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Direito Constitucional Aplicado I - Aula 01 - Noções Gerais

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Direito Constitucional Aplicado I
Aula 01: Noções Gerais
Conforme Luiz Roberto Barros, o inico dos tempos era a força, deois os mitos gregos, por fim as leis. Inicialmente leis mirais, depois bíblicas (os dez mandamentos) e por fim as leis pautadas na vontade da soberania popular, isto é, leis escolhidas diretamente pelo povo ou por sus representantes (BARROSO, 2015).
Cumpre ressaltar, no entanto, que constitucionalismo entrou no vocabulário jurídico e politico há pouco mais de 200 anos, guardando relação direta com as experiencias liberais na França, na Inglaterra e nos Estados Unidos. 
De modo amplo, constitucionalismo corresponde ao governo de leis e não de homens, pautado em um documento de caráter político/jurídico máximo desta ordem, que deve por essência traduzir um pacto entre homens livres e iguais que, abrindo mão de parte da sua liberdade, encontraram, neste documento, um consenso mínimo. 
Ademais, pode-se complementar dizendo que constitucionalismo corresponde a poder limitado, aproximando-se neste sentido da noção de Estado de Direito, pois só há este onde há o primeiro.
Assim, constitucionalismo corresponde ao exercício do Poder Estatal limitado, principalmente pelos direitos fundamentais durante conquistados pelo cidadãos, permitindo a cada indivíduo o pleno exercício de direitos e vedando intervenções Estatais não pautadas na lei e na Constituição.
Constitucionalismo: noções gerais e delimitações conceituais
O constitucionalismo é um movimento social, político e jurídico, cujo principal objetivo é limitar o poder do Estado por meio de uma Carta de Direitos, uma Constituição.
Na doutrina, há quem reconheça o constitucionalismo desde a antiguidade (no caso, Constitucionalismo antigo). Karl Loewenstein, notável jurista alemão, identifica manifestações Constitucionalista já no povo hebreu, notadamente na conduta dos profetas que fiscalizavam os atos do Poder Público. (MENDES, 2013)
Também na Grécia Antiga, notadamente em Atenas, com a ação chamada grafe paranomon que fiscalizava os atos normativos, talvez o antecedente mais remoto de controle de constitucionalidade.
Na Idade Média, em 2015, foi outorgada a Magna Carta do Rei João I (João Sem Terra), que definia uma serie de direitos ao povo inglês. Rei João Sem Terram foi um tirano, talvez aquele que mais instituiu impostos, mas fora pressionado pela burguesia inglesa a assinar tal carta que acabou figurando mais como documento simbólico do que prático.
É consenso, na doutrina, que a Magna Carta é a origem maus remota do habeas corpus e do devido processo legal, instituídos que visam salvaguardar as liberdades individuais. 
No século XVIII, surgiu a Constituição Americana de 1787 e a Constituição Francesa de 1791. Com essas duas cartas consolida-se o constitucionalismo moderno. Cumpre ressaltar que a Revolução Francesa (1789) foi um movimento extremamente importante no progresso constitucional e aconteceu no período entre a promungação dessas duas constituições. 
Revolução Francesa foi um período de intensa agitação política e social na França, que teve um impacto duradouro na história do país e, mais amplamente, em todo o continente europeu. A monarquia absolutista que tinha governado a nação durante séculos entrou em colapso em apenas três anos.
Daniel Sarmento e Claudio Pereira de Souza neto (2012), dizem que: 
“O constitucionalismo moderno sustenta a limitação jurídica do poder do Estado em favor da liberdade individual. Ele surgiu na modernidade, como forma de superação Estado Absolutista, em que os monarcas não estavam sujeitos ao Direito – eram legibus solutos. Alguns desenvolvimentos históricos foram essenciais para o surgimento do constitucionalismo moderno, como a ascensão da burguesia como classe hegemônica; o fim da unidade religiosa na Europa, com a Reforma Protestante; e a cristalização de concepções de mundo racionalistas e antropocêntricas, legadas pelo iluminismo.”
Legibus solutus: legislador absoluto; príncipe: aquele que detém a soberania, a prerrogativa de poder para legislar.
Segundo Barroso (2015), constitucionalismo significa, em essência, “limitação do poder e supremacia da lei” (Estado de Direito, rule of the law, rechtsstaat).
Nos Estados constitucionais de Direito existem três ordens de limitação:
Constituição enquanto base de uma ordem jurídica legítima e livre de coação: 
A ordem material está consagrada na proteção dos valores sociais básicos e dos direitos fundamentais, tal como vida, liberdade (expressão, artística, religiosa de ir e vir) e propriedade.
