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SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO - IPEMIG

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SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO 
BELO HORIZONTE / MG 
 
SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO 
 
 2 
 
 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 3 
Da educação ............................................................................................................... 3 
Do ensino médio no brasil ........................................................................................... 7 
Sociologia da educação o que é? ............................................................................... 9 
Sociologia da educação ............................................................................................ 12 
Trabalhando com a matéria sociologia ...................................................................... 14 
Referências ............................................................................................................... 17 
ANEXOS ................................................................................................................... 23 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO 
 
 3 
 
INTRODUÇÃO 
Sejam bem-vindos aos cursos oferecidos 
pelo Instituto Pedagógico de Minas Gerais – 
IPEMIG. 
Nos esforçamos para oferecer um 
material condizente com a graduação daqueles 
que se candidataram a esta especialização, 
procurando referências atualizadas, embora 
saibamos que os clássicos são indispensáveis ao 
curso. 
As ideias aqui expostas, como não 
poderiam deixar de ser, não são neutras, afinal, 
opiniões e bases intelectuais fundamentam o 
trabalho dos diversos institutos educacionais, 
mas deixamos claro que não há intenção de fazer 
apologia a esta ou aquela vertente, estamos 
cientes e primamos pelo conhecimento científico, 
testado e provado pelos pesquisadores. 
Não obstante, o curso tenha objetivos 
claros, positivos e específicos, nos colocamos 
abertos para críticas e para opiniões, pois temos 
consciência que nada está pronto e acabado e 
com certeza críticas e opiniões só irão 
acrescentar e melhorar nosso trabalho. 
Como os cursos baseados na 
Metodologia da Educação a Distância, vocês são 
livres para estudar da melhor forma que possam 
organizar-se, lembrando que: aprender sempre, 
refletir sobre a própria experiência se somam e 
que a educação é demasiado importante para 
nossa formação e, por conseguinte, para a 
formação dos nossos/ seus alunos. 
Trabalharemos nesta apostila intitulada 
“Da educação” com conceitos sobre o que é a 
educação, o ensino médio no Brasil. Serão 
abordados também os conceitos e as aplicações 
da Sociologia da Educação e os fundamentos 
sociológicos da educação, e ainda como ensiná-
los. Na parte final, abordaremos a situação da 
matéria Sociologia para o ensino médio e uma 
sugestão de plano de aula ou projeto a ser 
desenvolvido com turmas de Ensino Médio. 
Trata-se de uma reunião do pensamento 
de vários autores que entendemos serem os 
mais importantes para a disciplina. Para maior 
interação com o aluno deixamos de lado algumas 
regras de redação científica, mas nem por isso o 
trabalho deixa de ser científico. 
Desejamos a todos uma boa leitura e 
caso surjam algumas lacunas, ao final da apostila 
encontrarão nas referências consultadas e 
utilizadas aporte para sanar dúvidas e aprofundar 
os conhecimentos. 
Da educação 
Para Carneiro (2008, s/p) podemos dizer 
que não encontramos um sentido unívoco para o 
termo Educação. Educação é algo tão 
abrangente quanto às relações humanas. 
Podemos confirmar isso a partir da afirmação de 
Brandão (1985) que, nas primeiras linhas de "o 
que é educação", afirma: "Ninguém escapa da 
educação. Em casa, na rua, na igreja ou na 
escola, de um modo ou de muitos todos nós 
envolvemos pedaços da vida com ela: para 
aprender, para ensinar, para aprender e ensinar. 
Para saber, para fazer, para ser ou para conviver, 
todos os dias misturamos a vida com a 
educação." (BRANDÃO, 1985, p. 7, apud 
CARNEIRO, 2008, s/p) 
Partindo dessa afirmação já constatamos 
que educação ultrapassa o ambiente escolar, 
pois ela ocorre "em casa, na rua, na igreja ou na 
escola". Além disso, "todos nós envolvemos 
pedaços da vida com ela". Por que não 
escapamos, e por que todos nós temos "pedaços 
de vida" envolvidos nela? Porque estamos todos 
os instantes realizando atos de aprendizagem e 
de ensino; pela educação desenvolvemos nossa 
capacidade e potencialidades para o "saber" e 
para o "fazer". 
Em tudo isso se manifesta uma de suas 
características que é o processo. Educação não 
é um ponto de chegada, mas um processo. 
Nesse processo está presente a dinamicidade 
das ações e relações entre as pessoas e grupos 
o que faz desse processo um mecanismo que 
pode produzir transformações sociais, mas que, 
em geral, reforça e mantém a sociedade 
estratificada, como veremos a seguir. Podemos 
dizer, portanto que em todas as dimensões da 
vida existem processos educacionais, como 
afirma Luckesi: 
"A educação é um típico 'que fazer' 
humano, ou seja, um tipo de atividade que se 
caracteriza fundamentalmente por uma 
preocupação, por uma finalidade a ser atingida. 
A educação dentro de uma sociedade não se 
manifesta como um fim em si mesmo, mas sim 
como um instrumento de manutenção ou 
transformação social." (LUCKESI, 2001, p. 30, 
apud CARNEIRO, 2008, s/p). 
A afirmação do autor implica dizer que o 
processo educacional exige que olhemos para as 
ações humanas, as quais se explicam na relação 
com sua finalidade. As ações humanas se 
caracterizam por serem "instrumentos" para a 
 
SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO 
 
 4 
 
"manutenção ou transformação social". Isso 
implica dizer que a educação é um dos elementos 
que ajudam a constituir e moldar a sociedade. 
Para a sociedade ser do jeito que é – ou que está 
– ocorreram ações e processos educativos: a 
sociedade se educou para isso. "A educação 
participa do processo de produção de crenças e 
ideias, de qualificações e especialidades que 
envolvem as trocas de símbolos, bens e poderes 
que, em conjunto, constroem tipos de 
sociedades. É esta a sua força" (BRANDÃO, 
1985, p. 11). 
Ainda de acordo com Carneiro (2008, 
s/p) algo semelhante afirma Gadotti (1984), a 
partir de uma afirmação de Gramsci, que "cada 
classe tem os seus intelectuais, os seus 
ideólogos, os seus educadores, cujas tarefas, na 
sociedade, distinguem-se apenas por grau e por 
maior ou menor incidência do trabalho intelectual 
na sua prática profissional" (GADOTTI, 1984, 
p.75). E são esses que recriam, constantemente, 
a ideologia de sua classe ou da classe que 
representam. Isso nos leva à afirmação Paulo 
Freire: "ninguém educa ninguém, ninguém se 
educa sozinho. As pessoas se educam em 
comunidade", (GADOTTI, 1984; BRANDÃO, 
1985) poderíamos dizer que as ações 
educacionais ocorrem em processo, implicando 
dizer que estamos trabalhando com algo 
dinâmico o qual se renova constantemente, pois 
as ações processuais implicam em recriações 
constantes. No processo educacional, 
paradoxalmente, pretende-se preservar valores, 
mas, ao mesmo tempo, pretende-se recriar ou 
criar novos valores. Sendo que, por vezes, os 
valores da classe dominante são recriados
para 
manter inalteradas as relações de dominação 
(GUARESCHI, 1989). 
Partindo disso podemos dizer que 
estagnação é negação da educação. Entretanto 
a sociedade humana, apesar de se caracterizar 
pela constância do progresso, concretamente é 
avessa às novidades. Por mais que se beneficie 
com a evolução, com o progresso, com o 
desenvolvimento, sempre que se defronta com 
situações que demandam a "desinstalação" para 
instalação de novidades o ser humano cria 
resistências. O novo incomoda (...) e, sendo 
assim, o processo educacional é um processo 
incômodo (...) embora visto como necessário. 
Continuando sua explanação Carneiro 
(2008, s/p) diz que o processo educacional 
também pode ser caracterizado pela formalidade 
e pela informalidade. Informalmente o processo 
educacional ocorre no cotidiano das pessoas e 
nas relações humanas; essa ação cotidiana e 
informal refere-se à troca de experiência e à 
manutenção de valores da sociedade ou de um 
grupo dentro da sociedade. 
A educação informal pode ser 
identificada como aqueles processo e ações que 
ocorrem no cotidiano e nas inter-relações das 
pessoas e grupos; é prenhe da ideologia ou dos 
valores do senso comum; dos valores 
preservados pela sociedade em que se insere. 
As relações cotidianas ocorrem de maneira 
informal e nelas se manifestam ações 
educacionais, muitas vezes não intencionadas, 
mas sempre carregadas dos valores. Por sua vez 
o processo formal ou a educação formal, que 
recebe essa caracterização justamente por ser 
algo planejado, ocorre, principalmente, a partir de 
dentro da instituição escolar. 
A escola acaba sendo um espaço 
privilegiado para esse processo, principalmente 
porque na escola não há espaço para a 
informalidade. Nesse ambiente o processo é 
planejado justamente para resultar os interesses 
e os valores da sociedade em que está inserido. 
A educação formal, escolar, reflete sempre a 
sociedade dominante e, por esse motivo a escola 
é uma instituição reprodutora, pois representa a 
classe que a organiza e mantém. 
Uma vez que a instituição escolar é um 
espaço em que ocorre o processo formal de 
educação, podemos dizer que esse ambiente e 
processo – formal-escolar – manifesta e produz 
divisão social. Divide-se a sociedade entre os 
que estudaram e os que não estudaram; entre os 
que alcançaram ascensão socioeconômica, a 
partir do processo educacional e os que não 
alcançaram melhorias significativas em sua 
qualidade de vida ou, por vezes, nem entram no 
processo escolar. Em contrapartida e numa 
perspectiva dialética, alguns teóricos vêm, no 
processo educacional um instrumento de 
libertação (educação crítica, educação 
libertadora), na medida em oferece perspectivas 
de transformação social (LIBÂNEO, 1990; 
LUCKESI 1993; GADOTTI, 1984). 
Dentro desta perspectiva "a educação é 
aí compreendida como um dos instrumentos de 
apoio na organização e na luta do proletariado 
contra a burguesia" (AZEVEDO, 2004, p. 40). 
Evidentemente que não se pensa que a 
educação seja, sozinha, capaz de produzir todas 
 
SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO 
 
 5 
 
as transformações de que os trabalhadores 
precisam, mas pode ser um dos caminhos para 
isso. "Se ideais são necessários para dar vida à 
nossa prática, eles são insuficientes para gerar 
mudanças" (GADOTTI, 1984, p. 77, apud 
CARNEIRO, 2008, s/p). 
Apesar disso, parece que uma das 
principais características do processo 
educacional, é o fato de ser um instrumento que 
produz e mantém a dominação. Neste caso a 
educação é vista como um aparelho reprodutor 
das mazelas sociais. Essa perspectiva foi 
proposta, principalmente, a partir das análises de 
Louis Althusser, ao comentar os aparelhos de 
reprodução da sociedade, mostrando que o 
processo educacional é reprodutivista 
(LIBÂNEO, 1990; LUCKESI 1993) uma vez que 
ele é criado "pelo grupo dominante para 
reproduzir seus interesses, sua ideologia" 
(GUARESCHI, 1989, p. 69). 
Em razão disso somos levados a crer que 
o processo educacional – formal ou não formal – 
não tem poder transformador, mas, pelo 
contrário, é reprodutor. Isso porque quando 
falamos em educação falamos em valores e os 
valores preservados e ensinados, são os da 
classe dominante. Já que os interesses da 
sociedade são definidos pela classe dominante, 
os valores ensinados serão os seus valores. 
Podemos dizer, portanto, que ao surgir uma 
classe dominante nasce, também, a necessidade 
de instituições que a mantenham. Entre essas 
instituições está a escola que, ao mesmo tempo 
reproduz os valores hegemônicos e instrui 
quadros para a manutenção do aparato estrutural 
dessa sociedade. 
"Não é necessário dizer que a educação 
imposta pelos nobres se encarrega de difundir e 
reforçar esse privilégio. Uma vez constituídas as 
classes sociais, passa a ser um dogma 
pedagógico, a sua conservação, e quanto mais a 
educação conserva o status quo, mais ela é 
julgada adequada. Já nem tudo o que a educação 
inculca nos educandos tem por finalidade o bem 
comum, a não ser quando esse 'bem comum' 
pode ser uma premissa necessária para manter 
e reforçar as classes dominantes. Para estas, a 
riqueza e o saber; para as outras, o trabalho e a 
ignorância." (PONCE, 2001, p. 28, apud 
CARNEIRO, 2008, s/p) 
- Sobre Émile Durkheim e a educação: 
De acordo com (GALTER, MANCHOPE, s/d, s/p) 
Émile Durkheim é considerado um dos 
pensadores mais expressivos e que mais 
contribuiu para a consolidação da Sociologia 
como ciência empírica e disciplina acadêmica. 
Pesquisador metódico e criativo foi o primeiro 
professor universitário de Sociologia e deixou um 
número considerável de seguidores. Durkheim 
viveu numa Europa conturbada por guerras e em 
processo de modernização, sua produção 
intelectual reflete a tensão entre valores e 
instituições que estavam desmoronando e 
formas emergentes, que ainda estavam se 
delineando. 
O pensamento de Durkheim pode ser 
balizado, de um lado, pela Revolução Francesa e 
a Revolução Industrial e, de outro, pelo conjunto 
de ideias que, sobre esses mesmos 
acontecimentos, vinha sendo formulado por 
autores como SaintSimon (1760- 1825) e 
Auguste Comte (1798- 1857), que passariam a 
ocupar posição de destaque na história da 
Sociologia. Entre os pressupostos que 
constituíram a teoria de Durkheim, destaca-se a 
crença de que a humanidade evolui no sentido de 
um gradual aperfeiçoamento, impulsionada pela 
lei do progresso. 
Esse princípio, herdado do pensamento 
Iluminista, influenciou toda a vida intelectual do 
século XIX. Afloravase, assim, a consciência de 
que as ideias e os valores da velha ordem social 
(feudal), da qual ainda restavam elementos 
remanescentes, foram destruídos pela 
Revolução e que, portanto, era necessário criar 
um novo sistema científico e moral que 
caminhasse em sintonia com a ordem industrial 
instaurada. Por outro lado, disseminava-se a 
crença de que a vida coletiva não era apenas um 
somatório da vida dos indivíduos, mas, 
apresentava-se mais distinta e mais complexa. 
Certamente, é esse o objeto das 
Ciências Sociais e seu estudo demandava a 
utilização do método positivo, apoiado na 
observação, indução e experimentação, 
semelhante, porém, mais adequado as 
particularidades dos fatos sociais, ao que vinha 
sendo feito pelos cientistas naturais. Dessa 
maneira, as ciências da sociedade deviam 
aspirar à formulação de leis que estabelecessem 
relações constantes entre os fenômenos. 
(GALTER, MANCHOPE, s/d, s/p) 
Ainda de acordo com (Galter, Manchope, 
s/d, s/p) assim, tendo vivido no interior de um 
ambiente bastante conturbado pelas 
transformações sociais e observado de maneira 
 
SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
6 
 
particular a sociedade francesa a preocupação 
de Durkheim foi com a ordem social. Ele afirmava 
que a raiz de todos os males da sociedade de seu 
tempo era uma certa fragilidade da moral 
contemporânea. Na busca de resposta a essa 
questão, propôs a formulação de novas ideias 
morais capazes de guiar a conduta dos 
indivíduos, aos quais a ciência, através de suas 
investigações, poderia indicar os caminhos e as 
soluções, pois os valores morais constituíam um 
dos elementos mais eficazes para neutralizar as 
crises econômicas e políticas. 
O olhar sociológico que determinou o 
método pelo qual Durkheim investigou a 
sociedade da sua época predominou também na 
maneira como ele encarou a educação. Essa 
questão pode ser evidenciada em Paul 
Fauconnet (1874- 1938), na parte introdutória do 
livro Educação e Sociologia, observou que é por 
seu aspecto social que Durkheim abordou a 
educação, e, ainda, que a sua doutrina de 
educação é elemento essencial de sua 
sociologia. 
Durkheim, citado por Fauconnet, expôs 
que: como sociólogo, (...) será, sobretudo dentro 
da sociologia que vos falarei de educação. Aliás, 
assim procedendo, não haverá perigo em 
mostrar a realidade educativa, por aspecto que a 
deforme; estou convencido, ao contrário, de que 
não há melhor processo para salientar a 
verdadeira natureza da educação. Ela é 
fenômeno eminente social. (FAUCONNET, In: 
DURKHEIM, 1975, p. 5, apud GALTER, 
MANCHOPE, s/d, s/p) 
 No livro As Regras do Método 
Sociológico, Durkheim já havia exposto a 
importância atribuída à educação, considerando-
a como reguladora dos tipos de conduta ou de 
pensamentos que são, tanto externos ao 
indivíduo, como, também, dotado dum poder 
coercitivo em virtude do qual se lhe impõe. Em 
Educação e Sociologia, o autor, realizou uma 
sistemática análise crítica das concepções 
acerca dos sistemas de educação, formuladas 
principalmente por pensadores e filósofos 
modernos. Crítica, às vezes, a abrangência das 
propostas, noutros casos, o pouco alcance ou o 
caráter subjetivo das formulações. 
A crítica do autor centra-se em negar o 
caráter individual da educação (especialmente 
quanto às suas finalidades), bem como, negar a 
natureza supostamente fixa e imutável do 
indivíduo. O autor citou, por exemplo, as 
formulações feitas por Stuart Mill, Kant e James 
Mill (FAUCONNET, In: DURKHEIM, 1975, p. 33-
4), aventando que as definições propostas por 
esses autores partem do postulado de que há 
uma educação ideal, perfeita, apropriada a todos 
os homens, indistintamente. A esse respeito, 
observou que é a "educação universal a única 
que o teorista se esforça por defender. Mas, se 
antes de o fazer, ele considerasse a história, não 
encontraria nada em que apoiasse tal hipótese”. 
Acerca desse seu posicionamento, 
Durkheim fez um questionamento afirmando que 
poderiam objetá-lo dizendo que isso não 
representa o ideal e que se a educação tem 
variado, tem sido pelo desconhecimento do que 
deveria ser, considerou tal argumento 
insuficiente: O postulado tão contestável de uma 
educação ideal conduz a erro ainda maior. Se se 
começa por indagar qual deve ser a educação 
ideal, abstração feita das condições de tempo e 
lugar é porque se admite, implicitamente, que os 
sistemas educativos nada têm de real em si 
mesmos. 
Não se vê neles um conjunto de 
atividades e de instituições sociais, que a 
educação exprime ou reflete instituições essas, 
por consequência, que não podem ser mudadas 
à vontade, mas só com a estrutura mesma da 
sociedade. 
Para o autor, cada sociedade, 
considerada em momento determinado de seu 
desenvolvimento, possui um sistema de 
educação que se impunha aos indivíduos de 
modo geralmente irresistível. Assim, haveria em 
cada sociedade um tipo regulador de educação. 
É uma ilusão acreditar que podemos 
educar nossos filhos como queremos. Há 
costumes com relação aos quais somos 
obrigados a nos conformar; se os 
desrespeitamos, muito gravemente, eles se 
vingarão em nossos filhos. Estes, uma vez 
adultos, não estarão em estado de viver no meio 
de seus contemporâneos, com os quais não 
encontrarão harmonia. (...). Há, pois, a cada 
momento, um tipo regulador de educação, do 
qual não podemos separar sem vivas 
resistências, e que restringem as veleidades dos 
dissidentes. 
Considerou, ainda, que os costumes e as 
ideias que determinam o tipo de educação 
necessária à sociedade, não é criado 
individualmente. Inclusive, em sua maior parte é 
obra das gerações passadas. Para ele, todo o 
passado da humanidade contribuiu para 
 
SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO 
 
 7 
 
estabelecer um conjunto de princípios que 
governam a educação do homem no presente. 
Como conhecer a educação necessária a 
cada sociedade? Para o autor, somente o 
entendimento histórico, isto é, quando se estuda 
a maneira pela qual se formaram e se 
desenvolveram os sistemas de educação, 
“inseridos no conjunto de outros fenômenos 
sociais como a religião, a organização política, o 
grau do desenvolvimento das ciências, do estado 
das indústrias, etc (FAUCONNET, In: 
DURKHEIM, 1975, p. 37) ”. Afirmava que 
separadas dessas causas históricas, os sistemas 
de educação tornam-se incompreensíveis 
(FAUCONNET, In: DURKHEIM, 1975, p. 37). 
Nenhum indivíduo pode construir pelo esforço 
próprio aquilo que não é obra do pensamento 
individual. Afinal, ele não se encontra em face de 
uma tábula rasa, sobre a qual poderia construir o 
que quisesse, mas diante de realidades que não 
podem ser criadas, destruídas ou transformadas 
à vontade. (GALTER, MANCHOPE, s/d, s/p) 
Nesse sentido, dizem (Galter, Manchope, 
s/d, s/p) o autor questionou aqueles que 
buscavam fixar fins certos à tarefa de educar, 
afirmando que somente a observação permitiria 
dizer se a educação tem uma finalidade ou outra. 
Não há meios de se saber a priori. Enfatizou que 
o importante seria dizer em que consiste a tarefa 
de educar, a que tende, a que necessidades 
humanas corresponde. Para responder a essas 
indagações e constituir a noção preliminar de 
educação, reafirmou o autor: 
“Para determinar a coisa a que damos esse nome, 
a observação histórica parece-nos indispensável 
(FAUCONNET, In: DURKHEIM, 1975, p. 38) ”. 
Na verdade, haveria de se considerar os 
sistemas de educação existentes, ou que tenham 
existido, compará-los e apreender deles os 
caracteres comuns. Que caracteres comuns são 
esses? A existência de gerações de adultos e de 
crianças, bem como a ação da primeira, sobre a 
segunda. Partindo desses postulados, Durkheim 
procurou definir a natureza específica dessa 
ação (de gerações adultas sobre gerações de 
crianças). Para essa tarefa, o autor, partiu do 
entendimento de que cada sociedade apresenta 
sistemas de educação especiais. Esses sistemas 
apresentam dois aspectos: múltiplo e uno ao 
mesmo tempo. Múltiplo, pois há tantas espécies 
de educação, em determinada sociedade, 
quantos meios diversos nela existirem. 
A necessária diversidade pedagógica em 
dada sociedade decorre do grau de 
especialização existente em cada sociedade. 
Cada profissão constitui um meio sui generis, que 
reclama aptidões particulares e conhecimentos 
especiais, meio que é regido por certas ideias, 
certos usos, certas maneiras de ver as coisas; e 
como a criança deve ser preparada em vista de 
certa função, a que será chamada a preencher, a 
educação não pode ser a mesma, desde certa 
idade, para todo e qualquer indivíduo. 
Durkheim afirma que quanto ao aspecto 
uno, "Não há povo em que não exista certo 
número de ideias, sentimentos e práticas que a 
educação deve inculcar a todas as crianças, 
indistintamente, seja
qual for a categoria social a 
que pertençam (FAUCONNET, In: DURKHEIM, 
1975, p. 40) ”. 
 Portanto, para Durkheim qualquer que 
seja a importância dos sistemas especiais de 
educação, não constitui ele toda a educação. O 
aspecto múltiplo e o aspecto uno divergem até 
certo ponto, para além do qual se confundem. 
Assentam assim numa base comum. Em outras 
palavras, cada sociedade constrói, para seu uso, 
certo ideal de homem, tanto do ponto de vista 
intelectual, quanto o físico e moral. Esse ideal é 
que constitui o eixo educativo. (...) dos muitos 
aspectos que compõem a abordagem sociológica 
de Émile Durkheim relativas à educação, o que 
mais se destaca é a consideração obrigatória de 
uma relação estreita entre as determinações 
individuais e as construções sociais, donde 
resulta, antes de tudo, uma clara ascendência 
dos aspectos sociais sobre os individuais. (...) 
Para ele, a educação tinha por objetivo 
suscitar e desenvolver, no indivíduo, certo 
número de estados físicos, intelectuais e morais, 
reclamados pela sociedade política, no seu 
conjunto, e pelo meio especial no qual ele está 
inserido. Nesse sentido, podemos dizer que seu 
método na verdade expressou um caráter 
eminentemente educativo. Deduz-se daí o 
importante papel que o autor atribuiu à educação. 
(GALTER, MANCHOPE, s/d, s/p) 
 
Do ensino médio no brasil 
 
Conforme a professora Sonia Jobim, 
(2006, p. 1) a reformulação do ensino médio no 
Brasil, estabelecida pela Lei de Diretrizes e 
Bases da Educação Nacional (LDBEN) de 1996, 
regulamentada em 1998 pelas Diretrizes do 
 
SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO 
 
 8 
 
Conselho Nacional de Educação e pelos 
Parâmetros Curriculares Nacionais, procurou 
atender a uma reconhecida necessidade de 
atualização da educação brasileira, tanto para 
impulsionar uma democratização social e cultural 
mais efetiva, pela ampliação da parcela da 
juventude brasileira que completa a educação 
básica, como para responder a desafios impostos 
por processos globais, que têm excluído da vida 
econômica os trabalhadores não qualificados, 
por causa da formação exigida de todos os 
partícipes do sistema de produção e de serviços. 
A expansão do ensino médio brasileiro, 
que cresce exponencialmente, é outra razão pela 
qual esse nível de escolarização demanda 
transformações de qualidade, para adequar-se à 
promoção humana de seu público atual, diferente 
daquele de há trinta anos, quando suas antigas 
diretrizes foram elaboradas. 
A ideia central expressa na nova Lei, e 
que orienta a transformação, estabelece o ensino 
médio como a etapa conclusiva da educação 
básica de toda a população estudantil e não mais 
somente como etapa preparatória de outra etapa 
escolar ou do exercício profissional. Isso desafia 
a comunidade educacional a pôr em prática 
propostas que superem as limitações do antigo 
ensino médio, organizado em termos de duas 
principais tradições formativas: a pré-
universitária e a profissionalizante. 
Especialmente em sua versão pré-
universitária, o ensino médio tem-se 
caracterizado por uma ênfase na estrita divisão 
disciplinar do aprendizado. Seus objetivos 
educacionais se expressavam – e, usualmente, 
ainda se expressam – em termos de listas de 
tópicos, dos quais a escola média deveria tratar, 
a partir da premissa de que o domínio de cada 
disciplina era requisito necessário e suficiente 
para o prosseguimento dos estudos. Dessa 
forma, parecia aceitável que só em uma etapa 
superior tais conhecimentos disciplinares 
adquirissem, de fato, sua amplitude cultural ou 
seu sentido prático. Por isso, essa natureza 
estritamente propedêutica não era contestada ou 
questionada, mas é hoje inaceitável. 
Em contrapartida, em sua versão 
profissionalizante, o ensino médio era, ou é 
caracterizado por uma ênfase no treinamento 
para fazeres práticos, associados por vezes a 
algumas disciplinas gerais, mas, sobretudo 
voltados a atividades produtivas ou de serviços. 
Treinava-se para uma especialidade laboral, 
razão pela qual se promovia um certo 
aprofundamento ou uma certa especialização de 
caráter técnico, em detrimento de uma formação 
mais geral, ou seja, promoviam-se competências 
específicas dissociadas de uma formação 
cultural mais ampla. É importante que continuem 
existindo e se disseminem escolas que 
promovam especialização profissional em nível 
médio, mas que essa especialização não 
comprometa uma formação geral para a vida 
pessoal e cultural, em qualquer tipo de atividade. 
O novo ensino médio, nos termos da lei, 
de sua regulamentação e encaminhamento, 
deixa de ser, portanto, simplesmente 
preparatório para o ensino superior ou 
estritamente profissionalizante, para assumir 
necessariamente a responsabilidade de 
completar a educação básica. Em qualquer de 
suas modalidades, isso significa preparar para a 
vida, qualificar para a cidadania e capacitar para 
o aprendizado permanente, em eventual 
prosseguimento dos estudos ou diretamente no 
mundo do trabalho. (JOBIM, 2006, p. 1) 
Seguindo na sua explanação Jobim 
(2006, p. 2) as transformações de caráter 
econômico, social ou cultural, no Brasil e no 
mundo, que levaram à modificação dessa escola, 
não tornaram o conhecimento humano menos 
disciplinar em nenhuma das três áreas em que se 
decidiu organizar o novo ensino médio, ou seja, 
na de Ciências da Natureza e da Matemática, na 
de Ciências Humanas e na de Linguagens e 
Códigos. 
Essas áreas, portanto, organizam e 
articulam as disciplinas, mas não as diluem nem 
as eliminam. No entanto, a intenção de completar 
uma formação geral nessa escola implica uma 
ação articulada, no interior de cada área e no 
conjunto das áreas, que não é compatível com 
um trabalho solitário, definido 
independentemente no interior de cada 
disciplina, como acontecia no antigo ensino de 
segundo grau, para o qual haveria outra etapa 
formativa que articularia os saberes e, 
eventualmente, lhes daria sentido. 
Não havendo necessariamente essa 
outra etapa, a articulação e o sentido devem ser 
garantidos já no ensino médio. 
Mais do que reproduzir dados, 
denominar classificações ou identificar símbolos, 
estar formado para a vida, num mundo como o 
atual, de tão rápidas transformações e de tão 
difíceis contradições, significa saber se informar, 
se comunicar, argumentar, compreender e agir, 
enfrentar problemas de qualquer natureza, 
 
SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO 
 
 9 
 
participar socialmente, de forma prática e 
solidária, ser capaz de elaborar críticas ou 
propostas e, especialmente, adquirir uma atitude 
de permanente aprendizado. 
Uma formação com tal ambição exige 
métodos de aprendizado compatíveis, ou seja, 
condições efetivas para que os alunos possam 
comunicar-se e argumentar, deparar-se com 
problemas, compreendê-los e enfrentá-los, 
participar de um convívio social que lhes dê 
oportunidade de se realizarem como cidadãos, 
fazerem escolhas e proposições, tomarem gosto 
pelo conhecimento, aprenderem a aprender. 
Diferentemente das características 
necessárias para a nova escola, esboçadas 
anteriormente, nossa tradição escolar tem sido, 
de um lado, a de compartimentar disciplinas, em 
ementas estanques, em atividades 
padronizadas, não referidas a contextos reais e, 
de outro lado, de passividade imposta ao 
conjunto dos alunos, em função dos métodos 
adotados e também da própria configuração 
física dos espaços e condições de aprendizado 
que, em parte, refletem a pouca participação do 
aluno ou mesmo
do professor na definição das 
atividades formativas. 
As perspectivas profissional, social ou 
pessoal dos alunos não têm feito parte das 
preocupações escolares, assim como as 
questões e problemas da comunidade, da 
cidade, do país ou do mundo só têm recebido 
atenção marginal no ensino médio que, também 
por isso, precisaria ser reformulado. 
Essa falta de sintonia entre realidade 
escolar e necessidades formativas se reflete nos 
projetos pedagógicos das escolas, 
frequentemente inadequados e raramente 
explicitados, como objeto de reflexão consciente 
da comunidade escolar. Quando essa reflexão 
ocorre, cada professor conhece por que razões a 
escola optou por promover quais atividades para 
os alunos, em função do desenvolvimento de que 
competências, em nome de que prioridades os 
recursos materiais foram utilizados e a carga 
horária foi distribuída e, sobretudo, qual sentido e 
relevância tem seu trabalho, em sua disciplina, 
para se alcançarem as metas formativas gerais 
definidas para os alunos da escola. Sem isso, 
pode faltar clareza sobre como conduzir o 
aprendizado, no sentido de promover no conjunto 
dos alunos as qualificações humanas 
pretendidas pelo novo ensino médio. 
Com efeito, define-se como orientação 
básica do ensino médio “responder a desafios 
impostos por processos globais que têm excluído 
da vida econômica os trabalhadores não 
qualificados do sistema de produção e serviços”. 
(JOBIM, 2006, p. 2) 
 
Sociologia da educação o que é? 
 
