o estudo de caso e a pesquisa fenomenológica. 
Estudos de caso. Um estudo de caso consiste em uma análise profunda e exaustiva de um ou de poucos objetos, de modo a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado em desenhos caracterizados pela flexibilidade, simplicidade de procedimentos e ênfase na abordagem qualitativa integral dos eventos. Além de fim em si mesmos, os estudos de caso podem ser usados como fases preliminares de estudos de maior fôlego, para a construção de hipóteses e para a reformulação de problemas. 
Os estudos de caso, em que pesem as múltiplas formas de execução, seguem esta sequência genérica. Definido o problema e feita opçãopela formatação de caso, delimita-se a unidade-caso ou o conjunto de unidades tratadas como caso. Em seguida, coletam-se corpora mediante técnicas próprias das pesquisas qualitativas (análises documentais, observações participantes, entrevistas, histórias de vida, entre outras) e recortam-se elementos para serem objeto de tratamento qualitativo. Com base nos achados emergentes destes recortes, organizam-se as considerações finais da pesquisa e redige-se um relato de pesquisa. 
Tome-se o exemplo de um estudo sobre o cotidiano de indígenas numa reserva, com base no caso específico de uma aldeia. Uma vez escolhida a unidade-caso, o pesquisador elabora a coleta qualitativa de elementos com os quais procederá a uma análise qualitativa. O resultado se constituirá num relatório dissertativo e/ou argumentativo com base nos achados da pesquisa. 
Pesquisa fenomenológica. Uma pesquisa fenomenológica preocupa-se com a descrição dos fenômenos, tais e quais são vivenciados por uma consciência, com o propósito de se buscar a sua essência. 
A pesquisa fenomenológica possui as seguintes fases. Em primeiro lugar, ocorre um processo de interrogação, em princípio não delineado, gerado da tensão ou insatisfação do pesquisador sobre o conhecimento de algo, fase pré-reflexiva. Em seguida, indica-se a trajetória da pesquisa, tendo em mente a busca do dado fenomenológico essencial. Neste ponto, o pesquisador faz a epoché, reduzindo o subjetivo, o teórico e a tradição que interfeririam na explicação do fenômeno. Seguem-se a análise ideográfica e nomotética. A análise ideográfica constitui-se da leitura global, da categorização, da obtenção de unidades de significado e da síntese das unidades de significado. A análise nomotética consiste na busca da ideação. Por fim, redige-se um relatório. 
Tome-se o exemplo de um estudo sobre as impressões subjetivas de um grupo de colaboradores de uma empresa de serviços. Em função dos objetivos do trabalho, estabelece uma série de estratégias de coleta de dados qualitativos, sempre visando aos aspectos subjetivos destes colaboradores. Uma vez obtidos os dados, busca a sua essência, procedendo à análise ideográfica e à análise nomotética. Obtida a essência das impressões, elabora um texto que relata todas as etapas da pesquisa. 
Pesquisas qualitativas de intervenção. As pesquisas qualitativas de intervenção englobam os estudos que não se delimitam a dados bibliográficos, confiam na notação qualitativa dos achados, mas, diferentemente das pesquisas de descrição, intervêm na realidade. Neste livro, apresentam-se três desenhos metodológicos: pesquisa-ação, pesquisa-participante e pesquisa mediadora. 
Pesquisa-ação. Uma pesquisa-ação é um trabalho empírico que subjaz à associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo. Neste trabalho, pesquisadores e participantes da situação ou do problema envolvem-se na solução do problema de modo cooperativo ou participativo. 
A pesquisa-ação consiste nas seguintes fases. A primeira fase é chamada de exploratória. Nela, o pesquisador determina um campo de investigação, as expectativas dos interessados e o tipo de auxílio que responda a estas expectativas. Com base nesta exploração, formulam-se problemas e constroem-se hipóteses. Na sequência, ocorrem os seminários. Nesta fase, os pesquisadores recolhem as propostas dos participantes e as contribuições de especialistas, de modo que a pesquisa e a ação são frutos da discussão e da aprovação dos elementos desta fase. Selecionada uma amostra, realiza-se a coleta de dados com procedimentos mais flexíveis e organizados a partir da observação participante, da história de vida, da análise de conteúdo e do sociodrama, entre outros. Seguem-se a análise e a interpretação dos dados e a elaboração do plano de ação, cujo objetivo é o de enfrentar a situação-problema. Por fim, redige-se o relatório e divulgam-se os resultados. 