Também há a ordem orgânica, materializada na fórmula consagrada da organização e da separação de poderes. Nela, cada um dos poderes do Estado: Executivo, Legislativo e Judiciário, devem atuar de modo a não interferir nas funções típicas uns dos outros. Esta separação pressupõe igualmente controles recíprocos, isto é, um modelo de “freios e contrapesos” através de controles recíprocos. (BARROSO, 2015)
Por fim, a ordem processual tem fundamento na lei e no devido processo legal, seja ela procedimental (princípios processuais), seja ela substantiva, a partir da razoabilidade e proporcionalidade, exigindo amplo respeito aos procedimentos legal e constitucionalmente estabelecidos.
Conceito de Direito Constitucional: 
Pode-se dizer que Direito Constitucional é um ramo do Direito Público destinado a estudar a organização do poder político, do Estado, da estrutura do Estado e dos direitos fundamentais que controlam o exercício e o abuso deste poder.
Para um dos mais importantes constitucionalistas brasileiros, José Afonso da Silva, o direito constitucional “é o ramo do direito público que expõe, interpreta e sistematiza os princípios e normas fundamentais do Estado”.
Constituição Formal e Material: 
Constituição material corresponde à reunião de todas as regras, estando ou não em texto único. Basicamente, abordam a estrutura do Estado, a organização, as formas de atuação e limitação do poder político, ou seja, normas materialmente constitucionais.
Apenas se consideram materialmente constitucionais as normas constitucionais que se relacionam com o poder e que tratam de tema constitucional, independentemente de estarem ou não dispostas na Constituição, a exemplo do Estatuto do Estrangeiro que versa sobre nacionalidade.
Todas as normas esculpidas no texto constitucional são formalmente constitucionais. O fato de uma regra estar na Constituição imprime a ela o grau máximo na hierarquia jurídica.
Constituição formal é aquela escrita, definindo-se como o conjunto de normas reunidas em um documento, homonimamente denominado, e elaborado pelo Poder Constituinte Originário.
Para facilitar a sua compreensão, a Constituição formal é o conjunto de todas as normas que estão escritas na Carta, sejam ou não de conteúdo tipicamente constitucional, como, por exemplo, da norma prevista no artigo 242, § 2o, da CRFB/88. Por esta razão, temos normas materialmente e formalmente constitucionais.
Tipos ou tipologias constitucionais
A classificação das constituições em tipologias possibilita compreender as principais características das constituições, características que podem varias no tempo e no espaço. Isto é: cada país, cada cultura e cada momento histórico oferece a um povo uma constituição compatível com seus ideais. 
Quanto à forma:
As constituições podem ser classificadas de duas maneiras: 
ESCRITA: Aquela codificada em um documento escrito. 
NÃO ESCRITA – OU COSTUMEIRA: É um conjunto de leis, costumes e jurisprudências esparsos no tempo, em um determinado ordenamento jurídico, que tratem de tudo aquilo considerando constitucional (forma de governo, estrutura do estado e direitos fundamentais). 
Quanto ao modelo de elaboração:
As constituições são de duas espécies: 
DOGMÁTICA: É um documento solene, escrito e sistemático, baseado em dogmas, ou seja, princípios e ideias fortes existentes no momento de sua elaboração. 
HISTÓRICA: Já a constituição histórica, também conhecida como costumeira, é construída através do tempo, produto dos usos e costumes de determinadasociedade, pautada na tradição de um povo. São constituições compostas de vários documentos e juridicamente não escritas. 
Quanto à origem:
As constituições, na linha da doutrina constitucional, podem ser originalmente de três tipos: 
PROMUNGADA: Diz-se promulgada, popular ou democrática, a Constituição que é elaborada através de uma Assembleia Nacional Constituinte, composta de representantes eleitos pelo povo para esta finalidade. Uma vez concluída a Constituição esta assembleia se dissolve.
OUTORGADA: Quando a Constituição é outorgada, o povo não participa em sua elaboração, posto ser ela imposta ao cidadão, sendo produto exclusivo do governante que por si só, ou por terceira pessoa, impõe à sociedade um novo ordenamento jurídico e político. No Brasil, as Constituições de 1891, 1934, 1946 e 1988 foram promulgadas e, as de 1824, 1937 e 1967 foram outorgadas.
BONAPARTISTA: A terceira forma é a Constituição Bonapartista que se caracteriza por ser outorgada, na qual o ditador, para dar-lhe uma feição legítima, convoca um referendo popular para aprová-la.
Quanto à estabilidade:
No que diz respeito à estabilidade, a questão central é saber como ocorre o processo legislativo das normas constitucionais e/ou alteração das constituições. Sendo assim, a doutrina nos aponta que as constituições podem ser de cinco tipos:
IMUTÁVEIS: Não contêm a possibilidade de reforma de suas normas, modelo típico de países em que Estado e religião ainda caminham juntos.