De acordo com a Infopédia (s/d, s/p) a 
escola, enquanto agente especializado na 
transmissão de modos de pensar, agir e sentir, é 
o objeto de estudo central da sociologia da 
educação. Embora a sociologia da educação 
como campo distinto da sociologia seja 
relativamente recente, as suas raízes encontram-
se logo nos primeiros pensadores, 
nomeadamente em Émile Durkheim. Para este 
autor, a educação é um processo que deve ser 
entendido como um contributo para a 
manutenção da ordem social. 
Esta perspectiva influenciou fortemente 
os estudos sobre a educação até aos anos 
cinquentas. A abordagem da corrente 
funcionalista entende a escola como um 
contributo vital à sobrevivência e perpetuação da 
sociedade, pois imprime nos indivíduos os 
valores dominantes nessa sociedade. 
Nos anos cinquenta e sessenta, na Grã-
Bretanha, os estudos versaram sobre o papel do 
sistema educacional na mobilidade social e sobre 
as diferenças entre classes sociais no sucesso 
escolar. 
Nos anos setenta o interesse da 
sociologia da educação estendeu-se a estudos 
de caso acerca dos sistemas sociais nas escolas, 
preocupando-se com a importância da relação 
professor/aluno para o sucesso escolar e com o 
papel das escolas enquanto agentes de 
reprodução cultural. Foi também a época em que 
se desenvolveram mais investigações acerca de 
diferentes estilos de ensino. 
Os fatores que intervêm nos resultados 
escolares também têm sido estudados por este 
ramo da sociologia. Ter boas ou más notas não 
depende unicamente da inteligência do indivíduo 
nem mesmo do seu esforço; as classificações 
são produto de um processo complexo no qual 
intervêm outros saberes exigidos pela escola que 
não os contidos nos currículos: valores, atitudes 
e princípios que são os da parcela dominante da 
sociedade. Serão premiados os indivíduos que 
aceitam e/ou que já trazem da sua socialização 
primária esses outros saberes ocultamente 
exigidos. 
 
SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO 
 
 10 
 
Tem sido estudado outro fator de 
influência dos resultados escolares: o das 
expectativas dos professores face aos alunos. Os 
estereótipos do professor acerca das classes 
sociais, dos grupos raciais ou do gênero 
influenciam o modo como ele age com os alunos 
levando estes a corresponderem às "profecias" 
do professor. (INFOPÉDIA, s/d, s/p) 
Conforme Correia, Batista (s/d, s/p) 
dentre os inúmeros enfoques da sociedade e da 
educação, destacam-se os paradigmas 
considerados clássicos que enfocam em suas 
análises o consenso ou o conflito, 
correspondendo às correntes 
positivista/funcionalista e crítica/dialética 
originadas respectivamente em Émile Durkheim 
e Karl Marx, que influenciam análises e 
pesquisas no campo da Sociologia da Educação 
(SE). 
O estudo dos autores considerados 
clássicos propicia o entendimento da sociedade 
relacionada com a práxis educativa. Émile 
Durkheim é um marco no surgimento da 
Sociologia como ciência e como disciplina. Além 
de ter contribuído para a definição do objeto e do 
método sociológico, foi um dos pioneiros na 
inclusão da Sociologia no currículo acadêmico, 
especificamente no curso de formação de 
professores, no qual lecionava. Destaca-se na 
teoria durkheimiana sua concepção de sociedade 
como um organismo composto por distintas 
instituições que se complementam e se 
interpenetram, cada uma desempenhando uma 
função e formando um todo homogêneo e 
consensual. 
Nesse arcabouço explicativo a educação 
ocupa lugar central como um fato social, que 
contribui para a “socialização metódica das 
novas gerações” (DURKHEIM, 1987, p.41, apud 
CORREIA, BATISTA, s/d, s/p) e para integrar os 
indivíduos na sociedade em que estão inseridos, 
disseminando a consciência coletiva. 
Seguindo na sua explanação, Correia, 
Batista (s/d, s/p) dizem que vendo a educação 
com duplo aspecto, uno e múltiplo como seus 
constituintes básicos Durkheim (1967, p. 40) 
aponta suas principais funções: Suscitar na 
criança: 
 
• Um certo número de estados físicos e 
mentais, que a sociedade a que pertença, 
considere como indispensáveis a todos os 
seus membros; 
• Certos estados físicos e mentais, que o 
grupo social particular (casta, classe 
família, profissão) considere igualmente 
indispensáveis a todos quantos o formem. 
Ao tratar das relações entre o educador 
e a criança submetida à sua influência, Durkheim 
(1967, p. 53-54) defende que a criança fique “por 
condição natural, em estado de passividade” e o 
educador assume uma posição de superioridade 
advinda da sua experiência, sua cultura e da 
moral que ele encarna. Assim a ação educativa é 
entendida como um trabalho de autoridade. A 
autoridade é o meio essencial da ação educativa. 
“A autoridade moral é a qualidade essencial do 
educador”. 
Essa concepção de educação e do papel 
do professor influenciou as práticas pedagógicas 
adotadas no Brasil ao longo da história da 
educação e a atividade docente que nela se 
realiza. 
Como pode se observar nas tendências 
pedagógicas analisadas por Libâneo (1989), 
especialmente na sua vertente tradicional que 
tem no professor a figura central do processo 
ensino aprendizagem, como detentor do domínio 
de conteúdos que devem ser repassados aos 
educandos que devem se portar passivamente 
como receptores de conteúdos. Prática docente 
denominada de “bancária” e enfaticamente 
criticada por Paulo 
Freire. As ideias de Durkheim 
influenciaram vários autores destacando-se 
Fernando Azevedo e Anísio Teixeira influentes 
educadores da escola nova. (CORREIA, 
BATISTA, s/d, s/p) 
Noutra perspectiva, de acordo com 
Correia, Batista (s/d, s/p) temos a teoria crítica 
fundamentada no materialismo histórico dialético 
de Karl Marx, que influenciou todo o pensamento 
crítico em educação, começando pelas ideias 
reprodutivistas de Althusser, Establet e Baudelot 
que ressaltaram a contribuição da educação na 
reprodução das relações sociais de produção. 
A análise materialista histórica de Marx 
vê a sociedade capitalista sob a perspectiva do 
conflito resultante das contradições produzidas 
pela divisão da sociedade em classes sociais, 
definidas pela apropriação dos meios de 
produção,
demarcando uma classe detentora dos 
meios de produção e da riqueza que advém do 
trabalho da classe trabalhadora. 
Para Marx, a sociedade se estrutura por 
uma base constituída das forças produtivas e das 
relações de produção, donde se originam as 
 
SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO 
 
 11 
 
ideias, a política, a religião, o direito e a filosofia 
que constituem a superestrutura. As relações de 
produção classistas são conflitivas e 
contraditórias provocando constantemente crises 
que não encontram solução nos marcos da 
sociedade burguesa. Assim, ele defende uma 
revolução liderada pelas classes trabalhadoras 
para superar essa sociedade classista e a 
criação de uma sociedade onde não mais 
existiria a exploração do homem pelo homem, 
culminando numa sociedade comunista, na qual 
os meios de produção seriam coletivizados. 
Marx não se deteve numa discussão 
sobre a educação, sua teoria se concentrou na 
análise econômica, sociológica, histórica e 
filosófica, da sociedade capitalista, mas o 
desdobramento de suas análises das relações de 
poder inerentes às relações classistas produziu 
contribuições importantes para a compreensão 
da escola e da ação educativa. 
Originadas da teoria marxista, surgem as 
concepções crítico reprodutivistas de Althusser 
(1983), Bourdieu e Passeron (1982), Establet e 
Baudelot (1971) que denunciavam o caráter 
classista, excludente, ideológico e reprodutor das 
relações sociais de produção e dominação da 
educação no sistema capitalista. Esses autores 
ressaltam a atuação da educação escolar na 
reprodução das relações sociais de produção e 
de dominação. 
O primeiro desvenda a atuação do 
Estado capitalista na reprodução das classes 
sociais, através dos aparelhos repressivos e 
ideológicos que o compõem, e apresenta a 
escola como o principal Aparelho Ideológico do 
Estado que atua essencialmente pela 
transmissão e inculcação da ideologia, 
especialmente a ideologia que interessa à classe 
dominante. Uma vez que atua ao longo de vários 
anos na preparação de crianças e jovens, 
transmitindo a ideologia da classe dominante, 
recalcando e reprimindo uma ideologia orgânica 
à classe, ao mesmo tempo em que proporciona a 
reprodução da submissão às normas da ordem 
vigente. 
Contribuindo dessa forma para a 
reprodução das relações sociais de exploração 
(entre explorados e exploradores), ao 
escamotear, esconder, dissimular as reais 
condições de exploração. 
Antonio Gramsci, outro autor que bebeu 
da fonte sociológica marxista e desenvolveu sua 
análise social e educacional partindo do 
pressuposto da existência de uma sociedade 
conflituosa e contraditória, baseada em princípios 
capitalistas de exploração e submissão, vincula a 
educação a uma estrutura de combate ideológico 
hegemônico e contra hegemônico e a considera 
um espaço pedagógico que funciona tanto como 
instrumento de dissimulação, a serviço da classe 
dominante, quanto revela à classe dominada as 
contradições existentes, permitindo a esta última 
reagir. 
A defesa de Gramsci define-se na 
utilização da escola como centro de formação da 
consciência crítica e política para realizar uma 
mudança real da estrutura social vigente. 
Essas e outras diferentes concepções de 
sociedade e de educação permitem uma análise 
de diversos temas tratados pela Sociologia da 
Educação destacando-se: concepções de 
sociedade, de educação, a relação entre 
educação e sociedade, as relações de poder na 
escola, as determinações das políticas 
educacionais, a relação entre classes sociais e o 
acesso à educação escolar, os fundamentos das 
tendências pedagógicas na prática escolar, 
questões das realidades sociais e educacionais. 
(CORREIA, BATISTA, s/d, s/p) 
Já para Guimarães, Gomyde (2007, s/p) 
em cada aluno há dois seres inseparáveis, porém 
distintos. Um deles seria o que o sociólogo 
francês Émile Durkheim chamou de individual, e 
tal porção do sujeito (o jovem bruto) é formada 
pelos estados mentais de cada pessoa. 
O desenvolvimento dessa metade do 
homem foi a principal função da educação até o 
século XIX. Principalmente por meio da 
psicologia, os professores tentavam construir nos 
estudantes os valores e a moral. 
A caracterização do segundo ser foi o 
que deu projeção a Durkheim. "Ele ampliou o 
foco conhecido até então, considerando e 
estimulando também o que concebeu como o 
outro lado dos alunos, algo formado por um 
sistema de ideias que exprimem, dentro das 
pessoas, a sociedade de que fazem parte", 
explica Dermeval Saviani professor emérito da 
Universidade Estadual de Campinas. Durkheim 
acreditava que a sociedade seria mais 
beneficiada pelo processo educativo: "a 
educação é uma socialização da jovem geração 
pela geração adulta". E quanto mais eficiente for 
o processo, melhor será o desenvolvimento da 
comunidade em que a escola esteja inserida. 
Nessa concepção durkheimiana, 
também chamada de funcionalista — as 
consciências individuais são formadas pela 
 
SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO 
 
 12 
 
sociedade. Ela é oposta ao idealismo, de acordo 
com o qual a sociedade é moldada pelo "espírito" 
ou pela consciência humana: "A construção do 
ser social, feita em boa parte pela educação, é a 
assimilação pelo indivíduo de uma série de 
normas e princípios — sejam morais, religiosos, 
éticos ou de comportamento — que balizam a 
conduta do indivíduo num grupo. O homem, mais 
do que formador da sociedade, é um produto 
dela". 
Essa teoria, além de caracterizar a 
educação como um bem social, a relacionou pela 
primeira vez às normas sociais e à cultura local, 
diminuindo o valor que as capacidades 
individuais têm na constituição de um 
desenvolvimento coletivo. "Todo o passado da 
humanidade contribuiu para fazer o conjunto de 
máximas que dirigem os diferentes modelos de 
educação, cada uma com as características que 
lhe são próprias. As sociedades cristãs da Idade 
Média, por exemplo, não teriam sobrevivido se 
tivessem dado ao pensamento racional o lugar 
que lhe é dado atualmente”. (GUIMARAES, 
GOMYDE, 2007, s/p) 
Ainda de acordo com Guimarães, 
Gomyde (2007, s/p) Durkheim não desenvolveu 
métodos pedagógicos, mas suas ideias ajudaram 
a compreender o significado social do trabalho do 
professor, tirando a educação escolar da 
perspectiva individualista, sempre limitada pelo 
psicologismo idealista (influenciado pelas 
escolas filosóficas alemãs de Kant e Hegel). 
"Segundo Durkheim, o papel da ação educativa é 
formar um cidadão que tomará parte do espaço 
público. 
Não somente o desenvolvimento 
individual do aluno", explica José Sérgio Fonseca 
de Carvalho, da Faculdade de Educação da USP. 
Nas palavras de Durkheim, "a educação tem por 
objetivo suscitar e desenvolver na criança 
estados físicos e morais que são requeridos pela 
sociedade política no seu conjunto". Tais 
exigências, com forte influência no processo de 
ensino, estão relacionadas à religião, às normas 
e sanções, à ação política, ao grau de 
desenvolvimento das ciências e até mesmo ao 
estado de progresso da indústria local. Se a 
educação for desligada das causas históricas, ela 
se tornará apenas exercício da vontade e do 
desenvolvimento individual, o que para ele era 
incompreensível: 
 "Como é que o indivíduo pode pretender 
reconstruir, por meio do único esforço da sua 
reflexão privada, o que não é obra do 
pensamento individual?" 
E ele mesmo respondeu: "O indivíduo só 
poderá agir na medida em que aprender a 
conhecer o contexto em que está inserido,
a 
saber quais são suas origens e as condições de 
que depende. E não poderá sabê-la sem ir à 
escola, começando por observar a matéria bruta 
que está lá representada." (GUIMARAES, 
GOMYDE, 2007, s/p). 
 
FUNDAMENTOS SOCIOLÓGICOS DA 
EDUCAÇÃO E COMO ENSINAR 
Sociologia da educação 
 
Segundo Silva (s/d, p. 2) que faz um 
artigo sobre como os futuros professores, ou os 
alunos de graduação em sociologia devem 
observar a sociologia da educação, coloca: para 
que servem os fundamentos sociológicos da 
educação? (...) O sociólogo francês Christian 
Baudelot, tentando responder à questão 
semelhante a essa propôs que a sociologia da 
educação servisse para instrumentalizar os 
professores com mapas que os ajudassem a 
traçar seus itinerários, veja o que ele diz: no 
fundo o trabalho do sociólogo da educação se 
assemelha ao trabalho de um cartógrafo. 
Levantar o mapa escolar, proceder ao 
levantamento topográfico do terreno e do relevo, 
representar uma escala precisa os principais 
maciços da paisagem escolar, medir os caudais 
dos rios, ter os mapas em dia, eis aqui em que o 
sociólogo da educação pode ajudar o professor. 
Pode ajudálo a orientar-se na “floresta” escolar. 
Ajudá-lo a orientar-se e não o guiar. 
Caberá aos professores depois traçar, com o 
mapa na mão, seus próprios itinerários em 
função de suas opções e da natureza do terreno 
em que se encontram. (Baudelot, 1991, apud, 
SILVA, s/d, p. 2) 
A sociologia da educação comporia o 
arsenal teórico que ajudaria os professores a se 
orientarem, juntamente com as outras disciplinas, 
mas que deveria oferecer aos futuros professores 
instrumentos para olhar a sociedade e a escola, 
as crianças, as famílias, a sua prática docente e 
o contexto macrossocial e político. 
Penso que os olhares dos alunos (futuros 
professores) deverão ser alterados pelos “óculos” 
das teorias sociais. Seus olhares deverão se 
desprender das imagens já construídas sobre a 
escola, os professores, os pobres, os ricos, as 
 
SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO 
 
 13 
 
igrejas, as religiões, a cidade, os bairros, as 
favelas, a violência, os políticos, a política, os 
movimentos sociais, os conflitos, as 
desigualdades, entre outros. 
O que significa alterar os olhares dos 
nossos alunos? Significa doutriná-los em nossas 
convicções ideológicas, religiosas, políticas? 
Significa dizer para eles que tudo o que eles 
pensam é senso comum, não serve para o 
exercício da profissão? Significa afirmar-se com 
um discurso moralista ou revolucionário? 
Certamente, que não. Mesmo que a 
neutralidade não exista na elaboração dos 
programas da disciplina e das aulas, um certo 
rigor é necessário. Como dizia Max Weber, 
sociólogo alemão, o professor não pode usar a 
docência para panfletar, para defender suas 
posições ideológicas, partidárias, religiosas, etc. 
Como homem público sim, poderá e 
deverá fazê-lo, mas como professor deve ter um 
rigor cientifico que lhe permita oferecer aos 
alunos o acúmulo de conhecimento da disciplina. 
Marx também advertia que a caracterização de 
uma teoria como representando o ponto de vista 
de uma classe determinada não significava, 
necessariamente, que fosse uma visão sem valor 
cientifico. Por isso, Marx, em sua obra, estudou e 
discutiu com o que havia de mais sofisticado na 
Filosofia e na Economia dos séculos XVIII e XIX. 
O ensino dos fundamentos sociológicos 
da educação, muitas vezes, foi direcionado como 
um mecanismo de inculcação de valores sejam 
conservadores, no antigo curso Normal, em que 
imperava o positivismo; sejam progressistas, 
muito comum nos anos de 1980, no Brasil, devido 
à ansiedade dos professores em romper com o 
autoritarismo do regime militar, passavam a fazer 
discursos em favor das mudanças, ora mais 
democráticas, ora mais socialistas-
revolucionárias. 
Ainda hoje, encontramos justificativas 
para o ensino de sociologia geral nas escolas, 
tais como: “essa disciplina deverá ajudar o aluno 
a entender seus direitos e deveres, muito mais 
seus deveres já que não se comportam 
adequadamente”; “a sociologia deverá ajudar na 
disciplina dos alunos, no controle da violência, 
etc”; “Essa disciplina deverá dar mais civismo 
para os jovens”, e assim por diante. 
Levar aos alunos o acúmulo de reflexões 
ou o estado da arte da disciplina não é uma tarefa 
fácil, porque exigirá recortes, escolhas, 
delimitações de conteúdos, de teorias, e 
parafraseando Weber, aqui nós podemos ser 
parciais. Até porque o tempo das aulas, o número 
de aulas por semana, por mês e por ano exige 
que selecionemos o que consideramos o melhor 
desse “acúmulo”. Bem, uma vez feita a escolha, 
a seleção e as divisões dos conteúdos, devemos 
cuidar para sermos “neutros”, fiéis à ciência, ou 
como diria Marx, sermos comprometidos com a 
busca da essência superando as visões que 
temos sobre a aparência da vida social. (SILVA, 
s/d, p. 3) 
Continuando sua explanação Silva (s/d, 
p. 4) aponta que o fato de estarmos 
comprometidos com uma classe social, no caso, 
a classe trabalhadora, exige ainda mais rigor 
cientifico. É o contrário do que propalam algumas 
versões vulgares de pedagogias liberais, do 
ensino por competências, do “aprender a 
aprender”, em que os pobres deverão ter um 
ensino mais leve, mais palatável, simplificado e 
resumido no imediato das experiências 
cotidianas, normalmente tratadas de forma 
sincrônica (sem história). 
Com esses princípios poderemos 
enriquecer os olhares dos alunos, futuros 
professores. (...) A sociologia da educação 
deverá ajudar os alunos a perceberem as 
determinações sociais da sua prática 
profissional, da configuração do sistema 
educacional no país, da sua inserção na estrutura 
de classes do capitalismo, do significado da 
educação no capitalismo, entre outros. Ou, como 
diria Baudelot, a sociologia da educação deverá 
fornecer os mapas para orientação dos futuros 
professores, mapas que permitam estabelecer 
itinerários nas escolas e nos centros de 
educação infantil. 
Nesse sentido, a disciplina uma 
existência histórica que coincide com a 
historicidade da educação nas sociedades 
modernas e que deve ser compreendida dessa 
forma, como um instrumento cientifico que altera 
os olhares e, consequentemente, a prática pelas 
práxis educativas. Práxis, porque não nega, não 
escamoteia seu sentido político, de 
transformação. 
A disciplina, como todo o currículo, 
intenta transformar os alunos no sentido de um 
educador comprometido com o direito sagrado 
das crianças ao atendimento escolar de 
qualidade. Ser comprometido com esse direito 
pressupõe a compreensão da sociedade 
capitalista, dividida em classes sociais. 
Pressupõe a compreensão da gênese 
das relações sociais no país, as formações e os 
 
SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO 
 
 14 
 
modos de vida no Brasil em suas manifestações 
culturais, a escola em relação às religiões, aos 
sem-terra, aos latifundiários, aos negros, aos 
portadores de necessidades especiais, às 
mulheres, aos índios, aos filhos de trabalhadores, 
aos filhos da pequena burguesia, da burguesia, 
da classe de renda média, entre outros. Em 
segundo lugar, estabelecer algumas diretrizes 
para o ensino da disciplina de acordo com o seu 
papel no contexto geral do currículo. (SILVA, s/d, 
p. 5). 
 
Trabalhando com a matéria sociologia 
 
Apresentaremos algumas possibilidades 
para o planejamento das aulas, sempre no 
sentido de contribuição ao professor. 
Conforme Sarandy (2001, s/p) para 
compreendermos
o sentido da sociologia como 
disciplina na grade curricular do Ensino Médio 
deveremos, antes de tudo, compreender os 
objetivos que por meio dela se pretende atingir. 
Esses objetivos podem ser divididos em duas 
classes: os que são específicos para a disciplina 
e os que não se restringem a ela, indo ao 
encontro dos que foram traçados para o Ensino 
Médio a partir da Lei n.º. 9.394, de 1996. 
Entretanto, antes de se estabelecer os 
objetivos para a disciplina, deveremos 
dimensionar a importância da sociologia 
enquanto disciplina do nível médio de ensino, o 
que significa perguntar sobre seu sentido, buscar 
compreender o que ela tem de específico que 
não encontramos nas disciplinas de história, 
geografia ou filosofia; enfim, perguntar qual sua 
especificidade em relação às demais disciplinas 
de humanidades. Essa pergunta não é de fácil 
resposta e todo pesquisador da área de ciências 
humanas sabe que as fronteiras entre as suas 
diversas áreas são bastante tênues. 
E acrescenta-se a isso o fato de que 
transformar os saberes científicos em saberes 
escolares implica em um grau de diferenciação e 
criação de identidades entre as diversas 
disciplinas. 
A história e a geografia, provavelmente 
devido à longa tradição no meio escolar, estão 
bem estabelecidas, possuem um discurso 
construído sobre a realidade já aceito e 
amplamente disponível para todos os 
professores. 
A sociologia conta com este agravante, 
qual seja construir um saber organizado de modo 
a ser viável sua introdução no nível médio de 
ensino. É importante ressaltar que as ciências 
possuem fronteiras dadas, antes de tudo, por 
divisões políticas internas e, em se tratando de 
ensino médio, é preciso criar essas diferenças e 
afirmar uma identidade para a sociologia se 
desejamos sua reintrodução neste segmento de 
ensino. (SARANDY, 2001, s/p) 
Mas isto não responde à questão 
proposta: o que marca a especificidade da 
sociologia e torna importante sua introdução nos 
meios escolares? Algumas tentativas de resposta 
têm sido formuladas. 
O filósofo e sociólogo Gilson Teixeira 
Leite (Jornal A Gazeta em 11/12/00) afirmou que 
“se é imprescindível dominar a informática e 
todas as novas tecnologias para uma colocação 
qualificada no mercado de trabalho, também se 
faz necessário, no universo educacional, 
problematizar a vida do próprio aluno, sua 
existência real num mundo real, com suas 
implicações nos diversos campos da vida: ético-
moral, sociopolítico, religioso, cultural e 
econômico”. E conclui que “a volta das disciplinas 
humanísticas – filosofia, sociologia, antropologia, 
psicologia, entre outras – tem muito a contribuir 
com a formação do jovem naquilo que lhe é mais 
peculiar: o questionamento. 
Desmistificando ideologias e apurando o 
pensamento crítico das novas gerações, 
poderemos continuar sonhando, e construindo, 
um país, não de iguais, mas justo para mulheres 
e homens que apenas querem viver”. 
Isto nos remete à contribuição que a 
sociologia pode dar para o desenvolvimento do 
pensamento crítico, não porque teria um 
conteúdo imprescindível – não devemos pensar 
de modo messiânico na sociologia. Nem o 
pensamento crítico se desenvolve devido à 
aprendizagem de algum tipo especial de 
conteúdo. 
Como Gilson bem expressou, a 
sociologia tem a contribuir para o 
desenvolvimento do pensamento crítico, ao lado 
de outras disciplinas, pois promove o contato do 
aluno com sua realidade, e podemos 
acrescentar, bem como o confronto com 
realidades distantes e culturalmente diferentes. É 
justamente nesse movimento de distanciamento 
do olhar sobre nossa própria realidade e de 
aproximação sobre realidades outras que 
desenvolvemos uma compreensão de outro nível 
e crítica. A cientista política Marta Zorzal e Silva 
(Gazeta Mercantil, 11/12/00), numa interessante 
 
SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO 
 
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reflexão sobre as mudanças no mundo 
contemporâneo – no campo das tecnologias, nas 
relações de trabalho e nas relações culturais – 
afirma que a informação se tornou elemento 
estratégico para o mundo globalizado devido 
“aos impactos dos processos que têm sido 
denominados de globalização”. A autora ainda 
observa que “a informação em si é um dado bruto 
(...) o ato de transformar a informação em 
conhecimento não é uma tarefa simples. Exige 
capacidade de processamento da mesma. 
Significa (...) saber o que pode ser feito com os 
“tijolos de saberes” que o sistema de ensino 
fornece (...) isto implica em capacidade de 
raciocínio, de questionamento, do confronto de 
outras fontes e experiências, enfim, habilidades 
que se adquire ao ser treinado a ver os mesmos 
panoramas a partir de diferentes perspectivas. 
Essa é a habilidade que se adquire por 
excelência com o estudo das ciências humanas 
e, em especial, com a filosofia e a sociologia. É 
da essência destes campos de conhecimento a 
tarefa de desenvolver o pensamento, sem 
nenhuma utilidade ou objetivo prático. 
A preocupação maior está em educar o 
olhar e processar tanto informações como 
saberes já produzidos”. Diante do desafio de 
nosso tempo ela questiona a nossa capacidade 
de desenvolvermos o gerenciamento da 
informação para que possamos ter 
competitividade no mercado global. Mas lembra 
que a maioria dos países do Leste Asiático 
superou suas condições e tornaram-se 
competitivos. 
Entre os vários fatores que permitiram 
esse avanço, Marta Zorzal afirma que se destaca 
a educação: “todos construíram sólidos alicerces 
fundados na boa educação pública estendida a 
maioria da população”. Mas a educação deve 
conter esse aspecto de permitir o confronto de 
diferentes perspectivas e que é por excelência o 
que faz a sociologia. (SARANDY, 2001, s/p) 
Ainda discorrendo sobre o assunto 
Sarandy (2001, s/p) coloca que o conhecimento 
sociológico certamente beneficiará nosso 
educando na medida em que lhe permitirá uma 
análise mais acurada da realidade que o cerca e 
na qual está inserido. Mais que isto, a sociologia 
constitui contribuição decisiva para a formação 
da pessoa humana, já que nega o individualismo 
e demonstra claramente nossa dependência em 
relação ao todo, isto é, à sociedade na qual 
estamos inseridos. 
Segundo a socióloga Cristina Costa “o 
conhecimento sociológico é mais profundo e 
amplo do que a simples formação técnica – 
representa uma tomada de consciência de 
aspectos importantes da ação humana e da 
realidade na qual se manifesta. 
Adquirir uma visão sociológica do mundo 
ultrapassa a simples profissionalização, pois, nos 
mais diversos campos do comportamento 
humano, o conhecimento sociológico pode levar 
a um maior comprometimento e responsabilidade 
para com a sociedade em que se vive” 
(Sociologia – introdução à ciência da sociedade, 
Cristina Costa, Editora Moderna, 1997). 
Ainda para Sarandy (2001, s/p) a 
questão metodológica fundamental é: seja qual 
for o conteúdo, ele será sempre um meio para se 
atingir o fim: o desenvolvimento da perspectiva 
sociológica. Mais que discorrer sobre uma série 
de conceitos, a disciplina pode contribuir para a 
formação humana na medida em que 
proporcione a problematização da realidade 
próxima dos educandos a partir de diferentes 
perspectivas, bem como pelo confronto com 
realidades culturalmente distantes. 
Tratasse de uma apropriação, por parte 
dos educandos, de um modo de pensar distinto 
sobre a realidade humana, não pela 
aprendizagem de uma teoria, mas pelo contato 
com diversas teorias e com a pesquisa 
sociológica, seus métodos e seus resultados. 
Nesse sentido, o objetivo do ensino de sociologia 
como, aliás, deveria ser o de qualquer ciência, é 
proporcionar a aprendizagem do
modo próprio de 
pensar de uma área do saber aliada à 
compreensão de sua historicidade e do caráter 
provisório do conhecimento – expressões da 
dinâmica e complexidade da vida. No caso da 
sociologia, isso pode ser conseguido por meio de 
uma tomada de consciência sobre como a nossa 
personalidade está relacionada à linguagem, aos 
gestos, às atitudes, aos valores, à nossa posição 
na estrutura social – nas palavras de Dumont: 
para que o indivíduo de ontem torne-se social, 
não mais ele e os outros, mas ele em meio aos 
outros. E isso por meio da aproximação da 
metodologia de pesquisa à metodologia de 
ensino, bem como por ações pedagógicas que 
busquem desvelar e discutir narrativas sociais, 
sejam elas científicas, literárias e outras – suas 
implicações, seus dilemas, o que falam da 
heterogeneidade cultural e da estrutura social. 
 
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Ensinar sociologia é, antes de tudo, 
desenvolver uma nova postura cognitiva no 
indivíduo. 
Pode-se mesmo argumentar que tais 
competências também podem ser desenvolvidas 
pelas disciplinas de história e geografia, mas este 
é um argumento que não se sustenta. Senão 
vejamos, a história e a geografia podem tratar as 
questões referentes à crítica social e à 
diversidade cultural, mas de um modo secundário 
ou periférico; outras vezes numa perspectiva 
descritiva. Não se trata de objetivos principais de 
suas propostas. Além do que, tradicionalmente 
essas disciplinas têm-se voltado para 
“conteúdos” exigidos principalmente pela 
instituição do vestibular. 
Por fim, existe uma distância muito 
grande entre as discussões temáticas – reforma 
agrária, exclusão social, mudança social, 
sexualidade, democracia, consumismo, 
representação política, família, direitos humanos, 
sindicato, gênero, violência etc – e o 
desenvolvimento de modos de pensar. 
(SARANDY, 2001, s/p) 
Como possibilidades para os 
planejamentos das aulas de Sociologia O 
Educador (2009, s/p) coloca que num mundo em 
que as relações sociais se apresentam mediadas 
por uma série de fatores, faz-se necessário 
construir objetos de estudo que busquem integrar 
as perspectivas das diversas áreas do 
conhecimento sobre questões sociais de 
relevância, ou seja, em que a 
interdisciplinaridade funcione de forma a iluminar 
os objetos de estudo de diferentes pontos de 
vista e aconteça em função das demandas da 
investigação. 
É fundamental, também, valorizar o 
contexto local na elaboração dos objetos de 
estudo. Além de se tratar de uma iniciativa 
importante para engajar os alunos nos projetos, 
essa perspectiva pode referenciar o contexto 
local na cultura contemporânea, possibilitando a 
compreensão do caráter das relações sociais 
locais, mediado por condições sociais e 
históricas de caráter mais amplo. 
Ao elaborar as sequências didáticas e o 
currículo da disciplina, o professor pode tentar 
equilibrar diferentes dimensões de abordagem da 
sociologia: A temática, a dimensão 
compreensiva (com ênfase nas teorias); 
 A dimensão discursiva (com ênfase nos 
conceitos). 
Assim, o professor pode contribuir para a 
inserção dos alunos num campo conceitual e 
para que estes desvelem processos históricos 
que contribuíram para delinear o caráter das 
relações sociais no mundo contemporâneo. 
Muitas vezes, observamos a 
preponderância de uma sociologia temática e a 
ausência de uma perspectiva histórica, em que 
conceitos e teorias estejam ancorados, 
comprometendo dessa forma a qualidade da 
aproximação dos alunos e do trabalho realizado 
no campo científico, e reproduzindo 
representações sociais que veem o fazer do 
pesquisador como imediatista e pouco rigoroso. 
É importante ressaltar que o professor de 
sociologia do ensino médio pode ter como 
estratégia didática explorar os diversos recursos 
pedagógicos disponíveis na escola como meios 
de levar o aluno a construir conhecimento e a 
obter mais informações sobre questões 
importantes do cotidiano. Assim, vale apreciar 
filmes, fazer visitas à biblioteca e ao laboratório 
de informática para a realização de pesquisas em 
livros, jornais e na internet. 
Outras estratégias também podem 
contribuir para dinamizar as aulas e aproximar os 
alunos do trabalho investigativo. As realizações 
de trabalhos de campo, por exemplo, visam 
integrar o conhecimento do aluno e a realidade 
sociocultural de seu contexto de vivência e 
aprimorar um olhar de distanciamento dessa 
realidade. (O EDUCADOR, 2009, s/p). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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