Tome-se o exemplo do trabalho de uma organização não governamental em favor da amamentação materna em determinada comunidade. Uma vez determinados os objetivos e construídas as hipóteses, a partir de uma pesquisa exploratória inicial envolvendo mães das classes menos favorecidas, a equipe organiza seminários, cujo objetivo é determinar quais serão os papéis de todos os participantes. Selecionada uma amostra, coletados e interpretados os dados, elabora-se um plano de ação que enfrente o problema-alvo. Após as ações, redige-se um relatório ou divulgam-se os resultados. 
Pesquisa participante. A pesquisa participante também envolve a interação entre pesquisadores e membros das situações pesquisadas. Todavia, a formatação da pesquisa-participante pressupõe a distinção entre ciência popular e ciência dominante. Posto isto, torna-se difícil encaixar sem problemas os desenhos metodológicos elencados nesta obra. Na pesquisa participante há um comprometimento com as classes menos favorecidas, pois ela visa à minimização da relação entre dirigentes e dirigidos. A pesquisa envolve posições valorativas derivadas do humanismo cristão e de certas concepções marxistas. 
As etapas da pesquisa não podem ser determinadas com precisão, havendo dificuldade de elaboração de planos rigorosos de pesquisa. Todavia, podem ser pensadas as seguintes fases. Primeiramente, ocorre a montagem institucional e metodológica. Esta fase organiza o plano da pesquisa, implicando a definição de objetivos, conceitos, hipóteses, técnicas de coleta, delimitação da região, organização do processo, preparação dos pesquisadores, elaboração do cronograma. Segue-se o estudo preliminar e provisório da região e da população pesquisadas, implicando a identificação da estrutura social da população (diferenças sociais, posições, conflitos, diferenças), a descoberta do universo vivido pela população (imersão) e o censo dos dados socioeconômicos e tecnológicos. Mais adiante, ocorre a análise crítica dos problemas, envolvendo a descrição do problema, a identificação das causas do problema e a formulação de hipóteses de ação. Por fim, projeta-se e aplica-se um programa-ação, ou seja, as atividades que visam a enfrentar os problemas encontrados na realidade. Vale mencionar que uma das características deste modelo, em versões mais radicais, é o fato de não se privilegiar o trabalho escrito, pois esta exigência implicaria uma subordinação à classe dominante. 
A realidade brasileira é pródiga em exemplos para pesquisas participantes, porque há verdadeiros fossos separando classes dominantes e dominadas. Poderiam ser citadas ações em prol do resgate da cidadania entre favelados, sem-terra, meninos e meninas de rua, sertanejos, índios, minorias de todas as espécies, entre outras. 
Pesquisa Mediadora. A pesquisa mediadora é uma metodologia alternativa que consiste numa intervenção educativa de cunho dialético, com o propósito de transformação de uma visão sincrética de qualquer conhecimento em uma visão sintética, através de um trabalho analítico. 
A pesquisa constitui-se das seguintes fases. Em primeiro lugar, procede-se a uma descrição analítica do estágio sincrético inicial dos indivíduos envolvidos. Em seguida, redige-se um planejamento e executam-se estratégias de intervenção dialética de caráter analítico. Com base nesta intervenção, procede-se, então, a uma análise descritiva do estágio de síntese final. O relatório descreve, por fim, todas as etapas da intervenção. 