RÍGIDAS: São as constituições que estabelecem que qualquer alteração de suas normas deverá passar por um processo legislativo mais dificultoso do que o processo legislativo ordinário. Em nossa Constituição, esse processo encontra-se no art. 60.
SUPER-RÍGIDAS: Modelo sugerido pelo Jurista Alexandre de Moraes quase que isoladamente na doutrina brasileira. No ponto, a Constituição de 1988, por possuir um núcleo duro em seu art. 60, § 4º (cláusulas pétreas), exige um processo legislativo ainda mais rígido ou dificultoso para alteração destas normas estabelecidas como pétreas, pois não poderão ser abolidas ou restringidas, podendo somente sofrer alterações para serem ampliadas.
SEMIRRÍDAS OU SEMIFLEXÍVEIS: São aquelas que estabelecem, para alteração de um determinado grupo de suas normas, um processo legislativo mais árduo e, para reforma do outro grupo, um processo legislativo ordinário ou simples.
Por exemplo: Constituição Imperial de 1824.
FLEXÍVEIS: São as que estabelecem, para alteração de suas normas, o mesmo processo legislativo previsto para as leis ordinárias.
Quanto à extensão:
Esta tipologia tem por finalidade analisar o tamanho da Constituição. Sendo assim, as constituições podem ser:
ANALÍTICAS: Quando possuem uma grande quantidade de artigos, que descrevem diversos assuntos com grau de detalhes considerável ou até mesmo trata de temas menos importantes em sentido constitucional.
SINTÉTICAS: Quando possuem poucos artigos que estabelecem princípios e normas gerais da estrutura do Estado. Por exemplo: Constituição Norte-americana, de 1787, e a Constituição dos Estados Unidos do Brasil de 1891.
Quanto à ideologia:
A doutrina leva em conta a ideologia política, social e econômica vigentes, além de verificar como tais fatores impactam na economia e na cultura do país. Elas podem ser:
ORTODOXAS: Atreladas a uma única ideologia, por exemplo a Constituição da República da antiga URSS, de 1977, que estabelecia o modelo socialista.
HETERODOXAS OU ECLÉTICAS: Estabelecem mais de uma ideologia, como a Constituição de 1988, que possui valores capitalistas como a livre iniciativa e, valores socialistas, como a valorização do trabalho (art. 170 da CRFB/88).
Quanto à finalidade:
Quanto aos fins que buscam atingir, as Constituições podem ser de três ordens:
GARANTIA: Os exemplos são as constituições liberais burguesas que estabelecem liberdades públicas ou os chamados direitos fundamentais de 1ª geração, como mecanismos de controle do poder estatal. Exemplo: a Constituição Norte-americana de 1787.
BALANÇO: Como exemplos podemos citar a Constituição do México, de 1917, e a Constituição da República de Weimar, de 1919, onde encontramos direitos sociais e também liberdade públicas, ou seja, direitos fundamentais individuais e direitos fundamentais sociais. Elas recebem esse nome porque procuram equilibrar os anseios burgueses e proletários.
DIRIGENTE: Aquelas que além de estabelecer direitos individuais e sociais que o Estado deveria alcançar, preveem normas conhecidas como programáticas (tipo de normas de eficácia limitada) que procuram fixar metas, programas, políticas públicas como valores a serem perseguidos pelo ente estatal. Por exemplo: saúde para todos, moradia para todos. Como exemplo deste tipo temos a Constituição Brasileira, de 1988, e a Portuguesa de 1976.
Quanto à ontologia:
A tipologia, no que diz respeito à sua ontologia, busca identificar qual é a relação do texto constitucional com seu povo, bem como a relação destes com o poder político interno e externo. Ontologicamente, elas podem ser:
NORMATIVA: Conforma o processo político e jurídico.
NOMINAL: Possui validade formal e eficácia jurídica, mas não conforma a realidade.
SEMÂNTICA: Modelo adotado por dominadores de fato que visam à perpetuação no poder (Cubana, 1952).
Quanto à origem do poder:
Esta tipologia visa compreender a elaboração do texto constitucional e sua relação com o poder político interno e externo, isto é, se os responsáveis pela elaboração da constituição e pela manutenção da ordem vigente são agentes internos ou externos:
AUTOCONSTITUIÇÃO: Pontua-se como autoconstituição o documento elaborado por autoridades internas, dentro da normalidade constitucional.
HETEROCONSTITUIÇÃO: Já a heteroconstituição tem como característica marcante a participação ativa de agentes políticos externos em sua elaboração. Exemplos clássicos são: Canadá, Nova Zelândia, Austrália, Jamaica, todas aprovadas por leis do parlamento britânico.
A Constituição de 1988 é classificada da seguinte maneira: 
· Formal;
· Escrita;
· Dogmática;
· Promulgada;
· Analítica;
· Heterodoxa;
· Dirigente;
· Normativa, e 
· Autoconstituição.

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