Tome-se o exemplo de um pesquisador que, diante de dificuldades no aprendizado da história de um município, propõe uma intervenção que leve os alunos a uma construção deste conhecimento. Num primeiro momento, o de mobilização, o pesquisador procede a uma ampla análise dialética do conhecimento que a turma de estudantes tem de sua história. A partir desta análise, propõe um aprendizado que resgate os valores históricos da comunidade e que leve o aluno a analisar o seu tempo e a entender-se como fruto destas condições materiais. No processo de avaliação dos efeitos desta intervenção, coleta dados sobre as mudanças de postura dos alunos, elementos que demonstram que elespassaram de uma visão ingênua e difusa (sincrética) para uma visão articulada e orgânica (sintética) da sua realidade. 
Outras formas de classificação. Apresentam-se nesta seção formas alternativas de classificação de pesquisa sob cinco critérios, a saber: conforme as fontes de informações, os fins da pesquisa, a profundidade da análise, a natureza dos dados ou achados e a temporalidade da coleta dos dados. 
Fontes das informações. Conforme as fontes de informação, as pesquisas podem ser consideradas como teóricas, de campo ou laboratoriais. 
Uma pesquisa teórica consiste, em sentido amplo, na obtenção de informações de caráter teórico em fontes bibliográficas preferencialmente originais, como livros, revistas, jornais e documentos específicos, com o propósito de compará-los, identificando semelhanças e diferenças conforme o tema/problema delimitado. Como a revisão da bibliografia é condição sine qua non de todas as pesquisas, não se concebe investigação científica sem pesquisa teórica. O conceito de pesquisa integralmente teórica assemelha-se ao conceito de pesquisa bibliográfica assumida neste livro. Em sentido mais restrito, uma pesquisa teórica consiste na elaboração de uma teoria, seguida de exemplos, ilustrações, argumentos ou provas formais sobre sua correção. 
Uma pesquisa de campo consiste na obtenção de dados ou informações em situações naturais ou sócio-históricas ainda não tratadas e/ou não consideradas como pertencentes ao acervo de conhecimento humano. Por campo definem-se as locações próprias onde estas informações se encontram, de modo que as conclusões emergem da coleta de dados naturais ou culturais, mediante observações diretas ou instrumentais. Em outras palavras, trata-se de pesquisas que consistem na busca de informações nos locais onde elas se encontram, conforme elas se encontram. 
Há quem distinga entre as pesquisas de campo as pesquisas documentais. Uma pesquisa documental consiste na obtenção em campo de dados provenientes de artefatos culturais passíveis de constituírem um acervo bibliográfico ou museológico, denominados genericamente de documentos. Nesta ampla definição, podem ser considerados desde materiais bibliográficos (livros, jornais, revistas, áudio, filmes, entre outros) ainda não catalogados em bibliotecas, até roupas, ferramentas, utensílios, entre outros ainda não catalogados em museus. 
Uma pesquisa laboratorial consiste numa pesquisa de campo de caráter especial, visto que constrói e manipula um ambiente de pesquisa restrito e controlado, com procedimentos de investigação complexos, exatos e com rígido controle de variáveis, comumente chamado de laboratório, envolvendo elementos naturais (minerais, vegetais ou animais) ou seres humanos (indivíduos, grupos ou comunidades). Uma pesquisa de laboratório consiste na intervenção do pesquisador via inclusão/exclusão de um fator experimental, cuja função é provocar uma alteração, surgimento ou desaparecimento de um fator de efeito. 
Fins da pesquisa. Conforme os fins da pesquisa, as pesquisas podem ser consideradas puras ou aplicadas. 
Uma pesquisa pura, básica ou fundamental consiste em estudo sistemático e científico com o propósito de ampliar, aperfeiçoar, complementar ou corrigir o conhecimento humano. Trata-se de uma pesquisa de caráter teórico sobre verdades e interesses universais, com a qual não se pretende ou se percebe aplicação imediata. 
Uma pesquisa aplicada consiste na utilização dos conhecimentos já disponíveis para alguma aplicação prática. Trata-se de investigações com fins práticos que envolvem verdades e interesses locais, de modo que os resultados obtidos são pretendidos como de aplicação imediata para a resolução de problemas da realidade. 
Profundidade da análise. Conforme a profundidade de análise, as pesquisas podem ser consideradas exploratórias, descritivas ou explicativas. 
Uma pesquisa exploratória visa proporcionar maior familiaridade com um tema considerado como composto ou complexo. Em geral, consiste numa primeira abordagem de um problema para o qual serão empreendidos novos esforços de investigação. Conforme Köche (1997, p. 126), trata-se de um desenho adequado para casos onde não exista um sistema de teorias e conhecimentos desenvolvidos. Para Siqueira (2012, p. 2), os estudos exploratórios visam desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias para formular problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis. Eles envolvem pesquisa bibliográfica e documental, entrevistas não padronizadas e estudos de caso e não apresentam muita rigidez no planejamento nem se utilizam de procedimentos de amostragem e técnicas quantitativas de coleta de dados. 
Uma pesquisa descritiva visa determinar as características de um fato ou fenômeno, respondendo à pergunta ‘O que é?’. Conforme Vergara (2005, p. 47), este tipo de pesquisa não se compromete com a explicação dos fenômenos descritos, embora possa servir de base para uma explicação. Para Fernandes e Gomes (2003, p. 8), o objetivo da pesquisa descritiva é “descrever, analisar ou verificar as relações entre fatos e fenômenos (variáveis).” Prototipicamente, as pesquisas descritivas assumem a forma de levantamento de dados ou pesquisas de correlação. 
Uma pesquisa explicativa visa determinar as variáveis que determinam a ocorrência de outras variáveis, ou contribuem para tal, respondendo à pergunta ‘Por que é?’. Para Vergara (2005, p. 47), a pesquisa explicativa, sem prescindir dos resultados de pesquisas descritivas, almeja “tornar algo inteligível, justificar-lhe os motivos. Visa, portanto, esclarecer quais fatores contribuem, de alguma forma, para a ocorrência de determinado fenômeno.” Prototipicamente, as pesquisas explicativas assumem a forma de experimentos. 
Natureza dos dados ou achados. Conforme a natureza dos dados ou achados, as pesquisas podem ser consideradas qualitativas ou quantitativas. Esta distinção é endossada neste livro enquanto polaridades de um dial, de modo que há várias possibilidades de combinação de aspectos qualitativos e quantitativos, quando são denominadas de qualiquantitativas ou quantiqualitativas. 
Numa pesquisa prevalentemente quantitativa, mais comum em ciências naturais, o pesquisador objetiva determinar as causas dos fenômenos, partindo do pressuposto de que a realidade é constituída de fatos objetivamente mensuráveis. O pesquisador tende a assumir um papel mais neutro e imparcial em relação ao objeto de estudo. Numa pesquisa quantitativa, coletam-se dados a partir de variáveis determinadas. A análise dos dados é geralmente executada mediante recursos da estatística descritiva e inferencial, de modo que há alto índice de generalização. 
Numa pesquisa prevalentemente qualitativa, mais comum em ciências sociais, o pesquisador objetiva a observação de fatos ou fenômenos, partindo-se do pressuposto de que a realidade é constituída de fenômenos socialmente construídos e de que o pesquisador é um participante não neutro do fenômeno. Numa pesquisa qualitativa, nem sempre se trabalha com o conceito de variáveis qualitativas e, quando isto ocorre, raramente elas são predeterminadas, mas emergentes ou decorrentes da análise dos dados ou achados. O pesquisador envolve-se subjetivamente tanto na observação como na análise do objeto de estudo, de modo que a generalização das conclusões é baixa ou nula. 
Temporalidade da coleta de dados. Conforme a temporalidade da coleta de dados, as pesquisas podem ser consideradas transversais ou longitudinais. 
Uma pesquisa transversal consiste numa única coleta de dados em um período específico de tempo de pelo menos dois grupos, de modo a se obter um retrato instantâneo ou sincrônico dos seres ou objetos a serem investigados. Em outras palavras, avalia-se em uma única mensuração a mesma variável em grupos diferentes de sujeitos.
Uma pesquisa longitudinal consiste em pelo menos duas coletas sucessivas de dados em um período de tempo, de modo a se obterem aspectos históricos ou diacrônicos dos seres ou objetos a serem investigados. Em outras palavras, avalia-se com duas ou mais mensuraçõesa mesma variável em um mesmo grupo de sujeitos durante um período de tempo. 
3 O PROJETO DE PESQUISA
Estrutura básica. Um projeto de pesquisa é um documento que antecipa e metodiza as etapas operacionais de uma pesquisa ou investigação, apresentado com o objetivo de obtenção de aprovação e/ou financiamento em instâncias de avaliação acadêmica e/ou científica. 
Em termos gráficos, um projeto de pesquisa se divide em categorias preliminares, categorias textuais e categorias de referência. Entre as categorias preliminares, encaixam-se a capa, a folha de rosto e o sumário. A capa apresenta o trabalho e o protege. Em geral, a capa contém a identificação da instituição destinatária, do autor, do título, do local e do ano de protocolo do projeto. A folha de rosto é a primeira página do projeto, razão pela qual sua página é contada, mas não marcada. Além dos itens que compõem a capa, a folha de rosto contém dados de identificação do tipo de trabalho, em geral algo como ‘Projeto apresentado à cadeira de (nome) da Faculdade de (nome) da Universidade de (nome) com vistas à obtenção dos créditos a que faz direito’. O sumário é a listagem de elementos que compõem o trabalho e as respectivas páginas onde estes elementos se encontram. 
As categorias textuais referem-se ao projeto propriamente dito. O texto é dividido, minimamente, em três capítulos: introdução, fundamentação teórica e metodologia.
A introdução comporta as subcategorias problema, objetivos e justificativa. O problema é a questão central do trabalho a ser respondida pela pesquisa. Os objetivos correspondem aos propósitos a serem cumpridos com a consecução da pesquisa, em essência, a resolução do problema. A justificativa é um arrazoado que demonstra aspectos de relevância do trabalho, contendo assunto e tema, problema central da pesquisa e/ou objetivos, razões, intenções e finalidades do trabalho.
A fundamentação teórica consiste numa ampla revisão teórica sobre o tema, sobre o método e sobre a análise.
A metodologia comporta as subcategorias hipótese, procedimentos, orçamento e cronograma. As hipóteses correspondem a conjecturas de solução do problema, devendo ser acompanhadas de pressupostos ou premissas e das respectivas variáveis. Os procedimentos indicam as operações necessárias para a coleta, o tratamento, a análise e a interpretação ou a discussão dos dados ou achados de pesquisa. O orçamento apresenta numa planilha as despesas de custeio e de capital. O cronograma apresenta numa planilha, metas, ações e procedimentos tomados em relação à previsão de datas para as suas consecuções. 
As categorias referenciais remetem ou referenciam o projeto, em geral, referências e anexos ou apêndices. As referências são listas de materiais bibliográficos utilizados para a elaboração do projeto e, como tais, são compulsórias em qualquer tipo de pesquisa. Os anexos ou apêndices servem de fundamentação para dados que se encontram no corpo do projeto, mas que foram considerados secundários ou distratores para compor o texto principal. 
Formulários de Fomento. Geralmente, as agências de fomento à pesquisa e as instituições de ensino superior dispõem de formulários ou modelos para a formalização de projetos. Por este motivo, cabe ao pesquisador adequar as indicações mais genéricas apresentadas neste texto aos formatos indicados pelos respectivos editais, quando é o caso de se solicitar financiamento ou bolsa de pesquisa, ou pelos cursos de graduação ou pós-graduação, quando é o caso de trabalhos de conclusão de curso (TCC, monografia, dissertação, tese, relatório, entre outros). 
Os formulários seguem o padrão do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq e contêm as seguintes categorias:
1. dados de identificação do projeto, em geral contendo um título que expresse com acuidade o tema ou o problema de que o projeto se ocupa, e a respectiva área de conhecimento, conforme a tabela do CNPq;
a) caracterização do problema ou, em algumas universidades, justificativa, onde se descreve, com o apoio da literatura, o problema focalizado, sua relevância no contexto da área inserida e sua importância específica para o avanço do conhecimento científico, para o mercado de trabalho e para a sociedade;
b) objetivos e metas ou, em certas universidades, objetivos gerais e específicos, onde se explicitam o alvo mais geral da pesquisa (por exemplo, desenvolver processos, obter resultados ou responder a perguntas) e seus desdobramentos;
c) métodos e procedimentos, onde se descrevem sucintamente a natureza da pesquisa (tipo de estudo) e a metodologia empregada para alcançar os objetivos traçados, destacando, quando for o caso, as considerações éticas da pesquisa, o corpus ou a população, e os procedimentos de coleta e de análise dos dados;
d) resultados e/ou produtos esperados, onde se descrevem os resultados e/ou produtos esperados, incluindo publicações, orientações, patentes, entre outros, estimando a repercussão e/ou impactos socioeconômicos, técnico-científicos e ambientais dos resultados esperados na solução do problema focalizado;
e) em algumas universidades, riscos e dificuldades, onde se comentam sobre possíveis dificuldades e riscos potenciais que poderão interferir na execução das ações propostas e comprometer o alcance das metas e objetivos estabelecidos, explicitando as medidas previstas para contornar ou para superar estas dificuldades;
f) infraestrutura ou recursos e equipamentos, onde se mencionam a estrutura existente e aquela a ser obtida;
g) cronograma de execução, onde se detalham as ações do projeto no calendário (em forma de tabela) e a competência de cada pesquisador envolvido; e
h) referências bibliográficas, onde se apresenta a bibliografia básica utilizada para a elaboração do projeto. 
Esse formulário pode ser complementado por outros documentos, entre os quais aqueles próprios dos Comitês de Ética e Pesquisa, de Biossegurança, de Agências de Fomento, entre outros. Vale ainda mencionar que os dados de identificação dos pesquisadores são apresentados em formulários próprios para este fim, de modo que ao avaliador do projeto só estejam disponíveis dados da proposta de pesquisa. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este texto foi destinado ao planejamento de uma pesquisa. Cada seção visou contribuir com subsídios à elaboração de uma planilha para a elaboração de um anteprojeto e para a elaboração de um projeto formal. Na primeira seção, definiu-se a noção de pesquisa e destacou-se que há três fases em todos os estudos científicos: planejamento, execução e relato. Na segunda seção, apresentaram-se os principais elementos dos projetos, desde a eleição de um assunto, passando pela delimitação de um tema, até a definição de um problema e de um objetivo de investigação. Na terceira seção, destacaram-se funções e precauções relativas à revisão bibliográfica. Na quarta seção, discutiram-se aspectos sobre a metodologia da coleta e da análise dos dados e achados, abordando um conjunto de desenhos metodológicos. Por fim, apresentaram-se instruções mínimas para a elaboração de projetos de pesquisa, incluindo o caso de formulários para agências de fomento.
Agradecimentos
O autor agradece ao apoio institucional do Programa de Cursos de Licenciatura do Plano Nacional de Formação de Professores da Universidade do Sul de Santa Catarina – PARFOR/UNISUL.
ABSTRACT
Title: Research Projects: writing and normalization
Author: Fábio José Rauen
Abstract: This paper presents guidelines for the writing and normalization of research projects, and integrates the Project of Promotion of Scientific Production in undergraduate courses of National Training Plan for Basic Education Teachers at the University of Southern Santa Catarina – PARFOR/UNISUL. 
Keywords: Research Projects. Scientific Writing. Normalization.
REFERÊNCIAS
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BARROS, Aidil de Jesus Paes de; LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. Projeto de pesquisa: propostas metodológicas. Petrópolis: Vozes, 1990. 
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KÖCHE, José Carlos. Fundamentos de metodologia científica. 28. ed. Petrópolis: Vozes, 2009. 
MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia científica para o curso de direito. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2001. 
RAUEN, Fábio José. Roteiros de iniciação à pesquisa. Palhoça: Ed. da Unisul, 2013. (Prelo).
SIQUEIRA, Antonio Carlos Pedroso de. A importância das pesquisas qualitativas e quantitativas para a solução dos problemas com o ensino e a prática da contabilidade. Disponível em: <www.milenio.com.br/siqueira/Trab. 150.doc>. Acesso em: 19 jan. 2012. 
VERGARA, Sylvia Constant. Métodos de pesquisa em administração. São Paulo: Atlas, 2005. 
VOLPATO, Gilson Luiz. Tipos de investigação. In: ______. Curso de redação científica. Botucatu: UNESP, [2011c]. Disponível em: <http://propgdb.unesp.br/redacao_cientifica/>. Acesso em: 20 out. 2011.
ANEXO – FORMULÁRIO PADRÃO PARA APRESENTAÇÃO DE PROJETOS 
Não colocar seus dados pessoais neste formulário.
No cronograma, ao descrever a atividade que será desenvolvida por pelo orientador(a) e/ou bolsista, utilizar os termos: professor(a) orientador(a) e/ou bolsista.
Título do Projeto
Focar no tema do Projeto.
Área de Conhecimento
Consultar CNPq (www.cnpq.br), por exemplo:
- Grande área: Ciências Humanas
- Área de conhecimento: História
Justificativa
Nesta seção deverá ser apresentada a justificativa para a realização da pesquisa por meio de argumentos próprios e a partir da revisão de literatura; a problemática da pesquisa de forma clara (a questão de pesquisa adequadamente formulada) e a importância da pesquisa para a ciência, o mercado de trabalho e a sociedade.
(Máximo de 2 páginas)
Objetivos
Objetivo Geral
Nesta seção deverá ser apresentada a ideia central a ser desenvolvida no projeto.
Objetivos específicos
Nesta seção espera-se que sejam enunciados objetivos específicos de forma clara, que constituam desmembramentos do objetivo geral e que contribuam para o alcance do objetivo geral.
(Máximo de 1 página)
Metodologia
Nesta seção deverá ser descrita a natureza da pesquisa (tipo de estudo) e, quando for o caso, apresentada as considerações éticas da mesma, bem como o corpus ou a população, expondo os critérios de inclusão e exclusão desta no estudo. Deverá ser detalhado o processo de levantamento ou coleta de dados, descrevendo sucintamente as técnicas que serão utilizadas, através de justificativa adequada para tais instrumentos. Detalhar também o processo de análise de dados que deverá ser coerente com a natureza da pesquisa. Em caso de utilização de técnica de entrevista, é necessária a apresentação do roteiro.
(Máximo de 2 páginas)
Resultados esperados
Nesta seção espera-se uma exposição sobre as contribuições da realização do estudo para o ensino e a pesquisa.
(Máximo de 1 página)
Cronograma
Nesta seção deverão ser detalhadas e distribuídas as ações do projeto no calendário (em forma de tabela) e a competência de cada membro e/ou bolsista envolvido. Espera-se uma distribuição adequada das tarefas em relação ao tempo previsto.
(Máximo de 1 página)
Infraestrutura 
Infraestrutura já existente na UNISUL
Nesta seção espera-se que seja relacionada a infraestrutura já existente na Unisul que é necessária à realização do projeto.
Infraestrutura não existente na UNISUL 
Nesta seção espera-se que seja relacionada, se for o caso, a infraestrutura não existente na Unisul necessária à realização do projeto. Apontar possibilidades de se consegui-la e mencionar a concordância prévia de coordenadores ou respectivos responsáveis, se houver.
(Máximo de 1 página)
Referências Bibliográficas
Nesta seção deverá ser apresentada a “bibliografia básica”, constando os autores e/ou fontes apresentadas no texto do projeto. Nos casos em que já tenha sido feito um levantamento bibliográfico prévio, apresentá-lo como “bibliografia proposta”. 
Utilizar as bases de dados da Biblioteca Universitária.
(Máximo de 1 página)

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